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1 VIABILIDADE ECONÔMICA – FINANCEIRA DE PROJETOS 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 4 1.1- METODOLOGIA ...................................................................... 6 2. VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE PROJETOS ... 7 3. ALGUNS INDICADORES DE VIABILIDADE ECONÔMICA ........ 9 3.1- PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO E PRODUTIVO ...... 10 3.2- FLUXO DE CAIXA ................................................................. 13 3.3- VALOR PRESENTE LÍQUIDO ............................................... 16 3.4- TAXA INTERNA DE RETORNO ............................................ 19 3.5- PAYBACK .............................................................................. 21 3.6- ANALISE DE INVESTIMENTOS ............................................ 27 4. A AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO COMO FERRAMENTA E APOIO AO PROCESSO DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE DA ATIVIDADE ................................................ 28 5. MÉTODOS/ TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE INVESTIMENTOS......................................................................................... 30 6. VANTAGENS/ DESVANTAGENS ............................................. 34 7. COMO REALIZAR UMA ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA ...................................................................... 35 FAZER UMA PROJEÇÃO DE CUSTOS E INVESTIMENTOS .. 36 ANÁLISE DE INDICADORES ................................................... 37 8. O USO DA TIRM PARA ESTIMAR O RETORNO DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO ................................................................... 39 9. SOBRE O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA ................................................................................................ 40 10. RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS NA ANÁLISE DE VIABILIDADE ................................................................................................ 41 11. MÉTODOS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA ................................................................................................ 43 12. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE NO ESTUDO DE VIABILIDADE 44 2 13. QUANDO FAZER O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA ................................................................................................ 45 14. CONLUSÃO .............................................................................. 46 15. REFERÊNCIAS ......................................................................... 47 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 1. INTRODUÇÃO Durante a realização de suas atividades diárias, os gestores financeiros das empresas podem deparar-se com a necessidade de realizar estudos sobre a viabilidade econômica de um projeto de investimento. Para tal, podem efetuar o estudo ou repassar a atividade para empresas especializadas nessa tarefa. De qualquer forma, a importância de ser executada a análise de viabilidade está em auxiliar o tomador de decisões no desenho de cenários que facilitarão a visualização das possibilidades de sucesso ou de fracasso de um empreendimento. Dentro da contextualização de cenários futuros Martins (2001, p. 329) comenta que “o método dos cenários supõe que as ações de uma empresa desenvolvem-se em condições de risco, porém inseridas em ambientes conjunturais passíveis de previsão”. Os dados matemáticos obtidos durante o processo de análise darão ao analista informações que ele poderá interpretar segundo os interesses que estiverem em questão. Os investimentos, geralmente, não são planejados isoladamente e devem estar vinculados ao planejamento estratégico das organizações. Como afirma Braga (1995, p. 277), “a importância dessas decisões requer um processo específico para determinar onde, quando e quanto investir”. Imagine o seguinte: você precisa avaliar a viabilidade de um projeto que a equipe de desenvolvimento de produtos trouxe como sugestão. Sua empresa também pensa em expansão e é hora de dar um parecer sobre isso. Indo além, tem aquelas outras atividades rotineiras e você não sabe ao certo por onde começar. A análise de forças, ameaças, fraquezas e oportunidades ajuda a avaliar a situação atual da empresa. Esta análise é extremamente útil, mas não dá um panorama se o projeto ou a expansão planejada terão capacidade de triunfar. Para isso, é necessário fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira. 5 Com o resultado do estudo em mãos teremos as ferramentas necessárias para avaliar se daremos continuidade aos projetos, se eles precisam de ajustes ou se são totalmente inviáveis. Isso tudo é possível porque com a Análise Econômica de Viabilidade Financeira tem-se uma projeção do retorno de investimento esperado para o projeto. Dessa maneira, sua empresa não corre o risco de dar andamento em um projeto para perceber, na metade, que terá somente prejuízos. Como falamos no início, queremos dar uma mãozinha a você na avaliação de seus projetos. Por isso, vamos entender como funciona o tal do Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira e como ele pode ser aplicado, na sua função. 6 1.1- METODOLOGIA Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de pesquisa bibliográfica e descritiva, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. Segundo Gil, a pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. Entende-se por pesquisa bibliográfica, a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes. Outro método utilizado foi à metodologia de ensino Waldorf, esta metodologia é uma abordagem desenvolvida pelo filósofo Rudolf Steiner. Ele acreditava que a educação deve permitir o desenvolvimento harmônico do aluno, estimulando nele a clareza do raciocínio, equilíbrio emocional e a proatividade. O ensino deve contemplar aspectos físicos, emocionais e intelectuais do estudante. A pesquisa é descritiva, de campo e histórica, apoiada em técnicas de análise documental sobre a legislação e os planos de ensino obtidos, bibliográfica (MALHOTRA,2006; COOPER; SCHINDLER, 2003; VERGARA, 2003; LUNA, 2002), e de análise de conteúdo (BARDIN, 2004). O planejamento e a revisão da literatura ocorreram durante o segundo semestre de 2007; a coleta dos dados, a análise e a apresentação dos resultados ocorreu durante 2008. Ainda para a construção deste, foi utilizado a etnometodologia, pela fenomenologia e pelo legado de Wittgenstein, além de alguns elementos marxistas e outros pensamentos mais contemporâneos, como os desenvolvidos por Pierre Bourdieu e Anthony Giddens. Segundo Nicolini, Gherardi e Yanow (2003) a noção de prática, na sua essência filosófica, está baseada em quatro grandes áreas do saber - na tradição 7 marxista, na fenomenologia, no interacionismo simbólico e no legado de Wittgenstein, das quais podem ser citados fenômenos como: conhecimento, significado, atividade humana, poder, linguagem, organizações, transformações históricas e tecnológicas, que assumem lugar e são componentes do campo das práticas para aqueles que delas compartilham. Com tudo, o intuito deste modelo é possibilitar os estudos e contribuir para a aprendizagem de forma eficaz, clara e objetiva. 2. VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE PROJETOS Vamos trabalhar este tópico com duas perguntas. A primeira é: quando fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira? Imagine que você esteja pensando em abrir um negócio ou em expandi-lo. Não tem como simplesmente começar algo sem antes entender o mercado e/ou verificar se o projeto em questão trará retornos financeiros. Agora, separe esse parágrafo e vamos partir para a segunda pergunta: por que fazer um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira? Bom, suponhamos que esteja na hora de expandir seu negócio. Será esta análise que dará a você possibilidade de fazer projeções e visualizar, em números, o real potencial de retorno de investimento que essa ampliação trará. Com a informação em mãos será possível decidir se o projeto toca pra frente ou se é engavetado. Então, não tem muito o que falar sobre a teoria, pois a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira verifica se os investimentos a serem realizados são viáveis tanto em termos econômicos quanto financeiros. Como cada um de nós carrega suas opiniões, muitas vezes (infelizmente) acabamos tomando decisões baseadas em poucos critérios, ou nos critérios errados. O resultado é que acabamos por comprometer um projeto que poderia ser melhor trabalhado. Imagine agora um projeto que melhorará a qualidade de um produto mas aumentará seu custo. Ou um outro que, ao contrário, diminuirá o custo e 8 interferirá na qualidade do produto. Ambas as situações são inviáveis e é aí que entra o principal motivo para você entender sobre o assunto: O Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira mune o empresário com informações baseadas em diversos critérios que, analisados em conjunto, permitem que decisões sejam tomadas com total clareza. Ao invés de ir fundo em um projeto, cruzar os dedos e torcer que o melhor aconteça, um estudo de viabilidade permite que gestores e empresários analisem criteriosamente os aspectos positivos e negativos de um projeto. Assim, dinheiro e tempo não são desperdiçados. Um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira identifica os benefícios esperados em um investimento a fim de verificar sua viabilidade de implementação. Antes de continuarmos, que tal dar uma destrinchada no conceito? Sabe aquela situação em que você coloca a ideia no papel e vem a sensação de “Eureka” na cabeça? Tudo parece perfeito, mas aí você descobre que economicamente ela não é nada viável. E se o propósito de todo negócio é gerar lucro, uma luz vermelha se acende e você já sabe que não dá para levar o projeto adiante. Assim, um Estudo de Viabilidade Econômica tem como objetivo analisar os custos e benefícios do projeto. No caso do nosso exemplo no 9 parágrafo anterior, o estudo da viabilidade econômica permite analisar se uma revisão do projeto pode mudar seu status de inviável para viável. Além disso, o estudo garante aos gestores que somente projetos rentáveis seguirão seu curso. Para realizá-lo, é feita uma análise dos custos e benefícios de um projeto. Um Estudo de Viabilidade Financeira tem como objetivo estimar o total de investimento necessário para colocar o projeto em prática. Para isso, ele considera diversos fatores, como capital inicial, despesas, receitas, rendimentos e desembolsos de investidores. A análise pode ser focada em um projeto particular, uma determinada área, ou em um grupo de projetos. Caso o propósito seja iniciar um negócio ou atrair novos investidores, o Estudo de Viabilidade Financeira será uma verdadeira mão na roda. Nesse caso, deverá incluir: Requisitos para o capital inicial, Fontes para o capital inicial, Retornos estimados aos Investidores. 3. ALGUNS INDICADORES DE VIABILIDADE ECONÔMICA Diversos são os instrumentos de avaliação e análise financeira. Com o passar do tempo e com o aperfeiçoamento das tecnologias de informação e comunicação, existem vários métodos e softwares capazes de auxiliar os gestores de todas as áreas da produção e da prestação de serviços. Aqui serão apresentados alguns indicadores que podem ser calculados a partir de uma quantidade relativamente pequena de dados. 10 3.1- PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO E PRODUTIVO O primeiro instrumento é o ponto de equilíbrio. Ele representa o valor ou a quantidade de vendas que a agroindústria precisa atingir para que a receita se iguale aos custos e despesas totais. Em outras palavras, é o faturamento mínimo necessário para que todos os custos e as despesas (fixos e variáveis) sejam cobertos, de modo a atingir o equilíbrio financeiro da atividade. É o momento em que não há prejuízo e nem lucro (PADOVEZE, 2005). Antes desse ponto, ocorreria prejuízo; após a produção, começa a haver lucro. Conhecer o ponto de equilíbrio, portanto, permite estimar a meta de vendas mínima para que a atividade dê lucro e satisfaça as necessidades da família. Na determinação das metas de uma empresa rural, a margem de segurança se equivale às unidades produzidas e vendidas acima do ponto de equilíbrio. Além disso, ajuda estimar o preço de venda necessário para atingir tais metas, bem como a possibilidade de conceder descontos ou promoções em épocas específicas. Esse ponto indica o nível de operação necessário para cobrir os custos e gerar o lucro; dessa forma, é possível avaliar as possibilidades de ganhos/lucros, considerando determinado volume de investimento e produção, a partir do reconhecimento de um preço de mercado. A Figura 02 apresenta graficamente a dinâmica de análise em relação ao Ponto de Equilíbrio. 11 Para calcular o ponto de equilíbrio, é necessário obter a margem de contribuição. Esse é o índice que revela a margem bruta obtida com as vendas dos produtos. Significa o lucro variável, pois é a diferença entre o preço de venda unitário do produto ou serviço e os custos e despesas variáveis por unidade de produto ou serviço (SILVA, 2004). É, portanto, o quanto sobra para a agroindústria cobrir os custos fixos e obter lucro. O cálculo do ponto de equilíbrio depende também da identificação ...... 47 dos custos fixos, dos custos variáveis e da comparação desses custos com o total de receita, o faturamento, referente à venda do produto que pode ser obtido a partir da multiplicação do preço do produto pela quantidade vendida. A receita menos os custos variáveis identificam, dessa forma, a referida margem de contribuição. Assim, o ponto de equilíbrio financeiro identifica o faturamento mínimo para que a empresa não opere em prejuízo e o ponto de equilíbrio indica a quantidade mínima de produto que precisa ser vendido para que o prejuízo seja evitado. 12Tome-se o seguinte exemplo: considerando que a empresa AgroinY vende 1.000 produtos a R$ 5,00 e que opera com um custo fixo de R$2.000,00 e com um total de custos variáveis de R$ 1.000,00, qual seria o ponto de equilíbrio financeiro e o ponto de equilíbrio produtivo? A princípio é preciso identificar a margem de contribuição (receita - custos variáveis). No exemplo, R$ 5.000 - R$ 1.000 que representa R$ 4.000. Em termos percentuais, pode-se considerar que a margem de contribuição do produto é de 80% (4.000/5. 000 = 0,80). O PEF será representado por R$2.000/0,8 que representa um total de R$ 2.500,00 e o PED será identificada a partir da relação R$ 2.500,00/ R$5,00, sendo identificado em 500. Ou seja: isso significa que para que a empresa não opere em prejuízo ela precisa vender no mínimo 500,00 ao preço de mercado (R$ 5,00). Em relação ao PEF e ao PED é preciso comentar que sua principal limitação envolve a aferição adequada dos custos envolvidos na produção. Se a estrutura de custos não estiver devidamente mensurada, o indicador pode ser subestimado ou superestimado, o que leva a tomada de decisões equivocadas. Se o PED apresentar um número não inteiro, a produção deverá ter escala mínima de o número calculado mais um (por exemplo, 233, 35 produtos para o início da operação em ambiente de lucro, devem ser vendidos 234 produtos). O ponto de equilíbrio é um indicador estático, ou seja, representa uma fotografia da estrutura de custos em relação aos preços de mercado em um determinado tempo. Dessa forma, precisa ser constantemente atualizado, tanto quando ocorrem alterações dos preços de matérias-prima e fatores produtivos, 13 como quando há ocorrência de variações de preço no próprio mercado do produto em análise. 