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Fármacos para Epilepsia

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Carolina Ferreira FARMACOLOGIA 
 
-Aproximadamente 10% da população tem pelo menos uma convulsão durante sua vida. 
-A epilepsia é o 3º distúrbio neurológico + comum, logo atrás da doença cerebrovascular e da doença de Alzheimer 
-A epilepsia é um conjunto de diferentes tipos de convulsões e síndromes originadas por vários mecanismos que têm em 
comum a descarga repentina, excessiva e sincronizada dos neurônios cerebrais, essa atividade elétrica anormal pode resultar 
em uma variedade de eventos, incluindo perda de consciência, movimentos anormais, comportamento atípico ou desigual e 
percepção distorcida de duração limitada, mas recorrente se ñ for tratada 
-Em geral, as convulsões podem ser controladas c/ medicamento em cerca de 75% dos pacientes 
-Pode ser necessária + de uma medicação p/ otimizar o controle das convulsões 
-A > dos pacientes com epilepsia não obtém remissão espontânea de sinais e sintomas 
-Os antiepilépticos são prescritos para prevenir a recorrência de crises 
-P/ a primeira convulsão não provocada, usualmente não se prescrevem antiepilépticos. É extremamente difícil, se não 
impossível, predizer o sucesso do tratamento para o paciente individual com base no mecanismo de ação dos fármacos. Apenas 
algumas generalizações são possíveis: 
1. Pacientes c/ crises tônico-clônicas generalizadas e c/ crises parciais obtêm + sucesso c/ fármacos bloqueadores dos 
canais de sódio (carbamazepina, fenitoína e valproato de sódio/ácido valproico). 
2. Pacientes c/ crises de ausência respondem a valproato de sódio/ácido valproico. 
 -Em casos de politerapia, algumas regras orientam um regime racional. 
1. Associação de fármacos com diferentes mecanismos de ação, visando sinergismo. 
2. Associação de fármacos com diferentes perfis de efeitos adversos. 
3. Ñ associação de fármacos c/ significante capacidade de indução ou inibição enzimática hepática. 
 -Em crianças, o tratamento continua até um a 2 anos após os pacientes estarem livres de crises. Em adultos, não há definição 
sobre a duração de tratamento após uma primeira crise. 
- Carbamazepina, em monoterapia, é eficaz, sendo agente de 1º escolha em crises parciais simples e complexas e nas 
generalizadas tônico-clônicas secundárias a uma descarga focal. Tem menos efeitos adversos do que fenitoína ou fenobarbital, 
cuja incidência pode ser diminuída por alteração do intervalo entre doses 
-Clonazepam é benzodiazepínico selecionado por ser tratamento na mioclônus e outras formas de epilepsia em crianças 
-Diazepam é benzodiazepínico considerado a 1ºescolha no tratamento de emergência do estado de mal epiléptico. Sua 
administração deve ocorrer em até 30 a 60 minutos após o início da crise, quando mecanismos compensatórios ainda previnem 
o dano neuronal. O tratamento deve ser instituído de preferência por via intravenosa, p/ se obter rápido início de ação. É 
associado a outras medidas, tais como oxigenoterapia, hidratação parenteral e administração de solução de glicose, se houver 
sinais de hipoglicemia. Diazepam intravenoso faz cessar o quadro convulsivo em 60%-80% dos pacientes, e pode ser repetido, 
em adultos, de 30 a 60 minutos após a primeira dose. Se as crises persistirem por + de uma hora após a conduta inicial, o uso de 
anestésicos gerais é recomendado. Quando o estado de mal epiléptico é desencadeado pela suspensão súbita de antiepilépticos 
anteriormente empregados, reiniciar o tratamento c/ tais fármacos é conduta eficaz 
-Fenitoína é eficaz no tratamento de crises parciais simples e complexas, c/ ou sem generalização secundária, e de crises tônico-
clônicas generalizadas primárias. Em estado de mal epiléptico é dada em sequência ao diazepam. O risco de bloqueio A-V e de 
outras arritmias contraindica seu uso em pacientes cardiopatas e em idosos com estado de mal epiléptico 
