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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUESTÕES PED – CONVULSÃO FEBRIL; CONJUNTIVITES; SÍNDROME NEFRÓTICA 1. Sobre convulsões febris é correto afirmar: A) A convulsão febril simples é prolongada e pode ocorrer mais de uma vez em 24 horas. B) Em geral, ao se investigar e tratar uma convulsão febril, o foco deve ser no estudo da febre, não no estudo da própria convulsão. C) A maioria das convulsões febris exigem intervenção e terminam com mais de 10 minutos. D) Crianças com convulsão febril apresentam um risco aumentado de desenvolver epilepsia. 2. Dentre os aspectos clínicos abaixo, qual é característico da crise convulsiva febril simples? A) A crise geralmente é focal e de curta duração. B) A incidência é mais elevada entre 6 meses e 60 meses de vida. C) Tem grande relação com alterações cognitivas no futuro. D) Geralmente recorre em 24 horas. E) Em geral duram mais de 15 minutos. 3. Criança de 8 meses é trazida à emergência por febre alta há 3 dias, cerca de 5 picos por dia, associada a irritabilidade e hiporexia. Hoje, apesar de estar afebril, pais relatam surgimento de manchas vermelhas na pele, que eles associam com uso de amoxacilina, em uso desde ontem à noite. Ao exame, exantema maculopapular róseo em tronco, linfadenomegalia cervical e occipital, sem outras alterações. Sobre esse caso, assinale a opção correta. A) A evolução com exantema, após o uso do antibiótico, ocorre em quase 100% dos casos. B) Convulsões febris podem ocorrer mesmo na ausência de sintomas neurológicos prévios. C) É necessário manter o antibiótico para evitar complicações. D) Lesões de mucosa oral, mãos e pés costumam estar presentes. E) A faixa etária da criança é raramente acometida pela doença em questão 4. Lactente de sete meses, sexo masculino, teve início súbito de febre (tax: 38,9ºC), acompanhada de convulsão tônico-clônica generalizada, que durou 10 minutos. No hospital, o exame físico mostra tax: 38,5ºC, sinais vitais estáveis, sonolência alternada com irritabilidade e ausência de sinais neurológicos focais. Cerca de 40 minutos após sua chegada ao hospital, o paciente evoluiu para inconsciência. A conduta imediata é: A) Realizar punção lombar; B) Iniciar antibioticoterapia; C) Investigar laboratorialmente sepse; D) Tranquilizar os pais sobre a crise febril; E) Aplicar dose de ataque de fenobarbital IV; 5. Um menino com Síndrome Nefrótica por Lesão Mínima pode apresentar várias complicações da doença, sendo a principal delas, infecções. Entre as infecções está a peritonite bacteriana espontânea. Os principais agentes causais desta infecção são A) Pneumococos e gram negativos. B) Anaeróbios e E. coli. C) Estafilococos e Mycoplasma. D) Mycoplasma e outros atípicos. Convulsão febril = crise convulsiva associada a aumento de temperatura >38°C, idade >6 meses e < 6 anos, ausência de doenças do SNC, ausência de hist pessoal de crise convulsiva e de doenças metabólicas que possam produzir crises convulsivas CFS = < 15 min, ausência de recorrência dentro das primeiras 24h e exame físico neurológico normal CFC = > >15 min, crises focais, seguidas de alt neurológicas, com recorrência nas próximas 24h CFS = tônico-clônica Toda criança que apresente crise febril deve ser puncionada em casos de suspeita de infecção do SNC, nas crianças entre 6-12 meses não vacinadas pra S.pneumoniae e H.influenzae tipo b, em crianças que estejam sob uso de atb ou em todas as crianças < 6 meses que se apresentem com febre e convulsões NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 E) E. coli e microbactérias 6. Você atende um lactente de 24 meses, sexo masculino, com quadro de movimentos involuntários generalizados, com duração de 5 minutos, seguido por período breve de rebaixamento do nível de consciência. A mãe relata que a criança apresentava rinorreia serosa, tosse há 4 dias, e pico febril de 38,5º C há 18 horas. Nega antecedentes convulsivos e história familiar de convulsão. Ao exame, a criança apresentava-se em bom estado geral, levemente sonolenta, com hiperemia de orofaringe e gotejamento pós nasal. Exame neurológico normal. Sem outras alterações. Os pais estão