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Política Nacional de Atenção Básica …………………………………1-7 Previne Brasil ……………………………………………………………………..8-10 Processo do trabalho em saúde………………………………….….. 11-15 Trabalho em equipe …………………………………..……………………. 16-19 Redes de atenção á saúde…………………………………………….. 20- 24 Questões ………………………………………………………………………..…25-31 Gabarito ………………………………………………………………………….. 32 OBJETIVOS - Conhecer os princípios e diretrizes da PNAB; - Entender o funcionamento e tipos de equipes que atuam na atenção básica; - Identificar as atribuições comuns da equipe e especificas do médico; - Compreender a Estratégia de Saúde da Família como equipe prioritária da PNAB. - Conhecer o conceito território e tipos (Territórios processo, em saúde, distrito sanitário, área, micro área, micro área de risco, domicilio). INTRODUÇÃO A portaria nº 2.436 de 21/09/2017 reformulou a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) Essa portaria aprova a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme disposto no art. 1º; No art. 2º é apresentado o conceito de Atenção Básica e a quem ela deve ser ofertada: Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. O QUE SÃO RAS? As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010). A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS. continuando o art. 2º: § 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde. § 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e outras. No art. 3º são apresentados os princípios e diretrizes do SUS e da RAS. Mas, antes de nos aprofundarmos no estudo deste artigo, vamos ver a diferença entre princípios e diretrizes: ● Princípios – servem de base para o sistema, representam valores e preceitos a serem seguidos; ● Diretrizes – define caminhos e estabelece estratégia para o alcance dos objetivos do SUS. Conforme disposto no art. 3º: Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica. I - Princípios: a) Universalidade; 1 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA b) Equidade; e c)Integralidade. II - Diretrizes: a) Regionalização e Hierarquização; b) Territorialização; c) População Adscrita; d) Cuidado centrado na pessoa; e) Resolutividade; f) Longitudinalidade do cuidado; g) Coordenação do cuidado; h) Ordenação da rede; e i) Participação da comunidade Agora vamos destrinchar cada um deles, iniciando pelos princípios: a) Universalidade – acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; b) Equidade – tratar de forma desigual os diferentes; distribuição, atenção e o acesso aos serviços de saúde de acordo com a necessidade de cada um; c) Integralidade – fundamenta-se no entendimento de que as pessoas têm o direito de serem atendidas no conjunto de suas necessidades, individuais e coletivas, e que, os serviços de saúde devem estar organizados de modo a oferecer todas as ações requeridas por essa atenção integral. A pessoa deve ser vista como um todo e deve ser atendida em todas as esferas; Já as diretrizes são as seguintes: a) Regionalização e hierarquização – os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. Regionalização: articulação de serviços por meio da organização entre zonas/localização(maior espaço), visando o comando único de saúde. A regionalização delimita a territorialização Hierarquização: Divisão em NÍVEIS DE ATENÇÃO e garantir formas de acesso e serviços por meio de sua COMPLEXIDADE nos limites de cada região. b) Territorialização – é um ferramenta que permite o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. c) População adscrita - população que está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. d) Cuidado centrado na pessoa - aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. e) Resolutividade – à Atenção Básica deve ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo; f) Longitudinalidade do cuidado - continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas ; g) Coordenar o cuidado - elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de 2 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA comunicação entre os diversos pontos de atenção. h) Ordenar as redes - reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas. i) Participação da comunidade - estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado; Conforme visto anteriormente, sabe-se que a atenção básica é a porta de entrada do SUS. Precisa ter alta resolutividade, com capacidade clínica e de cuidado e incorporação de tecnologias leves, leves duras e duras. (esses conceitos você entende no capítulo de processo do trabalho em saúde) Equipes da Atenção Básica Para o bom funcionamento da Atenção Básica, ela é dividida em equipes, veremos a seguir as três mais importantes pra prova: ● Equipe de Saúde da Família (eSF) Estratégia prioritária de atenção à saúde, visa à reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do SUS. Essa equipe é composta, no mínimo, por: -médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade; - enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; - auxiliar e/ou técnico de enfermagem e - agente comunitáriode saúde (ACS). Além destes, podem fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. A carga horária semanal é de 40 horas e cada membro só pode fazer parte de uma equipe de saúde da família. ● Equipe de Atenção Básica (eAB) Composto, no mínimo, por: - médicos preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade; - enfermeiro preferencialmente especialista em saúde da família, - auxiliares de enfermagem e/ou técnicos de enfermagem. Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e agentes de combate à endemias. Carga horária mínima de 10 horas por categoria profissional, com no máximo 3 profissionais por categoria, devendo somar 40 horas semanais, no mínimo. ● Equipe de Saúde Bucal (eSB) -Pode compor eSF ou eAB; -Deve estar vinculado à uma UBS ou Unidade Odontológica Móvel Podem se organizar em duas modalidades: Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB. Composição: - Dentista - Auxiliar e/ou técnico de Saúde Bucal; Devem compartilhar a gestão e o processo de trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária pela mesma população e território adstrito que a eSF / eAB a qual integra; ● Equipes de Atenção Básica para populações especificas 3 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA Toda eAB deve realizar atenção à saúde de populações especificas ● eSFR – equipe de saúde da família ribeirinha e eSFF – equipe de saúde da família fluviais: em áreas cujo acesso se dá por meio fluvial, para comunidades ribeirinhas e pertencentes à área adstrita As equipes para essas populações específicas estão vinculadas a uma UBS. Serão formadas por 1 médico, 1 enfermeiro 1 auxiliar e/ou técnico de enfermagem. Pode-se acrescentar ACS, ACE e profissionais de saúde bucal A carga horária mínima é de 40h/s e deve haver um circuito de deslocamento que garanta o atendimento a todas as comunidades ao menos a cada 60 dias para onde a UBS fluvial não conseguir aportar ● eCR – equipe de consultório de rua Fornece assistência à saúde de pessoas em situação de rua ou características análogas, é uma unidade fixa ou móvel, tem composição variável de membros e carga horária mínima de 30h/s. No máximo 2 profissionais da mesma profissão Os Consultórios na Rua são formados por equipes multiprofissionais, podendo fazer parte delas as seguintes profissões: A: enfermeiro, psicólogo, assistente social ou terapeuta ocupacional; B: agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional/professor de educação física ou profissional com formação em arte e educação. ● eABP – equipe de atenção básica prisional As eABP são compostas por equipes multiprofissionais que tem o objetivo de garantir o acesso ao cuidado integral no SUS às pessoas privadas de liberdade no sistema prisional, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas Unidade de Saúde da Família (USF) a que estiver vinculada. Atribuições comuns dos profissionais da Atenção Básica e as específicas do médico Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção Básica são responsáveis pela atenção à saúde de populações que apresentem vulnerabilidades sociais específicas e, por consequência, necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determinado território, considerando suas singularidades, o que possibilita intervenções mais oportunas nessas situações específicas, com o objetivo de ampliar o acesso a redes de atenção em saúde e ofertar uma atenção integral à saúde. Atribuições comuns: 1. Área de atuação: territorialização, mapeamento, cadastro 2. Atenção à saúde: promoção, proteção e recuperação da saúde. Prevenção de doenças e agravos, atendimento à demanda espontânea, ações programáticas, ações coletivas, ações de vigilância em saúde. 