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ATIVIDADES AQUATICAS Unidade I 2022

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Autores: Profa. Sandra Aliberti
 Profa. Katia Brandina
 Prof. Sérgio H. F. de Carvalho
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Luiz Henrique Cruz de Mello 
Atividades Aquáticas
Professores conteudistas: Sandra Aliberti / Katia Brandina / Sérgio H. F. de Carvalho
Sandra Aliberti
É licenciada em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1991) e graduada em Fisioterapia pela Universidade 
Cidade de São Paulo (1997). Tem especialização em Aparelho Locomotor no Esporte pela Universidade Federal de São 
Paulo (Unifesp) (2004), mestrado em Ciências da Reabilitação pela Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo (FMUSP) (2009) e doutorado em Educação Física na Universidade de São Paulo (USP) (2015), complementado 
pelo Programa de Doutoramento Sanduíche no Departamento de Cinesiologia da Universidade de Massachusetts 
nos Estados Unidos. É professora titular da Universidade Paulista (UNIP) desde 2015 nos cursos de Educação Física 
e Fisioterapia e ministra aulas de pós-graduação na área de Reabilitação das Lesões e Doenças Musculoesqueléticas 
(Universidade Estácio de Sá, Universidade de São Caetano do Sul e Faculdades Metropolitanas Unidas). Tem experiência 
clínica em Reabilitação das Lesões Musculoesqueléticas e Análise Biomecânica do movimento humano.
Katia Brandina
É graduada em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu (1997). É mestre (2004) e doutora (2009) 
em Biodinâmica do Movimento Humano pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo 
(EEFE-USP). Atualmente é professora titular (profissional IV) da Universidade Paulista (UNIP). Coordena e ministra 
aulas nos cursos de pós-graduação da Universidade Estácio de Sá, Universidade de São Caetano do Sul e Faculdades 
Metropolitanas Unidas (FMU). Dentre os temas de estudo de maior interesse na área da Biomecânica, destaca-se a 
Biomecânica do Meio Líquido.
Sérgio H. F. de Carvalho
É graduado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP) (1990) e atua na área de Natação desde 
1986. É mestre em Recursos Humanos pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV) e especialista em Ensino à Distância pela 
Universidade Paulista (UNIP). Já escreveu e revisou livros sobre Natação e outras áreas temáticas da Educação Física. 
Trabalha como professor de Natação na UNIP desde 1998, e atualmente também ensina natação particular para 
adultos e crianças, além de atuar na área de ginástica laboral e como instrutor de mergulho desportivo (desde 1988), 
graduado Master Instructor pela Professional Association of Diving Instructors (Padi).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A398a A398a
Atividades Aquáticas / Sandra Aliberti, Katia Brandina, Sérgio H. 
F. de Carvalho. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
128 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Atividades aquáticas. 2. Habilidade. 3. Mercado. I. Aliberti, 
Sandra. II. Brandina, Katia. III. Carvalho, Sérgio H. F. de. IV. Título.
CDU 797.2
U516.25 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Luiza Gomyde
 Jaci Albuquerque
Sumário
Atividades Aquáticas
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 PAPEL DAS ATIVIDADES AQUÁTICAS NA SOCIEDADE..........................................................................9
1.1 História e desenvolvimento das atividades aquáticas .............................................................9
1.2 Atuação do profissional de educação física nas atividades aquáticas diversas ......... 11
2 HIGIENE E SEGURANÇA EM AMBIENTE AQUÁTICO .......................................................................... 13
2.1 Higiene na condução de atividades aquáticas ......................................................................... 14
2.1.1 Condições de higiene da água e do entorno de piscinas ....................................................... 14
2.1.2 Orientações de boas práticas de higiene para os usuários de ambientes aquáticos ..15
2.2 Risco na relação humana com os ambientes aquáticos ...................................................... 16
2.2.1 Riscos ambientais ................................................................................................................................... 16
2.2.2 Riscos atitudinais .................................................................................................................................... 20
2.3 Regras de segurança e prevenção na condução de atividades aquáticas .................... 21
2.4 Salvamento ............................................................................................................................................. 23
2.4.1 Posicionamento ....................................................................................................................................... 24
2.4.2 Atenção e prontidão .............................................................................................................................. 24
2.4.3 Materiais de apoio flutuantes ........................................................................................................... 24
2.4.4 Acesso da pessoa em risco e reestabelecimento da segurança ........................................... 25
3 FÍSICA APLICADA ÀS ATIVIDADES AQUÁTICAS .................................................................................... 26
3.1 Hidrostática ............................................................................................................................................ 26
3.1.1 Densidade corporal e dos líquidos ................................................................................................... 28
3.1.2 Capacidade de flutuabilidade/princípio de Arquimedes ......................................................... 38
3.1.3 Estabelecimento do equilíbrio de flutuação ................................................................................ 41
3.2 Hidrodinâmica ....................................................................................................................................... 46
3.2.1 Resistência de deslocamento ............................................................................................................. 47
3.2.2 Propulsão ................................................................................................................................................... 51
4 HABILIDADES AQUÁTICAS BÁSICAS E NADOS ELEMENTARES ..................................................... 55
4.1 Imersão da face e controle respiratório ......................................................................................57
4.2 Equilíbrio de flutuação, recuperação vertical e submersão ................................................ 59
4.2.1 Equilíbrio de flutuação ......................................................................................................................... 59
4.2.2 Recuperação vertical ............................................................................................................................. 62
4.3 Propulsão, deslocamentos e nados elementares ..................................................................... 64
Unidade II
5 ATIVIDADES AQUÁTICAS PARA DESENVOLVIMENTO E SAÚDE ..................................................... 74
5.1 Atividades aquáticas para o desenvolvimento infantil ......................................................... 74
5.2 Atividades aquáticas para adultos: aspectos de manutenção da saúde, 
segurança, autoconhecimento, autorrealização e relacionamento social ........................... 76
5.3 Atividades aquáticas para idosos ................................................................................................... 77
6 ATIVIDADES AQUÁTICAS PARA GRUPOS ESPECÍFICOS .................................................................... 79
6.1 Atividades aquáticas para bebês .................................................................................................... 79
6.2 Atividades aquáticas para gestantes ............................................................................................ 81
6.3 Atividades aquáticas para grupos com interesses terapêuticos ....................................... 84
7 APLICAÇÃO DE ATIVIDADES AQUÁTICAS PARA O LAZER ................................................................ 87
7.1 Jogos com bola ...................................................................................................................................... 88
7.2 Hidroginástica como lazer ................................................................................................................ 90
7.3 Atividades com prancha .................................................................................................................... 90
7.4 Stand up paddle (SUP) ....................................................................................................................... 92
7.5 Atividades com prancha em deslocamento com o vento ................................................... 93
7.6 Mergulho recreacional ....................................................................................................................... 96
8 ATIVIDADES AQUÁTICAS E DESPORTO: ESPORTES AQUÁTICOS OLÍMPICOS ........................... 97
8.1 Natação .................................................................................................................................................... 99
8.2 Polo aquático .......................................................................................................................................101
8.3 Nado artístico ......................................................................................................................................105
8.4 Saltos ornamentais ............................................................................................................................109
8.5 Maratonas aquáticas ........................................................................................................................114
8.6 Surfe ........................................................................................................................................................117
8.6.1 O torneio olímpico de surfe em Tóquio 2020 ........................................................................... 118
7
APRESENTAÇÃO
A relação do homem com ambientes aquáticos mistura-se à história humana. Pesca, coleta, refúgio, 
transporte e ameaças remontam à necessidade de combate e da busca pela sobrevivência.
O profissional de educação física encontra possibilidades diversas de atuação em atividades aquáticas 
no mercado de trabalho atreladas às necessidades modernas de desenvolvimento, saúde, cultura e lazer 
da sociedade. Com conhecimentos, estratégias e técnicas, o profissional poderá encontrar desafios que 
o motivem a se desenvolver e, quem sabe, desvendar rumos diversos para sua atuação.
Este livro-texto foi desenvolvido para apresentar ao futuro profissional de educação física um 
panorama inicial do mercado de trabalho na área, abordando temas que aprofundarão seus conhecimentos 
com informações importantes para atuar com segurança e eficiência em cenários distintos – todos 
dentro do escopo das atividades aquáticas.
INTRODUÇÃO
Abordaremos os conhecimentos necessários para atuação do profissional de educação física em 
diversas atividades, que têm em comum o fato de ocorrerem dentro da água, em ambientes naturais 
ou não.
Inicialmente, para entender a relação do ser humano com a água, estudaremos a questão de 
dependência e ameaça à segurança, passando por atividades que geram renda, medo, prazer, 
relaxamento ou aumento de adrenalina. Por que o homem moderno procura por atividades aquáticas e 
qual é o papel do profissional de educação física nesse mercado?
A partir desse cenário inicial, trataremos das questões de segurança e higiene nas atividades 
aquáticas. Como deve-se planejar as atividades aquáticas mantendo os níveis de segurança e higiene 
condizentes com os padrões exigidos pelas autoridades?
Uma vez resolvida essa questão, daremos atenção aos conhecimentos da física aplicada às 
atividades aquáticas e desenvolveremos os tópicos relacionados à hidrostática e à hidrodinâmica, 
que são as áreas de conhecimento diretamente ligadas à atuação do profissional de educação física 
em ambientes aquáticos.
Nosso olhar então se voltará ao ser humano, sua aprendizagem na água e as primeiras habilidades 
que deverá adquirir para que sua relação com a água se estabeleça de maneira eficiente e segura. 
Seja qual for a atividade aquática realizada, ela vai se desenvolver a partir de habilidades básicas de 
controle respiratório, equilíbrio, flutuação e propulsão – e você, futuro profissional de educação física, 
será um importante elemento nesse processo.
