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apostila - VIABILIDADE ECONÔMICA FINANCEIRA DE PROJETOS

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1 
 
 
VIABILIDADE ECONÔMICA – FINANCEIRA DE PROJETOS 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 4 
1.1- METODOLOGIA ...................................................................... 6 
2. VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE PROJETOS ... 7 
3. ALGUNS INDICADORES DE VIABILIDADE ECONÔMICA ........ 9 
3.1- PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO E PRODUTIVO ...... 10 
3.2- FLUXO DE CAIXA ................................................................. 13 
3.3- VALOR PRESENTE LÍQUIDO ............................................... 16 
3.4- TAXA INTERNA DE RETORNO ............................................ 19 
3.5- PAYBACK .............................................................................. 21 
3.6- ANALISE DE INVESTIMENTOS ............................................ 27 
4. A AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO COMO 
FERRAMENTA E APOIO AO PROCESSO DE PLANEJAMENTO, 
EXECUÇÃO E CONTROLE DA ATIVIDADE ................................................ 28 
5. MÉTODOS/ TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE 
INVESTIMENTOS......................................................................................... 30 
6. VANTAGENS/ DESVANTAGENS ............................................. 34 
7. COMO REALIZAR UMA ANÁLISE DE VIABILIDADE 
ECONÔMICA E FINANCEIRA ...................................................................... 35 
 FAZER UMA PROJEÇÃO DE CUSTOS E INVESTIMENTOS .. 36 
 ANÁLISE DE INDICADORES ................................................... 37 
8. O USO DA TIRM PARA ESTIMAR O RETORNO DE UM 
PROJETO DE INVESTIMENTO ................................................................... 39 
9. SOBRE O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 
FINANCEIRA ................................................................................................ 40 
10. RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS NA ANÁLISE DE 
VIABILIDADE ................................................................................................ 41 
11. MÉTODOS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 
FINANCEIRA ................................................................................................ 43 
12. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE NO ESTUDO DE VIABILIDADE
 44 
2 
 
 
13. QUANDO FAZER O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 
FINANCEIRA ................................................................................................ 45 
14. CONLUSÃO .............................................................................. 46 
15. REFERÊNCIAS ......................................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Durante a realização de suas atividades diárias, os gestores financeiros 
das empresas podem deparar-se com a necessidade de realizar estudos sobre 
a viabilidade econômica de um projeto de investimento. Para tal, podem efetuar 
o estudo ou repassar a atividade para empresas especializadas nessa tarefa. 
De qualquer forma, a importância de ser executada a análise de 
viabilidade está em auxiliar o tomador de decisões no desenho de cenários que 
facilitarão a visualização das possibilidades de sucesso ou de fracasso de um 
empreendimento. Dentro da contextualização de cenários futuros Martins (2001, 
p. 329) comenta que “o método dos cenários supõe que as ações de uma 
empresa desenvolvem-se em condições de risco, porém inseridas em ambientes 
conjunturais passíveis de previsão”. 
Os dados matemáticos obtidos durante o processo de análise darão ao 
analista informações que ele poderá interpretar segundo os interesses que 
estiverem em questão. Os investimentos, geralmente, não são planejados 
isoladamente e devem estar vinculados ao planejamento estratégico das 
organizações. Como afirma Braga (1995, p. 277), “a importância dessas 
decisões requer um processo específico para determinar onde, quando e quanto 
investir”. 
Imagine o seguinte: você precisa avaliar a viabilidade de um projeto que 
a equipe de desenvolvimento de produtos trouxe como sugestão. Sua empresa 
também pensa em expansão e é hora de dar um parecer sobre isso. Indo além, 
tem aquelas outras atividades rotineiras e você não sabe ao certo por onde 
começar. 
A análise de forças, ameaças, fraquezas e oportunidades ajuda a avaliar 
a situação atual da empresa. Esta análise é extremamente útil, mas não dá um 
panorama se o projeto ou a expansão planejada terão capacidade de triunfar. 
Para isso, é necessário fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e 
Financeira. 
5 
 
 
Com o resultado do estudo em mãos teremos as ferramentas necessárias 
para avaliar se daremos continuidade aos projetos, se eles precisam de ajustes 
ou se são totalmente inviáveis. Isso tudo é possível porque com a Análise 
Econômica de Viabilidade Financeira tem-se uma projeção do retorno de 
investimento esperado para o projeto. Dessa maneira, sua empresa não corre o 
risco de dar andamento em um projeto para perceber, na metade, que terá 
somente prejuízos. 
Como falamos no início, queremos dar uma mãozinha a você na avaliação 
de seus projetos. Por isso, vamos entender como funciona o tal do Estudo de 
Viabilidade Econômica e Financeira e como ele pode ser aplicado, na sua 
função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
1.1- METODOLOGIA 
 
Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de 
pesquisa bibliográfica e descritiva, com o intuito de proporcionar um 
levantamento de maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. 
Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e 
conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados, 
colocando em diálogo diferentes autores e dados. 
Entende-se por pesquisa bibliográfica, a revisão da literatura sobre as 
principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que 
chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode 
ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras 
fontes. Outro método utilizado foi à metodologia de ensino Waldorf, esta 
metodologia é uma abordagem desenvolvida pelo filósofo Rudolf Steiner. 
Ele acreditava que a educação deve permitir o desenvolvimento 
harmônico do aluno, estimulando nele a clareza do raciocínio, equilíbrio 
emocional e a proatividade. O ensino deve contemplar aspectos físicos, 
emocionais e intelectuais do estudante. 
A pesquisa é descritiva, de campo e histórica, apoiada em técnicas de 
análise documental sobre a legislação e os planos de ensino obtidos, 
bibliográfica (MALHOTRA,2006; COOPER; SCHINDLER, 2003; VERGARA, 
2003; LUNA, 2002), e de análise de conteúdo (BARDIN, 2004). O planejamento 
e a revisão da literatura ocorreram durante o segundo semestre de 2007; a coleta 
dos dados, a análise e a apresentação dos resultados ocorreu durante 2008. 
Ainda para a construção deste, foi utilizado a etnometodologia, pela 
fenomenologia e pelo legado de Wittgenstein, além de alguns elementos 
marxistas e outros pensamentos mais contemporâneos, como os desenvolvidos 
por Pierre Bourdieu e Anthony Giddens. 
Segundo Nicolini, Gherardi e Yanow (2003) a noção de prática, na sua 
essência filosófica, está baseada em quatro grandes áreas do saber - na tradição 
7 
 
 
marxista, na fenomenologia, no interacionismo simbólico e no legado de 
Wittgenstein, das quais podem ser citados fenômenos como: conhecimento, 
significado, atividade humana, poder, linguagem, organizações, transformações 
históricas e tecnológicas, que assumem lugar e são componentes do campo das 
práticas para aqueles que delas compartilham. 
Com tudo, o intuito deste modelo é possibilitar os estudos e contribuir para 
a aprendizagem de forma eficaz, clara e objetiva. 
 
2. VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE PROJETOS 
 
Vamos trabalhar este tópico com duas perguntas. A primeira é: quando 
fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira? Imagine que você 
esteja pensando em abrir um negócio ou em expandi-lo. Não tem como 
simplesmente começar algo sem antes entender o mercado e/ou verificar se o 
projeto em questão trará retornos financeiros. 
Agora, separe esse parágrafo e vamos partir para a segunda 
pergunta: por que fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e 
Financeira? Bom, suponhamos que esteja na hora de expandir seu negócio. 
Será esta análise que dará a você possibilidade de fazer projeções e visualizar, 
em números, o real potencial de retorno de investimento que essa ampliação 
trará. 
Com a informação em mãos será possível decidir se o projeto toca pra 
frente ou se é engavetado. Então, não tem muito o que falar sobre a teoria, pois 
a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira verifica se os investimentos 
a serem realizados são viáveis tanto em termos econômicos quanto financeiros. 
Como cada um de nós carrega suas opiniões, muitas vezes (infelizmente) 
acabamos tomando decisões baseadas em poucos critérios, ou nos critérios 
errados. O resultado é que acabamos por comprometer um projeto que poderia 
ser melhor trabalhado. 
Imagine agora um projeto que melhorará a qualidade de um produto mas 
aumentará seu custo. Ou um outro que, ao contrário, diminuirá o custo e 
8 
 
 
interferirá na qualidade do produto. Ambas as situações são inviáveis e é aí que 
entra o principal motivo para você entender sobre o assunto: 
O Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira mune o empresário com 
informações baseadas em diversos critérios que, analisados em conjunto, 
permitem que decisões sejam tomadas com total clareza. 
Ao invés de ir fundo em um projeto, cruzar os dedos e torcer que o melhor 
aconteça, um estudo de viabilidade permite que gestores e 
empresários analisem criteriosamente os aspectos positivos e negativos de um 
projeto. Assim, dinheiro e tempo não são desperdiçados. 
Um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira identifica os benefícios 
esperados em um investimento a fim de verificar sua viabilidade de 
implementação. 
 
Antes de continuarmos, que tal dar uma destrinchada no conceito? 
Sabe aquela situação em que você coloca a ideia no papel e vem a 
sensação de “Eureka” na cabeça? Tudo parece perfeito, mas aí você descobre 
que economicamente ela não é nada viável. E se o propósito de todo negócio é 
gerar lucro, uma luz vermelha se acende e você já sabe que não dá para levar o 
projeto adiante. 
Assim, um Estudo de Viabilidade Econômica tem como objetivo 
analisar os custos e benefícios do projeto. No caso do nosso exemplo no 
9 
 
 
parágrafo anterior, o estudo da viabilidade econômica permite analisar se uma 
revisão do projeto pode mudar seu status de inviável para viável. 
Além disso, o estudo garante aos gestores que somente projetos 
rentáveis seguirão seu curso. Para realizá-lo, é feita uma análise dos custos e 
benefícios de um projeto. 
Um Estudo de Viabilidade Financeira tem como objetivo estimar o total 
de investimento necessário para colocar o projeto em prática. Para isso, ele 
considera diversos fatores, como capital inicial, despesas, receitas, rendimentos 
e desembolsos de investidores. 
A análise pode ser focada em um projeto particular, uma determinada 
área, ou em um grupo de projetos. Caso o propósito seja iniciar um negócio ou 
atrair novos investidores, o Estudo de Viabilidade Financeira será uma 
verdadeira mão na roda. Nesse caso, deverá incluir: 
 Requisitos para o capital inicial, 
 Fontes para o capital inicial, 
 Retornos estimados aos Investidores. 
 
 
 
 
 
 
3. ALGUNS INDICADORES DE VIABILIDADE ECONÔMICA 
 
Diversos são os instrumentos de avaliação e análise financeira. Com o 
passar do tempo e com o aperfeiçoamento das tecnologias de informação e 
comunicação, existem vários métodos e softwares capazes de auxiliar os 
gestores de todas as áreas da produção e da prestação de serviços. Aqui serão 
apresentados alguns indicadores que podem ser calculados a partir de uma 
quantidade relativamente pequena de dados. 
 
10 
 
 
3.1- PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO E 
PRODUTIVO 
 
O primeiro instrumento é o ponto de equilíbrio. Ele representa o valor ou 
a quantidade de vendas que a agroindústria precisa atingir para que a receita se 
iguale aos custos e despesas totais. Em outras palavras, é o faturamento mínimo 
necessário para que todos os custos e as despesas (fixos e variáveis) sejam 
cobertos, de modo a atingir o equilíbrio financeiro da atividade. É o momento em 
que não há prejuízo e nem lucro (PADOVEZE, 2005). 
Antes desse ponto, ocorreria prejuízo; após a produção, começa a haver 
lucro. Conhecer o ponto de equilíbrio, portanto, permite estimar a meta de 
vendas mínima para que a atividade dê lucro e satisfaça as necessidades da 
família. 
Na determinação das metas de uma empresa rural, a 
margem de segurança se equivale às unidades produzidas e 
vendidas acima do ponto de equilíbrio. 
Além disso, ajuda estimar o preço de venda necessário para atingir tais 
metas, bem como a possibilidade de conceder descontos ou promoções em 
épocas específicas. Esse ponto indica o nível de operação necessário para cobrir 
os custos e gerar o lucro; dessa forma, é possível avaliar as possibilidades de 
ganhos/lucros, considerando determinado volume de investimento e produção, 
a partir do reconhecimento de um preço de mercado. A Figura 02 apresenta 
graficamente a dinâmica de análise em relação ao Ponto de Equilíbrio. 
11 
 
 
 
Para calcular o ponto de equilíbrio, é necessário obter a margem de 
contribuição. Esse é o índice que revela a margem bruta obtida com as vendas 
dos produtos. Significa o lucro variável, pois é a diferença entre o preço de venda 
unitário do produto ou serviço e os custos e despesas variáveis por unidade de 
produto ou serviço (SILVA, 2004). É, portanto, o quanto sobra para a 
agroindústria cobrir os custos fixos e obter lucro. 
 
O cálculo do ponto de equilíbrio depende também da identificação ...... 47 
dos custos fixos, dos custos variáveis e da comparação desses custos com o 
total de receita, o faturamento, referente à venda do produto que pode ser obtido 
a partir da multiplicação do preço do produto pela quantidade vendida. A receita 
menos os custos variáveis identificam, dessa forma, a referida margem de 
contribuição. Assim, o ponto de equilíbrio financeiro identifica o faturamento 
mínimo para que a empresa não opere em prejuízo e o ponto de equilíbrio indica 
a quantidade mínima de produto que precisa ser vendido para que o prejuízo 
seja evitado. 
12Tome-se o seguinte exemplo: considerando que a empresa AgroinY 
vende 1.000 produtos a R$ 5,00 e que opera com um custo fixo de R$2.000,00 
e com um total de custos variáveis de R$ 1.000,00, qual seria o ponto de 
equilíbrio financeiro e o ponto de equilíbrio produtivo? 
A princípio é preciso identificar a margem de contribuição (receita - custos 
variáveis). No exemplo, R$ 5.000 - R$ 1.000 que representa R$ 4.000. Em 
termos percentuais, pode-se considerar que a margem de contribuição do 
produto é de 80% (4.000/5. 000 = 0,80). 
O PEF será representado por R$2.000/0,8 que representa um total de R$ 
2.500,00 e o PED será identificada a partir da relação R$ 2.500,00/ R$5,00, 
sendo identificado em 500. Ou seja: isso significa que para que a empresa não 
opere em prejuízo ela precisa vender no mínimo 500,00 ao preço de mercado 
(R$ 5,00). 
Em relação ao PEF e ao PED é preciso comentar que sua principal 
limitação envolve a aferição adequada dos custos envolvidos na produção. Se a 
estrutura de custos não estiver devidamente mensurada, o indicador pode ser 
subestimado ou superestimado, o que leva a tomada de decisões equivocadas. 
Se o PED apresentar um número não inteiro, a produção deverá ter escala 
mínima de o número calculado mais um (por exemplo, 233, 35 produtos para o 
início da operação em ambiente de lucro, devem ser vendidos 234 produtos). 
O ponto de equilíbrio é um indicador estático, ou seja, representa uma 
fotografia da estrutura de custos em relação aos preços de mercado em um 
determinado tempo. Dessa forma, precisa ser constantemente atualizado, tanto 
quando ocorrem alterações dos preços de matérias-prima e fatores produtivos, 
13 
 
 
como quando há ocorrência de variações de preço no próprio mercado do 
produto em análise. 
 