3. Acolhimento - responsabilização - regulação 4. Segurança do paciente 5. Notificação de doenças e agravos 6. Atenção domiciliar 7. Alimentação dos sistemas de informação 8. Trabalho interdisciplinar 9. Ações intersetoriais 10. Participação da comunidade - planejamento - avaliação 11. Educação permanente e continuada em saúde 12. Gerenciamento dos insumos 4 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA A equipe básica da APS é composta por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e ACS (cujo número deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACSs por equipe de saúde da família). Em 2000, a equipe básica foi ampliada, agregando-se a ela uma equipe de saúde bucal composta por cirurgião-dentista e auxiliar de consultório dentário, podendo-se ter ainda um técnico de higiene bucal, com trabalho integrado a uma ou duas equipes. Essa equipe é responsável por um território geográfico definido, uma população adscrita e uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. São atribuições específicas do médico: - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua responsabilidade; - Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros); - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito; - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. Território e territorialização Território é um espaço em constante construção/reconstrução e produto da dinâmica social, território de vida pulsante, de conflitos, de interesses diferenciados em jogo, de projetos e de sonhos. Gondim e Monken definem território como o espaço delimitado produzido pela sociedade no qual existem múltiplos objetos geográficos (naturais e construídos), atores sociais – pessoas (indivíduos e grupos) e instituições – relações (fluxos) e poderes diversos. No campo da saúde o termo território adquire diferentes significados que expressam maior ou menor proximidade e maior ou menor amplitude territorial. O território de uso na saúde é, simultaneamente, território solo e território processo (econômico, político, cultural e epidemiológico). ● território solo: definido a partir de critérios geográficos e com um visão estática, sem acompanhar as mudanças ocorridas no território. ● território processo: definido por critérios geográficos, políticos, econômicos, sociais e culturais, com uma visão dinâmica que acompanha as mudanças permanentes no território. É a unidade geográfica única, de construção descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. Os Territórios são destinados para dinamizar a ação em saúde pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da população adscrita e ou as populaçõesespecíficas. 5 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA Dentro desse contexto, existem alguns conceitos importantes. São eles: Espaço geográfico- compreendido como pedaço de terra modificado ao longo da história pela organização social, pelas técnicas e pela economia. É socialmente produzido e palco de realizações, com as seguintes características: - Organizado - Dinâmico - Fragmentado - Heterogêneo - Multiescalar Área- refere a espaço compreendido entre certos limites, demarcado em função de características singulares, tais como geográficas, epidemiológicas, sanitárias, zoológicas, econômicas ou de outro tipo. Dentro da saúde, é um espaço de responsabilidade de uma equipe saúde da família Região – espaço que reúne características comuns e homogeneidade demarcado segundo critérios preestabelecidos (climáticos, econômicos, físicos, entre outros). As regiões podem ser criadas para fins de estudo sobre características gerais de um território (regiões brasileiras) ou para destacar determinado aspecto (regiões geoeconômicas, agrupadas segundo perfil econômico). Microárea - espaço de responsabilidade do agente comunitário de saúde – 750 pessoas; Tem-se a divisão do território em: ● território distrito: é a delimitação de um território administrativo assistencial que possui diferentes pontos de RAS ● território área: tem por finalidade planejar as ações de saúde, organizar a oferta de serviços dentro da rede e viabilizar os recursos para o atendimento das necessidades de saúde das famílias que vivem no território. É o território que é responsabilidade da ESF e EAB. ● território microárea: é a subdivisão do território-área, de responsabilidade da equipe de saúde para definição da atuação dos agentes comunitários (ACS) Territorialização Processo pelo qual populações, pessoas, grupos, organizações e instituições se fixam em um espaço, em determinado tempo (espaço temporal), e no qual organizam e estabelecem relações sociais que possibilitam criar identidade, vínculo e pertencimento ao lugar. Para a territorialização em saúde é necessário que se realize uma análise de contextos, o que demanda um desenvolvimento de estratégias de investigação e elaboração de instrumentos de coleta de dados para a realização de diagnóstico, de planejamento, de intervenções sanitárias. Esse processo consiste em: • coleta e análise sistemática de dados e produção de informações (social, econômica, política, cultural, epidemiológica, sanitária e do sistema de saúde); • localização e distribuição de riscos, vulnerabilidades e potencialidades de territórios Esses elementos permitem a compreensão da dinâmica da população, para que os gestores e equipes de saúde decidam quais as melhores decisões e condutas, agindo para melhorar as condições de vida e estado de saúde no âmbito individual e coletivo. 6 OBJETIVOS - Entender o financiamento da Atenção Básica (PNAB/Previne Brasil). INTRODUÇÃO O financiamento da Atenção Básica iniciou-se com a instituição do SUS na Constituição Federal. O art. 198 definia que o SUS seria financiado com recursos oriundos da seguridade social, além de outras fonte; Entre 1990 e 2000, com a EC Nº 29, foram assegurados os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde; Em 2007, a portaria nº 204 regulamentou o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. Foram estabelecidos os seguintes blocos de financiamento: I - Atenção Básica; II - Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar; III - Vigilância em Saúde; IV - Assistência Farmacêutica; V - Gestão do SUS. VI. Bloco de Investimento No bloco de atenção básica: Art. 9º O bloco da Atenção Básica é constituído por dois componentes: I - Componente Piso da Atenção Básica Fixo – PAB Fixo; e II - Componente Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável. Em 2012, a Lei nº 141/2012 foi publicada e ela dispõe sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; além de revogar dispositivos das Leis nos 8.080/90 e 8.689/93. Em 2017, tem-se a Portaria de consolidação nº 6. As portarias de consolidação consolidam as normas sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, a organização e o funcionamento do SUS. A portaria nº 6, consolida as normas sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde; Nesse mesmo ano, houve a portaria nº 3.992, que Altera a portaria de Consolidação nº 6 para dispor sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços públicos de saúde do Sistema Único de Saúde; Os recursos federais ficaram destinados ao financiamento das Ações e Serviços Públicos de Saúde passam a ser organizados e transferidos, na modalidade fundo a fundo, por meio de 2 blocos: - Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde; - Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde Em 2019, foi instituído o modelo atual, com a Portaria nº 2.979 e o programa Previne Brasil. PREVINE BRASIL Instituido pela Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019; Estabelece um novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde; Atualmente, o modelo de financiamento é misto e composto por: Capitação ponderada 8 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA Componente com maior recurso orçamentário do programa, responsável pela metade do custeio federal destinado à APS Consiste no pagamento baseado em um valor anual de base por pessoa cadastrada e sob responsabilidade das equipes de saúde, considerando a população adscrita dentro do seu território; Há pesos baseados em critérios de vulnerabilidade utilizados para incrementar os incentivos, são eles: - Perfil demográfico - Idade (<5 ou >65 anos); - Vulnerabilidade socioeconômica - Benefícios como Bolsa Família, de prestação continuada e previdenciário, de até dois salários mínimos; - Classificação geográfica das cidades – classificação dos munícipios de acordo com a tipologia urbana definida pelo IBGE - Cadastro do cidadão na APS – Calculado com base no nº de pessoas cadastradas sob responsabilidade das equipes de Saúde da Família ou eAP. O cadastro é o registro da pessoa atendida no SUS em uma base nacional. Assim, será possível identificar que aquela pessoa está vinculada a uma equipe de saúde e está sendo acompanhada. Mais pessoas cadastradas, significa mais pessoas atendidas no SUS, com bem-estar e qualidade de vida garantidas. . Pode ser feito pelo Cartão SUS ou CPF. Incentivo financeiro com base em critério populacional Faz parte da apuração do valor de referência para o financiamento da APS, definido pelo Ministério da Saúde anualmente e publicado em portaria. O aporte estabelecido por município e Distrito Federal leva em conta a estimativa populacional mais recente divulgada pelo IBGE, com valor definido anualmente. Incentivo para ações estratégicas Compreende um conjunto de incentivos para ações estratégicas implementadas especificamente pela gestão municipal de acordo com a necessidade local. Os incentivos estratégicos são relacionados à ampliação do acesso e do horário de atendimento (Saúde na Hora), aos programas de residência médica e multiprofissional (considerados padrão-ouro para a formação de profissionais especialistas no Brasil), à informatização (ConecteSUS e Informatiza APS), às ações de promoção e prevenção (Saúde na Escola, Academia da Saúde), entre outros; Pagamento por desempenho É um instrumento de gestão para incentivar a qualificação dos serviços na Atenção Primária à Saúde ofertados pelos municípios. A definição do valor de repasse dessecomponente depende dos resultados alcançados pelo município em um conjunto de indicadores monitorados e avaliados quadrimestralmente, e que representam o trabalho das equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária (eSF/eAP) No município, a soma das notas ponderadas de cada indicador resulta no Indicador Sintético Final (ISF), que representa a consolidação da avaliação do desempenho, que determinará o valor do incentivo financeiro a ser transferido ao município nos quatro meses subsequentes. Os indicadores definidos para o componente de desempenho em 2022 são: 1. Proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas pré-natal realizadas, sendo a 1ª (primeira) até a 12ª (décima segunda) semana de gestação. 2. Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV. 3. Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado. 4. Proporção de mulheres com coleta de citopatológico na APS. 5. Proporção de crianças de 1 (um) ano de idade vacinadas na APS contra 18 difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, infecções causadas por haemophilus influenzae tipo b e poliomielite inativada. 9 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA 6. 6. Proporção de pessoas com hipertensão, com consulta e pressão arterial aferida no semestre. 7. Proporção de pessoas com diabetes, com consulta e hemoglobina glicada solicitada no semestre. RESUMINDO ● Capitação ponderada: tipo de repasse calculado com base no número de pessoas cadastradas e sob responsabilidade das equipes da família ou equipes da APS credenciadas ● Pagamento por desempenho: resultados alcançados no conjunto de indicadores monitorados e avaliados no trabalho das equipes ● Incentivos para ações estratégicas: contemplam a implementação de programas, estratégias e ações que refletem na melhoria do cuidado na APS e na RAS ● Incentivo financeiro com base populacional: o aporte por município e distrito federal leva em conta a estimativa populacional mais recente divulgada pelo IBGE 10 OBJETIVOS - Discutir sobre o trabalho e as necessidades de saúde. - Distinguir os componentes do processo de trabalho em saúde. - Conhecer as tecnologias do cuidado em saúde: leves, leves-duras, duras. - Entender a utilização do fluxograma descritor para organizar o fluxo do usuário na atenção primária. INTRODUÇÃO O que diferencia o trabalho de duas equipes, que vivendo realidades semelhantes, uma consegue provocar mudanças, atingir objetivos e metas e, com isso, maior satisfação com seu trabalho, e outra que têm dificuldades e não consegue? Se você pensou que é por conta do processo de trabalho, acertou! A forma como cada equipe trabalha, à forma como as equipes organizam seu processo de trabalho é que diferencia, Conceito O processo de trabalho em saúde é um conjunto de ações coordenadas, desenvolvidas pelos trabalhadores, onde indivíduos, famílias e grupos sociais compõem o objeto de trabalho, e os saberes e métodos representam os instrumentos que originam a atenção em saúde. Os modelos de atenção que orientam o trabalho em saúde refletem as combinações tecnológicas (tecnologias em saúde) para o alcance dos objetivos, pois são "[...] uma espécie de lógica que orienta a ação e organiza os meios de trabalho (saberes e instrumentos) utilizados nas práticas de saúde" Todo processo de trabalho é realizado para se atingir alguma finalidade que foi determinada antes. Nesse contexto, tem-se outros termos importantes para se compreender o processo do trabalho: Objeto: é o que será transformado, pode ser: matérias-primas, materiais já previamente elaborados, estados ou condições pessoais ou sociais. Todo processo de trabalho se realiza em algum objeto, sobre o qual se exerce ação transformadora, com o uso de meios e em condições determinadas. Meios de produção: são instrumentos que permitem que o trabalho se realize, podendo ser:: equipamentos em geral, máquinas estruturas físicas, conhecimentos sistematizados ou não e habilidades utilizadas. Agente: pessoas que realizam a transformação de objetos ou condições para se atingir os objetivos estabelecidos. O agente do deve ser visto como um indivíduo, um grupo ou equipe, uma instituição ou uma sociedade. E ele atua: executando ações, estabelece os objetivos e estabelece relações de adequação dos meios e das condições para a transformação dos objetos. Necessidades em saúde As necessidades em saúde não são apenas necessidades médicas, nem problemas de saúde como doenças, sofrimentos ou riscos, mas dizem respeito também a carências ou vulnerabilidades que expressam modos de vida e identidades. O termo “necessidades de saúde” é caracterizado como a identificação sistemática das necessidades de uma população ou a avaliação dos indivíduos para determinar o nível mais adequado das necessidades de serviço. Segundo Cecílio (2001) as “necessidades de saúde” é uma taxonomia organizada em quatro grupos: (1) ter boas condições de vida; (2) ter acesso e poder consumir tecnologias que viabilizem uma melhora na condição de vida; (3) a criação de vínculos entre usuário e a equipe de profissionais em saúde; (4) e as necessidades de cada pessoa para que essa possa ter maior autonomia e controle da sua vida. 11 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA TECNOLOGIAS EM SAÚDE A tecnologia é analisada tanto como saber como por seus desdobramentos materiais e não-materiais na produção dos serviços de saúde. As práticas do trabalho na atenção básica devem incluir diversas tecnologias de maneira adequada, conforme as necessidades de saúde, que são as ações e os serviços de saúde dos quais os sujeitos precisam para ter melhores condições de vida, sem prejuízo do atendimento que requer tecnologias materiais. As tecnologias podem ser classificadas como: leve, leve-dura e dura. As tecnologias leves são as das relações; as leve-duras são as dos saberes estruturados, tais como as teorias, e as duras são as dos recursos materiais. Tecnologias Leves: ● Vínculo ● Autonomização ● Acolhimento ● Escuta qualificada ● Empoderamento ● Humanização ● Gestão como uma forma de governar processos de trabalho Tecnologia Leve-dura: diz respeito aos saberes bem estruturados, que operam no processo de trabalho em saúde, como: ● Clinica médica ● Clínica psicanalítica ● Epidemiologia ● Conhecimentos ● Teórico-científicos ● Protocolos ● Fluxo de atendimentos ● Clínica Ampliada Tecnologia dura: refere-se ao uso de equipamentos tecnológicos: ● Máquinas ● Estruturas organizacionais ● Exames laboratoriais ● Exames de imagem ● Equipamentos ● Medicamentos O trabalhador no seu processo de trabalho opera um núcleo tecnológico composto por: ● Trabalho morto: é o trabalho pregresso, já realizado, que é ligado a máquinas e processos de trabalhos. Não irá realizar nenhum produto. ● Trabalho vivo: é o trabalho em ato, no seu exato momento de produção e criação, é de controle do próprio trabalhador, tem realização do produto. Tem-se dois modelos de assistência: Modelo tecnoassistencial: cuida do problema de saúde utilizando quase exclusivamente os exames e medicamentos, em um processo de trabalho centrado no ato prescritivo. É um modelo centrado no trabalho morto. Utiliza a tecnologia dura (instrumentos) + leve-duras (conhecimento técnico). Modelo assistencial integral: trabalha um projeto terapêutico mais relacional com o usuário, que mesmo utilizando instrumentos consegue reconhecer a singularidade do indivíduo (relações sociais e familiares, subjetividade). É um modelo centrado no trabalho vivo. Utiliza principalmente a tecnologia leves (acolhimento e escuta) + secundariamente leves-duras e duras. Considerando que o modelo assistencial atual tem no seu modo de produção do cuidado, um processo de trabalho centrado no trabalho morto, a mudança do modelo requer inversão,isto é,u m modelo em que o processo de trabalho tenha como centro o trabalho vivo, com utilização maciça das tecnologias leves secundariamente das leve-duras e duras, conforme a necessidade dos projetos terapêuticos singulares. ATENÇÃO BÁSICA Para atender as demandas desaúde, o modelo assistencial vem se firmando tendo por foco de atenção à família e à comunidade. A Atenção Básica vem dedicando esforços à atenção à saúde, considerando o meio ambiente, o estilo de vida e a promoção da saúde como seus fundamentos básicos. Os trabalhadores de saúde que atuam na atenção básica sabem que os objetivos dos 12 não depender de outro escutar cada paciente -Piso @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA usuários com relação aos serviços de atenção básica estão relacionados à realização de consultas e exames e à medicalização