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Conceitos básicos em semiologia veterinária

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MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
 
 
Semiologia é o estudo geral de todos os signos na vida social; meio e modo 
de se examinar um doente, especificamente de se verificarem os sinais e sintomas. 
Pode ser dividida em: 
 Semiotécnica: Utilização de todos os recursos disponíveis para 
avaliar o paciente enfermo, desde a simples observação do animal 
até a realização de exames modernos e complexos. É a arte de 
examinar o paciente. 
 Clínica Propedêutica: Reúne e interpreta o grupo de dados obtidos 
pelo exame do paciente; é um elemento fundamental de raciocínio e 
análise na clínica médica, para o estabelecimento do diagnóstico. 
 Semiogênese: Busca explicar os mecanismos pelos quais os 
sintomas aparecem e se desenvolvem. 
Sintoma ou Sinal? 
Sintoma = indício de doença  Sinal = raciocínio feito após a 
observação de um determinado sintoma. 
 Sintoma: Todo fenômeno anormal, orgânico ou funcional, pelo qual 
as doenças se revelam no animal (ex: tosse, claudicação, dispneia). 
 Sinal: Envolve avaliação e conclusão que o clínico retira dos 
sintomas observados e/ou a partir de métodos físicos de exame. 
Não existem sintomas na medicina veterinária visto que os animais não 
expressam verbalmente o que sentem. 
O diagnóstico é o reconhecimento de uma enfermidade por suas 
manifestações clínicas, bem como prever o seu prognóstico; é composto por 50% 
de uma boa anamnese + 35% de um bom exame físico + 15% de exames 
complementares. Pode ser dividido em: 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
 Diagnóstico nosológico/clínico: Reconhecimento de uma doença 
com base nos dados obtidos na anamnese, exame físico e/ou 
exames complementares. (ex: tétano, pneumonia, raiva). 
 Diagnóstico terapêutico: Realização de procedimento 
medicamentoso com base no diagnóstico clínico (ex: animal magro 
com pelos eriçados, deprimido, mucosas pálidas = aplicação de 
vermífugo). 
 Diagnóstico etiológico: Conclusão do clínico sobre o fator 
determinante da doença (causa). (ex: o botulismo é causado por 
Clostridium botulinum; o tétano é causado por Clostridium tetani). 
 Diagnóstico presuntivo: Quando não é possível estabelecer de 
imediato o diagnóstico exato da enfermidade que se manifesta. Com 
a evolução do caso, tenta-se estabelecer o diagnóstico por exclusão 
de hipóteses diagnósticas presumidas, pelas características do 
quadro sintomático apresentado e pela realização de exames 
complementares. 
As principais causas de erro no estabelecimento do diagnóstico são: 
 Anamnese incompleta ou preenchida erroneamente; 
 Exame físico superficial ou feito às pressas; 
 Avaliação precipitada ou falsa dos achados clínicos; 
 Conhecimento ou domínio insuficiente dos métodos dos exames 
físicos disponíveis; 
 Impulso precipitado em tratar o paciente antes mesmo de se 
estabelecer o diagnóstico. 
Para tanto, alguns princípios estabelecidos no século 19 por Hutchinson são 
inteiramente válidos até hoje ao realizar um diagnóstico de forma coerente: 
 Não seja demasiadamente sagaz; 
 Não tenha pressa; 
 Não tenha predileções; 
 Não diagnostique raridades; pense nas hipóteses mais simples; 
 Não tome um rótulo por diagnóstico; 
 Não tenha prevenções; 
 Não seja tão seguro de si; 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
 Não hesite em rever seu diagnóstico, dê tempo ao tempo, nos casos 
crônicos. 
 “A contínua prática médica e a avaliação repetitiva de um mesmo paciente 
ou de vários com a mesma doença são cruciais para a aquisição de experiência e 
confiança. As manifestações da mesma doença não são exatamente iguais em 
diferentes animais. ” (Feitosa, 2020). 
 Em relação ao prognóstico (prever a evolução da doença e suas prováveis 
consequências), é estabelecido a partir de três aspectos: 
 Perspectiva de salvar a vida; 
 Perspectiva de recuperar a saúde ou de curar o paciente; 
 Perspectiva de manter a capacidade funcional do(s) órgão(s) acometido(s). 
Além da doença, é necessário levar em consideração algumas características 
pertinentes do animal, como: idade, raça, espécie e valor econômico; e, ao 
proprietário: poder aquisitivo (para custear o tratamento) e condições disponíveis 
na propriedade para a realização do tratamento. 
O prognóstico pode ser classificado em: 
 Bom 
 Mau 
 Reservado 
 
