Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Matemática Corpos Redondos ❖ Esfera A esfera é possivelmente o sólido mais conhecido de todos na geometria espacial. Está intensamente presente no nosso cotidiano, desde a bola utilizada nos jogos de futebol mundo afora até o próprio formato do nosso planeta! Definição: Seja um ponto 𝑂 qualquer no espaço e uma distância R considerada. Uma esfera é o conjunto de todos os pontos cuja distância até o ponto 𝑂 seja no máximo 𝑅. OBS: O ponto 𝑂 é chamado de centro da esfera e a distância 𝑅 é o seu raio. Definição 2: Seja um ponto 𝑃 qualquer no espaço e considere um ponto 𝑂 como o centro de uma esfera de raio 𝑅. Se a distância entre 𝑃 e 𝑂 for menor que 𝑅, 𝑃 é interior à esfera. Definição 3: Seja 𝑃 um ponto qualquer no espaço e considere um ponto 𝑂 como o centro de uma esfera de raio 𝑅. Se a distância entre 𝑃 e 𝑂 for maior que 𝑅, 𝑃 é exterior à esfera. Dúvida: Mas e o caso do ponto 𝑃 citado estiver exatamente na mesma distância 𝑅 do centro da esfera? Neste caso, ele pertence à superfície da esfera. Ela (também chamada de superfície esférica) nada mais é do que o conjunto de todos os pontos no espaço que estão à distância 𝑅 do centro da esfera. E é justamente na superfície esférica que estamos interessados no momento: sua área vai determinar a área da esfera como um todo. Para calcular a área da esfera de raio 𝑅, fazemos uso da seguinte equação: 𝐴𝑒𝑠𝑓 = 4𝜋R² Uma vez determinada a área, para calcular o volume ocupado pela esfera, utilizamos a equação abaixo: 𝐴𝑒𝑠𝑓 = 4/3𝜋R³ Exercício Resolvido: Uma esfera de raio 𝑅 possui uma área esférica 𝐴 e um volume 𝑉. Se dobrarmos o valor do seu raio, quanto que a área e o volume serão aumentados? Resolução: Note que essa esfera de raio 𝑅 possui as seguintes equações associadas: 𝐴𝑒𝑠𝑓 = 4𝜋R² 𝐴𝑒𝑠𝑓 = 4/3𝜋R³ Se dobrarmos o seu raio (denotando o novo raio como 𝑅’ = 2𝑅), teremos: 𝐴′ = 4𝜋𝑅′²= 4𝜋(2𝑅)² = 4.4𝜋𝑅² = 4.A V′ = 4/3𝜋𝑅′³ = 4/3𝜋(2𝑅)³ = 8.4/3𝜋𝑅³ = 4.V ❖ Cone Tirando a bolinha colorida no topo desse chapéu, ele tem o formato de um cone. Definição: Considere um plano α que contenha um círculo C e um ponto 𝑃 fora de α. Dizemos que um cone é um sólido formado pela união entre os segmentos de reta que partem do círculo e chegam até 𝑃. Obs.: O círculo do cone contido no plano é chamado de base e o ponto 𝑃 é chamado de vértice. Na figura. Como a base do cone é um círculo, ela possui um raio 𝑅 associado. Além disso, o segmento de reta perpendicular que une o vértice à um ponto da base é chamado de altura ℎ do cone. Por fim, os segmentos de reta que unem o vértice a um ponto na circunferência da base são chamados de geratrizes, denotadas abaixo por 𝑔. TIPOS DE CONE : Os cones podem ser classificados em retos, quando o segmento de reta que une o vértice e o centro da base é perpendicular ao plano, e oblíquos no caso deste segmento de reta não ser perpendicular ao plano. Observe na ilustração abaixo estes dois tipos de cones. PERÍMETRO E ÁREA DO CONE : O perímetro da base é o perímetro de um círculo: P base = 2𝜋𝑅 A área da base é dada pela seguinte equação: A base = 𝜋𝑅² Na figura abaixo, ao “retirarmos” a lateral do cone e colocarmos sobre um plano, vemos que ela possui um formato de um setor circular com um ângulo α associado (em graus). Perceba também que o comprimento do arco desse setor circular é exatamente igual ao perímetro da base, ou seja, de 2𝜋𝑅. Sabendo disso, podemos agora calcular a área lateral do cone, que nada mais é do que a área deste setor circular: 360° − 𝜋𝑅² 𝛼 – 𝐴𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎l Temos então: 𝐴𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎l = ( Alfa/360°) . 