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z0 DIREITO PENAL MILITAR Curso de Formação de Praças DIREITO PENAL MILITAR Belém/PA 2021 Direito Penal Militar. CH: 50 h/a Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial; Esquematizado Art. 9º, I, do CPM: Crime definido apenas no CPM, ou também na Legislação Penal Comum só que de modo diverso + agente é qualquer pessoa. Art. 9º, II do CPM: os crimes previstos neste código e os previstos na legislação penal, quando praticados: a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado; b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar; Cuidado!!!! STF e STJ vêm restringindo o alcance desse dispositivo STJ (Informativo n° 553) Compete à Justiça Comum Estadual (e não à Justiça Militar Estadual) processar e julgar suposto crime de desacato praticado por policial militar de folga contra policial militar de serviço em local estranho à administração militar. Isso porque essa situação não se enquadra em nenhuma daquelas previstas no art. 9º, II, do CPM. STJ (Informativo n° 667) DIREITO PENAL, DIREITO PENAL MILITAR TEMA - Homicídio envolvendo policias militares de diferentes unidades da federação. Policiais fora de serviço ou da função. Discussão iniciada no trânsito. Contexto fático que não se amolda ao disposto no art. 9º, II, a, e III, d, do CPM. Competência da Justiça comum. STJ CC 170.201-PI/2020, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 3ª Seção. Cuidado!!!!! Segundo melhor doutrina, Guilherme Rocha, aduz: “Conforme jurisprudência do STF, nem sempre será de natureza militar o delito perpetrado por militar da ativa contra militar da ativa, nos termos do artigo 9°, II, (a) CPM, havendo crime comum se estiverem cumulativamente presentes os seguintes requisitos:” Os sujeitos ativo e passivo não estarem em serviço; e Os sujeitos ativo e passivo estarem fora de lugar sujeito à administração militar; O motivo do crime não estar ligado à caserna; e Não se tratar de crime militar próprio. Novidade Legislativa. Com o advento da Lei n° 13.491/17 os crimes que eram considerados crimes de natureza comum, devido à redação anterior definir os crimes militares como sendo somente os que estavam previsto no código penal militar, embora, com redação idêntica a lei penal comum, a partir do advento da referida lei, preenchido os requisitos do artigo 9, II, do CPM, tais delidos, podem ser considerados crimes militares, atraindo assim, em regra, a competência da justiça militar, seja, da união ou dos estados. Cuidado!!! Segundo a melhor doutrina, embora o referido artigo 9, II do CPM ao fazer referência aos crimes previstos na legislação penal, não trás qualquer exceção, podendo em uma interpretação mais singela, concluir, então que qualquer crime previsto na legislação penal seria considerado militar, ainda que tal crime tivesse como destinatário outra justiça competente para o processo e julgamento, essa não seria a melhor interpretação de tal dispositivo, tal norma, advinda da inovação legislativa, deve observar competências estabelecidas na constituição e/ou na Lei, quando estas têm outorgas conferidas a outras justiças, distintas da militar. Ex: O processamento dos crimes eleitorais que tem a previsão na constituição, em seu artigo 121 CF/88, que determina à competência a justiça eleitoral. Esquematizado Art. 9º, II, do CPM: Crimes definidos no CPM ou na Legislação Penal Comum são denominados de crimes militares impróprios + Agente é somente militar da ativa. Comentários!!! Segundo Lobão, para efeito de aplicação da norma, entende que a alínea c e a alínea d se confundem, sendo similares, porém, escritas de outra forma. Na alínea (c) estamos diante do militar atuando em comissão militar ou em formatura, agindo basicamente contra qualquer pessoa, mesmo em local fora da jurisdição militar. Na alínea (d) fala-se do militar em período de manobras ou exercício. Cuidado!!! Não devemos nos preocupar com os conceitos (comissão de natureza militar, formatura, manobra ou exercício), previstos neste artigo, pois em qualquer destas situações o militar estará de serviço ou atuando em razão da função. Art. 9°, III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar; b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo; c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. Comentários: Competência excepcional da justiça militar, seja da união ou dos estados. Estaremos diante de crimes praticados por militar da reserva, reformado ou civil. Na alínea a temos o caso, por exemplo, do civil que não comunica o óbito de seu familiar militar da reserva, para continuar recebendo indevidamente a pensão. Na alínea b a conduta precisa ser praticada em lugar sujeito à administração militar. Os órgãos da justiça militar, por obvio, pertencente ao Poder Judiciário, e por isso não é considerado lugar sujeito à administração militar. O mesmo se aplica às dependências do Ministério Público Militar. Quanto à alínea c e a alínea d, não costumam aparecerem em provas, contudo, é importante, sempre ter conhecimento da literalidade do texto, eventualmente pode ser cobrado. Novidade Legislativa. Art. 9, § 1° Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri. Art.9, § 2° Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais: a) Lei n° 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica; b) Lei Complementar n° 97, de 9 de junho de 1999;c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar; e d) Lei n° 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. Comentários: Mesmo com o advento da Lei n° 13.491/17, segundo a melhor doutrina, a competência para processar e julgar os crimes dolosos contra a vida de civil praticados por militares(Federais ou Estaduais) continua sendo, em regra, da justiça comum, especificamente do tribunal do júri, conforme, preceitua o artigo 9º, § 1º do CPM. Contudo, temos como exceção, os crimes dolosos contra a vida praticados por militares das forças armadas contra civil, serão, excepcionalmente da competência da justiça militar da união, conforme, preceitua o artigo 9º, § 2º do CPM. Regra Geral: Crimes Comuns, da competência do Tribunal do Júri. Exceções: Crimes Militares, da competência da Justiça Militar da União. Concurso entre Militar Federal & Militar Estadual em Crime Doloso contra a Vida de Civil: Regra Geral: Unidade de Processo no Tribunal do Júri. Excepcionalmente: Separação Obrigatória de Processos (Processo Comum no Tribunal do Júri e Processo Militar na Justiça da união). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7565.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp97.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp97.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1002.