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Alciris Marinho Corrêa Rodrigues Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família Unidade 4 Livro didático digital Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfi co MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor ALCIRIS MARINHO CORRÊA RODRIGUES Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá. Meu nome é ALCIRIS MARINHO CORRÊA RODRIGUES. Sou formada em Enfermagem e Bacharel Administração em Empresas, com uma experiência técnico-profissional na área de enfermagem com mais de 28 anos. Desde o meu primeiro emprego trabalho no serviço público de saúde, já trabalhei em Estratégia saúde da Família por 12 anos, como professora universitária em cursos de Gestão em Saúde, há mais de 20 anos como professora de curso de enfermagem, fui enfermeira do Programa Melhor em Casa, hoje atuo como enfermeira do setor de Regulação nos serviços de saúde. Amo o que faço, e sempre procuro aperfeiçoar-me estudando em outras áreas. Amo estudar, esta é a minha grande paixão, o conhecimento tem a capacidade de transformar vidas, e contribui para construção de um mundo melhor... enfim, o conhecimento nos faz a cada dia sermos mais humanos, é a luz de tudo. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Autor ALCIRIS MARINHO CORRÊA RODRIGUES INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográfi cas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refl etido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográfi cos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfi co de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Introdução.............................................................................10 Competências......................................................................11 Núcleo ampliado de saúde da família e atemção básica (nasf-ab) ampliação da abrangência.............12 O papel de abrangência do NASF no fortalecimento da ESF............................................................................................................12 Cenário de ampliação do Núcleo Ampliado de Saúde da Família....................................................................................................15 O NASF- AB no escopo das ações da Atenção Primária...................................................................................19 O NASF AB, no fortalecimento das ações em equipe..........................................................................................................20 O NASF AB, e a reformulação do trabalho na PNAB/2017................................................................................................23 O NASF AB, e a ampliação na atuação da equipe atenção básica........................................................................................26 Núcleo de apoio à saúde da familia-NASF, e sua capacidade de resolutividade.......................................28 O NASF AB, e a avaliação da efetividade do NASF AB junto a APS.................................................................................................31 Processo de territorialização na estratégia saúde da família.....................................................................................34 A territorialização na estratégia saúde da família...........34 A territorialização e adstrição na estratégia saúde da família............................................................................................................38 A territorialização na organização estratégia saúde da família...........................................................................................................39 As divisões dos territórios SUS..................................................40 Territórios vivos e instrumentos metodológicos no processo de trabalho na ESF.......................................................45 Região de saúde em seus aspecto organizativos........48 Fases da territorialização................................................................50 Fase preparatória ou de planejamento.................50 Fase de coleta dos dados/informações..............50 Fase de análise dos dados...............................................51 Bibliografia...........................................................................56 Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 9 UNIDADE 04 Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família10 Você sabia que o NASF AB, como vimos na unidade 3, o NASF AB veio com a proposta de oferecer a assistência às demandas populacionais não obtidas pelas equipes que compõem a Estratégia de Saúde da Família (ESF), como apoiadora dessas equipes na concretização da rede de serviços ofertados aos usuários e na ampliação de sua abrangência, com a finalidade de qualificar a assistência dos usuários do serviço de saúde, no plano da Atenção Básica, que necessitava de ações mais fortalecidas e eficazes. Contrapondo o modelo convencional de assistência curativa, fragmentada, a proposta de processo de trabalho do NASF AB, veio para inovar a assistência em direção à corresponsabilização e à gestão integrada do cuidado, fazendo atenção do cuidado compartilhado com a equipe, que envolvam o projeto terapêutico que seja singular voltado ao usuário. A Unidade 4, vai levar você a uma verdadeira trajetória do NASF, desde a sua concepção até os dias contemporâneos, ressaltando o crescimento desde núcleo, a ampliação da oferta de serviços de saúde na ESF. Entretanto, esse fato ainda está em vistas de efetiva concretização. Então vamos lá! Navegar na galáxia do conhecimento! Então! Vamos para a nave! INTRODUÇÃO Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender como funciona a ampliação e a abrangência do NASF; 2. Identificar o escopo das ações da Atenção Primária; 3. Entender problemas das equipes, comunidade, pessoas e do território de abrangência apresentando resolutividade nas questões; 4. Avaliar a importância da territorialização no processo de reconhecimento da ESF. Então? Preparado para o fim da viagem no trem do conhecimento, onde a cada estação tivemos o reconhecimento de um saber? Vamos lá! a última estação do conhecimento, a Unidade 4! COMPETÊNCIAS Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família12 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) - ampliação da abrangência Ao término deste capítulo você estará capacitado para entender qual a importância do NASF-AB como estratégia de fortalecimento da atenção básica, como estas equipes funcionam, reconhecendo o verdadeiro potencial alcance no progresso da qualidade da assistência, é relevante, considerando que a organização do processo detrabalho, a identificação das fragilidades e potencialidades dentro do espaço onde estas famílias estão adscritas, realizando o fortalecimento da ESF, e pautando quão é importante o crescimento da implantação do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica como influência direta na melhoria da qualidade da assistência das equipes de atenção primária. E então vamos lá? Motivado para desenvolver a 4º e última competência? Então vamos lá! Navegue nos rios de conhecimento, e veja o quanto é prazerosa a onda da aprendizagem!! O papel de abrangência do NASF no fortalecimento da ESF O crescimento da implantação do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica no Brasil, teve efeito direto sobre a questão de melhoria da qualidade da assistência das equipes de atenção primária tornando-se imprescindível para reorganização do processo de trabalho das ESF, em relação a estes núcleos. A PNAB de 2011, o Ministério da Saúde, veio com a finalidade de que o NASF tinha como proposta a Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 13 ampliação do escopo, pautando-se na abrangência