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Casos clínicos em bacteriologia clínica Apresentação As infecções causadas por bactérias são responsáveis por um significativo número de casos clínicos, que apresentam diversas características a serem consideradas para o diagnóstico da doença e do agente etiológico. As manifestações clínicas e a comunicação da avaliação diagnóstica presuntiva do médico, junto à equipe laboratorial, são fundamentais para o sucesso do diagnóstico e do tratamento da doença. O estudo de casos clínicos é uma prática eficaz e recorrente que enriquece o aprendizado das técnicas diagnósticas e das características das infecções bacterianas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá casos clínicos relacionados aos principais tipos de infecções causados por bactérias, bem como os principais métodos diagnósticos disponíveis na bacteriologia clínica. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as principais infecções causadas por bactérias gram-positivas. • Reconhecer situações clínicas causadas por bactérias gram-negativas. • Avaliar os principais métodos diagnósticos utilizados em bacteriologia clínica. • Infográfico As principais bactérias, que causam infecções e complicações locais ou sistêmicas em seres humanos, são representadas em alguns grupos bem definidos. No Infográfico a seguir, conheça mais sobre os principais grupos de bactérias patogênicas e alguns de seus representantes. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9bc804c1-7560-43e7-9b17-21bef277fd83/aa3e7645-850c-46f9-b66b-4df2074752f8.png Conteúdo do livro Infecções causadas por bactérias, adquiridas em comunidade ou em ambientes hospitalares, são um grave problema de saúde. Relatos de caso são utilizados para compreender essas infecções e a melhor maneira de diagnosticá-las. No capítulo Casos clínicos em bacteriologia clínica, da obra Bacteriologia clínica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, conheça mais sobre as principais infecções causadas por bactérias e os principais métodos de diagnóstico utilizados para detecção e identificação dos agentes etiológicos. Bons estudos. BACTERIOLOGIA CLÍNICA César Henrique Yokomizo Casos clínicos em bacteriologia clínica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as principais infecções causadas por bactérias gram-positivas. � Reconhecer situações clínicas causadas por bactérias gram-negativas. � Avaliar os principais métodos diagnósticos utilizados em bacteriologia clínica. Introdução Neste capítulo, você vai saber mais sobre casos clínicos causados por bactérias gram-positivas e gram-negativas, bem como metodologias de diagnóstico e tratamento nesses casos. As patologias apresentam quadros clínicos peculiares, dependendo do agente etiológico, que pode ser local ou sistêmico. Diagnósticos clínicos representam uma etapa inicial dentro do pro- cesso investigativo de doenças infecciosas, que posteriormente passa por validação por meio de diversos métodos diagnósticos laboratoriais. Casos clínicos de infecções causadas por bactérias gram-positivas Casos clínicos de infecções ocasionadas por bactérias gram-positivas são comuns. A seguir veremos alguns exemplos. Enterococcus faecium I.V.M.C, dois anos, sexo feminino, admitida na enfermaria de hospital pedi- átrico, onde a mãe relatou febre persistente (20 dias), rinorreia purulenta e episódios de convulsões, com diagnostico inicial de pneumonia. � Manifestações clínicas, resultados diagnósticos e tratamento: ini- ciou-se tratamento de antibioticoterapia com meropenem em função do histórico hospitalar. Após cinco dias de internação, a paciente continuava hipersecretiva, apresentando episódios de cianose central e queda de saturação de oxigênio, com evolução do quadro para insuficiência respiratória aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo, sendo realizada intubação orotraqueal e mantida sob ventilação mecânica. A paciente precisou ser transferida para unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica, onde evoluiu para choque séptico descompensado por microrganismos multirresistentes, até então não identificados. Recebeu doses de drogas vasoativas concomitante à múltipla antibioticoterapia, vancomicina, inclusive. O quadro teve nova evolução para insuficiência renal aguda, sendo realizada diálise peritoneal durante 10 dias, mas interrompida em função de infecção de líquido peritoneal por micróbio multirresistente. Após, foi realizado novo período de hemodiálise por 10 dias. Após período de 40 dias, iniciou tratamento com linezolida empiricamente, resultando em melhora clínico-radiológica após dois dias de início do uso do antibiótico. A hemocultura e a cultura de ponta de cateter femoral deram positivas para a bactéria Enterococcus faecium, cepa com resistência à vancomicina. Realizou-se, então, um