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Competências gerais e a BNCC

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COMPETÊNCIAS 
GERAIS E A BNCC
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Professora: Ma. Mônica Maria Baruffi 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
B295c
 Baruffi, Mônica Maria
 Competências gerais e a BNCC. / Mônica Maria Baruffi. –
Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 147 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-326-9
 ISBN DIGITAL 978-85-7141-327-6
1.Competências gerais. - Brasil. 2. BNCC. – Brasil. II. Centro Uni-
versitário Leonardo Da Vinci.
CDD 370
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................07
CAPÍTULO 1
Caminhada Histórica Da Construção Da BNCC .......................09
CAPÍTULO 2
Conhecendo A Estrutura E As Competências Da Base
Nacional Comum Curricular Junto Aos Componentes
Curriculares ...............................................................................51
CAPÍTULO 3
A Estrutura Do Ensino Médio E A Formação
Dos Professores Na Bncc .......................................................105
APRESENTAÇÃO
Caro Pós-Graduando, seja bem-vindo a esta nova leitura!
Neste livro, você é convidado a mergulhar num mundo em que serão 
discutidas questões relativas à construção de um dos documentos considerados 
de extrema importância no processo de desenvolvimento da educação em nosso 
país. Estamos falando da BNCC – Base Nacional Comum Curricular – documento 
que é uma das raízes da base da educação brasileira, que foi construído com 
o objetivo de superar a fragmentação das políticas educacionais, fortalecendo o 
regime de colaboração entre as três esferas (Federal, Estadual e Municipal) em 
prol da qualidade da educação.
Nesse viés, buscando contribuir com a sua formação, a distribuição dos 
temas correlatos, que abarcam a BNCC, encontra-se assim dispostos neste livro: 
No primeiro capítulo, estaremos tratando sobre o conceito de BNCC; a 
caminhada histórica na construção da Base Nacional Comum Curricular; quais 
os marcos históricos legais na BNCC e as competências gerais e orientações da 
Base Nacional Comum Curricular, como a Educação Integral e a Educação em 
Tempo Integral.
No segundo capítulo, serão tratados os seguintes assuntos: a estrutura e 
os fundamentos pedagógicos da BNCC; o desenvolvimento das competências; o 
pacto Interfederativo e a implementação do BNCC.
No terceiro e último capítulo, serão abordados os objetivos e competências 
da Educação Infantil e do Ensino fundamental na BNCC; o papel do corpo docente 
da escola na implementação da BNCC no espaço escolar, bem como a formação 
dos professores neste processo.
Assim, caro Pós-Graduando, possuímos nosso roteiro de trabalho. São 
muitas informações a serem lidas, questionadas e analisadas. Vamos à leitura!
CAPÍTULO 1
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO 
DA BNCC
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 reconhecer os aspectos históricos que envolvem a construção da BNCC;
 identifi car a caminhada histórica que envolve os marcos legais na BNCC;
 verifi car quais as competências e orientações que a BNCC apresenta como 
documento nacional;
 reconhecer a ideia de Educação Integral e Educação em Tempo Integral; 
 compreender o contexto educacional brasileiro através dos marcos legais e a 
sua construção, buscando o desenvolvimento das competências e orientações 
da BNCC.
8
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
9
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste primeiro capítulo, vamos tratar dos aspectos legais na construção 
da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, pois precisamos ter bem clara a 
ideia de que este documento não foi construído por um mero estalar de dedos. 
Sua construção advém de outros documentos de maior importância no Sistema 
Educacional Brasileiro.
Estamos falando da Constituição Federal de 1988, da Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação – LDB/96, do Plano Nacional de Educação – PNE e os PCN 
– Parâmetros Curriculares Nacionais.
A Base Nacional Comum Curricular possui em seu núcleo vários documentos 
para seu embasamento e para nós, profi ssionais da educação, é fundamental 
que os conheçamos para que possamos agir com sabedoria e propriedade nas 
áreas educacionais que escolhemos atuar, visto que a BNCC é uma discussão 
contemporânea e que provocará grandes mudanças no cenário educacional.
Observe que dentro desta perspectiva encontraremos os marcos legais e 
estaremos discutindo como esse documento foi construído; quantas mãos foram 
necessárias para sua materialização? Que objetivos possui o documento? Entre 
outros. 
Caro Pós-Graduando, você poderá se perguntar: Para que necessito possuir 
conhecimento desse documento na esfera de meu trabalho? Digo para você 
que é necessário, pois esse documento, a Base Nacional Comum Curricular, é 
o que norteará toda a educação brasileira no que tange às questões relativas ao 
currículo educacional. Os temas e os conteúdos serão os mesmos para todo o 
país, mas as estratégias, as metodologias utilizadas, fi carão sob responsabilidade 
dos profi ssionais de cada região brasileira, visto que possuímos um país imenso, 
com uma pluralidade cultural rica e diversifi cada e dá-se a liberdade, pelo que 
consta na Base Nacional Comum Curricular, da possibilidade de elaborar, a partir 
das competências, seus planos estaduais, municipais e escolares através do 
Projeto Político Pedagógico da escola.
Observe que esse processo é gradativo e que perguntas como as 
apresentadas acima serão desveladas no decorrer deste capítulo, como também 
os desdobramentos das competências e orientações gerais que o documento 
possui em seu núcleo e que necessitamos estar atentos a sua compreensão 
para posterior utilização no processo educacional que ocorre cotidianamente em 
nossas escolas e salas de aula. 
10
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
Estaremos debatendo nas próximas páginas esses assuntos e tentaremos 
levar você à refl exão quanto à importância e participação de cada um de nós no 
processo de reconstrução do currículo nacional.
Assim, você está convidado a ampliar seus conhecimentos a respeito desse 
importante documento para a Educação Brasileira. 
2 O QUE É A BNCC?
Para respondermos esta pergunta faz-se necessário buscarmos no núcleo 
do documento qual sua essência, que assim se apresenta:
[...] é um documento de caráter normativo que defi ne o conjunto 
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que 
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e 
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham 
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, 
em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de 
Educação (PNE) (BRASIL, BNCC, 2018, p. 7).