𝜋𝑅² A área total do cone é a soma da área lateral encontrada com a área da base: 𝐴 𝑐𝑜𝑛𝑒 = 𝐴 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 + 𝐴 base O volume do cone é calculado de forma igual no caso da pirâmide: V = ⅓ A base.h Exercício Resolvido: Calcule o valor da geratriz de um cone equilátero de volume 15𝜋 𝑐𝑚³ e altura 5 𝑐𝑚. Resolução: Para calcular o valor da geratriz do cone equilátero, basta encontrarmos primeiro o valor do raio de sua base. Como o exercício nos forneceu seu volume, temos: V = ⅓ A base.h 15𝜋 = ⅓𝜋. 𝑅².5 45 = 𝑅².5 𝑅² = 9 𝑅 = 3 Logo, com o valor do raio, calculamos sua geratriz: 𝑔 = 2 . 𝑅 𝑔 = 2 . 3 𝑔 = 6 𝑐m TRONCO DE CONE: Observe a figura abaixo, a qual ilustra-se um cone de altura 𝐻 e raio da base 𝑅. O tronco de cone é o sólido que resta ao realizarmos um “corte” na seção transversal do cone “inteiro”. Este corte separa o tronco (parte de baixo) e um novo cone (parte de cima). Na figura abaixo, é representada o tronco de pirâmide obtido quando realizamos este corte na pirâmide da imagem anterior. O novo cone e o cone maior anterior possuem algumas relações entre si: Onde 𝐴𝑏 é a área da base do cone menor e 𝐴𝐵 é a área da base do tronco (que coincide com a área da base do cone maior, anterior ao corte). Além disso, 𝑉𝑝 é o volume do cone menor e 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é o volume do cone maior (antes do corte). Vamos examinar com mais detalhes a forma do tronco de cone. Representamos algumas grandezas importantes na figura abaixo. Denotamos como ℎ𝑇 a altura do tronco de cone, 𝑅 como o raio da base “maior” e 𝑟 como o raio da base “menor”. Além disso, este tronco possui uma geratriz que chamamos de 𝑔𝑇. Observe na figura abaixo que a lateral do tronco de cone é formada por uma coroa circular onde a circunferência de “dentro” possui raio 𝑟 e circunferência de “fora” possui raio 𝑅: Assim, para calcular a área lateral do tronco de cone, utilizamos a seguinte relação: 𝐴 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 = 𝜋.(𝑟 + 𝑅)𝑔t Além disso, a área total do tronco é a soma da área lateral com as áreas das duas bases (de baixo e de cima): 𝐴 𝑡𝑟𝑜𝑛𝑐𝑜 = 𝐴 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 + 𝐴𝑏 + 𝐴B Por fim, o volume deste sólido, o tronco de cone possui um volume que pode ser calculado como o volume do cone total (antes do “corte” do tronco) subtraído do volume do cone menor obtido: 𝑉𝑡𝑟𝑜𝑛𝑐𝑜 = 𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 – 𝑉p Calcula-se, através de algumas deduções, o volume do tronco de cone e chegamos no seguinte resultado: 𝑉𝑡𝑟𝑜𝑛𝑐𝑜 = ht/3 . (Ab + {raíz Ab . AB} + AB) Exercício Resolvido: Considere um cone qualquer de volume igual a V. Se fizermos um corte na seção deste cone exatamente na metade da sua altura, qual será o volume do tronco de cone obtido após este corte? Resolução: Antes de calcular o volume do tronco de cone, sabemos