dos problemas, ultrapassando as possibilidades de uma solução apenas biomédica ou tecnoassistencial. Para a resolução dessas contradições, são necessários o desenvolvimento e a utilização de tecnologias próprias à Atenção Básica à Saúde. Dentre essas, dá-se destaque: ● Considerar a necessidade de atenção e cuidado para com todas as demandas dos usuários; ● Ampliar a capacidade dos profissionais para lidar com as dimensões psíquica e social (cultural, profissional, econômica, etc.) dos indivíduos, inclusive as suas próprias, que interagem; ● Ampliar as capacidades comunicativas e gerenciais dos profissionais, necessárias para a atuação em comunidade e para a organização da assistência Além dos meios físicos, deve-se considerar também e principalmente os conhecimentos e habilidades dos profissionais, a capacidade de trabalho em equipe, os meios constituídos pela interação dos profissionais entre si e destes com os usuários e a comunidade. Processo de trabalho na AB A Atenção Básica no SUS foi ampliada em 2008 com a inserção dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. A equipe da ESF, composta de médico, enfermeiro e cirurgião dentista, passou a ter suporte técnico-pedagógico de outros profissionais com o objetivo de ampliar a resolutividade e a integralidade na assistência à saúde. Com a inserção do NASF na Atenção Básica, o trabalho da ESF passou a ter uma nova abrangência, já que, através desse programa, os profissionais de saúde da ESF têm apoio e suporte de outros profissionais especializados nas áreas de Saúde Mental, Atividade Física e Práticas Corporais, Alimentação e Nutrição, Serviço Social, Assistência Farmacêutica e Práticas Integrativas e Complementares, Saúde integral e Reabilitação da Pessoa Idosa. O trabalho da Saúde da Família segue os princípios do processo de trabalho das unidades básicas de saúde. ● Integralidade e hierarquização: a Unidade Básica de Saúde inserida no primeiro nível da atenção configura-se como a “porta de entrada” preferencial do sistema, ou seja, o serviço de saúde com o qual os usuários têm o primeiro contato e deve fornecer atenção integral à comunidade sob sua responsabilidade, em todos os níveis de complexidade, sempre que necessário, de forma que todas as necessidades de saúde – individuais e coletivas – sejam resolvidas. ● Territorialização e adscrição da clientela: a área de atuação das equipes tem uma base territorial definida, sendo sua a responsabilidade, a atenção, o acompanhamento e o monitoramento da saúde da população desse local. A Política Nacional de Atenção Básica recomenda que cada equipe seja responsável por três a quatro mil pessoas, o que corresponde a 13 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA aproximadamente 750 a 1.000 famílias. ● Equipe multiprofissional: a composição mínima da equipe é conformada por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde (ACS). Conta ainda com um cirurgião-dentista e um auxiliar/técnico de saúde bucal. Caso a Atenção Básica do município possua NASF, ainda existem os profissionais de áreas em que o NASF atua. Para se ter um processo de trabalho eficiente é necessário: I - definição do território da atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes; II - programação e implantação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a prioridade para as intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência; III - desenvolvimento de ações que priorizem os grupos e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis; CONCEITOS IMPORTANTES NO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA O território é a área de atuação delimitada pela gestão local, onde cada equipe deve atuar. Conhecer o território e as necessidades da comunidade é necessário para programar as ações; A territorialização em saúde: é a operacionalização dos serviços, baseando-se no reconhecimento do território nas relações do ambiente, condições de vida, situação de saúde e acesso às ações e serviços de saúde; A responsabilização sanitária signfica que cada equipe tem suas responsabilidades e seus deveres voltados ao território de adstrição, considerando as questões: sanitária, ambientais, epidemiológicas, culturais e socioecômicas. A atenção básica é a Porta de Entrada Preferencial, é a primeira porta, seja para atendimentos às urgências/emergências, ou para acolhimento, organização do escopo de ações e do processo de trabalho segundo as necessidades e demandas da população. A população adscrita é a população que está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade da ações em saúde e longitudinalidade do cuidado. O acesso de saúde deve acolher todas as pessoas do seu território de referência, de modo universal e sem diferenciações excludentes. O acolhimento deve estar presente em todas as relações de cuidado, seja nos encontros entre os trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, com especial atenção para condições crônicas. Fluxograma descritor de acesso a UBS Fluxogramas Descritores consistem em representações gráficas do processo de trabalho, buscando perceber os caminhos percorridos pelo usuário quando procura assistência e sua inserção no serviço. É uma ferramenta que permite um olhar atento sobre os fluxos existentes no momento da produção da assistência à saúde, e permite a detecção de seus problemas. Em outras palavras, o uso do Fluxograma Descritor (FD) é uma estratégia para fortalecer a APS. Trata-se de uma ferramenta baseada na elaboração de cartografia sobre processos dinâmicos do cotidiano, que tem por objetivo: [...] traçar os fluxos e os processos de trabalho, utilizando uma representação gráfica, possibilitando: a compreensão, a 14 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA identificação dos nós críticos, o planejamento e a reorganização do processo de trabalho. O fluxograma descritor consiste na construção de um diagrama do processo de trabalho, de um determinado setor ou serviço, e se utiliza de alguns símbolos padronizados universalmente, tais como: 1) O desenho de uma elipse, representando a entrada ou o início de um determinado fluxo, bem como o seu fim; 2) O retângulo, como a etapa de produção das ações ou o consumo de recursos e produção de produtos; 3) O losango, para representar momentos de escolha e possibilidades de encaminhamentos a serem seguidos 15 OBJETIVOS - Entender as características do trabalho em equipe na atenção básica. INTRODUÇÃO Desde a pré-história, há indícios de que o homem se juntava aos seus semelhantes para unir forças em prol da sua sobrevivência. Eles já observavam que somar as habilidades individuais dos integrantes de um grupo possibilitava resultados melhores do que os obtidos com o trabalho realizado de forma individual. Cada ser é diferente do outro e tem suas peculiaridades, seus hábitos, seus costumes e sua cultura. Um grupo de pessoas tão diferentes pode enfrentar vários conflitos, mas os estudos mostram que essas diferenças, se bem trabalhadas, com paciência e respeito, podem ocasionar um resultado rico, muito mais do que se finalizado individualmente. Asdiferenças valorizam o produto final de um trabalho em equipe. Conceito O trabalho em equipe pode ser definido como um conjunto de pessoas com conhecimentos diversos, mas que se unem em prol de objetivos comuns, negociando e elaborando um plano de ação bem definido, trabalhando em consonância e com comprometimento mútuo, complementando o trabalho com suas habilidades variadas, aumentando a chance de êxito no resultado do trabalho empreendido. (Dias, Nogueira, 2019) A implantação do Programa Saúde da Família (PSF) no Brasil, em 1994, valorizou os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e algumas ferramentas de trabalho na atenção primária à saúde (APS). Depois disso, não foi mais possível ignorar o estudo sobre o trabalho em equipe nos planos de ensino dos diversos cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde, apesar da resistência cultural e das dificuldades inerentes a todo o processo de mudanças de paradigma. Na saúde suplementar e nos serviços de saúde privada, o trabalho em equipes multiprofissionais têm sido eleito como um recurso para a implantação de programas que visam a ampliar o acesso e a melhorar a qualidade da assistência à saúde. Uma equipe é composta por todos que trabalharão com um mesmo propósito: todos os integrantes devem participar ativamente das reuniões, expressar suas ideias e externar suas experiências. Os mais tímidos e introvertidos devem ser estimulados e encorajados a falar sempre que tiverem a sensação de que têm uma contribuição a dar. A opinião de todos deve ser valorizada. Cada um fala na sua vez; enquanto isso, o outro escuta e espera o seu momento. A diversidade de ideias na discussão propicia um resultado muito mais rico. Mas, para o fim ser mesmo satisfatório, as propostas elencadas devem ser organizadas em um plano de ação bem definido e factível. Isso não só traz satisfação a todos, como também evita frustrações. Quais são os atributos indispensáveis ao trabalho em equipe? ● Valorizar a opinião do grupo ● Saber se comunicar e negociar ● Elaborar um plano de ação bem definido ● Apresentar as próprias ideias 16 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA ● Discutir ● Perceber como a diversidade de visões sobre um mesmo problema enriquece a discussão ● Saber ouvir ● Ser curioso Hierarquização Temos dois tipos de trabalho em equipe: de forma vertical e de forma horizontal. O trabalho vertical é predominantemente hierárquico, inflexível e com autonomia plena. A liderança é mais imposta e menos sugerida. Os profissionais em posição de comando são quem concentram o poder de decisão. Caracteriza-se como trabalho em grupo. As estruturas hierárquicas com relações organizadas verticalmente são centralizadas em um chefe, um gerente ou um patrão que comanda toda e toda tarefa a ser realizada. Não há envolvimento de todos os atores sociais que atuam na execução do trabalho. Consequentemente, nem sempre há comprometimento de todos para a realização das propostas. Para o sucesso dos seus objetivos, o chefe pode se valer do poder que detém, do cargo que ocupa e da sua autoridade para ameaças, como o desligamento de um subordinado de sua função. Porém, essa estrutura hierarquizada verticalizada não é mais vista como adequada para obter resultados eficazes. Nessa forma de trabalho, não há uma integração entre as pessoas envolvidas com o objetivo a ser alcançado. O trabalho horizontal é descentralizado, flexível, autonomia relativa e interação comunicativa. Caracteriza-se como trabalho em equipe e possui um líder. Uma equipe deve ter um líder participativo e entusiasta, que estimule todos os envolvidos a manifestarem suas ideias e habilidades, com disposição a oferecer o melhor de si nas tarefas empreendidas. Um líder naquela atividade geralmente se sobressai pela sua identidade com o assunto a ser trabalhado; no entanto, qualquer pessoa pode assumir o papel de líder na equipe se ela se propuser a isso. Por exemplo, em uma campanha de vacinação, é comum que a enfermagem lidere a equipe, ao passo que, em um mutirão de combate à dengue em determinada microárea, o agente comunitário de saúde (ACS) desse território assume a liderança. Tipos de equipe À medida que se listam as características do trabalho em equipe, percebe-se que existem grupos de pessoas que trabalham em grupo, atuam em um mesmo serviço, mas sem realmente trabalhar em equipe. Segundo Peduzzi, existem dois tipos de equipes: a equipe integração e a equipe agrupamento. ● equipe integração: não é verticalizada, a integração total entre os membros da equipe, cada um 17 ~ Horizonte VERTICAL etiponde @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA complementa a habilidade do outro. Os objetivos, as decisões, as responsabilidades e os resultados são compartilhados, com avaliação contínua de todo o processo, em uma organização de trabalho horizontalizada. ● equipe agrupamento: é caracterizado pela fragmentação, pela falta de um esquema tático; a comunicação não é intrínseca ao trabalho. Não há flexibilidade na divisão do trabalho. A especificidade de cada um é preservada, e uma pessoa não influencia a outra. Não há sintonia, nem compartilhamento de sucesso ou de satisfação. Dessa forma deve-se mudar de grupo, para equipe, fazendo a transição do vertical para o horizontal. Contudo, nenhuma equipe é perfeita, vamos listar as dificuldades para o trabalho em equipe: ►Falta de capacitação e inexperiência dos profissionais de saúde ►Falta de habilidade da liderança para delegar tarefas ►Conflitos entre os membros da equipe ►Dificuldade de comunicação entre os membros da equipe ►Consideração da superioridade das opiniões dos outros membros da equipe em relação às suas próprias sugestões ►Tamanho da equipe: equipes menores são mais fáceis de trabalhar, a comunicação se desenvolve mais fluentemente, sendo mais fácil administrar os conflitos Agora vamos listar quais as maneiras de se ter uma equipe integrada, dicas para realizar isso:: ►Abordagem: o profissional deve saber como encaminhar qualquer questão no ambiente de trabalho, seja para sugerir mudanças, seja para criticar ou elogiar os serviços ou os colegas. ►Conversa: tendo conhecimento profundo da situação e dos objetivos que pretende alcançar em uma conversa, o profissional deve apresentar uma argumentação que justifique suas opiniões, ideias e sugestões. ►Superação de objeções: nessa fase do trabalho em equipe, ocorre a avaliação das sugestões e propostas apresentadas. Os parceiros de trabalho contrapõem argumentos e posteriormente avaliam as sugestões e as propostas apresentadas ►Acordo: ultrapassada a fase dos debates entre os membros de uma equipe e a apresentação do ponto de vista de cada um, o profissional precisa ter o espírito de corporação e procurar chegar a um consenso com os colegas ►Reabordagem: abrir possibilidades para um assunto ser abordado novamente pela equipe de trabalho é acreditar na possibilidade de se chegar a um acordo. A reabordagem confirma que o trabalho em equipe eficaz é o resultado do cultivo permanente da ideia de “nós”. TRABALHO EM EQUIPE O trabalho em uma equipe integrada pode ser dividido em três tipos principais: normativo, estratégico e comunicativo. ►Normativo: quando estão definidas as atribuições de cada componente da equipe, com sua autonomia preservada, interdependência entre todos, com flexibilidade de poderes adequada às competências e habilidades de cada um. ►Estratégico: quando se consegue identificar os objetivos para um trabalho, os recursos disponíveis ou que serão gerados, os parceiros e os obstáculos que podem influenciar o alcance do resultado final do que está sendo proposto. ►Comunicativo: quando se consegue criar espaços para discussões entre todos os componentes da equipe, seus apoios e a 18 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA comunidade, permitindo que todos externem seus objetivos individuais. Reunião de equipe A reunião de equipe dura 4 horas semanais, na semana padrão, tem uma pauta de reunião que deve ser construída na semana anterior etodos devem ter espaço de fala. ● Planejamento: definir os objetivos, participantes, o local, data e hora. A duração estimada, o material necessário, a agenda e as pautas. ● Condução: ler a ata da reunião anterior, estimular que todos participem, gerenciar o tempo, tomar decisões, dividir responsabilidades, apontar pendências, produzir a ata. ● Acompanhamento: acompanhar se as combinações estão sendo cumpridas, construção de pautas de forma coletiva ao longo da semana anterior (quadro/caderno da equipe). O que fazer na reunião de equipe? 19 OBJETIVOS - Compreender conceitos e fundamentos das Redes de Atenção à Saúde. - Diferenciar os pontos de atenção da RAS com os respectivos níveis de atenção a saúde. - Conhecer as cinco redes instituídas pelo ministério da saúde INTRODUÇÃO Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas às necessidades de saúde da população. A situação de saúde dos brasileiros é analisada nos seus aspectos: ● Demográficos: transição acelerada; baixas taxas de fecundidade; p rocesso rápido de envelhecimento; ● Epidemiológicos: transição singular; considera o conceito de condições de saúde, agudas e crônicas, que difere da tipologia mais usual (doenças transmissíveis e doenças e agravos não transmissíveis). A situação epidemiológica brasileira distancia-se da observada nos países desenvolvidos Definida, recentemente, como tripla carga de doenças porque envolve, ao mesmo tempo, uma agenda não concluída de infecções, desnutrição e problemas de saúde reprodutiva e o desafio das doenças crônicas e de seus fatores de riscos (tabagismo, sobrepeso, obesidade, inatividade física, estresse e a alimentação inadequada). Sistema fragmentado São aqueles que se organizam através de um conjunto de pontos de atenção à saúde isolados e incomunicados uns dos outros e que, por consequência, são incapazes de prestar uma atenção contínua à população. Não há uma população adscrita de responsabilização, o que impossibilita a gestão baseada na população. ● não possui comunicação fluída com a atenção secundária e nem com a terciária. ● A atenção primária à saúde não pode exercitar seu papel de centro de comunicação, coordenando o cuidado. ● organização hierárquica; a inexistência da continuidade da atenção; o foco nas condições agudas através de unidades de pronto-atendimento, ambulatorial e hospitalar; a passividade da pessoa usuária; intervenções curativas e reabilitadoras; sem estratificação dos riscos Os sistemas de saúde predominantes em todo mundo estão falhando, pois não estão conseguindo acompanhar a tendência de declínio dos problemas agudos e de ascensão das condições crônicas. A solução do problema fundamental do SUS consiste em restabelecer a coerência entre a situação de saúde de tripla carga de doenças e o sistema de atenção à saúde. Isso acontecerá através da superação do sistema fragmentado e com a implantação de redes de atenção à saúde. Redes de atenção á saúde “São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado." Portaria de Consolidação nº 03, de 28 de setembro de 2017. 