eletrocardiograma (ECG) transtorácico que acusou vegetação no átrio direito, indicativo de endocardite. A antibioticoterapia com linezolida foi mantida por 42 dias e a paciente permaneceu entubada sob venti- lação mecânica durante aproximadamente 72 dias. Após o período, a paciente evoluiu com progressiva regressão de vegetação atestada por ECGs transtorácicos seriados até o ponto de não ser mais possível a detecção, ao fim do tratamento, com hemocultura negativa após sete dias do início do tratamento, recebendo alta hospitalar após o longo período de 130 dias de internação (FEITOSA et al., 2015). Staphylococcus aureus F.M., mulher, 50 anos, dá entrada no setor de emergência e é internada em razão de febre alta, dispneia e perda ponderal involuntária. A acompanhante da paciente relata que esta apresentou sudorese e calafrios nas últimas duas semanas, além de dificuldade de se alimentar, causando anorexia. Houve aumento progressivo da dispneia na última semana. Por fim, apresentou sopro cardíaco. Casos clínicos em bacteriologia clínica2 � Manifestações clínicas: temperatura corporal de 38,5 °C, pulsação e respiração baixas, 88/min e 18/min, respectivamente, e pressão arterial normal, 120/80 mmHg. Exame físico indicou progressiva dificuldade respiratória e manchas de Roth nos olhos. Há pequenas lesões nas extremidades da mão direita e presença de nódulos de Osler (Figura 1). Ainda, é perceptível o aumento no tamanho do baço. � Resultados diagnósticos: radiografia torácica não apontou alterações no coração ou nos pulmões. Hematócrito de 30 % (nível baixo), contagem de leucócitos alta (10.000/µl), sendo 70% de polimorfonucleares (PMN), 26% de linfócitos e 4% de monócitos. Foram realizadas hemoculturas que apontaram para a presença de cocos gram-positivos, posteriormente identificados como S. aureus. � Tratamento: paciente diagnosticada com endocardite da valva mitral, sendo tratada com penicilina G e gentamicina por três semanas. A febre cessou após quatro dias de tratamento. Manteve um tratamento adequado da cardiopatia após o fim da antibioticoterapia (BROOKS et al., 2014). Figura 1. Nódulos de Osler típicos de pacientes com endocardite. Fonte: Galindo (2010, documento on-line). 3Casos clínicos em bacteriologia clínica Streptococcus pneumoniae A.C.S, homem, 42 anos, dá entrada no pronto-socorro do hospital apresentando febre, dor intensa no lado direito do tórax ao tossir e hemoptise (sangue no escarro). O paciente relata que, na noite do dia anterior, acordou em decorrência de calafrio e sudorese intensa e, ainda, que é etílico, nível moderado a intenso, e já passou por internação há três anos por conta de bronquite. � Manifestações clínicas: temperatura de 39,5 °C, pulso de 135/min, respiração a 30/min e pressão arterial a 130/90 mmHg. Exame físico apontou sobrepeso, tosse persistente com escarro apresentando sinais de hemoptise e endurecimento na região direita do tórax,além da presença de muco viscoso nas vias respiratórias superiores. � Resultados diagnósticos: realizada radiografia torácica que apontou infiltrados multinodulares (Figura 2) no lado direito. Contagem leu- cocitária de 17.000/µl, com 85% de células PMN, 10% de linfócitos e 5% de monócitos. A amostra de escarro obtida apresentava-se amarela, ferruginosa (indicativo da presença de sangue), espessa e purulenta. Coloração de Gram para escarro mostrou alta quantidade de PMN e diplococos gram-positivos, indícios de S. pneumoniae, confirmada depois pela hemocultura e pela cultura do escarro. � Tratamento: após a confirmação de pneumonia bacteriana por S. pneumonia, iniciou-se o tratamento com penicilina G, concomitante à ingestão de líquidos por via parenteral. Após 72 horas, o paciente estabilizou e eliminou grandes quantidades de escarro purulento. Manutenção da penicilina G por sete dias e após seis semanas realiza- ção de nova radiografia do tórax, que não apontava mais infiltrados. Os exames de sangue apresentaram resultados dentro da normalidade (BROOKS et al., 2014). Casos clínicos em bacteriologia clínica4 Figura 2. Radiografia de tórax apontando infiltrados na região direita. Fonte: Tomatheart/Shutterstock.com. Clostridium difficile J.A.P., mulher, 80 anos, hospitalizada apresentando distensão e de dor abdo- minal e diarreia mucosa, evoluindo para choque séptico. � Manifestações clínicas: ao realizar o exame físico, constatou-se a presença de celulite nos membros inferiores, com manifestações de hipertermia, rubor e dor no local. � Resultados diagnósticos: realizada retossigmoidoscopia, que mos- trou diversas áreas contendo placas recobertas por secreção purulenta (Figura 3), circundadas por um edema mucoso, aspecto endoscópico compatível com colite pseudomembranosa de grau severo, causada por Clostridium difficile. Coletadas amostras de biópsias locais para histopatológico, estas mostraram inflamação crônica ulcerada. Exa- mes de sangue iniciais resultaram em hemoglobina glicosilada: 10,8; hematócrito: 32,0; leucócitos: 33.200; e bastonetes: 18%. 