muito preocupados com a possibilidade de a criança apresentar sequelas neurológicos. Sobre o caso clínico, assinale a alternativa correta. A) A criança apresentou crise epilética grave, com prognóstico reservado devido início precoce B) Após todo episódio convulsivo é indicado solicitar tomografia de crânio e punção lombar. C) A hipótese diagnóstica mais provável é crise convulsiva febril, sendo necessário realizar avaliação clínica completa e antecedentes pessoais e familiares, além de tranquilizar os pais quanto ao bom prognóstico do quadro. D) A conduta mais adequada é prescrever valproato de sódio 15mg/kg/dia com a finalidade de prevenir novas crises. 7. Você atende um lactente de 24 meses, sexo masculino, com quadro de movimentos involuntários generalizados, com duração de 5 minutos, seguido por período breve de rebaixamento do nível de consciência. A mãe relata que a criança apresentava rinorreia serosa, tosse há 4 dias, e pico febril de 38,5º C há 18 horas. Nega antecedentes convulsivos e história familiar de convulsão. Ao exame, a criança apresentava-se em bom estado geral, levemente sonolento, hiperemia de orofaringe e gotejamento pós nasal. Exame neurológico normal. Sem outras alterações. Os pais estão muito preocupados com a possibilidade de a criança apresentar sequelas neurológicos. Qual o tipo de crise apresentada pelo paciente do caso acima? A) Crise simples B) Crise complexa C) Crise focal D) Estado de mal epiléptico 8. São sinais de alarme que indicam necessidade de investigação adicional na convulsão febril, exceto: a) Presença de alteração do exame neurológico b) Alteração transitória do nível de consciência logo após a crise c) História familiar de epilepsia d) Presença de sinais de irritação meníngea 9. A convulsão febril é um agravo da infância com caráter benigno e bom prognóstico. São critérios diagnósticos de convulsão febril, exceto: a) Idade de ocorrência entre 6 e 60 meses b) Ausência de sinais de infecção do SNC c) Presença de alterações transitórias em exame de neuroimagem d) Temperatura axilar maior que 38°C 10. Em relação aos fatores de risco para desenvolvimento de crise convulsiva febril, assinale a alternativa correta: a) Idade menor que 2 anos, infecções virais, interrupção precoce do aleitamento materno e infecção materna pelo vírus herpes 6 b) Idade menor que 2 anos, infecções virais, história familiar, exposição a nicotina na gestação e imunização NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 c) Idade menor que 2 anos, vacinação, história familiar, prematuridade, exposição a nicotina na gestação d) História familiar, exposição a nicotina na gestação e imunização, síndrome de Down, aleitamento materno exclusivo até 6 meses 11. São características das crises complexas, exceto: a) Manifestação neurológica focal b) Curta duração, geralmente menor que 5 minutos c) Recorrência em menos de 24h d) Maior risco de desenvolvimento de epilepsia 12. Em relação ao diagnóstico da crise convulsiva febril assinale a alternativa correta: a) A tomografia computadorizada de crânio é o método de escolha para confirmar o diagnóstico b) É recomendado realizar punção lombar de todos os pacientes para excluir meningite bacteriana c) Por se tratar de crianças o método diagnóstico de escolha é a ressonância magnética, pois não envolve radiação ionizante d) O diagnóstico da crise febril é clínico, desde que o paciente apresente um quadro típico sem sinais de infecção do sistema nervoso central ou alterações metabólicas 13. Você atende um escolar, de 6 anos, sexo masculino, no pronto socorro, com relato de crise convulsiva tônico-clônicogeneralizada há 30 minutos, a crise durou cerca de 10 minutos. Mãe refere que a criança apresentou quadro de infecção de via aérea superior há 10 dias, com febre, tosse, odinofagia e prostração. Há 2 dias houve piora da febre, prostração intensa e cefaleia. Ao exame, paciente encontra-se prostrado, com rebaixamento do nível de consciência, FC 170 bpm, FR 22 irpm, saturação de O2 94% em ar ambiente, hipotenso, pálido, temperatura axilar 39,5º C, rigidez nucal, sinais de Kernig e Brudzinski positivos, exame de fundo de olho normal, sem outras alterações. Já