3.2- FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa é um dos principais instrumentos da análise de viabilidade de uma atividade, pois demonstra a projeção de entradas e saídas de recursos financeiros num determinado período de tempo. É possível prever a necessidade de captar recursos ou de aplicar as sobras obtidas, bem como prognosticar se os desembolsos futuros poderão ser efetuados nas datas previstas, fornecendo, assim, estimativas de situações futuras e permitindo ações contingenciais quando necessárias (SILVA, 2001). De acordo com Weston e Brighan (2000), o fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período. É com base nisso que o gestor deverá saber se, numa determinada data futura, terá saldo para honrar uma obrigação com terceiros. Em outras palavras, a correta utilização do “orçamento de caixa e da projeção de fluxo de caixa é muito importante, pois quanto melhor for a previsibilidade melhor será a maximização dos recursos financeiros.” (HOJI, 2003, p 162). Nesse caso, alcançar a rentabilidade e evitar os problemas de solvência são objetivos que qualquer empresa busca, independentemente do porte e ramo de atividade com o auxílio do instrumento financeiro do fluxo de caixa. O fluxo de caixa é um dos mais simples e mais importantes elementos de reconhecimento de custos e recebimentos. Tanto do ponto de vista pessoal como do da administração de qualquer tipo de empreendimento, é fundamental reconhecer o volume e a periodicidade dos recursos financeiros. A representação mais comum do fluxo de caixa envolve o apontamento dos recebimentos como setas apontadas para cima e dos pagamentos como setas apontadas para baixo. A Figura 03 apresenta um exemplo desse tipo de 14 representação para um investimento de 3.000 com ganho de 30 no período inicial e ganhos positivos consecutivos até o quarto período em que há um ganho de 2.000. O fluxo de caixa também pode ser organizado com a utilização de uma planilha simples, como a representada na Figura 04. Quanto mais detalhada for à especificação do fluxo de caixa, melhor a qualidade do registro e melhor será a tomada de decisão dos gestores a partir dessa percepção. Para que o fluxo de caixa seja um bom instrumento de gestão financeira, é importante que os registros sejam realizados com cuidado e atenção, bem como com assiduidade. Esses registros identificam, em termos monetários, a sazonalidade das entradas e saídas e são fundamentais para o controle e acompanhamento das atividades das organizações agroindustriais. 15 Como calcular o fluxo de caixa O primeiro passo para calcular o fluxo de caixa é ter absolutamente todas as receitas e despesas anotadas. Mesmo aquelas pequenas, que parecem ser sem importância. Em seguida, será preciso somar todas as receitas, que geralmente são provenientes das operações que a empresa realiza (vendas de produtos e serviços) e dos investimentos que a empresa recebe. O próximo passo será somar todos os gastos que a empresa teve no mesmo período. Esses valores são provenientes dos gastos operacionais (aluguel, compra de matéria-prima, salários de funcionários, por exemplo), pagamentos de impostos, dividendos, compra de equipamentos, dentre outros. Para o cálculo, é fundamental que seja utilizado o mesmo período para a soma das receitas e dos gastos. Em seguida, basta subtrair do valor obtido de receita o valor obtido das despesas: cálculo operacional = receitas – despesas Como controlar o fluxo de caixa Empresas que mantém um bom controle de fluxo de caixa podem realizar investimentos tranquilamente e ainda conseguir se planejar para o futuro, como buscar linhas de créditos para a sua empresa. Veja a seguir algumas dicas para manter o controle do seu fluxo de caixa: Saldo inicial A primeira coisa que deve ser feita é saber exatamente quanto a empresa tem disponível em caixa. Para isso, basta somar o saldo de todas as contas bancárias que a empresa possui. Anote as entradas e saídas de dinheiro Em seguida, será necessário anotar todas as receitas e os gastos que a empresa teve. Esse controle pode ser feito em uma planilha diária, semanal ou até mesmo mensal. O mais importante é não esquecer de anotar os gastos. 16 Vale lembrar que pagamentos parcelados devem aparecer neste controle. Assim fica ainda mais fácil ter uma boa projeção de fluxo de caixa. Calcule o saldo operacional Uma vez que as receitas e despesas são conhecidas, será possível fazer o cálculo do saldo operacional da sua empresa. Calcule o saldo do período E por fim, faça o cálculo do saldo final do período. Isso significa subtrair o valor do saldo operacional do saldo inicial. 3.3- VALOR PRESENTE LÍQUIDO Valor Presente Líquido (VPL) considera o valor do investimento no tempo. A análise por meio do VPL tem como finalidade medir o valor presente dos fluxos de caixa futuros gerados pela atividade ao longo de um tempo determinado. No caso da abertura de uma nova agroindústria, ocasião em que é realizado um desembolso inicial, o VPL indica o valor presente líquido do investimento (SAMANEZ, 2005). O VPL desconta os fluxos de caixa para o instante zero a uma taxa especificada. Essa taxa, frequentemente chamada de taxa de desconto, custo de oportunidade, custo de capital ou taxa mínima de atratividade (TMA) refere- se ao retorno mínimo que o investimento deverá produzir para ser atraente. Basicamente, se o VPL for maior que zero, se aceita o projeto; se o VPL for menor que zero, rejeita-se o projeto (HOJI, 2003). A fórmula que representa o VPL é constituída como um somatório, conforme a identificação dos termos a seguir: 17 Em que: FC = indica o fluxo de caixa do período n= tempo total do projeto, período total de avaliação do investimento i = taxa mínima de atratividade (conhecida também como TMA) t = período (em anos ou meses). Os elementos i e t, representam a relação do dinheiro com a passagem do tempo; nessesentido, o i pode ser representado, por exemplo, pela taxa de algum rendimento no sistema financeiro (por exemplo, a poupança). Portanto, em caso de um VPL negativo, seria mais vantajoso manter o dinheiro no sistema financeiro ao invés de realizar o investimento. Dessa forma, é possível comparar vários projetos com fluxos de caixa diferenciados, evidenciando a possibilidade de análise em relação ao custo de oportunidade dos investimentos. Os projetos podem ser comparados tanto em relação aos fluxos como em relação às TMA. O VPL permite a identificação de uma relação direta entre a análise de investimento e o ambiente econômico de determinado país. Se considerarmos, por exemplo, a TMA, como aquela vigente no sistema financeiro para a remuneração de poupança, pode-se perceber que quanto maior a taxa de juros, menor a probabilidade de o investimento ter VPL positivo e maior a chance do recurso financeiro manter-se no sistema financeiro. Por outro lado, esforços monetários de governos no sentido de reduzir as taxas de juros vigentes em determinadas economias levariam a uma viabilidade maior da realização dos investimentos, quanto pensamos na avaliação via VPL. O exemplo representado na Figura 05 identifica a comparação de dois projetos, a partir de fluxos de caixa diferentes, submetidos a uma mesma taxa de atratividade (5%) ao período. Verifique que um fluxo tem VPL positivo e outro negativo, de modo que a tomada 18 de decisão, do ponto de vista da análise desse indicador, tenderia a implantação do projeto que apresenta o fluxo de caixa A. Considerando o VPL como o método de escolha em relação ao projeto que deve ser realizado, a partir da identificação do seu fluxo de caixa, podese evidenciar que o VPL positivo é sempre preferível em relação ao negativo (o que representa que o projeto não é atrativo, dada a taxa de juros vigente no sistema financeiro). Na escolha entre dois fluxos positivos (que, portanto, evidenciam a realização do lucro), deve-se escolher aquele que for maior, considerando apenas a análise desse indicador quantitativo. 19 3.4- TAXA INTERNA DE RETORNO Segundo Ross et al. (2003), a taxa interna de retorno (TIR) de um fluxo de caixa é a taxa de juros necessária para que o valor presente líquido seja nulo, sendo considerada uma taxa intrínseca ao projeto, pois depende apenas das entradas e saídas de caixa estimadas. Seu cálculo é feito da seguinte maneira: Taxa Interna de Retorno (TIR) é o indicador relacionado ao rendimento da atividade em um determinado período de tempo. Em outras palavras, é ataxa de retorno do investimento proporcionada pela agroindústria em relação às alternativas de investimento. Desse modo, se a TIR de uma agroindústria for menor que a taxa de retorno de outros investimentos (em poupança, por exemplo) o projeto não apresenta rentabilidade suficiente para remunerar o investimento despendido. Ou seja: se a taxa interna de retorno (TIR) for maior que a taxa mínima de atratividade ou custo de capital, aceitase o projeto. Se a TIR for menor, rejeita- se o projeto. Isso significa que a empresa estará obtendo, ao menos, a taxa requerida de retorno (HOJI, 2003). A TIR deriva diretamente do VPL, a partir do cálculo do VPL se obtém a TIR. Quanto maior a TIR, maior a viabilidade de realização do projeto em análise. Quando a TIR for negativa, o projeto é inviável do ponto de vista econômico financeiro, ou seja, seria preciso alterar o volume de investimento ou o tempo de retorno. A Figura 06 apresenta um exemplo de análise com fluxo de caixa que apresenta VPL e TIR. 20 Calculadoras financeiras, como a HP12c, possuem funções de cálculo de VPL e TIR a partir do registro de entrada do fluxo de caixa. As planilhas eletrônicas, comumente instaladas em nossos computadores pessoais, também possuem funções específicas para o cálculo desses indicadores, a partir da simples digitação do fluxo de caixa. 21 3.5- PAYBACK Payback indica o tempo necessário para que a atividade retorne o valor investido. Esse é um dos principais indicadores utilizados pelos investidores, pois quanto menor o tempo de retorno do investimento, menores serão os riscos e melhor será a liquidez do investimento (SILVA, 2004; HOJI, 2003). É um instrumento bastante importante para o planejamento da execução financeira, uma vez que representa elemento importante para a tomada de decisão em relação à estratégia financeira da empresa/agroindústria. Existem dois tipos de payback, o simples e o descontado. O simples calcula o tempo de retorno sem levar em consideração a diferença do valor do dinheiro ao longo do tempo; o descontado atualiza os valores do investimento a cada período em relação ao fluxo de caixa, considerando a taxa de atratividade. O payback descontado é o instrumento que melhor permite a avaliação do tempo de retorno, uma vez que leva em consideração a atualização dos valores monetários ocorridos ao longo do fluxo de caixa (portanto, em períodos diferentes). A Figura 07 identifica a relação entre o payback simples e o payback descontado. 22 23 Como Calcular o PayBack Simples? Ex: O departamento de Engenharia de uma montadora de carros está em busca de redução de custo na fabricação do capô de um de seus modelos. Após muita pesquisa, o departamento de engenharia encontrou no mercado uma prensa de alto desempenho que irá reduzir em 10% o custo da fabricação do capô. Sabendo que cada capô tem um custo de R$ 300,00 cada e que são produzidas 20 mil peças mês, qual seria o PayBack (Retorno do Investimento) sabendo que o investimento para a aquisição da nova prensa vai custar R$ 2,5 Milhões? Analisando os Dados: Custo atual do Capô = R$ 300,00 Redução de Custo (Nova Prensa) = 300,00 – 10% = 270 Saving (Economia) por peça =300 – 270 = R$30,00 Investimento nova prensa = R$ 2.500.000,00 Quantidade Média Produzida Mês = 20.000 Units Quantidade Média Produzida Ano = 240.000 Units 24 Para calcular o Payback em meses ou anos, basta dividir o numero de peças necessárias para pagar o investimento, pelo numero estimado de peças a produzir no período. Veja abaixo: 1 – Quantidade Média Produção Mês = 20.000 Units Payback Mês = 83.333 / 20.000 = 4,16 Meses para o Retorno do Investimento 2 – Quantidade Média Produção Ano = 240.000 Units Payback Ano = 83.333 / 240.000 = 0,347 Ano (4,16 Meses) para o Retorno do Investimento Vantagens do Método PayBack O fato de ser bastante simples na sua forma de cálculo e de fácil compreensão; Fornece uma ideia do grau de liquidez e de risco do projeto; Em tempo de grande instabilidade e pela razão anterior, a utilização deste método é uma forma de aumentar a segurança dos negócios da empresa; Adequado à avaliação de projetos em contexto de risco elevado; Adequado à avaliação de projetos com vida limitada; 25 Desvantagens do Método PayBack O método do PayBack apresenta o inconveniente de não ter em conta os cash flows gerados depois do ano de recuperação, tornando-se assim, desaconselhável na avaliação de projetos de longa duração. O PayBack valoriza diferentemente os fluxos recebidos em diferentes períodos, mas apenas segundo o critério dualista: antes ou depois do PayBack, sendo indiferente o período em que recebe dentro de cada um destes intervalos. Quando usar o payback descontado Um uso comum do payback descontado é quando uma empresa está projetando uma expansão ou a abertura de uma nova unidade física. Tomemos como exemplo uma loja de vestuário cujos gestores decidem abrir uma segunda unidade. Com base no fluxo de caixa da loja já existente, será possível calcular o payback descontado a partir dessa referência inicial. Imagine, nessecaso, que o investimento inicial seja de R$ 50 mil. Tomando o atual fluxo de caixa como base, sua expectativa é de gerar, por ano, R$ 10 mil de lucro. Temos, então, o período estimado para o payback, que é calculado pela fórmula: Payback = Investimento / Retorno no período Payback = 50.000 / 10.000 Payback = 5 anos. Logo, para receber os R$ 50 mil investidos de volta, serão necessários, no mínimo, 5 anos de atividade da nova loja. Com isso, a gestão é capaz de antecipar resultados e de apresentar propostas mais consistentes ao procurar por investidores. Além disso, evita riscos desnecessários, já que terá uma ideia mais realista de quanto poderá investir. 