e a resolutividade das ações promovidas pela ESF em conexão com a equipe NASF. A atuação dos profi ssionais do NASF objetivava a melhoria do processo de trabalho com temáticas e populações específi cas, transversalmente vindo do apoio matricial, no seu próprio território de abrangência. As ações as quais o NASF trouxe como proposta era o embasamento ideológico marcado na integralidade do cuidado aos usuários assistidos, com visão ampliada da clínica, a saúde irá depender de fatores biológicos, assim como da atuação dos profi ssionais de saúde, onde irão analisar e intervir (BRASIL, 2011). IMPORTANTE: Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), como já vimos na Unidade 3, foram criados em 2008, seu primordial objetivo maior foi o fortalecimento e a busca da consolidação da Atenção Básica no País, ampliando as demandas de ofertas de saúde na rede de serviços, apontadas na resolutividade, a abrangência e a qualifi cação das ações. À medida que os elencos de serviço de saúde foram ampliados, pela admissão das nove áreas de atuação do NAS AB estratégicas, que são práticas integrativas e complementares, reabilitação, alimentação e nutrição, saúde mental, serviço social, saúde da criança, do adolescente e do jovem, saúde da mulher e assistência farmacêutica. Foram avaliadas a ampliação do acesso e a entrada do profi ssional nas residências das famílias, permitindo um contato Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família14 próximo com a comunidade da área abrangida e a escuta de novas demandas que antes não eram de conhecimento do profi ssional e ao serviço (SUNDFELD, 2010). NOTA: As Portarias GM/MS nº 154/2008 e 2.843/2010 foram revogadas pela Portaria GM/MS nº 2.488, de 2 de outubro de 2011. Nesse interim, aconteceram alterações no NASF, que passaram a ser somente duas modalidades: NASF 1 e NASF 2 (BRASIL, 2011a). Adverte-se que os dispositivos das portarias anteriores que não havia confl ito a portaria permanecem em vigor. O NASF 3 foi suprimido a partir da publicação da Portaria GM/MS nº 2.488/2011 e se tornou automaticamente NASF 2. Os municípios com projetos de NASF 3 anteriormente deveriam ser enviadas ao MS e para a Comissão Intergestores Bipartite informando as alterações realizadas. Permanecendo garantido o fi nanciamento dos NASF intermunicipais já habilitados em data anterior, no entanto fi caram extintas as probabilidades de implantação de novos NASF intermunicipais (BRASIL, 2011a). Porém com a publicação da Portaria 3.124, de 28 de dezembro de 2012, o Ministério da Saúde criou uma terceira modalidade de conformação de equipe: o NASF 3, abrindo a possibilidade de qualquer município do Brasil aderir à implantação de equipes NASF, desde que tenha ao menos uma (01) equipe de Saúde da Família.( http://aps.saude.gov.br/ape/nasf) Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 15 Em 2018, o Ministério comemorou dez anos da criação do NASF-AB. Nesta perspectiva, a ESF destaca- se como: estratégia pública e principal articuladora dos cuidados primários de saúde do indivíduo, da família e da comunidade, devendo percorrer e transformar caminhos que avaliassem os determinantes sociais da saúde de dada comunidade. De forma consecutiva, o NASF teria aporte legal e instrumental suscetíveis de proximidade dessa realidade, confi gurando-se no apoio matricial efetivo para as Equipes da ESF (BRASIL, 2011). ACESSE: E então quer saber mais sobre os núcleos de apoio, e quantas ESF, devem ser para cada tipo de NASF AB? Então acesse a https://aps. saude.gov.br/ape/nasf/implantar/, e saiba sobre as Legislações do NASF AB. Cenário de ampliação do Núcleo Ampliado de Saúde da Família Para que a ampliação e o fortalecimento da Atenção Básica se aconteçam de forma integral, além das noves áreas temáticas que são: as práticas integrativas e complementares, a reabilitação, alimentação e nutrição, saúde mental, serviço social, saúde da criança, do adolescente e do jovem, saúde da mulher e assistência farmacêutica. Neste cenário, a nova PNAB-Política Nacional de Atenção básica, traz novas perspectivas associadas ao processo de trabalho tendo ainda que as equipes do Nasf- AB trabalhem atuando de maneira integrada, e proporcionando suporte clínico, pedagógico e Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família16 sanitário aos profi ssionais das eSF e eAB. (PNAB,2017). O Programa Saúde na Escola, também faz parte dos programas de AB. Outro fator de suma importância, podemos visualizar, é que o NASF, tem em sua composição profi ssionais de distintas áreas de conhecimento, devendo os seus protagonistas atuarem de forma integrada, apoiando as eSF (Equipes de Saúde da Família) e das e AB(Equipes de Atenção Básica) que pode atuar em populações específi cas. Denota- se claramente um esforço de processo de trabalho que possa ser compartilhado com a vinculação das equipes de AB, tais como os Consultórios de Rua, Equipes de Saúde da Família ribeirinhas e unidades móveis fl uviais, desenhadas e confi guradas em sua especifi cidade dentro do contexto e da realidade que os cerca, temos ainda o Programa Academia da Saúde, instituído pela Portaria GM/MS nº 719/2011, (BRASIL, 2011b). Desta forma, o NASF torna-se a mola mestra propulsora na integralização da proposta de fortalecimento AB. Figura 1 - Crescimento do NASF AB- Série Histórica de 2008-2019 Fonte: SAGE- Gestão Estratégica (http://sage.saude.gov.br/#) (Acesso em 04/08/2019) Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 17 A análise do gráfico da SAGE-Sala de Apoio a Gestão Estratégica, mostra a série histórica de 2008 a abril de 2019, podemos ver que Brasil teve um crescimento enorme com a implantação de novos NASF. Se em 2008, detinha NASF 1(369), e NASF 2(26). Esse crescimento com as novas implantações e implementações foram na tipologia NASF 1(3.191); NASF 2(1.000); NASF3(1.000), mostrando a diferença do ano de 2008, a abril de 2019 foram criados (2.822) NASF1; e sendo a proporção de crescimento de NASF2(974). O Ministério da Saúde norteia que o NASF foi designado com o objetivo de ampliar o escopo, abrangência e resolutividade das ações da APS, com ação conectada a dos profissionais da ESF, não se instituindo como centro ou unidade de referência. O desempenho dos profissionais do NASF, não deve se pontuar como um serviço especializado, uma vez que seu crescimento e implantação envolve o processo de trabalho e por isso deve ser o apoiador das equipes da ESF em temas e populações características por meio do apoio matricial, em seu território de abrangência (BRASIL,2011). Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família18 RESUMINDO: Você já prestou atenção que desde a instituição da Lei 8.080/90, muito progresso aconteceu no SUS? Foram várias novas políticas, portarias, programas, resoluções,notas técnicas, e muito mais, tudo muito pensado e repensado para que possamos ter o Sistema Único de Saúde, a fi m de fortalecer a essência doutrinária, ainda temos muito a caminhar, muitas pedras surgirão com certeza, mas para que esse sistema de saúde torne- se um ícone no mundo, será necessário a participação de todos, e quando digo todos .... ninguém mesmo de fora, somos todos partes da construção deste processo....Pensemos então...voltando ao NASF...Bem os Consultórios de Rua, tem as suas equipes que realizam atividades de forma itinerante, ampliando suas ações da atenção básica nas ruas da cidade, é a atenção básica chegando ao grupo morador de rua...como poderíamos integralizar ações deixando-os de fora? , essas ações a esses moradores se ampliam também em outros níveis de assistência e no emaranhado e cruzamentos de nossa redes de saúde e em seus pontos de inserção, desenvolvendo ações em parceria com as demais Equipes de Atenção Básica do território – as UBS