-Fenobarbital é barbitúrico c/ eficácia em quase todos os tipos de epilepsia, exceto nas crises de ausência. Por ser muito 
sedativo em adultos e causar hipercinesia e alterações de comportamento em crianças, não é mais considerado primeira escolha 
em nenhum tipo de crise. Fica reservado p/ casos refratários de crises tônico-clônicas generalizadas primárias e pacientes em 
que > grau de sedação é desejado. Na forma injetável, pode ser usado no estado de mal epiléptico em casos refratários, mas seu 
uso intravenoso deve ser evitado em pacientes que receberam dose oral recente do fármaco. Os efeitos adversos + graves 
correspondem à depressão cardiorrespiratória 
-Sulfato de magnésio é usado p/ prevenção de convulsões em pré-eclampsia e eclampsia 
-Valproato de sódio ou ácido valproico é considerado como primeira escolha p/ crises generalizadas primárias, de ausência, 
mioclônicas e espasmos infantis. Nas crises mioclônicas, a monoterapia c/ ácido valproico exerce controle em 75%-90% dos 
pacientes. Tem eficácia comparável à de carbamazepina e fenitoína no controle de crises parciais e controla crises de ausência 
em 80% dos pacientes. Deve ser feita monitoria da função hepática durante os seis 1º meses de tratamento, especialmente em 
hepatopatas, em < de 3 anos, em pacientes com doenças metabólicas e degenerativas e em pacientes em uso de outros 
anticonvulsivantes. Hepatite e pancreatite fulminantes e os distúrbios sanguíneos são eventos adversos que podem ser fatais 
-Os anticonvulsivantes estão associados a má-formações fetais, especialmente a carbamazepina, o valproato de sódio e a 
fenitoína. O uso em mulheres em idade fértil e em grávidas deve ser feito com extrema cautela e sob acompanhamento. O risco 
de sangramento intracraniano no neonato causado por carbamazepina, fenobarbital e fenitoína pode ser prevenido pelo uso de 
fitomenadiona antes e depois do parto 
ETIOLOGIA DAS CONVULSÕES 
-Na > dos casos, a epilepsia ñ tem causa identificável 
Carolina Ferreira FARMACOLOGIA 
-Áreas focais funcionalmente anormais podem ser ativadas por alterações em fatores fisiológicos, como alteração em gases 
sanguíneos, pH, eletrólitos e glicemia, e alterações em fatores ambientais, como privação do sono, ingestão de álcool e estresse 
-A descarga neuronal na epilepsia resulta do disparo de uma pequena população de neurônios em alguma área específica do 
cérebro denominada foco primário 
-A epilepsia pode ser devida aos seguintes tipos: 
*Epilepsia genética: essas crises resultam de uma anormalidade herdada no SNC e a obtenção de anamnese familiar 
detalhada pode fornecer informações importantes p/ avaliar a possibilidade de ligação genética às convulsões. 
*Epilepsia estrutural ou metabólica: ocorre devido a inúmeras causas como uso de fármacos ilícitos, tumores, 
traumatismo encefálico, hipoglicemia, infecção meníngea e retirada rápida do álcool em um indivíduo alcoólatra, 
podem desencadear as crises. Em casos em que a causa de uma convulsão pode ser determinada e corrigida, pode ñ ser 
necessária a medicação. Por exemplo, a convulsão que é causada por reação a fármaco ñ é epilepsia e ñ requer 
tratamento crônico 
*Causas desconhecidas: quando ñ há evidência de causa anatômica específica p/ as crises, como traumatismo ou 
neoplasia, o paciente pode ser diagnosticado c/ convulsões em que a causa é desconhecida. A > dos casos de epilepsia 
deve-se a causas desconhecidas. Os pacientes podem ser tratados cronicamente c/ antiepiléticos ou estimulantes 
vagais. 
CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES 
-É importante classificar corretamente as crises p/ determinar o tratamento apropriado 
-As crises são classificadas c/ base em local de origem, etiologia, correlação eletrofisiológica e apresentação clínica 
-A nomenclatura desenvolvida pela International League Against Epilepsy (Liga Internacional Contra a Epilepsia) é considerada a 
via padrão p/ classificar convulsõese síndromes epiléticas 
-As crises são classificadas em 2 grupos gerais: focal e generalizada. 