Finalmente, analisaremos as possibilidades de atuação no mercado, observando as necessidades 
sociais modernas de desenvolvimento, saúde, lazer e desporto como ótimas oportunidades para o 
profissional encontrar desafios que o motivarão a continuar estudando e atuando na área.
8
9
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Unidade I
1 PAPEL DAS ATIVIDADES AQUÁTICAS NA SOCIEDADE
1.1 História e desenvolvimento das atividades aquáticas
Na história da humanidade, as atividades aquáticas são, a princípio, uma relação de sobrevivência. 
Os ambientes aquáticos, tão necessários para todas as espécies de vida, são um importante aspecto 
para a escolha do local de estabelecimento de pessoas e comunidades em uma dada região.
Além da água, vital para a sobrevivência, esses espaços aquáticos também são capazes de fornecer 
alimentos por meio de pesca e coleta, bem como capazes de irrigar plantações a partir do domínio de 
técnicas de cultivo.
Também é necessário analisar a relação do homem com o ambiente marinho, que, apesar das 
características da água salgada (imprópria para consumo e irrigação), também é importante para a 
obtenção de alimentos.
A proximidade do homem com esses espaços aquáticos naturais passou a proporcionar um 
relacionamento mais íntimo do homem com a água, que passa a ser usada também para finalidades de 
higiene e lazer.
Na Grécia de Platão, a Lei 689 prescrevia que “todo cidadão educado era aquele que sabe ler e 
nadar” (LENK, 1986 apud DAMASCENO, 1997, p. 7). Os gregos valorizavam a forma física, e a natação 
fazia parte de suas práticas corporais.
Note que a água também permite, desde os primórdios, um ambiente de relaxamento e lazer 
(especialmente em condições climáticas favoráveis).
Com o avanço da organização social, o domínio do espaço foiprotagonizado pelos humanos. 
Construções como aquedutos (vias para transportar água corrente) e diques artificiais demonstram 
como é próxima a relação humana com a água. São famosos os recintos conhecidos como banhos 
romanos ou termas, alguns datados de antes de Cristo, para que a população se banhasse e criasse um 
ambiente social.
10
Unidade I
Figura 1 – Ambientes aquáticos artificiais tornaram-se famosos, como 
os antigos banhos romanos e modernamente os parques aquáticos
Disponível em: https://cutt.ly/JXJew8O. Acesso em: 23 ago. 2022.
Escavações mostraram a existência de piscinas aquecidas na antiga Índia há cinco mil anos (LENK; 
PEREIRA, 1966 apud PEREIRA, 1999, p. 36). Isso mostra que o contato com a água era valorizado 
ou praticado nessa sociedade milenar, que até hoje utiliza e venera o rio Ganges como sagrado. Em 
antigas inscrições egípcias (desenhos rudimentares) é possível identificar figuras de pessoas nadando. 
Os egípcios, de acordo com Lotufo, “eram adeptos da natação” (1980 apud PEREIRA, 1999, p. 36). Certos 
autores, como Velasco (1997), enxergam em algumas dessas pinturas um esboço rudimentar da braçada 
do nado crawl ao analisar a posição dos membros e gestos representados.
Figura 2 – Antigas pinturas rupestres egípcias ilustram a interação 
com a água em indivíduos na antiguidade
Disponível em: https://cutt.ly/7XJe6sp. Acesso em: 23 ago. 2022.
11
ATIVIDADES AQUÁTICAS
O domínio da arte da navegação lança o ser humano para dentro dos ambientes aquáticos. Muitas 
vezes uma relação eficiente com a água significava a sobrevivência. Vale ressaltar que, nos dias 
de hoje, há atividades aquáticas esportivas como o remo e a canoagem advindas dessa evolução 
da navegação.
Figura 3 – Os ambientes aquáticos fazem parte da característica 
de vida de grande parte da população mundial
Disponível em: https://cutt.ly/pXJrcAy. Acesso em: 23 ago. 2022.
1.2 Atuação do profissional de educação física nas atividades aquáticas diversas
Os futuros profissionais de educação física podem reconhecer formas de atuação nas atividades 
aquáticas, que vêm sendo conquistadas com a evolução da abordagem pedagógica até o momento 
atual da área.
Guts Muths (1793, apud QUITZAU; SOARES, 2016, p. 41) cita em um de seus diversos estudos que um 
local apropriado para a prática de atividades aquáticas seria “um local cômodo às margens de um rio 
vicinal […] sua profundidade conhecida com exatidão, não sendo muito funda, mas também não muito 
rasa a ponto de impedir a imersão”.
12
Unidade I
Ainda segundo Quitzau e Soares (2016, p. 41), Guts Muths pensava que aprender a nadar era:
[…] uma progressão pedagógica que vai do ato de se banhar ao de nadar, 
mais complexo e que exige outros aprendizados. Aprender-se-ia a nadar 
sempre em rios calmos, cuja água atingisse no máximo a altura dos quadris, 
e com a companhia de um instrutor, de forma a reduzir a probabilidade 
de afogamento. Assim que estivesse habituado ao ambiente aquático, a 
submergir seu corpo inteiro na água, o jovem poderia aprender a nadar.
 Observação
Guts Muths (1759-1839), importante desenvolvedor da educação física como conhecemos 
modernamente, escreveu, em 1973, Gymnastik für die Jugend (Ginástica para a juventude, em 
tradução livre), um tratado sobre a ginástica artística, que também abordava suas ideias sobre ensino 
e desenvolvimento de diversas práticas físicas – entre elas a natação, ainda intrinsecamente ligada aos 
ambientes aquáticos naturais naquela época.
Figura 4 – Guts Muths
Disponível em: https://cutt.ly/pXJuQE4. Acesso em: 23 ago. 2022.
Nos tempos atuais, as atividades aquáticas ganham contornos extras. Além de ganharem propósitos 
educativos, de lazer, formativos e culturais, também se tornaram alternativas de atuação profissional 
de acordo com as demandas de cada região. Tanto em grandes centros urbanos – onde instalações 
disponibilizam piscinas e outros ambientes para que atividades como esportes, terapias e lazer possam 
ser praticados na água – como em cidades que dispõem de fácil acesso a corpos de água naturais, 
possibilita-se uma gama de atividades educativas, físicas e sociais que promovem a interação do homem 
com a água, muitas vezes intermediada por profissionais de educação física.
13
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Figura 5 – Parque aquático dos Jogos Olímpicos na Rio 2016
 Lembrete
Atualmente, as atividades aquáticas, além de ganharem propósitos 
educativos, de lazer, formativos e culturais, também se tornaram alternativas de 
atuação profissional; de acordo com as demandas de cada região, há atividades 
aquáticas esportivas além da natação, como o remo e a canoagem.
2 HIGIENE E SEGURANÇA EM AMBIENTE AQUÁTICO
Você, futuro profissional de educação fisica, já deve ter se preocupado com a segurança ao 
considerar atividades humanas realizadas no ambiente aquático. Na visão do praticante de atividades 
aquáticas, o risco nem sempre é claro, mas dependendo da cultura (especialmente familiar) há um 
grande temor do desconhecido em relação ao ambiente aquático, que pode levar pessoas a terem medo 
da água ou simplesmente a evitar o contato com ambientes aquáticos, privando-se desse convívio.
Por outro lado, também dependente de condições culturais, pode haver um grande incentivo à 
frequentação de espaços aquáticos naturais ou artificiais sem o devido conhecimento dos riscos 
envolvidos, oportunizando a ocorrência de acidentes ou situações de emergência que poderiam ser 
evitadas com medidas de segurança eficazes.
14
Unidade I
 Saiba mais
A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) é uma 
entidade que atua na área de conhecimentos sobre riscos envolvidos nas 
atividades aquáticas, afogamentos e salvamentos, com um rico acervo de 
informações importantes para o profissional de educação física conhecer 
os riscos envolvidos nas atividades aquáticas. Acesse o site da entidade em:
Disponível em: www.sobrasa.org. Acesso em: 23 ago. 2022.
2.1 Higiene na condução de atividades aquáticas
2.1.1 Condições de higiene da água e do entorno de piscinas
Boas condições de higiene são fundamentais para a prática de atividades aquáticas. As águas 
de piscinas, por exemplo, devem ser tratadas adequadamente para evitar a transmissão de doenças 
infecciosas causadas por fungos, bactérias e vírus.
Segundo a OMS (2006), o controle dos microrganismos transmissores de doenças é feito por uma 
combinação da circulação da água, de filtragem e de desinfecção. A circulação da água é importante 
para assegurar que a água filtrada e desinfetada chegue em todas as áreas da piscina.
A filtragem tem como função principal remover partículas que deixam a água turva. A claridade da 
água é fundamental para a segurança dos usuários. Uma visibilidade ruim dentro da água contribui para 
acidentes e dificulta o reconhecimento de uma pessoa que necessita de ajuda ou de um corpo no fundo 
da piscina. A filtragem também remove partículas que comprometem a desinfecção da água.
A desinfecção é a parte do processo em que os microrganismos são inativados por um processo 
químico ou físico. Os principais desinfetantes químicos utilizados são à base de cloro (o desinfetante 
mais utilizado), bromo ou ozônio. A radiação ultravioleta é um exemplo de processo físico de inativação 
de microrganismos na água.
A escolha do desinfetante com o melhor custo-benefício envolve alguns fatores como: compatibilidade 
da água com o desinfetante utilizado, tipo de piscina (aberta ou fechada), quantidade de pessoas que 
utilizam a piscina e capacidade operacional do local (custos envolvidos e habilidades técnicas necessárias 
para a manutenção).
Uma boa qualidade da água não pode ser mantida sem uma adequada higiene de banheiros, duchas 
e ambientes no entorno da piscina. Em piscinas públicas, esses ambientes devem ser limpos diariamente.
