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Princípios e Diretrizes da PNAB

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Política Nacional de Atenção Básica …………………………………1-7
Previne Brasil ……………………………………………………………………..8-10
Processo do trabalho em saúde………………………………….….. 11-15
Trabalho em equipe …………………………………..……………………. 16-19
Redes de atenção á saúde…………………………………………….. 20- 24
Questões ………………………………………………………………………..…25-31
Gabarito ………………………………………………………………………….. 32
OBJETIVOS
- Conhecer os princípios e diretrizes da
PNAB;
- Entender o funcionamento e tipos de
equipes que atuam na atenção básica;
- Identificar as atribuições comuns da
equipe e especificas do médico;
- Compreender a Estratégia de Saúde da
Família como equipe prioritária da PNAB.
- Conhecer o conceito território e tipos
(Territórios processo, em saúde, distrito
sanitário, área, micro área, micro área de
risco, domicilio).
INTRODUÇÃO
A portaria nº 2.436 de 21/09/2017
reformulou a Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB)
Essa portaria aprova a Política Nacional de
Atenção Básica (PNAB), estabelecendo a
revisão de diretrizes para a organização da
Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS), conforme disposto no art.
1º;
No art. 2º é apresentado o conceito de
Atenção Básica e a quem ela deve ser
ofertada:
Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de
ações de saúde individuais, familiares e
coletivas que envolvem promoção,
prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos,
cuidados paliativos e vigilância em saúde,
desenvolvida por meio de práticas de
cuidado integrado e gestão qualificada,
realizada com equipe multiprofissional e
dirigida à população em território definido,
sobre as quais as equipes assumem
responsabilidade sanitária.
§1º A Atenção Básica será a principal porta
de entrada e centro de comunicação da
RAS, coordenadora do cuidado e
ordenadora das ações e serviços
disponibilizados na rede.
O QUE SÃO RAS?
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são
arranjos organizativos de ações e serviços
de saúde, de diferentes densidades
tecnológicas que, integradas por meio de
sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do
cuidado (Ministério da Saúde, 2010 –
portaria nº 4.279, de 30/12/2010).
A implementação das RAS aponta para uma
maior eficácia na produção de saúde,
melhoria na eficiência da gestão do sistema
de saúde no espaço regional, e contribui
para o avanço do processo de efetivação do
SUS.
continuando o art. 2º:
§ 2º A Atenção Básica será ofertada
integralmente e gratuitamente a todas as
pessoas, de acordo com suas necessidades
e demandas do território, considerando os
determinantes e condicionantes de saúde.
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada
em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença,
nacionalidade, orientação sexual, identidade
de gênero, estado de saúde, condição
socioeconômica, escolaridade, limitação
física, intelectual, funcional e outras.
No art. 3º são apresentados os princípios e
diretrizes do SUS e da RAS. Mas, antes de
nos aprofundarmos no estudo deste artigo,
vamos ver a diferença entre princípios e
diretrizes:
● Princípios – servem de base para o
sistema, representam valores e
preceitos a serem seguidos;
● Diretrizes – define caminhos e
estabelece estratégia para o alcance
dos objetivos do SUS.
Conforme disposto no art. 3º:
Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e
da RAS a serem operacionalizados na
Atenção Básica.
I - Princípios:
a) Universalidade;
1
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
b) Equidade; e
c)Integralidade.
II - Diretrizes:
a) Regionalização e Hierarquização;
b) Territorialização;
c) População Adscrita;
d) Cuidado centrado na pessoa;
e) Resolutividade;
f) Longitudinalidade do cuidado;
g) Coordenação do cuidado;
h) Ordenação da rede; e
i) Participação da comunidade
Agora vamos destrinchar cada um deles,
iniciando pelos princípios:
a) Universalidade – acesso aos serviços de
saúde em todos os níveis de assistência;
b) Equidade – tratar de forma desigual os
diferentes; distribuição, atenção e o acesso
aos serviços de saúde de acordo com a
necessidade de cada um;
c) Integralidade – fundamenta-se no
entendimento de que as pessoas têm o
direito de serem atendidas no conjunto de
suas necessidades, individuais e coletivas, e
que, os serviços de saúde devem estar
organizados de modo a oferecer todas as
ações requeridas por essa atenção integral.
A pessoa deve ser vista como um todo e
deve ser atendida em todas as esferas;
Já as diretrizes são as seguintes:
a) Regionalização e hierarquização – os
serviços devem ser organizados em níveis
crescentes de complexidade, circunscritos a
uma determinada área geográfica,
planejados a partir de critérios
epidemiológicos, e com definição e
conhecimento da população a ser atendida.
Regionalização: articulação de serviços
por meio da organização entre
zonas/localização(maior espaço), visando o
comando único de saúde. A regionalização
delimita a territorialização
Hierarquização: Divisão em NÍVEIS DE
ATENÇÃO e garantir formas de acesso e
serviços por meio de sua COMPLEXIDADE
nos limites de cada região.
b) Territorialização – é um ferramenta que
permite o planejamento, a programação
descentralizada e o desenvolvimento de
ações setoriais e intersetoriais com foco em
um território específico, com impacto na
situação, nos condicionantes e
determinantes da saúde das pessoas e
coletividades que constituem aquele espaço
e estão, portanto, adstritos a ele.
c) População adscrita - população que está
presente no território da UBS, de forma a
estimular o desenvolvimento de relações de
vínculo e responsabilização entre as equipes
e a população, garantindo a continuidade
das ações de saúde e a longitudinalidade do
cuidado e com o objetivo de ser referência
para o seu cuidado.
d) Cuidado centrado na pessoa - aponta
para o desenvolvimento de ações de
cuidado de forma singularizada, que auxilie
as pessoas a desenvolverem os
conhecimentos, aptidões, competências e a
confiança necessária para gerir e tomar
decisões embasadas sobre sua própria
saúde e seu cuidado de saúde de forma
mais efetiva.
e) Resolutividade – à Atenção Básica deve
ser resolutiva, utilizando e articulando
diferentes tecnologias de cuidado individual
e coletivo;
f) Longitudinalidade do cuidado -
continuidade da relação de cuidado, com
construção de vínculo e responsabilização
entre profissionais e usuários ao longo do
tempo e de modo permanente e consistente,
acompanhando os efeitos das intervenções
em saúde e de outros elementos na vida das
pessoas ;
g) Coordenar o cuidado - elaborar,
acompanhar e organizar o fluxo dos
usuários entre os pontos de atenção das
RAS. Atuando como o centro de
2
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
comunicação entre os diversos pontos de
atenção.
h) Ordenar as redes - reconhecer as
necessidades de saúde da população sob
sua responsabilidade, organizando as
necessidades desta população em relação
aos outros pontos de atenção à saúde,
contribuindo para que o planejamento das
ações, assim como, a programação dos
serviços de saúde, parta das necessidades
de saúde das pessoas.
i) Participação da comunidade - estimular a
participação das pessoas, a orientação
comunitária das ações de saúde na Atenção
Básica e a competência cultural no cuidado;
Conforme visto anteriormente, sabe-se que a
atenção básica é a porta de entrada do
SUS. Precisa ter alta resolutividade, com
capacidade clínica e de cuidado e
incorporação de tecnologias leves, leves
duras e duras. (esses conceitos você entende no
capítulo de processo do trabalho em saúde)
Equipes da Atenção Básica
Para o bom funcionamento da Atenção
Básica, ela é dividida em equipes, veremos a
seguir as três mais importantes pra prova:
● Equipe de Saúde da Família (eSF)
Estratégia prioritária de atenção à saúde,
visa à reorganização da Atenção Básica no
país, de acordo com os preceitos do SUS.
Essa equipe é composta, no mínimo, por:
-médico, preferencialmente da especialidade
medicina de família e comunidade;
- enfermeiro, preferencialmente especialista
em saúde da família;
- auxiliar e/ou técnico de enfermagem e
- agente comunitáriode saúde (ACS).
Além destes, podem fazer parte da equipe o
agente de combate às endemias (ACE) e os
profissionais de saúde bucal:
cirurgião-dentista, preferencialmente
especialista em saúde da família, e auxiliar
ou técnico em saúde bucal.
O número de ACS por equipe deverá ser
definido de acordo com base populacional,
critérios demográficos, epidemiológicos e
socioeconômicos, de acordo com definição
local.
A carga horária semanal é de 40 horas e
cada membro só pode fazer parte de uma
equipe de saúde da família.
● Equipe de Atenção Básica (eAB)
Composto, no mínimo, por:
- médicos preferencialmente da
especialidade medicina de família e
comunidade;
- enfermeiro preferencialmente especialista
em saúde da família,
- auxiliares de enfermagem e/ou técnicos
de enfermagem.
Poderão agregar outros profissionais como
dentistas, auxiliares de saúde bucal e ou
técnicos de saúde bucal, agentes
comunitários de saúde e agentes de
combate à endemias.
Carga horária mínima de 10 horas por
categoria profissional, com no máximo 3
profissionais por categoria, devendo somar
40 horas semanais, no mínimo.
● Equipe de Saúde Bucal (eSB)
-Pode compor eSF ou eAB;
-Deve estar vinculado à uma UBS ou
Unidade Odontológica Móvel
Podem se organizar em duas modalidades:
Modalidade I: Cirurgião-dentista e
auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico
em saúde bucal (TSB) e;
Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB
e ASB, ou outro TSB.
Composição:
- Dentista
- Auxiliar e/ou técnico de Saúde Bucal;
Devem compartilhar a gestão e o processo
de trabalho da equipe, tendo
responsabilidade sanitária pela mesma
população e território adstrito que a eSF /
eAB a qual integra;
● Equipes de Atenção Básica para
populações especificas
3
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
Toda eAB deve realizar atenção à saúde de
populações especificas
● eSFR – equipe de saúde da família
ribeirinha e eSFF – equipe de
saúde da família fluviais: em áreas
cujo acesso se dá por meio fluvial,
para comunidades ribeirinhas e
pertencentes à área adstrita
As equipes para essas populações
específicas estão vinculadas a uma UBS.