FOCAIS 
-A crise focal envolve somente uma porção do cérebro, normalmente parte de um lobo de um hemisfério 
-Os sinais de cada tipo de crise dependem do local da descarga neuronal e da extensão pela qual a atividade elétrica se espalha 
nos demais neurônios do cérebro 
-Crises focais podem evoluir, tornando-se crises tônico-clônicas generalizadas. 
→Parciais simples: Essas crises são causadas por um grupo de neurônios hiperativos que apresentam atividade elétrica 
anormal e fica confinada em um local único no cérebro. A descarga elétrica ñ se alastra, e o paciente ñ perde a 
consciência ou a percepção. C/ frequência, o paciente apresenta atividade anormal em um dos membros ou em um 
grupo muscular controlado pela região cerebral que apresenta o distúrbio. O paciente também pode apresentar 
distorções sensoriais. A atividade pode se alastrar. Crises parciais simples podem ocorrer em qualquer idade. 
→Parciais complexas: essas crises provocam alucinações sensoriais complexas e distorção mental. A disfunção motora 
pode envolver movimentos mastigatórios, diarreia e/ou micção. A consciência se altera. A crise parcial simples pode se 
alastrar, tornar-se complexa e então evoluir p/ uma convulsão generalizada secundária. As crises parciais complexas 
podem ocorrer em qualquer idade. 
GENERALIZADAS 
-As crises generalizadas podem iniciar localmente e então avançar, incluindo descargas elétricas anormais pela totalidade de 
ambos os hemisférios cerebrais 
-As crises generalizadas primárias podem ser convulsivas ou ñ convulsivas, e o paciente normalmente apresenta perda imediata 
da consciência. 
→Tônico-clônicas: essas crises resultam em perda da consciência, seguida das fases tônica (de contração contínua) e 
clônica (de contração e relaxamento rápidos). Pode ser seguida por um período de confusão e exaustão, devido à 
depleção de glicose e dos estoques energéticos. 
 →Ausências: essas crises envolvem uma perda breve, abrupta e autolimitante da consciência. Em geral, iniciam-se em 
pacientes de 3 a 5 anos de idade e perduram até a puberdade ou +. O paciente permanece c/ o olhar fixo e pisca 
rapidamente, o que dura de 3 a 5 segundos. A crise de ausência tem um pico muito distinto de 3 picos de registro de 
atividade elétrica no EEG por segundo e descarga em ondas vista no eletrencefalograma (EEG). 
 →Mioclônicas: essas crises consistem em episódios curtos de contração muscular que podem recorrer por vários 
minutos. Em geral, elas ocorrem após o despertar e se revelam como breves contrações espasmódicas dos membros. 
As crises mioclônicas ocorrem em qualquer idade, mas iniciam na puberdade ou no adulto jovem. 
 → Clônicas: essas crises consistem em episódios curtos de contração muscular que podem parecer muito c/ crises 
mioclônicas. A consciência está + comprometida nas crises clônicas em comparação c/ as mioclônicas. 
 →Tônicas: essas crises envolvem ↑ do tônus nos músculos extensores e duram menos de 60 segundos. 
 →Atônicas: são chamadas também de ataques de queda, essas crises se caracterizam pela perda súbita de tônus 
muscular. 
MECANISMO DE AÇÃO DAS MEDICAÇÕES ANTIEPILÉTICAS 
-Os fármacos reduzem as crises por meio de mecanismos de bloqueio dos canais voltagem-dependentes (Na+ ou Ca2+), 
potencializando impulsos inibitórios gabaérgicos e interferindo na transmissão excitatória do glutamato 
-Alguns antiepiléticos parecem ter múltiplos alvos no SNC, ao passo que o mecanismo de ação de alguns fármacos é mal definido 
Carolina Ferreira FARMACOLOGIA 
- A medicação antiepilética suprime as crises, mas ñ cura nem previne a epilepsia. 
-O GABA e o glutamato constituem os principais neurotransmissores inibitório e excitatório do SNC, respectivamente 
-Os fármacos que atuam sobre a neurotransmissão GABAérgica potencializam, em sua> a atividade GABAérgica e deprimem, 
portanto, as funções do SNC 
-A modulação da transmissão GABAérgica pode ocorrer em nível pré ou pós-sináptico 
-Os fármacos que atuam em sítios pré-sinápticos são principalmente direcionados p/ a síntese, a degradação e a recaptação do 
GABA 
-Os fármacos de ação pós-sináptica afetam diretamente os receptores GABA, por meio da ocupação do sítio de ligação do GABA 
ou por um mecanismo alostérico. 