26 Como calcular o payback descontado Se organizarmos o cálculo feito no tópico anterior em uma planilha, ele ficará assim: Ano Fluxo 0 -50.000 1 10.000 2 10.000 Aqui, você já tem o cálculo do payback considerando o fluxo de caixa, mas é preciso ponderar, como já destacamos, os juros compostos desse capital. Para simplificar, vamos direto à fórmula aplicável, considerando uma taxa de 10% a.a. para o período de um ano: PV = FV/(1 + I)N Nela: PV = valor descontado FV = valor futuro I = taxa de desconto N = período Vamos ao cálculo: PV = 10.000 / (1 + 0,10)1 PV = 9.090,90. Dessa forma, as tabelas confrontadas dos paybacks simples e descontado ficam assim: Payback Simples: Ano Fluxo 0 -50.000 1 10.000 27 2 10.000 Payback Descontado: Ano Fluxo 0 -50.000 1 9.090.90 2 8.181,81 Prós e contras do payback descontado A vantagem do payback descontado é fornecer, como já destacamos, um quadro mais realista a respeito do retorno de um investimento. Contudo, dependendo do caso, seu cálculo pode se tornar mais complexo, já que diversos fatores podem influenciar na performance operacional e, assim, no fluxo de caixa. Dessa forma, ele deve ser utilizado com outras ferramentas para avaliação de riscos, como o TIR, a Taxa Interna de Retorno e a TMA, a Taxa Mínima de Atratividade. 3.6- ANALISE DE INVESTIMENTOS Analisar investimentos é crucial para garantir o sucesso de qualquer negócio, neste contexto Lizote, Andrade, et al. (2014) definem análise de investimento como a aplicação de recursos escassos tendo em vista a lucratividade futura. Fundamentando este conceito Netto (2011) explica que um dos critérios de maior relevância ao tratar de análise de investimento é a questão do retorno financeiro, pois este deve ser o maior possível para viabilizar o capital investido. 28 As decisões de capital são consideradas alicerces fundamentais para as organizações devido à relevância destas decisões, que são capazes de alavancar o crescimento da empresa ou comprometer seriamente sua saúde financeira (GALLON, SILVA, et al., 2006). Considerando este contexto Santos e Vasan (2014) julgam indispensável a escolha de métodos de avaliação de investimentos como a TIR, TMA, PayBack e o VPL, ferramentas que possibilitam a otimização do capital em busca do retorno esperado, com um período de tempo reduzido e risco mínimo. 4. A AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO COMO FERRAMENTA E APOIO AO PROCESSO DE PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E CONTROLE DA ATIVIDADE Qualquer atividade, por mais simples que seja, exige recursos, quer sejam monetários, humanos, materiais, tecnológicos, etc. “Os gestores, ao alocar recursos, devem ter a consciência de que qualquer tipo de recurso obtido tem um custo e, caso não proporcionem retorno, estarão descapitalizando a entidade, já que ela vai ter que remunerar os financiadores em algum momento.” (FREZATTI, 2008, p. 22) Portanto, Frezatti (2008) afirma que tais recursos devem ser incorporados à organização por meio dos projetos de investimento e que tais projetos deverão ser acompanhados durante todo seu ciclo, até o momento da recuperação do investimento e o retorno ao investidor. Frezatti (2008) salienta ainda que a estruturação do empreendimento passa por vários ciclos que precisam ser entendidos, com o intuito de medir os impactos de seu gerenciamento, bem como perceber a relação dos vários ciclos. É importante salientar que no ciclo de planejamento, conforme exposto por Frezatti (2008), o tripé de informações (gasto, tempo e especificações) deve ser avaliado e em consequência dessa avaliação serão desenvolvidas projeções econômico-financeiras. Projeção essa que será realizada através da elaboração 29 da demonstração do resultado do exercício, balanço patrimonial e demonstração do fluxo de caixa. Frezatti (2008) afirma ainda, que dependendo da complexidade do projeto, a projeção desses demonstrativos é essencial para que seja possível esquematizar as informações monetárias de maneira consistente. Para Assaf Neto e Lima (2009) um processo de avaliação de investimentos se constitui basicamente do estudo dos seguintes aspectos: dimensionamento dos resultados de caixa gerado, avaliação econômica dos fluxos de caixa, definição e aplicação da taxa de retorno exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas) e introdução do risco no processo de avaliação. Bruni e Famá (2007), por sua vez salientam que o processo de avaliação envolve três etapas distintas: projeção de fluxo de caixa, cálculo do custo de capital e aplicação de técnicas de avaliação. Hoji (2010) destaca que as organizações ao iniciarem um projeto de investimentos necessitam de informações que subsidiem suas decisões. Para dar suporte às decisões de investimento, as análises de viabilidade econômica devem ser feitas com métodos e critérios que demonstrem com bastante clareza os retornos sobre os investimentos, considerando os níveis de risco assumidos. Nesse contexto as simulações são muito importantes para analisar a viabilidade econômica dos projetos. (HOJI, 2010, p. 167). A partir dessas justificativas, fica clara a necessidade de se trabalhar com o processo de planejamento dos investimentos e resultados esperados derivados dos mesmos, para que as variáveis externas do investimento analisado, relacionado à questão dos riscos, não gere tomadas de decisões aleatórias, sem nenhum embasamento técnico e acabe por gerar problemas futuros para o desenvolvimento de determinado empreendimento. 30 5. MÉTODOS/ TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE INVESTIMENTOS Diversas são as técnicas de análise de viabilidade econômica de investimentos, contudo todas têm um único objetivo: auxiliar na tomada de decisão de investir ou não no projeto. A decisão de investir é de natureza complexa, porque muitos fatores, inclusive de ordem pessoal, entram em cena. Diante disso, Souza e Clemente (2009) ressaltam que o conhecimento em finanças contribui para a saúde econômico-financeira das empresas. A decisão de se fazer investimento de capital é parte de um processo que envolve a geração e a avaliação das diversas alternativas que atendam às expectativas técnicas dos investimentos. Após relacionadas as alternativas viáveis tecnicamente é que se analisam quais delas são atrativas financeiramente. É nessa última parte que os indicadores gerados auxiliarão o processo decisório. (SOUZA e CLEMENTE, 2008, p. 66) Souza e Clemente (2008) dividem os indicadores de análise em dois grandes grupos: indicadores de rentabilidade do projeto e indicadores associados ao risco do projeto. Na primeira categoria estão o Valor Presente Líquido (VPL), o Valor Presente Líquido anualizado (VPLa), o Índice Benefício/Custo (IBC) e o Retorno Adicional sobre o Investimento (ROIA). Na segunda categoria estão a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Período de Recuperação do Investimento (Payback) e o Ponto de Fisher. Hoji (2010) faz a separação desses indicadores em métodos de avaliação de investimentos econômicos como sendo: Método do Valor Presente Líquido (VPL), Métododo Valor Futuro Líquido (VFL), Método do Valor Uniforme Líquido (VUL), Método da Taxa Interna de Retorno (TIR) e Método do Prazo de Retorno. Para Frezatti (2008) dentro da visão metodológica, existem duas vertentes para a identificação de métodos de avaliação de investimentos: baseados no fluxo de caixa e baseados em resultados econômico-contábeis. 