Com base na citação acima, podemos refl etir sobre muitas 
questões, buscando inicialmente a seguinte frase “[...] é um documento 
de caráter normativo”. Quando falamos em normativo, estamos 
nos referindo à regra, padrão, modelo, dando assim um norte para 
os objetivos previstosno desenvolvimento de ações, que aqui se 
apresentam relativas às aprendizagens essenciais que os alunos 
necessitam possuir.
A BNCC, nesse viés, tem também como objetivo ser um referencial 
na elaboração e reformulação dos currículos dos estados brasileiros, 
do Distrito Federal e dos municípios, contribuindo com a transformação 
das propostas pedagógicas das redes pública e particular. Tem o 
documento o intuito também de integrar:
[...] a Política Nacional da Educação Básica e vai contribuir para 
o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, 
estadual e municipal, referentes à formação de professores, 
à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos 
critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno 
desenvolvimento da educação (BRASIL, BNCC, 2018, p. 8).
Nesta perspectiva, a Base Nacional Comum Curricular busca a participação 
de todos os segmentos da sociedade e da política nacional para a fomentação 
deste projeto, pois sem a participação não será possível a implementação 
do mesmo. Nesta implementação e participação busca-se a superação da 
[...] é um documento 
de caráter normativo 
que defi ne o 
conjunto orgânico 
e progressivo de 
aprendizagens 
essenciais que 
todos os alunos 
devem desenvolver 
ao longo das etapas 
e modalidades 
da Educação 
Básica, de modo 
a que tenham 
assegurados 
seus direitos de 
aprendizagem e 
desenvolvimento, 
em conformidade 
com o que preceitua 
o Plano Nacional 
de Educação (PNE) 
(BRASIL, BNCC, 
2018, p. 7).
11
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
“fragmentação das políticas educacionais” (BRASIL, BNCC, 2018, p. 8), as quais 
denotam uma fragilidade no currículo nacional.
Para fortalecermos o currículo nacional, de acordo com a BNCC, faz-se 
necessário alcançarmos um nível comum de aprendizagem para os alunos de 
todo o país.
E para chegarmos a um nível comum de aprendizagem são necessárias 
várias mãos, incluindo a dos profi ssionais que se encontram no “chão de escola”, 
os professores e gestores.
Podemos verifi car, aqui, que a BNCC integra a política nacional de educação, 
que em suas entrelinhas confi gura-se como uma política pública que norteará o 
currículo nacional.
O que são políticas públicas?
Ao nos questionarmos sobre o que são políticas públicas, utilizamos Azevedo 
(2008, p. 18), que assim afi rma: “[...] são projetos em construção que dependem 
da visão de mundo e dos seus promotores”. 
Podemos compreender então que as políticas públicas são regras de 
organização e de convivência, para a melhoria da qualidade de vida da população 
envolvida. 
Temos outro autor que defi ne política pública como “ações geradas na esfera 
do estado e que tem como objetivo atingir a sociedade como um todo ou parte 
dela” (SANTOS, 2012, p. 5). Neste caso, relacionado à BNCC, o objetivo é atingir 
a todos os alunos do país com excelência. 
Outro autor que nos remete ao conceito de política pública é Caldas (2008, 
p. 5), que afi rma: “[...] são a totalidade de ações, metas e planos que os governos 
traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. É certo que 
as ações que os dirigentes públicos selecionam (como prioridades) são as que 
eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade”.
Esta citação denota claramente que para a política pública ser elaborada 
e chegar a sua concretização, depende exclusivamente do poder público 
(governantes) e que possui etapas para sua elaboração. 
Pode soar de maneira incômoda a afi rmação acima “depende exclusivamente 
do poder público” – mas é uma realidade, e possuímos embasamento para 
tal afi rmação, de acordo, ainda, com Caldas (2008, p. 5), “[...] o bem-estar da 
12
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
sociedade é sempre defi nido pelo governo e não pela sociedade”. Por 
que ocorre desta forma?
Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de 
forma integral. Ela faz solicitações (pedidos ou demandas) para 
os seus representantes (deputados, senadores e vereadores) 
e estes mobilizam os membros do Poder Executivo, que 
também foram eleitos (tais como prefeitos, governadores 
e inclusive o próprio Presidente da República) para que 
atendam às demandas da população. As demandas da 
sociedade são apresentadas aos dirigentes públicos por meio 
de grupos organizados, no que se denomina de Sociedade 
Civil Organizada (SCO), a qual inclui, conforme apontado 
acima, sindicatos, entidades de representação empresarial, 
associação de moradores, associações patronais e ONGs em 
geral. (CALDAS, 2008, p. 5-6).
Com esta afi rmação, podemos perceber que a construção de 
uma política pública é determinada por necessidades tanto relativas 
à população, como a interesses, aqui compreendidos como metas 
ou planos de governo, e que a população pode fazer parte deste 
movimento organizando-se nas denominadas SCO – Sociedade Civil 
Organizada – sendo levadas as ideias para os governantes. Com isso, podemos 
perceber que a dialogicidade se faz necessária no processo de construção das 
políticas públicas e o processo de discussão, criação e execução necessitam de 
dois tipos de sujeitos que são, de acordo com Caldas (2008, p. 8), os “estatais 
e os privados”. Relativos aos sujeitos “estatais”, os mesmos fazem parte do 
Governo Federal ou do Estado. Já os sujeitos “privados” são os que fazem parte 
da sociedade civil, sabendo-se que estes não possuem uma ligação direta com o 
setor administrativo do Estado, que são: 
[...] a imprensa; os centros de pesquisa; os grupos de 
pressão, os grupos de interesses e os lobbies; as Associações 
da Sociedade Civil Organizada (SCO); as entidades de 
representação empresarial; os sindicatos patronais; os 
sindicatos dos trabalhadores e outras entidades representativas 
da Sociedade Civil Organizada. (CALDAS, 2008, p. 9).
Diante do que foi visto até o momento, é possível perceber que as políticas 
possuem suas nuances, sua organização e participação. Com isso, partimos para 
os passos que determinam desde o momento da formulação até a sua execução. 