-O receptor GABAA constitui o alvo da > quantidade de fármaco, incluindo agonistas do sítio de ligação do GABA, 
benzodiazepinas, barbitúricos, anestésicos gerais e esteroides neuroativos 
SELEÇÃO DO FÁRMACO 
-A escolha do tratamento farmacológico se baseia no tipo específico de crise, nas variáveis do paciente (idade, condições 
mórbidas simultâneas, estilo de vida e preferências pessoais) e nas características do fármaco (como custos e interações com 
outros fármacos) 
-Por exemplo, crises de início focal são tratadas c/ medicamentos diferentes dos usados em crises generalizadas primárias, ainda 
que a relação de fármacos eficazes se sobreponha 
-A toxicidade do fármaco e as características do paciente são as principais considerações na seleção do fármaco 
- Em pacientes, recém-diagnosticados, é instituída monoterapia c/ um único fármaco até que a crise seja controlada ou que 
ocorram sinais de toxicidade 
-Se a crise ñ é controlada c/ a 1º medicação, é considerada a monoterapia c/ fármaco alternativo ou a adição de outro fármaco 
- Se isso falhar, deve ser considerado outro manejo médico (estimulação vagal, cirurgia, etc.) 
ANTIEPILÉPTICOS 
-Comportamento suicida e ideias suicidas foram identificados como risco da medicação antiepilética 
-Praticamente todas as medicações antiepiléticas foram associadas c/ reações multiorgânicas de hipersensibilidade, uma reação 
idiossincrática rara caracterizada por urticária, febre e envolvimento orgânico sistêmico. 
→ÁCIDO VALPROICO E DIVALPROEX: 
-É um fármaco usado nas crises generalizadas 
-Mecanismos de ação desses fármacos incluem bloqueio de canais de sódio, bloqueio da transaminase GABA e ações nos canais 
de cálcio tipo T 
-São eficazes p/ o tratamento de epilepsias focais e primárias generalizadas 
-O ácido valproico está disponível como ácido livre 
-O divalproex sódico é a associação de valproato de sódio e ácido valproico, que é convertido em valproato quando alcança o 
trato gastrintestinal (TGI). Ele foi desenvolvido p/ melhorar a tolerância gastrintestinal (GI) do ácido valproico 
-O valproato inibe o metabolismo dos sistemas CYP2C9, UGT e epóxido hidrolase 
-Toxicidade hepática é rara e pode causar ↑ das enzimas hepáticas, que devem ser monitoradas frequentemente. A 
teratogenicidade também é uma grande preocupação. 
→BENZODIAZEPÍNICOS: 
-Possuem efeitos sedativos, hipnóticos, miorrelaxantes, amnésicos e ansiolíticos 
-Em altas doses, os benzodiazepínicos podem causar hipnose e estupor 
-Se ligam aos receptores do GABA, que são inibitórios, p/ reduzir a taxa de disparos 
-A > dos benzodiazepínicos é reservada p/ emergências ou tratamento de crises agudas, devido à sua tolerância 
-Contudo, clonazepam e clobazam podem ser prescritos como auxiliares no tratamento em tipos particulares de crises 
-O diazepam também está disponível p/ administração retal p/ evitar ou interromper convulsões tônico-clônicas generalizadas 
prolongadas ou agrupadas, quando a administração oral ñ é possível. 
-São fármacos de alta afinidade e altamente seletivos, que se ligam a um único sítio dos receptores GABAA 
-Os benzodiazepínicos em altas doses raramente provocam morte, a ñ ser que sejam administrados c/ outras drogas ou 
fármacos, como etanol, depressores do SNC, analgésicos opióides ou antidepressivos tricíclicos 
-O ↑ da depressão do SNC observado c/ o uso concomitante de etanol e benzodiazepínicos deve-se a efeitos sinérgicos sobre os 
receptores GABAA e à inibição da CYP3A4 mediada pelo etanol. Esse efeito é observado quando o etanol é consumidorapidamente, diminuindo a depuração dos benzodiazepínicos. 
