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APG 27 – VERMELHO BRILHANTE Nayara Viana, 3periodo, unifipmoc Objetivos: Revisar a anatomohistologia da pele. Descrever a etiologia, epidemiologia, fatores de risco e fisiopatologia das infecções bacterianas na pele. Explicar o diagnóstico, prevenção, manifestações clínicas e tratamento da erisipela, celulite e impetigo. Anatomohistologia da pele A pele recobre a superfície do corpo e é constituída por um tecido epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e um tecido conjuntivo de origem mesodérmica, a derme. Dependendo da espessura da epiderme, distinguem-se a pele espessa e a fina. A pele espessa é encontrada na palma das mãos, na planta dos pés e recobrindo algumas articulações. O restante do corpo é protegido por pele fina. A pele é o maior órgão do corpo humano, compondo 16% do peso corporal, e desempenha múltiplas funções: ela protege o organismo contra desidratação, atrito, agentes químicos e patógenos. Por meio de suas terminações nervosas sensoriais, a pele recebe constantemente informações sobre o ambiente e as envia para o sistema nervoso central. Em virtude de seus vasos sanguíneos e glândulas, colabora com a termorregulação do organismo. Não existe uma junção reta entre a derme e a epiderme. Na verdade, o limite entre essas duas camadas é bastante irregular e existe uma “invasão” de uma camada na outra. A epiderme possui “invasões” que são projeções da derme chamadas de Papilas dérmicas que se encaixam em reentrâncias da epiderme chamadas de cristas epidérmicas e ambas contribuem para que as camadas se tornem firmemente aderidas. Pelos, unhas e glândulas sudoríparas, mamárias e sebáceas são considerados anexos da pele. Um importante papel da pele é a recepção sensorial dada a sua infinidade de terminações nervosas livres, além de receptores especializados em transduzir sinais mecânicos ambos mais comuns próximo as papilas dérmicas. As terminações nervosas livres são sensíveis a pressão, dor, temperatura e coceira. Já os receptores encapsulados são os corpúsculos de Ruffini, Vater Pacini, Meissner e Krause e funcionam como mecanoceptores. Epiderme: Se constitui por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e possui cinco camadas: Camada basal: germinativa, rica em células tronco. Por sua constituição celular ela apresenta intensa atividade mitótica o que junto com a camada seguinte – camada espinhosa – garante uma renovação constante da pele Camada espinhosa: Formada por células cuboides possui filamentos de queratina e desmossomos que têm importante papel na manutenção da coesão e dá a essas células uma maior resistência ao atrito. Camada granulosa: Possui grânulos de querato- hialina e grânulos lamelares. Camada lúcida: constituida de uma camada de células achatadas, eosinófilas e translúcidas, cujos núcleo e as organelas foram digeridas pelos lisossomos e desapareceram. O citoplasma apresente numerosos filamentos de queratina. Esta camada é mais evidente na pele espessa. Camada córnea: possui espessura muito variável e é constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. Seu citoplasma está repleto de queratina. A epiderme apresenta ainda três tipos de células: ✓ os melanócitos (produzem melanina) ✓ as células de Langerhans (capturam, processam e apresentam antígenos aos linfócitos T) ✓ as células de Merkel (se comportam como mecanoceptores e participam do sistema neuroendócrino difuso). As células mais abundantes nesse epitélio são os queratinócitos. Nayara Viana, 3periodo, unifipmoc Derme: É composta por tecido conjuntivo em que se apoia na epiderme e une a pele ao tecido subcutâneo adjacente. Apresenta as papilas dérmicas que aumentam a coesão entre derme e epiderme e estão mais presentes em zonas sujeitas a maior pressão e atrito. É constituida de duas camadas: a papilar, superficial, e a reticular mais profunda. A camada papilar é delgada e constituída de tecido conjuntivo frouxo. É nessa camada que se encontram fibrilas especiais de colágeno que são responsáveis por prender a derme à epiderme. São os pequenos vasos aqui presentes os responsáveis por nutrir