Serão formadas por 1 médico, 1 enfermeiro
1 auxiliar e/ou técnico de enfermagem.
Pode-se acrescentar ACS, ACE e
profissionais de saúde bucal
A carga horária mínima é de 40h/s e deve
haver um circuito de deslocamento que
garanta o atendimento a todas as
comunidades ao menos a cada 60 dias para
onde a UBS fluvial não conseguir aportar
● eCR – equipe de consultório de rua
Fornece assistência à saúde de pessoas em
situação de rua ou características análogas,
é uma unidade fixa ou móvel, tem
composição variável de membros e carga
horária mínima de 30h/s. No máximo 2
profissionais da mesma profissão
Os Consultórios na Rua são formados por
equipes multiprofissionais, podendo fazer
parte delas as seguintes profissões:
A: enfermeiro, psicólogo, assistente social
ou terapeuta ocupacional;
B: agente social, técnico ou auxiliar de
enfermagem, técnico em saúde bucal,
cirurgião-dentista, profissional/professor de
educação física ou profissional com
formação em arte e educação.
● eABP – equipe de atenção básica
prisional
As eABP são compostas por equipes
multiprofissionais que tem o objetivo de
garantir o acesso ao cuidado integral no
SUS às pessoas privadas de liberdade no
sistema prisional, devendo realizar suas
atividades nas unidades prisionais ou nas
Unidade de Saúde da Família (USF) a que
estiver vinculada.
Atribuições comuns dos profissionais da
Atenção Básica e as específicas do médico
Todos os profissionais do SUS e,
especialmente, da Atenção Básica são
responsáveis pela atenção à saúde de
populações que apresentem vulnerabilidades
sociais específicas e, por consequência,
necessidades de saúde específicas, assim
como pela atenção à saúde de qualquer
outra pessoa.
Isso porque a Atenção Básica possui
responsabilidade direta sobre ações de
saúde em determinado território,
considerando suas singularidades, o que
possibilita intervenções mais oportunas
nessas situações específicas, com o objetivo
de ampliar o acesso a redes de atenção em
saúde e ofertar uma atenção integral à
saúde.
Atribuições comuns:
1. Área de atuação: territorialização,
mapeamento, cadastro
2. Atenção à saúde: promoção,
proteção e recuperação da saúde.
Prevenção de doenças e agravos,
atendimento à demanda espontânea,
ações programáticas, ações coletivas,
ações de vigilância em saúde.
3. Acolhimento - responsabilização -
regulação
4. Segurança do paciente
5. Notificação de doenças e agravos
6. Atenção domiciliar
7. Alimentação dos sistemas de
informação
8. Trabalho interdisciplinar
9. Ações intersetoriais
10. Participação da comunidade -
planejamento - avaliação
11. Educação permanente e continuada
em saúde
12. Gerenciamento dos insumos
4
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
A equipe básica da APS é composta por
médico, enfermeiro, técnico de enfermagem
e ACS (cujo número deve ser suficiente para
cobrir 100% da população cadastrada, com
um máximo de 750 pessoas por ACS e de
12 ACSs por equipe de saúde da família).
Em 2000, a equipe básica foi ampliada,
agregando-se a ela uma equipe de saúde
bucal composta por cirurgião-dentista e
auxiliar de consultório dentário, podendo-se
ter ainda um técnico de higiene bucal, com
trabalho integrado a uma ou duas equipes.
Essa equipe é responsável por um território
geográfico definido, uma população adscrita
e uma jornada de trabalho de 40 horas
semanais.
São atribuições específicas do médico:
- Realizar a atenção à saúde às pessoas e
famílias sob sua responsabilidade;
- Realizar consultas clínicas, pequenos
procedimentos cirúrgicos, atividades em
grupo na UBS e, quando indicado ou
necessário, no domicílio e/ou nos demais
espaços comunitários (escolas, associações
entre outros);
- Realizar estratificação de risco e elaborar
plano de cuidados para as pessoas que
possuem condições crônicas no território,
junto aos demais membros da equipe;
- Encaminhar, quando necessário, usuários a
outros pontos de atenção, respeitando fluxos
locais, mantendo sob sua responsabilidade o
acompanhamento do plano terapêutico
prescrito;
- Indicar a necessidade de internação
hospitalar ou domiciliar, mantendo a
responsabilização pelo acompanhamento da
pessoa;
- Planejar, gerenciar e avaliar as ações
desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto
com os outros membros da equipe; e
- Exercer outras atribuições que sejam de
responsabilidade na sua área de atuação.
Território e territorialização
Território é um espaço em constante
construção/reconstrução e produto da
dinâmica social, território de vida pulsante,
de conflitos, de interesses diferenciados em
jogo, de projetos e de sonhos.
Gondim e Monken definem território como
o espaço delimitado produzido pela
sociedade no qual existem múltiplos objetos
geográficos (naturais e construídos), atores
sociais – pessoas (indivíduos e grupos) e
instituições – relações (fluxos) e poderes
diversos.
No campo da saúde o termo território
adquire diferentes significados que
expressam maior ou menor proximidade e
maior ou menor amplitude territorial.
O território de uso na saúde é,
simultaneamente, território solo e território
processo (econômico, político, cultural e
epidemiológico).
● território solo: definido a partir de
critérios geográficos e com um visão
estática, sem acompanhar as
mudanças ocorridas no território.
● território processo: definido por
critérios geográficos, políticos,
econômicos, sociais e culturais, com
uma visão dinâmica que acompanha
as mudanças permanentes no
território.
É a unidade geográfica única, de construção
descentralizada do SUS na execução das
ações estratégicas destinadas à vigilância,
promoção, prevenção, proteção e
recuperação da saúde.
Os Territórios são destinados para dinamizar
a ação em saúde pública, o estudo social,
econômico, epidemiológico, assistencial,
cultural e identitário, possibilitando uma
ampla visão de cada unidade geográfica e
subsidiando a atuação na Atenção Básica,
de forma que atendam a necessidade da
população adscrita e ou as populaçõesespecíficas.
5
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
Dentro desse contexto, existem alguns
conceitos importantes. São eles:
Espaço geográfico- compreendido como
pedaço de terra modificado ao longo da
história pela organização social, pelas
técnicas e pela economia. É socialmente
produzido e palco de realizações, com as
seguintes características:
- Organizado
- Dinâmico
- Fragmentado
- Heterogêneo
- Multiescalar
Área- refere a espaço compreendido entre
certos limites, demarcado em função de
características singulares, tais como
geográficas, epidemiológicas, sanitárias,
zoológicas, econômicas ou de outro tipo.
Dentro da saúde, é um espaço de
responsabilidade de uma equipe saúde da
família
Região – espaço que reúne características
comuns e homogeneidade demarcado
segundo critérios preestabelecidos
(climáticos, econômicos, físicos, entre
outros).
As regiões podem ser criadas para fins de
estudo sobre características gerais de um
território (regiões brasileiras) ou para
destacar determinado aspecto (regiões
geoeconômicas, agrupadas segundo perfil
econômico).
Microárea - espaço de responsabilidade do
agente comunitário de saúde – 750 pessoas;
Tem-se a divisão do território em:
● território distrito: é a delimitação de
um território administrativo
assistencial que possui diferentes
pontos de RAS
● território área: tem por finalidade
planejar as ações de saúde,
organizar a oferta de serviços dentro
da rede e viabilizar os recursos para
o atendimento das necessidades de
saúde das famílias que vivem no
território. É o território que é
responsabilidade da ESF e EAB.
● território microárea: é a subdivisão
do território-área, de
responsabilidade da equipe de saúde
para definição da atuação dos
agentes comunitários (ACS)
Territorialização
Processo pelo qual populações, pessoas,
grupos, organizações e instituições se fixam
em um espaço, em determinado tempo
(espaço temporal), e no qual organizam e
estabelecem relações sociais que
possibilitam criar identidade, vínculo e
pertencimento ao lugar.
Para a territorialização em saúde é
necessário que se realize uma análise de
contextos, o que demanda um
desenvolvimento de estratégias de
investigação e elaboração de instrumentos
de coleta de dados para a realização de
diagnóstico, de planejamento, de
intervenções sanitárias.
Esse processo consiste em:
• coleta e análise sistemática de dados e
produção de informações (social,
econômica, política, cultural, epidemiológica,
sanitária e do sistema de saúde);
• localização e distribuição de riscos,
vulnerabilidades e potencialidades de
territórios
Esses elementos permitem a compreensão
da dinâmica da população, para que os
gestores e equipes de saúde decidam quais
as melhores decisões e condutas, agindo
para melhorar as condições de vida e
estado de saúde no âmbito individual e
coletivo.
6
OBJETIVOS
- Entender o financiamento da Atenção
Básica (PNAB/Previne Brasil).
INTRODUÇÃO
O financiamento da Atenção Básica
iniciou-se com a instituição do SUS na
Constituição Federal. O art. 198 definia que
o SUS seria financiado com recursos
oriundos da seguridade social, além de
outras fonte;
Entre 1990 e 2000, com a EC Nº 29, foram
assegurados os recursos mínimos para o
financiamento das ações e serviços públicos
de saúde;
Em 2007, a portaria nº 204 regulamentou o
financiamento e a transferência dos
recursos federais para as ações e os
serviços de saúde, na forma de blocos de
financiamento, com o respectivo
monitoramento e controle.
Foram estabelecidos os seguintes blocos de
financiamento:
I - Atenção Básica;
II - Atenção de Média e Alta Complexidade
Ambulatorial e Hospitalar;
III - Vigilância em Saúde;
IV - Assistência Farmacêutica;
V - Gestão do SUS.
VI. Bloco de Investimento
No bloco de atenção básica:
Art. 9º O bloco da Atenção Básica é
constituído por dois componentes:
I - Componente Piso da Atenção Básica
Fixo – PAB Fixo; e
II - Componente Piso da Atenção Básica
Variável - PAB Variável.
