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Módulo dermato 3

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1 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
Módulo dermato
 
1. CONHECER EPIDEMIOLOGIA, 
FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO (TIPOS 
DE LESÃO), DIAGNÓSTICO, DIAGNÓSTICOS 
DIFERENCIAIS E TRATAMENTO DA HERPES-
ZOSTER. 
O vírus varicela-zoster causa dois quadros distintos: a 
varicela, uma doença febril, com exantema vesicular 
disseminado que ocorre quase sempre na infância e o 
herpes zoster que é a reativação da infecção latente. 
ETIOLOGIA 
O vírus varicela-zoster é um DNA-vírus, envelopado e 
que tem a capacidade de permanecer latente em 
tecidos nervosos. 
EPIDEMIOLOGIA 
O herpes-zoster acomete predominantemente 
indivíduos acima de 40 anos, especialmente idosos, 
sem sazonalidade. A incidência é maior em 
imunocomprometidos. 
A neuralgia acomete habitualmente indivíduos acima 
dos 40 anos de idade. Resolve-se espontaneamente em 
3 meses na metade dos casos e em 1 ano em 75% dos 
casos. 
PATOGENIA 
A patogenia do zoster não está totalmente explicada. 
Provavelmente, durante o surto de varicela, o VZV 
atinge terminações nervosas próximas a pele, sendo 
transportadas para os gânglios sensoriais, onde persiste 
latente por toda a vida. 
Na senescência, pode ocorrer declínio gradual e 
seletivo da resposta imune celular ao vírus, o que 
explicaria sua incidência preferencial e maior número 
de complicações nesse período da vida. 
Com a diminuição da imunidade, o vírus reativa-se 
causando necrose neuronal, levando a neuralgia. Ele 
dissemina-se pela fibra sensorial e atinge a pele, onde 
se forma a erupção típica. 
 Neuralgia pós-herpética: 
A proliferação do vírus causa dano e inflamação no 
gânglio sensorial, estendendo-se até as fibras da pele, 
percebidos como a dor prodrômica. 
A ativação e a sensibilização de receptores periféricos 
sensoriais produzem sinais nociceptores, amplificando e 
mantendo a dor cutânea. 
O bloqueio de sinais aferentes pode causar dano e 
perda de neurônios inibitórios no corno dorsal espinal. 
Neurônios danificados tornam-se hipersensíveis a 
estímulos periféricos e a estimulação simpática, 
situação que se prolonga até que o axônio seja refeito, 
no entanto, seu revestimento comprometido pode 
inviabilizar uma cicatrização perfeita. 
QUADRO CLÍNICO 
O quadro se manifesta em um dermatomo unilateral, 
seguindo o trajeto de um nervo. 
O paciente refere um pródromo de dor em queimação 
na área do dermatomo acometido, por vezes 
associada a febre. 
Dias depois aparecem as lesões: vesículas agrupadas 
com base eritematosa, dolorosas. 
A dor é decorrente da necroinflamação do gânglio 
reativado. 
Os nervos mais frequentemente acometidos são os 
intercostais, trigemio, cervical, lombar e lombosacro. 
As vesículas tornam-se crostas e as lesões tendem a 
desaparecer em 2-4 semanas, podendo haver infecção 
bacteriana associada. 
COMPLICAÇÕES: 
1. NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA 
A complicação principal é a neuralgia pós-herpética, 
ocorrendo em 10-15% dos casos (mais comum em 
idosos). 
A NPH é caracterizada por dor neuropática crônica 
com persistência mínima de um mês no trajeto do nervo 
afetado e que se inicia entre um e seis meses após a 
cura das erupções cutâneas, podendo durar anos. 
A idade é um preditor importante para NPH, pois a 
prevalência aumenta acentuadamente com a idade. 
A dor pode ser dividida em três fases distintas: fase 
aguda, subaguda e crônica. A fase aguda é definida 
como a dor que se instala dentro de 30 dias após o início 
das erupções cutâneas. A fase subaguda caracteriza-
se pela dor que persiste além da fase aguda, mas que 
resolve antes do diagnóstico de NPH ser feito. A terceira 
fase, fase crônica é a chamada de NPH propriamente 
dita, com a dor persistindo por 120 dias ou mais após o 
exantema. 
A dor possui caráter crônico caracterizado por 
queimação, formigamento ou ardor e pode estar 
associada à hiperalgesia, hiperestesia ou alodínia. 
Os fatores de risco para o desenvolvimento de NPH são: 
a idade mais avançada, a maior intensidade da dor e 
do exantema na fase aguda, a presença de sinais 
sensitivos negativos, a apresentação de polineuropatia 
no HZ ativo e os aspectos psicológicos. 
O tratamento deve ser feito com fármacos para o 
controle e alívio da dor. Os fármacos de primeira linha 
Sp3 - Amortece, arde e doi. 
 