Quanto a isso, veja a fi gura a seguir com cada fase.
A construção de 
uma política pública 
é determinada 
por necessidades 
tanto relativas à 
população, como 
a interesses, aqui 
compreendidos 
como metas ou 
planos de governo, 
e que a população 
pode fazer parte 
deste movimento 
organizando-se 
nas denominadas 
SCO – Sociedade 
Civil Organizada 
– sendo levadas 
as ideias para os 
governantes.
13
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
FIGURA 1 - FASES DA FORMAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
FONTE: Caldas (2008, p. 10)
Essas fases estão apresentadas de maneira hierarquizada pelo 
fato de ocorrerem em momentos distintos; todavia, precisam acontecer 
concomitantemente. Desta maneira, vamos verifi car como cada uma se constitui 
no processo de elaboração da política pública.
Vamos levar em conta a formulação da BNCC para melhor compreensão.
Na primeira fase, encontramos a Formação da Agenda, na qual são 
selecionadas as prioridades, nas quais se busca detectar os problemas existentes 
em determinada área da sociedade, no caso, temos a educação como pano 
de fundo, com o objetivo de unifi car as políticas educacionais no que tange ao 
currículo nacional.
Na segunda fase, temos a Formulação de políticas, nas quais são 
apresentadas algumas linhas de ação para serem adotadas na solução do 
problema. Tomemos como sequência de nosso exemplo a fragmentação do 
currículo nacional, que é nosso problema e foi detectado na formação da agenda. 
Agora, nessa segunda fase, esse problema recebe ideias para que o problema 
seja solucionado.
Cabe salientar que, muitas vezes, no decorrer do processo, podem ocorrer 
divergênciasrelativas às ações a serem empreendidas, sendo que alguns poderão 
considerá-las favoráveis e outros a considerarem prejudiciais, criando assim um 
embate político. 
14
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
Com isso, Caldas (2008, p. 11) nos afi rma que “[...] Esse é o momento em 
que deve ser defi nido qual é o objetivo da política, quais serão os programas 
desenvolvidos e as metas almejadas, o que signifi ca a rejeição de várias propostas 
de ação”. Para tanto, é necessário, neste momento de embate político, buscar o 
parecer do corpo técnico da administração pública, desfazendo assim as dúvidas 
apresentadas por ambas as partes.
Na terceira fase, temos o processo de Tomada de Decisões, na qual são 
defi nidas as escolhas das alternativas de ação referente ao problema apresentado 
na Formação da Agenda. Neste momento são defi nidos os recursos, prazos 
(temporal) de ação da política (CALDAS, 2008). É nessa fase que são elaboradas 
as leis, decretos, normas, resoluções que expressem as escolhas feitas dentro da 
legalidade. Relativo à BNCC, temos o documento constituído, analisado.
Na quarta fase, temos a Implementação, é o momento de realizar o projeto, 
levá-lo à ação. Neste caso, tem-se a necessidade da participação do setor 
administrativo para executar o projeto. Em relação à BNCC, neste momento 
entram todas as esferas governamentais, sejam federal, estadual e municipal, 
com seus interlocutores levando o documento às escolas públicas e 
particulares. 
E na quinta fase, a Avaliação, que precisa estar em todos os 
momentos, da elaboração à execução. A avaliação, assim, tem o papel 
de dar um feedback aos gestores do que deu certo ou não no processo. 
No que tange à educação, na elaboração da BNCC ela deve ocorrer 
em todos os estágios e agora, em sua última versão, verifi car o que 
pode ou não ser executado na sua totalidade e receber o parecer dos 
profi ssionais da educação e da comunidade sobre esse documento na 
sua execução. Conforme Caldas (2008, p. 19):
De maneira geral, o processo de avaliação de uma política leva 
em conta seus impactos e as funções cumpridas pela política. 
Além disso, busca determinar sua relevância, analisar a 
efi ciência, efi cácia e sustentabilidade das ações desenvolvidas, 
bem como servir como um meio de aprendizado para os atores 
públicos.
Frente ao exposto, podemos perceber que a construção da Base Nacional 
Comum Curricular seguiu essas fases, dando assim maior movimento para 
a participação de muitos sujeitos ou atores, como queiram denominar neste 
processo de elaboração do documento.
Para tanto, vamos agora, seguindo esta linha de pensamento, verifi car quais 
são os marcos legais na construção da BNCC.
De maneira geral, 
o processo de 
avaliação de 
uma política leva 
em conta seus 
impactos e as 
funções cumpridas 
pela política. 
Além disso, busca 
determinar sua 
relevância, analisar 
a efi ciência, efi cácia 
e sustentabilidade 
das ações 
desenvolvidas, 
bem como servir 
como um meio de 
aprendizado para os 
atores públicos.
15
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
Antes deixamos dicas para você aprofundar seu interesse sobre políticas 
públicas.
No site <https://www.youtube.com/watch?v=406y7gDN-ZE> 
encontra-se o vídeo elaborado pela Câmara dos Deputados com 
maiores informações sobre o que vimos até aqui sobre O que são 
políticas públicas.
Deixamos também a dica de um livro que fala sobre as políticas 
públicas educacionais, de Pablo Silva Machado Bispo dos Santos. 
Intitulado: Guia Prático da Política Educacional no Brasil: Ações, 
Planos, Programas e Impactos (2012). (Disponível em: <https://issuu.
com/cengagebrasil/docs/guia_pratico_da_politica_educaciona>). 
Esse livro é indicado para acadêmicos dos cursos de Pedagogia, 
Pós-Graduação que contemplem a formação do professor.
16
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
1- De acordo com Santos (2012, p. 5), as políticas públicas são 
“ações geradas na esfera do estado e que têm como objetivo atingir 
a sociedade como um todo ou parte dela”. Diante desta afi rmação, 
podemos compreender que as políticas públicas podem receber o 
apoio também da sociedade. De que maneira ela pode ocorrer?
2- Do que estudamos até o momento, podemos compreender 
que as políticas públicas são necessárias para a efetivação de ações 
necessárias à melhoria da qualidade de vida da população. Assim, 
indique quais as fases de elaboração de uma política pública?
