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ANTIPSICÓTICOS Questões norteadoras! 1. Quais são as principais características das psicoses? Entendendo os mecanismos envolvidos na esquizofrenia alteração do comportamento, incapacidade de pensar coerentemente e compreender a realidade devido a um excesso na produção da dopamina. 2. Explique o mecanismo de ação dos antipsicóticos típicos e atípicos? Atípicos: Antagonismo de receptores 5-HT2A serotoninérgicos no mesocórtex; Antagonismo de receptores 5-HT2A serotoninérgicos no nigroestriado; Antagonismo de receptores D2 dopaminérgicos na via mesolímbica. Típicos: ocorre o bloqueio do receptor D2 3. Em relação aos efeitos colaterais, quais as diferenças entre os antipsicóticos típicos e atípicos? Eles se diferenciam pela grande quantidade de efeitos colaterais devido bloqueio inespecífico de receptores. Nos antipsicóticos ativos, o bloqueio de D2 na via nigroestriatal causa efeitos extrapiramidais 4. O que são sintomas extrapiramidais? Explique o mecanismo envolvido na discinesia tardia. Os sintomas extrapiramidais são sintomas que incluem discinesia, distonia, hipertonia, acinesia e acatisia. A discinesia tardia são movimentos involuntários, estereotipados, repetitivos, da face (laterais de queixo, lábios), tronco e membros, é irreversível e piora com a retirada do antipsicóticos. 5. Qual o principal mecanismo de ação dos fármacos antipsicóticos? 6. Quais as diferenças entre antipsicóticos típicos e atípicos? Explique as bases biológicas de tais diferenças. 7. Justifique a associação de fármacos anticolinérgicos para pacientes em uso de antipsicóticos —--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- PSICOSE: Distúrbio psiquiátrico grave, de origem funcional, na qual o paciente apresenta alterações do comportamento, incapacidade de pensar coerentemente e compreender a realidade. Critérios para o diagnóstico de transtorno psicótico: presença de alucinações (erro de percepção // fenômenos internos e criados pela mente) e delírios (falsa crença da realidade // precisam de algum estímulo externo para surgir). ESQUIZOFRENIA: um conjunto de sintomas nos quais a pessoa têm as respostas afetivas, a capacidade de reconhecer a realidade e comunicar a outros, prejudicados. → Severo transtorno do funcionamento cerebral, esquizofrênico menospreza a razão. Subtipos de Crow I. Síndrome positiva: alucinações e delírios II. Síndrome negativa: embotamento afetivo e pobreza no discurso Em pacientes esquizofrênicos observa-se o curioso fenômeno de falta de sentimento. ETIOLOGIA: 1. Genética: Polimorfismos de genes relacionados a vias dopaminérgicas ( ANKK1, DRD2, DRD3) e glutamatérgica (Neuroregulina-1, disbindina e DISC-1 - envolvidos no controle da expressão do receptor NMDA) ; 2. Fatores ambientais: complicações na gravidez/parto e abuso de drogas Via dopaminérgica mesolímbica → projeta-se da área tegmental ventral do mesencéfalo para o nucleus accumbens; Via dopaminérgica mesocortical → se projeta da área tegmental ventral do mesencéfalo, porém envia axônios para áreas do córtex pré-frontal; ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS: Sintomas positivos: Alterações na via mesolímbica (à partir da área tegumentar ventral - VTA), até o núcleo accumbens, amígdala e hipocampo; Hiperatividade da via mesolímbica dopaminérgica, ↑da liberação de dopamina (DA) e ação em receptores D2 Sintomas negativos: Alterações na via mesocortical (à partir do VTA até córtex pré-frontal). Redução da atividade mesocortical dopaminérgica e da sua ação em receptores D1. **Outras vias dopaminérgicas como nigro-estriatal e tubero-infundibular funcionam normalmente na EZ. Hipótese glutamatérgica: Antagonistas do receptor NMDA (ex.: cetamina) podem gerar sintomas psicóticos positivos e negativos: Redução da função dos receptores NMDA na EZ; Neurônios glutamatérgicos e gabaérgicos atuam no controle da atividade dopaminérgica mesolímbica e mesocortical. —--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FÁRMACOS Todos os antipsicóticos tratam os sintomas positivos da doença pelo bloqueio dos receptores dopaminérgicos D2. São classificados em gerações! ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS (convencionais) - antipsicóticos de primeira geração MECANISMO DE AÇÃO: Atuam principalmente pelo bloqueio dos receptores D2 e com menor afinidade em D1 dopaminérgicos. Para eficácia terapêutica, ao menos 80% dos receptores D2 precisam estar bloqueados. Antipsicóticos de baixa potência: clorpromazina e tioridazina Antipsicóticos de alta potência: flufenazina, haloperidol, loxapina, perfenazina, pimozida, proclorperazina, tiotixeno e trifluoperazina. Fármacos com maior afinidade pelos receptores D2, tendem a exigir doses menores para controlar os sintomas psicóticos e aliviar a esquizofrenia. Antipsicóticos de 1a geração se distinguem dos de segunda geração (atípicos) pela grande quantidade de efeitos colaterais devido bloqueio inespecífico de receptores. Antagonismo de receptores 5-HT2: ↓Náusea, dor de cabeça: Clinicamente útil (ex.: Proclorperazina). EFEITOS COLATERAIS: - Bloqueio de receptores D1 na via mesocortical: Piora dos sintomas negativos: ↑embotamento afetivo e isolamento social. - Bloqueio de receptores D2 na via nigroestriatal: Resulta em uma liberação aumentada de ACh nos receptores muscarínicos: Efeitos extrapiramidais (EEP): Distonia aguda (espasmo muscular): tremor, rigidez, espasmos involuntários, protusão da língua (Parkinsonismo farmacológico - reversível) - Bloqueio de receptores D2 na via tuberoinfundibular: ↑secreção de prolactina: Ginecomastia, galactorreia, amenorréia, infertilidade - Antagonismo de receptores alfa 1 adrenérgicos: hipotensão ortostática, impotência, dificuldade de ejaculação, sonolência; - Antagonismo de receptores H1 histaminérgicos:sonolência, ganho de peso (aumento do apetite) - Antagonismo de receptores M1/M3 muscarínicos: constipação, visão turva, boca seca, tontura, confusão mental EFICÁCIA CLÍNICA: - ↓da população internada em hospitais psiquiátricos nas décadas de 1950 e 1960; - 30% são resistentes ao tratamento. (polimorfismos); - ↑efeitos colaterais: altamente incapacitantes, ↓adequação social, ↓aderência ao tratamento; - Discinesia tardia: Dano irreversível DISCINESIA TARDIA - Prejuízo dos movimentos voluntários; - Movimentos involuntários, estereotipados, repetitivos, da face (laterais de queixo, lábios), tronco e membros - Mais prevalente em pacientes acima de 50 anos - IRREVERSÍVEL e piora com a retirada do antipsicótico. **Pode durar até décadas após a suspensão do medicamento. **Possível relação com supersensibilização de receptores (D2). ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS (não convencionais) - antipsicóticos de 2 geração ♦ benzamidas: sulpirida, amisulprida ♦ benzisoxazolas: risperidona, ziprasidona - antagonista nos receptor 5-HT2A ♦ dibenzodiazepinas: clozapina ♦ dibenzotiazepina: quetiapina ♦ difenilbutilpiperazinas: pimozida ♦ imidazolidinone: sertindol ♦ tienobenzodiazepina: olanzapina - antagonista nos receptor 5-HT2A ● São antagonistas moderados dos receptores D2 (mais seletivos para região mesolímbica); ● Possuem ação antagonista nos receptores 5- HT2A (pós-sinápticos) - Olanzapina e Risperidona e alguns agonistas de 5-HT1A (pré-sinápticos): ↓liberação de 5-HT (ex.: Quetiapina) ; ● Possuem ação antagonista em receptores muscarínicos no nigroestriado (ex.: Olanzapina): melhora dos sintomas extrapiramidais Fisiologicamente: 5-HT se liga em receptores 5-HT2A em neurônios dopaminérgicos e ↓liberação de DA. MECANISMO DE AÇÃO: - Antagonismo de receptores D2 dopaminérgicos na via mesolímbica: Melhora dos sintomas positivos - Antagonismo de receptores 5-HT2A serotoninérgicos no nigroestriado: Aumento da liberação de DA no estriado: ↓efeitos extrapiramidais - Antagonismo de receptores 5-HT2A serotoninérgicos no mesocórtex: Aumento da liberação de DA no mesocórtex: melhora sintomas negativos MECANISMO DE AÇÃO DA CLOZAPINA: Antagonismo moderado de receptores D2; Antagonismointenso de receptores serotoninérgicos 5-HT2A; Ação também em vários outros receptores. EFEITOS COLATERAIS: Clozapina pode causar leucopenia e agranulocitose e tem risco aumentado de suicídio; Síndromes metabólicas; Hiperfagia com tendência a obesidade e diabetes. Efeitos extrapiramidais: Distonias (contrações sustentadas dos músculos levando a posturas distorcidas), sintomas tipo Parkinson, acatisia (intranquilidade motora) e discinesia tardia (movimentos involuntários geralmente de língua, lábios, pescoço, tronco e membros) podem ocorrer com o tratamento agudo e crônico. **Os antipsicóticos de segunda geração exibem menor incidência de SEP. —--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FARMACOCINÉTICA DOS ANTIPSICÓTICOS: Variabilidade individual de absorção; Dose muitas vezes ajustadas por tentativa e erro; A meia-vida plasmática da maioria dos fármacos antipsicóticos é de 15-30 hrs; metabolismo inteiramente hepático por uma combinação de reações de fase I e fase II; Administração V.O ou I.M (com liberação lenta: T1/2 vida de 2-4 semanas). USOS CLÍNICOS DOS ANTIPSICÓTICOS: - Tratamento da esquizofrenia; - Tranquilizantes em pacientes com doenças neurodegenerativas avançadas (ex: Alzheimer); - Dor crônica e ansiedade grave; - Depressão bipolar; - Pimozida: tratamento de tiques fônicos na doença de Tourette; - Prevenção de náusea, vômitos graves e vertigens (Metoclopramida, proclorperazina); - Diminuição de prurido (coceira) - prometazina (atividade anti-histamínica); - Induzir lactação: (menos utilizado atualmente - Metoclopramida).
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