3.2- FLUXO DE CAIXA 
 
O fluxo de caixa é um dos principais instrumentos da análise de viabilidade 
de uma atividade, pois demonstra a projeção de entradas e saídas de recursos 
financeiros num determinado período de tempo. É possível prever a necessidade 
de captar recursos ou de aplicar as sobras obtidas, bem como prognosticar se 
os desembolsos futuros poderão ser efetuados nas datas previstas, fornecendo, 
assim, estimativas de situações futuras e permitindo ações contingenciais 
quando necessárias (SILVA, 2001). 
De acordo com Weston e Brighan (2000), o fluxo de caixa é o instrumento 
que permite ao administrador planejar, organizar, coordenar, dirigir e 
controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado 
período. É com base nisso que o gestor deverá saber se, numa determinada 
data futura, terá saldo para honrar uma obrigação com terceiros. 
Em outras palavras, a correta utilização do “orçamento de caixa e da 
projeção de fluxo de caixa é muito importante, pois quanto melhor for a 
previsibilidade melhor será a maximização dos recursos financeiros.” (HOJI, 
2003, p 162). Nesse caso, alcançar a rentabilidade e evitar os problemas de 
solvência são objetivos que qualquer empresa busca, independentemente do 
porte e ramo de atividade com o auxílio do instrumento financeiro do fluxo de 
caixa. 
O fluxo de caixa é um dos mais simples e mais importantes elementos de 
reconhecimento de custos e recebimentos. Tanto do ponto de vista pessoal 
como do da administração de qualquer tipo de empreendimento, é fundamental 
reconhecer o volume e a periodicidade dos recursos financeiros. A 
representação mais comum do fluxo de caixa envolve o apontamento dos 
recebimentos como setas apontadas para cima e dos pagamentos como setas 
apontadas para baixo. A Figura 03 apresenta um exemplo desse tipo de 
14 
 
 
representação para um investimento de 3.000 com ganho de 30 no período inicial 
e ganhos positivos consecutivos até o quarto período em que há um ganho de 
2.000. 
 
O fluxo de caixa também pode ser organizado com a utilização de uma 
planilha simples, como a representada na Figura 04. 
 
Quanto mais detalhada for à especificação do fluxo de caixa, melhor a 
qualidade do registro e melhor será a tomada de decisão dos gestores a partir 
dessa percepção. Para que o fluxo de caixa seja um bom instrumento de gestão 
financeira, é importante que os registros sejam realizados com cuidado e 
atenção, bem como com assiduidade. Esses registros identificam, em termos 
monetários, a sazonalidade das entradas e saídas e são fundamentais para o 
controle e acompanhamento das atividades das organizações agroindustriais. 
 
 
15 
 
 
 Como calcular o fluxo de caixa 
O primeiro passo para calcular o fluxo de caixa é ter absolutamente todas 
as receitas e despesas anotadas. Mesmo aquelas pequenas, que parecem ser 
sem importância. 
Em seguida, será preciso somar todas as receitas, que geralmente são 
provenientes das operações que a empresa realiza (vendas de produtos e 
serviços) e dos investimentos que a empresa recebe. 
O próximo passo será somar todos os gastos que a empresa teve no 
mesmo período. Esses valores são provenientes dos gastos operacionais 
(aluguel, compra de matéria-prima, salários de funcionários, por exemplo), 
pagamentos de impostos, dividendos, compra de equipamentos, dentre outros. 
Para o cálculo, é fundamental que seja utilizado o mesmo período para a 
soma das receitas e dos gastos. Em seguida, basta subtrair do valor obtido de 
receita o valor obtido das despesas: 
cálculo operacional = receitas – despesas 
 Como controlar o fluxo de caixa 
Empresas que mantém um bom controle de fluxo de caixa podem realizar 
investimentos tranquilamente e ainda conseguir se planejar para o futuro, como 
buscar linhas de créditos para a sua empresa. Veja a seguir algumas dicas 
para manter o controle do seu fluxo de caixa: 
Saldo inicial 
A primeira coisa que deve ser feita é saber exatamente quanto a empresa 
tem disponível em caixa. Para isso, basta somar o saldo de todas as contas 
bancárias que a empresa possui. 
Anote as entradas e saídas de dinheiro 
Em seguida, será necessário anotar todas as receitas e os gastos que a 
empresa teve. Esse controle pode ser feito em uma planilha diária, semanal ou 
até mesmo mensal. O mais importante é não esquecer de anotar os gastos. 
16 
 
 
Vale lembrar que pagamentos parcelados devem aparecer neste controle. 
Assim fica ainda mais fácil ter uma boa projeção de fluxo de caixa. 
Calcule o saldo operacional 
Uma vez que as receitas e despesas são conhecidas, será possível fazer 
o cálculo do saldo operacional da sua empresa. 
Calcule o saldo do período 
E por fim, faça o cálculo do saldo final do período. Isso significa subtrair o 
valor do saldo operacional do saldo inicial. 
 
3.3- VALOR PRESENTE LÍQUIDO 
 
Valor Presente Líquido (VPL) considera o valor do investimento no tempo. 
A análise por meio do VPL tem como finalidade medir o valor presente dos fluxos 
de caixa futuros gerados pela atividade ao longo de um tempo determinado. No 
caso da abertura de uma nova agroindústria, ocasião em que é realizado um 
desembolso inicial, o VPL indica o valor presente líquido do investimento 
(SAMANEZ, 2005). 
O VPL desconta os fluxos de caixa para o instante zero a uma taxa 
especificada. Essa taxa, frequentemente chamada de taxa de desconto, custo 
de oportunidade, custo de capital ou taxa mínima de atratividade (TMA) refere-
se ao retorno mínimo que o investimento deverá produzir para ser atraente. 
Basicamente, se o VPL for maior que zero, se aceita o projeto; se o VPL for 
menor que zero, rejeita-se o projeto (HOJI, 2003). 
A fórmula que representa o VPL é constituída como um somatório, 
conforme a identificação dos termos a seguir: 
 
17 
 
 
 
Em que: 
FC = indica o fluxo de caixa do período 
n= tempo total do projeto, período total de avaliação do investimento 
i = taxa mínima de atratividade (conhecida também como TMA) 
t = período (em anos ou meses). 
Os elementos i e t, representam a relação do dinheiro com a passagem 
do tempo; nessesentido, o i pode ser representado, por exemplo, pela taxa de 
algum rendimento no sistema financeiro (por exemplo, a poupança). Portanto, 
em caso de um VPL negativo, seria mais vantajoso manter o dinheiro no sistema 
financeiro ao invés de realizar o investimento. Dessa forma, é possível comparar 
vários projetos com fluxos de caixa diferenciados, evidenciando a possibilidade 
de análise em relação ao custo de oportunidade dos investimentos. 
Os projetos podem ser comparados tanto em relação aos fluxos como em 
relação às TMA. O VPL permite a identificação de uma relação direta entre a 
análise de investimento e o ambiente econômico de determinado país. Se 
considerarmos, por exemplo, a TMA, como aquela vigente no sistema financeiro 
para a remuneração de poupança, pode-se perceber que quanto maior a taxa de 
juros, menor a probabilidade de o investimento ter VPL positivo e maior a chance 
do recurso financeiro manter-se no sistema financeiro. Por outro lado, esforços 
monetários de governos no sentido de reduzir as taxas de juros vigentes em 
determinadas economias levariam a uma viabilidade maior da realização dos 
investimentos, quanto pensamos na avaliação via VPL. O exemplo representado 
na Figura 05 identifica a comparação de dois projetos, a partir de fluxos de caixa 
diferentes, submetidos a uma mesma taxa de atratividade (5%) ao período. 
Verifique que um fluxo tem VPL positivo e outro negativo, de modo que a tomada 
18 
 
 
de decisão, do ponto de vista da análise desse indicador, tenderia a implantação 
do projeto que apresenta o fluxo de caixa A. 
 
Considerando o VPL como o método de escolha em relação ao projeto 
que deve ser realizado, a partir da identificação do seu fluxo de caixa, podese 
evidenciar que o VPL positivo é sempre preferível em relação ao negativo (o que 
representa que o projeto não é atrativo, dada a taxa de juros vigente no sistema 
financeiro). Na escolha entre dois fluxos positivos (que, portanto, evidenciam a 
realização do lucro), deve-se escolher aquele que for maior, considerando 
apenas a análise desse indicador quantitativo. 
 