O tratamento é o meio utilizado para combater a doença e pode ser: 
 Causal: Quando se opta por um meio que combata a causa da doença (ex: 
Hipocalcemia = administração de cálcio); 
 Sintomático: Quando visa combater apenas os sintomas (ex: anorexia = 
administrar orexigênicos, vitaminas) ou abrandar o sofrimento do animal (ex: 
analgésicos, antipiréticos); 
 Patogênico: Procura modificar o mecanismo de desenvolvimento da doença 
no organismo (ex: tétano = usa-se soro antitetânico antes que as toxinas 
cheguem aos neurônios); 
 Vital: Quando se procura evitar o aparecimento de complicações que possam 
fazer o animal correr risco de morte (ex: transfusão sanguínea em pacientes 
com anemia grave). 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
Os principais métodos de exploração física são: 
 Inspeção: Utilizando o sentido da visão, inicia-se antes da anamnese para 
investigar a superfície corporal e as partes mais acessíveis das cavidades em 
contato com o exterior. Pode ser dividida em: 
 Panorâmica: Quando o animal é visualizado como um 
todo; 
 Localizada: Atentando-se para alterações em uma 
determinada região do corpo (ex: face, membros, 
glândula mamária); 
 Direta: Observando-se principalmente pelos, pele, 
mucosas, movimentos respiratórios, secreções, 
aumento de volume, cicatrizes, claudicações; 
 Indireta: Com auxílio de aparelhos: otoscópio, 
laringoscópio, oftalmoscópio, radiografia, microscópios, 
mensuração, registros gráficos (eletrocardiograma), 
ultrassonografia. 
 Palpação: Utilizando o sentido tátil ou força muscular usando-se as mãos, as 
pontas dos dedos, o punho ou instrumentos para melhor determinar as 
características de um sistema orgânico ou da área explorada (ex: grau de 
oleosidade da pele de pequenos animais). São variantes: 
 Palpação com a mão espalmada, usando toda a palma 
de uma ou ambas as mãos, ou usando as polpas digitais 
e parte ventral dos dedos; 
 Palpação com o polegar e o indicador em forma de 
pinça; 
 Digitopressão consiste na compressão de uma área a 
fim de pesquisar a existência de dor, detectar edema 
(Godet positivo) e avaliar circulação cutânea; 
 Vitropressão para distinção entre eritema e púrpura (o 
eritema desaparece e a púrpura não se altera com a 
vitro ou digitopressão), realizada com ajuda de uma 
lâmina de vidro comprimida contra a pele (análise da 
própria lâmina). 
 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
 Auscultação: Avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos produzem 
espontaneamente. Usado principalmente no exame dos pulmões (evidenciar 
ruídos respiratórios normais e patológicos), no exame do coração 
(auscultação de bulhas cardíacas normais e suas alterações para reconhecer 
sopros e outros ruídos), e no exame da cavidade abdominal (detectar ruídos 
característicos inerentes ao sistema digestório de cada espécie animal). Pode 
ser: 
 Direta: Quando se aplica o ouvido diretamente na área 
examinada; 
 Indireta: Quando se utiliza aparelhos de auscultação 
(estetoscópio, fonendoscópio, Doppler). 
São tipos de ruídos detectados na auscultação: 
 Aéreos: Ocorrem pela movimentação de massas gasosas (ex: 
movimentos inspiratórios = passagem de ar pelas vias respiratórias); 
 Hidroaéreos: Causados pela movimentação de massas gasosas em 
um meio líquido (ex: Boborigmo intestinal); 
 Líquidos: Produzidos pela movimentação de massas líquidas em uma 
estrutura (ex: sopro anêmico); 
 Sólidos: Devem-se ao atrito de duas superfícies sólidas rugosas, como 
o esfregar de duas folhas de papel (ex: roce pericárdico nas 
pericardites).MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
 Percussão: Método físico de exame, por meio de pequenos golpes ou batidas 
sob determinada parte do corpo a fim de obter a condição dos tecidos 
adjacentes e de porções mais profundas (percepção das vibrações no ponto 
de impacto). Subdivide-se em: 
 Percussão direta (digital): Golpear a segunda falange do dedo 
médio estendido de uma das mãos com a porção ungueal do 
médio da outra mão, agora encurvado. 
 