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4737.htm Crimes contra a autoridade militar; revolta e motim - Artigos 149 a 156. MOTIM & REVOLTA MOTIM Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la; II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência; III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra superior; IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar: Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, com aumento de 1/3 (um terço) para os cabeças. Revolta Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças. Comentários: a) Objetividade jurídica: Sem dúvida o objeto jurídico é a disciplina militar que com a conduta dos agentes é gravemente ofendida, pois, é inaceitável que grupo de militares se volte contra a ordem superior e a ordem pública, também, se tutela a autoridade militar, tanto a do superior que teve sua determinação descumprida, bem como, a norma que venha a ser violada. b) Sujeito ativo: Só pode ser perpetrado por militares da ativa, em regra, trata-se de crime de concurso necessário, sendo bastante, no mínimo 2(dois) militares da ativa, eventualmente, pode ser praticado por militares da reserva ou civil, contudo, quando em concurso com militares da ativa, pela regra do artigo 53, § 1º CPM. c) Sujeito Passivo: Estado. d) Aspectos Objetivos: a conduta principal é reunirem-se, militares (juntar-se, realizar uma reunião), voltados à realização de quatro finalidades (agir contra ordem superior ou negar a cumpri-la (omissão em relação à ordem); rejeitar (seguimento ao comando dado), agindo contrário a ordem ou praticando violência que pode ser moral ou física; concordar em não aceitar ordem superior, ou seja, não são os cabeças, contudo, são aqueles que aderem a eles, fortalecendo o quantitativo de militares, ou seja, na modalidade em análise existe a mera concordância na prática da recusa coletiva, na violência ou resistência contra superior; ocupar(ingressar) unidades militares, com a finalidade de praticar ação militar violenta ou não, contra ordem superior ou contra a disciplina. d) Crime Propriamente Militar e) Crime Formal f) Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. g) Causa de Aumento: Em relação aos lideres (cabeças) do motim. h) Forma Qualificada do Tipo Penal Militar: Militares amotinados armados com armas próprias ou impróprias, segundo a melhor doutrina, bastando que os militares estejam armados, ainda que não utilizem as armas efetivamente. Organização de grupo para a prática de violência Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à administração militar: Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar. Sujeito Ativo: Militares (crime de concurso necessário). Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: a conduta principal é reunirem-se, militares (juntar-se, realizar uma reunião), desde que, portanto, não necessariamente empregando, armamento ou material bélico, pertencente ao Estado, executando atos violentos em desfavor de pessoas ou coisas, de natureza pública ou privada. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime Material. Crime Propriamente Militar Omissão de lealdade militar Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para impedi-lo: Pena — reclusão, de 3 (três) a 5 (cinco) anos. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar e a autoridade militar. Sujeito Ativo: Militares. Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: trata-se de crime omissivo, que estará consumado no momento em que militar ou militares, têm ciência da preparação do motim ou revolta, não participa de imediato ao seu superior, de outro giro, quando o militar ou militares, não buscam impedir, desde que sem risco, a realização do motim ou revolta, estando presente quando da sua deflagração. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime Omissivo. Crime Propriamente Militar. Cuidado!!! Como o civil não tem o dever de lealdade para com a administração militar, não possui, desta forma, dever de ação, não podendo configurar como coautor no crime em tela. Conspiração Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no artigo 149: Pena — reclusão, de 3 (três) a 5 (cinco) anos. Isenção de pena Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime e quando era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que participou. Cumulação de penas Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar, tendo em vista que ao se reunirem para realizarem planos para a prática de motim, ferem a estrutura do órgão militar. Sujeito Ativo: Militares.(concurso necessário) Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: O núcleo do tipo penal militar e “concertar”, ajustar, combinar. O objeto do crime militar é a prática do crime de motim. Portanto, busca-se punir a preparação do delito. Se houver a conspiração e, na sequência, o motim, este último absorve o primeiro. Não cabe tentativa para o delito em estudo, tendo em vista que o crime é de consumação instantânea. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime Formal. Crime Propriamente Militar. Causa de extinção da punibilidade: Para (Nucci, 2014): “prestigia-se, neste caso, a delação, que ocorre quando o integrante de um delito (como coautor ou partícipe), entrega-se e também a outro(s) membro(s) do ajuste. Estipula-se, como condição para extinguir a punibilidade do agente da conspiração, o seguinte: a) narrar o ajuste a quem possa impedi-lo, o que significa tratar-se de superior; b) ter tomado parte no planejamento do motim; c) delatar o preparo antes do início da execução; logo, pode dar-se depois de consumada a conspiração, embora antes do motim; d) não haver qualquer consequência do preparo do motim, o que nos parece óbvio, pois nem mesmo teve início da execução, preservando-se o bem jurídico tutelado.” Aliciação para motim ou revolta Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes previstos nocapítulo anterior: Pena — reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, incluindo o civil. Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: “Aliciar” significa atrair alguém a alguma coisa. O objeto da conduta é o militar, buscando-se convencê-lo à prática dos crimes de motim e revolta, ou seja, o crime militar em tela se consuma quando o militar aliciado, se deixa seduzir e concorda com o autor. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime Formal. Crime Impropriamente Militar. Incitamento Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar: Pena — reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no artigo. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar e a autoridade militar. Sujeito Ativo: Qualquer Pessoal Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: O escopo do delito em tela é instigar, incentivar, que o militar, desobedeça ordem, a disciplina, ou até mesmo, realize a prática de crime militar, desta feita, o tipo penal militar em comento, abrange não só condutas que possam caracterizar crimes de natureza militar, como também, transgressões disciplinares, desta feita, para a melhor doutrina, o crime se consuma com a anuência do militar instigado. Incitamento por equiparação: Para melhor doutrina, como podemos citar, (NUCCI, 2014) “considera- se, também, incitamento a introdução, afixação ou distribuição de qualquer material, contendo mensagem de instigação aos atos previstos no caput. O parágrafo único somente menciona papéis (impressão, escrita, mimeografia), pois o Código Penal Militar data de 1969. Atualmente, pode-se acrescentar, em interpretação extensiva, qualquer base material disposta a conter a mensagem de incitamento, como e- mail, SMS, rede social etc.” Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime Formal Crime Impropriamente Militar. Apologia de fato criminoso ou do seu autor Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano. Comentários: Objetividade Jurídica: perturba essencialmente a disciplina, pois se exalta o criminoso da lei penal castrense ou o próprio crime militar, o que afeta a normal regularidade da atividade militar. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: fazer apologia é exaltar, elogiar, engrandecer fato considerado crime militar ou o autor de crime militar, não sendo necessário para a configuração do delito se o autor já foi condenado ou não, tendo em vista que o tipo penal em apreço não exige tais elementos para a sua configuração. Segundo (Neves, 2013): “O elemento espacial em lugar sujeito à administração militar é exigido para as duas modalidades, ou seja, o enaltecimento do crime militar ou de seu autor, para se configurarem delito, hão de ser em espaço sob a Administração Militar; fora desse limite, o delito será comum.” Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso, não sendo previsto modalidade culposa. Crime Impropriamente Militar. Crimes de Violência e Desrespeito contra superior, Desrespeito a símbolo nacional ou farda e Insubordinação - Artigos 157 a 176 Violência contra superior Art. 157. Praticar violência contra superior: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. Formas qualificadas § 1º. Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general: Pena — reclusão, de 3 (três) a 9 (nove) anos. § 2º. Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de 1/3 (um terço). § 3º. Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. § 4º. Se da violência resulta morte: Pena — reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. § 5º. A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar e a autoridade militar. Sujeito Ativo: inferior hierárquico ou funcional, nos termos do artigo 24 CPM. Sujeito Passivo: Estado, como sujeito passivo imediato, e o superior agredido como sujeito passivo mediato. Aspectos Objetivos: o tipo penal militar consiste em praticar força física empregada, contra o corpo do superior, ou seja, executar qualquer ato de coação físico, mediante emprego de força, nesta toada, STM: “O crime de violência contra superior não exige a ocorrência de lesão corporal para sua configuração, bastando o emprego de violência física” (RSE 0000035- 52.2010.7.01.0401/RJ, Plenário, rel. Cleonilson Nicácio Silva, 07.02.2012). Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime material. Crime Propriamente Militar. Violência contra militar de serviço Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: Pena — reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. Formas qualificadas § 1º. Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de 1/3 (um terço). § 2º. Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do crime contra a pessoa. § 3º. Se da violência resulta morte: Pena — reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar e a autoridade militar. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: A conduta violenta é direcionada a militar de serviço, nas funções grafadas no tipo penal em comento, ou seja, contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime material. Crime Impropriamente Militar. Ausência de dolo no resultado Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade. Comentários: Segundo, (Neves, 2013): “Aqui se abranda o rigor da punição daquele que tinha, sim, a intenção de agredir, o dolo de atacar fisicamente o superior hierárquico ou o militar em serviço; entretanto, a apuração demonstra que ele, autor, não queria o resultado lesão corporal ou morte (dolo direto) nem assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual). Dessa forma, como reconhecimento de que o dolo do agente se restringiu à investida, e não ao resultado, o legislador concedeu a aplicação da pena do crime contra a pessoa diminuída pela metade”. Assim pra uma parte da doutrina, estamos diante de uma figura preterdolosa. Desrespeito a superior Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o agente, oficial- general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar e a autoridade militar. Sujeito Ativo: inferior hierárquico ou funcional, nos termos do artigo 24 CPM. Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: O verbo nuclear do tipo é desrespeitar, compreendido como a falta de consideração, de respeito, de acatamento, o que pode ser realizado de diversas formas: de palavras, gritos, desenhos, escritos, imitação e até caricaturas, etc. para (NUCCI, 2014): “O objeto é o superior, exigindo-se que a conduta se desenvolva na presença de outro militar. Nota-se a importância conferida à tutela da disciplina, pois o desrespeito somente ganha relevo quando visto por outros”, para o STM: “Incorre no crime de desrespeito o militar que, durantea lavratura do auto de prisão em flagrante, responde as indagações do respectivo encarregado em língua estrangeira, além de afirmar, em tom de menosprezo e depreciativo, na presença de outros militares, que o aludido Oficial da Aeronáutica não sabe falar nem digitar em inglês.” Ap. 0000028- 20.2010.7.10.0010/CE Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime Propriamente Militar. Cuidado!!!! Para (Neves, 2013): “Nitidamente o delito de desrespeito é um delito subsidiário, isso de forma expressa, como se denota do texto do preceito secundário (se o fato não constitui crime mais grave). Com efeito, essa subsidiariedade se dá em relação ao delito de desacato a superior, grafado no art. 298 do Código Castrense, Por ora, a título de distinção, tenhamos o desrespeito como a mera desconsideração, enquanto o desacato como conduta que vai além do desrespeito, chegando ao menoscabo, menosprezo da autoridade representada pelo superior”. Desrespeito a símbolo nacional Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional: Pena — detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Despojamento desprezível Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo ou vilipêndio: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano. Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado diante da tropa, ou em público. Insubordinação Recusa de obediência Art. 163. Recusar obedecer à ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: Pena — detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, se o fato não constitui crime mais grave. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é a disciplina militar e a autoridade militar. Sujeito Ativo: inferior hierárquico ou funcional, nos termos do artigo 24 CPM. Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: trata-se de crime , segundo a melhor doutrina de mão própria, não admitindo assim, coautoria, de mais a mais, o verbo nuclear do tipo penal militar é “recursar a obedecer à ordem” desobedecer, negar o acatamento, podendo ser por omissão ou por ação, além disso, para (NEVES, 2014): “Exige-se o enfrentamento, ainda que em silêncio, deprimindo a autoridade e lesando a disciplina. Dessa forma, o militar que simplesmente recebe ordem de seu superior para abastecer a viatura antes de deixar o serviço mas não a cumpre, fato que, porém, só é notado apenas posteriormente, quando outro motorista assume o serviço, não estará incorrendo no delito, mas apenas em transgressão disciplinar”. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime Propriamente Militar. Oposição à ordem de sentinela Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Reunião ilícita Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou assunto atinente à disciplina militar: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano a quem promove a reunião; de 2 (dois) a 6 (seis) meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave. Publicação ou crítica indevida Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Governo: Pena — detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Usurpação e Excesso ou Abuso de Autoridade Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia de posto ou graduação superior: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qualquer pessoa. Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha direito: Pena — detenção, até 6 (seis) meses. Abuso de requisição militar Art. 173. Abusar do direito de requisição militar, excedendo os poderes conferidos ou recusando cumprir dever imposto em lei: Pena — detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Rigor Excessivo Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com rigor não permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito: Pena — suspensão do exercício do posto, por 2 (dois) a 6 (seis) meses, se o fato não constitui crime mais grave. Violência contra inferior Art. 175. Praticar violência contra inferior: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Resultado mais grave Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no art. 159. Ofensa aviltante a inferior Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo meio empregado, se considere aviltante: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior. Crimes contra o serviço e o dever militar; crimes de deserção - Artigos 183 a 203. Insubmissão Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação: Pena — impedimento, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Caso assimilado § 1º. Na mesma pena incorre quem, dispensado temporariamente da incorporação, deixa de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento. Diminuição da pena § 2º. A pena é diminuída de um terço: a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando escusáveis; b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do último dia marcado para a apresentação. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é o serviço militar. Sujeito Ativo: civil, convocado á incorporação às forças armadas, nos termos da lei. Sujeito Passivo: Estado Aspectos Objetivos: A primeira conduta é omissiva, praticada num único ato, portanto, segundo a melhor doutrina, sem possibilidade de tentativa. A segunda é de mera conduta também não admitindo a tentativa. No § 1 o do artigo em estudo consagrou-se um caso assimilado, dispondo que incorrerá na mesma pena aquele que, dispensado temporariamente da incorporação, deixa de se apresentar, injustificadamente, findo o prazo de licenciamento. Já em relação ao § 2°, prevê minoração da pena em um terço, Segundo (NEVES, 2013): “com base na ignorância ou errada compreensão dos atos da convocação militar, quando escusáveis ou quando há o arrependimento posterior do agente, que se apresenta voluntariamente dentro do prazo de um ano, contado do último dia marcado para a apresentação. No primeiro caso vemos a plena materialização do princípio ignorantia legis neminen excusat, ou seja, o dogma de que a ignorância da lei é inescusável e, ainda que o seja, a culpabilidade do agente não estará afastada”. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime propriamente Militar. Criação ou simulação de incapacidade física Art. 184. Criar ou simular incapacidade física, que inabilite o convocado para o serviço militar: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Substituição de convocado Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na inspeção de saúde. Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado. Favorecimento a convocado Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a incorporação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo: Pena - detenção, de três meses a um ano. Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. Deserção Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, daunidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se oficial, a pena é agravada. Comentários: Objetividade Jurídica: O bem jurídico protegido é o serviço militar, bem como, o dever militar, o comprometimento com sua profissão. Sujeito Ativo: militar em situação de atividade. Sujeito Passivo: Estado. Aspectos Objetivos: o verbo do tipo penal militar em apreço é “ausentar-se”, que significa afastar-se, do lugar em que deveria estar, contudo, esse afastamento ou ausência deve ser de forma injustificada, considerando que o tipo penal militar, estabelece um prazo para sua consumação, chamado de prazo de graça. O crime não admite tentativa, por ser crime unissubsistente, também é crime de mão própria, não admite coautoria. Aspectos Subjetivos: Crime Militar Doloso. Crime formal. Crime propriamente Militar. Cuidado!!! Para o STF o Crime de Deserção é permanente, HC112511/PE, 2/10/2012. Casos assimilados Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que: I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias; II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias, contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra; III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias; IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou simulando incapacidade. Deserção Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III: Atenuante especial I - se o agente se apresenta voluntariamente dentro em oito dias após a consumação do crime, a pena é diminuída de metade; e de um terço, se de mais de oito dias e até sessenta; Agravante especial II - se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a pena é agravada de um terço. Deserção especial Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave, de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força em que serve: Pena — detenção, até 3 (três) meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao comando militar competente. § 1º. Se a apresentação se der dentro de prazo superior a 24 (vinte e quatro) horas e não excedente a 5 (cinco) dias: Pena — detenção, de 2 (dois) a 8 (oito) meses. § 2º. Se superior a 5 (cinco) dias e não excedente a 8 (oito) dias: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. § 2º-A. Se superior a oito dias: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Aumento de pena § 3º. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e de metade, se oficial. Concerto para deserção Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção: I - se a deserção não chega a consumar-se: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Modalidade complexa II - se consumada a deserção: Pena — reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. Deserção por evasão ou fuga Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de detenção ou de prisão, ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo ausente por mais de oito dias: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Favorecimento a desertor Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo: Pena — detenção, de 4 (quatro) meses a 1 (um) ano. Isenção de pena Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. Omissão de oficial Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber encontrar-se entre os seus comandados: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano. Abandono de posto Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Descumprimento de missão Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada: Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, se o fato não constitui crime mais grave. § 1º. Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um terço. § 2º. Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade. Modalidade culposa § 3º. Se a abstenção é culposa: Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Retenção indevida Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função, ou quando lhe é exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que lhe haja sido confiado: Pena - suspensão do exercício do posto, de três a seis meses, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento envolve ou constitui segredo relativo à segurança nacional: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Omissão de eficiência da força Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de eficiência: Pena - suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano. Omissão de providências para evitar danos Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu alcance para evitar perda, destruição ou inutilização de instalações militares, navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado em perigo: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Modalidade culposa Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: Pena - detenção, de três meses a um ano. Omissão de providências para salvar comandados Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, colisão, ou outro perigo semelhante, de tomar todas as providências adequadas para salvar os seus comandados e minorar as consequências do sinistro, não sendo o último a sair de bordo ou a deixar a aeronave ou o quartel ou sede militar sob seu comando: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Modalidade culposa Parágrafo único. Se a abstenção é culposa: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Omissão de socorro Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que hajam pedido socorro: Pena - suspensão do exercício do posto, de um a três anos ou reforma. Embriaguez em serviço Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Dormir em serviço Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante: Pena - detenção, de três meses a um ano. Conceito de Polícia Judiciária Militar e autoridade de PJM - Artigo 1º ao 8º do CPPM Fontes de Direito Judiciário Militar Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste Código, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for estritamente aplicável. Divergência de normas § 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas. Aplicação subsidiária § 2º Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Código aos processos regulados em leis especiais. Interpretação literal Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação. Interpretação extensiva ou restritiva § 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto,no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção. Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal § 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando: a) cercear a defesa pessoal do acusado; b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. Suprimento dos casos omissos Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos: a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar; b) pela jurisprudência; c) pelos usos e costumes militares; d) pelos princípios gerais de Direito; e) pela analogia. Aplicação no espaço e no tempo Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas deste Código: Tempo de paz I - em tempo de paz: a) em todo o território nacional; b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira; c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força militar brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de missão de caráter internacional ou extraterritorial; d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente; e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional; Tempo de guerra II - em tempo de guerra: a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz; b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações; c) em território estrangeiro militarmente ocupado. Aplicação intertemporal Art. 5º As normas deste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Aplicação à Justiça Militar Estadual Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares. Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar (atribuições de PJM): a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas; c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado; e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse sentido; f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar; h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido. Quem exerce a atribuição de PJM? Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições: a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro; b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição; c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados; d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando; e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos territórios; f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados; g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios; OBS!!!! Hoje não há mais ministérios para cada uma das forças armadas. Há apenas um Ministro da Defesa, que congrega as três forças, e os comandantes de cada uma delas, que para várias finalidades gozam de status ministerial. Inicialmente, portanto, a função Polícia Judiciária Militar é exercida pelos comandantes de cada uma das forças armadas. O Ministro da Defesa atualmente não exerce essa função, até porque normalmente se trata de um civil. Também não existe mais a figura do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Quem exerce essas funções é o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Em seguida, o CPPM começa a conceder o poder investigativo para autoridades de escalão intermediário: os chefes de Estado-Maior de cada uma das forças, seguidos dos comandantes de Região Militar (Exército), Distrito Naval (Marinha) ou Zona Aérea (na realidade hoje as regiões da Aeronáutica são chamadas de Comandos Aéreos). Resumidamente podemos dizer, portanto, que, em geral, militares que exercem funções de comando ou chefia detêm poder investigativo próprio de Polícia Judiciária Militar. Tais funções podem ser delegadas? “Art. 7º. (...) § 1º. Obedecidas às normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. § 2º. Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado. § 3º. Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo. § 4º. Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade de posto. § 5º. Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro competente à designação de oficial da reserva de posto mais elevado Princípios do IPM e suas características; Medida preliminar de Inquérito - Art 9º ao 28 do CPPM Finalidade do inquérito Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios daação penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código. Modos por que pode ser iniciado Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria: a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; c) em virtude de requisição do Ministério Público; d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25; e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar; f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal militar. Superioridade ou igualdade de posto do infrator § 1º Tendo o infrator posto superior ou igual ao do comandante, diretor ou chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a infração penal, será feita a comunicação do fato à autoridade superior competente, para que esta torne efetiva a delegação, nos termos do § 2° do art. 7º. Providências antes do inquérito § 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas imediatamente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha conhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar. Infração de natureza não militar § 3º Se a infração penal não for, evidentemente, de natureza militar, comunicará o fato à autoridade policial competente, a quem fará apresentar o infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores. Oficial general como infrator § 4º Se o infrator for oficial general, será sempre comunicado o fato ao ministro e ao chefe de Estado- Maior competentes, obedecidos os trâmites regulamentares. Indícios contra oficial de posto superior ou mais antigo no curso do inquérito § 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios contra oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do § 2° do art. 7º. Escrivão do inquérito Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos. Compromisso legal Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício da função. Medidas preliminares ao inquérito Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário; (Vide Lei nº 6.174, de 1974) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6174.htm b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. Formação do inquérito Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste: Atribuição do seu encarregado a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido; b) ouvir o ofendido; c) ouvir o indiciado; d) ouvir testemunhas; e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações; f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e perícias; g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação; h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189; i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de perícias ou exames. Reconstituição dos fatos Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração praticada de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a disciplina militar. Assistência de procurador Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional importância ou de difícil elucidação, o encarregado do inquérito poderá solicitar do procurador-geral a indicação de procurador que lhe dê assistência. Encarregado de inquérito. Requisitos Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de pôsto não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado. Sigilo do inquérito Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dêle tome conhecimento o advogado do indiciado. Art. 16-A. Nos casos em que servidores das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares figurarem como investigados em inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas nos arts. 42 a 47 do Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 (Código Penal Militar), o indiciado poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que esta, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses do investigado nos procedimentos de que trata esse artigo correrão por conta do orçamento próprio da http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 6º As disposições constantes deste artigo aplicam-se aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Incomunicabilidade do indiciado. Prazo. Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver legalmente preso, por três dias no máximo. Mesmo que decretada pelo juiz e por apenas três dias constitui crime de abuso de autoridade, sendo o art. 17 do CPPM considerado inconstitucional por força do 5º, LXII e 136, § 3º, IV, da CF. Diz o STJ e o STF: “Se no estado de defesa é vedada a incomunicabilidade de preso, quanto mais no estado de normalidade”. (Nucci, 2014) Detenção de indiciado Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito solicitará, dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decretação da prisão preventiva ou de menagem, do indiciado. Inquirição durante o dia Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie entre as sete e as dezoito horas. Inquirição. Assentada de início, interrupção e encerramento § 1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das inquirições ou depoimentos; e, da mesma forma, do seu encerramento ou interrupções, no final daquele período. Inquirição. Limite de tempo § 2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além daquele termo. O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito. § 3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que o for, salvo caso de urgência. Prazos para terminação do inquérito Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. Prorrogação de prazo § 1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo. Diligências não concluídas até o inquérito § 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemunhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento. Dedução em favor dos prazos § 3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo motivo previsto no § 5º do art. 10. Reunião e ordem das peças de inquérito Art. 21. Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só processado e dactilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas, pelo escrivão. Juntada de documento http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, mencionando a data. Relatório Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais. Solução § 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. Advocação § 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente. Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscrição Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos instrumentos desta, bem como dos objetos que interessem à sua prova. Remessa a Auditorias Especializadas § 1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, atender-se-á, para a remessa, à especialização de cada uma. Onde houver mais de uma na mesma sede, especializada ou não, a remessa será feita à primeira Auditoria, para a respectiva distribuição. Os incidentes ocorridos no curso do inquérito serão resolvidos pelo juiz a que couber tomar conhecimento do inquérito, por distribuição. § 2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacional serão remetidos à 1ª Auditoria da Circunscrição com sede na Capital da União, atendida, contudo, a especialização referida no § 1º. Arquivamento de inquérito. Proibição Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado. Instauração de novo inquérito Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade. § 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c. § 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se entender inadequada a instauração do inquérito. Devolução de autos de inquérito Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a não ser: I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia; II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimentode formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária. Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de vinte dias, para a restituição dos autos. Suficiência do auto de flagrante delito Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos termos do art. 20. Dispensa de Inquérito Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público: a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais; b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja identificado; c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm Ação Penal Militar - Artigos 29 ao 33; 54 ao 59; 77 a 81 Promoção da ação penal Art. 29. A ação penal é pública e somente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público Militar. Obrigatoriedade Art. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que houver: a) prova de fato que, em tese, constitua crime; b) indícios de autoria. Dependência de requisição do Governo Art. 31. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código Penal Militar, a ação penal; quando o agente for militar ou assemelhado, depende de requisição, que será feita ao procurador-geral da Justiça Militar, pelo Ministério a que o agente estiver subordinado; no caso do art. 141 do mesmo Código, quando o agente for civil e não houver co-autor militar, a requisição será do Ministério da Justiça. Comunicação ao procurador-geral da República Parágrafo único. Sem prejuízo dessa disposição, o procurador-geral da Justiça Militar dará conhecimento ao procurador-geral da República de fato apurado em inquérito que tenha relação com qualquer dos crimes referidos neste artigo. Proibição de existência da denúncia Art. 32. Apresentada a denúncia, o Ministério Público não poderá desistir da ação penal. Exercício do direito de representação Art. 33. Qualquer pessoa, no exercício do direito de representação, poderá provocar a iniciativa do Ministério Publico, dando-lhe informações sobre fato que constitua crime militar e sua autoria, e indicando-lhe os elementos de convicção. Informações § 1º As informações, se escritas, deverão estar devidamente autenticadas; se verbais, serão tomadas por termo perante o juiz, a pedido do órgão do Ministério Público, e na presença deste. Requisição de diligências § 2º Se o Ministério Público as considerar procedentes, dirigir-se-á à autoridade policial militar para que esta proceda às diligências necessárias ao esclarecimento do fato, instaurando inquérito, se houver motivo para esse fim. Ministério Público Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo penal militar, cabendo ao procurador- geral exercê-la nas ações de competência originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas ações perante os órgãos judiciários de primeira instância. Pedido de absolvição Parágrafo único. A função de órgão de acusação não impede o Ministério Público de opinar pela absolvição do acusado, quando entender que, para aquele efeito, existem fundadas razões de fato ou de direito. Fiscalização e função especial do Ministério Público Art. 55. Cabe ao Ministério Público fiscalizar o cumprimento da lei penal militar, tendo em atenção especial o resguardo das normas de hierarquia e disciplina, como bases da organização das Forças Armadas. Independência do Ministério Público Art. 56. O Ministério Público desempenhará as suas funções de natureza processual sem dependência a quaisquer determinações que não emanem de decisão ou despacho da autoridade judiciária competente, no uso de atribuição prevista neste Código e regularmente exercida, havendo no exercício das funções recíproca independência entre os órgãos do Ministério Público e os da ordem judiciária. Subordinação direta ao procurador-geral Parágrafo único. Os procuradores são diretamente subordinados ao procurador-geral. Impedimentos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm Art. 57. Não pode funcionar no processo o membro do Ministério Público: a) se nele já houver intervindo seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, autoridade policial ou auxiliar de justiça; b) se ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções; c) se ele próprio ou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Suspeição Art. 58. Ocorrerá a suspeição do membro do Ministério Público: a) se for amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido; b) se ele próprio, seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido; c) se houver aconselhado o acusado; d) se for tutor ou curador, credor ou devedor do acusado; e) se for herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutuário de bens, do acusado ou seu empregador; f) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de qualquer modo ao acusado. Aplicação extensiva de disposição Art. 59. Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto nos arts. 39, 40 e 41. Requisitos da denúncia Art. 77. A denúncia conterá: a) a designação do juiz a que se dirigir; b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; c) o tempo e o lugar do crime; d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; f) as razões de convicção ou presunção da delinquência; g) a classificação do crime; h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação. Dispensa de testemunhas Parágrafo único. O rol de testemunhas poderá ser dispensado, se o Ministério Público dispuser de prova documental suficiente para oferecer a denúncia. Rejeição de denúncia Art. 78. A denúncia não será recebida pelo juiz: a) se não contiver os requisitos expressos no artigo anterior; b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da competência da Justiça Militar; c) se já estiver extinta a punibilidade; d) se for manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador. Preenchimento de requisitos § 1º No caso da alínea a, o juiz antes de rejeitar a denúncia, mandará, em despacho fundamentado, remeter o processo ao órgão do Ministério Público para que, dentro do prazo de três dias, contados da data do recebimento dos autos, sejam preenchidos os requisitos que não o tenham sido. Ilegitimidade do acusador § 2º No caso de ilegitimidade do acusador, a rejeição da denúncia não obstará o exercício da ação penal, desde que promovida depois por acusador legítimo, a quem o juiz determinará a apresentação dos autos. Incompetência do juiz. Declaração § 3º No caso de incompetência do juiz, este a declarará em despacho fundamentado, determinando a remessa do processo ao juiz competente. Prazo para oferecimento da denúncia Art. 79. A denúncia deverá ser oferecida, se o acusado estiver preso, dentro do prazo de cinco dias, contados da data do recebimento dos autos para aquele fim; e, dentro do prazo de quinze dias, se o acusado estiver solto. O auditor deverá manifestar-se sobre a denúncia, dentro do prazo de quinze dias. Prorrogação de prazo § 1º O prazo para o oferecimento da denúnciapoderá, por despacho do juiz, ser prorrogado ao dobro; ou ao triplo, em caso excepcional e se o acusado não estiver preso. § 2º Se o Ministério Público não oferecer