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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRI Discente: Erika Nayane Martins Marinho FICHAMENTO 1 Japiassu, Hilton Peneira, 1934 - Introdução ao pensamento epistemológico. Rio de Janeiro, F. Alves, 202 p. A princípio, o texto busca definir os termos de “saber”, “ciência” e “epistemologia”. Sob essa ótica, o saber é considerado como o conjunto de conhecimentos adquiridos de maneira metódica, o qual é passível de ser transmitido aos indivíduos por meio de um processo de ensino pedagógico. Além disso, o saber está relacionado à aprendizagem de ordem prática – saber fazer, por exemplo – bem como à ordem intelectual e teórica. No tocante a ciência, é considerado o conjunto de aquisições intelectuais, por um viés, predominantemente, matemático. O termo “saber” é, ainda, utilizado para designar uma série de disciplinas intelectuais, as quais não podem ser consideradas como ciência – sendo esses os “saberes especulativos”. Falando em epistemologia, considera-se o estudo do saber, bem como a sua organização, formação, desenvolvimento, funcionamento e produtos intelectuais. Dito isso, existem três tipos de epistemologia, a saber: epistemologia global (tratando do saber globalmente considerado, considerando toda a sua organização, independentemente das suas falhas), epistemologia particular (considerando um campo particular do saber) e epistemologia específica (tratando de levar em consideração uma disciplina intelectualmente constituída em unidade bem definida do saber, bem como estudá-la de modo próximo, detalhado e técnico, mostrando a sua organização, funcionamento e possíveis relações existentes com outras disciplinas). Hodiernamente, é posto em pauta, também, a “epistemologia interna” e a “epistemologia derivada”. Nesse sentido, a epistemologia interna diz respeito na análise crítica que se faz dos procedimentos de conhecimento que ela faz uso, tendo o objetivo de estabelecer os fundamentos dessa disciplina, buscando determinar uma teoria dos fundamentos de uma ciência, bem como integrar seus resultados no domínio da ciência analisada. Já a epistemologia derivada, busca fazer uma análise da natureza dos procedimentos de conhecimento de uma ciência, para saber como essa forma de conhecimento é possível, além de visar a determinação do que diz respeito ao “sujeito”, bem como ao “objeto”, no que concerne o modo particular de conhecimento que caracteriza uma ciência. As “pré-noções” tem a função de reconciliar o pensamento comum com si próprio, propondo, assim, algumas explicações. Dito isso, as pré-noções se caracterizam, também, como um conjunto de juízos falsamente sistematizados, constituindo representações esquemáticas e sumárias a partir de uma opinião primeira. A definição de “epistemologia” é bastante complexa, haja vista que é uma disciplina relativamente recente e que possui uma construção lenta, além disso, os seus limites do domínio de investigação são muito dispersos. Dito isso, seguindo por uma conceituação simples, etimologicamente, “epistemologia” significa discurso da ciência. O estatuto do discurso epistemológico pode ser considerado como duplo e ambíguo: a priori, um discurso sistemático que encontraria na filosofia os seus princípios e, a posteriori, encontraria na ciência seu objeto. Com isso em consideração, a epistemologia, teria, portanto, a finalidade de resolver os problemas existentes na relação entre filosofia e ciências. Além disso, é dito no texto que a epistemologia usaria a ciência como um pretexto para “filosofar”. Assim, a filosofia teria com a ciência uma relação de interesse, para fins próprios. O que se torna um manifesto nas três funções clássicas atribuídas a filosofia das ciências. A partir disso, se começa a questionar o que é conhecimento, o qual, hodiernamente, passou a ser considerado como um processo e não como um dado adquirido uma vez por todas – isto é, algo construído ao decorrer das nossas vidas, de acordo com vivencias e experiências presenciadas por nós, desde o nosso nascimento, até a nossa morte, estando, portanto, em constante absorção, não sendo, assim, estático. O conhecimento é provisório e jamais acabado ou definitivo. Situar o lugar do conhecimento científico dentro do domínio do saber Estabelecer os limites do conhecimento científico Buscar a natureza da ciência CONHECIMENTO A epistemologia se divide em duas categorias distintas, a saber: a epistemologia genérica e a epistemologia não genérica. A epistemologia genérica é a que há um acordo progressivo entre o sujeito e o objeto, onde o conhecimento é analisado de um ponto de vista dinâmico. Já na epistemologia não genérica, o acordo entre o sujeito e o objeto deve ser feito desde a origem – sendo o conhecimento estudado de um ponto de vista estático. A epistemologia sempre esteve ligada a ciência, mesmo que indiretamente. No passado, todos os filósofos refletiram sobre aquilo que faziam, constituindo, portanto, a filosofia das ciências. O problema é saber como isso faz sentido hoje, sendo, atualmente, os próprios cientistas que se interessam pelo que fazem, os quais colocam, mesmo que indiretamente, questões sobre a razão de ser dos problemas, métodos e dos conceitos de suas disciplinas. Assim, a epistemologia é conceituada de forma bastante flexível. Não pretendendo ser um sistema dogmático, ditando o que deveria ser o conhecimento científico, mas sim estudando a estrutura e formação desse conhecimento. Sendo, portanto, interdisciplinar, haja vista que ela estuda o conhecimento a partir de vários pontos de vista, a saber: lógico, linguístico, sociológico, logico, etc.
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