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Trabalho_DEPRESSAO

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Psicologia Clínica e Assistência Social
Curso de Licenciatura em Psicologia Clínica e Assistência Social
4º Ano – Laboral, II Semestre , Turma: B
Tema: Depressão
	
Discente:
Melane da Cândida Samsone Monteiro
Chimoio, Novembro de 2022
Sumário
1 Introdução	4
1.1 Objectivos	4
1.1.1 Objectivos Gerais	4
1.1.2 Objectivos Específicos	4
1.2 Metodologia	5
2	Depressão	6
2.1 Conceito	6
2.2 Epidemiologia	7
2.3 Factores Relacionados a Depressão	7
2.4 Sintomas	11
2.5 Causas	12
2.6 Diagnóstico	13
2.6 Tipos de Depressão	14
2.7	Como é feito o diagnóstico	14
2.8 Tratamento	15
3 Considerações Finais	17
4 Referências Bibliográficas	18
1 Introdução
Neste presente trabalho, falarei da depressão, este que tem sido tema frequente na área da saúde nas últimas décadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 9,5% das mulheres e 5,8% dos homens passarão por um episódio depressivo num período de 12 meses, mostrando uma tendência ascendente nos próximos vinte anos.
Autores como Conrad (2007) e Horwitz e Wakefield (2007) Citado por Gosma (2017), alertam para uma reflexão acerca dos números crescentes da depressão em análises estatísticas atuais, com base em critérios diagnósticos definidos pela quarta edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, conhecido como DSM IV, de 1994, texto amplamente utilizado na área médica. Esses autores colocam em dúvida se há realmente um aumento do transtorno depressivo ou se o que está ocorrendo é um processo de medicalização de condições humanas antes tidas como normais.
Deste modo, a Depressão - é uma perturbação do estado do humor que atinge a esfera dos interesses, da vontade, da capacidade cognitiva e a regulação dos instintos.
A depressão é mais comum em mulheres do que em homens, mas isto poderá dever-se ao facto de ser mais provável as mulheres procurarem ajuda para os seus sintomas. Esta doença pode desenvolver-se em qualquer idade, até em crianças.
1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivos Gerais
· Dar a conhecer sobre a depressão 
1.1.2 Objectivos Específicos
· Identificar as Características da Depressão
· Descrever os Factores Depressão
· Descrever como é feito o diagnóstico 
· Mencionar as formas de tratamento
2
1.2 Metodologia
Utilizamos a modalidade de pesquisa de Reflexão Teórica, centrada na revisão bibliográfica de vários artigos académicos que tratam o tema.
Na materialização do presente trabalho também foram usados os seguintes métodos a serem destacadas:
· Pesquisa descritiva “quanto ao objectivo”;
· Pesquisa bibliográfica “quanto aos procedimentos técnicos”.
Estes métodos consistem na revisão literária através de consulta de dados bibliográficos disponíveis em livros, artigos e Web sites. Portanto todos os meios utilizados na elaboração deste trabalho científico, estabelece a regra da composição de um trabalho científico das normas “APA”.
Deste modo foram usados livros e artigos originais disponibilizados na íntegra, da biblioteca da faculdade no idioma português, com definição do método, e o cenário do estudo do tema.
2 Depressão 
2.1 Conceito
Depressão - é uma perturbação do estado do humor que atinge a esfera dos interesses, da vontade, da capacidade cognitiva e a regulação dos instintos.
Segundo De Sousa (2015), “A depressão refere-se a uma ampla gama de problemas de saúde mental caracterizada por sintomas emocionais negativos (perda de interesse e prazer - anedonia) e sintomas cognitivos, físicos e comportamentais associados”.
Portanto, a depressão não deve ser confundida com sentimentos de alguma tristeza (o “estar em baixo” ou “desmoralizado”), geralmente em resposta a acontecimentos marcantes da vida, que passam com o tempo e que, geralmente, não impedem a pessoa de ter uma vida de acordo com o que pretende e com um estilo protector do próprio.
Segundo Cordioli (2010), Frisa que,
Atualmente o termo depressão é muitas vezes comum e erradamente utilizado para descrever estados emocionais não patológicos. De facto, sentimentos de tristeza são comuns em situações de perda, separações, insucessos ou conflitos, e caracterizam um estado emocional normal, não patológico. Na depressão, contrariamente ao que acontece numa reacção normal a uma adversidade, os sintomas referidos não desaparecem espontaneamente e o sofrimento acentuado compromete o funcionamento quotidiano do indivíduo.