Em 2012, a Lei nº 141/2012 foi publicada e
ela dispõe sobre os valores mínimos a
serem aplicados anualmente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios em
ações e serviços públicos de saúde;
estabelece os critérios de rateio dos
recursos de transferências para a saúde e
as normas de fiscalização, avaliação e
controle das despesas com saúde nas 3
(três) esferas de governo; além de revogar
dispositivos das Leis nos 8.080/90 e
8.689/93.
Em 2017, tem-se a Portaria de consolidação
nº 6. As portarias de consolidação
consolidam as normas sobre os direitos e
deveres dos usuários da saúde, a
organização e o funcionamento do SUS.
A portaria nº 6, consolida as normas sobre o
financiamento e a transferência dos
recursos federais para as ações e os
serviços de saúde do Sistema Único de
Saúde;
Nesse mesmo ano, houve a portaria nº
3.992, que Altera a portaria de Consolidação
nº 6 para dispor sobre o financiamento e a
transferência dos recursos federais para as
ações e os serviços públicos de saúde do
Sistema Único de Saúde;
Os recursos federais ficaram destinados ao
financiamento das Ações e Serviços Públicos
de Saúde passam a ser organizados e
transferidos, na modalidade fundo a fundo,
por meio de 2 blocos:
- Bloco de Custeio das Ações e Serviços
Públicos de Saúde;
- Bloco de Investimento na Rede de
Serviços Públicos de Saúde
Em 2019, foi instituído o modelo atual, com
a Portaria nº 2.979 e o programa Previne
Brasil.
PREVINE BRASIL
Instituido pela Portaria nº 2.979, de 12 de
novembro de 2019;
Estabelece um novo modelo de
financiamento de custeio da Atenção
Primária à Saúde no âmbito do Sistema
Único de Saúde;
Atualmente, o modelo de financiamento é
misto e composto por:
Capitação ponderada
8
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
Componente com maior recurso
orçamentário do programa, responsável pela
metade do custeio federal destinado à APS
Consiste no pagamento baseado em um
valor anual de base por pessoa cadastrada
e sob responsabilidade das equipes de
saúde, considerando a população adscrita
dentro do seu território;
Há pesos baseados em critérios de
vulnerabilidade utilizados para incrementar
os incentivos, são eles:
- Perfil demográfico - Idade (<5 ou >65
anos);
- Vulnerabilidade socioeconômica -
Benefícios como Bolsa Família, de prestação
continuada e previdenciário, de até dois
salários mínimos;
- Classificação geográfica das cidades –
classificação dos munícipios de acordo com
a tipologia urbana definida pelo IBGE
- Cadastro do cidadão na APS – Calculado
com base no nº de pessoas cadastradas sob
responsabilidade das equipes de Saúde da
Família ou eAP.
O cadastro é o registro da pessoa atendida
no SUS em uma base nacional. Assim, será
possível identificar que aquela pessoa está
vinculada a uma equipe de saúde e está
sendo acompanhada. Mais pessoas
cadastradas, significa mais pessoas
atendidas no SUS, com bem-estar e
qualidade de vida garantidas. . Pode ser feito
pelo Cartão SUS ou CPF.
Incentivo financeiro com base em critério
populacional
Faz parte da apuração do valor de
referência para o financiamento da APS,
definido pelo Ministério da Saúde
anualmente e publicado em portaria. O
aporte estabelecido por município e Distrito
Federal leva em conta a estimativa
populacional mais recente divulgada pelo
IBGE, com valor definido anualmente.
Incentivo para ações estratégicas
Compreende um conjunto de incentivos
para ações estratégicas implementadas
especificamente pela gestão municipal de
acordo com a necessidade local.
Os incentivos estratégicos são relacionados
à ampliação do acesso e do horário de
atendimento (Saúde na Hora), aos
programas de residência médica e
multiprofissional (considerados padrão-ouro
para a formação de profissionais
especialistas no Brasil), à informatização
(ConecteSUS e Informatiza APS), às ações
de promoção e prevenção (Saúde na Escola,
Academia da Saúde), entre outros;
Pagamento por desempenho
É um instrumento de gestão para incentivar
a qualificação dos serviços na Atenção
Primária à Saúde ofertados pelos
municípios.
A definição do valor de repasse dessecomponente depende dos resultados
alcançados pelo município em um conjunto
de indicadores monitorados e avaliados
quadrimestralmente, e que representam o
trabalho das equipes de Saúde da Família e
de Atenção Primária (eSF/eAP)
No município, a soma das notas ponderadas
de cada indicador resulta no Indicador
Sintético Final (ISF), que representa a
consolidação da avaliação do desempenho,
que determinará o valor do incentivo
financeiro a ser transferido ao município
nos quatro meses subsequentes.
Os indicadores definidos para o componente
de desempenho em 2022 são:
1. Proporção de gestantes com pelo
menos 6 (seis) consultas pré-natal
realizadas, sendo a 1ª (primeira) até
a 12ª (décima segunda) semana de
gestação.
2. Proporção de gestantes com
realização de exames para sífilis e
HIV.
3. Proporção de gestantes com
atendimento odontológico realizado.
4. Proporção de mulheres com coleta
de citopatológico na APS.
5. Proporção de crianças de 1 (um)
ano de idade vacinadas na APS
contra 18 difteria, tétano, coqueluche,
hepatite B, infecções causadas por
haemophilus influenzae tipo b e
poliomielite inativada.
9
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
6. 6. Proporção de pessoas com
hipertensão, com consulta e pressão
arterial aferida no semestre.
7. Proporção de pessoas com diabetes,
com consulta e hemoglobina glicada
solicitada no semestre.
RESUMINDO
● Capitação ponderada: tipo de
repasse calculado com base no
número de pessoas cadastradas e
sob responsabilidade das equipes
da família ou equipes da APS
credenciadas
● Pagamento por desempenho:
resultados alcançados no conjunto
de indicadores monitorados e
avaliados no trabalho das equipes
● Incentivos para ações
estratégicas: contemplam a
implementação de programas,
estratégias e ações que refletem
na melhoria do cuidado na APS e
na RAS
● Incentivo financeiro com base
populacional: o aporte por
município e distrito federal leva em
conta a estimativa populacional
mais recente divulgada pelo IBGE
10
OBJETIVOS
- Discutir sobre o trabalho e as
necessidades de saúde.
- Distinguir os componentes do processo de
trabalho em saúde.
- Conhecer as tecnologias do cuidado em
saúde: leves, leves-duras, duras.
- Entender a utilização do fluxograma
descritor para organizar o fluxo do usuário
na atenção primária.
INTRODUÇÃO
O que diferencia o trabalho de duas equipes,
que vivendo realidades semelhantes, uma
consegue provocar mudanças, atingir
objetivos e metas e, com isso, maior
satisfação com seu trabalho, e outra que têm
dificuldades e não consegue? Se você
pensou que é por conta do processo de
trabalho, acertou! A forma como cada equipe
trabalha, à forma como as equipes
organizam seu processo de trabalho é que
diferencia,
Conceito
O processo de trabalho em saúde é um
conjunto de ações coordenadas,
desenvolvidas pelos trabalhadores, onde
indivíduos, famílias e grupos sociais
compõem o objeto de trabalho, e os saberes
e métodos representam os instrumentos que
originam a atenção em saúde.
Os modelos de atenção que orientam o
trabalho em saúde refletem as combinações
tecnológicas (tecnologias em saúde) para o
alcance dos objetivos, pois são "[...] uma
espécie de lógica que orienta a ação e
organiza os meios de trabalho (saberes e
instrumentos) utilizados nas práticas de
saúde"
Todo processo de trabalho é realizado para
se atingir alguma finalidade que foi
determinada antes. Nesse contexto, tem-se
outros termos importantes para se
compreender o processo do trabalho:
Objeto: é o que será transformado, pode ser:
matérias-primas, materiais já previamente
elaborados, estados ou condições pessoais
ou sociais. Todo processo de trabalho se
realiza em algum objeto, sobre o qual se
exerce ação transformadora, com o uso de
meios e em condições determinadas.
Meios de produção: são instrumentos que
permitem que o trabalho se realize, podendo
ser:: equipamentos em geral, máquinas
estruturas físicas, conhecimentos
sistematizados ou não e habilidades
utilizadas.
Agente: pessoas que realizam a
transformação de objetos ou condições para
se atingir os objetivos estabelecidos. O
agente do deve ser visto como um indivíduo,
um grupo ou equipe, uma instituição ou uma
sociedade. E ele atua: executando ações,
estabelece os objetivos e estabelece
relações de adequação dos meios e das
condições para a transformação dos
objetos.
Necessidades em saúde
As necessidades em saúde não são apenas
necessidades médicas, nem problemas de
saúde como doenças, sofrimentos ou riscos,
mas dizem respeito também a carências ou
vulnerabilidades que expressam modos de
vida e identidades.
O termo “necessidades de saúde” é
caracterizado como a identificação
sistemática das necessidades de uma
população ou a avaliação dos indivíduos
para determinar o nível mais adequado das
necessidades de serviço.
Segundo Cecílio (2001) as “necessidades de
saúde” é uma taxonomia organizada em
quatro grupos: (1) ter boas condições de
vida; (2) ter acesso e poder consumir
tecnologias que viabilizem uma melhora na
condição de vida; (3) a criação de vínculos
entre usuário e a equipe de profissionais em
saúde; (4) e as necessidades de cada pessoa
para que essa possa ter maior autonomia e
controle da sua vida.
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@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
TECNOLOGIAS EM SAÚDE
A tecnologia é analisada tanto como saber
como por seus desdobramentos materiais e
não-materiais na produção dos serviços de
saúde. As práticas do trabalho na atenção
básica devem incluir diversas tecnologias de
maneira adequada, conforme as
necessidades de saúde, que são as ações e
os serviços de saúde dos quais os sujeitos
precisam para ter melhores condições de
vida, sem prejuízo do atendimento que
requer tecnologias materiais.
As tecnologias podem ser classificadas
como: leve, leve-dura e dura. As tecnologias
leves são as das relações; as leve-duras são
as dos saberes estruturados, tais como as
teorias, e as duras são as dos recursos
materiais.
