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Antipsicóticos para Esquizofrenia e Psicoses

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Antipsicóticos 
- Para tratamento de esquizofrenia ou distúrbios psicóticos. 
- Psicose funcional (esquizofrenia e distúrbios afetivos); Psicose orgânica (demência, 
síndromes de retirada e intoxicações). 
- Distúrbios do pensamento, percepção, afeto e comportamento que levam a uma perda 
do contato com a realidade. 
 
Esquizofrenia: transtorno psiquiátrico crônico incapacitante (pode se agravar), de 
natureza complexa, apresenta manifestações múltiplas. 
- Sintomas positivos (aparecimento de funções anormais): alucinações (alterações 
na percepção:auditiva, olfativa, tátil); delírios (distorção no pensamento 
inferencial: perseguição, inveja, megalomania), distúrbios do pensamento (fala 
desorganizada). → atraem atenção para a doença do paciente. 
- Sintomas negativo s: falta de iniciativa, placidez emocional, embotamento afetivo 
(diminuição na habilidade de expressar-se emocionalmente), anedonia, 
isolamento social, pobreza de linguagem. → tendem a prejudicar a capacidade 
da pessoa de levar uma vida cotidiana normal. 
- Bases biológicas: redução do tamanho de estruturas subcorticais, como 
amígdala e do hipocampo; hipofrontalidade → dilatação ventricular (problema 
neuro-anatômico). 
- Infecção no primeiro trimestre da gestação + fatores genéticos, vulnerabilidade, 
fatores que interferem no SNC e no seu desenvolvimento → esquizofrenia. 
 
Uma crise psicótica pode ser precipitada por fatores como mudar de casa, perder um familiar e 
nesse tipo de doença é raro o indivíduo ter consciência de que está realmente doente, o que 
torna difícil a adesão ao tratamento. 
 
- Os antipsicóticos podem ser típicos (reduzem sintomas positivos e efeitos adversos) ou 
atípicos - neurolépticos, tranquilizantes maiores (reduzem sintomas positivos e 
negativos) 
 
Mecanismo de ação 
Apesar de os antipsicóticos bloquearem os receptores D2 em todas as vias 
dopaminérgicas do SNC, seu mecanismo de ação parece envolver antagonismo dos receptores 
D2 mesolímbicos e mesocorticais. Os sintomas positivos da esquizofrenia correlacionam-se 
com a hiperatividade do sistema mesolímbico e o antagonismo dos receptores de dopamina 
poderia aliviar esses sintomas. Os agentes antipsicóticos típicos são relativamente menos 
efetivos no controle dos sintomas negativos, uma vez que eles se relacionam com a 
hipoatividade dos neurônios mesocorticais. 
Os principais neurotransmissores envolvidos na patogênese da esquizofrenia são a 
dopamina e o glutamato. Quando a dopamina é liberada, atua em 2 receptores principais: tipo 
D1 - compreendendo D1 e D5 (estimulatório) e tipo D2 - compreendendo D2, D3 e D4 
Laura
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(inibitório). Os antipsicóticos devem seus efeitos terapêuticos principalmente ao bloqueio dos 
receptores D2. Acredita-se que o antagonismo dos receptores D2 na via mesolímbica aliviem 
os sintomas positivos da esquizofrenia. Porém, os antipsicóticos de administração sistêmica 
não discriminam os receptores D2 em determinadas regiões do cérebro dos receptores D2 em 
outras vias, e com isso estes também serão bloqueados. Logo, há a produção de efeitos 
motores adversos (bloqueio dos receptores D2 na via nigroestriatal) - na medida em que a 
estimulação endógena dos receptores D2 de dopamina inibe a via indireta nos núcleos da base 
, o uso de antipsicóticos pode desinibir, causando síntomas parkinsonianos; Aumentam a 
secreção de prolactina (bloqueio dos receptores D2 na via túbero-hipofisária), reduzem o prazer 
(bloqueio dos receptores D2 no componente de recompensa da via mesolímbica) e até piorem 
sintomas negativos da esquizofrenia (bloqueio dos receptores D2 no córtex pré-frontal, embora 
sejam expressos em baixa concentração - receptores D1 mais abundantes). 
Vias dopaminérgicas e esquizofrenia: aumento na atividade na via mesolímbica 
(síntomas +) e redução na atividade da via mesocortical (síntomas -). 
Efeitos adversos: 
- Via túbero-hipofisária: A dopamina atua através dos receptores D2 inibindo a 
secreção de prolactina. O bloqueio dos receptores D2 aumentam a conc. 
plasmática de prolactina, causando: aumento das mamas, dor, lactação. 
- Via nigroestriatal (importante para o controle do movimento): Os efeitos 
extrapiramidais adversos resultam direta ou indiretamente de bloqueio do 
receptor D2 na via nigroestriatal. São as distonias agudas (movimentos 
involuntários- agitação, espasmos musculares, protusão da língua - muitas 
vezes acompanhados por mal de Parkinson) e a discinesia tardia (desenvolve-se 
depois de meses dos pacientes tratados com antipsicóticos, é incapacitante e 
costuma ser irreversível, e fica pior quando a terapia antipsicótica é suspensa 
após uso crônico, sendo resistente a tratamento - movimentos involuntários da 
face e da língua, mas também dos troncos e dos membros). 
- Outros efeitos: tremor, bradicinesia, rigidez, problemas para caminhar. 
- Antipsicóticos podem também gerar hipossalivação, cárie, doença periodontal. 
 