 
 
19 
 
 
3.4- TAXA INTERNA DE RETORNO 
 
Segundo Ross et al. (2003), a taxa interna de retorno (TIR) de um fluxo 
de caixa é a taxa de juros necessária para que o valor presente líquido seja nulo, 
sendo considerada uma taxa intrínseca ao projeto, pois depende apenas das 
entradas e saídas de caixa estimadas. Seu cálculo é feito da seguinte maneira: 
 
Taxa Interna de Retorno (TIR) é o indicador relacionado ao rendimento da 
atividade em um determinado período de tempo. Em outras palavras, é ataxa de 
retorno do investimento proporcionada pela agroindústria em relação às 
alternativas de investimento. 
Desse modo, se a TIR de uma agroindústria for menor que a taxa de 
retorno de outros investimentos (em poupança, por exemplo) o projeto não 
apresenta rentabilidade suficiente para remunerar o investimento despendido. 
Ou seja: se a taxa interna de retorno (TIR) for maior que a taxa mínima de 
atratividade ou custo de capital, aceitase o projeto. Se a TIR for menor, rejeita-
se o projeto. Isso significa que a empresa estará obtendo, ao menos, a taxa 
requerida de retorno (HOJI, 2003). A TIR deriva diretamente do VPL, a partir do 
cálculo do VPL se obtém a TIR. 
Quanto maior a TIR, maior a viabilidade de realização do projeto em 
análise. Quando a TIR for negativa, o projeto é inviável do ponto de vista 
econômico financeiro, ou seja, seria preciso alterar o volume de investimento ou 
o tempo de retorno. A Figura 06 apresenta um exemplo de análise com fluxo de 
caixa que apresenta VPL e TIR. 
20 
 
 
 
Calculadoras financeiras, como a HP12c, possuem funções de cálculo de 
VPL e TIR a partir do registro de entrada do fluxo de caixa. As planilhas 
eletrônicas, comumente instaladas em nossos computadores pessoais, também 
possuem funções específicas para o cálculo desses indicadores, a partir da 
simples digitação do fluxo de caixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
3.5- PAYBACK 
 
Payback indica o tempo necessário para que a atividade retorne o valor 
investido. Esse é um dos principais indicadores utilizados pelos investidores, 
pois quanto menor o tempo de retorno do investimento, menores serão os riscos 
e melhor será a liquidez do investimento (SILVA, 2004; HOJI, 2003). 
É um instrumento bastante importante para o planejamento da execução 
financeira, uma vez que representa elemento importante para a tomada de 
decisão em relação à estratégia financeira da empresa/agroindústria. Existem 
dois tipos de payback, o simples e o descontado. 
O simples calcula o tempo de retorno sem levar em consideração a 
diferença do valor do dinheiro ao longo do tempo; o descontado atualiza os 
valores do investimento a cada período em relação ao fluxo de caixa, 
considerando a taxa de atratividade. 
O payback descontado é o instrumento que melhor permite a avaliação 
do tempo de retorno, uma vez que leva em consideração a atualização dos 
valores monetários ocorridos ao longo do fluxo de caixa (portanto, em períodos 
diferentes). A Figura 07 identifica a relação entre o payback simples e o payback 
descontado. 
22 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 Como Calcular o PayBack Simples? 
 
 
Ex: O departamento de Engenharia de uma montadora de carros está em 
busca de redução de custo na fabricação do capô de um de seus modelos. Após 
muita pesquisa, o departamento de engenharia encontrou no mercado uma 
prensa de alto desempenho que irá reduzir em 10% o custo da fabricação do 
capô. Sabendo que cada capô tem um custo de R$ 300,00 cada e que são 
produzidas 20 mil peças mês, qual seria o PayBack (Retorno do Investimento) 
sabendo que o investimento para a aquisição da nova prensa vai custar R$ 2,5 
Milhões? 
Analisando os Dados: 
Custo atual do Capô = R$ 300,00 
Redução de Custo (Nova Prensa) = 300,00 – 10% = 270 
Saving (Economia) por peça =300 – 270 = R$30,00 
Investimento nova prensa = R$ 2.500.000,00 
Quantidade Média Produzida Mês = 20.000 Units 
Quantidade Média Produzida Ano = 240.000 Units 
24 
 
 
 
Para calcular o Payback em meses ou anos, basta dividir o numero de 
peças necessárias para pagar o investimento, pelo numero estimado de peças 
a produzir no período. 
Veja abaixo: 
1 – Quantidade Média Produção Mês = 20.000 Units 
Payback Mês = 83.333 / 20.000 = 4,16 Meses para o Retorno do 
Investimento 
2 – Quantidade Média Produção Ano = 240.000 Units 
Payback Ano = 83.333 / 240.000 = 0,347 Ano (4,16 Meses) para o 
Retorno do Investimento 
 
 Vantagens do Método PayBack 
 
 O fato de ser bastante simples na sua forma de cálculo e de fácil 
compreensão; 
 Fornece uma ideia do grau de liquidez e de risco do projeto; 
 Em tempo de grande instabilidade e pela razão anterior, a utilização 
deste método é uma forma de aumentar a segurança dos negócios da 
empresa; 
 Adequado à avaliação de projetos em contexto de risco elevado; 
 Adequado à avaliação de projetos com vida limitada; 
 
 
 
25 
 
 
 Desvantagens do Método PayBack 
 
 O método do PayBack apresenta o inconveniente de não ter em conta 
os cash flows gerados depois do ano de recuperação, tornando-se 
assim, desaconselhável na avaliação de projetos de longa duração. 
 O PayBack valoriza diferentemente os fluxos recebidos em diferentes 
períodos, mas apenas segundo o critério dualista: antes ou depois do 
PayBack, sendo indiferente o período em que recebe dentro de cada um 
destes intervalos. 
 
 Quando usar o payback descontado 
Um uso comum do payback descontado é quando uma empresa está 
projetando uma expansão ou a abertura de uma nova unidade física. 
Tomemos como exemplo uma loja de vestuário cujos gestores decidem 
abrir uma segunda unidade. Com base no fluxo de caixa da loja já existente, será 
possível calcular o payback descontado a partir dessa referência inicial. 
Imagine, nessecaso, que o investimento inicial seja de R$ 50 mil. 
Tomando o atual fluxo de caixa como base, sua expectativa é de gerar, por ano, 
R$ 10 mil de lucro. 
Temos, então, o período estimado para o payback, que é calculado pela 
fórmula: 
 Payback = Investimento / Retorno no período 
 Payback = 50.000 / 10.000 
 Payback = 5 anos. 
Logo, para receber os R$ 50 mil investidos de volta, serão necessários, 
no mínimo, 5 anos de atividade da nova loja. Com isso, a gestão é capaz de 
antecipar resultados e de apresentar propostas mais consistentes ao procurar 
por investidores. 
Além disso, evita riscos desnecessários, já que terá uma ideia mais 
realista de quanto poderá investir. 
26 
 
 
 Como calcular o payback descontado 
Se organizarmos o cálculo feito no tópico anterior em uma planilha, ele 
ficará assim: 
Ano Fluxo 
0 -50.000 
1 10.000 
2 10.000 
Aqui, você já tem o cálculo do payback considerando o fluxo de caixa, 
mas é preciso ponderar, como já destacamos, os juros compostos desse capital. 
Para simplificar, vamos direto à fórmula aplicável, considerando uma taxa 
de 10% a.a. para o período de um ano: 
 PV = FV/(1 + I)N 
Nela: 
 PV = valor descontado 
 FV = valor futuro 
 I = taxa de desconto 
 N = período 
Vamos ao cálculo: 
PV = 10.000 / (1 + 0,10)1 
PV = 9.090,90. 
Dessa forma, as tabelas confrontadas dos paybacks simples e 
descontado ficam assim: 
Payback Simples: 
Ano Fluxo 
0 -50.000 
1 10.000 
27 
 
 
2 10.000 
 
Payback Descontado: 
Ano Fluxo 
0 -50.000 
1 9.090.90 
2 8.181,81 
 
 Prós e contras do payback descontado 
A vantagem do payback descontado é fornecer, como já destacamos, um 
quadro mais realista a respeito do retorno de um investimento. Contudo, 
dependendo do caso, seu cálculo pode se tornar mais complexo, já que diversos 
fatores podem influenciar na performance operacional e, assim, no fluxo de 
caixa. 
Dessa forma, ele deve ser utilizado com outras ferramentas para 
avaliação de riscos, como o TIR, a Taxa Interna de Retorno e a TMA, a Taxa 
Mínima de Atratividade. 
 