Tecnologias Leves:
● Vínculo
● Autonomização
● Acolhimento
● Escuta qualificada
● Empoderamento
● Humanização
● Gestão como uma forma de
governar processos de trabalho
Tecnologia Leve-dura: diz respeito aos
saberes bem estruturados, que operam no
processo de trabalho em saúde, como:
● Clinica médica
● Clínica psicanalítica
● Epidemiologia
● Conhecimentos
● Teórico-científicos
● Protocolos
● Fluxo de atendimentos
● Clínica Ampliada
Tecnologia dura: refere-se ao uso de
equipamentos tecnológicos:
● Máquinas
● Estruturas organizacionais
● Exames laboratoriais
● Exames de imagem
● Equipamentos
● Medicamentos
O trabalhador no seu processo de trabalho
opera um núcleo tecnológico composto por:
● Trabalho morto: é o trabalho
pregresso, já realizado, que é ligado
a máquinas e processos de
trabalhos. Não irá realizar nenhum
produto.
● Trabalho vivo: é o trabalho em ato,
no seu exato momento de produção
e criação, é de controle do próprio
trabalhador, tem realização do
produto.
Tem-se dois modelos de assistência:
Modelo tecnoassistencial: cuida do problema
de saúde utilizando quase exclusivamente os
exames e medicamentos, em um processo
de trabalho centrado no ato prescritivo. É
um modelo centrado no trabalho morto.
Utiliza a tecnologia dura (instrumentos) +
leve-duras (conhecimento técnico).
Modelo assistencial integral: trabalha um
projeto terapêutico mais relacional com o
usuário, que mesmo utilizando instrumentos
consegue reconhecer a singularidade do
indivíduo (relações sociais e familiares,
subjetividade). É um modelo centrado no
trabalho vivo. Utiliza principalmente a
tecnologia leves (acolhimento e escuta) +
secundariamente leves-duras e duras.
Considerando que o modelo assistencial
atual tem no seu modo de produção do
cuidado, um processo de trabalho centrado
no trabalho morto, a mudança do modelo
requer inversão,isto é,u m modelo em que o
processo de trabalho tenha como centro o
trabalho vivo, com utilização maciça das
tecnologias leves secundariamente das
leve-duras e duras, conforme a necessidade
dos projetos terapêuticos singulares.
ATENÇÃO BÁSICA
Para atender as demandas desaúde, o
modelo assistencial vem se firmando tendo
por foco de atenção à família e à
comunidade.
A Atenção Básica vem dedicando esforços à
atenção à saúde, considerando o meio
ambiente, o estilo de vida e a promoção da
saúde como seus fundamentos básicos.
Os trabalhadores de saúde que atuam na
atenção básica sabem que os objetivos dos
12
não depender
de outro
escutar cada paciente
-Piso
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usuários com relação aos serviços de
atenção básica estão relacionados à
realização de consultas e exames e à
medicalização dos problemas, ultrapassando
as possibilidades de uma solução apenas
biomédica ou tecnoassistencial.
Para a resolução dessas contradições, são
necessários o desenvolvimento e a utilização
de tecnologias próprias à Atenção Básica à
Saúde. Dentre essas, dá-se destaque:
● Considerar a necessidade de atenção
e cuidado para com todas as
demandas dos usuários;
● Ampliar a capacidade dos
profissionais para lidar com as
dimensões psíquica e social (cultural,
profissional, econômica, etc.) dos
indivíduos, inclusive as suas próprias,
que interagem;
● Ampliar as capacidades
comunicativas e gerenciais dos
profissionais, necessárias para a
atuação em comunidade e para a
organização da assistência
Além dos meios físicos, deve-se
considerar também e principalmente os
conhecimentos e habilidades dos
profissionais, a capacidade de trabalho em
equipe, os meios constituídos pela interação
dos profissionais entre si e destes com os
usuários e a comunidade.
Processo de trabalho na AB
A Atenção Básica no SUS foi ampliada em
2008 com a inserção dos Núcleos de Apoio
à Saúde da Família. A equipe da ESF,
composta de médico, enfermeiro e cirurgião
dentista, passou a ter suporte
técnico-pedagógico de outros profissionais
com o objetivo de ampliar a resolutividade e
a integralidade na assistência à saúde.
Com a inserção do NASF na Atenção
Básica, o trabalho da ESF passou a ter uma
nova abrangência, já que, através desse
programa, os profissionais de saúde da ESF
têm apoio e suporte de outros profissionais
especializados nas áreas de Saúde Mental,
Atividade Física e Práticas Corporais,
Alimentação e Nutrição, Serviço Social,
Assistência Farmacêutica e Práticas
Integrativas e Complementares, Saúde
integral e Reabilitação da Pessoa Idosa.
O trabalho da Saúde da Família segue os
princípios do processo de trabalho das
unidades básicas de saúde.
● Integralidade e hierarquização: a
Unidade Básica de Saúde inserida
no primeiro nível da atenção
configura-se como a “porta de
entrada” preferencial do sistema, ou
seja, o serviço de saúde com o qual
os usuários têm o primeiro contato e
deve fornecer atenção integral à
comunidade sob sua
responsabilidade, em todos os níveis
de complexidade, sempre que
necessário, de forma que todas as
necessidades de saúde – individuais
e coletivas – sejam resolvidas.
● Territorialização e adscrição da
clientela: a área de atuação das
equipes tem uma base territorial
definida, sendo sua a
responsabilidade, a atenção, o
acompanhamento e o
monitoramento da saúde da
população desse local. A Política
Nacional de Atenção Básica
recomenda que cada equipe seja
responsável por três a quatro mil
pessoas, o que corresponde a
13
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
aproximadamente 750 a 1.000
famílias.
● Equipe multiprofissional: a
composição mínima da equipe é
conformada por um médico, um
enfermeiro, um auxiliar de
enfermagem e quatro a seis agentes
comunitários de saúde (ACS). Conta
ainda com um cirurgião-dentista e
um auxiliar/técnico de saúde bucal.
Caso a Atenção Básica do município
possua NASF, ainda existem os
profissionais de áreas em que o
NASF atua.
Para se ter um processo de trabalho
eficiente é necessário:
I - definição do território da atuação e de
população sob responsabilidade das UBS e
das equipes;
II - programação e implantação das
atividades de atenção à saúde de acordo
com as necessidades de saúde da
população, com a prioridade para as
intervenções clínicas e sanitárias nos
problemas de saúde segundo critérios de
frequência, risco, vulnerabilidade e
resiliência;
III - desenvolvimento de ações que
priorizem os grupos e os fatores de risco
clínico-comportamentais, alimentares e/ou
ambientais, com a finalidade de prevenir o
aparecimento ou a persistência de doenças
e danos evitáveis;
CONCEITOS IMPORTANTES NO PROCESSO
DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA
O território é a área de atuação
delimitada pela gestão local, onde cada
equipe deve atuar. Conhecer o território e as
necessidades da comunidade é necessário
para programar as ações;
A territorialização em saúde: é a
operacionalização dos serviços,
baseando-se no reconhecimento do
território nas relações do ambiente,
condições de vida, situação de saúde e
acesso às ações e serviços de saúde;
A responsabilização sanitária signfica que
cada equipe tem suas responsabilidades e
seus deveres voltados ao território de
adstrição, considerando as questões:
sanitária, ambientais, epidemiológicas,
culturais e socioecômicas.
A atenção básica é a Porta de Entrada
Preferencial, é a primeira porta, seja para
atendimentos às urgências/emergências, ou
para acolhimento, organização do escopo de
ações e do processo de trabalho segundo as
necessidades e demandas da população.
A população adscrita é a população que
está presente no território da UBS, de forma
a estimular o desenvolvimento de relações
de vínculo e responsabilização entre as
equipes e a população, garantindo a
continuidade da ações em saúde e
longitudinalidade do cuidado.
O acesso de saúde deve acolher todas as
pessoas do seu território de referência, de
modo universal e sem diferenciações
excludentes.
O acolhimento deve estar presente em todas
as relações de cuidado, seja nos encontros
entre os trabalhadores de saúde e usuários,
nos atos de receber e escutar as pessoas,
com especial atenção para condições
crônicas.
Fluxograma descritor de acesso a UBS
Fluxogramas Descritores consistem em
representações gráficas do processo de
trabalho, buscando perceber os caminhos
percorridos pelo usuário quando procura
assistência e sua inserção no serviço.
É uma ferramenta que permite um olhar
atento sobre os fluxos existentes no
momento da produção da assistência à
saúde, e permite a detecção de seus
problemas.
Em outras palavras, o uso do Fluxograma
Descritor (FD) é uma estratégia para
fortalecer a APS. Trata-se de uma
ferramenta baseada na elaboração de
cartografia sobre processos dinâmicos do
cotidiano, que tem por objetivo:
[...] traçar os fluxos e os processos de
trabalho, utilizando uma representação
gráfica, possibilitando: a compreensão, a
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@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
identificação dos nós críticos, o
planejamento e a reorganização do
processo de trabalho.
O fluxograma descritor consiste na
construção de um diagrama do processo de
trabalho, de um determinado setor ou
serviço, e se utiliza de alguns símbolos
padronizados universalmente, tais como:
1) O desenho de uma elipse,
representando a entrada ou o início de um
determinado fluxo, bem como o seu fim;
2) O retângulo, como a etapa de
produção das ações ou o consumo de
recursos e produção de produtos;
3) O losango, para representar
momentos de escolha e possibilidades de
encaminhamentos a serem seguidos
15
OBJETIVOS
- Entender as características do trabalho em
equipe na atenção básica.
INTRODUÇÃO
Desde a pré-história, há indícios de que o
homem se juntava aos seus semelhantes
para unir forças em prol da sua
sobrevivência. Eles já observavam que somar
as habilidades individuais dos integrantes de
um grupo possibilitava resultados melhores
do que os obtidos com o trabalho realizado
de forma individual.