e os NASF –, contracenando com outras redes de assistência quando necessárias tais como as de Atenção Psicossocial, a Rede de Urgência e com os serviços e instituições que compõem o Sistema Único de Assistência Social, e outras estabelecimentos públicos e também da sociedade civil. Temos também as Equipes de Saúde da Família especialmente criadas para a População Ribeirinha que corrobam a Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 19 maioria de suas funções como as das unidades básicas de saúde localizadas nas comunidades pertencentes à área adscrita. As Equipes de Saúde da Família Fluviais, cumprem suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais, prestando assistência àquela população. Então se pensarmos na abrangência do papel do NASF na solidificação destas ações de todas estas equipes, podemos visualizar a ampliação de suas intervenções contando com o apoio dos NASF, em funcionamento no município. Podemos também por meio da utilização das Academias de Saúde, ampliar a capacidade do NASF, no quesito intervenção coletiva, em conexão com todas as equipes de Atenção Básica no território. Não é lindo? A integração de equipes, as redes as ações, os programas… tudo o que puder fortalecer a atenção ao nosso usuário. Por um SUS mais efetivo. Esse é o SUS que queremos! O NASF- AB no escopo das ações da Atenção Primária O objetivo desta temática se insere O NASF AB E A ESF, na proposta de fortalecimento da ESF, voltada para o desenvolvimento e aprimoramento do novo modelo de atenção à saúde, norteado ao trabalho de equipe multiprofissional. Ainda idealizar como na prática poderemos realizar ações coletivas e atenção direta ao usuário determinada na equidade, integralidade, qualidade da assistência, e da participação social direcionadas ao usuário, família, comunidade, que Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família20 serão capazes de produzir saúde em seu contexto integral. Então vamos lá! O NASF AB, no fortalecimento das ações em equipe A implantação do NASF AB, é uma estratégia inovadora, e implica na necessidade de equipe construir espaços físicos rotineiros com dimensões de suporte para concretizar reuniões, planejamentos e discussão de casos, objetivando determinar projetos terapêuticos para serem compartilhados por toda a equipe de formato valido e reconhecida por gestores, na configuração de PTS e de PST (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2010). O fortalecimento das ações em equipe vão se dá no organizar da equipe, para tanto, é necessário que a função planejar seja muito bem traçada, a equipe deve marcar e planejar reuniões, na construção de agendas o compartilhar é extremamente necessário em todos os sentidos, lembrem-se que o compartilhar de saberes neste processo de integralidade é o ponto de partida de qualquer agenda de equipe, outro ponto seria equilibrar de forma dinâmica o conjunto de atividades que serão realizadas a partir do rol de demandas do território. É essencial, para que isso aconteça, que cada profissional do NASF AB, tenha a agenda de trabalho, e que todos conheçam e pactuem com os demais membros do NASF AB, os gestores e dos profissionais das UBS também devem ter conhecimento. Para tanto, deve-se evitar que isso não acabe sendo um processo burocrático ou restritivo. (BRASIL,2014). Ante os encargos que lhes são atribuídos, as equipes do NASF AB admitem o compromisso com a população e com a ESF, apoiando a identificação Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 21 das obrigações de saúde comunitária do mesmo modo em que fortalecem as equipes de referência. O desempenho do NASF AB deverá ser analisado não só por indicadores de resultado para a população, os indicadores do resultado, também devem ser avaliados na ação em equipe (BRASIL, 2011c). O processo de trabalho dessas equipes deve estar sustentado na busca pela longitudinalidade e pela integralidade da atenção, pela coordenação da assistência e pela participação comunitária. (VERDI et al,2016). Parte-se do seguinte pressuposto a coordenação do processo de trabalho é a mola motriz do trabalho do NASF AB. Os casos atendidos na ESF passam a serem avaliados em cada área profissional que formam a composição do NASF. Outro referencial da abrangência na implantação e implementação da abrangência destes núcleos de apoio, temos quando acontece o compartilhamento e o acompanhamento longitudinal do usuário na Rede de Atenção à Saúde municipal, pois a equipe do NASF AB, articula ações da ESF, e na necessidade do usuário ou da comunidade, a articulação também com outros serviços tais como: CEREST, CAPS, redes sociais e comunitárias, no tocante a atividades e ações educativas, dentre outras. As carências na formação dos profissionais para as práticas na ESF extrapolam os saberes técnicos das profissões, uma das principais justificativas para o apoio matricial do NASF. Capacitar os profissionais que hoje estão trabalhando na ponta é fundamental para que eles possam atuar de forma coerente com os princípios que norteiam a ESF, reestruturando a lógica do atendimento (CUTOLO, 2010). O acordo de que o trabalho em equipe institui a base dessa proposta de modificação que deve conduzir Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família22 a um processo de construção de novas práticas no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Considera- se indispensável que os trabalhadores, entrelaçados nessa estratégia, profi ram uma dimensão nova na ampliação do trabalho em equipe, congregando não apenas de conhecimentos novos, mas transformação na cultura e no compromisso de coparticipação na gestão da assistência, que afi ancem uma prática ajustada na promoção da saúde. (ARAÚJO,2007). De acordo com o Ministério da Saúde, a disposição do processo de organização do trabalho dos NASF, nos territórios de sua responsabilidade, deve ser estruturada priorizando a intercessão interdisciplinar com troca de saberes, e o trabalho intersetorial (BRASIL,2010). EXPLICANDO MELHOR: A fi m de garantir a integralidade da atenção, e a proposta de matriciamento, fundamentados no direcionamento do Sistema Único de Saúde, podemos pautar a contribuição de diversas especialidades e profi ssionais na construção do trabalho NASF AB com sua inserção de abrangência implementada na ESF, obedecendo os critérios de atendimento do usuário, compartilhamento de saberes, integração de equipes AB, rede compartilhada pautada na referência e o apoio. Finalizando, esse processo visa garantir às equipes das UBS um máximo apoio quanto à responsabilização de todas as equipes dentro da assistência. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 23 O NASF AB, e a reformulação do trabalho na PNAB/2017 Essa estratégia vem trazer probabilidades maximização da oferta de práticas integrativas e complementares, mais à frente da oferta da melhor tecnologia disponível para parte das doenças crônicas; não obstante, possibilita uma reflexão acerca de tratamentosbaseados apenas na medicalização de pacientes (MENDONÇA, 2009). A Portaria nº 2.436/2017 designa o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), mudando a antiga denominação da sigla, transformando o escopo do remoto NASF, afastando a função somente de apoio, ampliando a função clínica. O NASF-AB se compõe de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar categorizadas por profissionais da saúde, complementária às equipes de AB. Os profissionais que formam essa equipe, trabalham de forma integrada a fim de atender a demanda de suporte. A equipe realiza seu trabalho de maneira horizontal e interdisciplinar consonância com os outros profissionais, da equipe garantindo a prestação de cuidados assistenciais diretos à população e a longitudinalidade do cuidado. De acordo com a PNAB,2017, a reformulação do trabalho das A Atenção Básica como contato preferencial dos usuários na rede de atenção à saúde orienta-se pelos princípios e diretrizes do SUS, a partir dos quais assume funções e características específicas. Analisa as pessoas em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral, por meio da promoção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, do diagnóstico, do tratamento, da Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família24 reabilitação e da redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer sua autonomia. Dessa forma, relembrando o que já foi apontado em outros capítulos, processo de trabalho na Atenção Básica de uma forma rápida, está pontuado segundo a PNAB,2017, esta forma de trabalho vai ser incorporada a ESF e ao NASF.