-A overdose de benzodiazepínicos pode ser revertida por um antagonista dos benzodiazepínicos, como o flumazenil 
→CARBAMAZEPINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Esse fármaco bloqueia os canais de sódio o que inibe a geração de potenciais de ação repetitivos no foco epilético e evita seu 
alastramento 
-É eficaz p/ tratar as crises focais e as convulsões tônico-clônicas generalizadas, a neuralgia do trigêmio e os transtornos 
bipolares 
-A carbamazepina tem absorção lenta após administração por VO 
-Ela induz sua própria biotransformação, resultando em [ ] séricas < nas doses + altas 
Carolina Ferreira FARMACOLOGIA 
-A carbamazepina é indutora das enzimas CYP1A2, CYP2C e CYP3A e da uridina 5’-difosfato (UDP) – glicuronosiltransferase 
(UGT), o que ↑ a depuração de outros fármacos. Pode ser notada hiponatremia em alguns pacientes, especialmente em idosos, 
o que requer a troca de medicação 
-A carbamazepina ñ deve ser prescrita p/ pacientes c/ crises de ausência, porque pode aumentá-las. 
→ESLICARBAZEPINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-O acetato de eslicarbazepina é uma pró-fármaco convertida ao metabólito ativo eslicarbazepina por hidrólise 
-Ela é um bloqueador do canal de sódio disparado por voltagem e aprovada contra crises de início parcial em adultos 
-Os efeitos adversos inclui tonturas, sonolência, diplopia e cefaleia. Reações adversas graves como urticária, efeitos psiquiátricos 
e hiponatremia ocorrem raramente. 
→ ETOSSUXIMIDA: 
-É um fármaco usado nas crises generalizadas 
-Reduz a propagação da atividade elétrica anormal no cérebro provavelmente inibindo os canais de cálcio tipo T 
-Ela é eficaz apenas no tratamento de crises de ausência. 
→EZOGABINA: 
-Esse fármaco abre os canais de potássio tipo M disparados por voltagem, levando à estabilização do potencial de repouso 
-A ezogabina tem farmacocinética linear sem interações c/ outros fármacos nas dosagens baixas. Os efeitos adversos são 
retenção urinária, prolongamento do intervalo QT, coloração azulada da pele e anormalidade na retina. 
→ FELBAMATO: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Possui o bloqueio de canais de sódio voltagem-dependente, competindo c/ o local de ligação do coagonista glicina no receptor 
N-metil-D-aspartato (NMDA) glutamato, bloqueando canais de cálcio e potencializando a ação do GABA 
- O felbamato é um inibidor dos fármacos biotransformados por CYP2C19 e induz os fármacos biotransformados por CYP3A4 
-Ele é reservado p/ uso em epilepsias refratárias (particularmente a síndrome Lennox-Gastaut) devido ao risco de anemia 
aplástica e insuficiência hepática. 
→FENITOÍNA E FOSFENITOÍNA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-É um anticonvulsivante ñ sedativo + antigo 
-A fenitoína bloqueia os canais de sódio voltagem-dependentes, ligando-se seletivamente ao canal no estado inativo e tornando 
lenta a sua recuperação 
-Ela é eficaz p/ o tratamento de crises focais e tônico-clônicas generalizadas e no tratamento do estado epilético 
-A fenitoína induz os sistemas enzimáticos CYP2C, CYP3A e UGT, acelerando a biotransformação dos fármacos substratos desses 
sistemas. Ela exibe biotransformação por enzima saturável, resultando em propriedades farmacocinéticas não lineares 
(pequenos ↑ na dose diária podem produzir grandes ↑ na [] no plasma, resultando em toxicidade induzida por fármaco) 
-Ocorre depressão do SNC, particularmente no cerebelo e no sistema vestibular, causando nistagmo e ataxia. Os idosos são 
muito suscetíveis a este efeito. Hiperplasia gengival pode levar ao crescimento da gengiva sobre os dentes. O uso por tempo 
prolongado pode levar ao desenvolvimento de neuropatias periféricas e osteoporose. A fosfenitoína é um pró-fármaco que 
rapidamente é convertido em fenitoína no sangue (em poucos minutos) 
-Ao passo que a fosfenitoína pode ser administrada por via intramuscular (IM), a fenitoína sódica nunca deve ser administrada 
por essa via, pois causa lesão tecidual e necrose. A fosfenitoína é o fármaco de escolha e padrão quando se precisa do efeito da 
fenitoína por via intravenosa ou intramuscular 
→ FENOBARBITAL E PRIMIDONA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-O mecanismo de ação primário do fenobarbital é a potenciação dos efeitos inibitórios dos neurônios mediados por GABA 
-A primidona é biotransformada a fenobarbital (principalmente) e feniletilmalonamida, ambos c/ atividade anticonvulsivante 
-O fenobarbital é usado principalmente no tratamento do estado epilético quando outros fármacos falham. 
→GABAPENTINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-É um análogo do GABA, ela ñ atua nos receptores GABA, potencializa as ações do GABA nem se converte em GABA, ela é 
aprovada como tratamento auxiliar p/ crises focais e tratamento da neuralgia pós-herpética 
-A gabapentina ñ se liga às proteínas plasmáticas e é excretada inalterada pelos rins. É necessário diminuir sua dosagem em caso 
de doenças renais 
-A gabapentina é bem tolerada pelos idosos c/ crises parciais, devido aos seus efeitos adversos relativamente leves. Ela também 
é boa escolha p/ os pacientes idosos porque tem poucas interações com fármacos. 
→ LACOSAMIDA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Afeta canais de sódio disparados por voltagem, resultando na estabilização de membranas neuronais hiperexcitáveis e na 
inibição de disparos neuronais repetitivos 
-A lacosamida se liga à proteína 2 mediadora da resposta colapsina (P2MRC), uma fosfoproteína envolvida na diferenciação 
neuronal e no controle do crescimento axonal 
Carolina Ferreira FARMACOLOGIA 
-A lacosamida está aprovada p/ o tratamento auxiliar de convulsões focais.O efeito adverso + comum que limita o tratamento 
inclui tonturas, cefaleia e fadiga. 
→LAMOTRIGINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Bloqueia os canais de sódio, bem como os canais de cálcio alta voltagem-dependentes. A lamotrigina é eficaz em uma 
variedade de tipos de crises, incluindo focais, generalizadas, de ausência e de Lennox-Gestaut 
-É também usada p/ tratar o transtorno bipolar 
→LEVETIRACETAM: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-É aprovado p/ o tratamento auxiliar de crises focais, mioclônicas e tônico-clônicas primárias generalizadas em adultos e crianças 
-O levetiracetam é bem absorvido por via oral e excretado na urina em sua maior parte inalterado, resultando em pouca ou 
nenhuma interação c/ fármacos 
-O levetiracetam pode causar alterações de humor que podem exigir diminuição da dosagem ou alteração do fármaco. 
→ OXCARBAZEPINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-É um pró-fármaco que é rapidamente reduzido ao metabólito 10-monoidróxi (MHD), responsável pela atividade 
anticonvulsivante 
-O MHD bloqueia canais de sódio, prevenindo o alastramento das descargas anormais. Está aprovada para uso em adultos e 
crianças com crises de ataque focal 
-A oxcarbazepina é indutora menos potente do CYP3A4 e do UGT do que a carbamazepina. O efeito adverso de hiponatremia 
limita seu uso em idosos. 
→PERAMPANEL: 
-É um antagonista ácido α-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazolepropiônico seletivo que resulta em atividade excitatória reduzida 
-O perampanel tem longa meia-vida, permitindo dosificação única por dia. Está aprovado como tratamentoauxiliar de crises de 
começo focal em pacientes a partir dos 12 anos de idade. Esse fármaco é um antiepilético novo 
→PREGABALINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-A pregabalina se liga ao local α2-δ, uma subunidade auxiliar de canais de cálcio disparado por voltagem no SNC, inibindo a 
liberação do neurotransmissor excitatório. 
-O fármaco possui eficácia em crises de início focal, neuropatia periférica diabética, neuralgia pós-herpética e fibromialgia 
-Ñ tem biotransformação significativa e apresenta poucas interações com fármacos. Aumento de massa corporal e edema 
periférico foram observados. 
→ RUFINAMIDA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Atua nos canais de sódio, é aprovada p/ o tratamento auxiliar de crises associadas c/ a síndrome de Lennox-Gastaut em 
crianças c/ + de 4 anos e em adultos. 