Cada ser é diferente do outro e tem suas
peculiaridades, seus hábitos, seus costumes
e sua cultura. Um grupo de pessoas tão
diferentes pode enfrentar vários conflitos,
mas os estudos mostram que essas
diferenças, se bem trabalhadas, com
paciência e respeito, podem ocasionar um
resultado rico, muito mais do que se
finalizado individualmente. Asdiferenças
valorizam o produto final de um trabalho em
equipe.
Conceito
O trabalho em equipe pode ser definido
como um conjunto de pessoas com
conhecimentos diversos, mas que se unem
em prol de objetivos comuns, negociando e
elaborando um plano de ação bem definido,
trabalhando em consonância e com
comprometimento mútuo, complementando
o trabalho com suas habilidades variadas,
aumentando a chance de êxito no resultado
do trabalho empreendido. (Dias, Nogueira,
2019)
A implantação do Programa Saúde da
Família (PSF) no Brasil, em 1994, valorizou
os princípios básicos do Sistema Único de
Saúde (SUS) e algumas ferramentas de
trabalho na atenção primária à saúde (APS).
Depois disso, não foi mais possível ignorar o
estudo sobre o trabalho em equipe nos
planos de ensino dos diversos cursos de
graduação e pós-graduação na área da
saúde, apesar da resistência cultural e das
dificuldades inerentes a todo o processo de
mudanças de paradigma.
Na saúde suplementar e nos serviços de
saúde privada, o trabalho em equipes
multiprofissionais têm sido eleito como um
recurso para a implantação de programas
que visam a ampliar o acesso e a melhorar
a qualidade da assistência à saúde.
Uma equipe é composta por todos que
trabalharão com um mesmo propósito:
todos os integrantes devem participar
ativamente das reuniões, expressar suas
ideias e externar suas experiências. Os mais
tímidos e introvertidos devem ser
estimulados e encorajados a falar sempre
que tiverem a sensação de que têm uma
contribuição a dar. A opinião de todos deve
ser valorizada.
Cada um fala na sua vez; enquanto isso, o
outro escuta e espera o seu momento. A
diversidade de ideias na discussão propicia
um resultado muito mais rico.
Mas, para o fim ser mesmo satisfatório, as
propostas elencadas devem ser organizadas
em um plano de ação bem definido e
factível. Isso não só traz satisfação a todos,
como também evita frustrações.
Quais são os atributos indispensáveis ao
trabalho em equipe?
● Valorizar a opinião do grupo
● Saber se comunicar e negociar
● Elaborar um plano de ação bem
definido
● Apresentar as próprias ideias
16
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● Discutir
● Perceber como a diversidade de
visões sobre um mesmo problema
enriquece a discussão
● Saber ouvir
● Ser curioso
Hierarquização
Temos dois tipos de trabalho em equipe: de
forma vertical e de forma horizontal.
O trabalho vertical é predominantemente
hierárquico, inflexível e com autonomia
plena. A liderança é mais imposta e menos
sugerida. Os profissionais em posição de
comando são quem concentram o poder de
decisão. Caracteriza-se como trabalho em
grupo.
As estruturas hierárquicas com relações
organizadas verticalmente são centralizadas
em um chefe, um gerente ou um patrão que
comanda toda e toda tarefa a ser realizada.
Não há envolvimento de todos os atores
sociais que atuam na execução do trabalho.
Consequentemente, nem sempre há
comprometimento de todos para a
realização das propostas.
Para o sucesso dos seus objetivos, o chefe
pode se valer do poder que detém, do cargo
que ocupa e da sua autoridade para
ameaças, como o desligamento de um
subordinado de sua função.
Porém, essa estrutura hierarquizada
verticalizada não é mais vista como
adequada para obter resultados eficazes.
Nessa forma de trabalho, não há uma
integração entre as pessoas envolvidas com
o objetivo a ser alcançado.
O trabalho horizontal é descentralizado,
flexível, autonomia relativa e interação
comunicativa. Caracteriza-se como trabalho
em equipe e possui um líder.
Uma equipe deve ter um líder participativo
e entusiasta, que estimule todos os
envolvidos a manifestarem suas ideias e
habilidades, com disposição a oferecer o
melhor de si nas tarefas empreendidas.
Um líder naquela atividade geralmente se
sobressai pela sua identidade com o assunto
a ser trabalhado; no entanto, qualquer
pessoa pode assumir o papel de líder na
equipe se ela se propuser a isso.
Por exemplo, em uma campanha de
vacinação, é comum que a enfermagem
lidere a equipe, ao passo que, em um
mutirão de combate à dengue em
determinada microárea, o agente
comunitário de saúde (ACS) desse território
assume a liderança.
Tipos de equipe
À medida que se listam as características do
trabalho em equipe, percebe-se que existem
grupos de pessoas que trabalham em grupo,
atuam em um mesmo serviço, mas sem
realmente trabalhar em equipe.
Segundo Peduzzi, existem dois tipos de
equipes: a equipe integração e a equipe
agrupamento.
● equipe integração: não é
verticalizada, a integração total entre
os membros da equipe, cada um
17
~
Horizonte
VERTICAL
etiponde
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
complementa a habilidade do outro.
Os objetivos, as decisões, as
responsabilidades e os resultados
são compartilhados, com avaliação
contínua de todo o processo, em
uma organização de trabalho
horizontalizada.
● equipe agrupamento: é caracterizado
pela fragmentação, pela falta de um
esquema tático; a comunicação não
é intrínseca ao trabalho. Não há
flexibilidade na divisão do trabalho. A
especificidade de cada um é
preservada, e uma pessoa não
influencia a outra. Não há sintonia,
nem compartilhamento de sucesso
ou de satisfação.
Dessa forma deve-se mudar de grupo, para
equipe, fazendo a transição do vertical para
o horizontal. Contudo, nenhuma equipe é
perfeita, vamos listar as dificuldades para o
trabalho em equipe:
►Falta de capacitação e inexperiência dos
profissionais de saúde
►Falta de habilidade da liderança para
delegar tarefas
►Conflitos entre os membros da equipe
►Dificuldade de comunicação entre os
membros da equipe
►Consideração da superioridade das
opiniões dos outros membros da equipe em
relação às suas próprias sugestões
►Tamanho da equipe: equipes menores são
mais fáceis de trabalhar, a comunicação se
desenvolve mais fluentemente, sendo mais
fácil administrar os conflitos
Agora vamos listar quais as maneiras de se
ter uma equipe integrada, dicas para
realizar isso::
►Abordagem: o profissional deve saber
como encaminhar qualquer questão no
ambiente de trabalho, seja para sugerir
mudanças, seja para criticar ou elogiar os
serviços ou os colegas.
►Conversa: tendo conhecimento profundo
da situação e dos objetivos que pretende
alcançar em uma conversa, o profissional
deve apresentar uma argumentação que
justifique suas opiniões, ideias e sugestões.
►Superação de objeções: nessa fase do
trabalho em equipe, ocorre a avaliação das
sugestões e propostas apresentadas. Os
parceiros de trabalho contrapõem
argumentos e posteriormente avaliam as
sugestões e as propostas apresentadas
►Acordo: ultrapassada a fase dos debates
entre os membros de uma equipe e a
apresentação do ponto de vista de cada um,
o profissional precisa ter o espírito de
corporação e procurar chegar a um
consenso com os colegas
►Reabordagem: abrir possibilidades para
um assunto ser abordado novamente pela
equipe de trabalho é acreditar na
possibilidade de se chegar a um acordo. A
reabordagem confirma que o trabalho em
equipe eficaz é o resultado do cultivo
permanente da ideia de “nós”.
TRABALHO EM EQUIPE
O trabalho em uma equipe integrada pode
ser dividido em três tipos principais:
normativo, estratégico e comunicativo.
►Normativo: quando estão definidas as
atribuições de cada componente da equipe,
com sua autonomia preservada,
interdependência entre todos, com
flexibilidade de poderes adequada às
competências e habilidades de cada um.
►Estratégico: quando se consegue
identificar os objetivos para um trabalho, os
recursos disponíveis ou que serão gerados,
os parceiros e os obstáculos que podem
influenciar o alcance do resultado final do
que está sendo proposto.
►Comunicativo: quando se consegue criar
espaços para discussões entre todos os
componentes da equipe, seus apoios e a
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@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
comunidade, permitindo que todos externem
seus objetivos individuais.
Reunião de equipe
A reunião de equipe dura 4 horas semanais,
na semana padrão, tem uma pauta de
reunião que deve ser construída na semana
anterior etodos devem ter espaço de fala.
● Planejamento: definir os objetivos,
participantes, o local, data e hora. A
duração estimada, o material
necessário, a agenda e as pautas.
● Condução: ler a ata da reunião
anterior, estimular que todos
participem, gerenciar o tempo,
tomar decisões, dividir
responsabilidades, apontar
pendências, produzir a ata.
● Acompanhamento: acompanhar se
as combinações estão sendo
cumpridas, construção de pautas de
forma coletiva ao longo da semana
anterior (quadro/caderno da equipe).
O que fazer na reunião de equipe?
19
OBJETIVOS
- Compreender conceitos e fundamentos das
Redes de Atenção à Saúde.
- Diferenciar os pontos de atenção da RAS
com os respectivos níveis de atenção a
saúde.
- Conhecer as cinco redes instituídas pelo
ministério da saúde
INTRODUÇÃO
Os sistemas de atenção à saúde são
respostas sociais deliberadas às
necessidades de saúde da população.
A situação de saúde dos brasileiros é
analisada nos seus aspectos:
● Demográficos: transição acelerada;
baixas taxas de fecundidade; p
rocesso rápido de envelhecimento;
● Epidemiológicos: transição singular;
considera o conceito de condições
de saúde, agudas e crônicas, que
difere da tipologia mais usual
(doenças transmissíveis e doenças e
agravos não transmissíveis).
A situação epidemiológica brasileira
distancia-se da observada nos países
desenvolvidos Definida, recentemente, como
tripla carga de doenças porque envolve, ao
mesmo tempo, uma agenda não concluída
de infecções, desnutrição e problemas de
saúde reprodutiva e o desafio das doenças
crônicas e de seus fatores de riscos
(tabagismo, sobrepeso, obesidade,
inatividade física, estresse e a alimentação
inadequada).