15
ATIVIDADES AQUÁTICAS
2.1.2 Orientações de boas práticas de higiene para os usuários de ambientes aquáticos
Estando a água e o entorno do ambiente aquático tratados de forma adequada,ainda resta a 
educação e orientação dos praticantes. O profissional de educação física deve educar e orientar as 
pessoas às boas práticas de higiene que minimizem a transmissão de doenças em ambientes aquáticos. 
No quadro a seguir, são descritas algumas orientações de boas práticas de higiene em ambiente aquático.
Quadro 1 – Boas práticas de higiene em ambiente aquático
Boas práticas de higiene em ambiente aquático
1 Tomar uma ducha antes de entrar na água reduz a quantidade de germes, suor e produtos químicos (filtro solar, por exemplo) que transmitimos para a água
2 Lugar de doente é em casa! Não entre na água caso esteja com alguma doença infecciosa, gastrointestinal, de pele ou respiratória
3 No banho, chinelo no pé! Em vestiários públicos, use sempre um calçado de borracha para evitar o contato do pé com o piso
4 Xixi é no vaso! Lembre-se de que existe um local adequado para cada coisa e que não se deve usar a água para satisfazer necessidades fisiológicas
5 Enxugue entre os dedos e evite a frieira! Enxugar os espaços entre os dedos dos pés após o contato com a água evita a umidade, fator que favorece a ação de fungos
Adaptado de: OMS (2006, p. 109-110).
Figura 6 – Orientar os praticantes de atividades aquáticas sobre 
boas práticas de higiene é fundamental para a saúde de todos!
Disponível em: https://cutt.ly/DXJdqeN. Acesso em: 23 ago. 2022.
 Observação
As orientações sobre boas práticas de higiene no ambiente aquático 
podem ser feitas junto com o contrato de prestação de serviços, por 
meio de cartazes ou placas de sinalização, e por meio digital – em redes 
sociais, por exemplo.
16
Unidade I
2.2 Risco na relação humana com os ambientes aquáticos
Diferentemente do que possa parecer a princípio, o risco de afogamento não é o único inerente às 
atividades aquáticas. Dependendo da atividade realizada, outras situações podem apresentar riscos até 
mesmo ao profissional de educação física envolvido.
Começaremos este tópico dividindo os riscos presentes, para entendimento didático, entre riscos 
ambientais e riscos atitudinais que os envolvidos devem levar em consideração para diminuir as 
chances de acidentes.
2.2.1 Riscos ambientais
Os riscos ambientais estão presentes tanto em piscinas quanto em ambientes naturais como lagos, 
cachoeiras, represas, rios e praias.
Local raso
A parte rasa de uma piscina ou de um ambiente natural (como um rio, por exemplo) oferece apoio 
no piso para as pessoas que têm menos experiência na água. No entanto, mergulhar em um local raso 
é extremamente perigoso, pois se houver colisão com o fundo, onde pode haver pedras ou bancos de 
areias, o risco de lesão na coluna ou no crânio é enorme.
Um acidente ao mergulhar em local raso pode matar ou causar lesões irreversíveis, como a lesão 
medular. O profissional não deve permitir mergulhos sem orientação durante as atividades aquáticas 
propostas e deve orientar os frequentadores sobre os riscos de mergulhar em locais rasos, com ou sem 
supervisão. Acidentes são evitados com uma boa orientação.
Outra situação possível em locais rasos, que soa improvável mas oferece alto risco, seria a 
pessoa se desequilibrar e não conseguir manter o rosto fora d’água para respirar. O profissional 
deve estar sempre atento às pessoas que estão sob sua supervisão durante as atividades aquáticas.
 Saiba mais
No livro proposto, Marcelo Rubens Paiva conta como, ainda adolescente, 
um acidente ao mergulhar em uma parte rasa de uma lagoa causou uma 
lesão irreversível na sua coluna, mudando o rumo de sua vida.
PAIVA, M. R. Feliz ano velho. São Paulo: Alfaguara, 2015.
17
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Figura 7 – Um acidente ao mergulhar em local raso pode 
causar lesões irreversíveis ao crânio ou coluna vertebral
Disponível em: https://cutt.ly/gC0NKIg. Acesso em: 14 set. 2022.
Local fundo
Estar em um local onde não é possível apoiar-se no fundo dificulta a manutenção da cabeça fora 
d’água e aumenta o risco de afogamento. Esse risco cresce se a pessoa tem pouca experiência na água.
Segundo Willcox-Pidgeon e colaboradores (2020), 90% dos afogamentos acontecem em países 
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Isso acontece porque parte da população está sujeita a 
fatores de risco, como pouca experiência em nadar e falta de conhecimento sobre os riscos envolvidos 
nos ambientes aquáticos e como prevenir acidentes.
Crianças, adolescentes e idosos são as faixas etárias sob maior risco de acidentes. No caso de crianças, 
a supervisão de um adulto é fundamental. O acesso de crianças a piscinas ou ambientes aquáticos 
naturais devem ser controlados. Outras orientações importantes são: nunca nadar sozinho(a), dar 
preferência a nadar em locais rasos e nunca superestimar a própria capacidade de nadar.
18
Unidade I
 Lembrete
O conhecimento dos riscos, assim como habilidades para sobrevivência 
na água (que muitas vezes se relaciona com a cultura e condição social da 
pessoa), são fundamentais quando se trata de segurança nas atividades 
aquáticas.
Piso escorregadio
O chão no entorno de piscinas, lagos e cachoeiras pode estar molhado, com limo ou barro 
escorregadio. Nessas situações existe grande risco de escorregamento, que pode causar lesões 
traumáticas como contusões, fraturas ósseas e entorses articulares. Avisos de piso escorregadio em 
piscinas e orientação sobre não correr ou efetuar mudanças rápidas de direção são necessários tanto 
em piscinas quantos em ambientes naturais. Essas orientações são fundamentais quando se trata de 
crianças, adolescentes ou idosos com dificuldades de equilíbrio.
Eletricidade
O choque elétrico é um risco importante em ambiente aquático porque a água é um excelente 
condutor de eletricidade. Fontes perigosas de choques elétricos em piscinas são fios de energia pelo chão 
molhado, instalações elétricas que ficam expostas à umidade (interruptores, por exemplo), aparelhos 
sonoros e bombas de filtragem instaladas em piscinas. Fique alerta a possíveis problemas nas instalações 
e avise a manutenção quando necessário. Certifique-se sobre a existência de para-raios. Em ambientes 
naturais, siga as orientações sobre as atitudes a serem tomadas durante tempestades de raios.
Ralos, escadas, bordas e superfícies de piscinas
Figura 8 – O sistema de escoamento da piscina deve seguir as normas de segurança, para diminuir o risco de 
prender por sucção; a integridade dos azulejos também é importante para a segurança dos praticantes
19
ATIVIDADES AQUÁTICAS
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece que as piscinas devem contar com 
ralo antissucção (ABNT, 2018), porque a força de sucção do ralo da piscina pode prender uma pessoa 
na água e impedi-la de subir para respirar, causando afogamento. Oriente os praticantes de atividades 
aquáticas a não brincar com esse equipamento, porque caso cabelos, brincos ou correntes se prendam 
no ralo, também existe risco de afogamento.
Devemos estar atentos a bordas e superfícies que podem estar quebradas e, por isso, apresentem 
risco de cortes e escoriações – especialmente quando a pele fica mais frágil após período longo de 
imersão na água. A manutenção deve ser avisada para realizar os reparos necessários e os praticantes 
orientados a se manterem longe de locais danificados.
Entrar e sair de piscinas pode parecer uma tarefa simples; no entanto, o profissional de educação 
física deve orientar o uso cuidadoso das escadas para iniciantes e pessoas com pouca experiência na 
água. Essa recomendação fica ainda mais importante quando se trata de idosos, pessoas com dificuldades 
de locomoção, obesos e gestantes.
Figura 9 – A escada deve ser usada para entradas e saídas da água, especialmente 
por gestantes, obesos, idosos ou pessoas com dificuldade de locomoção
Disponível em: https://cutt.ly/AXJxWqd. Acesso em: 23 ago. 2022.
20
Unidade I
2.2.2 Riscos atitudinais
Além dos riscos ambientais, devemos estar atentos aos riscos atitudinais. Atitudes inapropriadas dos 
praticantes (assim como dos profissionais responsáveis)podem aumentar consideravelmente a chance 
de acidentes nas diversas atividades aquáticas.
Falta de estabelecimento e cumprimento de regras
Regras de utilização e comportamento devem ser estabelecidas e principalmente cumpridas com 
o objetivo de minimizar os riscos no ambiente aquático. De nada adianta existir uma regra que não 
é cumprida. As regras devem ser estabelecidas de acordo com as especificidades do ambiente e do 
público-alvo.
Figura 10 – Estabelecer e principalmente cumprir as regras faz 
a diferença quando o objetivo é conduzir atividades seguras
Disponível em: https://cutt.ly/oXJxKPV. Acesso em: 23 ago. 2022.
Falta de orientação sobre brincadeiras perigosas
Algumas brincadeiras que são comuns em ambientes aquáticos, como correr para mergulhar e fazer 
uma “pirâmide humana”, podem resultar em acidentes. Fingir afogamento é outra brincadeira que pode 
confundir as pessoas e mascarar uma emergência real. Devemos orientar as pessoas que estão sob nossa 
responsabilidade do perigo de fazer brincadeiras que a princípio parecem tranquilas. Essa orientação 
deve ser feita para que as pessoas levem essas informações para situações em que não necessariamente 
terão um profissional responsável pela segurança das atividades aquáticas. Responsáveis por crianças e 
adolescentes também precisam estar cientes dos riscos de atitudes inadequadas.