5Casos clínicos em bacteriologia clínica � Tratamento: tratamento inicial com metronidazol 400 mg de 8/8 horas, associado à vancomicina 500 mg de 6/6 horas, todos por via oral, com evolução favorável (clínica e laboratorial). Após tratamento inicial, paciente tratada por sete dias com ciprofloxacino 500 mg de 12/12 horas com boa evolução, melhora no padrão inflamatório da mucosa do sigmoide, visualizada por novo exame de retossigmoidoscopia após sete dias de tratamento. Após 35 dias a partir da primeira entrada, a paciente retorna com o mesmo quadro inicial (distensão, dor abdominal e diarreia mucosa) (CARVALHO; ANDREANI; PERAZZOLI, 2017). Figura 3. Retossigmoidoscopia inicial mostrando placas purulentas. Fonte: Adaptada de Carvalho, Andreani e Perazzoli (2017). Listeria monocytogenes C.Z.F., 31 anos, sexo feminino, na 22ª semana da segunda gestação, relatando dispneia, cefaleia, dor retro-orbitária e mialgia, que tiveram início há aproxi- madamente 20 dias. Negou uso de medicação diária, doenças crônicas, etilismo e/ou tabagismo. Relatou internação prévia na qual recebeu o diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva e lúpus eritematoso sistêmico, sendo recei- tada digoxina 0,25 mg/dia, espironolactona 25 mg/dia e prednisona 20 mg/ dia. Recebeu alta hospitalar em uso dessas medicações, mas com manutenção do quadro febril. Casos clínicos em bacteriologia clínica6 � Manifestações clínicas: à internação, a paciente apresentava-se pros- trada, desidratada e com mucosas hipocoradas e anictéricas, pressão arterial sistêmica de 100 × 60 mmHg, frequência cardíaca de 100 bpm e temperatura axilar de 39,1 °C. O exame do aparelho respiratório apresentou sons respiratórios diminuídos bilateralmente e sem ruídos adventícios. Abdome globoso, com ruídos hidroaéreos presentes, in- dolor e com útero palpável no nível da cicatriz umbilical. O feto está em boas condições. � Resultados diagnósticos e tratamento: os exames laboratoriais resultaram em: hemácias: 3,06 × 106/mm3; hemoglobina glicosilada: 9,2%; hematócrito: 26,4%; global de leucócitos: 12.400/mm3 com 9% de bastonetes, 84% de segmentados, 4% de linfócitos e 3% de monócitos; plaquetas: 242.000/mm3; velocidade de hemossedimen- tação: 95 mm; e exame de urina dentro da normalidade. Coleta de amostras para hemocultura e urocultura. Durante a internação, a paciente evoluiu com quadro súbito de taquidispneia e dor abdominal com cólica, com interrupção dos movimentos fetais. A avaliação obstétrica mostrou o colo pérvio (1 cm), posterior, com ausência de sangramentos e secreção brancacenta em quantidade moderada. Batimentos cardiofetais em 140 bpm. No quinto dia de internação, a febre cessou, mas a paciente apresentou sangramento vaginal intenso e dor em cólica de forte intensidade. À avaliação, a equipe obstétrica constatou que a paciente estava em trabalho de parto pré-termo com contrações uterinas efetivas e colo dilatado (9 cm). O neonato morreu após o nascimento. A hemocultura da paciente evidenciou crescimento do bacilo gram-positivo Listeria monocytogenes (Figura 4), presente provavelmente em função da diminuição da imunidade celular da gestante. Iniciou-se ampicilina endovenosa na dose de 1 g, quatro vezes ao dia, por 10 dias. A paciente manteve melhora clínica, recebendo alta hospitalar com uso de ampicilina oral durante 11 dias (SOUZA; ARAÚJO; FERREIRA, 2010). 7Casos clínicos em bacteriologia clínica Figura 4. Ilustração de Listeria monocytogenes. Fonte: Kateryna Kon/Shutterstock.com. Mycobacterium tuberculosis C.J.S., sexo masculino, 43 anos, portador de HIV, relatando visão turva no olho esquerdo, acompanhada de cefaleia na região frontotemporal e dispneia. � Manifestações clínicas: o exame oftalmológico inicial mostrou: acui- dade visual corrigida no olho direito (1,0) e no olho esquerdo visão apenas de vultos; tonometria de 14 mm HgAO e granuloma coroidiano na região macular do olho esquerdo. � Resultados diagnósticos: realizado teste de Ziehl-Neelsen, que iden- tificou M. tuberculosis (Figura 5), com diagnóstico de tuberculose pulmonar miliar e lesões nodulares no lobo temporal direito visualizadas por tomografia computadorizada de crânio, bem como nas regiões temporo-occipital e parietal à esquerda. Realizada biópsia das lesões, apontando para processo inflamatório crônico granulomatoso indicativo de tuberculoma cerebral. Realização de outros exames diversos: quan- tificação de CD4 = 88 cels/mm3; carga viral < 80 cópias/ml; venereal desease research laboratory (VDRL) negativo; teste tuberculínico não reagente; sorologia para toxoplasmose imunoglobulina G (IgG) positivo e imunoglobulina