(http://bvsms.saude.gov. br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/ comum/250693.html). Compete de forma geral específica à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica: Planejar em conjunto com as equipes de Atenção Básica à que estão vinculadas; Gerenciar as filas de espera, impedindo a prática do encaminhamento desnecessário, com base nos processos de regulação locais (referência e contrarreferência); ampliando-a para um procedimento de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes de Atenção Básica; Colaborar para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS especialmente por intermédio da ampliação da clínica, amparando no acrescentamento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários; e Fazer discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no território. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 25 O NASF AB, com o objetivo de acordo com a nova PNAB, vem com a proposta de transformar o escopo do antigo NASF, separando a função somente de apoio, ampliando a função clínica em todas as equipes. RESUMINDO: Sendo assim, em consonância com as atribuições correspondentes de todas as equipes de atenção básica sejam gerais ou direcionadas a confi guração da equipe, o NASF AB, tem um importante papel, junto com a eSF e eAB, esse papel se dispõe pelo território e usuários, produz responsabilidade solidária pelo cuidado, e amplia o escopo de ações de AB e cooperando para o acrescentamento da resolubilidade da AB, maximizando a capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, em termos clínicos quanto sanitários, agregando os diversos núcleos profi ssionais que fazem parte da AB. Temos algumas ações realizadas pela equipe multiprofi ssional, tais como: os grupos operativos , os atendimentos compartilhados, os atendimentos individuais, as discussões de casos, a preparação de planos de cuidado e as ações de educação popular e promoção da saúde. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família26 O NASF AB, e a ampliação na atuação da equipe atenção básica O NASF-AB atenta para o trabalho interdisciplinar com as equipes, além disto funciona como apoio a organização da clínica e do cuidado em saúde, a partir da cooperação solidária e integração mútua com as equipes de APS. As ações realizadas pelos profissionais do NASF AB, ocorrem nas unidades de atenção primária à saúde, podendo o trabalho acontecer em espaços das academias de saúde, em domicílios e na comunidade, nas escolas, nos clubes de mães, em centros comunitários, dentre outros. Quanto a responsabilidade sanitária do NASF-AB ela é complementar à das equipes de APS. As equipes multiprofissionais do NASF AB, somam-se aos profissionais já existentes nas equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS). A integração entre os profissionais do NASF AB e outras equipes de Atenção Básica, vão estender o raciocínio clínico, epidemiológico e sociopolítico sobre a verdadeira realidade do território, identificando os meios eficazes a fim de prevenção de agravos e promoção a saúde da população. As equipes do NASF AB, deve ater-se ao trabalho colaborativo e interdependente, porém norteado ao planejamento das equipes da APS, acrescentam uma análise valorativa e intervencionista sobre as demandas e necessidades apresentadas como concretas das pessoas e grupos sociais, no território contextualizado. Somente desta maneira o trabalho produzirá ações virtualmente mais compreensivas do que as apontadas em trabalhos segmentados ou realizados por apenas um profissional aquele usuário, comunidade e família. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 27 A dinâmica é perceber que a atenção multiprofissional interdisciplinar não é um mero grupo de distintas pessoas com múltiplos saberes vindos de suas várias profissões, este dinamismo pauta-se nesta atuação conjunta de equipes dentro da APS. O trabalho multiprofissional interdisciplinar acomoda um valor agregado de olhos e escutas da equipe multiprofissional, de insights de díspares associações de conhecimentos e de um espectro ampliado de muitas habilidades e, por isso, tem sido analisado por critério de qualidade da atenção primária à saúde. Para que o trabalho interdisciplinar se harmonize e para que a coesão se constitua são imperativas as consequentes características: a definição de objetivos gerais e objetivos específicos mensuráveis; a implantação de sistemas clínicos e administrativos; a clara divisão do trabalho; a educação permanente de todos os profissionais; e o processo de comunicação efetivo. É de principal seriedade que se constitua uma clara divisão de trabalho na equipe (MENDES, 2016). Com o trabalho organizado com na lógica do Apoio Matricial, não há transferência, o usuário não é mais referenciado ou encaminhado para um serviço especializado, mas sim compartilhado, sendo a responsabilidade pela condução do caso da equipe de referência (CAMPOS, 1999). Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família28 Figura 1 - Síntese das ideias vinculadas ao Apoio Matricial Apoio das temáticas do NASF e respectivos focos de atuação junto à ESF Fonte: BRASIL, 2010.]] Núcleo de Apoio à Saúde da Família- NASF, e sua capacidade de Resolutividade Nesta temática você apenderá como o núcleo de apoio à saúde da família na Atenção Primária à Saúde pauta-se no conjunto de conhecimento e ações, que demanda uma intervenção ampla em múltiplos aspectos visando a qualidade de vida da população. O Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), que tem como fi nalidade de inserção da clínica ampliada a equipe de Saúde da Família na rede de serviços e estender a abrangência e a resolutividade das ações da Atenção Primária em Saúde no país. O NASF faz parte desta contribuição para resolutividade da Atenção Primária à Saúde. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 29As Ações e Resolubilidade do NASF. De acordo com o (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ nucleo_apoio_saude_familia_cab39.pdf ): Desenvolver projetos e ações intersetoriais, para a inclusão e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência; Orientar e informar a pessoas com deficiência, cuidadores e ACS sobre manuseio, posicionamento, atividades de vida diária, recursos e tecnologias de atenção para a atuação funcional frente às características específicas de cada indivíduo; Ampliar ações de Reabilitação Fundamentada na Comunidade RBC que pressuponham valorização do potencial da comunidade, idealizando todas as pessoas como agentes do processo de reabilitação e inclusão; Acolher, apoiar e orientar as famílias, especialmente no momento do diagnóstico, para o manejo das ocorrências originárias da deficiência dos seus componentes; Acompanhar o uso de equipamentos auxiliares e encaminhamentos quando necessário; Realizar encaminhamento e acompanhamento dos indicativos e concessões de órteses, próteses e atendimentos específicos concretizados por outro nível de atenção à