a derme. A camada reticular é mais espessa e é constituída por tecido conjuntivo denso, possuindo fibras do sistema elástico, responsáveis pela elasticidade da pele. Aqui são encontrados nervos, vasos sanguineos e estruturas anexas da pele como glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e folículos pilosos. Abaixo e em continuidade com a derme, encontra- se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes. A hipoderme é um tecido conjuntivo frouxo que pode conter muitas células adiposas, constituindo o panículo adiposo. Nayara Viana, 3periodo, unifipmoc Doenças infecciosas da pele Os processos infecciosos da pele são chamados de pielodermites e são classificados primariamente como cutâneos e por impetiginização ou por infecção secundária, quando a pele estiver previamente lesada. São mediados por toxinas (endo ou exotoxinas). Podem ser classificadas por duas formas: ■etiologia: ∘estafilococcias (Staphylococcus aureus) ∘estreptococcias (Streptococcus pyogenes) ■profundidade da infecção na pele: ∘infecção superficial da pele: impetigo e síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS). ∘infecção da epiderme e derme: ectima. ∘infecção mais profunda: erisipela e celulite. ∘profunda com tendência à supuração: abscesso e fleimão. ∘abertura do folículo pilossebáceo: ostiofoliculite. ∘profundidade do folículo piloso: foliculite. ∘folículo piloso juntamente com sua glândula sebácea: furúnculo e carbúnculo. ∘glândula sudorípara écrina: periporite e abscessos múltiplos dos lactentes. ∘unha e suas dobras: paroníquia e panarício. Antes de diagnosticar o quadro clínico de piodermites devido a presença de microorganismos na pele deve-se ter algumas precauções visto que a pele normal possui bactérias que podem ser agrupadas em residentes permanentes e residentes transitórias; as primeiras colonizam a pele e vivem nela como comensais, sendo de difícil remoção, enquanto as últimas podem, eventualmente, colonizar a pele e permanecer nela em pequeno número, por tempo variável, e são de remoção relativamente fácil. A flora permanente é constituída de cocos Gram-positivos (estafilococos coagulase-negativos, principalmente epidermidis, e micrococos), bastonetes Gram-positivos aeróbios, difteroides (Corynebacterium e Brevibacterium), bastonetes Gram-positivos anaeróbios (Propionibacterium) e bactérias Gram- negativas, além de fungos; essa flora permanente varia quantitativa e qualitativamente de acordo com vários fatores (idade, sexo, raça, grau de umidade, locais anatômicos etc.). O S. epidermidis, embora não seja habitualmente causa de infecções, pode formar filme bacteriano sobre próteses e cateteres e tornar-se invasivo, levando a sepse, endocardite etc. A flora transitória é representada, principalmente, pelo Staphylococccus aureus (coagulase-positivo) e pelo Streptococcus pyogenes, que são bactérias do ambiente, tornando-se patogênicas em geral quando há perda da integridade da pele. Na patogenia das piodermites, diversos fatores devem ser considerados: ■a interferência da flora residente, por dificultar a colonização de outras bactérias ■a barreira mecânica celular, com renovação constante da epiderme ■o grau de hidratação da pele normal, visto que fatos de observação clínica e experimental demonstram que, quanto maior a umidade da pele, mais fácil a multiplicação de bactérias ■o pH ácido dificulta e o pH alcalino facilita a multiplicação das bactérias. O pH da pele situa-se entre 4,6 e 5,8 ■abarreira química representada por ácidos graxos não saturados (principalmente o oleico) produzidos à custa da ação da flora residente, sobretudo do Propionibacterium acnes ■a capacidade imunológica (celular e/ou humoral) do indivíduo ■a patogenicidade e o grau de virulência do germe. Como já se mencionou, os microrganismos causadores de piodermites costumam ser os estafilococos e os estreptococos; dentre os primeiros, destaca-se o Staphylococcus aureus, que é coagulase-positivo e, portanto, patogênico. Dos Streptococci pyogenes, o mais patogênico é o beta- hemolítico do grupo A, que secreta a proteína M, substância de grande valor na virulência por inibir a