G (IgM) negativo; e sorologia para citomegalovírus IgG positivo e IgM negativo. Casos clínicos em bacteriologia clínica8 � Tratamento: esquema de antibioticoterapia RIP (rifampicina, isoniazida e pirazinamida), clássico para tuberculose, prontamente iniciado, mas modificado após um mês para a associação de estreptomicina, etambu- tol e ofloxacina, em função de interação com a terapia antirretroviral (Biovir, Ritonavir e Saquinavir). Após dois meses de tratamento, novos exames foram realizados e o paciente apresentava CD4 = 141 cels/mm3, carga viral < 80 cópias/ml, além da completa cicatrização do granuloma coroidiano e manutenção da acuidade visual do olho esquerdo, com a visualização apenas de vultos (COSTA et al., 2003). Leitores do material impresso, para visualizar as figuras deste capítulo em cores, acessem o link a seguir ou o código QR ao lado. https://qrgo.page.link/UM6x3 Figura 5. Pontos vermelhos representativos de M. tuberculosis corada pela técnica de Ziehl-Neelsen. Fonte: OneMashi/Shutterstock.com. 9Casos clínicos em bacteriologia clínica Casos clínicos de infecções causadas por bactérias gram-negativas A seguir, são apresentados diversos casos clínicos de doençasinfecciosas causadas por diferentes espécies de bactérias gram-negativas. Helicobacter pylori A.F.T., 13 anos, sexo feminino, dá entrada no setor de alergia e imunologia do hospital, apresentando urticária há um mês. Uso prévio de desloratadina (5 mg/dia) por sete dias e usando prednisona (40 mg/dia) há mais de 15 dias, apresentando discreta melhora no quadro clínico. Paciente com histórico de rinite alérgica intermitente leve e dor epigástrica acompanhada de queimação e sensação de plenitude gástrica há dois meses, sendo que esta última melhorava após uso de omeprazol (20 mg/dia). A paciente relata asma na idade escolar. � Manifestações clínicas, resultados diagnósticos e tratamento: exame físico apontou lesões urticariformes no dorso do tronco. Tratamento com hidroxizina (50 mg/dia), desloratadina (5 mg/dia) e ranitidina (300 mg/dia) por quatro meses. Posteriormente, a ranitidina foi trocada por prednisona (40 mg/dia) por cinco dias, sem apresentar melhoras. Acrescentou-se montelucaste (10 mg/dia) e rupatadina (10 mg/dia), sem alteração do quadro. Realizada extensa investigação laboratorial para identificação etiológica, mas sem sucesso, e uma vez que não foi verificada melhora significativa no quadro de urticária e em razão da piora progressiva dos sintomas gastrintestinais, foi solicitada uma endoscopia digestiva alta (EDA) com pesquisa para o Helicobacter pylori, com resultado evidenciando gastrite crônica ativa moderada associada ao Helicobacter pylori. Iniciado tratamento com amoxacilina (2 g/dia), claritromicina (1 g/dia) e omeprazol (40 mg/dia) por sete dias. Paciente orientada a manter uso de rupatadina por mais sete dias. Após 25 dias, já sem usar anti-histamínico, sem queixas gastrintestinais e com o quadro urticariforme discreto, a paciente foi submetida ao teste do soro autólogo, que se mostrou não reativo. O quadro evoluiu para lesões ocasionais que, após um período, cessaram. Uma nova EDA com biópsia foi realizada após nove meses, para ter um controle do tratamento, e demonstrou mucosa gástrica normal e ausência de Helicobacter pylori (BRUSCKY; ROCHA; COSTA, 2013). Casos clínicos em bacteriologia clínica10 Treponema C.H.Y., 37 anos, sexo masculino, é atendido no serviço de emergência. Relata de dor em peso no andar superior do abdome com irradiação para região torácica dorsal há 15 dias. Amenização da dor ao adotar a posição ortostática e agravamento em decúbito lateral. Surgimento de lesões cutâneas há 10 dias e picos febris de 38 °C há sete dias. � Manifestações clínicas: ao exame clínico, o paciente apresentou estado geral regular, anictérico, acianótico, taquipneico, com gânglios palpá- veis na cadeia inguinal esquerda, endurecidos e dolorosos. Ausculta pulmonar diminuída bilateralmente, com sibilos em terços superiores e crepitações na base pulmonar esquerda. � Resultados diagnósticos: radiografia torácica mostrou diminuição da transparência no terço inferior do pulmão esquerdo e provável nódulo pulmonar à esquerda. Hemograma completo apontou leve neutrofilia e bioquímica normal. Internação na enfermaria do setor de pneumologia. Realizada pesquisa de bactérias álcool-ácido resistentes (BAAR) e fun- gos no escarro, que resultaram negativas, e realizado teste de ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) para HIV não reagente. Tomografia computadorizada do tórax apontou múltiplos nódulos pulmonares, sendo dois deles com tamanhos superiores a 2 cm, com área de necrose central e continuidade com a pleura. O exame dermatológico evidenciou lesões papulosas, eritemato-rosadas (Figura 6), com halo eritematoso na base e distribuição no