Antipsicóticos típicos: clorpromazina , haloperidol , tioridazina, sulpirida (reduzem apenas 
síntomas positivos e induzem efeitos extrapiramidais). 
Antipsicóticos atípicos: clozapina , olanzapina, risperidona, aripiprazole (reduzem efeitos 
positivos e negativos e induzem menos efeitos extrapiramidais). Se ligam a D2 e em receptores 
de serotonina. Induzem agranulocitose, por isso não é uma das primeiras escolhas, precisa 
saber qual medicamento o paciente está usando a partir de um hemograma. 
 
Relação de bloqueio D2/5-HT2 parece importante para determinar o perfil do efeito 
antipsicótico 
 Os fármacos típicos e atípicos bloqueiam os receptores D2, o segundos porém agem 
em uma menor parcela desses receptores, não atingindo dessa forma o limiar necessário para 
atingir a síndrome extrapiramidal. Além disso, agem como antagonistas de receptores 5-HT2A, 
o que resulta em melhora dos efeitos adversos. Os receptores 5-HT2A são acoplados à Gi/Go 
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e sua ativação leva à inibição neuronal e controlam a liberação de dopamina na via 
nigroestriatal. Os antagonistas desses receptores aumentam a liberação de dopamina no 
estriado, reduzindo os efeitos adversos extrapiramidais. Entretanto, na via mesolímbica, o 
antagonismo combinado de D2 e 5-HT2A neutraliza o efeito da dopamina (↓ síntomas positivos 
da esquizofrenia. Além disso, o aumento da liberação de dopamina e glutamato no circuito 
mesocortical pode melhorar os efeitos negativos da esquizofrenia. Logo, isso pode justificar a 
menor incidência de efeitos extrapiramidais e melhor perfil de efeitos sobre os sintomas 
negativos. 
 
Outros efeitos adversos dos antipsicóticos 
- Age em receptores muscarínicos como antagonista (boca seca, constipação, visão 
borrada, retenção urinária). Inibe também receptores alfa1adrenérgicos (hipotensão 
postural, dificuldades de ejaculação) e H1 (sedação, ganho de peso). 
- Problemas metabólicos em pacientes tratados por tempo prolongado (os fármacos 
atípicos podem gerar obesidade (aumenta risco de diabetes e doença cardiovascular). 
 
Aspectos Farmacocinéticos: baixa toxicidade, meia vida de 15-30h, biotransformação 
hepática - P450, administração oral ou parenteral, concentrações plasmáticas irregulares. 
 
Na odonto: reduz problema de queimação na boca e dor orofacial crônica . Porém, apresenta 
efeitos adversos como desordens motoras orais, dor orofacial e maior incidência de cárie, 
devido a salivação diminuída. 
- Antes de iniciar o tratamento do paciente esquizofrênico, o dentista deve consultar o 
psiquiatra do paciente. 
- A informação solicitada deve incluir: estado psicológico, medicação psicotrópica atual, 
regime e capacidade para dar um consentimento válido para o tratamento. 
 
 
Laura
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