A depressão é mais comum em mulheres do que em homens, mas isto poderá dever-se ao facto de ser mais provável as mulheres procurarem ajuda para os seus sintomas. Esta doença pode desenvolver-se em qualquer idade, até em crianças.
Para De Sousa (2015), destaca que, “A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 9,5% das mulheres e 5,8% dos homens passarão por um episódio depressivo num período de 12 meses, mostrando uma tendência ascendente nos próximos (20) vinte anos (World Health Organization - WHO, 2001)”.
2.2 Epidemiologia
Para Gosma (2017), citando a OMS (2017),
O total de pessoas com depressão a nível mundial foi estimado, em 2015, em mais de 350 milhões registando-se um número quase igual sofrendo de algum tipo de perturbação de ansiedade. Uma vez que muitas pessoas experimentam, simultaneamente, ambas as condições (comorbilidade), não é apropriado somar esses dois valores para chegar a um total de perturbações (ou distúrbios) mentais comuns.
A depressão é classificada pela OMS como o maior contribuinte da incapacidade para a atividade produtiva, registando, em 2015, 7,5% de todos os anos vividos com incapacidade, ou DALY’s no acrónimo anglo-saxónico).
Estima-se que a depressão também é a entidade que mais contribui para as mortes por suicídio, que chegam a quase 800 mil por ano.
Os estudos são genéricos no que diz respeito à distribuição da depressão pela população mundial: a depressão é das patologias com prevalência mais elevada. Uma em cada quatro pessoas sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão e estima-se que esta doença seja responsável pela perda de 850 mil vidas por ano.
2.3 Factores Relacionados a Depressão
· Factores Psicológicos
Há já muito tempo que estudiosos tentam propor mecanismos psicológicos que possam explicar o quadro depressivo.
Para De Sousa (2015), citando (Sampaio et al, 2014),
Segundo a perspectiva psicanalista, lançada por Freud e K. Abraham, a depressão deve-se a perda, real ou imaginada, do objecto amado. Após o “abandono”, o indivíduo nutre sensações mistas de amor e ódio pelo objeto, contudo, não exterioriza esta hostilidade, antes, vira-a contra si mesmo. Há receio da repetição de uma nova perda semelhante, e a pessoa fecha-se em si mesma.
Os modelos cognitivos de depressão surgem posteriormente e descrevem a depressão como uma perturbação dos processos cognitivo que estão subjacentes às repostas afectivas e ao comportamento. O modelo de Aron. Beck refere três elementos como participantes na etiologia da depressão:
· Esquemas cognitivos disfuncionais. Estes esquemas seriam construídos na infância como uma reação à presença de eventos traumatizantes, de perda ou insucesso. Posteriormente, a exposição de um sujeito a experiências que se assemelhassem a estes esquemas desencadearia a depressão;
· Tríade Cognitiva. Diz respeito à visão negativista que o indivíduo tem de si próprio, do mundo e do futuro;
· Erros cognitivos. A realidade é interpretada de maneira distorcida para encaixar na visão pessimista geral.
Vários autores trabalharam sobre o conceito de factores de vulnerabilidade e sua associação à depressão. Entre estes factores incluem-se eventos stressantes como abandono materno, perturbações da vinculação e abuso sexual; acontecimentos adversos como a morte de um familiar; e as dificuldades crónicas como o desemprego e as relações familiares conflituosas.
Contudo, apesar de haver stressores, isto é, acontecimentos traumáticos e vivências que podem desencadear um quadro depressivo num indivíduo com maior vulnerabilidade, verificou-se que a presença destes desencadeadores estão mais associados aos primeiros episódiosdepressivos, e menos com os subsequentes. Ou seja, a depressão toma um curso independente dos stressores.
· Factores biológicos
Um dos primeiros modelos sugeridos para o estudo da etiologia da depressão, sob o ponto de vista biológico, foi a hipótese monoaminérgica. Esta postula que a depressão estaria associada ao défice de neurotransmissores monoaminérgicos (serotonina, noradrenalina e dopamina) no SNC.
Para Gosma (2017), frisa que “Esta hipótese surge da constatação de que os fármacos que causam a depleção destes neurotransmissores estão associados a sintomas depressivos, enquanto os fármacos que os aumentam causam melhorias em quadros de depressão”.
Contudo, tem havido dificuldades em comprovar esta teoria na prática. Assim, a grande maioria dos fármacos que estão hoje disponíveis para o tratamento desta perturbação baseiam-se nesta hipótese.
Segundo De Sousa (2015), “Outra hipótese considerada é que, subjacente à perturbação depressiva, não estaria a concentração dos neurotransmissores, mas sim mudanças estruturais e de funcionalidade dos seus receptores e transportadores”.