tórax e abdome. Somando-se às outras, presença de lesões papulosas, achatadas, um pouco pálidas, localizadas na região anal e sugestivas de condiloma plano. Solicitada sorologia para sífilis e biópsia de lesão cutânea. VDRL positivo a 1/1024 e fluorescent tre- ponemal antibody absorption test (FTA-ABS) reagente. Presença de infiltrado inflamatório na parede de pequenos vasos exibindo células ativadas, histopatológico dos vasos compatível com sífilis. � Tratamento: paciente tratado com penicilina G benzatina 2.400.000 UI via intramuscular, em duas sessões semanais. Administração de predni- sona 40 mg, via oral, duas horas antes da administração de penicilina, para evitar a reação de Jarisch-Hexheimer. Paciente obteve melhora satisfatória, com desaparecimento das lesões cutâneas e anais. Por fim, VDRL negativo e regressão dos achados radiológicos, bem como normalização do líquido cerebrospinal (LCS) (OLIVEIRA et al., 2007). 11Casos clínicos em bacteriologia clínica Figura 6. Lesões eritemato-papulosas disseminadas no tronco. Fonte: Adaptada de Oliveira et al. (2007). Neisseria meningitidis Uma criança, sexo masculino, cinco anos de idade, histórico de desenvolvi- mento normal, chega ao serviço de emergência do hospital acompanhado pelos pais, que relatam febre intensa, vômitos e falta de apetite. � Manifestações clínicas: temperatura de 39 °C, pressão arterial de 110/60 mmHg, desenvolvimento normal, peso e altura compatíveis, sonolência, positivo para sinal de Brudzinski e fortes indicativos de inflamação das meninges. � Resultados diagnósticos: coleta de amostra de sangue para hemocultura e hemograma, punção lombar realizada, indicando aumento de pressão intracraniana, e LCS com aspecto turvo. Amostra de LCS utilizada para coloração de Gram que mostrou diplococos gram-negativos, indicativos Casos clínicos em bacteriologia clínica12 de infecção por N. meningitidis. Resultados dos exames realizados com as amostras de sangue dentro da normalidade, mas a hemocultura apontou N. meningitidis, assim como a cultura de LCS (Figura 7). Proteína no LCS elevada (100 mg/dl) e nível de glicose baixo (15 mg/ dl), corroborando a suspeita de meningite. � Tratamento: cefotaxima e dexametasona intravenosas logo após a entrada do paciente. Tratamento durante duas semanas com antibiotico- terapia, paciente reestabelecido sem sequelas aparentes. Como medida profilática, recomendou-se o uso de rifampicina para as crianças da escola do paciente (BROOKS et al., 2014). Figura 7. Neisseria meningitidis infectando células do líquido cerebrospinal. Fonte: Kateryna Kon/Shutterstock.com. Pseudomonas aeruginosa J.B.S., 62 anos, homem, diabético (diabetes melito tipo II), apresentando dor perianal durante sete dias. Após esse período, notou o aparecimento de um abaulamento com hiperemia e edema. Apresentava-se lúcido, hipocorado, eupneico, febril, prostrado e hemodinamicamente estável no momento da internação. 13Casos clínicos em bacteriologia clínica � Manifestações clínicas: no exame físico foi detectada área de necrose, com secreção purulenta, edema e eritema que atingiam o saco escrotal, a região perianal e a região perineal. � Resultados diagnósticos: ao exame laboratorial sanguíneo apresentou 38.000 leucócitos e 58% de bastonetes. A cultura da secreção mostrou crescimento de Pseudomonas aeruginosa. � Tratamento: uso inicial de insulina regular subcutânea no controle do diabetes, sendo depois substituída por hipoglicemiantes orais até a alta hospitalar. Realizado desbridamento cirúrgico extenso do tecido necrótico no primeiro dia e colostomia em alça para desvio de trânsito intestinal. Iniciado tratamento com sulbactam sódico 3 g/dia e ampicilina sódica 6 g/dia, associado a metronidazol 500 mg/dia, com interrupção após 25 dias em razão de melhora clínica e laboratorial. No 24º dia de internação foi submetido à enxertia de pele parcial obtida das coxas. Alta após 38 dias de internação (HOFFMANN et al., 2009). Mycoplasma pneumoniae H.I.S, 14 anos, sexo feminino, dá entrada no Centro de Terapia Intensiva Pediátrica com histórico de tosse há sete dias. Relatou febre e desconforto respiratório no dia anterior à admissão. História pregressa da paciente mostrou duas ocorrências de pneumonia confirmadas. � Manifestações físicas: no exame físico,a paciente apresentava fre- quência respiratória de 50 rpm, frequência cardíaca de 140 bpm+ e temperatura de 37 °C. Ausculta pulmonar com estertores crepitantes na região direita. � Resultados diagnósticos e tratamento: exames laboratoriais apre- sentaram hemoglobina 11,5 g/dl, leucócitos 12.500/µl, neutrófilos 55% e proteína C reativa 445 mg/dl. Radiografa de tórax com infiltrados difusos bilaterais. Iniciou tratamento com ceftriaxona e oxigenioterapia. Após 24 horas, os quadros clínico e respiratório pioraram. Radiografia e tomografia