Sistema fragmentado
São aqueles que se organizam através de
um conjunto de pontos de atenção à saúde
isolados e incomunicados uns dos outros e
que, por consequência, são incapazes de
prestar uma atenção contínua à população.
Não há uma população adscrita de
responsabilização, o que impossibilita a
gestão baseada na população.
● não possui comunicação fluída com
a atenção secundária e nem com a
terciária.
● A atenção primária à saúde não
pode exercitar seu papel de centro
de comunicação, coordenando o
cuidado.
● organização hierárquica; a
inexistência da continuidade da
atenção; o foco nas condições
agudas através de unidades de
pronto-atendimento, ambulatorial e
hospitalar; a passividade da pessoa
usuária; intervenções curativas e
reabilitadoras; sem estratificação dos
riscos
Os sistemas de saúde predominantes em
todo mundo estão falhando, pois não estão
conseguindo acompanhar a tendência de
declínio dos problemas agudos e de
ascensão das condições crônicas.
A solução do problema fundamental do
SUS consiste em restabelecer a
coerência entre a situação de saúde de
tripla carga de doenças e o sistema de
atenção à saúde.
Isso acontecerá através da superação
do sistema fragmentado e com a
implantação de redes de atenção à saúde.
Redes de atenção á saúde
“São arranjos organizativos de ações e
serviços de saúde, de diferentes densidades
tecnológicas, que integradas por meio de
sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do
cuidado." Portaria de Consolidação nº 03, de 28 de
setembro de 2017.
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Qual a proposta da RAS?
Tem como proposta lidar com projetos e
processos complexos de gestão e
atenção à saúde, onde há interação de
diferentes agentes e onde se manifesta
uma crescente demanda por ampliação
do acesso aos serviços públicos de
saúde e por participação da sociedade
civil organizada.As redes temáticas
acordadas de forma tripartite
As RAS são sistematizadas para
responder a condições específicas de
saúde, por meio de um ciclo completo
de atendimentos (PORTER e TEISBERG,
2007), que implica a continuidade e a
integralidade da atenção à saúde nos
diferentes níveis Atenção Primária,
Secundária e Terciária;
Devem ter foco na população, de forma
integral, por meio de serviço contínuo de
cuidados que visem prioritariamente à
promoção da saúde.
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES:
● São estabelecidas sem hierarquia
entre os diferentes componentes,
organizando-se de forma
poliárquica, em que todos os
pontos de atenção à saúde são
igualmente importantes e se
relacionam horizontalmente;
● Implicam um contínuo de
atenção nos níveis primário,
secundário e terciário;
● Convocam uma atenção integral
com intervenções promocionais,
preventivas, curativas,
cuidadoras,reabilitadoras e paliativas;
● Funcionam sob coordenação da
atenção primária à saúde;
● Prestam atenção oportuna, em
tempos e lugares certos, de forma
eficiente e ofertando serviços
seguros e efetivos, em
consonância com as evidências
disponíveis;
● Focam-se no ciclo completo de
atenção a uma condição de saúde.
Têm responsabilidades sanitárias e
econômicas inequívocas por sua
população;
● Geram valor para a sua população.
Elementos da RAS
Uma Rede de Atenção à Saúde possui três
elementos fundamentais: uma população;
uma estrutura operacional e um modelo de
atenção à saúde.
População: O primeiro elemento
circunscrito a uma área geográfica é a
razão de ser da rede e está sob sua
responsabilidade sanitária e econômica.
Por essa razão deve ser conhecida e
estar registrada, isto é, deve estar adscrita.
Isso significa que, a referida população
deve ser segmentada, subdividida em
subpopulações por fatores de risco em
relação às condições de saúde.
Estrutura Operacional: formada pelos
pontos de atenção das redes e pelas
ligações materiais e imateriais que
integram esses diferentes serviços e
possui cinco componentes que fazem
parte da estrutura operacional:
● centro de comunicação: das redes
de atenção à saúde é o nó
intercambiador no qual se
coordenam os fluxos e contrafluxos
do sistema de atenção à saúde e é
constituído pela atenção primária à
saúde (unidade de atenção primária
à saúde ou equipe do Programa de
Saúde da Família).
● pontos de atenção à saúde
secundários e terciários: os nós
das redes onde se ofertam
determinados serviços
21
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
especializados, gerados através de
uma função de produção singular.
Não há, entre eles, relações de
principalidade ou subordinação,
características das relações
hierárquicas.
● sistemas de apoio: lugares
institucionais das redes onde se
prestam serviços comuns a todos os
pontos de atenção à saúde, nos
campos do apoio diagnóstico e
terapêutico, da assistência
farmacêutica e dos sistemas de
informação em saúde.
● sistemas logísticos: são soluções
tecnológicas, fortemente ancoradas
nas tecnologias de informação, que
garantem uma organização racional
dos fluxos e contrafluxos de
informações, produtos e pessoas nas
redes de atenção à saúde,
permitindo um sistema eficaz de
referência e contrarreferência
● sistemas de governança: o arranjo
organizativo que permite a gestão de
todos os componentes das redes de
atenção à saúde
Modelo de atenção a saúde
São sistemas lógicos que organizam o
funcionamento das redes de atenção à
saúde, articulando, de forma singular, as
relações entre a população e suas
subpopulações estratificadas por riscos, os
focos das intervenções do sistema de
atenção à saúde e os diferentes tipos de
intervenções sanitárias, definidos em função
da visão prevalecente da saúde, das
situações demográfica e epidemiológica e
dos determinantes sociais da saúde, vigentes
em determinado tempo e em determinada
sociedade.
As condições agudas exigem, para o seu
manejo adequado, a implantação de
modelos de atenção à saúde que, em geral,
expressam-se num tipo de classificação de
riscos.
Por outro lado, os modelos voltados para as
condições crônicas, são construídos a partir
de um modelo seminal, o MACC, composto
por seis elementos, subdivididos em dois
grandes campos: nos sistemas de atenção
á saúde e na comunidade.
No sistema de atenção à saúde, as
mudanças devem ser feitas na
organização da atenção à saúde, no
desenho do sistema de prestação de
serviços, no apoio às decisões, nos
sistemas de informação clínica e no
autocuidadoapoiado.
Na comunidade, as mudanças estão
centradas na articulação dos serviços de
saúde com os recursos da comunidade
Esses seis elementos apresentam
interrelações que permitem desenvolver
usuários informados e ativos e equipe de
saúde preparada e proativa para produzir
melhores resultados sanitários e funcionais
para a população.
Tipos de RAS
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO N° 3, DE 28
DE SETEMBRO DE 2017
Consolidação das normas sobre as redes do
Sistema Único de Saúde.
Art. 3° São Redes Temáticas de Atenção à
Saúde:
I - Rede Cegonha
II - Rede de Atenção às Urgências e
Emergências (RUE)
III - Rede de Atenção à Saúde das Pessoas
com Doenças Crônicas
IV - Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
V - Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência
► Rede Cegonha:
A Rede Cegonha é um pacote de ações para
garantir o atendimento de qualidade, seguro
e humanizado para todas as mulheres. O
trabalho busca oferecer assistência desde o
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planejamento familiar, passa pelos
momentos da confirmação da gravidez, do
pré-natal, pelo parto, pelos 28 dias pós-parto
(puerpério), cobrindo até os dois primeiros
anos de vida da criança. Tudo dentro do
Sistema Único de Saúde (SUS).
A Rede Cegonha é estruturada a partir de
quatro componentes: pré-natal, parto e
nascimento, puerpério e atenção integral à
saúde da criança e sistema logístico que
refere-se ao transporte sanitário e
regulação.
► Rede de Atenção às Urgências e
Emergências (RUE)
Tem a finalidade de ampliar e qualificar o
acesso humanizado e integral aos usuários
em situação de urgência e emergência de
forma ágil e oportuna. A Rede está
organizada em dois componentes: o pré
hospitalar (móvel e fixo) e o hospitalar.
As diretrizes da RUE estão definidas na
Portaria GM/MS no 1.600/2011.
A classificação de risco é utilizada no
acolhimento hospitalar para se fazer uma
avaliação inicial do paciente e determinar a
necessidade de um atendimento mais
urgente. Esse método permite saber a
gravidade do estado de saúde dos pacientes,
seu potencial de risco, o grau de sofrimento,
entre outras informações.
Dessa forma, as pessoas que estão em
estados mais críticos e dependem de um
atendimento para que não haja um
agravamento de sua saúde podem ser
acolhidas primeiro.
No Brasil, a classificação mais comum é o
Protocolo de Manchester, que utiliza cinco
cores para identificar o grau de cada
paciente. Geralmente, elas são: vermelho,
laranja, amarelo, verde e azul. A cor
vermelha representa os casos mais graves, e
a azul, os mais leves.
► Rede de Atenção à Saúde das Pessoas
com Doenças Crônicas:
Pensada a partir de diferentes tecnologias,
estruturadas em serviços territorializados,
construídos da seguinte forma: Serviços
Assistenciais em Oncologia, Linha de
Cuidado de Sobrepeso e Obesidade.
► Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência:
A Saúde da Pessoa com Deficiência (SPD)
no SUS busca proporcionar atenção integral
à saúde dessa população, desde a APS até a
reabilitação, incluindo o fornecimento de
órteses, próteses e meios auxiliares de
locomoção, quando necessário. O objetivo é
proteger a saúde e reabilitar as pessoas
com deficiência em relação a suas
capacidades funcionais (física, auditiva,
intelectual e visual).
► Rede de Atenção Psicossocial : A Rede
de Atenção Psicossocial (RAPS)
23
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
Criada pela Portaria GM/MS no 3.088/2011,
tem o objetivo de acolher e acompanhar as
pessoas com sofrimento ou transtorno
mental e com necessidades decorrentes do
uso de álcool e outras drogas no âmbito do
SUS.