3.6- ANALISE DE INVESTIMENTOS 
 
Analisar investimentos é crucial para garantir o sucesso de qualquer 
negócio, neste contexto Lizote, Andrade, et al. (2014) definem análise de 
investimento como a aplicação de recursos escassos tendo em vista a 
lucratividade futura. Fundamentando este conceito Netto (2011) explica que um 
dos critérios de maior relevância ao tratar de análise de investimento é a questão 
do retorno financeiro, pois este deve ser o maior possível para viabilizar o capital 
investido. 
28 
 
 
As decisões de capital são consideradas alicerces fundamentais para as 
organizações devido à relevância destas decisões, que são capazes de 
alavancar o crescimento da empresa ou comprometer seriamente sua saúde 
financeira (GALLON, SILVA, et al., 2006). 
Considerando este contexto Santos e Vasan (2014) julgam indispensável 
a escolha de métodos de avaliação de investimentos como a TIR, TMA, PayBack 
e o VPL, ferramentas que possibilitam a otimização do capital em busca do 
retorno esperado, com um período de tempo reduzido e risco mínimo. 
 
4. A AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO COMO 
FERRAMENTA E APOIO AO PROCESSO DE 
PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE DA ATIVIDADE 
 
Qualquer atividade, por mais simples que seja, exige recursos, quer sejam 
monetários, humanos, materiais, tecnológicos, etc. “Os gestores, ao alocar 
recursos, devem ter a consciência de que qualquer tipo de recurso obtido tem 
um custo e, caso não proporcionem retorno, estarão descapitalizando a 
entidade, já que ela vai ter que remunerar os financiadores em algum momento.” 
(FREZATTI, 2008, p. 22) 
Portanto, Frezatti (2008) afirma que tais recursos devem ser incorporados 
à organização por meio dos projetos de investimento e que tais projetos deverão 
ser acompanhados durante todo seu ciclo, até o momento da recuperação do 
investimento e o retorno ao investidor. 
Frezatti (2008) salienta ainda que a estruturação do empreendimento 
passa por vários ciclos que precisam ser entendidos, com o intuito de medir os 
impactos de seu gerenciamento, bem como perceber a relação dos vários ciclos. 
É importante salientar que no ciclo de planejamento, conforme exposto por 
Frezatti (2008), o tripé de informações (gasto, tempo e especificações) deve ser 
avaliado e em consequência dessa avaliação serão desenvolvidas projeções 
econômico-financeiras. Projeção essa que será realizada através da elaboração 
29 
 
 
da demonstração do resultado do exercício, balanço patrimonial e demonstração 
do fluxo de caixa. 
Frezatti (2008) afirma ainda, que dependendo da complexidade do 
projeto, a projeção desses demonstrativos é essencial para que seja possível 
esquematizar as informações monetárias de maneira consistente. Para Assaf 
Neto e Lima (2009) um processo de avaliação de investimentos se 
constitui basicamente do estudo dos seguintes aspectos: dimensionamento dos 
resultados de caixa gerado, avaliação econômica dos fluxos de caixa, definição 
e aplicação da taxa de retorno exigida pelos proprietários de capital (credores e 
acionistas) e introdução do risco no processo de avaliação. 
Bruni e Famá (2007), por sua vez salientam que o processo de avaliação 
envolve três etapas distintas: projeção de fluxo de caixa, cálculo do custo de 
capital e aplicação de técnicas de avaliação. 
Hoji (2010) destaca que as organizações ao iniciarem um projeto de 
investimentos necessitam de informações que subsidiem suas decisões. Para 
dar suporte às decisões de investimento, as análises de viabilidade econômica 
devem ser feitas com métodos e critérios que demonstrem com bastante clareza 
os retornos sobre os investimentos, considerando os níveis de risco assumidos. 
Nesse contexto as simulações são muito importantes para analisar a viabilidade 
econômica dos projetos. (HOJI, 2010, p. 167). 
A partir dessas justificativas, fica clara a necessidade de se trabalhar com 
o processo de planejamento dos investimentos e resultados esperados 
derivados dos mesmos, para que as variáveis externas do investimento 
analisado, relacionado à questão dos riscos, não gere tomadas de decisões 
aleatórias, sem nenhum embasamento técnico e acabe por gerar problemas 
futuros para o desenvolvimento de determinado empreendimento. 
 
 
30 
 
 
5. MÉTODOS/ TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE 
INVESTIMENTOS 
 
Diversas são as técnicas de análise de viabilidade econômica de 
investimentos, contudo todas têm um único objetivo: auxiliar na tomada de 
decisão de investir ou não no projeto. A decisão de investir é de natureza 
complexa, porque muitos fatores, inclusive de ordem pessoal, entram em cena. 
Diante disso, Souza e Clemente (2009) ressaltam que o conhecimento em 
finanças contribui para a saúde econômico-financeira das empresas. A decisão 
de se fazer investimento de capital é parte de um processo que envolve a 
geração e a avaliação das diversas alternativas que atendam às expectativas 
técnicas dos investimentos. 
Após relacionadas as alternativas viáveis tecnicamente é que se analisam 
quais delas são atrativas financeiramente. É nessa última parte que os 
indicadores gerados auxiliarão o processo decisório. (SOUZA e CLEMENTE, 
2008, p. 66) 
Souza e Clemente (2008) dividem os indicadores de análise em dois 
grandes grupos: indicadores de rentabilidade do projeto e indicadores 
associados ao risco do projeto. Na primeira categoria estão o Valor Presente 
Líquido (VPL), o Valor Presente Líquido anualizado (VPLa), o Índice 
Benefício/Custo (IBC) e o Retorno Adicional sobre o Investimento (ROIA). 
Na segunda categoria estão a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Período 
de Recuperação do Investimento (Payback) e o Ponto de Fisher. Hoji (2010) faz 
a separação desses indicadores em métodos de avaliação de investimentos 
econômicos como sendo: Método do Valor Presente Líquido (VPL), Métododo 
Valor Futuro Líquido (VFL), Método do Valor Uniforme Líquido (VUL), Método da 
Taxa Interna de Retorno (TIR) e Método do Prazo de Retorno. Para Frezatti 
(2008) dentro da visão metodológica, existem duas vertentes para a identificação 
de métodos de avaliação de investimentos: baseados no fluxo de caixa e 
baseados em resultados econômico-contábeis. 
31 
 