apresentou episódio de convulsão febril aos 30 meses. Nega comorbidades e história familiar de convulsões. Sobre o caso, assinale a alternativa correta: a) A febre muito alta e a história de convulsão sugerem diagnóstico de convulsão febril, sem outros fatores de gravidade. b) Devido à alta taxa de recorrência, a hipótese diagnóstica mais provável para esta criança é convulsão febril. c) A presença de sinais de irritação meníngea e parâmetros de gravidade clínica como hipotensão e taquicardia indicam que o quadro convulsivo se deve à infecção do sistema nervoso central. d) O paciente apresentou uma crise convulsiva complexa, por este motivo é recomendado realizar tomografia computadorizada de crânio para afastar a hipótese de hipertensão intracraniana. 14. Você atende um escolar, de 6 anos, sexo masculino, no pronto socorro, com relato de crise convulsiva tônico-clônico generalizada há 30 minutos, a crise durou cerca de 10 minutos. Mãe refere que a criança apresentou quadro de infecção de via aérea superior há 10 dias, com febre, tosse, odinofagia e prostração. Há 2 dias houve piora da febre, prostração intensa e cefaleia. Ao exame, paciente encontra-se prostrado, com rebaixamento do nível de consciência, FC 170 bpm, FR 22 irpm, saturação de O2 94% em ar ambiente, hipotenso, pálido, temperatura axilar 39,5º C, rigidez nucal, sinais de Kernig e Brudzinski positivos, exame de fundo de olho normal, sem outras alterações. Já apresentou episódio de convulsão febril aos 30 meses. Nega comorbidades e história familiar de convulsões. Sobre o caso acima, qual a melhor conduta? a) Prescrever antibiótico oral, para uso domiciliar e retornar em 48 horas para avaliar resposta terapêutica. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 b) Por se tratar de convulsão febril, não é necessário solicitar exames complementares nem terapia medicamentosa. c) Solicitar punção lombar para confirmar diagnóstico de meningite e iniciar antibioticoterapia de amplo espectro. d) Manter paciente em observação por 48 horas e prescrever sintomáticos 15. Em relação aos métodos propedêuticos utilizados para investigação da convulsão febril, assinale a alternativa correta: a) Deve-se solicitar revisão laboratorial completa (hemograma, PCR, ionograma, ureia, creatinina, TGO, TGP, bilirrubinas e glicemia) para todos os pacientes com convulsão febril b) Os exames de neuroimagem são mais utilizados na abordagem da convulsão na urgência e na investigação ambulatorial de crises febril com apresentação atípica ou associadas a atraso do desenvolvimento c) Realizar punção lombar após crise convulsiva é estritamente contraindicado pelo elevado risco de herniação cerebral d) O eletroencefalograma é o método diagnóstico mais específico apesar de pouco sensível 16. Você atende uma criança pré-escolar, 3 anos de idade, sexo feminino, que deu entrada no serviço de emergência durante episódio convulsivo tônico-clônico generalizado, em vigência de febre, com início há 7 minutos. Qual a melhor conduta neste momento? a) Levar a criança para tomografia de urgência imediatamente. b) Aguardar a crise passar e só depois iniciar o atendimento ao paciente. c) Realizar intubação orotraqueal imediatamente para garantir perviedade da via aérea. d) Posicionar a criança para evitar traumas e administrar benzodiazepínicos. 17. Você atende uma criança pré-escolar, 3 anos de idade, sexo feminino, que deu entrada durante episódio convulsivo tônico-clônico generalizado, em vigência de febre, com início há 7 minutos. Após realizar dose de benzodiazepínico o paciente não responde e permanece em crise convulsiva. Qual o próximo passo? a) Realizar dose de ataque com fenobarbital ou Fenitoína. b) Administrar dose dobrada de benzodiazepínico. c) Administrar apenas antitérmicos para controle da febre. d) Não há medidas farmacológicas recomendadas após falha da terapia inicial com benzodiazepínicos 18. Quais orientações devem ser dadas aos pais para o caso de recorrência da crise no domicílio? a) Restringir atividades como correr, andar de bicicleta e brincadeiras ao ar livre pelo risco de ocorrência de novo episódio convulsivo resultar em trauma. b) Em caso de recorrência