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NEOPLASIA MALIGNA DE LARINGE *Epidemiologia* A neoplasia maligna de laringe é 25% dos tumores malignos de cabeça e pescoço. Atinge mais o sexo masculino, normalmente na quinta ou sexta década de vida. O carcinoma espinocelular é o mais prevalente. *Fatores de risco* 1) Tabagismo e etilismo: É responsável por 80% dos casos de câncer de cabeça e pescoço. 2) Infecção viral: HPV (papiloma vírus humano). Os subtipos 16,18 e 33 são os mais ligados para a carcinogênese. 3)Dieta e genética: Aumento frequente de ovo e carnes vermelhas e baixa ingesta de caroteno. *Bases anatômicas aplicadas ao câncer de laringe* A laringe é dividida em três regiões distintas: Glote, Supraglote e Subglote. 1)Supraglote, que fica acima das cordas vocais e contém a epiglote, responsável por fechar a laringe durante a deglutição, encaminhando o alimento para o esôfago e impedindo a passagem de partículas para os pulmões. 2)Glote, onde estão as cordas vocais; 3)Subglote, localizada abaixo das cordas vocais. A rede linfática da laringe é muito rica, exceto na região da GLOTE. Dessa forma, podemos dar o exemplo de uma ampulheta nessa rede linfática da laringe, onde a região da supraglote e subglote é onde tem mais presença de linfonodos e menos em sua porção central (glote). Os linfáticos das pregas vocais são poucos e de pequeno diâmetro, o que justifica a baixa incidência de metástases cervicais dos tumores glóticos. CARCINOMA ESPINOCELULAR é o tipo histológico mais presente. A ocorrência do câncer de laringe pode ser dividida da seguinte forma: 1) Dois terços (2/3) do câncer surge na região das pregas vocais (Região glótica) 2) Um terço (1/3) acomete a região acima das pregas vocais (Região supraglótica) 3) 2% dos tumores malignos atingem a região da subglote. DIAGNÓSTICO TODO PACIENTE QUE TEM DISFONIA POR MAIS DE 15 DIAS TEM QUE FAZER VIDEOLARINGOSCOPIA. Pacientes com tumores glóticos: Rouquidão progressiva há vários meses, podendo relatar ainda corpo estranho na garganta. Pacientes com tumores supraglóticos: Disfagia progressiva e/ou odinofagia sem necessariamente apresentar alteração da qualidade da voz. Dependendo do tamanho da lesão, podem apresentar ainda tosse e otalgia reflexa Pacientes com tumores subglóticos: Costumam apresentar sintomas mais tardios, crescendo lentamente e progressivamente, fazendo a diminuição da luz glótica e obstrução das vias aéreas superiores. Pode ocorrer estridor laríngeo, necessitando de uma traqueostomia de urgência. EXAME FÍSICO Inicia-se com a inspeção do pescoço, observando a possível presença de assimetria e linfonodomegalias. Na palpação cervical, deve-se palpar todos os níveis cervicais, para tentar achar os linfonodos patológicos. A exata localização da lesão e a mobilidade da laringe são importantes para estabelecer o estadiamento. A laringoscopia indireta com o uso do endoscópio rígido ou flexível nos permite um exame dinâmico da laringe, sendo o melhor método semiológico. A estroboscopia permite avaliação indireta da profundidade da lesão, através do comprometimento da vibração da mucosa da prega vocal pelo acometimento do espaço de Reinke (camada superficial da lâmina própria). A avaliação do câncer de laringe pode ser feita por tomografia computadorizada (TC), principalmente nos estádios avançados. A TC oferece a possibilidade de avaliar as cadeias linfonodais de acesso inadequado ao exame clínico, porém não ajuda no diagnóstico de câncer glótico inicial (nesses casos uma laringoscopia terá mais serventia). O diagnóstico definitivo de neoplasia maligna de laringe é baseado no exame anatomopatológico e a realização da biópsia pode ser feita por laringoscopia direta ou via endoscópica. ESTADIAMENTO Utiliza-se a classificação tumor, linfonodos, metástases (TNM), que estadia os tumores