2.1 Quais Os Marcos Históricos E 
LeGais Da BNCC?
Pelo que vimos até o momento, observa-se que as políticas públicas 
envolvem signifi cativamente todas as esferas e a educação é uma delas, e a 
qual estamos debatendo agora. Por isso, não podemos considerar que a BNCC 
seja algo novo, pois antes de termos este documento materializado outros foram 
construídos e fazem parte da história das reformas educacionais e dos planos de 
educação com o intuito de construir uma política educacional efi ciente.
Para tanto, faz-se necessário conhecermos na Constituição Federal de 1988, 
o que ela nos diz na Seção I - Da Educação, em seu Artigo 205:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho 
(BRASIL, 1988, p. 1).
Neste artigo, verifi camos que a educação é um direito fundamental e que 
deve existir um compartilhamento entre Estado e Família para sua concretização. 
Cabendo ao Estado complementar a educação que a criança recebeu de seus 
familiares e também a criação de um Sistema Nacional de Educação, juntamente 
com um currículo nacional.
Assim, realizando o cumprimento dessa ação, o Artigo 26 da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional defi niu desta forma que:
17
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
Art. 26 – Os currículos da educação infantil, do ensino 
fundamental e do ensino médio devem ter base nacional 
comum, a ser contemplada, em cada sistema de ensino e em 
cada estabelecimento escolar, por uma parte diversifi cada, 
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, 
da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL, LDB 
9394/96, p. 1, grifos do original).
Neste processo de o ensino ter “Base Nacional Comum”, muitos foram os 
desdobramentos e discussões realizadas até que em 1997, surgem os PCN – 
Parâmetros Curriculares Nacionais, que possuíam a aspiração de se tornarem 
as Diretrizes Curriculares Nacionais, os quais serviram no fi nal como material de 
apoio para os profi ssionais da educação.
Se buscarmos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p. 29), 
os mesmos se constituem como:
[...] uma referência nacional para o ensino fundamental; 
estabelecem uma meta educacional para a qual devem 
convergir as ações políticas do Ministério da Educação e do 
Desporto, tais como os projetos ligados à sua competência 
na formação inicial e continuada de professores, à análise e 
compra de livros e outros materiais didáticos e à avaliação 
nacional. Têm como função subsidiar a elaboração ou a 
revisão curricular dos Estados e Municípios, dialogando com 
as propostas e experiências já existentes, incentivando a 
discussão pedagógica interna das escolas e a elaboração de 
projetos educativos, assim como servir de material de refl exão 
para a prática de professores. 
De acordo com Candido e Gentili (2017, p. 325):
A construção dos Parâmetros signifi cou um passo considerável 
em se tratando de seleção de conteúdos válidos nacionalmente. 
No entanto, essa iniciativa gerou muitas críticas, principalmente 
em se tratando da falta de participação e atuação dasescolas 
na escolha dos conteúdos e das metodologias de ensino e 
aprendizagem.
Para melhor compreensão podemos elucidar quais os documentos que 
garantem a legalidade da Base Nacional Comum Curricular.
18
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
FIGURA 2 – LINHA DO TEMPO DAS LEIS QUE GARANTEM A BNCC
FONTE: Adaptado de <http://movimentopelabase.org.br/
linha-do-tempo/>. Acesso em: 16 nov. 2018.
Observe que, em 2014, já com a elaboração do Plano Nacional de Educação 
(2014-2024), o qual determina as diretrizes, estratégias e metas para as políticas 
educacionais do decênio (dez anos), ocorreram as primeiras reuniões, as quais 
serviram para debater sobre a BNCC, sendo esta uma necessidade, a qual teve 
seu início de discussão em 2015, sendo que o MEC institui (Portaria Nº 592), 
junto ao CONSED e a UNDIME, grupo de redação responsável pela primeira 
versão da BNCC. Na sequência, no mês de julho de 2015, acontece o seminário 
Internacional da BNCC, que reúne, em Brasília, diversos especialistas de 
renome nacional e internacional para debaterem suas experiências na 
construção de currículo. 
Nesta perspectiva, após diversos debates, chegou-se à primeira versão 
da BNCC.
Cabe salientar que este documento, a BNCC, a qual já havia mencionado no 
primeiro parágrafo deste capítulo, é um documento de caráter normativo, o qual 
busca dar aos alunos uma aprendizagem de qualidade com competências que 
todos deverão desenvolver ao longo de sua caminha educacional, em todas as 
modalidades.
É importante abrir um espaço para que você, acadêmico, perceba a 
construção dessa política educacional, lembrando-se do que vimos nas fases de 
construção de uma política pública.
Se buscarmos no site do Governo Federal, encontramos um portal, criado 
pelo Ministério da Educação para apresentar à população o processo de 
construção desse documento, buscando estabelecer canais de comunicação e 
a participação da comunidade nessa ação. O site é: <http://basenacionalcomum.
mec.gov.br>. 
19
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
No desenvolvimento desse documento, em sua primeira versão 
foram disponibilizadas mais de 12 milhões de participações da 
sociedade, os quais deixaram sua contribuição para a melhoria e 
construção do documento para uma educação de qualidade e equânime. 
As participações foram de acordo com o portal do Movimento pela Base 
(2017, s.p.), “A consulta on-line da primeira versão é encerrada com 
mais de 12 milhões de contribuições da sociedade civil, professores, 
escolas, organizações do terceiro setor e entidades científi cas.” 
Com as participações da sociedade, dos meses de março a maio de 
2016 as contribuições da sociedade são organizadas por um grupo de 
profi ssionais da Universidade de Brasília e enviadas aos redatores para 
sua análise e no fi nal do mês de maio é apresentada a segunda versão 
para a BNCC, a partir das contribuições da consulta pública. 
“A consulta on-line 
da primeira versão 
é encerrada com 
mais de 12 milhões 
de contribuições 
da sociedade 
civil, professores, 
escolas, 
organizações 
do terceiro setor 
e entidades 
científi cas.”
FIGURA 3 – CAPA DA SEGUNDA VERSÃO DA BNCC
FONTE: <https://fi les.passeidireto.com/Thumbnail/8a279314-107d-
4dce-85a6-3842e642f5a1/210/1.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2018.