de crise convulsiva não é necessário procurar atendimento médico, pois o paciente já tem o diagnóstico de crise febril e devido à benignidade do quadro não é necessário acompanhamento médico subsequente. c) Orientar que há risco de atraso do neurodesenvolvimento após a crise febril. d) Orientar sobre o bom prognóstico do quadro e que há chance de recorrência da crise, nesse caso deve-se deitar a criança, lateralizar o pescoço e não tentar desobstruir cavidade oral manualmente e procurar atendimento médico imediatamente 19. A abordagem da crise febril envolve tratamento da crise, identificação dos fatores de risco e tratamento profilático. Para quais pacientes é indicado a terapia profilática? NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 a) Para todos os pacientes que apresentaram um primeiro episódio de crise febril b) Para pacientes com dois ou mais fatores de risco para recorrência da crise. c) Para crianças menos de 6 meses que apresentam segunda crise febril. d) Para adolescentes que apresentaram um episódio de crise febril antes dos 5 anos 20. Em relação ao tratamento da crise febril, assinale a alternativa correta. a) Deve administrar Diazepam endovenoso no primeiro minuto da crise para reduzir sua duração. b) Nas crises com duração maior que 5 minutos não é necessário administrar medicamentos. c) O tratamento intermitente é mais adequado como medida profilática. d) Após o primeiro episódio de crise febril deve ser prescrito terapia continua com fenobarbital por 2 anos 21. Com relação às conjuntivites neonatais, é correto afirmar: a)A conjuntivite gonocócica pode estar associada à descarga conjuntival mucopurulenta intensa, linfadenopatia pré-auricular, quemose e intensa formação de folículos, tanto na conjuntiva tarsal superior quanto na inferior b)O tratamento da oftalmia neonatal causada pelo gonococo deve ser realizado preferencialmente mediante internação hospitalar, para uso sistêmico da eritromicina na dose de 30 (mg/kg)/dia, fracionada em três doses diárias, por duas semanas c)O método de Credé, utilizado na profilaxia da oftalmia neonatal, não tem utilidade para as crianças nascidas por parto cesárea d)Tanto a Neisseria gonorrheae quanto a Neisseria meningitidis podem ser causadoras de conjuntivites hiperagudas 22. Pré-escolar de três anos, em uso de corticosteróide para tratamento de síndrome nefrótica, apresenta febre baixa, queda do estado geral e queixa de dor abdominal. A conduta imediata é: (A) Iniciar antibioticoterapia (B) prescrever ciclofosfamida (C) realizar paracentese diagnóstica (D) indicar laparotomia exploradora (E) reduzir a dose de corticoide 23. Quanto à profilaxia da conjuntivite gonocócica em recém-nascidos (RN), é correto afirmar: A) o antibiótico profilático ocular reduz o risco de conjuntivite gonocócica. B) o antibiótico profilático ocular reduz o risco de conjuntivite por Clamydia Trachomatis. C) a profilaxia para o RN com colírio ocular pode ser aplicada em até 6 horas de vida. D) o gonococono RN não causa sepse. 24. Recém-nascido de seis dias de vida é trazido ao pronto-socorro com quadro de edema palpebral, secreção mucopurulenta, quemose e pseudomembrana conjuntival no olho direito de início há um dia. Qual a causa mais provável dessa conjuntivite? A) Neisseria gonorrhoeae B) Química C) Adenovírus D) Chlamydia tracomatis E) Herpes vírus fatores de risco que aumenta recorrência: - 1º crise antes de 1 ano de idade - febre < 38,5° - crise com febre há menos 24h - hist familiar de crises febris - CFC Highlight 2º-4º DIA --> gonococo 5º - 21° dia --> clamícia pseudomembrana --> clamídia NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 25. A infecção por Chlamydia trachomatis adquirida pelo recém-nascido durante sua passagem pelo canal do parto se manifestará com maior probabilidade através de: A) Pneumonia. B) Conjuntivite. C) Meningite. D) Dermatite. 