computadorizada de tórax mostraram derrame pleural bilateral (maior à esquerda) e aumento bilateral do infiltrado. Paciente Casos clínicos em bacteriologia clínica14 foi intubada e iniciou ventilação mecânica. Alterado o esquema de antibióticos para teicoplanina e imipenem. Após sete dias de anti- bioticoterapia, a paciente permaneceu febril, sem melhora na PaO2/ FiO2. Hemocultura e pesquisa para P. carinii e tuberculose negativas. Sorologia para Mycoplasma pneumoniae (aglutinina indireta de mi- cropartículas) e teste para aglutininas frias positivas, dando indício de pneumonia. Tratamento com claritromicina iniciado imediatamente. No 14º dia, a paciente foi extubada e transferida para a unidade pe- diátrica. Interrompeu o uso de claritromicina após 14 dias e de metil- prednisolona após sete dias (ALMEIDA; STAPE; TROSTER, 2011). Escherichia coli G.L.S., mulher, 23 anos, buscou serviço médico em decorrência de aumento incomum na frequência urinária, observada nos últimos quatro dias, acompa- nhado de disúria (dor ao urinar). A paciente observou alteração da coloração da urina para tom rosado, dando a impressão de presença de sangue. � Manifestações clínicas: temperatura corporal de 38 °C, pulsação normal (100/min), respiração baixa em 18/min e pressão arterial em 110/70 mmHg. Durante o exame físico, demonstrou sensibilidade na área suprapúbica. � Resultados diagnósticos: amostra de sangue coletada apresentou contagem de leucócitos alta, 14.000/µl, nas proporções de 68% de PMN (também elevada), 22% de linfócitos e 10% de monócitos. Níveis de ureia, creatinina, glicose e eletrólitos no sangue, todos dentro da normalidade. Sedimento urinário foi examinado, apresentando grande quantidade de leucócitos, quantidade normal de eritrócitos e alta quan- tidade de bactérias E. coli (Figura 8), sendo realizada uma cultura que produziu 106 unidades formadoras de colônias (CFU)/ml de cultura, demonstrando infecção do trato urinário. � Tratamento: a paciente foi medicada com sulfametoxazol e trimeto- prima e eliminou a infecção dentro de quatro dias (BROOKS et al., 2014). 15Casos clínicos em bacteriologia clínica Figura 8. Microscopia eletrônica de colônia de Escherichia coli. Fonte: Carr (2016, documento on-line). Klebsiella (caso com KPC+) U.A.F., 73 anos, sexo masculino, dá entrada no hospital relatando dor abdo- minal, náuseas, vômitos, abdome flácido e doloroso à palpação. � Manifestações clínicas: dois dias após a admissão, iniciou-se antibio- ticoterapia com ciprofloxacina e metronidazol em razão de desvio à esquerda no hemograma, considerado como indício de infecção bacte- riana. Posteriormente, foram realizadas enterectomia e peritoniostomia. Paciente dá entrada na UTI, entubado com ventilação mecânica mantida até o dia seguinte, quando é realizada a primeira e única cultura de vigilância que teve resultado negativo. No mesmo dia foi detectada a presença de ferida operatória abdominal, local onde o paciente relatava dores. Paciente passou por cirurgia para fechamento de peritoniostomia e posteriormente foi transferido para a ala de clínica médica e cirúrgica com aspecto emagrecido e fraco e com dor abdominal, sendo realizadas drenagens diárias da secreção de ferida operatória. Casos clínicos em bacteriologia clínica16 � Resultados diagnósticos e tratamento: exame laboratorial mostrou proteína C reativa elevada à 52,8 md/dl, com suspeita de foco infeccioso por presença de bactérias. No mesmo dia, foram coletadas duas hemo- culturas de sangue periférico, que acusaram presença de K. pneumoniae resistente aos carbapenêmicos (KPC+), após teste de sensibilidade aos antimicrobianos representado pela concentração inibitória mínima. O paciente foi isolado e iniciou-se tratamento com associação de ami- cacina, colistina, tigeciclina e meropenem, visando a reverter o quadro. A bactéria persistiu na corrente sanguínea, visualizada após a realização de novas hemoculturas. O paciente apresentou agravamento do quadro, liberando secreção em ferida operatória, causando nova transferência para a UTI. Alguns dias após a transferência, o paciente apresentou leucocitose intensa com desvio à esquerda extremo e presença elevada de procalcitonina sérica no valor de 27,58 ng/ml, com forte risco de choque séptico. Após um mês e meio do avanço do quadro clínico, o paciente evoluiu para choque séptico e óbito (PICOLOTTO, 2018). Salmonella sp. R.A.L., 22 anos, sexo masculino, com retrovirose há cinco anos e tratamento irregular, internado após chegar ao pronto-socorro com queixa de diarreia, astenia, febre, odinofagia e perda ponderal há três meses. � Manifestações clínicas: no dia seguinte à entrada, evoluiu com perda súbita de força de membros inferiores, com evolução para redução da força de membros superiores e de musculatura orofacial, também com insuficiência