conforme o local de origem: glote, supraglote ou subglote. T-LOCAL PRIMÁRIO DO TUMOR GLOTE T1-Tumor limitado a prega vocal. T1A (Limitado a uma prega vocal) T1B (Compromete ambas as pregas vocais) T2-Tumor estende-se até a supraglote ou subglote, com mobilidade diminuida da prega vocal. T3-Tumor limitado a laringe com fixação da prega vocal. T4a-Tumor invade alem da cartilagem tireóidea, traquéia e tecidos moles do pescoço. T4b-Tumor invade o espaço pré vertebral e estruturas do mediastino. SUPRAGLOTE T1-Tumor limitado a supraglote com mobilidade normal da prega vocal. T2-Tumor invade a mucosa de mais de um sublocal adjacente da supraglote ou glote, com mobilidade normal da prega vocal. Igual a glote Igual a glote SUBGLOTE T1-Tumor limitado a subglote. T2-Tumor se estende até as pregas vocais, diminuindo a mobilidade ou não das pregas. Igual a glote e supraglote. Igual a glote e supraglote. Diferença é que pode invadir a cartilagem cricóide. N-LINFONODOS REGIONAIS N0: Ausência de linfonodos clinicamente metastáticos. N1: Linfonodo menor que 3cm e único. N2 a: Linfonodo único, ipsilateral, entre 3 e 6cm. N2 b: Linfonodo ipsilateral e múltiplo, menor de 6cm. N2 c: Linfonodo bilateral, menor que 6cm. N3: Linfonodo maior que 6cm M: METÁSTASE A DISTÂNCIA M0: Ausência de metástase a distância. M1: Presença de metástase a distância. No estadiamento clínico, se não tem linfonodo e não tem metástase, é classificado em estadiamento I (sendo T1, ou seja, não se estende ou invade outro local) ou estadiamento II (sendo T2, ou seja, se estende ou invade outro local). TRATAMENTO Isso normalmente não é cobrado em prova, para saber o tipo de cirurgia, porém, vamos comentar apenas para ilustrar. 1)SUPRAGLOTE T1: Laringectomia horizonal supraglotica (tira tudo que está acima da prega vocal e mantém as estruturas abaixo) + esvaziamento cervical. T2: Laringectomia total ou parcial + esvaziamento cervical T3 e T4: Laringectomia total + esvaziamento cervical obs: Laringectomia total o paciente não consegue falar mais. 2)GLOTE T1: Cordectomia (tira só a camada da prega vocal) ou radioterapia. T2: Laringectomia frontolateral + esvaziamento cervical T3: Laringectomia total + esvaziamento cervical T4: Radioterapia (não tem cirurgia) 3) SUBGLOTE T1: Radioterapia T2: Laringectomia total + esvaziamento cervical T3: Laringectomia total + esvaziamento cervical T4: Radioterapia e quimioterapia QUESTÕES POSSÍVEIS 1) Homem, 60 anos, tabagista há 40 anos, 1 maço por dia, chegou em consulta com história de rouquidão com início há 3 meses, e que há 20 dias tem evoluído com dificuldade de deglutiçao (disfagia). Com base no caso clínico acima, assinale a alternativa correta: a. Provavelmente se trata de um câncer inicialmente glótico, que com a evolução, atingiu a supraglote. b. A região inicial da provável lesão tem grande drenagem linfática e maior risco de metástase a distância. c. A hipótese diagnóstica mais provável deste caso não é neoplásica, e sim doença do refluxo faringolaríngeo. d. É um caso típico de câncer de seio piriforme em decorrência de disfagia. É uma neoplasia de glote, que com a evolução, invadiu a supraglote. Para ser Supraglotico, ele devia ter começado com a odinofagia e/ou disfagia, no entanto, ele ja começou com rouquidão (disfonia há 3 meses). Sendo assim, sabemos que é uma neoplasia de glote. Continuando, observamos que após esses 3 meses, faz 20 dias que ele tem dificuldade de deglutição, sendo assim, provavelmente essa cancer, tenha evoluido para a supraglote a partir da glote. Na glote tem um menor risco de metástase a distância por uma pobre drenagem linfática. A disfonia do refluxo é uma disfonia intermitente, sendo um quadro que vai e vem. A disfagiaé um processo secundário do fator da disfonia com a neoplasia de glote. Resposta letra A. O câncer de supraglote