26. Rafael nasceu de parto normal, a tempo, peso de nascimento 3.100g e estatura de 49cm. Mãe realizou 6 consultas de pré natal, sem intercorrências e está amamentando sem dificuldades. Com 24 horas de vida apresentou secreção ocular amarelada abundante e hiperemia conjuntival. A etiologia mais provável dessa conjuntivite é A) clamídia B) gonococo C) química D) estreptococo 27. Recém-nascido de três dias de idade, nascido de parto domiciliar, deu entrada na emergência pediátrica com edema palpebral, conjuntivas avermelhadas, secreção ocular abundante. Selecione abaixo a opção terapêutica recomendada. A) Pomada oftalmológica de tobramicina B) Eritromicina C) Ceftriaxona, dose única D) Limpeza ocular com soro fisiológico E) Ampicilina e gentamicina endovenosa GABARITO: 1. B Convulsão febril caracteriza-se por crise convulsiva associada a aumento de temperatura (> 38ºC), idade > 6 meses e < 6 anos, ausência de doenças do sistema nervoso central, ausência de história pessoal de crise convulsiva neonatal e/ou afebris e de doenças metabólicas que possam produzir crises convulsivas. A convulsão febril ainda pode ser dividida entre simples (crise convulsiva tonicoclônico generalizada, duração menor que 15 minutos, ausência de recorrência da crise dentro das primeiras 24h e exame físico neurológico normal no pós-ictal) ou complexa (quando não apresenta todas as características da crise convulsiva febril simples acima). O risco de epilepsia futura está aumentado apenas nos casos de história familiar de epilepsia, crise complexa, alteração no exame físico neurológico ou no desenvolvimento neuropsicomotor A conduta da crise febril é buscar e tratar a causa da febre. 2. B Convulsão febril é uma manifestação epiléptica benigna da infância que ocorre entre 3 meses e 5 anos de idade e que afeta um número estimado de 2-5 % das crianças. Ela é definida como crises que ocorrem entre 6 meses e 60 meses de idade, com temperatura maior ou igual a 38°C, que não são resultado de infecções do sistema nervoso central ou distúrbios metabólicos, e que ocorrem sem história de crise afebril prévia. A crise é geralmente tônico-clônica generalizada, tem duração máxima de 15 minutos, não recorre em um período de 24 horas e, após a crise, a criança apresenta redução do nível de consciência (estado pós-ictal). As convulsões febris simples têm um prognóstico benigno em quase todos os casos e não necessitam de uma extensa investigação diagnóstica. Não há recorrência nas primeiras 24 horas e o risco de epilepsia é baixo, cerca de 1 a 2% nas crises febris simples, sendo pouco maior do que na população geral (incidência de 0,5%). 3. B Um lactente de oito meses apresentou quadro de febre alta e contínua durante três dias sem qualquer sintoma associado, e hoje, após cessar abruptamente a febre, evoluiu com exantema. Este é a clínica clássica do química --> até 2º dia de vida gonococica --> 2ª - 4º dia clamídia --> 5-19 dias NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 exantema súbito (roséola), cujo agente etiológico é o Herpes vírus tipo 6 ou 7. Em relação à esse diagnóstico, vamos avaliar as alternativas: a letra A está errada; como vimos a doença é causada pelo herpes vírus, não tendo relação com o uso de antibióticos. A letra B está correta; como a febre costuma ser elevada, a principal complicação acaba sendo a convulsão febril. A letra C está errada pelo mesmo motivo da letra A. A letra D está errada também; não é comum a doença cursar com lesões em mucosa oral, mãos e pés. Por fim, a letra E está errada; o exantema súbito é uma doença que afeta principalmente lactentes entre 6 meses e 2 anos de idade 4. A No primeiro moment, poderíamos pensar que a criança apresentou crise febril, que é caracterizada por crises que ocorrem em crianças entre 6 e 60 meses, com temperatura maior ou igual a 38ºC, que não são resultado de infecções do sistema nervoso central ou desordens metabólicas e que ocorrem sem história de crise afebril prévia. No entanto, para levantar este hipótse diagnóstica, espera-se que a criança evolua bem após a crise, o que não ocorreu, pois claramente a criança apresenta alterações importantes do nível de consciência e, até que se prove ao contrário, deve-se descartar a possibilidade de infecção do sistema nervoso central, com a realização da punção lombar e análise do líquor. Vale lembrar que nem toda criança que apresente crise febril deve ser puncionada, somente em casos de supeita de infecção do