20 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA Qual a proposta da RAS? Tem como proposta lidar com projetos e processos complexos de gestão e atenção à saúde, onde há interação de diferentes agentes e onde se manifesta uma crescente demanda por ampliação do acesso aos serviços públicos de saúde e por participação da sociedade civil organizada.As redes temáticas acordadas de forma tripartite As RAS são sistematizadas para responder a condições específicas de saúde, por meio de um ciclo completo de atendimentos (PORTER e TEISBERG, 2007), que implica a continuidade e a integralidade da atenção à saúde nos diferentes níveis Atenção Primária, Secundária e Terciária; Devem ter foco na população, de forma integral, por meio de serviço contínuo de cuidados que visem prioritariamente à promoção da saúde. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES: ● São estabelecidas sem hierarquia entre os diferentes componentes, organizando-se de forma poliárquica, em que todos os pontos de atenção à saúde são igualmente importantes e se relacionam horizontalmente; ● Implicam um contínuo de atenção nos níveis primário, secundário e terciário; ● Convocam uma atenção integral com intervenções promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras,reabilitadoras e paliativas; ● Funcionam sob coordenação da atenção primária à saúde; ● Prestam atenção oportuna, em tempos e lugares certos, de forma eficiente e ofertando serviços seguros e efetivos, em consonância com as evidências disponíveis; ● Focam-se no ciclo completo de atenção a uma condição de saúde. Têm responsabilidades sanitárias e econômicas inequívocas por sua população; ● Geram valor para a sua população. Elementos da RAS Uma Rede de Atenção à Saúde possui três elementos fundamentais: uma população; uma estrutura operacional e um modelo de atenção à saúde. População: O primeiro elemento circunscrito a uma área geográfica é a razão de ser da rede e está sob sua responsabilidade sanitária e econômica. Por essa razão deve ser conhecida e estar registrada, isto é, deve estar adscrita. Isso significa que, a referida população deve ser segmentada, subdividida em subpopulações por fatores de risco em relação às condições de saúde. Estrutura Operacional: formada pelos pontos de atenção das redes e pelas ligações materiais e imateriais que integram esses diferentes serviços e possui cinco componentes que fazem parte da estrutura operacional: ● centro de comunicação: das redes de atenção à saúde é o nó intercambiador no qual se coordenam os fluxos e contrafluxos do sistema de atenção à saúde e é constituído pela atenção primária à saúde (unidade de atenção primária à saúde ou equipe do Programa de Saúde da Família). ● pontos de atenção à saúde secundários e terciários: os nós das redes onde se ofertam determinados serviços 21 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA especializados, gerados através de uma função de produção singular. Não há, entre eles, relações de principalidade ou subordinação, características das relações hierárquicas. ● sistemas de apoio: lugares institucionais das redes onde se prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde, nos campos do apoio diagnóstico e terapêutico, da assistência farmacêutica e dos sistemas de informação em saúde. ● sistemas logísticos: são soluções tecnológicas, fortemente ancoradas nas tecnologias de informação, que garantem uma organização racional dos fluxos e contrafluxos de informações, produtos e pessoas nas redes de atenção à saúde, permitindo um sistema eficaz de referência e contrarreferência ● sistemas de governança: o arranjo organizativo que permite a gestão de todos os componentes das redes de atenção à saúde Modelo de atenção a saúde São sistemas lógicos que organizam o funcionamento das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferentes tipos de intervenções sanitárias, definidos em função da visão prevalecente da saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade. As condições agudas exigem, para o seu manejo adequado, a implantação de modelos de atenção à saúde que, em geral, expressam-se num tipo de classificação de riscos. Por outro lado, os modelos voltados para as condições crônicas, são construídos a partir de um modelo seminal, o MACC, composto por seis elementos, subdivididos em dois grandes campos: nos sistemas de atenção á saúde e na comunidade. No sistema de atenção à saúde, as mudanças devem ser feitas na organização da atenção à saúde, no desenho do sistema de prestação de serviços, no apoio às decisões, nos sistemas de informação clínica e no autocuidadoapoiado. Na comunidade, as mudanças estão centradas na articulação dos serviços de saúde com os recursos da comunidade Esses seis elementos apresentam interrelações que permitem desenvolver usuários informados e ativos e equipe de saúde preparada e proativa para produzir melhores resultados sanitários e funcionais para a população. Tipos de RAS PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO N° 3, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017 Consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de Saúde. Art. 3° São Redes Temáticas de Atenção à Saúde: I - Rede Cegonha II - Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) III - Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas IV - Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) V - Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência ► Rede Cegonha: A Rede Cegonha é um pacote de ações para garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizado para todas as mulheres. O trabalho busca oferecer assistência desde o 22 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA planejamento familiar, passa pelos momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, pelo parto, pelos 28 dias pós-parto (puerpério), cobrindo até os dois primeiros anos de vida da criança. Tudo dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede Cegonha é estruturada a partir de quatro componentes: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico que refere-se ao transporte sanitário e regulação. ► Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) Tem a finalidade de ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência de forma ágil e oportuna. A Rede está organizada em dois componentes: o pré hospitalar (móvel e fixo) e o hospitalar. As diretrizes da RUE estão definidas na Portaria GM/MS no 1.600/2011. A classificação de risco é utilizada no acolhimento hospitalar para se fazer uma avaliação inicial do paciente e determinar a necessidade de um atendimento mais urgente. Esse método permite saber a gravidade do estado de saúde dos pacientes, seu potencial de risco, o grau de sofrimento, entre outras informações. Dessa forma, as pessoas que estão em estados mais críticos e dependem de um atendimento para que não haja um agravamento de sua saúde podem ser acolhidas primeiro. No Brasil, a classificação mais comum é o Protocolo de Manchester, que utiliza cinco cores para identificar o grau de cada paciente. Geralmente, elas são: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. A cor vermelha representa os casos mais graves, e a azul, os mais leves. ► Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas: Pensada a partir de diferentes tecnologias, estruturadas em serviços territorializados, construídos da seguinte forma: Serviços Assistenciais em Oncologia, Linha de Cuidado de Sobrepeso e Obesidade. ► Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência: A Saúde da Pessoa com Deficiência (SPD) no SUS busca proporcionar atenção integral à saúde dessa população, desde a APS até a reabilitação, incluindo o fornecimento de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, quando necessário. O objetivo é proteger a saúde e reabilitar as pessoas com deficiência em relação a suas capacidades funcionais (física, auditiva, intelectual e visual). ► Rede de Atenção Psicossocial : A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) 23 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA Criada pela Portaria GM/MS no 3.088/2011, tem o objetivo de acolher e acompanhar as pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas no âmbito do SUS. 24 @RESUMOSDAKARU - MEDICINA UNINOVAFAPI AFYA QUESTÕES IESC II QUESTÃO 01 A equipe da Unidade Básica de Saúde participou de reunião com gestores municipais , quando foram apresentas as principais mudanças no financiamento da Atenção Primária à Saúde ( APS) em decorrência do Programa Previne Brasil, instituído pela Portaria nº2 .9 7 9 , de 1 2 de novembro de 2019 . Na oportunidade, o secretário de saúde comparou a forma de financiamento definida na Portaria nº2 .4 3 6 de 2 0 1 7 , que aprova a Política Nacional da Atenção Básica,com a nova política apresentada. A partir disso, identifique duas mudanças no financiamento da APS instituídas pelo Programa Previne Brasil comparando com a Portaria 2436/17. QUESTÃO 02 Após o período de chuvas de verão, na área de abrangência da Unidade de Saúde da Família Diamante, é sempre a mesma situação:há um aumento considerável de casos de dengue. A área é composta por bairros novos, que se constituíram a menos de 10 anos, permanecendo muitos lotes vagos, regiões de mata e um rio que corta o território. A equipe de saúde, ao propor ações de