Entre os meses de junho e agosto de 2016 são realizados 27 seminários, um 
em cada estado da federação, em que foram dadas mais de nove mil contribuições 
entre professores e especialistas, juntamente ao CONSED – Conselho Nacional 
de Educação e a UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de 
Educação, dando respaldo para a versão fi nal do documento que foi enviado para 
o CNE - Conselho Nacional de Educação, através de cinco audiências públicas, 
uma em cada região do país. No mês de julho, o Ministério da Educação institui, 
através da Portaria Nº 790/2016, o comitê gestor da BNCC e reforma do Ensino 
Médio, para encaminhamento do processo e proposta fi nal do documento.
20
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
FIGURA 4 – BANNER CONVIDANDO PARA PARTICPAÇÃO NAS 
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS EM CADA REGIÃO DO PAÍS
FONTE: <http://portal.mec.gov.br/images/stories/noticias/2017/
bcnn_audiencia.png>. Acesso em: 16 nov. 2018.
As audiências públicas (seminários estaduais) contaram com 9.275 
participantes, de acordo com o relatório do Seminário do CONSED e 
UNDIME. (Disponível em: <http://movimentopelabase.org.br/wp-content/
uploads/2016/09/2016_09_14-Relato%CC%81rio-Semina%CC%81rios-Consed-
e-Undime.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2018). 
Já em abril de 2017 ocorre a entrega da terceira versão da BNCC para o 
Conselho Nacional de Educação, com as etapas da Educação Infantil e Ensino 
Fundamental, sendo que o Ensino Médio se encontra em formulação. 
De junho a setembro de 2017 o CNE realiza consultas públicas em todo o 
país para saber da sociedade suas opiniões sobre a terceira versão do documento, 
sendo que as contribuições poderiam ser feitas via e-mail. 
Após essas consultas, já em agosto, inicia-se a preparação das redes, com o 
lançamento do Guia de Implementação da BNCC, no qual possui sugestões que 
apoiam a organização das secretarias para sua prática. Tema que será abordado 
no terceiro capítulo deste livro. Aguarde!
21
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
FIGURA 5 – CAPA DO GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC PARA GESTORES
FONTE: <http://undime-sc.org.br/wp-content/uploads/2018/04/
BNCC-800x498.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2018.
Esse material tem como objetivo, de acordo com a UNDIME (2017, 
s.p.):
[...] apoiar gestores estaduais, municipais e 
escolares no processo de (re)elaboração da proposta 
curricular de suas redes, com foco no regime 
de colaboração entre estados e municípios. Ele 
contempla as etapas de educação infantil e ensino 
fundamental da educação básica. Posteriormente, 
serão acrescentadas a etapa do ensino médio e 
sugestões de ações para outras dimensões da 
implementação, tais como: formação continuada 
de professores, revisão dos projetos político-
pedagógicos (PPPs) das escolas e orientações tanto 
sobre materiais didáticos quanto sobre avaliação e 
acompanhamento das aprendizagens. 
Observamos que esta política educacional possui a formação de 
rede, que busca levar a todos os profi ssionais de educação do país 
esta nova maneira de ver e trabalhar o currículo nacional de forma 
colaborativa.
No dia 15 de dezembro ocorre a aprovação da BNCC pelo Conselho 
Nacional de Educação; 
[...] apoiar gestores 
estaduais, 
municipais e 
escolares no 
processo de (re)
elaboração da 
proposta curricular 
de suas redes, com 
foco no regime 
de colaboração 
entre estados e 
municípios. Ele 
contempla as 
etapas de educação 
infantil e ensino 
fundamental da 
educação básica. 
Posteriormente, 
serão acrescentadas 
a etapa do ensino 
médio e sugestões 
de ações para 
outras dimensões 
da implementação, 
tais como: formação 
continuada de 
professores, 
revisão dos projetos 
político-pedagógicos 
(PPPs) das escolas 
e orientações tanto 
sobre materiais 
didáticos quanto 
sobre avaliação e 
acompanhamento 
das aprendizagens.
22
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
FIGURA 6 – CAPA TERCEIRA VERSÃO DA BNCC
FONTE: <https://www.google.com.br/CAPA+TERCEIRA+VERSÃO+BNCC>. 
Acesso em: 16 nov. 2018.
Em 20 de dezembro a BNCC é homologada e em 22 de dezembro 
de 2017 foi realizada a publicação da Resolução CNE/CP nº 2, que 
encontra-se no site, disponível em: <http://portal.mec.gov.br/conselho-
nacional-de-educacao/base-nacional-comum-curricular-bncc>. e institui 
e orienta: 
[...] a implantação da Base Nacional Comum Curriculara ser 
respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas 
modalidades no âmbito da Educação Básica. Lembrando que 
a BNCC aprovada se refere à Educação Infantil e ao Ensino 
Fundamental, sendo que a Base do Ensino Médio será objeto 
de elaboração e deliberação posteriores. 
Com esta caminhada, temos hoje para estudo a Base Nacional Comum 
Curricular, que busca amparar, de acordo com a Constituição Federal e a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação, um currículo comum, buscando assim a 
recomposição do currículo nacional com suas competências.
Em 20 de dezembro a 
BNCC é homologada 
e em 22 de dezembro 
de 2017 foi realizada 
a publicação da 
Resolução CNE/CP 
nº 2.
23
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
Apresentamos para você um recorte do artigo de Fernanda 
Andreazzi, que se encontra na íntegra disponível em: <https://blog.sae.
digital/conteudo/bncc-o-que-e-qual-e-o-seu-objetivo/>. Acesso em: 16 
nov. 2018.
BNCC: O QUE É A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 
E QUAL É O SEU OBJETIVO
Durante o ano de 2017, a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC) foi pauta dos mais importantes debates sobre educação no 
país. Em trâmite desde abril, o documento da Base foi homologado 
pelo Ministério da Educação (MEC), em sua terceira versão, no dia 
20 de dezembro de 2017 apenas para as etapas da Educação Infantil 
e Ensino Fundamental.