 
 A primeira abordagem tem como característica a identificação dos fluxos 
de caixa do projeto cujos principais instrumentos de avaliação são o Período de 
Recuperação do Investimento (Payback Simples e Payback Ajustado), a Taxa 
Interna de Retorno (TIR), a Taxa Interna de Retorno Ajustada (TIRM), o Valor 
Presente Líquido (VPL) e o Índice de Lucratividade (IL). 
Já os métodos baseados em resultados econômico-contábeis são 
aqueles que consideram os impactos econômicos de um projeto, apurados por 
meio das demonstrações contábeis, e, neste caso, a Taxa Média de Retorno e 
Valor Econômico Agregado (EVA) são as metodologias mais frequentemente 
encontradas. 
Assaf Neto e Lima (2009) classificam os métodos de análise econômica 
em dois grandes grupos: os que não levam em conta o valor do dinheiro no 
tempo e os que consideram essa variação por meio do critério do fluxo de caixa 
descontado. “Em razão do maior rigor conceitual e da importância para as 
decisões de longo prazo, dá-se atenção preferencial para os métodos que 
compõem o segundo grupo: Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor Presente 
Líquido (VPL).” (ASSAF NETO e LIMA, 2009, p. 378). 
De acordo com Bruni e Famá (2007) as decisões de investimento 
costumam ser avaliadas com base em dois parâmetros: fluxos de caixa 
operacionais livres e custo de capital. E para esses autores é através da análise 
e comparação entre os dois parâmetros que surgem as técnicas de avaliação de 
investimentos. Técnicas essas que são definidas por: Payback Simples, Payback 
Descontado, Valor Presente Líquido (VPL), Valor Futuro Líquido (VFL), Valor 
Uniforme Líquido (VUL), Índice de Lucratividade (IL), Taxa Interna de Retorno 
(TIR) e Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM). 
32 
 
 
 
Observando o Quadro 1 percebe-se que há uma convergência quanto aos 
métodos de análise do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de 
Retorno (TIR). Souza e Clemente (2008), Assaf Neto e Lima (2009), Hoji (2010), 
Bruni e Famá (2007) e Frezatti (2008) abordam estes métodos e seguem uma 
mesma tendência de conceituação. Os autores supracitados são unânimes em 
dizer que o VPL é a técnica mais conhecida e utilizada e é obtido subtraindo os 
investimentos iniciais de um projeto do valor presente das entradas de caixa, 
descontados a uma taxa igual ao custo de oportunidade da empresa ou taxa de 
mínima atratividade (TMA). 
A TIR, segundo os autores é a taxa de desconto ou de juros que torna o 
VPL de um fluxo de caixa igual a zero. Souza e Clemente (2008) e Hoji (2010) 
complementam que o investimento será economicamente viável se a TIR for 
superior ao custo de oportunidade da empresa ou TMA. Outra metodologia 
elencada por todos os autores, com exceção de Souza e Clemente (2008) trata-
se do Payback Simples. 
Ambos definem que este é o tempo necessário para a recuperação do 
investimento realizado. No entanto, esse método apresenta falhas, pois segundo 
os autores Assaf Neto e Lima (2009), Bruni e Famá (2007) e Frezatti (2008), 
essa técnica ignora o efeito do dinheiro no tempo, distorcendo o resultado obtido. 
Como meio de corrigir essa falha os autores Assaf Neto e Lima (2009), Bruni e 
Famá (2007) e Frezatti (2008) apontam o uso do Payback Descontado. 
33 
 
 
Os procedimentos de cálculo são semelhantes aos aplicados no payback 
simples, bastando trazer os fluxos de caixa a valor presente aplicando-se 
determinada taxa de custo de oportunidade ou TMA. Outros métodos, como por 
exemplo, EVA/ ROIA, IBC, IL entre outros são tratados por um ou outro autor, 
mas nem por isso menos importantes, pois conforme bem colocado por Hoji 
(2010) a avaliação de investimento será mais conclusiva se for utilizada a 
combinação dos diferentes métodos de análise. 
Quanto a estes merece destaque o IL que tem como especificidade indicar 
quanto o projeto oferece de retorno para cada unidade investida. 
Além do IL, outra técnica importante é o ROIA para Souza e Clemente 
(2008) ou EVA para Frezatti (2008). Souza e Clemente (2008) dizem que o EVA/ 
ROIA é a melhor estimativa de rentabilidade para um projeto de investimento e 
Frezatti (2008) expõe que esta é a única metodologia que permite ser utilizada 
tanto para decidir investimento como para acompanhar desempenho. 
Corresponde ao que sobra para a empresa, depois da remuneração dos custos 
de capital de acionistas e credores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
6. VANTAGENS/ DESVANTAGENS 
 
Estas técnicas/ métodos, segundos os autores Bruni e Famá (2007) e 
Frezatti (2008) oferecem vantagens e desvantagens que estão elencadas no 
quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
7. COMO REALIZAR UMA ANÁLISE DE VIABILIDADE 
ECONÔMICA E FINANCEIRA 
 
Para um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira alguns pontos 
devem ser observados. Caso você esteja pensando em ampliar a empresa, 
começar um negócio ou implementar um projeto, é preciso identificar as 
respostas para as perguntas abaixo: 
 Quais fundos serão utilizados para colocar em prática a ideia? 
 Onde cada um desses fundos serão investidos? 
 Quais são os rendimentos e despesas esperados nos anos 
futuros? (aqui a análise pode ser feita num período entre 3 e 5 
anos) 
 Qual seria o rendimento do capital investido? 
 Qual será o mínimo que a empresa/projeto terá que faturar para 
superar os custos e começar a lucrar? 
As questões acima fazem parte da Análise de Viabilidade Econômica e 
Financeira. Pensando em contribuir um pouco mais, elencamos três passos que 
devem ser seguidos e que também ajudam a responder as perguntas acima: 
 FAZER UMA PROJEÇÃO DE RECEITAS 
 
 
Para investir dinheiro é preciso pensar em fluxo de caixa. E para pensar 
em fluxo de caixa temos que planejar as receitas. Todo negócio ou projeto só 
pode ter um início após ter sido projetado o montante de receita que o 
empresário espera receber em um determinado tempo. 
36 
 
 
É a partir desta projeção que são realizadas simulações e, por esse 
motivo, a projeção de receitas é um primeiro passo para o Estudo da 
Viabilidade Econômica Financeira. 
A Projeção de Receitas apontará o quê, quanto e quando, conforme a 
seguir: 
o No período sendo analisado, quanto a empresa espera faturar? 
o Há expectativa de crescimento da empresa durante esse período? 
o Há previsão de investimento nesse período? Se sim, qual o valor? 
Para que se tenha uma perfeita projeção de receitas é necessário conhecer 
bem o segmento de atuação e considerar picos de sazonalidade, se houver. 
 FAZER UMA PROJEÇÃO DE CUSTOS E INVESTIMENTOS 
Já que você analisou as receitas durante um período determinado, 
logicamente tem que fazer as estimativas de custos e investimentos: quanto de 
investimento o projeto despenderá? Quais são seus custos operacionais? 
Basicamente, temos: 
 Despesas Fixas: são as despesas previsíveis e recorrentes, como 
salários, conta de luz, aluguel, etc. 
 Custos Variáveis: são os custos que variam proporcionalmente 
com o volume de produção e vendas. 
 Impostos: está iniciando um novo negócio? A dica aqui é verificar 
com um contador a classificação do empreendimento. 
Dica: dá uma olhada no nosso artigo Orçamento de Custo de Produção: 
como projetar as necessidades de Matéria-Prima, Insumos e Mão-de-Obra de 
sua empresa!. Para quem pensa em iniciar um novo negócio ou para os 
administradores que ainda sentem certa dificuldade nessas projeções, este 
artigo é uma luz no fim do túnel. 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 ANÁLISE DE INDICADORES 
 
 
Após projetar as receitas, custos e investimentos,é hora de utilizar 
indicadores. Digamos que eles darão toda a sustentação para o Estudo de 
Viabilidade Econômica e Financeira. Para a Análise, três indicadores são 
utilizados. 
o Avaliação de viabilidade utilizando o Valor Presente Líquido (VPL). O 
VPL é um dos métodos mais conhecidos quando o assunto é análise da 
viabilidade de projetos de investimento. Ele é o resultado da diferença entre 
o valor investido e aquele que será resgatado ao fim do investimento, 
trazidos ao valor presente. Resumidamente, a utilização desse indicador tem 
o objetivo de saber se um projeto vale mais do que ele custa. 
Para compreender bem o que é e como este indicador é aplicado, separe 
um tempinho para o artigo Veja como o Valor Presente Líquido (VPL) ajuda na 
análise de viabilidade de um investimento. 
o Priorizando o Payback. Um dos indicadores de desempenho, 
o Payback (ou período de retorno do investimento) pode ser utilizado tanto 
por empreendedores iniciando um negócio quanto por gestores que querem 
implementar uma ideia e precisam saber o tempo de retorno do 
investimento. 
Ele funciona como um indicador que mostra quanto tempo o empréstimo 
ou investimento levará para retornar ao investidor ou à empresa. Desse modo, 
com análise do fluxo de caixa é possível avaliar a viabilidade de um projeto. 
38 
 
 
Para saber mais sobre o método Payback, anota a dica: Como o método 
Payback pode ajudar na Análise do Tempo de Retorno do Investimento em 
Projetos. 
o Tomada de decisão de acordo com a Taxa Interna de Retorno (TIR). É a 
taxa de retorno que zera o Valor Presente Líquido e leva em conta o valor 
do dinheiro no tempo. 
Além dos indicadores acima, outros dois conceitos têm que ser 
avaliados: ponto de equilíbrio e custo de oportunidade. 
 