começa com odinofagia e disfagia, causando disfonia apenas se atingir a prega vocal. Se o começo foi com disfonia, provavelmente seja lesão de glote. RESUMÃO DA AULA (PROFESSORA COMENTOU) #Normalmente acomete homens, meia idade, tabagistas e etilistas. #Carcinoma espinocelular é o mais comum. #Atinge glote>supraglote>subglote. #Uma disfonia PROGRESSIVA, deve-se pensar em glote. #Disfagia com odinofagia e OTALGIA unilateral, deve-se pensar em supraglote. #Paciente subglote começa com dispnéia, estridor, onde encontra-se uma lesão gigante na subglote. #Disfonia com voz áspera é edema de Reinke, é bem mais diferente do que a da neoplasia, por exemplo. QUESTÕES ANTERIORES DAS PROVAS 1-QUESTÃO NEOPLASIA DA LARINGE Paciente J.P.L.S., 65 anos, tabagista 150 maço-ano, ex-etilista há 3 anos, iniciou com odinofagia leve e progressiva à esquerda há cerca de 60 dias. Associado, apresenta otalgia ipsilateral, disfagia para sólidos e perda ponderal de 12Kg no período. Baseado no caso clínico acima e em seus conhecimentos sobre laringologia, o provável diagnóstico é: a. Paracoccidioidomicose laríngea. b. Neoplasia maligna de subglote. c. Neoplasia maligna de glote. d. Edema de Reinke. e. Neoplasia maligna de supraglote. Como dito no resumo, o paciente começou já com odinofagia leve e progressiva (O que nos demonstra que é supraglótico e não glótico (se fosse disfonia seria glótico). Otalgia ipsilateral e disfagia tambem ajudam no caso para a denominação de neoplasia maligna de supraglote. 2-QUESTÃO NEOPLASIA DA LARINGE Sobre neoplasia maligna de laringe: I - O tipo histológico mais comum é o adenocarcinoma. O mais comum é o espinocelular. II - Quando há suspeita clínica de neoplasia de laringe é imperativo realizar videolaringoscopia indireta(visualização da laringe com auxílio de ótica rígida ou flexível). Quando suspeita, sempre fazer laringoscopia. III - São fatores de risco para neoplasia maligna de laringe: tabagismo, etilismo, HPV, exposição laboral à fumaças e benzeno, entre outros. correta IV - Sempre manifesta-se inicialmente com disfonia. Não necessariamente. A neoplasia de laringe pode começar com odinofagia, sendo iniciado na supraglote e depois ocorrer a disfonia ou não, se acometer a glote. V - As regiões laríngeas com maior ocorrência de metástase são a glote e a supraglote. Devemos pensas em uma ampulheta, onde as partes maiores para ocorrer metastases, são a subglote e a supraglote, onde a glote mostra-se com menor prevalencia metastatica. Assinale a alternativa correta: a. Apenas a assertiva V está correta. b. Apenas a assertiva IV está incorreta. c. As assertivas I, IV e V estão incorretas. d. As assertivas II, III e V estão corretas. e. As assertivas I, II, IV e V estão incorretas. 3-QUESTÃO SOBRE NEOPLASIA DE LARINGE Qual o tipo histológico mais comum de tumor de laringe? Escolha uma: a. Carcinoma sarcomatoide. b. Carcinoma anaplásico. c. Carcinoma espinocelular. d. Melanoma. e. Carcinoma indiferenciado. 4-QUESTÃO SOBRE NEOPLASIA DA LARINGE Em quais regiões laríngeas é maior a ocorrência de metástase cervical? Escolha uma: a. Supraglote. b. Subglote. c. Supraglote e Subglote estão corretas. d. Glote. e. Supraglote e Glote estão corretas. Devemos pensas em uma ampulheta, onde as partes maiores para ocorrer metastases, são a subglote e a supraglote, onde a glote mostra-se com menor prevalencia metastatica. 5-QUESTÃO GERAL DE GLOTE Sobre a epiglote, marque a alternativa incorreta. Escolha uma: a. A epiglote é uma estrutura cartilaginosa. b. A epiglote impede a passagem do alimento para a traqueia. c. A epiglote está fixada no osso hioide e na cartilagem tireoide. d. A epiglote garante a passagem do alimento para o sistema digestório. e. O termo epiglote pode ser usado como sinônimo de glote.
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