A BNCC dessas etapas será implementada nas escolas a 
partir de 2019 (o prazo máximo é até o início do ano letivo de 2020), 
mas instituições e sistemas de ensino estão se preparando para a 
sua chegada desde já: a começar pela adequação dos currículos, 
capacitação da equipe docente e atualização dos materiais e 
recursos didáticos utilizados.
Já a BNCC do Ensino Médio foi entregue em abril de 2018 ano 
pelo MEC ao Conselho Nacional de Educação (CNE) para debate 
em audiências públicas que seguiram até agosto. No entanto, ainda 
não há data defi nida para ela entrar em vigor.
Juntas, a Base da Educação Infantil, Ensino Fundamental e 
Ensino Médio integram um único documento: a BNCC da Educação 
Básica.
Se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ainda não está 
em pauta na sua escola, chegou a hora de se informar. Preparamos 
este conteúdo especialmente para que você possa entender o que é 
a Base e quais são os seus objetivos dentro do contexto educacional 
do país. 
24
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
Afi nal, o que é a BNCC?
A Base Nacional Comum Curricular é um documento que 
determina as competências (gerais e específi cas), as habilidades e 
as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver 
durante cada etapa da educação básica. A BNCC também determina 
que essas competências, habilidades e conteúdos devem ser os 
mesmos, independentemente de onde as crianças, os adolescentes 
e os jovens moram ou estudam.
A Base não deve ser vista como um currículo, mas como um 
conjunto de orientações que irá nortear as equipes pedagógicas na 
elaboração dos currículos locais. Esse documento deve ser seguido 
tanto por escolas públicas quanto particulares. Em um primeiro 
momento, a Base Nacional Comum Curricular será implementada 
apenas para as etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. 
A Base para o Ensino Médio ainda será discutida e votada ao longo 
do ano de 2018.
De que forma a BNCC está relacionada com…
A Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE)
A criação de uma base comum para a Educação Básica está 
prevista desde 1988, a partir da promulgação da Constituição Cidadã. 
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
reforçou a sua necessidade, mas somente em 2014 a criação da 
Base Nacional Comum Curricular foi defi nida como meta pelo Plano 
Nacional de Educação (PNE).
Os Currículos Estaduais, Municipais e o Projeto Político 
Pedagógico das escolas.
Reforçamos, anteriormente, que a Base não deve ser entendida 
como sinônimo de currículo, mas ela está intimamente ligada à 
construção dos Currículos Estaduais e Municipais, bem como ao 
Projeto Político Pedagógico e ao currículo das escolas. As equipes 
pedagógicas devem trabalhar na reestruturação dos seus currículos, 
tomando como norte os preceitos estabelecidos na BNCC.
25
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
Qual é o objetivo da BNCC?
A criação de uma Base Nacional Comum Curricular tem o 
objetivo de garantir aos estudantes o direito de aprender um conjunto 
fundamental de conhecimentos e habilidades comuns – de norte a 
sul, nas escolas públicas e privadas, urbanas e rurais de todo o país. 
Dessa forma, espera-se reduzir as desigualdades educacionais 
existentes no Brasil, nivelando e, o mais importante, elevando a 
qualidade do ensino.
A Base também tem como objetivo formar estudantes com 
habilidades e conhecimentos considerados essenciais para o século 
XXI, incentivando a modernização dos recursos e das práticas 
pedagógicas e promovendo a atualização do corpo docente das 
instituições de ensino.
Como funciona a orientação por competências?
Para assegurar os direitos de aprendizagem dos estudantes da 
Educação Básica, a Base Nacional Comum Curricular foi estruturada 
em competências. O que são consideradas competências? Para a 
BNCC, competência é a mobilização de conhecimentos, habilidades, 
atitudes e valores para resolver questões do cotidiano, do mundo 
do trabalho e para exercer a cidadania. Ou seja, é por meio dessas 
competências que os estudantes desenvolvem as habilidades e 
aprendizagens essenciais estabelecidas pela Base. Ao todo foram 
estipuladas dez competências gerais para a etapa da Educação 
Básica.
O que é a parte diversifi cada da BNCC?
A BNCC é dividida entre a Base Comum e a parte diversifi cada. 
O objetivo da segunda parte é enriquecer e complementar a parte 
comum. A ideia é inserir novos conteúdos aos currículos que estejam 
de acordo com as competências estabelecidas pela BNCC e também 
com a realidade local de cada escola.
É importante lembrar que a Base Comum deve ser contemplada, 
em sua totalidade, nos currículos escolares, enquanto a parte 
diversifi cada pode corresponder a até 40% dos conteúdos.
Quer saber mais sobre a parte diversifi cada da BNCC? 
26
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
Como implementar a BNCC em minha escola?
A partir do próximo ano letivo, a BNCC da Educação Infantil e 
Ensino Fundamental começará a ser implementada em todo país. Os 
sistemas de ensino e escolas já estão se atualizando e se preparando 
para receber a Base, mas como implementá-la?
O primeiro passo é reelaborar o currículo escolar e revisar 
o Projeto Político Pedagógico da instituição. Além disso, nesse 
processo é mais do que essencial promover a formação continuada 
do corpo docente e a comunicação clara com os pais e a comunidade 
escolar. 
Nesse contexto, a atualização dos materiais didáticos é 
imprescindível para se adequar às orientações da BNCC. A melhor 
maneira de atualizá-los pode ser por meio de parceria com um 
Sistema de Ensino.
FONTE: ANDREAZZI, Fernanda. Disponível em: <https://blog.sae.digital/
conteudo/bncc-o-que-e-qual-e-o-seu-objetivo/>. Acesso em: 16 nov. 2018.
Depois do estudo realizado até o momento, e do artigo acima, podemos 
realizar nossa atividade de estudo!
1 Diante do estudado sobre os documentos que alicerçam a 
Base Nacional Comum Curricular, podemos considerar que todas 
estão interligadas. Desta maneira, indique quais as leis que dão 
embasamento para a elaboração da BNCC?