21
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Falta de atenção do responsável
O profissional que conduz atividades em ambientes aquáticos deve manter constante atenção 
nas pessoas sob sua responsabilidade. Mesmo em situações que parecem tranquilas, acidentes podem 
acontecer. Deixar as pessoas que estão sob nossa responsabilidade desatendidas é um grave erro que 
pode ter graves consequências.
2.3 Regras de segurança e prevenção na condução de atividades aquáticas
Segundo Szpilman (2015), no Brasil, o afogamento é a segunda causa de óbito entre pessoas de 
1 a 9 anos, terceira causa dos 10 aos 19 anos e quarta causa dos 20 aos 25 anos. Estamos diante de um 
problema que não pode ser ignorado. Crianças menores de 9 anos se afogam mais em piscinas, enquanto 
adolescentes e adultos em águas naturais, como rios, praias e represas.
Figura 11 – Nunca deixe pessoas sozinhas na água, principalmente crianças. 
Boia não é sinal de segurança! Cuidado!
Disponível em: https://cutt.ly/aXJcJrF. Acesso em: 23 ago. 2022.
Os profissionais responsáveis por atividades aquáticas em piscinas ou ambientes naturais são 
importantes agentes de prevenção de afogamentos e outros acidentes. No quadro a seguir são descritas 
algumas medidas de prevenção de acidentes em rios, praias e piscinas.
22
Unidade I
Quadro 2 – Medidas de prevenção de 
acidentes em rios, praias e piscinas
Rios e represas
1 Atenção: manter 100% das crianças à distância de um braço
2 Boia não é sinal de segurança – cuidado!
3 Aprenda sobre emergências aquáticas – saiba como se prevenir e agir
4 Sempre use um colete salva-vidas. Mico é não voltar para casa
5 Ao praticar esportes de aventura, além do colete use capacete
6 Sempre entre primeiro com os pés em águas rasas ou desconhecidas
7 Evite ingerir bebidas alcoólicas antes de entrar na água
8 Cuidado com buracos e fundos de lodo; você pode afundar rapidamente. Mantenha a água sempre na altura do umbigo
9 Cuidado com o limo e o barro liso, você pode escorregar e cair na água
10 Não superestime sua natação – 50% dos afogados acham que sabem nadar
11 Nade em local com guarda-vidas e pergunte sobre o local mais seguro
12 Não tente entrar na água para salvar alguém; chame o socorro profissional (193), jogue algum material flutuante e aguarde os profissionais
13 Se você cair na água, não lute contra a correnteza; guarde suas forças, flutue e acene por socorro imediatamente
Praias
1 Nade sempre perto de um guarda-vidas e evite bebidas alcoólicas
2 Respeite a sinalização, não entre em águas sinalizadas com bandeira vermelha
3 Água no umbigo, sinal de perigo. Caso seja pego por uma corrente, fique calmo; não lute contra a correnteza, flutue e acene por ajuda imediatamente
4 Em costões ou locais com pedras, não entre na água – risco de morte
5 Não tente entrar na água para salvar alguém; chame o socorro profissional (193), jogue algum material flutuante e aguarde os profissionais
Piscinas
1 100% de atenção nas crianças; leve-as consigo caso tenha de se afastar da piscina
2 Isole a piscina. Grades de segurança de 1,5 m de altura reduzem riscos de afogamento
3 Evite brinquedos próximos à piscina, pois estes atraem crianças sem supervisão
4 Desligue a circulação da piscina quando não estiver em uso
5 Tenha o telefone por perto quando estiver na piscina
6 Não pratique hiperventilação sem supervisão confiável
7 Cuidado com mergulhos em locais rasos; coloque avisos
Adaptado de: Szpilman e colegas (2015, p. 9-11).
 Lembrete
Não respeitar limites pessoais ou superestimar suas habilidades de 
natação pode ser fatal; 50% dos afogados acham que sabem nadar.
23
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Figura 12 – Oriente os praticantes a respeitar a sinalização e 
não entrar na água com bandeira vermelha. Legenda: perigo ao nadar
Disponível em: https://cutt.ly/2XJvCGH. Acesso em: 23 ago. 2022.
2.4 Salvamento
Imagine que você está liderando uma atividade aquática em uma grande piscina ou em águas 
abertas. Existem atitudes que previnem acidentes? Será que o fato de estar supervisionando atletas 
experientes em ambiente aquático diminui a necessidade de atenção? E, se mesmo tomando as atitudes 
corretas de prevenção, acontecer um acidente? Qual é a melhor forma de agir para ajudar a pessoa em 
risco e ao mesmo tempo não arriscar sua própria vida?
O profissional deve estar preparado para lidar com situações de emergência. Sem ter a pretensão de 
ser um “salva-vidas”, o que demandaria muito mais tempo e treinamento, algumas considerações são 
importantes para minimizar o risco em situações de emergência.
 Observação
Técnicas especiais de salvamento são necessárias para ações mais 
complexas, e você precisará de treinamento especializado para algumas 
situações que podem evoluir para uma parada cardiorrespiratória, por 
exemplo. Ajude dentro de sua condição de preparo e competência, sem 
colocar sua vida em risco. Deixe resgates complexos para pessoas com 
treinamento adequado. Acione o resgate via Corpo de Bombeiros (193) ou 
o Samu (192) dependendo da gravidade de cada caso.
24
Unidade I
2.4.1 Posicionamento
Você deve se posicionar próximo à situação de maior risco. Nas piscinas, alguns locais podem 
oferecer risco maior, como a rampa para a parte funda, as bordas das plataformas de apoio para crianças 
pequenas, a raia onde ficam os alunos menos habilidosos ou a saída de um escorregador (na recreação 
aquática). Em ambientes naturais, o foco deve ser voltado para as regiões de maior risco específicos 
de cada local.
2.4.2 Atenção e prontidão
O profissional deve estar sempre atento e pronto para agir. Evite distrair-se com conversas, uso de 
telefone ou mensagens e outras ações que afastem a atenção do trabalho de supervisão. Caso seja 
necessário conversar, coloque a pessoa à sua frente de forma que consiga observar o ambiente aquático 
sob sua responsabilidade. Esteja ciente da responsabilidade de lidar com possíveis situações críticas.
2.4.3 Materiais de apoio flutuantes
O profissional sempre deve ter em prontidão materiais que possam auxiliar um possível resgate. 
Boias circulares (especialmente uma boia flutuante com corda), “espaguetes” ou qualquer material que 
flutue – como garrafas PET, por exemplo – são de grande ajuda para você oferecer à pessoa que esteja 
experimentando uma dificuldade dentro da água.
Em piscinas, espaguetes ou bastões podem ser oferecidos a alguém em qualquer sinal de necessidade, 
sem que o profissional precise entrar na água. Isso minimiza a sensação de dependência da pessoa que 
frequentemente precisa ser “salva” por alguém que pula na água.
Em situações de pânico, uma pessoa pode ter ações inesperadas, bruscas e usarátoda sua força para 
permanecer na superfície, incluindo agarrar e afundar o socorrista. Para evitar esse tipo de situação, 
leve um objeto flutuante e ofereça-o ao chegar próximo, colocando o objeto entre você e a pessoa em 
risco. Assim, você evita ser agarrado se a pessoa estiver fora de controle. Mesmo socorristas treinados 
tentam evitar esse tipo de abordagem de contato quando é possível oferecer um objeto flutuante. 
Nas praias, muitas vezes as pranchas de surfistas são usadas como material de apoio enquanto um 
salva-vidas é acionado.
25
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Figura 13 – Você deve ter sempre prontos materiais que possam auxiliar um possível resgate. 
Objetos flutuantes, como a boia com corda na figura, devem ser entregues 
para as pessoas que estão em risco na água
Disponível em: https://cutt.ly/IXJnAYY. Acesso em: 23 ago. 2022.
 Lembrete
Em piscinas ou ambientes naturais como rios, represas e praias, 
oferecer um objeto flutuante para a pessoa que corre risco pode ser 
fundamental para salvá-la sem colocar a sua própria vida em risco.
2.4.4 Acesso da pessoa em risco e reestabelecimento da segurança
Tanto em piscinas como em ambientes naturais, se você tiver que entrar na água para acessar 
uma pessoa em dificuldades, escolha o ponto mais próximo da borda ou da entrada na água. O acesso 
por terra diminui o tempo de chegada se comparado ao acesso via nado, e nadando é provável que o 
profissional tenha que passar por outras pessoas que estão na água.
Em uma piscina, ao estabelecer a flutuação por meio do objeto flutuante, acalme a pessoa e 
lentamente traga-a para a borda ou para o raso, se estiver próximo. Tranquilize a pessoa e explique o que 
houve de errado e o que foi feito para ela estar segura novamente. A racionalização do entendimento 
do que estava faltando para o incidente ser evitado e das ações de ajuda realizadas é importante para 
que a pessoa compreenda o fato e trabalhe para evitar novas emergências.
26
Unidade I
Em uma situação em ambientes naturais, utilize as mesmas técnicas vistas anteriormente. Entre na 
água somente em locais conhecidos e pelo ponto mais próximo à pessoa, esteja ciente de condições e 
caminhos seguros para voltar à terra, leve um material flutuante e ofereça-o à pessoa necessitada sem 
permitir que ela te agarre.
 Saiba mais
Veja o vídeo sobre a cadeia de sobrevivência no afogamento elaborado 
pela Sobrasa e lembre-se: PREVENIR É SALVAR!
CADEIA sobrevivência no afogamento 2016. 2016. 1 vídeo (21:41). 
Publicado por Sobrasa Brasil. Disponível em: https://cutt.ly/fXJRMXd. 
Acesso em: 23 ago. 2022.
3 FÍSICA APLICADA ÀS ATIVIDADES AQUÁTICAS
Os princípios físicos no meio líquido são diferentes dos princípios físicos no meio terrestre; as forças 
que atuam sobre o corpo nesses dois meios são distintas.