Quando os custos de um projeto se igualam às receitas, ou seja, não há 
lucro e nem prejuízo, dizemos que foi encontrado o ponto de equilíbrio. Esse é 
o ponto onde será tomada a decisão de continuar ou não o projeto e de pensar 
nas próximas ações. Aqui entra a pergunta: em qual fase do projeto é estimado 
o ponto de equilíbrio? 
O custo de oportunidade mostra o valor da melhor alternativa 
sacrificada. Para entender melhor, imagine uma loja que vende 20 conjuntos de 
cortinas por mês. A loja resolveu vender também almofadas e, para isso, alocou 
um vendedor para essa função. A loja percebeu que com isso passou a vender 
17 conjuntos. O custo de oportunidade, então, está nas 3 cortinas que deixaram 
de ser vendidas. 
Um dos principais indicadores para analisar o Custo de Oportunidade é o 
ROE (Return on Equity). Na hora de olhar para o Custo de Oportunidade é 
fundamental também conhecer sua TMA (Taxa Mínima de Atratividade). É ela 
que vai ajudar a analisar se vale a pena ou não investir no projeto ou alocar o 
capital em outra forma de investimento. 
39 
 
 
8. O USO DA TIRM PARA ESTIMAR O RETORNO DE UM 
PROJETO DE INVESTIMENTO 
 
Uma das principais perguntas que todo gestor sempre quer responder é: 
qual será o retorno deste projeto? 
Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, pois existem diversos 
métodos de cálculos de retorno de um projeto de investimento. 
Neste sentido, Casarotto (2016) se posiciona no sentido de defender o 
método da Taxa Interna de Retorno Modificada, a TIRM. 
A TIRM é uma medida relativa, expressa em percentual e na mesma 
periodicidade dos fluxos de caixa. Por exemplo: se os fluxos de caixa projetados 
em um estudo de viabilidade econômica e financeira são anuais, então o 
resultado do cálculo da TIRM será uma taxa anual. 
A grande vantagem da TIRM, e este é também um dos argumentos de 
Casarotto (2016), é o fato de trabalhar bem com qualquer tipo de fluxo de caixa, 
sejam fluxos convencionais (apenas uma mudança de sinal) ou não 
convencionais (mais de uma mudança de sinal). 
No estudo de viabilidade econômica, a TIRM será melhor alternativa que 
a TIR convencional para estimar o retorno do projeto toda vez que qualquer uma 
das duas próximas perguntar ter um “não” por resposta: 
1. Existe raiz real? 
2. Se existe, é possível reaplicar à mesma taxa? 
 
 
 
 
 
40 
 
 
9. SOBRE O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 
FINANCEIRA 
 
O estudo de viabilidade econômica e financeira de um projeto de 
investimento consiste em um processo de análise no nível estratégico de uma 
organização, que irá investigar quais projetos são interessantes que a empresa 
execute e quais devem ser rejeitados. 
Casarotto (2016, p. 65) sugere que um estudo de viabilidade econômica 
siga um plano, que o autor chama de “anteprojeto“, e o define como: 
“[…] etapa de um empreendimento empresarial que consiste num 
conjunto de definições de parâmetros necessários à elaboração dos projetos de 
engenharia – definições essas decorrentes das decisões estratégicas para os 
negócios da empresa.” 
Assim como na definição de qualquer planejamento, no estudo de 
viabilidade econômica de um projeto de investimento é preciso inicialmente 
definir as perguntas a serem respondidas. 
Em um ambiente industrial, por exemplo, algumas das questões a serem 
respondidas na análise de viabilidade são: onde construir uma nova planta? 
Utilizar os insumos do fornecedor A ou do fornecedor B? Em qual tipo de 
maquinário investir? Procurar por linha de financiamento ou utilizar capital 
próprio para uma expansão? 
Em uma startup, algumas questões a serem respondidas em um estudo 
de viabilidade econômica são: vale a pena comprar a licença de determinado 
software ou utilizar um equivalente open source? 
Estes são exemplos de perguntas típicas que motivam o estudo de 
viabilidade econômica e financeira no ambiente empresarial. A seguir são 
discorridos os pontos principais a serem levados em conta neste processo. 
 
41 
 
 
10. RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS NA ANÁLISE DE 
VIABILIDADE 
 
O primeiro passo para realizar um estudo de viabilidade econômica e 
financeira é conhecer as receitas da empresa em questão, ou do projeto de 
investimento que está sendo analisado. Vale frisar que as receitas e despesas a 
serem projetadas para análises de viabilidade normalmente são feitas utilizando 
o regime de caixa. 
 A projeção das receitas 
As receitas, conforme explica Casarotto (2016, p. 161), na maioria dos 
casos representa o total planejado para ser produzido multiplicado pelo preço de 
mercado dos produtos. Isso assumindo que o mercado absorverá o montante 
que será produzido, mantendo o mesmo preço de mercado. 
A projeção de receitas dentro da análise de viabilidade econômica deve 
ser flexível, contemplando diversos cenário hipotéticos. Cada cenário conterá 
diferentes informações sobre o preço dos produtos, quantidade vendida, custos, 
entre outros. 
 A projeção dos custos e despesas 
Tão importante quanto a projeção das receitas, é o levantamento dos 
custos e despesas. Os custos representam os gastos associados à produção, 
tanto de produto quanto de serviços. 
Já as despesas são gastos não associados diretamente com o processo 
de produção, mas que tem por objetivo aumentar a capacidade de geração de 
receita da organização. Essa, na verdade, dever ser a motivação de qualquer 
gasto realizado em uma organização. 
Veja na lista a seguir alguns exemplos de custos e despesas: 
 Projeção dos fluxos de caixa 
Conhecer a composição do fluxo de caixa da empresa que está sendo 
analisada é essencial para realizar projeções na análise de viabilidade 
42 
 
 
econômica e financeira. Para isso, é preciso ter em mãos os levantamentos das 
receitas, custos e despesas envolvidos no processos de produção, conforme já 
mencionado. 
O fluxo de caixa de um projeto de investimento representa o saldo de 
tudo aquilo que entrará menos tudo o que sairá de recursos ao longo da 
execução do projeto. 
Fluxo de caixa = Valores a serem recebidos – custos e despesas a 
serem pagas 
O fluxo de caixa é apurado pelo regime contábil de caixa – 
diferentementedo lucro contábil, que é calculado com base no regime de 
competência. Veja uma discussão mais detalhada no artigo “O que é DRE – 
Demonstração do Resultado do Exercício”. 
Casarotto (2016) explica que “com base nas projeções de resultados e 
nas projeções de amortizações de financiamentos, podem-se projetar os fluxos 
de caixa para o empreendimento e para o acionista”. O autor ainda recomenda 
que as projeções sejam trabalhadas de forma que os regimes de caixa e 
competência sejam unificados. 
Para se chegar ao saldo projetado para cada período no estudo de 
viabilidade econômica e financeira, Casarotto (2016, p. 161) propõe o seguinte 
modelo: 
(–) Investimento 
+ Valor residual 
= Investimento do empreendimento 
+ Liberação do financiamento 
= Investimento do empresário 
+ Receitas líquidas 
(–) Custos e despesas 
(–) Depreciações e amortização de despesas pré-operacionais 
(–) Juros do financiamento 
= Lucro antes do Imposto de Renda 
(–) Imposto de Renda 
43 
 