fagocitose ao dificultar, na superfície da célula, a Nayara Viana, 3periodo, unifipmoc ativação do sistema complemento pela via alternada. O contágio acontece por contato direto, e, por isso, as epidemias são mais comuns em agrupamentos humanos (p. ex., escolas e creches). Impetigos Conceito: São infecções piogênicas primárias da pele, contagiosas, superficiais, produzidas por estafilococos e estreptococos. Essas bacterinas colonizam a pele e mucosa nasal, ou seja, há reservatórios naturais no corpo. Em situações de quebra da barreira física da pele por trauma como coceira, feridas, microfissuras e picadas de inseto, esses microrganismos podem causar manifestações características do impetigo. Comumente ocorrem reinfecções se esse reservatório não for identificado e devidamente tratado. Acometem preferencialmente a face e os membros superiores, embora, com disseminação por autoinoculação, possam comprometer qualquer região. Utiliza-se o termo impetiginização quando o impetigo complica uma dermatose preexistente (p. ex., pediculose, escabiose, eczema etc.); nesse caso, em geral é de natureza estafilocócica. Epidemiologia: É bem mais frequente em recém nascidos e crianças e mais comum nos meses de calor. Tem maior incidência e impacto em áreas com condições socioeconômicas precárias, bem como menor acesso ao sistema de saúde, pois afetam diretamente na higiene pessoal. As infecções de repetição, aglomerações e precárias condições de higiene predizem picos de impetigo em crianças com convívio próximo. Clínica: São reconhecidas duas formas clínicas: impetigo não bolhoso (70%) e impetigo bolhoso. O estado de portador propicia o seu aparecimento. O impetigo não bolhoso tem predominância em crianças pré-escolares, na faixa etária entre dois e cinco anos e é caracterizado pela formação de crostas melicéricas (lesões amareladas, carameladas, com a coloração de mel). Em geral ocorrem na região próxima à boca e ao nariz, mas podem acometer região de pernas e nádegas. A não identificação e tratamento correto podem gerar complicações como o avanço das lesões para a derme, evento chamado de ectima com ulceração e formação de crostas hemorrágicas. A forma bolhosa do impetigo ocorre em menor incidência se comparada às demais. De etiologia exclusivamente estafilocócica, frequentemente acomete recém-nascidos e lactentes. As bolhas ocorrem pela liberação de exotoxinas por parte das bactérias que agem contra as desmogleínas, estas que são proteínas de união dos queratinócitos. A lesão das desmogleínas faz com que os queratinócitos se soltem, percam a união entre si e haja o surgimento de bolhas na pele. Essa doença é considerada a forma localizada da síndrome da pele escaldada estafilocócica. Em fases iniciais da doença, as lesões são semelhantes à queimadura por cigarro, como pontos específicos na pele, até que surgem as bolhas e crostas. O conteúdo dessas bolhas é formato por uma secreção sero-pustulosa ou serosa com formação de crostas ao redor das bolhas e vesículas. As localizações preferenciais são face, períneo, nádegas e extremidades. Nayara Viana, 3periodo, unifipmoc Comum: O impetigo comum ocorre como propagação de uma infecção secundária nas regiões lesadas por outros agentes, tanto por lesões de barreiras quanto por situações de imunossupressão. Indivíduos imunossupressos, tanto por doenças congênitas, adquiridas ou por uso de medicamentos como imunossupressores, têm maior chance de desenvolver infecções secundárias e complicações. Logo, áreas lesadas, por exemplo, por coceira, podem surgir como fonte importante de infecção por germes oportunistas. Complicações: Destacamos a glomerulonefrite pós estreptocócica (cerca de 20 dias após a infecção de pele). Um dos principais aspectos dessa complicação é a não resposta a antibióticos, visto que ocorre lesão glomerular pelos imunocomplexos circulantes e não por ação direta da bactéria. A reinfecção pode ser considerada uma complicação em casos de higiene precária, pois evidenciam a maior chance de infecções associadas por outros germes, estas que podem evoluir para complicações pulmonares, cardíacas, neurológicas etc. Diagnóstico: É clínico; podem-se realizar exames bacterioscópicos e cultura para identificação do agente. Entre os diagnósticos diferenciais, destacam-se herpes simples, candidíase, dermatofitose, periporite e miliária. Tratamento: Na maioria das piodermites, sobretudo nas agudas, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado imediatamente. Os tratamentos locais devem ser feitos e incluem limpeza com água e sabão. É recomendável o uso de antissépticos (óxido amarelo de Hg a 0,5 a 1%; ácido bórico a 2% em compressas ou cremes; permanganato de potássio a 1/10.000 e outros) ou com um antibiótico de uso exclusivamente local (mupirocina, ácido fusídico). Pode-se utilizar antibióticos sistêmicos, em casos de doenças difusas, com maiores extensões, são indicados a cefalosporina de primeira geração, Cefalexina, sendo esta a primeira escolha ou Amoxacilina com Clavulanato. Erispela Conceito: É uma infecção aguda bacteriana da pele com acometimento das camadas superficiais, logo, é uma infecção que chega até a derme, com importante comprometimento linfático. Etiopatogenia: O agente etiológico da erisipela é o S. pyogenes. É de natureza predominantemente estreptocócica, sobretudo do grupo A, porém eventualmente dos grupos B, C e G. O início ocorre após perda da barreira cutânea. Fatores de risco incluem insuficiência venosa, diabetes, tromboflebite, trauma, desnutrição, abuso de álcool ou drogas ilícitas e infecções respiratórias nos casos de erisipela na face. Predomínio de acometimento em região de membros inferiores, 85% dos casos e na face (10%) e ocorre por solução de continuidade. Clínica: O período de incubação é de poucos dias. Manifesta-se por eritema vivo e intenso edema doloroso, com bordas bem delimitadas, que avançam rapidamente sobre a pele circunvizinha. Quando o processo é intenso, surgem bolhas e, até mesmo, necrose com ulceração posterior. No Brasil, acomete, mais frequentemente, a parte distal de um membro inferior. Já nos EUA e na Europa ocorre com maior frequência na face, por ser a dermatite seborreica mais prevalente em países frios. É acompanhada de linfangite e linfadenopatia regional aguda, seguida de fenômenos gerais (febre, mal-estar, calafrios e outros). Característica relevante é sua capacidade de recorrência e, após cada uma delas, permanece certo grau de edema duro (linfedema) que acaba levando à elefantíase, que, por sua vez, favorece novos surtos. Quando Nayara Viana, 3periodo, unifipmoc esse processo é exuberante, a pele torna-se verrucosa e com aspecto musgoso. Essa complicação ocorre tipicamente em obesos. Como complicações, podem-se citar nefrite e septicemia. A mortalidade é rara, mas pode ocorrer sobretudo em crianças ou quando a doença acomete a face. A apresentação bolhosa confere gravidade ao processo, assim como a localização facial. Diagnóstico: É fundamentalmente clínico. Pode-se realizar culturapara identificação do agente infeccioso. Deve-se diferenciar de trombose venosa profunda e tromboflebite. Tratamento: A maioria dos pacientes não necessita de internação, exceto nos casos de comorbidade. Utiliza-se a penicilina-procaína na dose de 400 a 600.000 U, IM, de 12 em 12 h em função de seu baixo custo e extrema eficácia, ou, nos casos mais graves, penicilina cristalina na dose de 3.000.000 U, IV, de 4 em 4 h. Outras substâncias alternativas e de igual benefício são as cefalosporinas de primeira geração – ampicilina, eritromicina e clavulanato + amoxicilina. Também de extrema importância para o tratamento são as medidas gerais, que incluem repouso com membros elevados, compressas frias e desbridamento, caso necessário. Alguns autores preconizam o uso de corticoterapia associada, pois com isso a evolução é mais rápida. Nos casos recorrentes de erisipela, indica-se o uso de penicilina benzatina, 1.200.000 U de 3 em 3 semanas por muitos meses. Nesses pacientes é importante combater o intertrigo interpododáctilo e a obesidade frequentemente associados. Erisipela bolhosa. Erispela. Celulite Conceito: É uma infecção bacteriana profunda da pele, com acometimento do tecido subcutâneo, até a hipoderme. Devido a essa localização, as