No meio terrestre, temos grande influência da força da gravidade sobre o corpo e pouca da resistência 
do ar, tanto quando ficamos parados como quando realizamos movimentos. Já no meio líquido, temos 
a influência da força da gravidade sobre o nosso corpo reduzida devido à força de empuxo e grande 
influência da resistência da água para realizar movimentos ou manter posturas estáticas nesse ambiente.
Entender como tais forças presentes no meio líquido influenciam o posicionamento, o controle 
do equilíbrio e o deslocamento do corpo é de grande importância para os profissionais que ministram 
atividades aquáticas para seus alunos.
Neste tópico discutiremos os princípios físicos da hidrostática e da hidrodinâmica a fim de explorar 
conceitos de grande relevância para o planejamento adequado das atividades no meio líquido, 
tornando-as mais eficientes para o aprendizado.
O entendimento sobre as forças que atuam no corpo humano no meio líquido permite ao profissional 
observar as dificuldades dos alunos e definir as melhores estratégias para que eles vençam suas 
dificuldades, otimizando a performance deles.
3.1 Hidrostática
A base de conhecimento para estudarmos os princípios físicos da interação entre o ser humano e 
o ambiente aquático é a hidrostática. Essa área do conhecimento da física estuda as propriedades dos 
fluidos em repouso, discutindo também como objetos ou corpos submersos, total ou parcialmente, se 
comportam para se manterem em equilíbrio (SCARPELLINI; ADREATTA, 2012).
27
ATIVIDADES AQUÁTICAS
 Observação
O termo “fluido” é sinônimo de “líquido” e pode ser definido como uma 
substância que tende a fluir ou se deformar continuamente (HALL, 2020; 
SCARPELLINI; ADREATTA, 2012).
O que determina a forma do líquido em questão é a forma do 
recipiente no qual ele está contido e a ação da força da gravidade, que o 
empurra para baixo.
Assim, em um ambiente como uma piscina, a água (ou líquido) tende 
a ficar parada, com uma velocidade de fluidez próxima a zero e a forma 
assumida pelo líquido será sempre igual ao da piscina (ou recipiente) em 
questão; diferente do que ocorrerá com a fluidez de um rio, que terá sua 
velocidade de fluidez e formato variando de acordo com a correnteza e 
o formato do rio.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a natureza dos fluidos, leia o capítulo “Movimento 
em um meio fluido” em:
HALL, S. J. Biomecânica básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.
O equilíbrio do corpo ou objeto submerso em um fluido caracteriza sua flutuabilidade, ou seja, sua 
capacidade de flutuar ou afundar de acordo com suas propriedades físicas (HALL, 2020). A flutuabilidade, 
portanto, dependerá essencialmente das características físicas do objeto ou da composição corporal do 
ser humano nas atividades em meio líquido.
Dessa forma, a flutuabilidade não pode ser aprendida e não pode ser entendida como um fator 
determinante para classificar um sujeito como aquele que sabe ou não nadar. Uma pessoa pode se 
deslocar muito bem no meio líquido; no entanto, poderá afundar ao parar de se movimentar nesse meio 
(ou vice-versa).
Para entender os conceitos da flutuabilidade a fim de aplicá-los no planejamento de atividades 
aquáticas, é necessário entender como as grandezas físicas e forças atuam no corpo humano no meio 
líquido. Conceitos importantes como a densidade corporal e dos líquidos, o princípio de Arquimedes e 
os fatores que influenciam o equilíbrio de flutuação serão discutidos nos tópicos a seguir.
28
Unidade I
3.1.1 Densidade corporal e dos líquidos
A densidade é uma grandeza física que é definida pela quantidade de massa de um corpo ou de um 
objeto por unidade de volume (SCARPELLINI; ADREATTA, 2012). A fórmula que caracteriza tal grandeza é:
d
m
V
=
Em que:
• d é a densidade do corpo ou objeto, expressa em quilograma (kg) por metro cúbico (m3): kg/m3; 
ou em grama (g) por centímetro cúbico (cm3): g/cm3; ou em grama (g) por mililitro (mL): g/mL.
• m é a quantidade de matéria do corpo ou objeto, expressa em quilograma (kg) ou em grama (g).
• V é o volume de água deslocada pelo corpo ou objeto expresso em metro cúbico (m3), centímetro 
cúbico (cm3) ou mililitro (mL).
Será, portanto, por meio da fórmula descrita que poderemos prever a densidade de sólidos e líquidos. 
Apesar de ela parecer bem simples, devemos ter o cuidado de entender que a densidade de materiais 
e fluidos depende da relação entre duas variáveis: a massa do corpo ou objeto e o volume de água 
deslocado por ele.
Não é difícil ouvir as pessoas relacionarem a capacidade de um sujeito não afundar no meio líquido 
levando em consideração apenas o peso corporal dele. Dizer que pessoas obesas sempre afundam e pessoas 
magras sempre flutuam é uma crença popular porque, como já visto anteriormente, a flutuabilidade de um 
corpo ou objeto não depende apenas da sua massa – é preciso também considerar o seu volume.
 Lembrete
A massa de um corpo ou objeto é caracterizada pela quantidade de 
matéria presente nele. Ao considerarmos o corpo humano, é possível 
determinar sua densidade pela equação:
d
m
V
=
Em que:
• d é a densidade do corpo ou objeto.
• m é a quantidade de matéria do corpo ou objeto.
• V é o volume de águadeslocado pelo corpo ou objeto.
29
ATIVIDADES AQUÁTICAS
O corpo humano é formado por diferentes substâncias que compõem ossos, músculos, articulações 
e outros órgãos, além da grande quantidade de líquido e certa quantidade de gordura. Cada uma 
dessas substâncias apresenta densidades distintas, e é a soma das diferentes densidades de cada 
substância que vai determinar a densidade do corpo de um indivíduo (DUARTE, 2004).
Como o nosso objeto de estudo é o meio líquido, o entendimento de como a densidade dos diferentes 
tecidos do corpo influencia sua capacidade de afundar ou flutuar torna-se uma discussão importante 
e interessante.
Para estudarmos tal comportamento, é preciso determinar a densidade relativa dos corpos ou 
objetos, que mostra quantas vezes a densidade do corpo ou objeto “cabe” na densidade do líquido (no 
caso, água) no qual está imerso. Dessa forma, se o objeto ou corpo apresentar uma densidade maior do 
que a densidade do líquido, ele tende a afundar (DUARTE, 2004).
A densidade da água doce é de 1 g/cm3 (SCARPELLINI; ADREATTA, 2012). Considerando a 
temperatura de 25 °C, a densidade específica de um corpo ou objeto pode ser calculada por meio da 
seguinte equação:
de x
d x
d
( )
( )
( )
� ��
água
Em que:
• de(x) é a densidade específica de um corpo ou objeto x.
• d(x) é a densidade de um corpo ou objeto x.
• d(água) é a densidade da água doce, de 1 g/cm3, considerando a temperatura de 25 °C.
Para aplicarmos a fórmula da densidade específica, observe a tabela a seguir:
Tabela 1 – Densidade das diferentes matérias
Matéria Densidade (g/cm3)
Água doce 1,0
Corpo humano (média) 1,05
Osso compacto 1,8
Gordura humana 0,9
Massa humana sem gordura (músculos) 1,1
Adaptado de: Duarte (2004); Scarpellini e Adreatta (2012).
30
Unidade I
Se calcularmos a densidade específica do corpo humano em relação à água doce, teremos que:
de corpo humano
d corpo humano
d
de corpo humano
( )
( )
( )
( )
� � �
�
� �
�
água
��
�
�
� �
1 05
1 00
1 05
,
,
( ) ,de corpo humano
Portanto, a densidade específica do corpo humano é maior do que a densidade específica da água, 
o que torna o corpo humano passível de afundar nesse meio.
Lembre-se de que o valor da densidade do corpo apresentado na tabela 1 é uma média. A densidade 
pode variar dependendo das características físicas do sujeito, especialmente ao adicionar o volume 
pulmonar à equação – pois, ao ser preenchido por ar, os valores de densidade do pulmão cairão, o que 
alterará o cálculo da densidade corporal que, em um primeiro momento, considera apenas a massa e o 
volume dos tecidos. Isso influencia os valores de flutuabilidade dos sujeitos, aumentando-a.
Veja na figura a seguir como os segmentos corporais apresentam diferentes densidades e, com isso, 
têm o potencial de alterar a densidade total do corpo.
De
ns
id
ad
e 
do
 se
gm
en
to
 (k
g/
L)
Densidade corporal (kg/L)
1,25
1,20
1,15
1,10
1,05
1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10
Mão
Antebraço
Braço
Pé
Perna
Coxa
Figura 14 – Relação entre a densidade dos segmentos e a densidade do corpo
Adaptado de: Winter (2009, p. 85).
31
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Imagine que um sujeito A apresenta as seguintes densidades em seus segmentos: mão: 1,12 kg/L, 
antebraço: 10 kg/L, braço: 1,07 kg/L, pé: 1,08 kg/L, perna: 1,07 kg/L e coxa: 1,04 kg/L, isso significa que 
sua densidade corporal será da ordem de 1,04 kg/L; já um sujeito B, com as seguintes densidades em 
seus segmentos: mão: 1,20 kg/L, antebraço: 1,16 kg/L, braço: 1,105 kg/L, pé: 1,11 kg/L, perna: 1,10 kg/L 
e coxa: 1,07 kg/L, terá uma densidade corporal de aproximadamente 1,09 kgL. Comparativamente, o 
sujeito B afundará com mais facilidade do que o sujeito A.
A partir disso, é possível afirmar que as características físicas dos sujeitos serão fator de grande 
relevância para determinar sua capacidade de flutuar.