Figura 1: Posicionamento correto dos dedos para percussão digitodigital. 
(Feitosa, 2020). 
 Percussão indireta: Utilizando o martelo-plessimétrico, 
golpeia-se o plessímetro (já colocado na área a ser examinada) 
com o martelo. Indicado para grandes animais, evitar percutir 
sobre as costelas ou grandes veias subcutâneas pelo risco de 
ocorrência de fraturas e/ou hematomas. 
 
 
Figura 2: Posicionamento recomendado para a realização da percussão 
martelo-plessímetrica em equídeos, bovinos, caprinos e ovinos. Posição do martelo 
deve ser perpendicular ao plessímetro, imprimindo movimentação somente com o 
punho. (Feitosa, 2020). 
 São tipos de sons fundamentais obtidos pela percussão: 
 Claro: Se o órgão percutido tiver ar que possa se movimentar 
(ex: gases ou paredes distendidas), produz um som de 
intensidade, duração e ressonância média (mesmo som que 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
se ouve ao percutir o pulmão sadio). Quanto menos espesso o 
tecido que cobre o órgão percutido, maior sua zona vibratória 
e mais alto o som. Se o volume vibratório do órgão for 
pequeno, o som será menos intenso. (Ex: O som claro do tórax, 
de forma gradual, passa a ser maciço a medida que percute 
nas regiões superior e anterior). 
 
 Timpânico: Os órgãos ocos, com grandes cavidades repletas 
de ar ou gás e com paredes semidistentidas, produzem som 
de maior intensidade e ressonância, que varia conforme a 
pressão do ar ou gás contido. (Ex: Som que se ouve ao 
percutir o abdome). 
 
 Maciço: As regiões compactas, desprovidas completamente 
de ar, produzem som de pouca ressonância, curta duração e 
fraca intensidade (Ex: Som obtido ao se percutir a musculatura 
da coxa e também nas regiões hepática e cardíaca). 
 