31 A primeira abordagem tem como característica a identificação dos fluxos de caixa do projeto cujos principais instrumentos de avaliação são o Período de Recuperação do Investimento (Payback Simples e Payback Ajustado), a Taxa Interna de Retorno (TIR), a Taxa Interna de Retorno Ajustada (TIRM), o Valor Presente Líquido (VPL) e o Índice de Lucratividade (IL). Já os métodos baseados em resultados econômico-contábeis são aqueles que consideram os impactos econômicos de um projeto, apurados por meio das demonstrações contábeis, e, neste caso, a Taxa Média de Retorno e Valor Econômico Agregado (EVA) são as metodologias mais frequentemente encontradas. Assaf Neto e Lima (2009) classificam os métodos de análise econômica em dois grandes grupos: os que não levam em conta o valor do dinheiro no tempo e os que consideram essa variação por meio do critério do fluxo de caixa descontado. “Em razão do maior rigor conceitual e da importância para as decisões de longo prazo, dá-se atenção preferencial para os métodos que compõem o segundo grupo: Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor Presente Líquido (VPL).” (ASSAF NETO e LIMA, 2009, p. 378). De acordo com Bruni e Famá (2007) as decisões de investimento costumam ser avaliadas com base em dois parâmetros: fluxos de caixa operacionais livres e custo de capital. E para esses autores é através da análise e comparação entre os dois parâmetros que surgem as técnicas de avaliação de investimentos. Técnicas essas que são definidas por: Payback Simples, Payback Descontado, Valor Presente Líquido (VPL), Valor Futuro Líquido (VFL), Valor Uniforme Líquido (VUL), Índice de Lucratividade (IL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM). 32 Observando o Quadro 1 percebe-se que há uma convergência quanto aos métodos de análise do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR). Souza e Clemente (2008), Assaf Neto e Lima (2009), Hoji (2010), Bruni e Famá (2007) e Frezatti (2008) abordam estes métodos e seguem uma mesma tendência de conceituação. Os autores supracitados são unânimes em dizer que o VPL é a técnica mais conhecida e utilizada e é obtido subtraindo os investimentos iniciais de um projeto do valor presente das entradas de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo de oportunidade da empresa ou taxa de mínima atratividade (TMA). A TIR, segundo os autores é a taxa de desconto ou de juros que torna o VPL de um fluxo de caixa igual a zero. Souza e Clemente (2008) e Hoji (2010) complementam que o investimento será economicamente viável se a TIR for superior ao custo de oportunidade da empresa ou TMA. Outra metodologia elencada por todos os autores, com exceção de Souza e Clemente (2008) trata- se do Payback Simples. Ambos definem que este é o tempo necessário para a recuperação do investimento realizado. No entanto, esse método apresenta falhas, pois segundo os autores Assaf Neto e Lima (2009), Bruni e Famá (2007) e Frezatti (2008), essa técnica ignora o efeito do dinheiro no tempo, distorcendo o resultado obtido. Como meio de corrigir essa falha os autores Assaf Neto e Lima (2009), Bruni e Famá (2007) e Frezatti (2008) apontam o uso do Payback Descontado. 33 Os procedimentos de cálculo são semelhantes aos aplicados no payback simples, bastando trazer os fluxos de caixa a valor presente aplicando-se determinada taxa de custo de oportunidade ou TMA. Outros métodos, como por exemplo, EVA/ ROIA, IBC, IL entre outros são tratados por um ou outro autor, mas nem por isso menos importantes, pois conforme bem colocado por Hoji (2010) a avaliação de investimento será mais conclusiva se for utilizada a combinação dos diferentes métodos de análise. Quanto a estes merece destaque o IL que tem como especificidade indicar quanto o projeto oferece de retorno para cada unidade investida. Além do IL, outra técnica importante é o ROIA para Souza e Clemente (2008) ou EVA para Frezatti (2008). Souza e Clemente (2008) dizem que o EVA/ ROIA é a melhor estimativa de rentabilidade para um projeto de investimento e Frezatti (2008) expõe que esta é a única metodologia que permite ser utilizada tanto para decidir investimento como para acompanhar desempenho. Corresponde ao que sobra para a empresa, depois da remuneração dos custos de capital de acionistas e credores. 34 6. VANTAGENS/ DESVANTAGENS Estas técnicas/ métodos, segundos os autores Bruni e Famá (2007) e Frezatti (2008) oferecem vantagens e desvantagens que estão elencadas no quadro abaixo: 35 7. COMO REALIZAR UMA ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA Para um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira alguns pontos devem ser observados. Caso você esteja pensando em ampliar a empresa, começar um negócio ou implementar um projeto, é preciso identificar as respostas para as perguntas abaixo: Quais fundos serão utilizados para colocar em prática a ideia? Onde cada um desses fundos serão investidos? Quais são os rendimentos e despesas esperados nos anos futuros? (aqui a análise pode ser feita num período entre 3 e 5 anos) Qual seria o rendimento do capital investido? Qual será o mínimo que a empresa/projeto terá que faturar para superar os custos e começar a lucrar? As questões acima fazem parte da Análise de Viabilidade Econômica e Financeira. Pensando em contribuir um pouco mais, elencamos três passos que devem ser seguidos e que também ajudam a responder as perguntas acima: FAZER UMA PROJEÇÃO DE RECEITAS Para investir dinheiro é preciso pensar em fluxo de caixa. E para pensar em fluxo de caixa temos que planejar as receitas. Todo negócio ou projeto só pode ter um início após ter sido projetado o montante de receita que o empresário espera receber em um determinado tempo. 36 É a partir desta projeção que são realizadas simulações e, por esse motivo, a projeção de receitas é um primeiro passo para o Estudo da Viabilidade Econômica Financeira. A Projeção de Receitas apontará o quê, quanto e quando, conforme a seguir: o No período sendo analisado, quanto a empresa espera faturar? o Há expectativa de crescimento da empresa durante esse período? o Há previsão de investimento nesse período? Se sim, qual o valor? Para que se tenha uma perfeita projeção de receitas é necessário conhecer bem o segmento de atuação e considerar picos de sazonalidade, se houver. FAZER UMA PROJEÇÃO DE CUSTOS E INVESTIMENTOS Já que você analisou as receitas durante um período determinado, logicamente tem que fazer as estimativas de custos e investimentos: quanto de investimento o projeto despenderá? Quais são seus custos operacionais? Basicamente, temos: Despesas Fixas: são as despesas previsíveis e recorrentes, como salários, conta de luz, aluguel, etc. Custos Variáveis: são os custos que variam proporcionalmente com o volume de produção e vendas. Impostos: está iniciando um novo negócio? A dica aqui é verificar com um contador a classificação do empreendimento. Dica: dá uma olhada no nosso artigo Orçamento de Custo de Produção: como projetar as necessidades de Matéria-Prima, Insumos e Mão-de-Obra de sua empresa!. Para quem pensa em iniciar um novo negócio ou para os administradores que ainda sentem certa dificuldade nessas projeções, este artigo é uma luz no fim do túnel. 37 ANÁLISE DE INDICADORES Após projetar as receitas, custos e investimentos,é hora de utilizar indicadores. Digamos que eles darão toda a sustentação para o Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira. Para a Análise, três indicadores são utilizados. o Avaliação de viabilidade utilizando o Valor Presente Líquido (VPL). O VPL é um dos métodos mais conhecidos quando o assunto é análise da viabilidade de projetos de investimento. Ele é o resultado da diferença entre o valor investido e aquele que será resgatado ao fim do investimento, trazidos ao valor presente. Resumidamente, a utilização desse indicador tem o objetivo de saber se um projeto vale mais do que ele custa. Para compreender bem o que é e como este indicador é aplicado, separe um tempinho para o artigo Veja como o Valor Presente Líquido (VPL) ajuda na análise de viabilidade de um investimento. o Priorizando o Payback. Um dos indicadores de desempenho, o Payback (ou período de retorno do investimento) pode ser utilizado tanto por empreendedores iniciando um negócio quanto por gestores que querem implementar uma ideia e precisam saber o tempo de retorno do investimento. Ele funciona como um indicador que mostra quanto tempo o empréstimo ou investimento levará para retornar ao investidor ou à empresa. Desse modo, com análise do fluxo de caixa é possível avaliar a viabilidade de um projeto. 