Esta hipótese, apesar de não estar totalmente provada, tem alguns indícios que a corroboram. Foi identificado, por exemplo, um polimorfismo no transportador da serotonina, que está associado com uma maior predisposição para a depressão.
Portanto, os indivíduos com este alelo apresentam uma maior ativação do eixo hipotálamo- hipófise-supra-renal em resposta ao stress. Por outro lado, os indivíduos com o alelo normal (alelo longo) respondem melhor ao tratamento com antidepressivos.
Carvalho (2004), diz que,
Para além da diminuição dos níveis centrais de neurotransmissores e da potencial ineficácia dos seus receptores, é possível que haja alterações no sistema de transdução de sinal. Parece existir uma diminuição dos níveis de BDNF (brain derived neurotrophic factor) que é essencial para a viabilidade e funcionamento neuronal. Esta diminuição é assimétrica e afeta preferencialmente certos circuitos neuronais.
Deste modo, verificou-se uma diminuição da atividade no córtex pré-frontal esquerdo, associado com sintomas como apatia, défice de atenção e lentificação psicomotora, e um aumento da atividade no córtex pré-frontal ventromedial, associado a sintomas depressivos como a ruminação e a ansiedade.
· Factores Genéticos
Segundo Gosma (2017), Evidências de estudos com gémeos idênticos sugerem que a depressão major tem uma concordância de 40-50% nestes indivíduos.
Para além disso, parentes em primeiro grau de indivíduos deprimidos têm cerca de 3 vezes mais hipóteses de desenvolver esta condição do que a população em geral.
No entanto, a depressão pode ocorrer em pessoas sem história familiar de depressão.
Embora vários genes sejam suscetíveis de influenciar a depressão, os envolvidos no sistema serotoninérgicos são um grande foco de investigação, especialmente porque muitos medicamentos antidepressivos influenciam a serotonina. O gene SLC6A4 (solute carrier family 6 (neurotransmitter transporter), member 4), que está localizado em 17q11.2, codifica um transportador de serotonina (também conhecida como 5-hidroxitriptamina transportador) que é responsável pela remoção ativa da serotonina a partir do espaço sináptico e apresenta um polimorfismo na região do promotor do gene SLC6A4, que consiste na inserção ou deleção de 44pb envolvendo elementos de repetição. Estes polimorfismos são referidos como alelo longo ou alelo curto. As pessoas que são heterozigotos ou homozigotos para o alelo curto apresentam mais sintomas depressivos e ideias suicidas em associação com eventos stressantes do que indivíduos que eram homozigotos para o alelo longo e respondem melhor à terapia com antidepressivos. (De Sousa, 2015), apud (Uhr et all, 2008; Willner et al, 2013).
Contudo, não há nenhuma evidência definitiva da influência de genes específicos associados à depressão, ao contrário dos resultados sólidos a partir de estudos epidemiológicos que abordam e definem os domínios de factores de risco gerais para a depressão na etiopatogenia.
Estudos de associação do genoma têm indicado que muitos genes com pequenos efeitos estão envolvidos em doenças complexas, aumentando a dificuldade na identificação de genes chave.
2.4 Sintomas
De Acordo com Carvalho (2004), “A pessoa com depressão poderá ainda perder o interesse nas coisas de que costumava gostar. e querer passar mais tempo sozinha, evitando estar com familiares e amigos. Também poderá ter sintomas físicos como cansaço e dificuldade em dormir”.
A pessoa com depressão pode perder o apetite, embora algumas pessoas aumentem o peso porque comem para se confortarem.
A depressão é diferente de sofrimento. O sofrimento é uma reacção normal a situações de perda e manifesta-se por vagas de tristeza. Normalmente, a pessoa ainda aprecia algumas coisas na vida e tem esperança para o futuro. Contudo, com depressão, a pessoa tem um sentimento constante de tristeza e não tem uma noção positiva do futuro.
Geralmente a pessoa pode apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas abaixo. Ao perceber os sintomas, procure um Psicólogo.Indecisão
Raciocínio mais lento
Falta de motivação
Esquecimento 
Insegurança
Angústia
Sintomas da Depressão
Dificuldade de concentração
Vontade de Morrer
Irritabilidade 
Insônia
Sensação de vazio
Figura 1: Ilustração da Sintomatologia da Depressão
2.5 Causas
Segundo De Sousa (2015), “As pesquisas mostra haver uma ligação entre a depressão e um desequilíbrio nos químicos do cérebro, os neurotransmissores. Quando a pessoa está deprimida, os níveis de determinados tipos de neurotransmissores, como a serotonina, estão mais baixos do que em pessoas que não sofrem essa doença”.