2 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
para o tratamento da NPH são os anticonvulsivantes 
(gabapentina e pregabalina) e os antidepressivos 
tricíclicos (principalmente amitriptilina). Os opioides são 
classificados como analgésicos de segunda linha e 
também podem ser utilizados 
2. OUTRAS COMPLICAÇÕES: 
O herpes-zoster oftálmico atinge a região do ramo 
oftálmico do trigêmeo, acometendo também a córnea 
e por vezes outras estruturas do olho, com risco de 
amaurose. O envolvimento do ramo nasociliar leva à 
formação de vesículas no lado ou na ponta do nariz – 
sinal de Hutchinson. 
Na síndrome de Ramsay-Hunt, o território do gânglio 
geniculado é contemplado, surgindo lesões no ouvido 
externo, associadas a paralisia facial periférica e 
sintomas vestibulococleares (vertigem, zumbido, 
hipoacusia). 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é clínico ou confirmado pelo método de 
Tzanck. 
O exame de material de raspado do assoalho de bolha 
ou de aspirado do conteúdo (teste de Tzanck) corado 
pelo Giemsa revela presença de células gigantes virais. 
O método tem utilidade na confirmação de etiologia 
viral em lesões vésico-pustulosas ou em quadros 
atípicos. 
Biópsia de lesão cutânea raramente é empregada para 
esse fim. 
DIAGNÓSTICO DIFEERNCIAL 
A erupção cutânea do zoster é muito característica, 
mas eventualmente pode se assemelhar ao herpes 
simples que se dissemina por um dermátomo ou ao 
eczema herpético. 
Antes da erupção cutânea, o zoster pode ser 
confundido com outras causas de dor localizada, como 
infarto, apendicite, hérnia de disco, glaucoma agudo 
etc. 
Outros diagnósticos diferenciais são queimaduras, 
infecções cutâneas e picadas de aranhas. 
TRATAMENTO 
O tratamento específico só é indicado se iniciado até 
72h após o início dos sintomas. Visa reduzir o tempo dos 
sinais e sintomas e o risco de neuralgia pós-herpética. 
 Aciclovir VO 800 mg, 5x/dia, por 7-10 dias; 
 Fanciclovir VO 500 mg, 3x/dia, por 7 dias; 
 Valaciclovir VO 1.000 mg, 3x/dia, por 7 dias. 
Localmente, limpeza com água boricada e, na 
eventualidade de infecção secundária, antibacterianos 
tópicos. 
Alguns autores recomendam associar corticoide no 
seguinte esquema: 
 Prednisona 30 mg, 2x/dia até o 7º dia + 15 mg, 
2x/dia até o 14º dia + 7,5 mg, 2x/dia até 
completar 21 dias. 
O uso da prednisona serviria para prevenção da 
neuralgia pós-herpética e este benefício seria mais 
evidente nos pacientes acima de 50 anos. Entretanto, 
este assunto permanece controverso. 
A neuralgia pós-herpética é tratada com 
anticonvulsivantes (carbamazepina 200 mg, 2x/dia) e 
aplicação tópica de creme de capsaicina 0,025-
0,075%. 
 
HERPES-ZÓSTER EM IMUNODEPRIMIDOS 
É comum em pacientes com aids e nos transplantados. 
Manifesta-se com acometimento extenso por mais de 
um dermátomo e tende a ser recorrente. Estas 
características devem sempre aventar a suspeita de 
imunodeficiência, indicando a solicitação do anti-HIV 
nos casos apropriados. O tratamento, especialmente 
nos casos graves, é feito com aciclovir IV 10 mg/kg, 
8/8h, por 10-14 dias. O corticoide está contraindicado. 
PREVENÇÃO 
A vacina da varicela utiliza vírus vivos atenuados. 
Protege 97% das crianças vacinadas até 13 anos de 
idade. 
As recomendações de vacinação contra a varicela 
são: 
1. Duas doses, a primeira entre o 12o e 15o mês de 
vida e a segunda entre as idades de 4 a 6 anos. 
2. Crianças, adolescentes e adultos já vacinados 
com 1 dose: aplicação da segunda dose. 
3. Vacinação de trabalhadores da saúde sem 
evidências de imunidade contra o vírus da 
varicela. 
4. Vacinação de portadores do HIV:■ crianças com 15 a 24% da contagem de 
CD4 específica para a idade. 
■ adolescentes e adultos: com CD4 maior 
que 200. 
A vacina é contra-indicada em grávidas, indivíduos que 
já tiveram varicela, portadores de imunodeficiência 
congênita, portadores de leucemia, linfoma e outros 
cânceres, usuários de corticóides e salicilatos. 
A profilaxia após exposição à varicela pode ser feita 
com imunoglobulina dentro de 96 horas do contato e é 
indicada em imunocomprometidos que não tenham 
história de varicela-zoster, em recém-nascidos ou 
prematuros cuja mãe não apresente história de 
 
3 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022 
varicelazoster, em contato hospitalar em enfermarias, 
em contato domiciliar contínuo ou em ambientes 
fechados. 
Após 96 horas, está indicado aciclovir como 
recomendado no tratamento da varicela 
 
2. ESTUDAR AS DOENÇAS POSSÍVEIS DE 
REATIVAÇÃO NOS PACIENTES 
IMUNOCOMPROMETIDOS. 
 
3. EXPLICAR OS FATORES QUE LEVAM A QUEDA 
DE IMUNIDADE; 
 
4 Marcela Oliveira - Medicina UNIFG 2022

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