 
= Lucro líquido 
+ Depreciação e amort. desp. pré-operacionais 
+ Juros do financiamento 
= Saldo do empreendimento 
(–) Amortização de financiamentos 
(–) Juros de financiamento 
= Saldo do empresário 
 
11. MÉTODOS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E 
FINANCEIRA 
 
Para de fato fazer a análise de viabilidade econômica e financeira de um 
projeto de investimento existem alguns métodos a serem aplicados nas 
projeções de fluxo de caixa realizadas. 
Entre os principais métodos estão o payback descontado, o valor 
presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR e TIRM). 
Na aplicação dos métodos de análise de viabilidade econômica é utilizada 
uma taxa que servirá para fins de comparação e também para trazer a valor 
presente fluxos de caixa futuros. Essa taxa é a TMA – Taxa Mínima de 
Atratividade. 
Normalmente a TMA a ser utilizada em na análise de um projeto de 
investimento é calculada com base no custo de capital da empresa, ou seja o 
custo da empresa ter recursos próprios (retorno exigido pelos sócios ou 
acionistas) e de terceiros (dívidas) circulando dentro de sua estrutura 
patrimonial. 
A TMA também pode representar o status quo, ou seja, manter os 
recursos aplicados no projeto atual ou em uma aplicação financeira livre de risco, 
por exemplo. 
 
 
44 
 
 
12. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE NO ESTUDO DE VIABILIDADE 
 
O estudo de viabilidade econômica seria muito mais fácil se na prática não 
houvessem tantos fatores que podem impactar positiva ou negativamente a 
projeção de fluxos de caixa de um projeto de investimento. 
Devido aos riscos e incertezas do mundo real, é preciso considerar 
diferentes cenários antes de tomar qualquer decisão estratégica de aceitação ou 
rejeição de um projeto. 
A análise de sensibilidade representa uma forma de levar em conta a 
incerteza no estudo de viabilidade. Não há uma metodologia específica e comum 
na literatura para tal tipo de análise, mas o importante é compreender a ideal 
conceitual da análise de sensibilidade de trabalhar com diferentes cenários. 
Casarotto (2016) afirma: 
A análise do retorno a diferentes taxas de reaplicação, por meio do cálculo 
da TIRM, é o primeiro ponto importante da análise de sensibilidade. Existem, 
porém, outros fatores importantes a serem considerados. Com a globalização da 
economia, uma variável importante é a sensibilidade do projeto a variações 
cambiais. Matérias-primas e produtos sendo comercializados de e para vários 
países exigem projetos consistentes e resistentes a variações cambiais. 
A criação de cenários deve considerar variações em fatores críticos para 
a execução prática de um projeto, como a inflação, preço de insumos ou matérias 
primas, variação cambial, salário e mão de obra, demanda de mercado, questões 
culturais, entre outros fatores. Esses fatores impactam nas receitas, nos custos 
ou nas despesas. 
Uma dica é trabalhar com cenários com o impacto isolado de cada 
variável. Assim é possível identificar os fatores que são mais críticos para 
inviabilizar um projeto. Se possível, esses fatores podem ser trabalhados e seu 
impacto reduzido. Porém, se são questões exógenas, fora de controle do 
tomador de decisão – como a inflação do país, por exemplo –, então a análise 
de sensibilidade pode reforçar a ideia de rejeitar o projeto em questão. 
45 
 
 
13. QUANDO FAZER O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA 
E FINANCEIRA 
 
Como o próprio nome sugere, o Estudo de Viabilidade Econômica e 
Financeira deve ser feito sempre que houver um projeto em fase de 
avaliação. Ele pode ser uma ação estratégica de expansão da empresa, a 
abertura de uma nova empresa, um investimento em um novo empreendimento, 
maquinário etc. É um estudo essencial em um planejamento empresarial. 
Quando o empreendedor solicita um estudo de viabilidade, ele está 
dirimindo seu risco de colocar tempo e dinheiro em um projeto que não trará o 
retorno esperado. 
Além de canalizar seus esforços para projetos mais próximos da 
estratégia individual de investimento, essa análise permite também fazer uma 
comparação entre o retorno que será obtido em diferentes projetos. Sendo 
assim, representa uma análise muito estratégica para gestores que precisam 
decidir qual projeto será colocado em prática com determinado orçamento. 
Existem diversas formas para analisar a viabilidade econômica e 
financeira de um projeto, cada uma com suas vantagens e particularidades. 
Entretanto, em toda análise desse tipo, existem alguns pontos comuns que 
devem ser observados. Portanto, para encontrá-los, é preciso ter em mente 
algumas questões básicas: 
o Quanto capital é necessário para aportar no projeto? 
o Em qual atividade esse capital será investido? 
o Qual é necessidade de caixa que o projeto irá demandar quando 
estiver operando? 
o Quais são as despesas e receitas esperados para o projeto no 
futuro, em curto, médio e longo prazo? 
o Quanto será o rendimento do capital investido? 
o Qual a rentabilidade de outras alternativas com risco igual o menor 
do projeto? 
o Quando o projeto espera superar seus custos e começar a lucrar 
(breakeven)? 
46 
 
 
14. CONLUSÃO 
 
Pensar em iniciar um projeto, ampliar a empresa ou começar um novo 
negócio é pensar em lucros, despesas e retorno de investimento. Como você 
sabe, não tem como pensar em tudo isso ao acaso. É necessário muita análise, 
daquelas com números e projeções. É aí que entra o Estudo de Viabilidade 
Econômica e Financeira. 
Esse estudo serve como ferramenta para empresários e gestores 
analisarem os aspectos positivos e negativos de um projeto, a fim de tomar 
decisões. As decisões podem ser tanto para dar continuidade quanto para 
corrigir algo que atrapalha em sua viabilidade. 
Para que se realize a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira é 
preciso fazer a projeção de receitas, custos, investimentos e analisar indicadores 
(ROI, ROE, VPL, TIR e Payback). Entram também na jogada as análises de 
Custo de Oportunidade e Ponto de Equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
15. REFERÊNCIAS 
 
CAMARGO; Renata Freitas de. Estudo de Viabilidade Econômica e 
Financeira de projetos: como a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira 
contribui para manter as surpresas longe de seu negócio. Publicado dia 11 de 
fevereiro de 2017. Acessado em: 03 de agosto de 2020. Disponível 
em:<https://www.treasy.com.br/blog/estudo-de-viabilidade-economica-e-financ 
eira-de-projetos/>. 
KÜHN; Daniela Dias. SOLDERA; Denis. Indicadores de viabilidade 
financeira: considerações sobre instrumentos de análise. Acessado em: 03 de 
agosto de 2020. Disponível em:<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183 
/185993/001083140.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. 
PRATES; Wlademir Ribeiro. Estudo de viabilidade econômica e financeira 
de um projeto de investimento. 30 de agosto de 2017. Acessado em: 03 de 
agosto de 2020. Disponível em:<https://www.wrprates.com/estudo-de-viabilidade-economica-e-financeira-de-um-projeto-de-investimento/>. 
REIS; Tiago. Por que fazer a análise de viabilidade de um negócio é tão 
importante? Investimentos. 31.12.18. . Acessado em: 03 de agosto de 2020. 
Disponível em:<https://www.sunoresearch.com.br/artigos/analise-de-
viabilidade/>. 
UEDA; Renan Mitsuo. Análise de viabilidade econômico-financeira de um 
empreendimento do setor alimentício com o uso de técnicas determinísticas. 
XXXVII Encontro nacional de engenharia de produção. Acessado em: 03 de 
agosto de 2020. Disponível 
em:<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_240_390_31887.pdf>.

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