sistema nervoso central, como foi apreentado no caso clínico em tela, nas crianças entre 6 e 12 meses não vacinadas para S. pneumoniae e H. influenzae tipo b, em crianças que estejam em uso de antibióticos ou em todas as crianças menores de 6 meses que se apresentam com febre e convulsões 5. A Questão conceitual. Lembre-se de que os dois grandes grupos de complicações da síndrome nefrótica são: as infecções (em geral por germes encapsulados, como a peritonite bacteriana espontânea — PBE) e os eventos tromboembólicos (com destaque para esta forma peculiar que é a trombose de veia renal). A PBE, nos pacientes cirróticos, tem como principal agente a Escherichia coli. Em nefróticos, o pneumococo assume a ponta, ficando os gram-negativos entéricos, como grupo, em segundo lugar 6. C O quadro descrito é compatível com primeiro episódio de crise convulsiva febril (alternativa A incorreta). Neste caso, não há fatores de risco que indiquem a necessidade de solicitar neuroimagem nem punção lombar (alternativa B incorreta). Em um primeiro episódio típico é necessário realizar anamnese e exame físico criteriosos, conhecer história patológica pessoal e familiar e orientar os pais (alternativa C correta). O uso de anticonvulsivantes não é indicado nas crises febris (alternativa D incorreta). 7. A Crises tônico-clônicas generalizadas, com duração menor que 5 minutos e sem recorrência em 24 horas são características da crise simples (alternativa A correta). A crise complexa manifesta-se com sinal focal, duração maior que 15 minutos ou recorrência em menos de 24 horas (alternativas B e C incorretas). No estado de mal epilético, a crise convulsiva dura mais de 30 minutos ou há várias crises sem recuperação neurológica ente elas, por mais de 30 minutos (alternativa D incorreta). 8. B O período pós-ictal ou pós-comicial corresponde aos primeiros minutos após a crise convulsiva, no qual a criança fica mais sonolenta, podendo apresentar rebaixamento do nível de consciência com posterior recuperação, logo, é uma situação esperada e não corresponde a um sinal de alarme (alternativa B correta). Alteração do exame neurológico não é esperado nos casos de crise convulsiva febril e sua presença sugere possibilidade de doença neurológica de base como causadora da crise convulsiva, sendo necessário investigação adicional (alternativa A incorreta). História familiar positiva para epilepsia aumenta o riscode o paciente ter apresentado uma crise epiléptica e esta possibilidade deve ser investigada e descartada (alternativa C incorreta). Irritação meníngea é sinal de alarme pois indica infecção do sistema nervoso central, sendo necessário solicitar punção lombar e iniciar antibioticoterapia de amplo espectro precocemente (alternativa D incorreta). 9. C O quadro de crise febril é definido como convulsão em crianças com idade entre 6 e 60 meses (alternativa A incorreta), na vigência de temperatura corporal maior de 38º C (alternativa D incorreta), que ocorre nas primeiras 24 horas de NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 febre em pacientes sem alterações metabólicas, sinais de infecção do sistema nervoso central ou história de crise afebril (alternativa B incorreta). Na crise febril não há alterações de exames de neuroimagem (alternativa C correta). 10. B Prematuridade, interrupção precoce (antes dos 6 meses) do aleitamento materno exclusivo e síndrome de Down determinam risco para outras situações na pediatria, mas não aumentam a chance de a criança apresentar crise convulsiva febril (alternativas A, C e D incorretas). Os fatores de risco descritos para a crise febril incluem idade menor que 2 anos, infecções virais na criança, sobretudo pelo herpes vírus 6, exposição gestacional à nicotina, imunização (pentavalente bacteriana e tríplice viral) e história familiar de crise febril. 11. B A duração da crise complexa é, geralmente, maior que 15 minutos (alternativa B correta). Manifesta-se com sinais focais (alternativa A incorreta) e recorrência em menos de 24 horas (alternativa C incorreta), e os pacientes que apresentam este tipo de crise possuem maior risco de desenvolver epilepsia do que a população geral (alternativa D incorreta). 