Perceba que, também na figura anterior, os segmentos da extremidade do corpo que são menores 
tendem a ter menor volume e, portanto, apresentam maior densidade, geralmente porque prevalece 
uma proporção óssea maior entre seus tecidos constituintes. Isso comprova que a densidade depende 
tanto da massa do corpo (ou objeto) quanto do volume de água deslocado.
 Observação
Na fórmula usada para determinar a densidade, o valor da variável 
“densidade” fica na linha de cima da equação, enquanto o valor da 
variável “volume de água deslocado pelo objeto” fica na linha de baixo 
da equação. Quando isso acontece, dizemos que essas variáveis terão 
um comportamento inversamente proporcional – ou seja, sempre que o 
valor da variável “volume” aumentar, o da variável “densidade” diminuirá, 
e vice-versa. Por isso, verificamos a tendência de os segmentos corporais 
menos volumosos apresentarem maior densidade, mantida a massa e a 
proporção de tecidos.
Com base no que foi estudado até o momento, é possível discutir como gênero, idade e estilo 
de vida podem influenciar as características físicas dos sujeitos e modificar sua capacidade de 
flutuar ou afundar.
Considerando o osso, por exemplo, vemos na figura a seguir como o desenvolvimento desse 
tecido apresenta variação em sua densidade óssea mineral ao longo de toda vida, e também 
como tal densidade se distingue ao compararmos o gênero feminino e masculino (NORDIN; 
FRANKEL, 2014).
32
Unidade I
Qu
an
tid
ad
e 
de
 m
as
sa
 ó
ss
ea
 (g
rs
 d
e 
Ca
)
Idade (anos)
1000
500
20 40 60 80
Figura 15 – Relação entre massa óssea, idade e gênero
Disponível em: Nordin e Frankel (2014, p. 45).
Nos anos iniciais de vida, a quantidade de massa óssea é menor e há uma tendência de haver 
maior quantidade de gordura corporal. Como descrito na tabela 1, a densidade do osso (1,8 g/cm3) 
é maior do que a densidade da gordura (0,9 g/cm3), e essas duas substâncias influenciam no valor 
de densidade corporal total. Com a tendência de maior quantidade de gordura corporal e menor 
quantidade de tecido ósseo, bebês e crianças tendem a flutuar melhor.
Pensando na comparação entre gêneros, ao longo de toda vida, os homens apresentam uma 
quantidade de massa óssea maior do que as mulheres. Outra característica do gênero feminino é 
apresentar maior quantidade de gordura corporal em relação aos homens. Dessa forma, as mulheres, 
devido a características físicas, tendem a apresentar melhor flutuabilidade do que os homens, pois 
geralmente têm uma densidade corporal total menor.
É importante destacar que os tecidos do corpo humano, quando estimulados por exercícios físicos, 
tendem a aumentar sua massa. Um dos tecidos que apresenta tal adaptação ao exercício é o osso 
(HALL, 2020).
Quando determinado sujeito realiza sessões de musculação frequentes, a cada sessão ele aplica 
forças compressivas sobre os ossos. Essas forças, que são de maior intensidade e volume em relação 
àquelas que o sujeito aplica no corpo quando não está treinando, geram microfissuras nos ossos, que 
estimulam as células a fabricarem mais material para preencher essas microfissuras, aumentando a 
densidade do tecido em questão (HALL, 2020).
Portanto, um sujeito que faz musculação, por exemplo, tende a ter uma densidade corpórea maior 
do que a água (por possuir grande quantidade de massa óssea) e, possivelmente, menor proporção 
de gordura corporal, dificultando sua flutuação. Assim, percebe-se que as características físicas dos 
sujeitos, também são influenciadas por seu estilo de vida.
33
ATIVIDADES AQUÁTICAS
O contrário ocorre com pessoas sedentárias, particularmente se associarmos o estilo de vida à 
idade do sujeito. Conforme apresentado no gráfico, pessoas com mais de 50 anos apresentam perda de 
massa óssea crescente e constante; esse fator aliado ao sedentarismo aumenta a possibilidade desses 
indivíduos apresentarem maior quantidade de gordura corporal. A soma de todos esses fatores pode 
favorecer a flutuabilidade do indivíduo, uma vez que, com menos massa óssea e mais gordura corporal, 
o sujeito tende a apresentar menor densidade corporal totalem relação ao meio líquido.
Nas atividades aquáticas, além das características físicas dos sujeitos, os materiais usados em aulas 
também podem auxiliar na flutuabilidade dos praticantes até que eles se familiarizem com a água.
Tais materiais podem ser: boias infláveis de tamanhos e formatos variados, boias de braço, espaguetes 
(também conhecidos por macarrão), tapetes flutuantes, pranchas e flutuadores de perna (ou pullbuoys). 
Estes materiais estão ilustrados na figura a seguir.
A) B)
D) E) F)
C)
Figura 16 – Materiais de auxílio à flutuação: A) boias infláveis grandes e de 
formatos variados; B) boias de braço; C) espaguete (ou macarrão); 
D) tapetes flutuantes; E) pranchas e 
F) flutuadores de perna (ou pullbuoy)
Disponível em: A) https://cutt.ly/3C0Mzd1; B) https://cutt.ly/HC0Mv0h; 
C) https://cutt.ly/qC0MIas; E) https://cutt.ly/UC0MFfl. Acesso em: 14 set. 2022.
Os materiais em questão diminuem a densidade corporal total do sujeito que o está usando, 
facilitando a flutuação.
Veja na tabela a seguir a densidade de alguns dos materiais usados para fabricação desses acessórios 
para as aulas de natação:
34
Unidade I
Tabela 2 – Densidade das diferentes matérias
Matéria Densidade (g/cm3)
Ar 0,0012
Borracha de EVA (prancha de 300 g) 0,145
Espuma (espaguete de 100 g) 0,014
Adaptado de: Duarte (2004); Scarpellini e Adreatta (2012).
As boias, por exemplo, são feitas com borracha e ar, permitindo a elas flutuarem sobre a superfície 
da água – já que o ar tem uma densidade de 0,0012 g/cm3, e a água de 1 g/cm3.
Uma prancha de natação de 300 gramas apresenta uma densidade média de 0,145 g/cm3, facilitando 
também a flutuação, já que tem densidade menor do que a da água. O mesmo ocorre com o espaguete 
e com os flutuadores de perna.
Lembre-se de que, quando um sujeito usa um flutuador, a massa do objeto soma-se a de seu corpo, 
assim como o volume de água deslocado por este sistema; por esse motivo, a soma das características 
físicas do corpo humano e do flutuador será considerada para o cálculo da densidade total.
Algumas informações que são relevantes para entendermos os cuidados e objetivos referentes ao 
uso dos flutuadores nas atividades aquáticas estão pontuadas a seguir:
• Boias infláveis de tamanho e formato variados: são usadas em estágios iniciais da aprendizagem 
da natação e outras atividades aquáticas para tornar a aula mais lúdica e interessante para 
crianças. Nesse estágio, enfatiza-se a adaptação das crianças ao meio líquido, então o tamanho 
da boia, que poderia comprometer a eficiência do deslocamento no meio líquido, não modifica 
o objetivo e nem atrapalha o desenvolvimento das habilidades a serem desenvolvidas em aula.
• Boia de braço: não é um recurso muito usado nas aulas de natação, mas às vezes os pais adquirem 
esse material para outras atividades aquáticas. As boias de braço deixam as crianças dependentes 
de um flutuador, dificultando o desenvolvimento da habilidade de flutuar e de se deslocar no 
meio líquido de forma autônoma.
• Espaguete (ou macarrão): são muito usados em atividades aquáticas com o objetivo de adaptar 
o aluno ao meio líquido e nos momentos de recreação da aula, nos quais os alunos tendem a 
explorar formas diferentes de flutuar com o auxílio deste objeto.
— O espaguete permite que o aluno o posicione sob a coluna cervical, sob as axilas e sob a coluna 
lombar enquanto explora sua habilidade de flutuação dorsal. Quando há interesse em praticar 
a flutuação ventral, o espaguete pode ser posicionado sob as axilas e sob o abdome. Quando o 
desafio for controlar o equilíbrio do corpo, o espaguete pode ser posicionado sob os pés.
35
ATIVIDADES AQUÁTICAS
— Crianças menores, que podem deixar o espaguete escapar do corpo, devem sempre estar sob 
supervisão. Nadadores experientes, que já se deslocam com grande facilidade no meio líquido, 
podem se incomodar com o uso do espaguete, pois ele gerará maior resistência contra o meio 
líquido, desacelerando seu deslocamento.
• Tapetes flutuantes: é outro importante recurso lúdico para ser usado nas atividades aquáticas. 
Os alunos podem ser estimulados a usar este artefato nas brincadeiras de:
— subir no tapete para pular, desenvolvendo a confiança do aluno para afundar e retornar à 
superfície sem entrar em pânico;
— passar por baixo do tapete, treinando o controle respiratório embaixo d’água;
— deitar sobre o tapete e deixar somente os pés em contato com a água para treinar o batimento 
de pernas, entre outras atividades.
 Observação
Ao usar tapetes flutuantes em aula, o professor deve estar atento à 
possibilidade de o aluno se desequilibrar do tapete e cair na água; tão 
logo isso aconteça, o professor deve se preparar para auxiliar o aluno, se 
necessário. O professor também deve estar atento ao posicionamento do 
tapete na piscina, que deve estar longe das bordas para que, no caso de 
queda dos alunos, eles não corram o risco de bater nas bordas da piscina 
e se machucarem.