Ainda não se percebe completamente se o desequilíbrio químico do cérebro é um resultado ou a causa da depressão. Assim, se tiver antecedentes familiares de depressão, terá mais probabilidades de a doença se desenvolver.
Outras causas para a depressão podem ser o abuso de álcool e droga, e tomar determinados medicamentos de receita médica.
A depressão é mais comum em mulheres do que em homens, mas isto poderá dever-se ao facto de ser mais provável as mulheres procurarem ajuda para os seus sintomas. Esta doença pode desenvolver-se em qualquer idade, até em crianças.
Para De Sousa (2015), Citando (World Health Organization - WHO, 2001), “A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 9,5% das mulheres e 5,8% dos homens passarão por um episódio depressivo num período de 12 meses, mostrando uma tendência ascendente nos próximos (20) vinte anos. Deste modo a OMS estima que cerca de 60% das Mulheres tem a Depressão e 40% no Homens.
2.6 Diagnóstico
O diagnóstico de depressão é realizado através da escuta atenta às queixas do paciente e da busca activa por sintomas que possam estar sendo negligenciados ou não verbalizados.
Portanto, vale ressaltar que a depressão é um fenómeno dimensional e multifacetado. Dentro desse espectro, as classificações diagnósticas (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde [CID-10] e Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais [DSM-5]) definem categorias nosológicas a partir de parâmetros clínicos como duração, persistência, abrangência, perturbação do funcionamento psicológico e fisiológico e desproporção em relação a um factor desencadeante.
Os principais sintomas de depressão são, então, a tristeza, desânimo, angústia, falta de vontade, choro com facilidade e anedonia, sendo esta última muito característica. Outros sintomas importantes são alterações no apetite, no peso e no sono, diminuição da libido, agitação ou retardo psicomotor. O padrão de pensamentos do paciente deprimido está relacionado com sentimentos de inferioridade, desvalorização, incompetência, culpa e dificuldade para tomar decisões e concentrar-se. Estes pensamentos podem estar relacionados ou não com ideias, vontade ou tentativa de morte (Andretta e Oliveira, 2011).
Contudo, estes sintomas não aparecem numa dinâmica de “sim/não”, mas em diferentes graus de gravidade. Existem,também, diferenças na expressão da sintomatologia entre indivíduos, mesmo em relação a um mesmo sintoma ou etiologia.
De Acordo com Gosma (2017),
O DSM-5, classificação mais recentemente publicada, estipula nove critérios para depressão, dos quais cinco devem estar presentes. Para firmar um diagnóstico, é necessário que os sintomas estejam presentes por pelo menos duas semanas, representem uma alteração em relação ao funcionamento anterior e que um deles seja obrigatoriamente (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. 
Outros sintomas, ainda que não diretamente contemplados nas classificações diagnósticas, podem estar presentes, como desesperança, pessimismo, irritabilidade, retraimento social, esquecimentos, ansiedade, sintomas físicos sem explicação, sintomas paranóides, sintomas obsessivos e compulsivos e baixa auto-estima.
2.6 Tipos de Depressão
A depressão segundo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5) estão classificados seguindo o tipo de sintoma e a sua classificação é: 
· Transtorno depressivo maior (muitas vezes chamado depressão maior)
· Transtorno depressivo persistente (distimia)
· Outro transtorno depressivo específico ou inespecífico
2.7 Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico de depressão requer a presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas que incluam obrigatoriamente espírito deprimido ou anedônia, durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e prejuízos na área social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária.
· Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias; 
· Anedônia: interesse ou prazer diminuído para realizar a maioria das atividades;
· Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
· Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
· Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;
· Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
· Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade;
· DiMculdade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se;
· Idéias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
2.8 Tratamento
O tratamento da depressão depende de algumas variáveis: gravidade do quadro, factores desencadeastes, tipo dos sintomas presentes, recursos disponíveis no contexto de atendimento, preferência do paciente e familiaridade do profissional com o método. 
Segundo Afonso (2004),
O correcto diagnóstico e intervenção na depressão requer o delinear da história psiquiátrica completa do sujeito e um exame detalhado do seu estado mental. O tratamento é geralmente efectuado pelo psiquiatra, que deve considerar se o internamento é necessário. Para tal, deve ponderar vários factores, como a gravidade da Depressão e o potencial suicida. Deve tentar projectar esperança ao paciente e garantir a protecção dos seus interesses.