enfrentamento do problema, sugeriu que fosse feita uma abordagem domiciliar. Sobre a situação, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta: I) Para a efetividade da ação é importante mapear os casos dentro do território, destacando as micro áreas com maior número de casos novos. PORQUE II) A territorialização representa importante instrumento de organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde. (alternativa A) A asserção I é verdadeira e a II é falsa. (alternativa B) A asserção I é falsa e a II é verdadeira. (alternativa C) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é justificativa da I. (alternativa D) As asserções I e II são verdadeiras e a II é justificativa da I QUESTÃO 03 O financiamento federal de custeio da Atenção Primária à Saúde (APS) será constituído por captação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas. No que refere ao incentivo por ações estratégicas, avalie as asserções a seguir e assinale a alternativa correta: I - O cálculo para a definição dos recursos financeiros para incentivo para ações estratégicas deverá considerar: as especificidades e prioridades em saúde, os aspectos estruturais das equipes, e a produção em ações estratégicas em saúde. II - Programa Saúde Bucal, Programa Saúde na Escola, Atenção Domiciliar e Programa Saúde na Hora, são exemplos de incentivo de ações estratégicas. (alternativa A) A asserção l é verdadeira e a ll é falsa. (alternativa B) A asserção l é falsa e a ll é verdadeira. (alternativa C) As asserções l e II são falsas. (alternativa D) As asserções l e II são verdadeiras. QUESTÃO 04 Senhor Argemiro, 75 anos, usuário da Unidade de Saúde da Família teve alta hospitalar, após quadro de queda e fratura de fêmur com necessidade de procedimento cirúrgico. Recebeu visita de Vilma, sua agente comunitária de saúde (ACS), um dia após sua liberação do hospital. Vilma então programou uma visita domiciliar com o médico e enfermeira para o senhor Argemiro, pensando que ele precisaria de um suporte após a alta. Considerando as 25 informações do caso, qual das alternativas contempla um princípio ou diretriz da Atenção Básica à Saúde que é percebido (a) no acompanhamento do senhor Argemiro? (alternativa A) A participação da comunidade é representada pelo senhor Argemiro recebendo visita domiciliar da equipe. (alternativa B) A regionalização e hierarquização aparece na visita domiciliar pela agente comunitária de saúde pós alta hospitalar do Sr. Argemiro. (alternativa C) A longitudinalidade do cuidado é vista na programação da visita domiciliar pela equipe da unidade básica de saúde. (alternativa D) A ordenação da rede pode ser compreendida pela visita domiciliar da agente comunitária de saúde da equipe. QUESTÃO 05 A Territorialização na Estratégia Saúde da Família consiste em: A)Delimitar o território de atuação da equipe e as microáreas dos agentes comunitários de saúde; B)Desenhar o mapa do território adscrito; C)Cadastrar as famílias residentes no território adscrito; D)Realizar visitas domiciliares às famílias do território; E)Fazer o reconhecimento do território adscrito, mapear a área, levantar problemas de saúde da população, elaborar diagnóstico e o planejamento estratégico das ações de saúde. QUESTÃO 06 A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica no País, de acordocom os preceitos do Sistema Único de Saúde. É um objetivo desse programa: A)Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde. B)Atuar de forma repressiva no combate às doenças consideradas gravíssimas. C)Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde, ainda que não sejam de qualidade. D)Humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de um vínculo entre os profissionais de saúde e a população, mediados pelo médico responsável pela equipe. QUESTÃO 07 O Programa Previne Brasil, lançado em 2019, estabelece o novo modelo de financiamento da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde.Segundo esse novo modelo, o repasse das transferências para os municípios é distribuído com base em três critérios: (A)Capitação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas. (B)População cadastrada, número de equipes NAS cadastradas e número de eSF cadastradas. (C)Idade populacional, número de ACS por equipe e número de pessoas cadastradas no Auxílio Brasil. (D) Classificação geográfica, ações de promoção de saúde nas escolas, quantidade de medicamentos da REMUME. (E) Número de ESF cadastradas, número de equipes NASF cadastradas e número de eSB cadastradas. QUESTÃO 08 Sobre a Estratégia Saúde da Família (ESF), é correto afirmar: A)A ESF tem como meta a reorganização da Atenção Terciária no Brasil. B)A equipe de saúde da família é composta por, no mínimo, um médico generalista e agentes comunitários de saúde, sendo opcional a participação da equipe de enfermagem. C)A ESF tem como meta a reorganização da Atenção Secundária no Brasil. 26 D)Os agentes comunitários são opcionais dentro da ESF uma vez que eles não integram a equipe mínima necessária. E)É uma estratégia de expansão, qualificação e consolidação dos serviços básicos de saúde, pois favorece uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades. QUESTÃO 09 Leia o excerto a seguir. "É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e coletividade" O trecho diz respeito ao princípio da Política Nacional de Atenção Básica. A)Integralidade. B)Universalidade. C)Equidade. D)Territorialidade. E)Resolutividade. QUESTÃO 10 Entre as atribuições específicas do profissional médico que atua na Estratégia Saúde da Família (ESF), um tanto diferente do papel do médico nas Unidades Hospitalares, está a realização de encaminhamentos a outros pontos da rede de atenção, a responsabilização pelo plano terapêutico de forma compartilhada, respeitando-se os fluxos assistenciais, o registro apropriado de informações e a comunicação entre os profissionais em tempo e lugar oportunos, de maneira a atender à necessidade do usuário. (SILVEIRA, Milene da Silva et ali. Processo regulatório da Estratégia Saúde da Família para a assistência especializada. SAÚDE DEBATE, RIO DE JANEIRO, V. 42, N. 116, P. 63-72, JAN-MAR 2018). Nesse sentido, é possível se afirmar que no Brasil I- há fragilidades quanto à regulação do acesso pelo médico da ESF que, apesar de contribuir para a coordenação do cuidado, ainda não tem sua utilização reconhecida como uma ferramenta de gestão da clínica. II- investir em capacitação e qualificação do profissional no âmbito da Atenção Primária à Saúde e da regulação em saúde pode promover maior resolutividade com melhor gestão do cuidado, bem como o uso racional dos recursos disponíveis. III- a regulação assistencial, por ser componente da Rede de Atenção em Saúde com ampla e privilegiada visão dos recursos disponíveis e da dinâmica dos serviços, deve ser considerada como grande aliada para os profissionais inseridos nas unidades de ESF. Está CORRETO o que se afirma em A)II. B)I, II e III. 27 C)III. D)I e II. E)I. QUESTÃO 11 O Programa Saúde da Família (PSF) é o modelo de organização da atenção primária (APS) adotado no Brasil em 1994. Elevado à condição de Estratégia Saúde da Família ao final dos anos 1990, na medida em que é reconhecido como a estratégia de reorientação da atenção básica brasileira, adota uma concepção de APS integral, pautada nas seguintes características: primeiro contato/porta de entrada, longitudinalidade, integralidade e coordenação de cuidado. Considerando esses quatro atributos essenciais da APS, analise qual deles se relaciona com exemplos abaixo de situações em que os mesmos são afirmados ou negados. Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta. Exemplo 1: Sheila, 41 anos, vai ao médico da UBS e se queixa de que sua menstruação tem sido mais volumosa nos últimos meses e acompanhada de dores intensas. Além disso, tem se sentido ansiosa e fragilizada emocionalmente, pois não percebe carinho e afeto por parte do esposo. Entretanto, é interrompida pelo médico: "Nesse caso, você precisa de um psicólogo. Vou fazer seu encaminhamento." Exemplo 2: Caio tem 04 anos e sua mãe o traz novamente à UBS, pois está, mais uma vez, com falta de ar e sibilância. O médico recupera as informações das últimas consultas no prontuário para buscar classificar adequadamente a asma brônquica e rever o tratamento. Exemplo 3: Francisco tem 67 anos e é portador de múltiplas comorbidades: hipertensão, diabetes, osteoartrose e doença do refluxo gastroesofágico. Procura o médico da UBS porque diz não estar se dando bem com os anti-inflamatórios prescritos pelo reumatologista particular que procurou. Exemplo 4: Aldemir, 65 anos, apresentou episódios de evacuação com discreta quantidade de sangue nas fezes nas últimas semanas, motivo pelo qual procurou a UBS. Todavia, foi informado de que a agenda de consultas seria aberta daqui a 15 dias e que até lá só havia possibilidade de encaixar urgências. A) Coordenação do Cuidado - Longitudinalidade - Integralidade - Porta de Entrada B)Longitudinalidade - Integralidade - Coordenação do Cuidado -Porta de Entrada C) Integralidade - Longitudinalidade - Coordenação do Cuidado - Porta de Entrada D) Coordenação do Cuidado - Integralidade - Porta de Entrada - Longitudinalidade E)Integralidade - Coordenação do Cuidado -Porta de Entrada - Longitudinalidade QUESTÃO 12 Informe se é Verdadeiro (V) ou Falso (F) o que se afirma sobre a atenção básica na organização da Rede de Atenção à Saúde. ( ) Prevê o acolhimento de todas as pessoas conforme as suas necessidades. ( ) É a única porta de entrada e centro de comunicação da Rede da Atenção à Saúde. 