bordas da lesão são geralmente mal definidas, em contraste com as bordas bem definidas da erisipela, e o eritema menos vivo. Etiopatogenia: Em imunocompetentes, trauma prévio ou uma lesão da pele subjacente podem ocasionar a perda da barreira cutânea, propiciando a penetração de microrganismos. O agente causador da celulite é o S. aureus. O S. aureus e Streptococcus beta-hemolítico do grupo A são mais comuns em adultos entre a 5a e 6a décadas de vida, acometendo mais extremidades e face. Celulite por anaeróbios e Gram-negativos é mais comum em diabéticos ou imunodeprimidos. O uso de anticoagulantes favorece a rara apresentação hemorrágica. Celulites recorrentes estão relacionadas a uma rede linfática já comprometida. Clínica: A evolução é semelhante à da erisipela, sendo o eritema menos vivo, as bordas mal delimitadas, acompanhadas de sinais flogísticos. A presença de vesículas, bolhas, pústulas ou tecido necrótico caracteriza infecção grave. Febre, calafrios, mal-estar e linfadenopatia regional podem estar associados. A celulite hemorrágica, que é rara, é, sobretudo, descrita em pacientes com diabetes e imunodeprimidos e em uso de terapia anticoagulante. Caracteriza-se por área de hemorragia dérmica e bolhas; o fator de necrose Nayara Viana, 3periodo, unifipmoc tumoral alfa (TNF-α) parece ser responsável pelo dano vascular. A celulite facial é mais comum em crianças, porém pode ser observada em adultos. A celulite pré- septal atinge de forma aguda os tecidos palpebrais na região anterior ao septo orbitário. Quando o processo ultrapassa os limites desse septo, passa a ser considerada celulite orbitária, que constitui uma situação aguda, extremamente grave, pelo risco de trombose séptica do seio cavernoso. Como fatores predisponentes citam-se trauma na região orbitária, sinusite, e menos comuns, como dacriocistite, infecção dentária, infecção de pele, amigdalite, conjuntivite, estado gripal, varicela e disseminação hematogênica. Nos casos de celulite facial significativa, é mandatória uma avaliação oftalmológica para descartar diplopia, defeito pupilar aferente e redução da motilidade ocular. Exames de imagem como radiografia dos seios da face, ultrassonografia orbitária (pouco sensível) e tomografia de globo ocular são complementares ao diagnóstico. Complicações como glomerulonefrite pós-estreptocócica, linfadenite, endocardite bacteriana subaguda e sepse são raras e mais comuns em crianças e imunodeprimidos. Diagnóstico e diagnóstico diferencial: É clínico. Em casos de dúvida, exame de imagem como ultrassonografia de alta frequência, biopsia cutânea e cultura para identificação do agente infeccioso podem auxiliar no diagnóstico. A hemocultura geralmente é negativa, com exceção da infecção por H. influenzae, que também cursa com leucocitose importante. Os diagnósticos diferenciais mais importantes são tromboflebite (pernas), angioedema e herpes-zóster (face) e erisipeloide (mãos). Tratamento: O tratamento inclui repouso com elevação do membro, analgesia e antibioticoterapia sistêmica, que deve ser parenteral nos casos intensos ou localizados na face, devendo-se considerar as possibilidades etiológicas na escolha do tratamento. Nos casos em que se suspeita da etiologia estafilocócica (desde que não seja Staphylococcus aureus resistente à meticilina – MRSA), utiliza-se a oxacilina, na dose de 100 a 150 mg/kg/dia IV, de 4/4 h, ou cefalotina, 100 a 150 mg/kg/dia IV, de 4/4 h ou de 6/6 h. Quando a etiologia for estreptocócica, a recomendação é a mesma do tratamento da erisipela. Nos casos de celulite hemorrágica, é indicado, ainda, o uso de corticosteroide sistêmico. Em crianças menores de 5 anos, o H. influenzae é frequentemente o causador de celulite pré-septal e orbitária não relacionada com traumatismo. O tratamento é intravenoso e pode ser feito com ampicilina, cloranfenicol ou ceftriaxona. O uso de prednisona na dose de 0,5 mg/kg/dia é preconizado por alguns autores como terapia coadjuvante nos casos mais exuberantes ou com pouca resposta à antibioticoterapia. Referência: AZULAY, Rubem D. Dermatologia, 7ª edição. E Sociedade brasileira de Dermatologia.