• Pranchas: este material pode ser usado nos diferentes níveis de ensino da natação ou em outras 
atividades aquáticas para diferentes fins, como:
— para iniciantes ela serve como apoio e aumenta a capacidade do aluno de flutuar no 
meio líquido;
— para alunos já adaptados ao meio líquido, serve como uma referência para que o aluno consiga 
corrigir a postura dos braços, alinhando-os corretamente diante dos ombros quando a prancha 
é posicionada na frente do corpo;
— para ajudar no controle do equilíbrio do corpo quando o aluno está aprendendo a realizar 
a respiração lateral de nados típicos da natação, como o crawl. Neste caso, a prancha é 
posicionada na frente do corpo e o aluno, a cada ciclo de braço do nado, ficará com apenas 
uma das mãos apoiada na prancha;
— para melhorar a posição horizontal do corpo do aluno em adaptação ao meio líquido na posição 
de costas, ao ser posicionada abaixo da região do quadril;
36
Unidade I
— para nadadores habilidosos, pode ser usada como uma referência para melhorar a biomecânica 
do nado em exercícios educativos, bem como para servir de apoio para as mãos e auxiliar no 
posicionamento correto do corpo quando os nadadores realizam treinos intensos para melhorar 
a propulsão do corpo na água somente com a força das pernas.
• Flutuadores de pernas (pullbuoys): são usados para melhorar a flutuabilidade dos membros 
inferiores em alunos iniciantes. Quando o controle do equilíbrio do corpo no meio líquido não 
facilita o deslocamento do aluno na água, este tipo de boia (que tem forma de 8) pode ser 
usada entre as coxas e próxima ao joelho para melhorar o posicionamento do corpo do aluno na 
horizontal. Com isso, o indivíduo usará essencialmente os braços para se deslocar na água.
— Os nadadores experientes usam o flutuador para inibir o uso das pernas ao se deslocarem 
no meio líquido e treinar o deslocamento somente com a força dos membros superiores. 
Dessa forma, os nadadores experientes percebem e corrigem o equilíbrio corporal nos nados, 
aperfeiçoando a técnica do movimento.
Ainda que haja a possibilidade de uso de materiais flutuantes de acordo com o objetivo da atividade 
e nível de habilidade dos alunos, como descrito anteriormente, é importante destacar que o corpo 
humano dispõe de flutuadores naturais e dinâmicos que podem se encher ou esvaziar de ar conforme 
respiramos – os pulmões.
Os pulmões são de grande importância para controlar a flutuabilidade no meio líquido, porque, ao se 
encherem de ar, diminuem a densidade corporal total – dado que a densidade do ar é de 0,0012 g/cm3, 
como visto na tabela 2, o que facilita a flutuabilidade do sujeito.
A habilidade de usar este flutuador natural do corpo a nosso favor no meio líquido para não afundar 
é adquirida quando o sujeito não entra em pânico e mantém a calma.
Se o sujeito está calmo, sua respiração também ficará controlada e manterá um ciclo respiratório 
constante, equilibrado e com maior volume de ar nos pulmões, o que facilita a flutuação.
Sujeitos em pânico ou tensos acionammais (e por mais tempo) músculos que deveriam estar 
relaxados. Com isso, o corpo gasta mais ATP (adenosina trifosfato) para manter esses músculos 
acionados. A produção de ATP depende do uso do oxigênio consumido, portanto a respiração ficará 
mais acelerada e rasa, o que compromete a capacidade de flutuação do corpo no meio líquido.
 Observação
A adenosina trifosfato (ou ATP) é uma molécula formada por uma 
base nitrogenada de adenina, uma ribose e três fosfatos. Ela é usada pelos 
músculos na contração muscular concêntrica, permitindo o encurtamento 
muscular, que culmina a produção de força muscular para o movimento do 
corpo humano (KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2013).
37
ATIVIDADES AQUÁTICAS
O ATP pode ser fabricado pelo corpo por meio de três metabolismos 
distintos: o anaeróbico alático, o anaeróbico lático e o aeróbico. O tipo de 
metabolismo que será predominantemente usado para fabricá-lo depende 
da intensidade do exercício (ou movimento) e do tempo de permanência 
em atividade (KRAEMER; FLECK; DESCHENES, 2013).
Sujeitos em pânico no meio líquido tendem a usar mais energia e respirar 
menos controladamente. Como já dito, isso compromete o equilíbrio do 
corpo no meio líquido.
 Saiba mais
Para entender melhor a fabricação e uso da molécula de ATP na 
produção de força muscular nos exercícios de diferentes intensidades 
e tempo de execução, leia o capítulo 2, “Bioenergética e satisfação da 
demanda metabólica por energia”, do livro:
KRAEMER, W. J.; FLECK, S. J.; DESCHENES, M. R. Fisiologia do exercício: 
teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
Depois de explorar bastante os conceitos de densidade dos líquidos e do corpo e entender como eles 
influenciam a flutuabilidade do corpo, é preciso desenvolver a habilidade de controlar o equilíbrio no 
meio líquido.
Não basta ter uma boa capacidade física de flutuação se o comportamento do sujeito é desordenado 
e reativo; sua habilidade de flutuar, nesse caso, será comprometida por suas atitudes no meio líquido.
Para adaptar o aluno ao meio líquido e evitar que seu comportamento influencie na sua capacidade 
de flutuar, é preciso desenvolver as habilidades básicas para que o aluno aprenda a ter domínio motor e 
encontre sua nova condição de equilíbrio.
Para tanto, o professor deve compreender como as forças atuam no corpo no meio líquido a fim 
de ensinar aos seus alunos como se controlarem a fim de manter o equilíbrio. Assim, a capacidade de 
flutuação do aluno será otimizada pelo treinamento das habilidades que o mantém em equilíbrio.
É importante ressaltar que a relação e a posição das forças que atuam no corpo quando o indivíduo 
está submerso influenciam a sua capacidade de se equilibrar nesse meio e, portanto, de controlar sua 
flutuabilidade corporal.
Os conceitos que explicam tais relações são: o princípio de Arquimedes e os conceitos de centro de 
massa e centro de volume, que serão apresentados e discutidos na sequência.
38
Unidade I
3.1.2 Capacidade de flutuabilidade/princípio de Arquimedes
Arquimedes de Siracusa foi um grande cientista grego da Antiguidade Clássica que estudou os 
conceitos de matemática, física, engenharia e astronomia grega e inventou o conceito da flutuabilidade 
(SILVA, 2006). Para Arquimedes, todo corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força vertical, com 
sentido para cima e intensidade igual ao peso do líquido deslocado – ou seja, assim como existe uma força 
que atua no nosso corpo o empurrando para baixo, existe, no meio líquido, outra força empurrando nosso 
corpo para cima. As forças em questão são a do peso corporal e a do empuxo, respectivamente.
A força do peso atua no nosso corpo por meio da aceleração da gravidade que empurra a massa 
corporal na direção vertical e no sentido do centro da Terra (chão). Ela é, portanto, uma força vetorial, 
que pode ser representada por um vetor (seta) (DUARTE, 2004).
A força de empuxo, descoberta por Arquimedes, se refere ao volume de líquido deslocado pelo 
volume de um corpo ou objeto que está total ou parcialmente imerso no líquido. Essa força atua na 
direção vertical do corpo ou objeto, mas no sentido oposto ao da força peso – ou seja, empurra o corpo 
ou objeto para cima. A força de empuxo também é uma grandeza vetorial e, por isso, também pode ser 
representada por um vetor (seta) (DUARTE, 2004).
Veja no esquema da figura a seguir como essas forças podem ser representadas:
E
L
S
P
Figura 17 – Relação entre as forças peso (P) e de 
empuxo (E) de um sólido (S) imerso no meio líquido (L)
Fonte: Grupo Unip/Objetivo.
 Observação
Uma grandeza física vetorial pode ser representada por uma letra com 
uma seta sobre ela, como visto na figura anterior. É preciso, no entanto, ter 
cuidado com o significado da seta, que apenas indica que aquela grandeza é 
vetorial, mas não define nem a direção e nem o sentido da força em questão.
Para fazermos uma aplicação prática da relação entre as forças peso e de empuxo, podemos usar um 
dinamômetro a fim de registrar a força de empuxo em diferentes situações.
39
ATIVIDADES AQUÁTICAS
 Observação
Dinamômetro é um dispositivo usado para quantificar a intensidade da 
força total que um sujeito aplica ao dispositivo ao ser manuseado, ou que 
um objeto registra ao ser suspenso por ele.
Essa força é medida em Newtons (N), unidade de medida padronizada 
pelo Sistema Internacional (SI).
O entendimento de como as forças se relacionam é importante para definirmos a capacidade de 
flutuação do corpo ou objeto imerso no líquido, como ilustrado na figura a seguir:
P = 10 NP = 10 NP = 10 N P = 10 N
Pa = 7 N E = 3 N
Pa = 8 N E = 2 N
Pa = 9 N E = 1 N
P1 = 10 N
1 2 3 4
Figura 18 – Registro da força de empuxo com o objeto imerso em níveis de profundidade distintos
Fonte: Grupo Unip/Objetivo.
Na situação 1 apresentada na figura, P é a força peso do objeto fora do meio líquido e P1 é a força 
peso do objeto registrada pelo dinamômetro. Em 2, P é a força peso do objeto, Pa é a força peso do 
objeto registrada pelo dinamômetro no meio líquido (que sofreu influência da força de empuxo) e E é a 
quantidade da força de empuxo registrada quando o objeto está parcialmente imerso no líquido. Em 3, 
P é a força peso do objeto, Pa é a força peso do objeto registrada pelo dinamômetro no meio líquido 
(que sofreu influência da força de empuxo) e E é a quantidade da força de empuxo registrada quando 
o objeto está majoritariamente imerso no líquido. Em 4, P é a força peso do objeto, Pa é a força peso do 
objeto registrada pelo dinamômetro no meio líquido (que sofreu influência da força de empuxo) e E é 
a quantidade da força de empuxo registrada quando o objeto já está totalmente submerso no líquido.