respiratória aguda. � Resultados diagnósticos: tomografia de crânio normal e LCS sem alterações. Suspeita de síndrome de Guillain-Barré não confirmada. Realizado exame de imunoglobulinas por quatro dias. Exames labora- toriais apontavam para potássio de admissão de 3,7 mEq/L chegando a 1,7 mEq/L, mesmo com reposição constante do eletrólito. A hemocultura do paciente mostrou infecção por Salmonella sp. � Tratamento: administração de cefepime associado à melhora na con- centração de potássio de 2,4 mEq/L para 3,3 mEq/L, com posterior normalização, concomitante à extubação do paciente por recuperação completa da força muscular corporal. Reposição de cálcio também realizada para resolução do quadro clínico (MACEDO; MONTEIRO; JOÃO, [2016]). 17Casos clínicos em bacteriologia clínica Acesse o link a seguir e saiba mais sobre as principais síndromes infecciosas causadas por bactérias nesse manual de microbiologia clínica organizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. https://qrgo.page.link/9dQgs Principais métodos diagnósticos em bacteriologia clínicos A principal função das metodologias de diagnóstico em bacteriologia clínica é a detecção e a identificação do agente etiológico nas amostras coletadas. As principais técnicas e os principais métodos utilizados em microbiologia diagnóstica consistem em: � amostras de fluídos ou tecidos coletados em que se busca identificação da morfologia do patógeno (microscopia e coloração de Gram); � crescimento do agente etiológico em meios de cultura; � ensaios baseados em princípios imunológicos, nos quais antígenos dos agentes infecciosos são detectados; � ensaios baseados em técnicas de biologia molecular, como a hibridização de DNA-DNA, DNA-RNA, amplificação de genes por reação em cadeia da polimerase (PCR); � observação de respostas imunológicas ou celulares em resposta à ex- posição ao agente infeccioso ou uma parte deste. Microscopia e coloração A microscopia é provavelmente o exame mais simples e com menor custo na investigação de agentes etiológicos em infecções, podendo usar amostras co- radas ou não coradas. A técnica oferece uma desvantagem que é a necessidade de os microrganismos estarem na concentração mínima de 105 células/ml. A coloração de Gram é muito utilizada para a distinção de bactérias gram- -positivas (coloração púrpura-azulada) e gram-negativas (coloração vermelha), além de permitir a visualização da morfologia bacteriana e de células PMN. Casos clínicos em bacteriologia clínica18 A detecção de BAAR não permite o uso de coloraçãoGram em função de características bioquímicas das bactérias, para tanto, é usada a coloração de Ziehl-Neelsen ou a coloração de Kinyoun, que são sensíveis à detecção de micobactérias. Os materiais e os procedimentos dessas técnicas estão expostos na Figura 9. Figura 9. Métodos de coloração de Gram e álcool-ácidos. Fonte: Adaptada de Brooks et al. (2014, p. 755). 19Casos clínicos em bacteriologia clínica A coloração de auramina-rodamina também é utilizada para detecção de BAAR, porém, é necessário um microscópio de fluorescência no laboratório. Por fim, existe a coloração com anticorpo imunofluorescente, que é bastante sensível e permite a detecção de uma vasta gama de microrganismos, porém, é uma técnica bastante trabalhosa e de alto custo (BROOKS et al., 2014). Meios de cultura Os sistemas de cultura permitem inúmeras possibilidades para o diagnós- tico bacteriológico, obtidas em função dos meios de cultura existentes e das amostras passíveis de serem cultivadas (sangue, urina e LCS). O ágar sangue é o meio de cultura padrão em sistemas de cultura, podendo ser usado tanto em estado sólido com em culturas líquidas, o meio é preparado geralmente com 5% de sangue de carneiro. O ágar chocolate, outro meio muito usado que supre as necessidades nutricionais para o crescimento dos microrganis- mos, contém sangue aquecido que pode ser suplementado ou não. Patógenos responsáveis por meningite, por exemplo, crescem em ágar chocolate, mas não crescem em ágar sangue. O meio de ágar eosina azul de metileno é outro meio extensamente utilizado em sistemas de cultura. Amostras de LCS e de tecidos obtidos de biópsia usam caldos (caldo tríptico de soja) em meios que são altamente suplementados (BROOKS et al., 2014). Detecção de antígenos A detecção de antígenos dos patógenos são realizadas por meio de ensaios imunoenzimáticos ou ELISA. O teste consiste basicamente da ligação de um anticorpo especifico a um antígeno proveniente do patógeno, a mistura é realizada geralmente em placas com diversos poços, permitindo realizar vários testes num mesmo ensaio. Os passos seguem da seguinte forma (BROOKS et al., 2014): 1. adição das amostras contendo os antígenos e os anticorpos primários nos poços, seguida de um período de incubação; 2. realização de uma lavagem nos poços; 