DIREITO DESPORTIVO KAMILA SILVA

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Faculdade de Imperatriz/FACIMP
Disciplina: Direito Desportivo
Professor: Ronaldo Luis
Aluno(a): Kamila Silva e Souza
Data: 13/05/2022
A AUTONOMIA DO DIREITO DESPORTIVO FACE AOS OUTROS RAMOS DO DIREITO
Diante do atrativo universo do mundo dos esportes, atividades como futebol, basquete, vôlei, etc., deixaram de ser mera prática desportiva, tornando-se uma fonte de lucros sem precedentes.
Estando atento acerca da tutela de direitos, bem como das partes ali envolvidas, a tutela de direito do chamado direito desportivo passou a possuir status de bastante relevância em nosso ordenamento jurídico.
Escritórios de advocacia estão imergindo nesse mundo de infinitas possibilidades, possuindo uma clientela notória, donde, com o aumento dos conflitos nas relações entre as partes integrantes do universo esportivo, por fatores afins (comercial, trabalhista, direitos de imagem, comissões quanto as venda de jogadores, a defesa dos direitos do torcedor, defesa de atletas pegos no doping, exigência mais profunda para elaboração de contratos mais seguros, adequação das estruturas das associações, etc).
Historicamente, com a criação da Liga Paulista de Football, no ano de 1901, sendo a 1ª associação aqui fundada, nasceu o Direito Desportivo no Brasil. Já em 1914 surgiu a Federação Brasileira de Sports (FBS) e, por conseguinte, no ano de 41 entrou em vigência o Decreto-Lei nº 3199/41, o qual criou o Conselho Nacional de Desportos (CND), órgão que tinha competência para legislar sobre a matéria, bem como julgar em sede recursal.
Com a criação do Tribunal de Penas, o julgamento de infrações cometidas pelos atletas, árbitros, clubes e seus dirigentes passou a ser uma realidade.
Três anos mais tarde, foi-se elaborado o Código Brasileiro de Futebol, que normatizou e organizou os tribunais. Nesse período, sua organização jurídico-administrativa funcionava da seguinte forma:
· Ao Conselho Nacional de Desportos foi atribuído o poder judicante;
· ao STJD a jurisdição em todo o território nacional;
· ao TJD a jurisdição nos territórios estaduais e nos Municípios as Juntas Disciplinares Desportivas. 
Anos depois, viu-se a criação da Lei Pelé (9.615/98) e, no ano de 2003, o Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671), regulamentando as relações entre os torcedores, consumidores do esporte, e as entidades que promovem eventos esportivos.
Em nossa Carta Magna (CF/88), está expressamente previsto em seu art. 217, in verbis:
“ART. 217 - É DEVER DO ESTADO FOMENTAR PRÁTICAS DESPORTIVAS FORMAIS E NÃO-FORMAIS, COMO DIREITO DE CADA UM, OBSERVADOS:
I - A AUTONOMIA DAS ENTIDADES DESPORTIVAS DIRIGENTES E ASSOCIAÇÕES, QUANTO A SUA ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO;
II - A DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA A PROMOÇÃO PRIORITÁRIA DO DESPORTO EDUCACIONAL E, EM CASOS ESPECÍFICOS, PARA A DO DESPORTO DE ALTO RENDIMENTO;
III - O TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA O DESPORTO PROFISSIONAL E O NÃO-PROFISSIONAL; 
IV - A PROTEÇÃO E O INCENTIVO ÀS MANIFESTAÇÕES DESPORTIVAS DE CRIAÇÃO NACIONAL.
§ 1º - O PODER JUDICIÁRIO SÓ ADMITIRÁ AÇÕES RELATIVAS À DISCIPLINA E ÀS COMPETIÇÕES DESPORTIVAS APÓS ESGOTAREM-SE AS INSTÂNCIAS DA JUSTIÇA DESPORTIVA, REGULADAS EM LEI. 
§ 2º - A JUSTIÇA DESPORTIVA TERÁ O PRAZO MÁXIMO DE SESSENTA DIAS, CONTADOS DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO, PARA PROFERIR DECISÃO FINAL. 