a denúncia dentro deste último prazo, ficará sujeito à pena disciplinar que no caso couber, sem prejuízo da responsabilidade penal em que incorrer, competindo ao juiz providenciar no sentido de ser a denúncia oferecida pelo substituto legal, dirigindo-se, para este fim, ao procurador-geral, que, na falta ou impedimento do substituto, designará outro procurador. Complementação de esclarecimentos Art. 80. Sempre que, no curso do processo, o Ministério Público necessitar de maiores esclarecimentos, de documentos complementares ou de novos elementos de convicção, poderá requisitá-los, diretamente, de qualquer autoridade militar ou civil, em condições de os fornecer, ou requerer ao juiz que os requisite. Extinção da punibilidade. Declaração Art. 81. A extinção da punibilidade poderá ser reconhecida e declarada em qualquer fase do processo, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, ouvido o Ministério Público, se deste não for o pedido. Morte do acusado Parágrafo único. No caso de morte, não se declarará a extinção sem a certidão de óbito do acusado. Competências da JM - Artigos 85 ao 120 Determinação da competência Art. 85. A competência do foro militar será determinada: I - de modo geral: a) pelo lugar da infração; b) pela residência ou domicílio do acusado; c) pela prevenção; II - de modo especial, pela sede do lugar de serviço. Na Circunscrição Judiciária Art. 86. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência será determinada: a) pela especialização das Auditorias; b) pela distribuição; c) por disposição especial deste Código. Modificação da competência Art. 87. Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos anteriores, em caso de: a) conexão ou continência; b) prerrogativa de posto ou função; c) desaforamento. Lugar da infração Art. 88. A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infração; e, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. A bordo de navio Art. 89. Os crimes cometidos a bordo de navio ou embarcação sob comando militar ou militarmente ocupado em porto nacional, nos lagos e rios fronteiriços ou em águas territoriais brasileiras, serão, nos dois primeiros casos, processados na Auditoria da Circunscrição Judiciária correspondente a cada um daqueles lugares; e, no último caso, na 1ª Auditoria da Marinha, com sede na Capital do Estado da Guanabara. A bordo de aeronave Art. 90. Os crimes cometidos a bordo de aeronave militar ou militarmente ocupada, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados pela Auditoria da Circunscrição em cujo território se verificar o pouso após o crime; e se êste se efetuar em lugar remoto ou em tal distância que torne difíceis as diligências, a competência será da Auditoria da Circunscrição de onde houver partido a aeronave, salvo se ocorrerem os mesmos óbices, caso em que a competência será da Auditoria mais próxima da 1ª, se na Circunscrição houver mais de uma. Crimes fora do território nacional Art. 91. Os crimes militares cometidos fora do território nacional serão, de regra, processados em Auditoria da Capital da União, observado, entretanto, o disposto no artigo seguinte. Crimes praticados em parte no território nacional Art. 92. No caso de crime militar somente em parte cometido no território nacional, a competência do foro militar se determina de acordo com as seguintes regras: a) se, iniciada a execução em território estrangeiro, o crime se consumar no Brasil, será competente a Auditoria da Circunscrição em que o crime tenha produzido ou devia produzir o resultado; b) se, iniciada a execução no território nacional, o crime se consumar fora dele, será competente a Auditoria da Circunscrição em que se houver praticado o último ato ou execução. Diversidade de Auditorias ou de sedes Parágrafo único. Na Circunscrição onde houver mais de uma Auditoria na mesma sede, obedecer-se-á à distribuição e, se for o caso, à especialização de cada uma. Se as sedes forem diferentes, atender-se-á ao lugar da infração. Residência ou domicílio do acusado Art. 93. Se não for conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela residência ou domicílio do acusado, salvo o disposto no art. 96. Prevenção. Regra Art. 94. A competência firmar-se-á por prevenção, sempre que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com competência cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia. Casos em que pode ocorrer Art. 95. A competência pela prevenção pode ocorrer: a) quando incerto o lugar da infração, por ter sido praticado na divisa de duas ou mais jurisdições; b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições; c) quando se tratar de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições; d) quando o acusado tiver mais de uma residência ou não tiver nenhuma, ou forem vários os acusados e com diferentes residências. Lugar de serviço Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma situação, ou para o funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração, quando este não puder ser determinado, será o da unidade, navio, força ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo aplicável o critério da prevenção, salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a respectiva especialização. Auditorias Especializadas Art. 97. Nas Circunscrições onde existirem Auditorias Especializadas, a competência de cada uma decorre de pertencerem os oficiais e praças sujeitos a processo perante elas aos quadros da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica. Como oficiais, para os efeitos deste artigo, se compreendem os da ativa, os da reserva, remunerada ou não, e os reformados. Militares de corporações diferentes Parágrafo único. No processo em que forem acusados militares de corporações diferentes, a competência da Auditoria especializada se regulará pela prevenção. Mas esta não poderá prevalecer em detrimento de oficial da ativa, se os co-réus forem praças ou oficiais da reserva ou reformados, ainda que superiores, nem em detrimento destes, se os co-réus forem praças. Art. 98. Quando, na sede de Circunscrição, houver mais de uma Auditoria com a mesma competência, esta se fixará pela distribuição. Juízo prevento pela distribuição Parágrafo único. A distribuição realizada em virtude de ato anterior à fase judicial do processo prevenirá o juízo. Casos de conexão Art. 99. Haverá conexão: a) se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; b) se, no mesmo caso, umas infrações tiverem sido praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; c) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Casos de continência Art. 100. Haverá continência: a) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração; b) na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em concurso. Regras para determinação Art. 101. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: Concurso e prevalência I - no concurso entre a jurisdição especializada e a cumulativa, preponderará aquela; II - no concurso de jurisdições cumulativas: a) prevalecerá a do lugar da infração, para a qual é cominada pena mais grave; b) prevalecerá a do lugar onde houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; Prevenção c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos demais casos, salvo disposição especial deste Código; Unidade do processo