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@RESUMOSDAKARU - MEDICINA UNINOVAFAPI AFYA
QUESTÕES IESC II
QUESTÃO 01
A equipe da Unidade Básica de Saúde participou de reunião com gestores municipais ,
quando foram apresentas as principais mudanças no financiamento da Atenção Primária
à Saúde ( APS) em decorrência do Programa Previne Brasil, instituído pela Portaria nº2 .9 7
9 , de 1 2 de novembro de 2019 . Na oportunidade, o secretário de saúde comparou a
forma de financiamento definida na Portaria nº2 .4 3 6 de 2 0 1 7 , que aprova a Política
Nacional da Atenção Básica,com a nova política apresentada.
A partir disso, identifique duas mudanças no financiamento da APS instituídas pelo
Programa Previne Brasil comparando com a Portaria 2436/17.
QUESTÃO 02
Após o período de chuvas de verão, na área de abrangência da Unidade de Saúde da
Família Diamante, é sempre a mesma situação:há um aumento considerável de casos de
dengue. A área é composta por bairros novos, que se constituíram a menos de 10 anos,
permanecendo muitos lotes vagos, regiões de mata e um rio que corta o território. A
equipe de saúde, ao propor ações de enfrentamento do problema, sugeriu que fosse feita
uma abordagem domiciliar.
Sobre a situação, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I) Para a efetividade da ação é importante mapear os casos dentro do território,
destacando as micro áreas com maior número de casos novos.
PORQUE
II) A territorialização representa importante instrumento de organização dos processos de
trabalho e das práticas de saúde.
(alternativa A) A asserção I é verdadeira e a II é falsa.
(alternativa B) A asserção I é falsa e a II é verdadeira.
(alternativa C) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é justificativa da I.
(alternativa D) As asserções I e II são verdadeiras e a II é justificativa da I
QUESTÃO 03
O financiamento federal de custeio da Atenção Primária à Saúde (APS) será constituído por
captação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas. No que
refere ao incentivo por ações estratégicas, avalie as asserções a seguir e assinale a alternativa
correta:
I - O cálculo para a definição dos recursos financeiros para incentivo para ações estratégicas
deverá considerar: as especificidades e prioridades em saúde, os aspectos estruturais das
equipes, e a produção em ações estratégicas em saúde.
II - Programa Saúde Bucal, Programa Saúde na Escola, Atenção Domiciliar e Programa Saúde
na Hora, são exemplos de incentivo de ações estratégicas.
(alternativa A) A asserção l é verdadeira e a ll é falsa.
(alternativa B) A asserção l é falsa e a ll é verdadeira.
(alternativa C) As asserções l e II são falsas.
(alternativa D) As asserções l e II são verdadeiras.
QUESTÃO 04
Senhor Argemiro, 75 anos, usuário da Unidade de Saúde da Família teve alta hospitalar, após
quadro de queda e fratura de fêmur com necessidade de procedimento cirúrgico. Recebeu
visita de Vilma, sua agente comunitária de saúde (ACS), um dia após sua liberação do hospital.
Vilma então programou uma visita domiciliar com o médico e enfermeira para o senhor
Argemiro, pensando que ele precisaria de um suporte após a alta. Considerando as
25
informações do caso, qual das alternativas contempla um princípio ou diretriz da Atenção
Básica à Saúde que é percebido (a) no acompanhamento do senhor Argemiro?
(alternativa A) A participação da comunidade é representada pelo senhor Argemiro
recebendo visita domiciliar da equipe.
(alternativa B) A regionalização e hierarquização aparece na visita domiciliar pela agente
comunitária de saúde pós alta hospitalar do Sr. Argemiro.
(alternativa C) A longitudinalidade do cuidado é vista na programação da visita domiciliar pela
equipe da unidade básica de saúde.
(alternativa D) A ordenação da rede pode ser compreendida pela visita domiciliar da
agente comunitária de saúde da equipe.
QUESTÃO 05
A Territorialização na Estratégia Saúde da Família consiste em:
A)Delimitar o território de atuação da equipe e as microáreas dos agentes comunitários de
saúde;
B)Desenhar o mapa do território adscrito;
C)Cadastrar as famílias residentes no território adscrito;
D)Realizar visitas domiciliares às famílias do território;
E)Fazer o reconhecimento do território adscrito, mapear a área, levantar problemas de saúde
da população, elaborar diagnóstico e o planejamento estratégico das ações de saúde.
QUESTÃO 06
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica no País, de
acordocom os preceitos do Sistema Único de Saúde. É um objetivo desse programa:
A)Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da
organização dos serviços e da produção social da saúde.
B)Atuar de forma repressiva no combate às doenças consideradas gravíssimas.
C)Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde, ainda que não sejam de
qualidade.
D)Humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de um vínculo entre os
profissionais de saúde e a população, mediados pelo médico responsável pela equipe.
QUESTÃO 07
O Programa Previne Brasil, lançado em 2019, estabelece o novo modelo de financiamento da
Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde.Segundo esse novo modelo, o
repasse das transferências para os municípios é distribuído com base em três critérios:
(A)Capitação ponderada, pagamento por desempenho e incentivo para ações estratégicas.
(B)População cadastrada, número de equipes NAS cadastradas e número de eSF cadastradas.
(C)Idade populacional, número de ACS por equipe e número de pessoas cadastradas no
Auxílio Brasil.
(D) Classificação geográfica, ações de promoção de saúde nas escolas, quantidade de
medicamentos da REMUME.
(E) Número de ESF cadastradas, número de equipes NASF cadastradas e número de eSB
cadastradas.
QUESTÃO 08
Sobre a Estratégia Saúde da Família (ESF), é correto afirmar:
A)A ESF tem como meta a reorganização da Atenção Terciária no Brasil.
B)A equipe de saúde da família é composta por, no mínimo, um médico generalista e agentes
comunitários de saúde, sendo opcional a participação da equipe de enfermagem.
C)A ESF tem como meta a reorganização da Atenção Secundária no Brasil.
26
D)Os agentes comunitários são opcionais dentro da ESF uma vez que eles não integram a
equipe mínima necessária.
E)É uma estratégia de expansão, qualificação e consolidação dos serviços básicos de saúde,
pois favorece uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a
resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades.
QUESTÃO 09
Leia o excerto a seguir.
"É o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da
população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da
prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados
paliativos. Inclui a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à
saúde e o reconhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas, ambientais e
sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas tecnologias de cuidado e de gestão
necessárias a estes fins, além da ampliação da autonomia das pessoas e coletividade"
O trecho diz respeito ao princípio da Política Nacional de Atenção Básica.
A)Integralidade.
B)Universalidade.
C)Equidade.
D)Territorialidade.
E)Resolutividade.
QUESTÃO 10
Entre as atribuições específicas do profissional médico que atua na Estratégia Saúde da
Família (ESF), um tanto diferente do papel do médico nas Unidades Hospitalares, está a
realização de encaminhamentos a outros pontos da rede de atenção, a responsabilização pelo
plano terapêutico de forma compartilhada, respeitando-se os fluxos assistenciais, o registro
apropriado de informações e a comunicação entre os profissionais em tempo e lugar
oportunos, de maneira a atender à necessidade do usuário. (SILVEIRA, Milene da Silva et ali.
Processo regulatório da Estratégia Saúde da Família para a assistência especializada. SAÚDE
DEBATE, RIO DE JANEIRO, V. 42, N. 116, P. 63-72, JAN-MAR 2018).
Nesse sentido, é possível se afirmar que no Brasil
I- há fragilidades quanto à regulação do acesso pelo médico da ESF que, apesar de contribuir
para a coordenação do cuidado, ainda não tem sua utilização reconhecida como uma
ferramenta de gestão da clínica.
II- investir em capacitação e qualificação do profissional no âmbito da Atenção Primária à
Saúde e da regulação em saúde pode promover maior resolutividade com melhor gestão do
cuidado, bem como o uso racional dos recursos disponíveis.
III- a regulação assistencial, por ser componente da Rede de Atenção em Saúde com ampla e
privilegiada visão dos recursos disponíveis e da dinâmica dos serviços, deve ser considerada
como grande aliada para os profissionais inseridos nas unidades de ESF.
Está CORRETO o que se afirma em
A)II.
B)I, II e III.
27
C)III.
D)I e II.
E)I.
QUESTÃO 11
O Programa Saúde da Família (PSF) é o modelo de organização da atenção primária (APS)
adotado no Brasil em 1994. Elevado à condição de Estratégia Saúde da Família ao final dos
anos 1990, na medida em que é reconhecido como a estratégia de reorientação da atenção
básica brasileira, adota uma concepção de APS integral, pautada nas seguintes características:
primeiro contato/porta de entrada, longitudinalidade, integralidade e coordenação de cuidado.
Considerando esses quatro atributos essenciais da APS, analise qual deles se relaciona com
exemplos abaixo de situações em que os mesmos são afirmados ou negados.
Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.
Exemplo 1: Sheila, 41 anos, vai ao médico da UBS e se queixa de que sua menstruação tem
sido mais volumosa nos últimos meses e acompanhada de dores intensas. Além disso, tem se
sentido ansiosa e fragilizada emocionalmente, pois não percebe carinho e afeto por parte do
esposo. Entretanto, é interrompida pelo médico: "Nesse caso, você precisa de um psicólogo. Vou
fazer seu encaminhamento."
Exemplo 2: Caio tem 04 anos e sua mãe o traz novamente à UBS, pois está, mais uma vez,
com falta de ar e sibilância. O médico recupera as informações das últimas consultas no
prontuário para buscar classificar adequadamente a asma brônquica e rever o tratamento.
Exemplo 3: Francisco tem 67 anos e é portador de múltiplas comorbidades: hipertensão,
diabetes, osteoartrose e doença do refluxo gastroesofágico. Procura o médico da UBS porque
diz não estar se dando bem com os anti-inflamatórios prescritos pelo reumatologista particular
que procurou.
Exemplo 4: Aldemir, 65 anos, apresentou episódios de evacuação com discreta quantidade de
sangue nas fezes nas últimas semanas, motivo pelo qual procurou a UBS. Todavia, foi
informado de que a agenda de consultas seria aberta daqui a 15 dias e que até lá só havia
possibilidade de encaixar urgências.