que o volume do cone menor e do cone total se relacionam com a altura através da seguinte fórmula: Como a altura do cone menor é exatamente a metade da altura do cone total, temos: Como o corte foi feito exatamente na metade da altura do cone maior, o cone menor possui apenas um oitavo do volume do cone maior. Assim, calculamos o volume do tronco de cone: ❖ Cilindro O cilindro é o nosso próximo objeto de estudo, e vamos começar definindo como identificamos que um determinado sólido é, de fato, um cilindro. Definição 1: Considere dois planos paralelos e uma reta secante entre os mesmos. Considere ainda dois círculos, um deles contido no primeiro plano e o outro no segundo plano. Um cilindro é o sólido formado pelo conjunto de todos os segmentos de reta paralelos à reta secante, com extremidades nos dois círculos correspondentes. A região compreendida entre as bases do cilindro é a sua lateral. Além disso, o segmento de reta perpendicular entre as bases é a altura do cilindro, representada pela variável ℎ na figura abaixo. Por fim, como cada base é um círculo, elas possuem um raio 𝑅 associado. Os cilindros podem ser classificados em retos, quando sua altura é paralela ao eixo central do cilindro, e oblíquos, quando sua altura não é paralela ao eixo central do cilindro. Observea figura abaixo, que mostra a diferença entre os dois tipos de cilindros. O perímetro da base é o perímetro de um círculo: 𝑃𝐵=2𝜋𝑅 A área da base correspondente à seguinte equação: 𝐴𝐵=𝜋𝑅² Note na figura abaixo que, ao “retirarmos” a lateral do cilindro e colocarmos sobre um plano, vemos que ela é um retângulo de lados ℎ (altura do cilindro) e 2𝜋𝑅 (perímetro do cilindro): ÁREA E VOLUME: Logo, podemos calcular a área lateral do cilindro como sendo a área desse retângulo: 𝐴𝑙 =2𝜋𝑅.ℎ A área total do cilindro, então, é obtida pela soma das áreas das bases com a área lateral. 𝐴=2.𝐴𝐵+ 𝐴l O volume deste sólido é calculado da mesma forma que no caso dos prismas, ou seja, é o produto da área da base com a sua altura: 𝑉=𝐴𝐵.ℎ 𝑉=𝜋𝑅².ℎ TRONCO: Por fim, o sólido denominado tronco de cilindro. Ele é formado como o sólido “restante” de um corte feito transversalmente em um cilindro, de maneira que faça intersecção com a circunferência da base, conforme a figura abaixo mostra. Após este corte, o tronco de cilindro passa a ter diferentes “alturas”, denominadas 𝑎 e 𝑏, representadas abaixo. O volume desse tronco de cilindro naturalmente, pode ser definido como o volume total do cilindro subtraído de seu volume descartado: 𝑉𝑡𝑟𝑜𝑛𝑐𝑜 = 𝑉− 𝑉𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑡𝑎𝑑o O volume descartado é a subtração do cilindro de altura maior com o de altura menor, dividido por dois: Logo, calculamos o volume do tronco: Exercício Resolvido: Um cilindro equilátero possui 250𝝅 cm³ de volume. Calcule o valor da sua altura. Resolução: Primeiro, se o cilindro é equilátero, sabemos que o valor da sua altura é igual à do diâmetro da base: ℎ=2𝑅 (1) O exercício nos forneceu o valor de seu volume. Inserimos esta informação na equação do volume do cilindro: 250𝜋=𝜋𝑅².ℎ (2) Substituindo (1) em (2): 250𝜋=𝜋𝑅².(2𝑅) 250𝜋=2𝜋𝑅³ 𝑅³ =125 𝑅=5cm Logo, como o raio da base equivale à 5 𝑐𝑚, temos como solução que a altura deste cilindro equilátero é de 10 𝑐𝑚.
Compartilhar