12. D O diagnóstico da crise convulsiva febril é clínico (alternativa D correta), não sendo necessário solicitar exames de neuroimagem nem punção lombar para confirmação diagnóstica. Tais métodos propedêuticos são empregados para realizar diagnóstico diferencial, em casos com apresentação atípica ou sinais de alarme que sugiram outra etiologia para a crise convulsiva. 13. C Neste caso, o quadro convulsivo, mesmo ocorrendo em um contexto de febre, não caracteriza uma crise febril (alternativas A e B incorretas), pois a criança apresenta sinais de gravidade e alteração do exame neurológico compatível com quadro infeccioso (alternativa C correta). Quando a principal hipótese é meningite e o paciente não apresenta sinais clínicos de hipertensão intracraniana a neuroimagem é dispensável, sendo a punção lombar o exame de escolha (alternativa D incorreta). 14. C A principal hipótese neste caso é de meningite bacteriana (alternativa B incorreta), assim a melhor conduta é solicitar punção lombar e análise de líquor e instituir antibioticoterapia empírica de amplo espectro até resultado das culturas (alternativa C correta). A infecção bacteriana do sistema nervoso central representa uma condição grave que necessita de internação hospitalar (alternativa A incorreta) e terapia antimicrobiana (alternativa D incorreta). 15. B A solicitação de exames laboratoriais é feita de forma individualizada, considerando a condição clínica do doente, como presença de vômitos, baixa ingesta e desidratação (alternativa A incorreta). Após episódio convulsivo, em pacientes que não apresentem sinais de hipertensão intracraniana ao exame (papiledema e vômitos em jato), a punção lombar pode ser realizada, se houver indicação (alternativa C incorreta). O eletroencefalograma não é útil na avaliação da crise convulsiva febril simples, mas pode ser usado quando houver crise complexa acompanhada de fatores de risco para epilepsia (alternativa D incorreta). Os exames de neuroimagem não agregam informações na avaliação da crise febril típica, sendo reservados para atendimento na urgência e pesquisa de diagnósticos diferenciais em casos que geram dúvidas diagnósticas (alternativa B correta). 16. D Durante a crise o importante é dar suporte ao paciente, com bom posicionamento a fim de evitar traumas e aspiração. Em crises com duração maior que 5 minutos é recomendado uso de benzodiazepínicos (alternativa D correta). A assistência ao paciente deve ser imediata (alternativa B incorreta) e medidas mais invasivas, se necessárias, devem ser solicitadas após cessar a crise e avaliação completa do paciente (alternativas A e C incorretas). 17. A Nas crises com duração maior que 5 minutos é recomendado administrar dose única de benzodiazepínico (alternativa B incorreta). Caso não haja resposta pode-se realizar dose de ataque com Fenitoína ou fenobarbital com objetivo de cessar a crise (alternativa A correta). Os antitérmicos também devem ser prescritos para controle sintomático, mas não são eficazes para controle da convulsão febril (alternativa C incorreta). 18. D A crise febril é um quadro benigno, e os pais devem ser orientados para realizar o primeiro atendimento em criança caso haja recorrência da crise (alternativa D correta), saber posicionar a criança e procurar atendimento após a crise (alternativa B incorreta). É importante orientar que a ocorrência de um NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 episódio de crise febril não trará impacto no desenvolvimento da criança (alternativa C incorreta) e que ela não deve ser privada de realizar suas atividades rotineiras (alternativa A incorreta). 19. B O tratamento profilático deve ser considerado em paciente com dois ou mais fatores de risco para recorrência de crise febril, e a terapia profilática intermitente é preferível (alternativa B correta). 20. C Para o tratamento profilático a terapia intermitente, que consiste em administrar diazepam via oral ou retal durante períodos de febre, é mais adequada do que terapia contínua (alternativa C correta). É recomendado administrar benzodiazepínicos nas crises que duram mais de 5 minutos (alternativa A e B incorretas). A terapia continua com anticonvulsivantes está proscrita e não é mais recomendada. 