A) Coordenação do Cuidado - Longitudinalidade - Integralidade - Porta de Entrada
B)Longitudinalidade - Integralidade - Coordenação do Cuidado -Porta de Entrada
C) Integralidade - Longitudinalidade - Coordenação do Cuidado - Porta de Entrada
D) Coordenação do Cuidado - Integralidade - Porta de Entrada - Longitudinalidade
E)Integralidade - Coordenação do Cuidado -Porta de Entrada - Longitudinalidade
QUESTÃO 12
Informe se é Verdadeiro (V) ou Falso (F) o que se afirma sobre a atenção básica na
organização da Rede de Atenção à Saúde.
( ) Prevê o acolhimento de todas as pessoas conforme as suas necessidades.
( ) É a única porta de entrada e centro de comunicação da Rede da Atenção à Saúde.
28
-
-
Integralidade
10
*
F
( ) Assegura que o atendimento de urgência/emergência não ultrapasse o número de consultas
agendadas para o turno.
( ) Considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a
atenção integral e incorporar as ações de vigilância em saúde.
( ) É um espaço de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço,
inovação e avaliação tecnológica para a Rede de Atenção à Saúde.
De acordo com as informações, a sequência correta é
A)V, F, F, V, V.
B)F, V, V, F, V.
C)F, V, F, V, F.
D)V, F, V, F, F.
QUESTÃO 13
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) faz parte do sistema de saúde brasileiro e se propõe a
agregar os serviços de saúde, envolvendo unidades com distintas complexidades tecnológicas
relacionadas entre si e presentes em diferentes espaços e populações. Para integrar a RAS,
houve um esforço para interligar os serviços de saúde em diferentes níveis de complexidade.
Diante do exposto, analise asafirmativas a seguir e assinale V para a(s) Verdadeira(s) e F para
a(s) Falsa(s).
( ) As Unidades Básicas de Saúde, reconhecidas como de baixa complexidade, agregam
diferentes programas de saúde, realizando consultas e procedimentos básicos, sendo que os
serviços de Baixa Complexidade são a porta de entrada do Sistema Único de Saúde.
( ) A Atenção Secundária à Saúde refere-se aos serviços de média complexidade e integram a
RAS, como hospitais e serviços móveis de urgência e emergência.
( ) A RAS integra os serviços de baixa, média e alta complexidade.
( ) A Atenção Terciária à Saúde integra os hospitais e seus serviços de alta complexidade, onde
existem tecnologias mais invasivas e de alta resolutividade.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
A)F, V, F, V.
B)V, V, F, F.
C)F, F, F, F.
D)V, V, V, V.
QUESTÃO 14
29
As relações humanas no trabalho influenciam o resultado final do serviço de toda a equipe.
Uma equipe alinhada e bem relacionada trará um ambiente de trabalho agradável e mais
produtivo.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA em relação ao bom desenvolvimento de toda a
equipe:
A)As opiniões deverão ser ignoradas.
B)As responsabilidades devem ser delegadas.
C)A equipe deve respeitar as divergências e diversidades.
D)As críticas devem ser evitadas.
E)O líder deve ser arbitrário em suas decisões.
QUESTÃO 15
A saúde trabalha com diferentes tipos de tecnologia, classificando-as em tecnologias leves,
duras e leve-duras. MERHY, E. E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2005, com adaptações.
A esse respeito, assinale a alternativa que indica um exemplo de tecnologia leve
a)Acolhimento
b)Clínica médica
c)Epidemiologia
d)Diretriz terapêutica
e)Estetoscópio
30
QUESTÃO 16
Ao discutir sobre as ferramentas tecnológicas relacionadas ao processo de trabalho na saúde,
Merhy (1997), aponta as tecnologias leves, as tecnologias leves-duras e as tecnologias duras.
Sobre estas tecnologias, analise as afirmações a seguir e marque uma das opções abaixo:
I. As tecnologias leves se associam às habilidades de comunicação/interação do profissional de
saúde, favoráveis à construção das relações de vínculo e confiança entre os sujeitos envolvidos
no cuidado.
II. As tecnologias leves-duras se associam aos saberes técnicos estruturados que cada
categoria profissional de saúde possui e adota como base nos processos de trabalho.
III. As tecnologias duras se associam aos equipamentos e maquinários necessários para
auxiliarem nas intervenções assistenciais em saúde.
A)Somente I está correta.
B)Somente I e II estão corretas.
C)Somente I e III estão corretas.
D)Somente II e III estão corretas.
E)I, II e III estão corretas.
31
GABARITO
01. Espera-se que o aluno explique duas mudanças instituídas no novo modelo de
de financiamento da Atenção Primária à Saúde ( APS) de acordo com
programa previne brasil. Um a das alterações refere-se à extinção do Piso da
Atenção Básica (PAB fix o e variável) e a adoção dos seguintes critérios para
o custeio da atenção primária à saúde: pagamento por desempenho; incentivo
para ações estratégicas; e incentivo financeiro com base em critério populacional.
Outra alteração é a revogação das equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da F
amília e Atenção Básica (NAS F -AB)
02. D
03. D
04. C
05. E
06. A
07. A
08. E
09. A
10. B
11. C
12. A
13. D
14. C
15. A
16. E
32
OBJETIVOS
- Conhecer os princípios e objetivos do
Apoio Matricial.
- Distinguir as ações do apoio matricial:
pedagógicas, sanitárias e clinicas.
- Associar o trabalho das equipes
multiprofissionais com o apoio matricial.
- Entender a articulação das equipes: saúde
da família e de atenção primária com a
equipe multiprofissional-ENASF-ab.
INTRODUÇÃO
O matriciamento (ou apoio matricial) é uma
maneira de colocar em prática a atenção
em saúde visando a integralidade e
resolubilidade, através do trabalho
interdisciplinar.
Foi um modelo formulado por Gastão
Wagner Campos e pode ser descrito como
um cuidado colaborativo entre saúde mental
e atenção primária.
CHIAVERINI, Dulce Helena et al. define:
“Matriciamento ou apoio matricial é um
novo modo de produzir saúde em que duas
ou mais equipes, num processo de
construção compartilhada, criam uma
proposta de intervenção
pedagógico-terapêutica.”
De acordo com GUSSO, LOPES, 2018:
“apoio matricial na saúde é um modelo de
cuidados colaborativos em que equipes de
serviços diferentes trabalham de forma
integrada no cuidado da população.
Integração de especialistas com equipes de
saúde da família, mantendo o cuidado sob
coordenação destas.
O apoio matricial tem 2 componentes:
Suporte pedagógico - representado por
discussão de casos, atendimentos conjuntos
e outras atividades colaborativas do
apoiador com as equipes de saúde da
família.
Retaguarda assistencial - representada por
atendimentos e outras intervenções
específicas do apoiador junto aos usuários.”
Dessa maneira, entende-se que o
matriciamento busca produzir saúde, de
maneira integral, através de um serviço
interdisciplinar e de uma proposta de
intervenção pedagógica - terapêutica.
Hoje, a principal estratégia desenvolvida
para apoio matricial é a equipe de Nasf
(núcleo de apoio à saúde da família).
Objetivos do matriciamento:
● Contribuir para o acolhimento da
demanda em sua complexidade;
● Socializar e produzir saberes em
conjunto com as equipes de
referência locais (Saúde da Família);
● Compartilhar as responsabilidade
promovendo a regulação do fluxo;
● Favorecer a ampliação e
diversificação das
ações,potencializando a construção
de novos dispositivos de atenção em
resposta às necessidades do usuário;
● Contribuir para a flexibilização e
abertura institucional no que se
refere a olhares, saberes, poderes,
normas, ações e relações,garantindo
o acesso e a participação do usuário
Cuidados colaborativos
Gusso, Lopes (2018) fala sobre cuidados
colaborativos no livro Tratado de Medicina
da Familia e comunidade:
8
@resumosdakaru - Medicina Uninovafapi AFYA
Os cuidados colaborativos são modelos que
buscam integrar especialistas e profissionais
de Atenção Primária à Saúde (APS) com o
objetivo de melhorar a qualidade da
assistência. No Brasil, o apoio matricial é
destacado como um modelo chave de
cuidados colaborativos.
Existem várias definições e modelos de
cuidados colaborativos, e há alguma
sobreposição com outros termos, como
cuidados compartilhados. No entanto, todos
esses modelos têm em comum o objetivo de
fortalecer a relação de trabalho entre
profissionais de APS e especialistas.
A comunicação e interação entre médicos
de APS e especialistas desempenham um
papel fundamental na eficácia de cuidados
colaborativos, especialmente no tratamento
de doenças crônicas e transtornos mentais.
Uma característica importante dos cuidados
colaborativos e do apoio matricial é a
capacidade de provocar mudanças não
apenas no comportamento dos profissionais
envolvidos, mas também no nível
organizacional, diferenciando esses modelos
de outras estratégias de integração.
Componentes dos cuidados colaborativos
►Identificação sistemática de pessoas para
acompanhamento – Rastreamento, busca
ativa
►Oferta de intervenções estruturadas –
Tratamentos medicamentosos, terapias,
educação em saúde, promoção de
autocuidado
►Capacitação profissional – Inclui
profissionais da APS e especialistas
►Revisão de papéis profissionais –
Mudanças de papéis entre profissionais ou
inclusão de novas tarefas
►Trabalho interdisciplinar – Constituição de
equipes ou adição de novos profissionais às
equipes
►Gestão de casos – Estratégias para
coordenação das ações entre profissionais,
reforço à adesão
►Acompanhamento sistemático –
Monitoramento das pessoas acompanhadas
►Atividades colaborativas diretas –
Atendimentos conjuntos, interconsulta,
discussão de casos
►Estruturação do cuidado – Uso de
protocolos ou diretrizes de atenção
►Sistematização da comunicação –
Fortalecimento da comunicação entre
profissionais, incluindo critérios de acesso,
prontuários comuns e meios

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