28 - - Integralidade 10 * F ( ) Assegura que o atendimento de urgência/emergência não ultrapasse o número de consultas agendadas para o turno. ( ) Considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral e incorporar as ações de vigilância em saúde. ( ) É um espaço de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a Rede de Atenção à Saúde. De acordo com as informações, a sequência correta é A)V, F, F, V, V. B)F, V, V, F, V. C)F, V, F, V, F. D)V, F, V, F, F. QUESTÃO 13 A Rede de Atenção à Saúde (RAS) faz parte do sistema de saúde brasileiro e se propõe a agregar os serviços de saúde, envolvendo unidades com distintas complexidades tecnológicas relacionadas entre si e presentes em diferentes espaços e populações. Para integrar a RAS, houve um esforço para interligar os serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade. Diante do exposto, analise asafirmativas a seguir e assinale V para a(s) Verdadeira(s) e F para a(s) Falsa(s). ( ) As Unidades Básicas de Saúde, reconhecidas como de baixa complexidade, agregam diferentes programas de saúde, realizando consultas e procedimentos básicos, sendo que os serviços de Baixa Complexidade são a porta de entrada do Sistema Único de Saúde. ( ) A Atenção Secundária à Saúde refere-se aos serviços de média complexidade e integram a RAS, como hospitais e serviços móveis de urgência e emergência. ( ) A RAS integra os serviços de baixa, média e alta complexidade. ( ) A Atenção Terciária à Saúde integra os hospitais e seus serviços de alta complexidade, onde existem tecnologias mais invasivas e de alta resolutividade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: A)F, V, F, V. B)V, V, F, F. C)F, F, F, F. D)V, V, V, V. QUESTÃO 14 29 As relações humanas no trabalho influenciam o resultado final do serviço de toda a equipe. Uma equipe alinhada e bem relacionada trará um ambiente de trabalho agradável e mais produtivo. Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA em relação ao bom desenvolvimento de toda a equipe: A)As opiniões deverão ser ignoradas. B)As responsabilidades devem ser delegadas. C)A equipe deve respeitar as divergências e diversidades. D)As críticas devem ser evitadas. E)O líder deve ser arbitrário em suas decisões. QUESTÃO 15 A saúde trabalha com diferentes tipos de tecnologia, classificando-as em tecnologias leves, duras e leve-duras. MERHY, E. E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2005, com adaptações. A esse respeito, assinale a alternativa que indica um exemplo de tecnologia leve a)Acolhimento b)Clínica médica c)Epidemiologia d)Diretriz terapêutica e)Estetoscópio 30 QUESTÃO 16 Ao discutir sobre as ferramentas tecnológicas relacionadas ao processo de trabalho na saúde, Merhy (1997), aponta as tecnologias leves, as tecnologias leves-duras e as tecnologias duras. Sobre estas tecnologias, analise as afirmações a seguir e marque uma das opções abaixo: I. As tecnologias leves se associam às habilidades de comunicação/interação do profissional de saúde, favoráveis à construção das relações de vínculo e confiança entre os sujeitos envolvidos no cuidado. II. As tecnologias leves-duras se associam aos saberes técnicos estruturados que cada categoria profissional de saúde possui e adota como base nos processos de trabalho. III. As tecnologias duras se associam aos equipamentos e maquinários necessários para auxiliarem nas intervenções assistenciais em saúde. A)Somente I está correta. B)Somente I e II estão corretas. C)Somente I e III estão corretas. D)Somente II e III estão corretas. E)I, II e III estão corretas. 31 GABARITO 01. Espera-se que o aluno explique duas mudanças instituídas no novo modelo de de financiamento da Atenção Primária à Saúde ( APS) de acordo com programa previne brasil. Um a das alterações refere-se à extinção do Piso da Atenção Básica (PAB fix o e variável) e a adoção dos seguintes critérios para o custeio da atenção primária à saúde: pagamento por desempenho; incentivo para ações estratégicas; e incentivo financeiro com base em critério populacional. Outra alteração é a revogação das equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da F amília e Atenção Básica (NAS F -AB) 02. D 03. D 04. C 05. E 06. A 07. A 08. E 09. A 10. B 11. C 12. A 13. D 14. C 15. A 16. E 32 OBJETIVOS - Conhecer os princípios e objetivos do Apoio Matricial. - Distinguir as ações do apoio matricial: pedagógicas, sanitárias e clinicas. - Associar o trabalho das equipes multiprofissionais com o apoio matricial. - Entender a articulação das equipes: saúde da família e de atenção primária com a equipe multiprofissional-ENASF-ab. INTRODUÇÃO O matriciamento (ou apoio matricial) é uma maneira de colocar em prática a atenção em saúde visando a integralidade e resolubilidade, através do trabalho interdisciplinar. Foi um modelo formulado por Gastão Wagner Campos e pode ser descrito como um cuidado colaborativo entre saúde mental e atenção primária. CHIAVERINI, Dulce Helena et al. define: “Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.” De acordo com GUSSO, LOPES, 2018: “apoio matricial na saúde é um modelo de cuidados colaborativos em que equipes de serviços diferentes trabalham de forma integrada no cuidado da população. Integração de especialistas com equipes de saúde da família, mantendo o cuidado sob coordenação destas. O apoio matricial tem 2 componentes: Suporte pedagógico - representado por discussão de casos, atendimentos conjuntos e outras atividades colaborativas do apoiador com as equipes de saúde da família. Retaguarda assistencial - representada por atendimentos e outras intervenções específicas do apoiador junto aos usuários.” Dessa maneira, entende-se que o matriciamento busca produzir saúde, de maneira integral, através de um serviço interdisciplinar e de uma proposta de intervenção pedagógica - terapêutica. Hoje, a principal estratégia desenvolvida para apoio matricial é a equipe de Nasf (núcleo de apoio à saúde da família). Objetivos do matriciamento: ● Contribuir para o acolhimento da demanda em sua complexidade; ● Socializar e produzir saberes em conjunto com as equipes de referência locais (Saúde da Família); ● Compartilhar as responsabilidade promovendo a regulação do fluxo; ● Favorecer a ampliação e diversificação das ações,potencializando a construção de novos dispositivos de atenção em resposta às necessidades do usuário; ● Contribuir para a flexibilização e abertura institucional no que se refere a olhares, saberes, poderes, normas, ações e relações,garantindo o acesso e a participação do usuário Cuidados colaborativos Gusso, Lopes (2018) fala sobre cuidados colaborativos no livro Tratado de Medicina da Familia e comunidade: 8 @resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA Os cuidados colaborativos são modelos que buscam integrar especialistas e profissionais de Atenção Primária à Saúde (APS) com o objetivo de melhorar a qualidade da assistência. No Brasil, o apoio matricial é destacado como um modelo chave de cuidados colaborativos. Existem várias definições e modelos de cuidados colaborativos, e há alguma sobreposição com outros termos, como cuidados compartilhados. No entanto, todos esses modelos têm em comum o objetivo de fortalecer a relação de trabalho entre profissionais de APS e especialistas. A comunicação e interação entre médicos de APS e especialistas desempenham um papel fundamental na eficácia de cuidados colaborativos, especialmente no tratamento de doenças crônicas e transtornos mentais. Uma característica importante dos cuidados colaborativos e do apoio matricial é a capacidade de provocar mudanças não apenas no comportamento dos profissionais envolvidos, mas também no nível organizacional, diferenciando esses modelos de outras estratégias de integração. Componentes dos cuidados colaborativos ►Identificação sistemática de pessoas para acompanhamento – Rastreamento, busca ativa ►Oferta de intervenções estruturadas – Tratamentos medicamentosos, terapias, educação em saúde, promoção de autocuidado ►Capacitação profissional – Inclui profissionais da APS e especialistas ►Revisão de papéis profissionais – Mudanças de papéis entre profissionais ou inclusão de novas tarefas ►Trabalho interdisciplinar – Constituição de equipes ou adição de novos profissionais às equipes ►Gestão de casos – Estratégias para coordenação das ações entre profissionais, reforço à adesão ►Acompanhamento sistemático – Monitoramento das pessoas acompanhadas ►Atividades colaborativas diretas – Atendimentos conjuntos, interconsulta, discussão de casos ►Estruturação do cuidado – Uso de protocolos ou diretrizes de atenção ►Sistematização da comunicação – Fortalecimento da comunicação entre profissionais, incluindo critérios de acesso, prontuários comuns e meios