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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química Bianca Magalhães Benevides Camila Eduarda Oliveira Renan de Sousa Santos Linearização de Sistemas Diamantina 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química Bianca Magalhães Benevides Camila Eduarda Oliveira Renan de Sousa Santos Extração contínua multiestágios Relatório de Atividades apresentado ao Curso de Engenharia Química, como parte dos requisitos exigidos para a disciplina Modelagem e Simulação de Processos Químicos. Orientadora: Anamaria de Oliveira Cardoso Diamantina 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química 1. Introdução Segundo Fogler (2009), reatores são definidos como equipamentos utilizados para realizar reações químicas que oferecem a possibilidade de controlar o processo. Existem reatores do tipo Batelada (descontínuo), CSTR (contínuo de mistura perfeita) e PFR (pistonado), e a escolha criteriosa de que tipo de reator é o ideal para dado processo, pode resultar em um grande lucro ou um grande prejuízo para a indústria. (FOGLER, 2009) Para o trabalho em questão, iremos abordar o reator contínuo de tanque agitado (CSTR), que é considerado um reator de mistura perfeita (o produto na saída do reator tem a mesma composição da mistura reacional do interior) e normalmente é operado no estado estacionário. Uma das principais vantagens do uso desse tipo de reator são os baixos custos de operação. (NOGUEIRA, 2011) A utilização de métodos matemáticos é de grande importância para a indústria, pois através deles é possível simular, com um custo muito baixo e de forma segura, o funcionamento de equipamentos caros e complexos, como é o caso dos reatores químicos. No presente relatório será feita uma simulação para um reator CSTR que possui um modelo não-linear, concentrado e dinâmico. A representação esquemática do processo está disposta na Figura 1 a seguir: Figura 2 - Representação esquemática de um reator CSTR Fonte: Autores, 2022. UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química 2. Objetivos O presente relatório tem como objetivo determinar a influência dos parâmetros de operação em um sistema na qualidade da aproximação linear do modelo deste em torno do estado estacionário. 3. Metodologia Consideramos um reator CSTR com uma única entrada e única saída, como mostrado na figura 1, em que ocorrem as seguintes reações em série-paralela: Figura 2 – Representação esquemática de entrada e saída de um reator CSTR Sendo: A – Cyclopentaddiene; B – Cyclopentenol; C – Cyclopentanediol; D – Dicyclopendtadiene. Com base nisto, foi adotada as seguintes hipóteses: O reator é perfeitamente misturado O sistema é isotérmico; Não há variação do volume durante o processo; 𝐹/𝑉 é a taxa de diluição, na qual V é o volume do reator e F a vazão de entrada, sendo essa mantida na mesma proporção da vazão de saída; O produto desejado é o B, logo as taxas de formação de para os subprodutos C e D são desprezadas. Como dito, o produto desejado na reação é a espécie B, produto intermediário na reação primária, o que aumenta a dificuldade de controle. As taxas de formação de A e B são assumidas como o mostrado na equação 1 e 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química (1) (2) Onde k1, k2, k3 são as constantes de velocidade de reação. A corrente de alimentação consiste em A puro. Os balanços de massa para A e B são dados pelas equações 3 e 4: (3) (4) Os parâmetros do reator são mostrados na tabela 1. Tabela 1: Parâmetros do reator. Fonte: Autores, 2022. Para a linearização do sistema, primeiramente teve-se que identificar no equacionamento os vetores de estado e de entrada. Feita essa análise, foi definido que o vetor de estado é dado por x = [CA CB] T e o vetor de entrada u = [F/V CAf] T sendo essas variáveis manipuladas. O vetor d, que representa a perturbação, foi dado por [K3]. As matrizes A, B e E de linearização encontradas para o sistema foram: UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química Para linearizar o nosso sistema devemos fazer: Assim encontramos: Ao derivar o sistema temos: UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química Com as matrizes feitas, foi implementado no Scilab um modelo que permitiu a visualização gráfica da linearização do sistema, bem como o efeito que a variável perturbação exerce no mesmo. UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química 4. Resultados e discussão Após a implementação do código, nos foi retornada os gráficos de Ca e Cb em relação ao tempo representados pelo gráfico 1 e 2 a seguir: Gráfico 1 - Concentração de A pelo tempo sem perturbação. Gráfico 2 - Concentração de B pelo tempo sem perturbação. Fonte: Autores, 2022. Pelo resultado retornado pelo modelo, fica nítido que a linearização é uma boa aproximação, principalmente para o gráfico de Ca. Para o gráfico de Cb, vemos uma aproximação menos precisa da linearização, porém ambos os comportamentos são iguais e atingem o mesmo estado estacionário. Ambos os comportamentos fazem total sentindo quimicamente falando, pois vemos a concentração do composto A, a ser consumida com o decorrer do tempo e consequentemente, vemos o aumento da concentração do composto B, que antes de UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química alcançar o estado estacionário, é ligeiramente consumido para a formação do composto C. Escolheu-se K3 como sendo a variável perturbação, pois essa é a constante de velocidade para a formação do composto A em D. Como nosso produto de interesse é o B, quando mais D formado, menos B será gerado na reação, tornando ela inviável. No gráfico que foi retornando conseguimos ver perfeitamente isso, vemos que a diferença na linearização no gráfico de Cb (gráfico 4) aumentou, e isso se deve ao fato da perturbação de +50% ter sido aplicada ao sistema, fazendo com que o comportamento de Ca (gráfico 3) continuasse o mesmo pois ele continua formando B e D, mas em contrapartida a concentração de B é reduzida, uma vez que aumentando K3 a produção do composto D é otimizada. Gráfico 3 - Concentração de A pelo tempo com perturbação +50%. Gráfico 4 - Concentração de B pelo tempo com perturbação +50% Fonte: Autores, 2022. UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química Vemos agora com uma perturbação de -50% exatamente o oposto do que vimos anteriormente, a linearização de Cb, exibida no gráfico 6, está mais aproximada pelo fato da formação do mesmo está sendo otimizada e o componente A representado no gráfico 5, sendo consumido de forma um pouco mais lenta. Gráfico 5 - Concentração de A pelo tempo com perturbação -50%. Gráfico 6 - Concentração de B pelo tempo com perturbação -50%. Fonte: Autores, 2022. Ao se variar as variáveis manipuladas definidas no neste estudo (F/V CAf vimos que a linearização não muito bem ajustada devidoà importância efetiva dessas variáveis para todo o sistema, e por esse motivo foram criadas as hipóteses no início da metodologia. UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química 5. Conclusão De acordo com o estudo e a análise feita, conclui-se que para avaliar se um modelo linearizado possui boa aproximação, é preciso avaliar os dois modelos em relação ao estado estacionário e o comportamento dinâmico. Isso foi feito através dos gráficos retornados pela simulação, tornando possível a visualização e comprovação de que o comportamento dos modelos até atingir o estado estacionário são semelhantes. Além disso, o estado estacionário atingido pelo modelo linearizado é bem próximo ao mesmo atingido pelo modelo não linearizado. UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Química 6. Referências FOGLER, H. S. Elementos de engenharia das reações químicas. 4ª ed. Rio de Janeiro, LTC, 2009. SUJA MALAR, R. M. THYAGARAJAN, T. Modelling of continuous stirred tank reactor using artificial intelligence techniques. International Journal of Simulation Modeling, volume 8, p. 145-155, 2009. NOGUEIRA, A. L. Modelagem matemática e simulação numérica de um sistema reacional composto por reatores tipo tanque agitado e tubular em processos de polimerização. Campinas, SP: [s.n.], 2001.
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