saúde; E realizar ações que facilitem a inclusão escolar, no trabalho ou social de pessoas com deficiência. Desenvolver o Planejamento Estratégico, atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades desenvolvidas pelas ESF e de Internação Domiciliar; Ações que se integrem a outras políticas sociais como: educação, esporte, cultura, trabalho, lazer, entre outras; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família30 Elaborar estratégias de comunicação para divulgação e sensibilização das atividades dos NASF, além de divulgar material educativo e informativo nas áreas de atenção dos NASF; Elaborar projetos terapêuticos individuais PTS: discussão periódicas, realizando ações multiprofissionais e transdisciplinares. Ações de Atividade Física/Práticas Corporais; Ações das Práticas Integrativas e Complementares (Acupuntura e Homeopatia); Ações de Reabilitação; Ações de Alimentação e Nutrição; Ações de Saúde Mental; Ações de Serviço Social; Ações de Saúde da Criança; Ações de Saúde da Mulher; Ações de Atenção à Saúde Auditiva; Ações de Assistência Farmacêutica; Realizar diagnóstico, com levantamento dos problemas de saúde que requeiram ações de prevenção de deficiências e das necessidades em termos de reabilitação, na área adscrita às ESF; Desenvolver ações de promoção e proteção à saúde em conjunto com as ESF abraçando os aspectos físicos e da comunicação, como consciência e cuidados com o corpo, postura, saúde auditiva e vocal, hábitos orais, amamentação, controle do ruído, com vistas ao autocuidado; Ampliar ações para subsidiar o trabalho das ESF no que diz respeito ao desenvolvimento infantil; Ampliar ações conjuntas com as ESF apontando ao acompanhamento das crianças que risco para alterações no desenvolvimento; Realizar ações para a prevenção de deficiências em todas as fases do ciclo de vida dos indivíduos; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 31 Acolher os usuários que requeiram cuidados de reabilitação, realizando orientações, atendimento, acompanhamento, de acordo com a necessidade dos usuários e a capacidade instalada das ESF; Desenvolver ações de reabilitação, priorizando atendimentos coletivos e desenvolver ações integradas aos equipamentos sociais existentes, como escolas, creches, pastorais, entre outros; Realizar visitas domiciliares para orientações, adaptações e acompanhamentos; Capacitar, orientar e dar suporte às ações integrativas e conjuntas dos ACS; Realizar, em conjunto com as ESF, discussões e condutas terapêuticas conjuntas e complementares. O NASF AB, e Avaliação da efetividade do NASF AB junto a APS Avaliação da efetividade do NASF AB junto a APS. De acordo com o (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/nucleo_apoio_saude_familia_cab39.pdf: Objetivos definitivos de uma ação ou programa implantado. Para que ocorra, as equipes e os gestores devem avaliar com clareza o resultado das ações, sendo o entrosamento da equipe imprescindível, outro fator primordial seria a definição e a pactuação prévia de mecanismos de registro das ações e atividades prioritárias. Destaca-se que é preciso monitorar e avaliar o conjunto das atividades do NASF para que seja garantida a efetividade das ações que foram implementadas pelas equipes. Quando pensamos nas atividades planejadas para resolução dos problemas, fica presumível alistar efeitos ressalvados a partir da execução das atividades. Sendo que alguns Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família32 até podemos ter retorno imediato, pois estes são formatados de forma imediata após a realização das ações e são admiráveis para monitorar o cumprimento de metas de execução das atividades. Outros efeitos das ações podem ser observados após máximo tempo de execução destas ações, ao longo do tempo favorecerá a abrangência do impacto ligado a fi nalidade principal das ações. Ainda, as equipes NASF AB podem se organizar para acompanhar suas ações e avaliar a efetividade, mostrando se os objetivos defi nidos foram alcançados e, ainda, qual a infl uência de fatores de contexto, tais como a ampliação de prática de atividade física pelos idosos do território, melhoria de condições de mobilidade urbana, entre outras ações preventivas que advêm para além do setor Saúde (CRUZ; ABREU, 2011). Por fi m, a comparação ao longo do tempo de implicações evidenciadas por processos avaliativos continuados, pode-se julgar se os objetivos defi nidos para o NASF AB estão sendo atendidos em suas metas. Advertir-se que o registro adequado e o acompanhamento das ações desenvolvidas são fundamentais para a viabilidade da avaliação da efetividade. (BRASIL,2014). REFLITA: A Autoavaliação para a Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ): Visa a induzir a implementação de processos autoavaliativos para as equipes de Atenção Básica. Essa ferramenta constitui padrões de qualidade em conformidade com normativas e documentos técnicos e científi cos atuais e expressa as decorrências almejados. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 33 Dentre os processos autoavaliativos compostos não apenas pela identifi cação de problemas, mas ainda pela concretização de intervenções no sentido de superá-los (BRASIL, 2012). Essa ferramenta indica o uso de uma metodologia para a construção de matriz de intervenção na qual será arquitetado um plano de ação, baseado em: 1. Identifi cação de estratégias a fi m de conseguir alcançar os objetivos/metas. 2. Atividades que serão desenvolvidas. 3. Recursos. 4. Resultados esperados. 5. Responsáveis e prazos de execução. 6. Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados. ACESSE: Assista os vídeos da Comunidade de Práticas no NASF AB. Acesse: https://www.youtube. com/user/comunidadedepraticas. SAIBA MAIS: A Comunidade de Práticas é uma plataforma virtual que permite a composição de comunidades para a troca de experiências entre trabalhadores e gestores das três esferas do Governo do serviço de Atenção Básica à Saúde. A produção e a construção de conhecimento compartilhado são uma das principais atribuições da Comunidade de Práticas. Acesse o site da Comunidade: https:// novo.atencaobasica.org.br/. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família34 Processo de territorialização na Estratégia Saúde da Família Neste módulo você vai conhecer melhor a territorialização, recomendada pelo Sistema Único de Saúde, esta é uma das pressuposições básicas da coordenação do processo de trabalho da ESF- Estratégia Saúde da Família. O reconhecimento do território da área adscrita a Unidade Básica de Saúde é efetiva para a diferenciação da comunidade e de seus problemas de em seu espaço geográfico na saúde. Esse conhecer, vai além de uma descrição da população adscrita e de seus serviços de saúde demarcadospor famílias, é uma eficaz ferramenta de gestão ao falarmos do processo de cuidar e da construção de saúde coletiva. Então vamos aprender o que compreende a territorialização! A territorialização na Estratégia saúde da Família O processo de Territorialização implica no reconhecimento dos fundamentais atributos demográficos, epidemiológicos e culturais, socioeconômicos, intrínsecos à população adscrita. Esse processo se exibe como um instrumento que promove o processo de trabalho dos profissionais de saúde na comunidade. Um dos fundamentos da ESF é a Atenção Básica territorializada, construída sobre uma base territorial espacialmente delimitada e seguindo o modelo instrumentalizado na adstrição da clientela (SUCUPIRA,2003). Na medida em que o planejamento da Educação em Saúde se afasta do modelo biomédico e se adequa à reorientação dos sistemas de Saúde, Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 35 o conhecimento sobre o processo de territorialização torna-se ferramenta necessária para que a transição