§ 3º - O PODER PÚBLICO INCENTIVARÁ O LAZER, COMO FORMA DE PROMOÇÃO SOCIAL.”
Do citado artigo, podemos extrair os seguintes princípios do direito desportivo: autonomia desportiva; tratamento diferenciado entre o desporto profissional e o desporto não profissional e esgotamento de instâncias.
A autonomia do Direito Desportivo é tão notória que este possui um ordenamento jurídico próprio, de natureza administrativa, mas reconhecido constitucionalmente, possuindo normas e princípios próprios, consolidados através do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Conforme matéria abaixo colacionada:
“ESSA SITUAÇÃO DESESPERADORA FEZ COM QUE O LEGISLADOR ADOTASSE MEDIDAS ENÉRGICAS NO INTUITO DE SANAR, DE UMA VEZ TODAS, AS DÍVIDAS DAS ENTIDADES DESPORTIVAS. TODAVIA, A LEI 13.155/2015, INTERFERIU NA AUTONOMIA DESSAS ENTIDADES, NADA OBSTANTE A FIRMA PREVISÃO CONTIDA NO ARTIGO 217 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
PARA MELHOR COMPREENSÃO DO TEMA, O ARTIGO 10 DO ESTATUTO DO TORCEDOR, FOI ALTERADO PARA DETERMINAR QUE OS CLUBES APRESENTEM CERTIDÕES FISCAIS, COMPROVANTE DE PAGAMENTO DE SALÁRIOS, DIREITO DE IMAGEM E DE RECOLHIMENTO DE FGTS DE SEUS ATLETAS, COMO CONDIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NOS CAMPEONATOS DE FUTEBOL PROFISSIONAL. OU SEJA, ALÉM DO CRITÉRIO TÉCNICO REFERENTE A COLOCAÇÃO OBTIDA NA COMPETIÇÃO ANTERIOR, DE FORMA CUMULATIVA, AS ENTIDADES DE PRÁTICA DESPORTIVA DEVERÃO COMPROVAR QUE ESTÃO EM DIA COM OS SEUS COMPROMISSOS FINANCEIROS.
NÃO HÁ DÚVIDAS DE QUE A QUESTÃO FINANCEIRA DOS CLUBES É UM ASSUNTO SÉRIO E QUE DEVE SER TRATADO COMO PRIORIDADE PELOS DIRIGENTES ESPORTIVOS. TODAVIA, ANDOU MAL A LEI 13.155/2015 AO PROMOVER A ALTERAÇÃO DO ARTIGO 10 DO ESTATUTO DO TORCEDOR NA FORMA PROPOSTA PELO LEGISLADOR.
A ALTERAÇÃO INTERFERE NA AUTONOMIA DAS ENTIDADES DESPORTIVAS E CONTRARIA O DISPOSTO NO ARTIGO 217 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, TANTO É VERDADE QUE ANTES DE COMPLETAR 4 MESES DE VIGÊNCIA, A LEI 13.155/2015 FOI ALVO DE UMA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE PROPOSTA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
NA ADI 5.450, O PARTIDO HUMANISTA DA SOLIDARIEDADE (PHS) E O SINDICATO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE FUTEBOL, ARGUMENTAVA, NA ÉPOCA, QUE AS DÍVIDAS DOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS ALCANÇAM MAIS DE R$ 5,3 BILHÕES (DEPOIS DE QUASE DOIS ANOS O VALOR AUMENTOU CONFORME DESTACADO ACIMA) E RECONHECIAM O INTERESSE DO GOVERNO FEDERAL EM VIABILIZAR O PAGAMENTO DESSES DÉBITOS E PROMOVER MUDANÇAS NA GESTÃO FUTEBOLÍSTICA. CONTUDO, CONFORME EXPOSTO PELOS AUTORES DA AÇÃO, A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL DO ESPORTE INVADE A INDEPENDÊNCIA DOS CLUBES AO INSTITUIR A AUTORIDADE PÚBLICA DE GOVERNANÇA DO FUTEBOL E VINCULAR A REGULARIDADE FISCAL À HABILITAÇÃO DOS CLUBES EM TORNEIOS DESPORTIVOS E AUTORIZAR INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA EM ENTIDADES PRIVADAS QUE, POR DISPOSIÇÃO CONTIDA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, GOZAM DE AUTONOMIA EM RELAÇÃO À SUA ORGANIZAÇÃO E AO SEU FUNCIONAMENTO.” (HTTPS://WWW.CONJUR.COM.BR/2017-SET-21/CORREA-VEIGA-AUTONOMIA-DESPORTIVA-NAO-SOFRER-LIMITACOES#:~:TEXT=STF%20REAFIRMA%20QUE%20PRINC%C3%ADPIO%20DA%20AUTONOMIA%20DESPORTIVA%20N%C3%A3O%20PODE%20SOFRER%20LIMITA%C3%A7%C3%B5ES&TEXT=A%20CONSTITUI%C3%A7%C3%A3O%20FEDERAL%20ASSEGURA%20O,O%20PR%C3%B3PRIO%20DESENVOLVIMENTO%20DA%20PESSOA.)