3. adição de um segundo anticorpo conjugado a uma enzima, que irá se ligar ao anticorpo primário; 4. adição do substrato da enzima, que irá reagir e causar uma mudança colorimétrica indicativa da presença do antígeno. Casos clínicos em bacteriologia clínica20 Western blot O princípio do teste western blot tem como base o teste imunológico ELISA, com a ligação de anticorpos primários e secundários aos antígenos do agente etiológico. A diferença fundamental é que as amostras são aplicadas em gel de poliacrilamida para serem separadas eletroforeticamente. As proteínas são então transferidas para fitas de nitrocelulose, que é incubada com os anticor- pos e são detectados os antígenos após a ocorrência de reação enzimática (BROOKS et al., 2014). Diagnóstico molecular A maioria dos testes moleculares usa o princípio da hibridização de DNA para detectar a presença de genes específicos em amostras de DNA provenientes dos patógenos. O teste utiliza uma sonda (fragmento) de DNA que é complementar à região do DNA ou RNA do patógeno a ser investigada. Essa sonda está mar- cada com enzimas e, ao ocorrer a hibridização, ocorre a ativação da enzima e a atividade é detectada por quimioluminescência (BROOKS et al., 2014). Os diagnósticos moleculares também utilizam muito a técnica de PCR. A técnica consiste basicamente na síntese de oligonucleotídeos (primers) que são complementares a regiões flanqueadoras do gene de interesse e servem como iniciadores (primers) na reação da enzima polimerase. A enzima irá catalisar a replicação do gene de interesse e sua amplificação pode ser confir- mada posteriormente com a aplicação da PCR em um gel de agarose. ALMEIDA, J. F. L. DE; STAPE, A.; TROSTER, E. J. Síndrome do desconforto respiratório agudo causada por Mycoplasma pneumoniae em uma criança: o papel da metil- prednisolona e claritromicina. Einstein, v. 9, n. 3, parte 1, p. 386−388, 2011. Disponível em: https://journal.einstein.br/wp-content/uploads/articles_xml/1679-4508-eins- S1679-45082011000300386/1679-4508-eins-S1679-45082011000300386-pt.x26000. pdf. Acesso em: 12 out. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia clínica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde. Brasília: Anvisa, 2013, v. 3. Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes?task=ca llelement&format=raw&item_id=314&element=f85c494b-2b32-4109-b8c1-083cca2 21Casos clínicos em bacteriologia clínica b7db6&method=download&args[0]=c92eb52796462e3c98784059a34bff02. Acesso em: 17 out. 2019. BROOKS, G. F. et al. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. BRUSCKY, D. M. V.; ROCHA, L. A. 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Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou cliqueno código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/877d7aeacaaf1383d657b4a94db12eb1 Na prática Relatos de casos são poderosas ferramentas para compreender diagnósticos presuntivos, fornecidos por médicos, e planejar os exames laboratoriais mais adequados; estes serão realizados para obtenção de resultados diagnósticos laboratoriais, que comprovem a avaliação inicial. Neste Na Prática, você conhecerá o relato de caso de um paciente acometido de uma da Síndrome de ativação macrofágica (SAM), e os métodos diagnósticos que a equipe de saúde utilizou para identificar o agente etiológico da doença e recomendar o tratamento mais adequado. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Microbiologia clínica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde. Módulo 3: Principais Síndromes Infecciosas. Neste guia, elaborado pela Anvisa, você poderá saber mais sobre diversos aspectos das principais síndromes infecciosas causadas por bactérias e outros agentes etiológicos. O guia reúne conteúdo sobre epidemiologia, patogênese, fatores de risco e diagnósticos laboratoriais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Discussão de casos clínicos - Infecção do trato urinário - Dr. Gustavo Prata Acesse o site Edisciplinas da USP e assista à vídeo-aula do Prof. Dr. Gustavo Prata, da FMRP-USP; são apresentados diversos casos clínicos de infecção do trato urinário. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Recomendações da sociedade brasileira de patologia clínica/medicina laboratorial (SBPC/ML): boas práticas em Microbiologia clínica Neste guia da Sociedade Brasileira de Patologia Clinica, você terá acesso a diversas recomendações de boas práticas em Microbiologia clinica, abrangendo diversos métodos de rotina, mais especializados. https://www.saude.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2017-02/modulo-3---principais-sindromes-infecciosas.pdf https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=1239714 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/Microbiologia.pdf
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