· Medidas gerais 
Estas medidas consistem, essencialmente, na vigilância do estado nutricional do paciente, da sua situação de vida, e dos seus recursos sociais, já que a solidão agrava a depressão e favorece o suicídio.
· Farmacoterapia
Os antidepressivos produzem mudanças bioquímicas que fazem com que o paciente retorne ao estado pré-mórbido. As duas principais categorias de antidepressivos são os tricíclicos e as monoaminas. O uso de estimulantes deve ser evitado. Carvalho (2004), Apud (Persad, 1988).
· Terapia Electroconvulsiva 
 	O objectivo da Terapia Electroconvulsiva é a produção de uma espécie de “aprisionamento” que causa certas alterações bioquímicas que modificam o estado de humor do sujeito. Os pacientes gravemente deprimidos, agitados e com ideação suicida devem ser sujeitos a esta terapia. Embora não cause problemas cerebrais, a Terapia Electroconvulsiva pode causar alguma confusão e perda de memória, embora este quadro seja completamente reversível. É contra- indicada quando o sujeito sofre de tumor cerebral, AVC recente, enfarte recente o miocárdio ou fractura. 
· Psicoterapia
A psicoterapia deve incluir aconselhamento e assistência ao paciente de modo a este adquirir competências de coping que lhe permitam lidar com as limitações impostas pela sua doença, devendo também ajudá-lo a compreender a génese da sua perturbação. Pode incluir o trabalho com a família, para que esta saiba apoiar e lidar melhor com o sujeito deprimido. A psicoterapia é especialmente necessária quando o sujeito está fragilizado por modalidades terapêuticas como quimioterapia e Terapia Electroconvulsiva.
A farmacoterapia é útil para prevenir recaídas, a psicoterapia é benéfica sobretudo a nível do funcionamento social e inter-pessoal.
A terapia psicanalítica é usada para alterar o estado mental do sujeito quando a depressão tem traços neuróticos. Já a terapia cognitiva baseia-se na ideia de que a depressão é determinada por crenças negativas, sendo que a correcção destas crenças é atingida pelo uso de técnicas de compreensão da relação entre o humor e a ideação.
No entanto, qualquer que seja a modalidade de psicoterapia, ela é sempre uma mais-valia, especialmente se combinada com fármacos.
3 Considerações Finais 
A depressão está ligada à diminuição da qualidade de vida. Para além do nível pessoal, o impacto da depressão a nível social também é marcado pelo impacto financeiro considerável, particularmente em tempos de crise.
Deste modo, focalizando-se na Epidemiologia a depressão é classificada pela OMS como o maior contribuinte da incapacidade para a atividade produtiva, registando, em 2015, 7,5% de todos os anos vividos com incapacidade, ou DALY’s no acrónimo anglo-saxónico).
Estima-se que a depressão também é a entidade que mais contribui para as mortes por suicídio, que chegam a quase 800 mil por ano.
Toda a Sintomatologia da depressão é meramente causada por falta de interesse e motivação das actividades quotidianas de um individuo.
Constatou-se ainda que o diagnóstico de depressão é realizado através da escuta atenta às queixas do paciente e da busca activa por sintomas que possam estar sendo negligenciados ou não verbalizados.
Quanto ao tratamento da depressão, a sua base assenta numa combinação de psicoterapia e terapia farmacológica. Relativamente a esta última tem-se assistido, apesar de alguma estagnação em anos anteriores, ao despontar de novas opções terapêuticas. Estas têm demonstrado especial interesse em perturbações depressivas com características atípicas, tendo aumentado a sua utilização nestes casos.
4 Referências Bibliográficas
American	Psychiatric	Association. Manual diagnóstico e estatístico	de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Afonso P. (2004). Será Depressão ou Simplesmente Tristeza. 1ª ed. Cascais: Principia. 
Carvalho, S.R. (2004). As contradições da promoção à saúde em relação à produção de sujeitos e a mudança social. Porto Alegre: Brasil.
Cordioli, A., V. (2010). Gallois, C. B.; Isolan, L. (Org.). Psicofármacos: consulta rápida. 5. ed. Porto Alegre: Artmed.
De Sousa, J., S., P. (2015). Epidemiologia, etiopatogenia, diagnóstico e tratamento farmacológico da depressão. Porto: Universidade Fernado Pessoa.
Fleck, M. P. et al. Revisão das diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 31, supl. 1, S7-S17, 2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462009000500003>. Acesso em: 27 Novembro. 2022. 
Gosma, R., M. (2017). O PESO DAS PERTURBAÇÕES. Porto: Porto Editoras.

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