38 Para saber mais sobre o método Payback, anota a dica: Como o método Payback pode ajudar na Análise do Tempo de Retorno do Investimento em Projetos. o Tomada de decisão de acordo com a Taxa Interna de Retorno (TIR). É a taxa de retorno que zera o Valor Presente Líquido e leva em conta o valor do dinheiro no tempo. Além dos indicadores acima, outros dois conceitos têm que ser avaliados: ponto de equilíbrio e custo de oportunidade. Quando os custos de um projeto se igualam às receitas, ou seja, não há lucro e nem prejuízo, dizemos que foi encontrado o ponto de equilíbrio. Esse é o ponto onde será tomada a decisão de continuar ou não o projeto e de pensar nas próximas ações. Aqui entra a pergunta: em qual fase do projeto é estimado o ponto de equilíbrio? O custo de oportunidade mostra o valor da melhor alternativa sacrificada. Para entender melhor, imagine uma loja que vende 20 conjuntos de cortinas por mês. A loja resolveu vender também almofadas e, para isso, alocou um vendedor para essa função. A loja percebeu que com isso passou a vender 17 conjuntos. O custo de oportunidade, então, está nas 3 cortinas que deixaram de ser vendidas. Um dos principais indicadores para analisar o Custo de Oportunidade é o ROE (Return on Equity). Na hora de olhar para o Custo de Oportunidade é fundamental também conhecer sua TMA (Taxa Mínima de Atratividade). É ela que vai ajudar a analisar se vale a pena ou não investir no projeto ou alocar o capital em outra forma de investimento. 39 8. O USO DA TIRM PARA ESTIMAR O RETORNO DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO Uma das principais perguntas que todo gestor sempre quer responder é: qual será o retorno deste projeto? Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, pois existem diversos métodos de cálculos de retorno de um projeto de investimento. Neste sentido, Casarotto (2016) se posiciona no sentido de defender o método da Taxa Interna de Retorno Modificada, a TIRM. A TIRM é uma medida relativa, expressa em percentual e na mesma periodicidade dos fluxos de caixa. Por exemplo: se os fluxos de caixa projetados em um estudo de viabilidade econômica e financeira são anuais, então o resultado do cálculo da TIRM será uma taxa anual. A grande vantagem da TIRM, e este é também um dos argumentos de Casarotto (2016), é o fato de trabalhar bem com qualquer tipo de fluxo de caixa, sejam fluxos convencionais (apenas uma mudança de sinal) ou não convencionais (mais de uma mudança de sinal). No estudo de viabilidade econômica, a TIRM será melhor alternativa que a TIR convencional para estimar o retorno do projeto toda vez que qualquer uma das duas próximas perguntar ter um “não” por resposta: 1. Existe raiz real? 2. Se existe, é possível reaplicar à mesma taxa? 40 9. SOBRE O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA O estudo de viabilidade econômica e financeira de um projeto de investimento consiste em um processo de análise no nível estratégico de uma organização, que irá investigar quais projetos são interessantes que a empresa execute e quais devem ser rejeitados. Casarotto (2016, p. 65) sugere que um estudo de viabilidade econômica siga um plano, que o autor chama de “anteprojeto“, e o define como: “[…] etapa de um empreendimento empresarial que consiste num conjunto de definições de parâmetros necessários à elaboração dos projetos de engenharia – definições essas decorrentes das decisões estratégicas para os negócios da empresa.” Assim como na definição de qualquer planejamento, no estudo de viabilidade econômica de um projeto de investimento é preciso inicialmente definir as perguntas a serem respondidas. Em um ambiente industrial, por exemplo, algumas das questões a serem respondidas na análise de viabilidade são: onde construir uma nova planta? Utilizar os insumos do fornecedor A ou do fornecedor B? Em qual tipo de maquinário investir? Procurar por linha de financiamento ou utilizar capital próprio para uma expansão? Em uma startup, algumas questões a serem respondidas em um estudo de viabilidade econômica são: vale a pena comprar a licença de determinado software ou utilizar um equivalente open source? Estes são exemplos de perguntas típicas que motivam o estudo de viabilidade econômica e financeira no ambiente empresarial. A seguir são discorridos os pontos principais a serem levados em conta neste processo. 41 10. RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS NA ANÁLISE DE VIABILIDADE O primeiro passo para realizar um estudo de viabilidade econômica e financeira é conhecer as receitas da empresa em questão, ou do projeto de investimento que está sendo analisado. Vale frisar que as receitas e despesas a serem projetadas para análises de viabilidade normalmente são feitas utilizando o regime de caixa. A projeção das receitas As receitas, conforme explica Casarotto (2016, p. 161), na maioria dos casos representa o total planejado para ser produzido multiplicado pelo preço de mercado dos produtos. Isso assumindo que o mercado absorverá o montante que será produzido, mantendo o mesmo preço de mercado. A projeção de receitas dentro da análise de viabilidade econômica deve ser flexível, contemplando diversos cenário hipotéticos. Cada cenário conterá diferentes informações sobre o preço dos produtos, quantidade vendida, custos, entre outros. A projeção dos custos e despesas Tão importante quanto a projeção das receitas, é o levantamento dos custos e despesas. Os custos representam os gastos associados à produção, tanto de produto quanto de serviços. Já as despesas são gastos não associados diretamente com o processo de produção, mas que tem por objetivo aumentar a capacidade de geração de receita da organização. Essa, na verdade, dever ser a motivação de qualquer gasto realizado em uma organização. Veja na lista a seguir alguns exemplos de custos e despesas: Projeção dos fluxos de caixa Conhecer a composição do fluxo de caixa da empresa que está sendo analisada é essencial para realizar projeções na análise de viabilidade 42 econômica e financeira. Para isso, é preciso ter em mãos os levantamentos das receitas, custos e despesas envolvidos no processos de produção, conforme já mencionado. O fluxo de caixa de um projeto de investimento representa o saldo de tudo aquilo que entrará menos tudo o que sairá de recursos ao longo da execução do projeto. Fluxo de caixa = Valores a serem recebidos – custos e despesas a serem pagas O fluxo de caixa é apurado pelo regime contábil de caixa – diferentementedo lucro contábil, que é calculado com base no regime de competência. Veja uma discussão mais detalhada no artigo “O que é DRE – Demonstração do Resultado do Exercício”. Casarotto (2016) explica que “com base nas projeções de resultados e nas projeções de amortizações de financiamentos, podem-se projetar os fluxos de caixa para o empreendimento e para o acionista”. O autor ainda recomenda que as projeções sejam trabalhadas de forma que os regimes de caixa e competência sejam unificados. Para se chegar ao saldo projetado para cada período no estudo de viabilidade econômica e financeira, Casarotto (2016, p. 161) propõe o seguinte modelo: (–) Investimento + Valor residual = Investimento do empreendimento + Liberação do financiamento = Investimento do empresário + Receitas líquidas (–) Custos e despesas (–) Depreciações e amortização de despesas