21. D 22. A Infecção é complicação freqüente da síndrome nefrótica, sendo a peritonite bacteriana a infecção mais comum. Apesar de o Streptococcus pneumoniae ser o organismo de maior freqüência na peritonite, bactérias gram-negativas, como a Escherichia coli, podem ser encontradas. Na presença de terapia com corticosteróides, febre e sinais físicos de infecção podem ser mínimos. Deve-se, portanto, estar atento para esta complicação que requer início imediato de antibioticoterapia. 23. A As medidas de profilaxia da oftalmia gonocócica fazem parte dos cuidados como todos os recém-nascidos, mesmo quando o nascimento ocorre por parto cesáreo. As infecções gonocócicas podem levar à cegueira e, além disso, o gonococo é uma possível causa de sepse neonatal. Existem diferentes estratégias para esta profilaxia; a mais tradicional é o método de Credé, que consiste na utilização do colírio de nitrato de prata. Este método vem sendo abandonado pela associação com conjuntivite química. Os matérias do Ministério da Saúde atualmente citam o uso de pomadas de eritromicina, colírios de tetraciclina ou uso de povidona. Tradicionalmente, a profilaxia é recomendada ainda na primeira hora de vida, mas é possível encontrarmos a orientação de que pode ser feita nas primeiras quatro horas (mas não nas primeiras seis horas...). Esta profilaxia reduz o risco da oftalmia gonocócica, sem impacto da profilaxia para a infecção por clamídia. 24. D Esta questão gerou alguns questionamentos na época do concurso. Diante de um recém-nascido com quadro de conjuntivite ainda nos primeiros dias de vida, devemos considerar duas possibilidades principais: o quadro de conjuntivite gonocócica e o quadro de conjuntivite pela Chlamydia trachomatis. Em geral, a distinção nos enunciados costuma ser feita com base no momentoem que as manifestações apareceram. As infecções pelo gonococo podem aparecer já a partir do segundo dia de vida; as infecções pela clamídia são descritas já no final da primeira semana de vida. A distinção definitiva deve ser feita com base na avaliação bacteriológica. Temos uma criança que teve o início das manifestações no quinto dia, o que poderia ser descrito em qualquer uma das etiologias (ainda que alguns citem que a infecção gonocócica tem início entre o 2º e o 4º dia de vida). Há, porém, a descrição das pseudomembranas e isso é bastante associado com a infecção pela clamídia, tornando esta a principal suspeita. 25. B Sabe-se que o risco de transmissão da Chlamydia trachomatis para o recém-nascido em pacientes com cervicite por esse patógeno gira em torno de 50%, sendo máximo no parto vaginal e mínimo na cesárea. Esse germe, por sua vez, é o principal responsável pela conjuntivite neonatal, doença ocular mais comum do recém-nascido, caracterizada clinicamente por edema, eritema e descarga purulenta conjuntiva, com possibilidade de ruptura de córnea e evolução para amaurose, bem como disseminação do agente causador e sepse (o período de incubação fica entre 5 e 14 dias). Não só a Chlamydia trachomatis é o principal agente da conjuntivite neonatal, mas a conjuntivite é a principal manifestação da infecção neonatal por esse patógeno, enquanto pneumonia pode ocorrer em 5 a 30% dos pacientes (perdendo, assim, em termos estatísticos para a conjuntivite) 26. C Existem 3 causas para conjuntivite neonatal: - conjuntivite química: mais precoce, associada ao uso de nitrato de prata 8profilaxia). - Gonocócica - do NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 meio para o fim da primeira semana de vida. - C.trachomatis - do fim da primeira ao fim da segunda semana de vida. Há outras características que podem ajudar a definir a etiologia, mas pelo que temos no enunciado, a única resposta possível está na letra C. 27. C Em um recém nascido de três dias de idade com quadro de conjuntivite com secreção ocular abundante e relato de parto domiciliar, a principal hipótese diagnóstica é a conjuntivite gonocóccica. O tratamento padrão ouro é a ceftriaxona, dose única. Portanto, o nosso gabarito é a letra C.
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