entre tais modelos de aprendizado ocorra de modo fluido e funcional, especialmente no contexto da Atenção Básica. O mapa do território adscrito pela equipe de saúde da família e equipe de saúde bucal é uma ferramenta do planejamento em saúde que tem por objetivo auxiliar no processo de diagnóstico local e identificação dos problemas e necessidades de saúde da população (LACERDA,2012). Com o mapa definido, a equipe deverá realizar, de preferência com os agentes comunitários de saúde e lideranças da comunidade, uma visita às diversas áreas do bairro, buscando conhecer com mais detalhes a área de abrangência da unidade de saúde e a área sob sua responsabilidade. Durante esta visita, serão identificadas e anotadas no mapa as principais características urbanísticas e sociais (LACERDA; BOTELHO; COLUSSI,2012).: O fluxo da população nas ruas, os transportes, as barreiras geográficas que dificultam o acesso da população à unidade e à circulação no bairro; As características das moradias e do seu entorno; As condições de saneamento básico; A infraestrutura urbanística – características da ocupação do espaço urbano, como ruas, calçadas, praças, espaços de lazer e paisagismo; As condições do meio ambiente, como desmatamento ou poluição; Os principais equipamentos sociais, como escolas, creches, centros comunitários, clubes, igrejas e outros serviços que a população utiliza para desenvolver a sua vida no território; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família36 As áreas em situação de risco que pode ser de várias ordens. A definição do território sob a responsabilidade da sua equipe de saúde deve levar em conta diversos fatores. O mais importante é o tamanho da população residente, para cada equipe na atenção básica. O parâmetro recomendado, de acordo com as especificidades do território, assegurando-se a qualidade do cuidado, com a Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017: 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo. Fica estipulado para cálculo do teto máximo de equipes de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos, conforme a seguinte fórmula: População/2.000. Em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica (eAB) seja responsável por toda população; “Reitera-se a probabilidade de definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da equipe de acordo com especificidades territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária respeitando critérios de equidade, ou, ainda, pela decisão de possuir um número inferior de pessoas por equipe de Atenção Básica (eAB) e equipe de Saúde da Família (eSF) para avançar no acesso e na qualidade da Atenção Básica”.(PNAB/2017). Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 37 As equipes do NASF oferecem apoio ao número de Unidades de Saúde definido pelo Ministério da Saúde conforme a conformação da equipe do NASF. A definição da área de responsabilidade da unidade e das respectivas equipes é, geralmente, realizada conforme a área de planejamento e de administração da Secretaria Municipal de Saúde, em conjunto com as próprias unidades. Ela deve ser revista periodicamente para corrigir problemas decorrentes das alterações demográficas e estruturais no território. Caso essa definição não exista, ela deverá ser feita pelas equipes e unidades de forma negociada com o nível central da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família38 A territorialização e adstrição na Estratégia saúde da Família DEFINIÇÃO: Territorialização e Adstrição, é diretriz que permite o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específi co, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. Para efeitos desta portaria, considera- se Território a unidade geográfi ca única, de construção descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. (PNAB,2017). Para a Política Nacional de Atenção Básica, os Territórios são propostos com a fi nalidade de dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, permitindo o amplo espectro de cada unidade geográfi ca e subsidiando a ação dos atores envolvidos no processo de territorialização na Atenção Básica, e estes, devem atender à necessidade da população adscrita e ou as populações específi cas. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 39 RESUMINDO: A territorialização se compõe pela demarcação de áreas para o que ocorra o desenvolvimento das ações da ESF, assim como o reconhecimento das necessidades da população e os fatores que instituam bloqueios de acessibilidade ao serviço. Esse processo vai permitir a criação de vínculos entre os usuários e profi ssionais para que vislumbrem com a visão holística do espaço geográfi co onde concretizam as ações e trabalham para a promoção da saúde. A territorialização é o eixo norteador da ESF, e por causa disto deve ser operacionalizada em toda sua resolubilidade, e não de maneira superfi cial, para que seja efetiva a sua concretização de território. Ao falarmos em territorialização, estamos aludindo ao processo de se viver e vivenciar um território, pela obtenção e análise de elementos que vão subsidiar as condições de vida e saúde de populações. A territorialização na organização Estratégia saúde da Família A territorialização vem sendo usada como um dos mais importantes pressupostos na organização das metodologias de trabalho e das práticas de saúde no Brasil ao longo das últimas décadas. Essa proposta de práticas de saúde fundamentada no território deve ter relevância dos sistemas de objetos naturais e arquitetados pela sociedade, identifi car os múltiplos tipos de ações no território, como são entendidos pela população, envolvendo nesta territorialização os hábitos, comportamentos e problemas de saúde, cujos atributos são passíveis de identifi cação. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família40 Uma proposta de práticas de saúde aprimorada no território contempla os sistemas de elementos naturais e estabelecidos pela sociedade, identificar os múltiplos tipos de ações no território, como são abrangidos pela comunidade, e a maneira que se utiliza os recursos do território e da população promovem determinados hábitos, comportamentos e problemas de saúde. Essa territorialização não está limitada à dimensão técnico-científica do diagnóstico e da terapêutica, ou somente ao trabalho em saúde, mas se amplia à reorientação de saberes e práticas na da área da saúde, que envolve desterritorializar os contemporâneos de saberes hegemônicos e práticas em vigor (CECCIM, 2005a). As divisões dos Territórios SUS O Sistema Único de Saúde (SUS) utiliza uma variedade de nomenclatura e divisões territoriais, onde ocorre a operacionalização das ações da equipe as quais se denominam: o município, o distrito sanitário, a microárea, a área de abrangência de unidades de saúde, entre outras, estas áreas de atuação podem ser de caráter administrativo, econômico ou político, gerencial, que se arquitetam no espaço e instituem territórios próprios, dotados de poder. Para Brasil (2012), o processo de territorialização possibilita: (...) o planejamento das ações prioritárias para o enfrentamento dos problemas de saúde mais frequentes e/ou de máxima importância e em concordância com o princípio da equidade. O planejamento e a avaliação das ações implantadas possibilitam a reorientação permanente do processo de trabalho. A comunidade e instituições intersetoriais Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 41 são envolvidas nesse processo, ampliando a compreensão da equipe em relação à realidade vivida pela população e também o protagonismo desses atores. (BRASIL, 2012, p.59). A territorialização pode ser abrangida como um processo de apropriação do território pelos serviços da atenção primária. Em termos práticos, pode ser compreendido como o processo de criação de território de atuação das unidades da atenção primária (FARIA, 2013). As dimensões do território podem ser Jurídico- política, Ambiental, Social, Cultural, Econômica. Os objetivos da territorialização: (http://189.28.128.100/ dab/docs/porta ldab/documentos/xx_eefab/ territorio_e_territorializacao_na_atencao_basica.pdf). Delimitar um território de abrangência; Definir a população e apropriar-se do perfil da área e da comunidade; Reconhecer dentro da área de abrangência barreiras e acessibilidade; Conhecer a infraestrutura e recursos sociais; Levantar problemas e necessidades; Identificar o perfil demográfico, epidemiológico, socioeconômico e ambiental; Identificar e dialogar/parcerias com lideranças formais e informais; Potencializar os resultados e os recursos presentes nesse território. A territorialização comporta: Relação de poder: poder compartilhado, portanto, é uma construção democrática. Estratégia: múltipla e orientada para as condições sociais de vida e saúde. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família42 Apropriação: expressa a responsabilização e o compartilhamento. EXPLICANDO MELHOR: A proposta de territorialização aqui esquematizada é um esforço da equipe em vistas do reconhecimento do território que se delimita muito além do chamado clássico processo de territorialização que muitas vezes durante o campo de trabalho vemos implementado na Atenção Básica à Saúde e na ESF. Aqui, chamamos a sua atenção para a proposta, em construção, esta vai delimitar muito tempo por parte da equipe, pois para tanto precisamos do envolvimento verdadeiro ativo e dialógico compartilhado por toda a gama de profi ssionais. Aponta-se aqui os conteúdos, habilidades e atitudes que de certa forma nem sempre são ofertadas nos tradicionais processos de formação na área da saúde para a construção de conhecimento dos profi ssionais. A dinâmica das territorialidades, é permanente e processual. A compreensão ampliada do processo saúde-doença na complexidade dos socioespacial atual, instiga o papel do Estado na segurança jurídica do direito à saúde. Além disso, o fortalecimento e organização do trabalho na Atenção Básica à Saúde, com a reestruturação desta atenção básica, exemplifi cando este caso temos os Núcleos de Ampliação à Saúde da Família e Atenção Básica (NASF AB), ampliando a gama de profi ssionais propostos à relação de trabalho com o território. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 43 Figura 2 - Processo de Territorialização. Fonte: http://globalvidaesaude.com.br.(Acesso em 13.08.2019) Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família44 EXPLICANDO MELHOR: A territorialização concebe importante ferramenta de organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde, visto que as ações de saúde são implementadas sobre uma base territorial possuidora de uma demarcação espacial antecipadamente determinada (Monken e Barcellos, 2005). O implemento das práticas de saúde com base em substrato territorial vem sendo usada por iniciativas no âmbito do SUS, como a Estratégia Saúde da Família, a Vigilância em Saúde Ambiental, a proposta dos municípios/ cidades saudáveis e a própria descentralização prevista na Constituição Federal (Monken e Barcellos, 2005). SAIBA MAIS: Faça uma Leitura complementar: FARIA, Rivaldo Mauro de. A territorialização da Atenção Primária à Saúde no Sistema Único de Saúde e a construção de uma perspectiva de adequação dos serviços aos perfi s do território. Hygeia, Revista Brasileira de Geografi a Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 9, n. 16, p. 131-147, jun. 2013. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index. php/hygeia/article/download/19501/12458. Acesso em: 12 ago. 2019. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 45 Fonte: https://www.ufsm.br/midias/arco/ (acesso em 13.08.2019). Figura 3 – Território na saúde. Territórios vivos e instrumentos metodológicos no processo de trabalho na ESF Os territórios vivos, são aqueles espaços geográfi cos onde os processos sociais do cotidiano se acontecem. Os instrumentos metodológicos trabalhar o território vivo envolve: I. Análise de elementos e relações existentes em uma comunidade; II. Planejamento estratégico-situacional; III. Organização dos serviços e das práticas de vigilância à saúde; IV. A avaliação sistemática das ações e da situação de saúde da população de uma área de abrangência. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família46 Passos para a territorialização: 1º Passo: O reconhecimento do território por meio de visita. Identifi cando de barreiras geográfi cas, áreas de risco, equipamentos sociais públicos ou privados, empresas, espaços de lazer, traçados no MAPA DO TERRITÓRIO; 2º Passo: relacionar o número de equipes ou profissionais de saúde, definir, conforme perfil de práticas e oferta de serviço, a capacidade de atendimento da unidade; REFLITA: Vamos refl etir? O processo de territorialização remete as equipes da atenção básica a construção da integralidade, humanização e qualidade na atenção, e também da gestão em saúde; a ampliação de um sistema e serviços adequados no acolhimento ao usuário, a responsabilidade para com os impactos das práticas adotadas, a efetividade dos projetos terapêuticos singulares, da autodeterminação dos sujeitos, que compreende os usuários, população e profi ssionais de saúde, a afi rmativa da vida pelo desenvolvimento , a fi m de ter a vida saudável. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 47 EXPLICANDO MELHOR: Afi nal, o que é Territorialização? Vamos pensar! Podemos descrever que é o processo de apropriação do território pela equipe da ESF, neste território vivo, a eSF conhece as condições em que as pessoas residem, vivem, trabalham, adoecem, crescem, amam, e fazem parte do segmento social no espaço geográfi co que moram. O reconhecimento implica adquirir a corresponsabilidade pelos indivíduos e pelos espaços onde esses indivíduos se relacionam. A adscrição da clientela à unidade de saúde não é uma mera regionalização formatada no atendimento, mas um processo imprescindível para determinar as relações de compromisso com a comunidade, e o vínculo com o usuário deste território. RESUMINDO: Neste módulo, você conheceu as características do da territorialização que estão intimamente ligadas ao planejamento em saúde, com enforcamento do PlanejamentoEstratégico, além desta, identifi cação da metodologia histórica de territorialidade que está arraigada no processo de construção da atenção básica, onde se insere e sua aplicabilidade como instrumento de gestão dos processos de trabalho da equipe da Atenção Básica. Para Mendes (1993), temos duas concepções de território aplicadas aos sistemas de serviços de saúde: I. Território solo: deliberado por critérios geográfi cos; este é estático, portanto, não acompanha as mudanças contínuas do território; Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família48 II. Território processo: decidido por critérios geográfi cos, políticos, econômicos, sociais e culturais; é dinâmico, pois segue as transformações constantes do território. III.Território distrito: Obedece à lógica político administrativa, sendo adequado para municípios de grande porte, para possibilitará aproximação entre a administração pública e a população. IV. Território área: é um território processo, de responsabilidade de uma Unidade de APS, enfocando na vigilância à saúde e corresponde à área de atuação de uma, no máximo, três equipes de saúde. V. Território microárea: é uma seção do território área de encargo da equipe de saúde. Reporta-se à área de atuação do ACS. Região de saúde em seus aspectos organizativos DEFINIÇÃO: Afi nal o que seria a região de saúde? Vamos aprender os diversos formatos correlacionados com os territórios. A região de saúde nada mais é que o recorte territorial, administrativo- sanitário que comporta a integralização, a descentralização de maneira suposta teria fracionado, gerando para a população um espaço sanitário de serviços, instituído pelas redes de atenção à saúde, pautadas na inteligência sanitária que permita ao usuário, o acesso ao roteiro terapêutico correspondente à sua necessidade. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 49 O Decreto nº 7.508, de 2011, instituiu a articulação federativa, a região de saúde, o planejamento regional, o contrato organizativo de ação pública da saúde, as portas de entrada do sistema, e outros elementos correlacionados. Deixando aos entes federados na região de saúde definirem, as responsabilidades sanitárias, e estas estão ligadas ao contrato organizativo de ação pública da saúde reforçando a sua necessária garantia jurídica. A região, em acordo ao disposto no Decreto nº 7.508, de 2011, é definida em seu Art. 2º: inciso II: – Região de Saúde: espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização e o planejamento de ações e serviços de saúde. Ficando com o Estado a instituição da região de saúde, acordada com os municípios e consideradas as pactuações nas comissões Intergestores, será imperativa a essência de um mínimo de ações e serviços de: I – Atenção primária; II – urgência e emergência; III – atenção psicossocial; IV – Atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V – Vigilância em saúde. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família50 IMPORTANTE: O processo de trabalho das equipes de atenção básica tem seu sustentáculo na busca pela longitudinalidade e pela integralidade da atenção à saúde, na coordenação da assistência e pela participação comunitária. Desta forma, o conjunto de ações redesenhados nas atribuições da equipe, no cotidianamente se reconstrói diante das necessidades identifi cadas nos territórios pelos quais essas mesmas equipes são corresponsáveis. Fases da territorialização O processo de territorialização ocorre em fases conectadas com as atividades das equipes, incorporados na sua rotina. Vejamos as fases (Unasus,2016): Fase preparatória ou de planejamento Esta Fase perpassa pela compreensão ampla do processo de territorialização podendo ser realizada durante a reunião da ESF, através de discussões acerca da temática com toda a equipe AB. Nesse dado momento, as captações dos dados já estão inclusas sobre o território podem ser alçados, sistematizados, promovendo a identifi cação das necessidades de mais dados a serem coletados. Fase de coleta dos dados/informações Esta fase é bastante trabalhosa. Geralmente, a aquisição dos dados é permitida por quatro díspares e complementares formas: observações in loco; acesso aos Sistemas de Informação à Saúde (SIS); Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 51 leitura dos prontuários dos usuários da unidade de saúde; entrevistas realizadas com as pessoas que habitam o território. Fase de análise dos dados Podemos entender que os dados são determinados como emblemas quantificáveis que simulam numericamente acontecimento ou circunstância. É o número bruto. Mas ao falarmos da informação esta é entendida como o conhecimento alcançado a partir dos dados, ou seja, é a reunião ou o conjunto de dados e informações organizadas, que irão constituir as referências sobre um determinado acontecimento, fato ou fenômeno. (https://www. significados.com.br). Os dados são classificados como primários ou secundários. Os dados primários são aqueles que não foram coletados e sistematizados, ao passo que os dados secundários já foram colhidos pessoas ou instituições, organizados em bancos ou arquivos. Pauta-se aqui que na territorialização você seguirá as fundamentais fontes de dados primários e secundários. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família52 Figura 3 – Fases da Territorialização FASES TERRITORIALIZAÇÃO Fonte: Autoria Própria. Temos ainda no processo de territorialização a análise situacional em saúde se formata da seguinte maneira: I. Permanente: O movimento do território deve ser considerado em sua dinamicidade, o território apresenta-se como um conjunto de perfi s tais como: demográfi co, epidemiológico, administrativo, tecnológico, político, social e cultural, ou seja, em permanente transformação. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 53 II. Interdisciplinar: a qualidade da análise situacional terá a visão de diferentes saberes ao ser analisada de acordo com cada profi ssional. Somente desta forma teremos a interdisciplinaridade da realidade do seu território em vistas a população adscrita. III. Referenciado: Pauta-se no referencial crítico de interpretação dos fenômenos a serem analisados é de suma importância, pois assim, evita-se que estes sejam entendidos apenas na superfi cialidade. IV. Contextualizado: A adoção exclusiva de limites territoriais a fi m de analisar e atuar sobre condições ambientais e de saúde é apontada na superfi cialidade, isso se mostra tanto no ambiente como os processos sociais, que não tem limitação ao nível de um território. ACESSE: Acesse o link do tutorial de territorialização, no Google Earth, que demonstra como demarcar as áreas e microáreas de atuação da sua equipe de saúde, como também sinalizar o território com marcadores. Confi ra o vídeo. https:// www.youtube.com/watch?v=a8HWNR2ydMA Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família54 RESUMINDO: Com a Unidade 4, fechamos o módulo, então vamos repensar o que foi aprendido e resumir: de forma didática, dividimos o território em suas três fases: a fase preparatória ou de planejamento, a fase de coleta e a fase de análise dos dados coletados. Aprendemos que usamos dois tipos de dados neste processo de territorialização: os dados coletados de natureza primária e secundária, realizados a partir de observações in loco, acesso aos Sistemas de Informação em Saúde, entrevistas, prontuários e registros da unidade de saúde, entre outros. Pautamos a análise situacional em saúde em permanente, interdisciplinar, referenciada e contextualizada. É importante que possamos estruturar um grupo de estudo do território, abrangendo profi ssionais de saúde, moradores locais, e lideranças. Convidar os sujeitos que fazemparte deste território, é intencionar trabalhar com pessoas que conhecem esse território até mais que a sua equipe, e planejar e elaborar as ações de saúde, dentro de uma expectativa dinâmica, a participação destes protagonistas do território vivo é certamente abonar a acuidade, adequação e força às futuras ações dentro do contexto real e imaginário do espaço geográfi co. O fortalecimento no trabalho com as singularidades do contexto sócio histórico específi co, aos fl uxos mais ampliados comtemplando o território em toda a sua espacialidade e especifi cidade. Então terminamos o quarto módulo, lembrando que o conhecimento assim como o território é dinâmico e passa também por processo de desconstrução e transformação. Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família 55 Nos despedimos aqui, apenas do último módulo, porém na Estação do Conhecimento, sempre estaremos a pegar um trem rumo a infinita construção do saber! Obrigada! E até a próxima parada! Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família56 BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, MBS, ROCHA, PM. Trabalho em equipe: um desafio para a consolidação da estratégia de saúde da família. Cienc Saude Colet 2007, 12(2): 455- 64. >. Acesso em: 9 ago. 2018. [ Links ] BRASIL. Ministério da Saúde. Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica: AMAQ. Brasília: Ministério da Saúde, 2012a. 134p. 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