2 Relativo à participação da sociedade na fomentação da 
primeira, segunda e terceira versão da BNCC, você acredita que 
tenha sido um movimento democrático? Justifi que.27
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
3 COMPETÊNCIAS GERAIS E 
ORIENTAÇÕES NA BNCC
Antes de apresentarmos as competências gerais da BNCC, precisamos 
primeiramente compreender o que signifi ca a palavra competência. Competência, 
na Base Nacional Comum Curricular é defi nida como: 
[...] a mobilização de conhecimentos (conceitos e 
procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e 
socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas 
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e 
do mundo do trabalho (BRASIL, BNCC, 2017, p. 8).
Com isso podemos compreender que as competências aqui denotam o 
desenvolvimento do educando em todas as áreas, levando este conhecimento 
para o seu cotidiano, sempre respeitando os direitos humanos, a sustentabilidade 
do meio ambiente, a ética, levando também ao desenvolvimento intelectual, social, 
emocional e físico, além do cultural, caminhando para uma educação integral.
Cabe ressaltar que existe uma diferenciação das habilidades, as quais são 
focadas com maior princípio no desenvolvimento cognitivo do educando. De 
acordo com a BNCC (2017, p. 8):
Ao defi nir essas competências, a BNCC reconhece que 
a “educação deve afi rmar valores e estimular ações que 
contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a 
mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a 
preservação da natureza” (BRASIL, 2013), mostrando-se 
também alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações 
Unidas (ONU).
De acordo com o que afi rma a BNCC, a mesma encontra-se alinhada 
com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, a qual possui como 
título Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o desenvolvimento 
Sustentável, com dezessete objetivos.
28
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
FIGURA 7 – OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ONU
FONTE: <https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2014/11/
grid-global-goals-header.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2018.
Dentre estes objetivos encontramos o quarto objetivo, que é assim 
determinado pela Organização das Nações Unidas, no site <https://nacoesunidas.
org/pos2015/ods4/>: “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, 
e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos”.
Este objetivo foi subdividido em seções:
4.1 Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino 
primário e secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a 
resultados de aprendizagem relevantes e efi cazes.
4.2 Até 2030, garantir que todos(as) meninas e meninos tenham acesso a um 
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-
escolar, de modo que eles estejam prontos para o ensino primário.
4.3 Até 2030, assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e 
mulheres à educação técnica, profi ssional e superior de qualidade, a preços 
acessíveis, incluindo universidade. 
4.4 Até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos 
que tenham habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e 
profi ssionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo.
4.5 Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a 
igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profi ssional 
para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com defi ciência, povos 
indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade.
4.6 Até 2030, garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos 
adultos, homens e mulheres estejam alfabetizados e tenham adquirido o 
conhecimento básico de matemática.
29
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
4.7 Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e 
habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, 
inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento 
sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de 
gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global 
e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o 
desenvolvimento sustentável
4.a Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas 
para crianças e sensíveis às defi ciências e ao gênero, e que proporcionem 
ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e efi cazes 
para todos.
4.b Até 2020, substancialmente ampliar globalmente o número de bolsas de 
estudo para os países em desenvolvimento, em particular os países menos 
desenvolvidos, pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os 
países africanos, para o ensino superior, incluindo programas de formação 
profi ssional, de tecnologia da informação e da comunicação, técnicos, de 
engenharia e programas científi cos em países desenvolvidos e outros países 
em desenvolvimento.
4.c Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professores 
qualifi cados, inclusive por meio da cooperação internacional para a formação 
de professores, nos países em desenvolvimento, especialmente os países 
menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
FONTE: <https://nacoesunidas.org/pos2015/ods4/>. Acesso em: 16 nov. 2018.
Diante destes objetivos, percebe-se que as competências 
apresentadas na BNCC estão condizentes com o que a Organização 
das Nações Unidas propõe alcançar até 2030, pois, nosso país possui 
um défi cit relacionado à alfabetização, sendo isso um dos fatores que 
a Organização das Nações Unidas, no seu Capítulo 4, apresentado no 
quadro acima, quer modifi car buscando uma educação de qualidade 
para todos, a qual está inserida na seção 4.1 Até 2030, garantir que todas 
as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário livre, 
equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem 
relevantes e efi cazes. Este objetivo condiz com o que está expresso 
em nossa Constituição Federal de 1988. Temos também, nas demais 
seções, ações que necessitam ser implementadas em nosso país, as 
quais ainda se encontram em defasagem e, assim, quiçá, ao fi nal de 
2030, tenhamos um avanço positivo junto ao que é posto pela ONU e pela BNCC.
4.1 Até 2030, 
garantir que todas 
as meninas e 
meninos completem 
o ensino primário 
e secundário 
livre, equitativo 
e de qualidade, 
que conduza a 
resultados de 
aprendizagem 
relevantes e 
efi cazes.
30
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
Ainda neste capítulo daremos ênfase na questão de dados relacionados à 
educação brasileira e seus avanços e retrocessos. Aguarde!
Então, vamos apresentar as competências da BNCC e você poderá realizar 
uma análise com o que se relaciona ao quarto artigo de “Educação de Qualidade” 
da ONU.
Vamos à leitura!
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos 
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar 
a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de 
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria 
das ciências, incluindo a investigação, a refl exão, a análise crítica, a 
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar 
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive 
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das 
locais às mundiais, e também participar de práticas diversifi cadas da 
produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como 
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como 
conhecimentos das linguagens artística, matemáticae científi ca, 
para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e 
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem 
ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de forma crítica, signifi cativa, refl exiva e ética nas 
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, 
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver 
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e 
coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as 
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas 
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, 
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
31
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confi áveis, 
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e 
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, 
a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito 
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao 
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, 
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas 
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar 
com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de confl itos e a 
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e 
aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade 
de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas 
e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, 
fl exibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com 
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e 
solidários. 
FONTE: Base Nacional Comum Curricular (2017, p. 9-10)
Na leitura destas competências observamos que estão incutidas aqui todas 
as necessidades do envolvimento didático das etapas da Educação Básica. 