pré-operacionais (–) Juros do financiamento = Lucro antes do Imposto de Renda (–) Imposto de Renda 43 = Lucro líquido + Depreciação e amort. desp. pré-operacionais + Juros do financiamento = Saldo do empreendimento (–) Amortização de financiamentos (–) Juros de financiamento = Saldo do empresário 11. MÉTODOS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA Para de fato fazer a análise de viabilidade econômica e financeira de um projeto de investimento existem alguns métodos a serem aplicados nas projeções de fluxo de caixa realizadas. Entre os principais métodos estão o payback descontado, o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR e TIRM). Na aplicação dos métodos de análise de viabilidade econômica é utilizada uma taxa que servirá para fins de comparação e também para trazer a valor presente fluxos de caixa futuros. Essa taxa é a TMA – Taxa Mínima de Atratividade. Normalmente a TMA a ser utilizada em na análise de um projeto de investimento é calculada com base no custo de capital da empresa, ou seja o custo da empresa ter recursos próprios (retorno exigido pelos sócios ou acionistas) e de terceiros (dívidas) circulando dentro de sua estrutura patrimonial. A TMA também pode representar o status quo, ou seja, manter os recursos aplicados no projeto atual ou em uma aplicação financeira livre de risco, por exemplo. 44 12. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE NO ESTUDO DE VIABILIDADE O estudo de viabilidade econômica seria muito mais fácil se na prática não houvessem tantos fatores que podem impactar positiva ou negativamente a projeção de fluxos de caixa de um projeto de investimento. Devido aos riscos e incertezas do mundo real, é preciso considerar diferentes cenários antes de tomar qualquer decisão estratégica de aceitação ou rejeição de um projeto. A análise de sensibilidade representa uma forma de levar em conta a incerteza no estudo de viabilidade. Não há uma metodologia específica e comum na literatura para tal tipo de análise, mas o importante é compreender a ideal conceitual da análise de sensibilidade de trabalhar com diferentes cenários. Casarotto (2016) afirma: A análise do retorno a diferentes taxas de reaplicação, por meio do cálculo da TIRM, é o primeiro ponto importante da análise de sensibilidade. Existem, porém, outros fatores importantes a serem considerados. Com a globalização da economia, uma variável importante é a sensibilidade do projeto a variações cambiais. Matérias-primas e produtos sendo comercializados de e para vários países exigem projetos consistentes e resistentes a variações cambiais. A criação de cenários deve considerar variações em fatores críticos para a execução prática de um projeto, como a inflação, preço de insumos ou matérias primas, variação cambial, salário e mão de obra, demanda de mercado, questões culturais, entre outros fatores. Esses fatores impactam nas receitas, nos custos ou nas despesas. Uma dica é trabalhar com cenários com o impacto isolado de cada variável. Assim é possível identificar os fatores que são mais críticos para inviabilizar um projeto. Se possível, esses fatores podem ser trabalhados e seu impacto reduzido. Porém, se são questões exógenas, fora de controle do tomador de decisão – como a inflação do país, por exemplo –, então a análise de sensibilidade pode reforçar a ideia de rejeitar o projeto em questão. 45 13. QUANDO FAZER O ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA Como o próprio nome sugere, o Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira deve ser feito sempre que houver um projeto em fase de avaliação. Ele pode ser uma ação estratégica de expansão da empresa, a abertura de uma nova empresa, um investimento em um novo empreendimento, maquinário etc. É um estudo essencial em um planejamento empresarial. Quando o empreendedor solicita um estudo de viabilidade, ele está dirimindo seu risco de colocar tempo e dinheiro em um projeto que não trará o retorno esperado. Além de canalizar seus esforços para projetos mais próximos da estratégia individual de investimento, essa análise permite também fazer uma comparação entre o retorno que será obtido em diferentes projetos. Sendo assim, representa uma análise muito estratégica para gestores que precisam decidir qual projeto será colocado em prática com determinado orçamento. Existem diversas formas para analisar a viabilidade econômica e financeira de um projeto, cada uma com suas vantagens e particularidades. Entretanto, em toda análise desse tipo, existem alguns pontos comuns que devem ser observados. Portanto, para encontrá-los, é preciso ter em mente algumas questões básicas: o Quanto capital é necessário para aportar no projeto? o Em qual atividade esse capital será investido? o Qual é necessidade de caixa que o projeto irá demandar quando estiver operando? o Quais são as despesas e receitas esperados para o projeto no futuro, em curto, médio e longo prazo? o Quanto será o rendimento do capital investido? o Qual a rentabilidade de outras alternativas com risco igual o menor do projeto? o Quando o projeto espera superar seus custos e começar a lucrar (breakeven)? 46 14. CONLUSÃO Pensar em iniciar um projeto, ampliar a empresa ou começar um novo negócio é pensar em lucros, despesas e retorno de investimento. Como você sabe, não tem como pensar em tudo isso ao acaso. É necessário muita análise, daquelas com números e projeções. É aí que entra o Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira. Esse estudo serve como ferramenta para empresários e gestores analisarem os aspectos positivos e negativos de um projeto, a fim de tomar decisões. As decisões podem ser tanto para dar continuidade quanto para corrigir algo que atrapalha em sua viabilidade. Para que se realize a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira é preciso fazer a projeção de receitas, custos, investimentos e analisar indicadores (ROI, ROE, VPL, TIR e Payback). Entram também na jogada as análises de Custo de Oportunidade e Ponto de Equilíbrio. 47 15. REFERÊNCIAS CAMARGO; Renata Freitas de. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira de projetos: como a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira contribui para manter as surpresas longe de seu negócio. Publicado dia 11 de fevereiro de 2017. Acessado em: 03 de agosto de 2020. Disponível em:<https://www.treasy.com.br/blog/estudo-de-viabilidade-economica-e-financ eira-de-projetos/>. KÜHN; Daniela Dias. SOLDERA; Denis. Indicadores de viabilidade financeira: considerações sobre instrumentos de análise. Acessado em: 03 de agosto de 2020. Disponível em:<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183 /185993/001083140.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. PRATES; Wlademir Ribeiro. Estudo de viabilidade econômica e financeira de um projeto de investimento. 30 de agosto de 2017. Acessado em: 03 de agosto de 2020. Disponível em:<https://www.wrprates.com/estudo-de-viabilidade-economica-e-financeira-de-um-projeto-de-investimento/>. REIS; Tiago. Por que fazer a análise de viabilidade de um negócio é tão importante? Investimentos. 31.12.18. . Acessado em: 03 de agosto de 2020. Disponível em:<https://www.sunoresearch.com.br/artigos/analise-de- viabilidade/>. UEDA; Renan Mitsuo. Análise de viabilidade econômico-financeira de um empreendimento do setor alimentício com o uso de técnicas determinísticas. XXXVII Encontro nacional de engenharia de produção. Acessado em: 03 de agosto de 2020. Disponível em:<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_240_390_31887.pdf>.
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