Mesmo diante do Princípio Constitucional da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, esculpido em seu art. 5º, inciso XXXV da CF/88, donde “A LEI NÃO EXCLUIRÁ DA APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO LESÃO OU AMEAÇA A DIREITO”, o ingresso de eventuais demandas acobertadas pela Justiça Desportiva, sem a prévia apreciação jurídico-administrativa, é causa para extinguir a demanda por falta de interesse de agir!
Conforme julgado abaixo colacionado:
“TJSP. APELAÇÃO N. 1001018-14.2021.8.26.0322.
CONTRATOS BANCÁRIOS. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO. EXTINÇÃO EM RAZÃO DE FALTA DE INTERESSE DE AGIR. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO NÃO ESTÁ CONDICIONADO A PRÉVIOS REQUERIMENTOS ADMINISTRATIVOS. ART. 5º, XXXV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ART. 3º DO CPC. NORMA DE EFICÁCIA PLENA. EXCEÇÕES BEM PONTUADAS E JUSTIFICADAS À LUZ DAS RESPECTIVAS PARTICULARIDADES. INTELIGÊNCIA DO ART. 217, §1º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (JUSTIÇA DESPORTIVA), E DAS TESES DEFINIDAS NOS JULGAMENTOS DO RESP 1349453 (AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE CONTRATO BANCÁRIO) E DO RE 631240-RG (AÇÃO PREVIDENCIÁRIA CONTRA O INSS). CONSTATAÇÃO FORMAL DE AMEAÇA E DE LESÃO A DIREITO QUE DENOTA O INTERESSE DE AGIR, NO ASPECTO NECESSIDADE. SENTENÇA ANULADA. RECURSO PROVIDO.
... PRESERVADO O ENTENDIMENTO DO NOBRE MAGISTRADO, A TENTATIVA DE SOLUÇÃO ADMINISTRATIVA DO LITÍGIO NÃO É PRESSUPOSTO PARA EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO. O PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO, GARANTIA FUNDAMENTAL ESTATUÍDA NO ART. 5º, XXXV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E REPRODUZIDA NO ART. 3º DO CPC, GOZA DE EFICÁCIA PLENA, NÃO ESTANDOCONDICIONADA À PROVOCAÇÃO OU AO ESGOTAMENTO DE OUTRA INSTÂNCIA. É VERDADE QUE EXISTEM EXCEÇÕES. TODAS, PORÉM, SÃO PONTUAIS E SE JUSTIFICAM EM SUAS RESPECTIVAS PECULIARIDADES, AS QUAIS NÃO SE MOSTRAM PRESENTES. A PRIMEIRA DELAS, ÚNICA COM RESPALDO EXPRESSO CONSTITUCIONAL, CONSTA NO ART. 217, §1º, DA CARTA MAIOR, IN VERBIS: “ART. 217 (...) § 1º O PODER JUDICIÁRIO SÓ ADMITIRÁ AÇÕES RELATIVAS À DISCIPLINA E ÀS COMPETIÇÕES DESPORTIVAS APÓS ESGOTAREM-SE AS INSTÂNCIAS DA JUSTIÇA DESPORTIVA, REGULADA EM LEI”. ALÉM DE PRESSUPOR LEI ESPECÍFICA, ESTÁ BEM LIMITADA ÀS CONTROVÉRSIAS EM ÂMBITO DESPORTIVO E SE JUSTIFICA PRECISAMENTE NA ESPECIALIDADE DA MATÉRIA TRATADA. A SEGUNDA EXCEÇÃO FOI ESTABELECIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, NO JULGAMENTO DO RESP 1349453 (TEMA N. 648), SOB O RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS. DIZ RESPEITO AO PEDIDO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO BANCÁRIO: “A PROPOSITURA DE AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS BANCÁRIOS (CÓPIAS E SEGUNDA VIA DE DOCUMENTOS) É CABÍVEL COMO MEDIDA PREPARATÓRIA A FIM DE INSTRUIR A AÇÃO PRINCIPAL, BASTANDO A DEMONSTRAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AS PARTES, A COMPROVAÇÃO DE PRÉVIO PEDIDO À INSTITUIÇÃO FINANCEIRA NÃO ATENDIDO EM PRAZO RAZOÁVEL, E O PAGAMENTO DO CUSTO DO SERVIÇO CONFORME PREVISÃO CONTRATUAL E NORMATIZAÇÃO DA AUTORIDADE MONETÁRIA”. A TESE ADOTADA SE PAUTOU NÃO SOMENTE NA 3 APELAÇÃO CÍVEL Nº 1001018-14.2021.8.26.0322 -VOTO Nº 13822PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO GRANDE QUANTIDADE DE AÇÕES DESSA NATUREZA, MAS, SOBRETUDO, PORQUE TAIS DEMANDAS ENCERRAM LITIGIOSIDADE ESVAZIADA E NO MAIS DAS VEZES SÃO SOLUCIONADAS SEM NECESSIDADE DE JUDICIALIZAÇÃO. JÁ, A TERCEIRA EXCEÇÃO FOI INSTITUÍDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DO RE 631240, COM REPERCUSSÃO GERAL, E ENVOLVE PARTE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: “A CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS DEPENDE DE REQUERIMENTO DO INTERESSADO, NÃO SE CARACTERIZANDO AMEAÇA OU LESÃO A DIREITO ANTES DE SUA APRECIAÇÃO E INDEFERIMENTO PELO INSS, OU SE EXCEDIDO O PRAZO LEGAL PARA SUA ANÁLISE”. PARA A CORTE SUPREMA, A AUTARQUIA COMPETENTE NÃO PODERIA AGIR DE OFÍCIO NA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO, SENÃO QUANDO EXPRESSAMENTE PROVOCADA. COMO DESTACADO NO VOTO CONDUTOR, “SE A CONCESSÃO DE UM DIREITO DEPENDE DE REQUERIMENTO, NÃO SE PODE FALAR EM LESÃO OU AMEAÇA A TAL DIREITO ANTES MESMO DA FORMULAÇÃO DO PEDIDO ADMINISTRATIVO. O PRÉVIO REQUERIMENTO DE CONCESSÃO, ASSIM, É PRESSUPOSTO PARA QUE SE POSSA ACIONAR LEGITIMAMENTE O PODER JUDICIÁRIO”. O MINISTRO RELATOR, PORÉM, DEIXOU TRANSPARECER QUE A SOLUÇÃO NÃO IMPLICOU RELEITURA GERAL DO PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO, COMO SUSTENTA O MAGISTRADO SINGULAR. A EXIGÊNCIA DO PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO DECORREU EXCLUSIVAMENTE DA PARTICULARIDADE DO PROCEDIMENTO DE ANÁLISE E CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, QUE EXIGE POSTURA ATIVA DO INTERESSADO. ESSA PARTICULARIDADE NÃO SE ESTENDE A SITUAÇÃO DE AMEAÇA OU LESÃO A DIREITO. CONVÉM NOVAMENTE REPRODUZIR A PALAVRAS DO EMINENTE RELATOR: “COMO SE SABE, O ACIONAMENTO DO PODER JUDICIÁRIO NÃO EXIGE DEMONSTRAÇÃO DE PRÉVIA TENTATIVA FRUSTRADA DE ENTENDIMENTO ENTRE AS PARTES: BASTA A DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL, O QUE PODE SER FEITO, POR EXEMPLO, A PARTIR DA NARRATIVA