 Olfação: Avaliação feita pelo olfato clínico, empregado no exame de 
transpirações cutâneas, do ar expirado e das excreções (Ex: as vacas com 
acetonemia eliminam um odor que lembra o de acetona; hálito com odor 
urêmico aparece em doentes em uremia; halitose é um odor desagradável 
que pode ser causado por cáries dentárias, tártaro, afecções periodontais, 
corpos estranhos na cavidade oral e esôfago, etc; odor das fezes de cães 
com gastrenterite hemorrágica e das secreções de cães com hipertrofia da 
glândula ad anal é único, sem outro igual). 
Sobre os exames complementares, quando realizados posteriormente ao 
exame físico do animal, aumentam acentuadamente as possibilidades de se 
identificarem com precisão e rapidez as modificações orgânicas provocadas por 
diferentes enfermidades. São consideradas as principais razões para a realização 
de exames complementares: 
 Confirmar a ocorrência ou a causa da doença; 
 Avaliar a gravidade do processo mórbido; 
 Determinar a evolução de uma doença específica; 
 Verificar a eficácia de determinado tratamento. 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
Os exames complementares mais realizados são: 
 Punção exploratória: Pesquisa de órgãos ou cavidades internas por meio 
da passagem de um trocarte, agulha, cânula e similar, retirando material 
para ser examinado com relação aos seus aspectos físico, químico, 
citológico e bacteriológico. (Ex: Por meio do material obtido é possível 
inferir sobre hematoma, abcesso e derrame cavitário). 
 Biopsia: Coleta de pequenos fragmentos teciduais de órgãos como 
pulmões, fígado, rins, dentre outros, para realização de exame 
histopatológico. 
 Exames laboratoriais: Exames físico-químicos, hematológicos, 
bacteriológicos, parasitológicos e determinações enzimáticas. 
 Inoculações diagnósticas: Inocula-se o material proveniente do animal 
doentes em animais de laboratório para verificar o aparecimento da 
doença (Ex: Para diagnosticar o botulismo, inocula-se em camundongos, 
via intraperitoneal, o extrato hepático, conteúdo do rúmen, conteúdo 
intestinal ou soro sanguíneo). 
 Reações alérgicas: Exames que provocam respostas sensíveis nos 
animais mediante inoculação de algum antígeno sob a forma de uma 
proteína derivada de microrganismos específicos que estejam 
infectando ou tenham infectado o animal (Ex: Testes da tuberculina). 
Plano geral de exame clínico 
 Identificação do animal (Resenha) 
 Investigação da história do animal (Anamnese) 
 Exame físico: 
 Geral: Avaliação do estado geral do animal (atitude, comportamento, 
estado nutricional, estado de hidratação, coloração de mucosas, 
exame de linfonodos, etc), parâmetros vitais (FC, FR, T°C, 
movimentos ruminais e/ou cecais). 
 Especial: Exame físico direcionado ao(s) sistema(s) envolvido(s). 
 Solicitação e interpretação dos exames subsidiários (caso necessário) 
 Diagnóstico e prognóstico 
 Tratamento (Resolução do problema) 
 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
Resenha: De maneira geral, é importante considerar: identificação do paciente 
(nome, espécie, raça, sexo, idade), dados do proprietário, em alguns casos é 
conveniente saber a coloração da pelagem do animal, visto que: animais de pelagem 
escura são mais resistentes aos raios solares que os de pelagem clara ou com áreas 
despigmentadas que são mais suscetíveis ao aparecimento de lesões causadas por 
raios UV. Averiguar também a existência de marcas (tatuagens) que possam ser 
descritas em algum documento: atestados de vacinação, protocolo de importação e 
apólices de seguro. 
Anamnese: Trata-se do conjunto de informações do paciente sobre fatos de 
interesse médico, passado e/ou atuais, que auxiliam no estabelecimento do 
diagnóstico. Uma anamnese bem-feita representa 50% do diagnóstico e o contrário, 
50% do erro diagnóstico. É importante ouvir atentamente o proprietário, evitar 
interrupções e/ou distrações, não desvalorizar precocemente as informações, não 
se deixar levar pela suspeita do proprietário, não demonstrar sentimentos 
desfavoráveis (ex: tristeza, impaciência, desprezo), saber interrogar o proprietário, 
apresentar conhecimentos teóricos sobre as enfermidades. A anamnese estabelece 
condições para a relação entre veterinário e proprietário, permite conhecer a história 
clínica e os fatores ambientais relacionados com o paciente, define a estratégia a ser 
seguida em cada paciente quanto aos exames complementares e é possível 
escolher o(s) procedimento(s) terapêutico(s) mais adequado(s). É recomendável 
evitar perguntas ou comentários que coloquem o entrevistado (proprietário/tutor) 
em situação delicada ou que o façam sentir-se inibido perante o médico veterinário, 
evitar terminologia técnica, muita cautela para não conduzir o proprietário a um 
diagnóstico que se deseja ou imagina. 
 Estrutura da Anamnese: 
 Fonte e confiabilidade: O proprietário é a fonte e a confiabilidade, 
no caso, é checar a veracidade das informações compartilhadas. 
 Queixa principal (Q.P.): Manifestação imediata da doença do 
animal, o motivo pelo qual o proprietário procurou atendimento 
veterinário, sintoma “guia”. Como, onde e quando. Quantificar 
alterações: tipo e tempo de evolução da QP, quantidade, 
frequência/duração, localização, consistência, 
aspecto/coloração, volume, intensidade, modo de início 
(gradativo ou súbito, sazonalidade, progressão). Não aceitar 
“rótulos diagnósticos” referidos como QP (ex: se o proprietário diz 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
que o animal está triste, procure esclarecer o sintoma que ficou 
subentendido com outra denominação). No momento em que 
conduzir as perguntas, é conveniente anotar naficha do animal 
com termos técnicos, não mais o vocabulário usado com o 
proprietário. 
 História médica recente: Alterações recentes na saúde do animal 
que levaram o proprietário a procurar auxílio médico, quanto mais 
informações sobre o animal e as alterações sofridas, maiores as 
possibilidades de diagnóstico. A cronologia é a estrutura mais 
prática para se organizar o histórico. Como orientação geral, 
escolha o sintoma-guia, a queixa de mais longa duração ou o 
sintoma mais observado pelo proprietário. 
 Comportamento dos órgãos: Revisão de sistemas, seguir a ordem: 
 Sistema digestório: O animal se alimenta bem? Bebe água 
normalmente? Está defecando? Qual o tipo de fezes (duras, 
moles, pastosas, líquidas)? O animal apresenta vômito? 
Qual o aspecto do vômito? Horário em que aparece? Tem 
relação com a ingestão de alimentos? Tem alimentos não 
digeridos? Sangue? 
 Sistema cardiorrespiratório: o animal cansa-se com 
facilidade? Estava acostumado a correr e já não o faz mais? 
O animal tosse? A tosse é seca ou com expectoração 
(produtiva)? Qual a frequência? Piora à noite ou após 
exercício (alguns animais com problema cardíaco 
apresentam tosse seca que piora à noite em virtude do 
decúbito)? Qual o aspecto da expectoração (cor, odor, 
volume)? Elimina sangue pelas narinas? Observou edema 
ou inchaço em alguma parte do corpo (época que 
apareceu; evolução; região que predomina)? O animal lhe 
parece fraco? 
 Sistema geniturinário: o animal está urinando? Qual a 
frequência? Qual a coloração da urina? Qual o odor? 
Aparecem formigas no local em que o animal urina? 
Aparentemente, o animal sente dor quando urina (posição 
à micção, gemidos, emissão lenta e vagarosa)? O animal já 
pariu alguma vez? O parto foi normal? 
MEDICINA VETERINÁRIA – IZABEL CESAR @IZACSSR 
 