40
Unidade I
Podemos perceber que, quanto mais o corpo do objeto é imerso no líquido, maior é o volume de 
água deslocado, o que faz com que a força de empuxo aumente. Desse modo, quando:
• a força peso do objeto for maior do que a força de empuxo, o objeto afunda;
• a força peso do objeto for menor do que a força de empuxo, o objeto flutua;
• a força peso do objeto for igual à força de empuxo, o objeto fica em equilíbrio neutro dentro do 
líquido – ou seja, permanece na profundidade na qual foi colocado.
Mas será que somente o volume do líquido deslocado pelo objeto interfere na força de empuxo 
e na flutuabilidade dele em um líquido? Não podemos esquecer que a densidade do líquido também 
influencia na capacidade de flutuação de um corpo ou objeto. Líquidos com maior densidade tendem 
a apresentar uma força de empuxo maior, facilitando a flutuação de um corpo ou objeto imerso nele.
Veja na figura a seguir a fotografia de um sujeito flutuando no Mar Morto, em que a proporção de 
sal no corpo d’água é dez vezes maior se comparado com outros mares e oceanos. Tamanha salinidade 
compromete a vida aquática, mas favorece a flutuabilidade.
Figura 19 – Sujeito flutuando no Mar Morto
Disponível em: https://cutt.ly/AC8C8Xz. Acesso em: 14 set. 2022.
Para cada litro de água doce deslocadapor um corpo ou objeto imerso nela, temos uma força 
de empuxo capaz de suportar 1 kg de peso desse mesmo corpo ou objeto. No entanto, para cada 
litro de água salgada deslocada por um corpo ou objeto imerso nela, temos uma força de empuxo 
capaz de suportar 1,03 kg de peso desse mesmo corpo ou objeto – portanto, a capacidade de 
flutuar na água doce é menor do que na água salgada.
41
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Até o momento, discutimos as forças que atuam em determinado corpo ou objeto no meio líquido 
e os fatores que influenciam a variação da intensidade dessas forças que facilitam ou dificultam a 
flutuação; no entanto, os locais em que cada uma dessas forças (peso e empuxo) incide no corpo 
humano para que o sujeito consiga se manter em equilíbrio no meio líquido precisam ser compreendidos.
3.1.3 Estabelecimento do equilíbrio de flutuação
Ao considerarmos apenas o corpo humano, seu centro de massa (CM) é definido pelo ponto 
imaginário em torno do qual a massa de todos os segmentos do corpo está distribuída igualmente 
(DUARTE, 2004). Esse ponto está representado na figura a seguir:
CM
Figura 20 – Representação do centro de massa (CM) do corpo humano sobre uma balança
Adaptado de: Hall (2020, p. 527).
Perceba que na figura o sujeito está totalmente equilibrado sobre uma balança, sustentada apenas 
por um eixo central em forma de triângulo – o que mostra que tal triângulo foi posicionado exatamente 
na vertical do CM do corpo do sujeito.
Como vivemos em um meio em que a aceleração da força da gravidade atua com intensidade 
equivalente sobre a massa de todos os segmentos do nosso corpo, temos que o local do CM do corpo 
será o mesmo do local do centro de gravidade do corpo (CG) – já que, o CG do corpo é definido pelo 
ponto imaginário em torno do qual os pesos de todos os segmentos corporais estão distribuídos de 
forma equivalente (DUARTE, 2004). Veja a figura a seguir:
P
CG
Figura 21 – Representação da força peso (P), que incide no centro de gravidade 
(CG) do corpo humano sobre uma balança
Adaptado de: Hall (2020, p. 527).
Portanto, o CM e o CG do corpo coincidem, havendo apenas a inclusão do vetor da força peso na 
figura para representar o CG do corpo humano em posição de equilíbrio sobre uma balança.
42
Unidade I
No entanto, no meio líquido, não há uma tábua abaixo do corpo do sujeito para que ele se mantenha 
na posição horizontal, o que cria uma tendência de o corpo livre e imerso na água girar para assumir 
outra forma de equilíbrio, geralmente afundando as pernas.
Um dos motivos para a posição de flutuação do corpo relaxado ser mais verticalizada é o fato 
de o braço de alavanca dos membros inferiores ser maior do que o braço de alavanca dos membros 
superiores, ambos em relação ao CG do corpo, como ilustrado na figura a seguir:
Direção da rotação
Centro 
de gravidade
PMMII
BAPMMII BAPMMSS
PMMSS
Figura 22 – Representação das forças que atuam sobre um corpo submerso em água
Adaptado de: Hall (2020, p. 581).
A figura mostra a força peso dos membros inferiores (PMMII) e a distância ou braço de alavanca (BAPMMII) 
dessa força em relação ao centro de gravidade do corpo; e da força peso dos membros superiores (PMMSS) 
e da distância ou braço de alavanca (BAPMMSS) dessa força em relação ao centro de gravidade do corpo. 
Essa dinâmica faz com que a força de rotação criada pelos membros inferiores em relação ao CG do 
corpo seja maior do que a força de rotação criada pelos membros superiores em relação ao mesmo ponto.
 Observação
O braço de alavanca é uma das variáveis que compõe a força rotacional 
que incide sobre o corpo, conhecida como torque. O torque é definido pela 
força que está a uma determinada distância (ou braço de alavanca) de um 
eixo, fazendo com que tal força provoque uma rotação no corpo em que 
ela está incidindo (HALL, 2020).
Quanto maior for a força e a distância em relação ao eixo de rotação, 
mais fácil será girar o corpo.
43
ATIVIDADES AQUÁTICAS
Na figura a seguir, além do maior braço de alavanca dos membros inferiores em relação ao dos 
membros superiores em torno do CG do corpo, destaca-se que a porção superior do corpo tende a 
apresentar menor densidade do que a da água. Isso ocorre porque nessa região temos os pulmões que, 
ao se encherem de ar, diminuem a densidade do tronco e favorecem a flutuação dessa parte do corpo, 
facilitando ainda mais o giro do corpo em direção às pernas.
O volume de ar captado pelos pulmões gera uma diferença de densidade entre as porções superior e 
inferior do corpo, que influencia o local sobre o qual a força de empuxo atua no corpo imerso em água. 
Esse local é conhecido como centro de volume (CV).
O CV é o ponto imaginário em torno do qual o volume do corpo está distribuído igualmente. Quando 
o sujeito flutua com o corpo relaxado na água, o CV fica mais próximo da cabeça – o que também gera 
um torque em torno desse ponto, que tende a empurrar os membros inferiores para baixo.
Direção da rotação
Centro 
de volume
PMMII
BAPMMII BAPMMSS
PMMSS
Figura 23 – Representação da força peso dos membros inferiores (PMMII) e da distância 
ou braço de alavanca (BAPMMII) desta força em relação ao centro de volume do corpo; 
e da força peso dos membros superiores (PMMSS) e da distância ou braço de 
alavanca (BAPMMSS) desta força em relação ao centro de volume do corpo
Adaptado de: Hall (2020, p. 581).
Portanto, quando o sujeito flutua na água com o corpo relaxado em decúbito dorsal, geralmente 
existe a tendência da verticalização do corpo – o que não significa que o aluno “não sabe” ou “não 
consegue” flutuar. Tal verticalização se dá pela diferença de tamanho entre os braços de alavanca das 
forças peso e de empuxo e pela menor densidade do tórax em relação aos membros inferiores. Por conta 
desses fatores, as forças peso e de empuxo se alinham na direção vertical, igualando o torque do corpo 
e fazendo com que, nessa posição, o valor do torque em torno de CM e CV seja igual a zero, deixando o 
corpo em equilíbrio estável (conforme a figura a seguir).
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Unidade I
Empuxo
Centro 
de volumeCentro 
de gravidade
Peso
Figura 24 – Alinhamento das forças peso e de empuxo na direção vertical 
com o sujeito submerso na água, posição de equilíbrio estável
Adaptado de: Hall (2020, p. 581).
Exemplo de aplicação
Um aluno, que ainda não está adaptado ao meio líquido e tem um pouco de medo de água, deseja 
aprender a se equilibrar flutuando em decúbito dorsal.
O professor sabe que existe uma tendência de o corpo girar para a direção das pernas e que este 
posicionamento do corpo pode fazer o aluno afundar a cabeça na água e se desesperar pelo medo 
que tem dela.
Uma forma de evitar que o rosto afunde na água é manipular os segmentos do corpo para mudar 
o tamanho dos braços de alavanca dos membros inferiores e superiores em relação às forças peso e de 
empuxo, facilitando o controle do equilíbrio do corpo no meio líquido.
Essa manipulação pode ser conseguida pela flexão das articulações do joelho, que diminui o braço 
de alavanca dos membros inferiores em relação às forças peso e de empuxo, e pela flexão dos ombros 
e extensão dos cotovelos para elevar as mãos acima da cabeça, a fim de aumentar o braço de alavanca 
dos membros superiores.
Além disso, o aluno deve controlar a respiração para garantir uma densidade do tórax menor do que 
a densidade da água, evitando que a boca e a cabeça afundem. Na expiração, o ar que sai dos pulmões 
diminui o volume interno dessa estrutura, o que aumenta a densidade do tórax. Solicitar que o aluno 
realize uma leve extensão da coluna cervical no instante da inspiração também ajuda a manter a boca 
e o nariz fora da água.
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ATIVIDADES AQUÁTICAS
Quando o objetivo da aula for somente trabalhar a flutuação estável do corpo, sua verticalização é 
aceitável; mas, ao considerar a necessidade de se deslocar no meio líquido, tal posicionamento aumenta 
a resistência da água sobre o corpo e dificulta seu deslocamento. Assim, o sujeito deve aprender a 
controlar

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