DE QUE UM DIREITO FOI VIOLADO OU ESTÁ SOB AMEAÇA. ASSIM, POR EXEMPLO, QUANDO UMA CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA FAZ UMA COBRANÇA INDEVIDA EM FATURA DE CONTA DE LUZ, NÃO É NECESSÁRIO QUE O CONSUMIDOR, PARA INGRESSAR EM JUÍZO, DEMONSTRE TER CONTESTADO ADMINISTRATIVAMENTE A DÍVIDA: SEU DIREITO É LESADO PELA MERA EXISTÊNCIA DA COBRANÇA, SENDO SUFICIENTE A 4 APELAÇÃO CÍVEL Nº 1001018-14.2021.8.26.0322 -VOTO Nº 13822PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DESCRIÇÃO DESTE CONTEXTO PARA CONFIGURAÇÃO DO INTERESSE DE AGIR. UMA DEMANDA ANULATÓRIA DO DÉBITO, PORTANTO, É: (I) ÚTIL, POIS LIVRA O AUTOR DE UMA OBRIGAÇÃO INDEVIDA; (II) ADEQUADA, UMA VEZ QUE ADOTADO PROCEDIMENTO IDÔNEO; E (III) NECESSÁRIA, JÁ QUE APENAS UM JUIZ PODE COMPELIR A CONCESSIONÁRIA A ANULAR A DÍVIDA, NÃO SENDO LÍCITO AO AUTOR FAZÊ-LO POR SUAS PRÓPRIAS FORÇAS”1. O CASO VERTENTE NÃO SE ENQUADRA EM NENHUMA DAS HIPÓTESES MENCIONADAS. O AUTOR DIZ TER SIDO SURPREENDIDO POR EMPRÉSTIMO CONSIGNADO AO QUAL NÃO ADERIU. NARROU QUE O FATO TEM CAUSADO AMEAÇA E LESÃO A DIREITO (DESCONTOS VENCIDOS E VINCENDOS SOBRE PARTE DE SEUS PROVENTOS MENSAIS, ALÉM DE DANO MORAL) E POSTULA AS TUTELAS JURISDICIONAIS ADEQUADAS À CESSAÇÃO E À REPARAÇÃO.” (HTTPS://TJ-SP.JUSBRASIL.COM.BR/JURISPRUDENCIA/1353061079/APELACAO-CIVEL-AC-10010181420218260322-SP-1001018-1420218260322)
Assim, o Direito Esportivo desponta como um ramo promitente do Direito, integrado ao Ramo do Direito Privado, projetando-se em diversas esferas onde atingem todos os particulares envolvidos com o Esporte em geral.
Por exemplo, as sanções previstas no Estatuto do Torcedor têm aplicabilidade direta na esfera penal, bem como ocorre com os Direitos de Personalidade, consagrados no Código Civil Brasileiro, que englobam a proveniência da personalidade dos atletas, relacionando-a com a imagem, reputação e integridade física destes.
Sua ligação com o direito do trabalho e processo do trabalho é diariamente vista nos Tribunais Regionais do Trabalho, em especial os da região Sudeste, Centro Oeste, com os grandes centros do futebol brasileiro.
Todos esses aspectos da área de atuação ligada ao Desporto evidenciam o quão grandioso é o Universo Jurídico desse ramo, reforçados com as repercussões financeiras e a necessidade de profissionais gabaritados conhecedores da matéria.
O Direito Desportivo trata da realidade presente nas mais modernas comunidades, tendo em vista suas especificidades. Assim, sua independência e autonomia passou a ser destaque em nosso ordenamento jurídico, devendo o profissional do direito buscar mais atenção para esse ramo tão atual e importante.