Quando foi o último cio? Percebeu alguma secreção 
vaginal ou peniana? Qual o comportamento sexual dos 
reprodutores? Apresentam exposição peniana 
prolongada? 
 Sistema nervoso: apresentou mudanças de 
comportamento (agressividade)? Apresentou convulsões? 
Apresenta dificuldade para andar? Tem dificuldade para 
subir escadas? Anda em círculos? Apresenta tropeços ou 
quedas quando caminha? 
 Sistema locomotor: o animal está mancando? De que 
membro? Observou pancadas ou coices? 
 Pele e anexos: o animal se coça? Muito ou pouco? O prurido 
é intenso? Chega a se automutilar? Apresenta meneios de 
cabeça (otite)? Está apresentando queda de pelos? 
 História médica pregressa: Avaliação geral da saúde do animal 
antes da ocorrência ou da manifestação da doença atual. “Como 
era a saúde do animal antes de adoecer? ”. Inclui: estado geral de 
saúde, doenças prévias, cirurgias anteriores, imunizações 
(vacinas), vermifugações. 
 História ambiental e de manejo: Exame do ambiente em que o 
animal vive, visto que se comporta como abrigo ideal para 
inúmeros reservatórios e transmissores de doenças infecciosas e 
parasitárias, além de determinar alterações metabólicas e 
nutricionais, comprometendo sua produtividade. O animal tem 
acesso a rua? Tem acesso a produtos tóxicos? O ambiente está em 
reforma? Viaja? Tem contactantes? Qual a frequência dos banhos? 
Quais produtos utiliza? Qual o tipo da dieta e com que frequência 
é fornecida? 
 História familiar: Obtém informações sobre a saúde de todos os 
animais pertencentes àquela família, vivos ou mortos. Quantos 
animais existem na residência? Quantos estão doentes? Os animais 
são agressivos uns com os outros? Entrou algum novo na casa? 
Mudou a alimentação há pouco tempo?

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