- A rufinamida é um inibidor fraco da CYP2E1 e um indutor fraco da CYP3A4. Os alimentos aumentam a absorção e o pico de [ ] 
no soro 
-As concentrações séricas de rufinamida são afetadas por outras medicações antiepiléticas. Como com outras medicações 
antiepiléticas, ela é induzida pela carbamazepina e pela fenitoína, e inibida quando administrada com valproato. Os efeitos 
adversos incluem o potencial para diminuição do intervalo QT 
→TIAGABINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Bloqueia a captação de GABA pelos neurônios pré-sinápticos, permitindo que haja uma > quantidade de GABA disponível p/ 
ligação c/ o receptor; assim, ↑ a atividade inibitória 
-É eficaz como tratamento auxiliar nas crises de início parcial 
-Ñ deve ser usada p/ outras indicações além da epilepsia 
-A tiagabina é um inibidor competitivo dos transportadores de GABA nos neurônios e na glia, onde pode atuar seletivamente 
sobre o GAT-1 
-É uma medicação oral de rápida absorção, c/ biodisponibilidade de 90% 
Liga-se altamente às proteínas 
-O metabolismo é hepático, primariamente através da CYP3A4 
-A tiagabina não induz as enzimas do citocromo P450, porém o seu metabolismo é influenciado pelo uso concomitante de 
indutores ou inibidores da CYP3A4 
-Os efeitos adversos da tiagabina são confusão, sedação, amnésia e ataxia. 
→TOPIRAMATO: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Bloqueia os canais de sódio voltagem-dependentes ↓ as correntes de cálcio de alta voltagem (tipo L), inibe a anidrase 
carbônica e pode atuar em locais do glutamato (NMDA) 
Carolina Ferreira FARMACOLOGIA 
-O topiramato é eficaz p/ uso em epilepsias parciais e primárias generalizadas. Também é aprovado no tratamento da 
enxaqueca 
-Inibe a CYP2C19 e é induzido por fenitoína e carbamazepina. Os efeitos adversos incluem sonolência, perda de massa corporal e 
parestesias 
→VIGABATRINA: 
-É um fármaco usado nas crises parciais e nas crises tônico-clônicas generalizadas 
-Atua como inibidor irreversível da transaminase GABA (GABA-T). A GABA-T é a enzima responsável pela metabolização do GABA 
-A vigabatrina está associada c/ a perda leve ou moderada do campo visual em 30% dos pacientes ou+ 
→ ZONISAMIDA: 
-É um fármaco usado nas crises generalizadas 
-É um derivado sulfonamida c/ amplo espectro de ação 
-O fármaco tem múltiplos efeitos, incluindo o bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem e das correntes de cálcio 
do tipo T 
-Está aprovada p/ pacientes c/ epilepsia focal. Pode causar cálculos renais, é contraindicada em pacientes c/ hipersensibilidade a 
sulfonamidas ou inibidores da anidrase carbônica. 
ESTADO EPILÉTICO 
-No estado epilético, ocorrem 2 ou + crises sem recuperação plena da consciência entre os episódios 
-Essas crises podem ser focais ou generalizadas primárias, convulsivas ou não convulsivas 
-O estado epilético ameaça a vida e exige tratamento de emergência, consistindo na administração de medicação de ação 
rápida, como um benzodiazepínico, seguida de uma medicação de ação + lenta, como a fenitoína. 
SAÚDE DA MULHER E EPILEPSIA 
-Mulheres em idade fértil c/ epilepsia precisam de avaliação de seus medicamentos antiepiléticos em relação à contracepção e 
ao planejamento da gravidez 
-Vários antiepiléticos ↑ a biotransformação dos contraceptivos hormonais c/ possibilidade de torná-los ineficazes, incluindo 
fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, topiramato, oxcarbazepina, rufinamida e clobazam. 
-Estes fármacos aumentam a biotransformação dos contraceptivos, independentemente do sistema de administração usado 
-Planejar a gestação é vital, pois vários antiepiléticos têm potencial de afetar o desenvolvimento fetal e causar malformações 
-Todas as mulheres que consideram a gestação devem receber dosagens elevadas de ácido fólico (1 a 5 mg) antes da concepção 
-Divalproex e os barbitúricos devem ser evitados

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