Se buscarmos na legislação, mais precisamente na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação, nos artigos 32 e 35, verifi camos que o artigo 32 nos apresenta a 
obrigatoriedade do Ensino Fundamental, com a duração prevista de nove anos, 
de maneira gratuita na escola pública, tendo seu início aos seis anos de idade 
e terá por objetivo a formação básica do cidadão. No que tange ao artigo 35, o 
mesmo trata do Ensino Médio, com duração mínima de três anos e tendo como 
fi nalidades a consolidação dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental 
e aprimorando-os, como também a preparação para o trabalho e a cidadania do 
educando; o aperfeiçoamento do educando como pessoa humana, incluindo aqui 
a ética, a autonomia intelectual e a criticidade, além de buscar a compreensão 
dos fundamentos científi co-tecnológicos. Encontramos nesses artigos uma linha 
de pensamento que se insere nas competências; não distante, temos também 
pesquisas que foram realizadas pelo Centro de Estudos e Pesquisa em Educação 
que indicam que:
[...] das 16 Unidades da Federação cujos documentos 
curriculares foram analisados, 10 delas explicitam uma 
32
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
visão de ensino por competências, recorrendo aos termos 
“competência” e “habilidade” (ou equivalentes, como 
“capacidade”, “expectativa de aprendizagem” ou “o que os 
alunos devem aprender”) (CENPEC, 2015, p. 75).
Esse fato ocorre, de acordo com o que se expressa na Base Nacional 
Comum Curricular (2017), por esses profi ssionais terem como base os PCNs – 
Parâmetros Curriculares Nacionais, que trazem em suas páginas a denominação 
de competências, a qual já se encontra inserida no contexto curricular nacional 
das escolas. 
Quando apresentamos os objetivos da ONU, não é por acaso, pois outras 
organizações, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE), tem por objetivo atuar na organização não apenas no 
setor econômico, como também na saúde, educação, ambiental e a geração de 
empregos de muitos países, entre eles o Brasil, o qual faz parte. Esta organização 
coordena também:
[...] o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, 
na sigla em inglês) e da Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla 
em inglês), que instituiu o Laboratório Latino-americano de 
Avaliação da Qualidade da Educação para a América Latina 
(LLECE, na sigla em espanhol) (BRASIL, BNCC, 2017, p. 13).
Esses programas desenvolvidos pela ONU (Organização das Nações 
Unidas) possuem como objetivo:
PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos: produzir 
indicadores que contribuam para a discussão da qualidade da educação nos 
países participantes, de modo a subsidiar políticas de melhoria do ensino básico. 
A avaliação procura verifi car até que ponto as escolas de cada país participante 
estão preparando seus jovens para exercer o papel de cidadãos na sociedade 
contemporânea. (<http://portal.inep.gov.br/pisa>. Acesso em: 19 nov. 2018).
Essas avaliações buscam verifi car se o educando, aos 15 anos de 
idade, possui condições de levar os conhecimentos para seu cotidiano e sua 
aplicabilidade nesta idade por estar próximo ao fi nal de sua formação básica.
Os dados apresentados pelo OCDE - Organização para a Cooperação 
e Desenvolvimento Econômico - fi cam assim expressos, quando se trata do 
programa PISA, que se realiza a cada três anos. Os dados a seguir são relativos 
ao relatório da OCDE enviado para nosso país, após análise dos dados.
33
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
FIGURA 8 – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO 
E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
FONTE: <http://forumcompetitividade.org/wp-content/
uploads/2014/10/OECD.jpg>. Acesso em: 19 nov. 2018.
RESULTADOS PRINCIPAIS NO BRASIL JUNTO AO PISA
 • O desempenho dos alunos no Brasil está abaixo da média dos alunos em 
países da OCDE em ciências (401 pontos, comparados à média de 493 pontos), 
em leitura (407 pontos, comparados à média de 493 pontos) e em matemática 
(377 pontos, comparados à média de 490 pontos). 
• A média do Brasil na área de ciências se manteve estável desde 2006, 
o último ciclo do PISA com foco em ciências (uma elevação aproximada de 10 
pontos nas notas - que passaram de 390 pontos em 2006 para 401 pontos em 
2015 – não representa uma mudança estatisticamente signifi cativa). Estes 
resultados são semelhantes à evolução histórica observada entre os países da 
OCDE: um leve declínio na média de 498 pontos em 2006 para 493 pontos em 
2015 também não representa uma mudança estatisticamente signifi cativa. 
• A média do Brasil na área de leitura também se manteve estável desde 
o ano 2000. Embora tenha havido uma elevação na pontuação de 396 pontos 
em 2000 para 407 pontos em 2015, esta diferença não representa uma mudança 
estatisticamente signifi cativa. Na área de matemática houve um aumento 
signifi cativo de 21 pontos na média dos alunos entre 2003 a 2015. Ao mesmo 
tempo, houve um declínio de 11 pontos se compararmos a média de 2012 à média 
de 2015. 
• O PIB per capita do Brasil (USD 15 893) corresponde a menos da metade da 
média do PIB per capita nos países da OCDE (USD 39 333). O gasto acumulado 
por aluno entre 6 e 15 anos de idade no Brasil (USD 38 190) equivale a 42% da 
média do gasto por aluno em países da OCDE (USD 90 294). Esta proporção 
correspondia a 32% em 2012. Aumentos no investimento em educação precisam 
agora ser convertidos em melhores resultados na aprendizagem dos alunos. 
Outros países, como a Colômbia, o Méxicoe o Uruguai obtiveram resultados 
34
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
melhores em 2015 em comparação ao Brasil, muito embora tenham um custo 
médio por aluno inferior. O Chile, com um gasto por aluno semelhante ao do Brasil 
(USD 40 607), também obteve uma pontuação melhor (477 pontos) em ciências. 
• No Brasil, 71% dos jovens na faixa de 15 anos de idade estão matriculados 
na escola a partir do 7º Ano, o que corresponde a um acréscimo de 15 pontos 
percentuais em relação a 2003, uma ampliação notável de escolarização. O fato 
de o Brasil ter expandido o acesso escolar a novas parcelas da população de 
jovens sem declínios no desempenho médio dos alunos é um desenvolvimento 
bastante positivo. 
• Entre os países da OCDE, o desempenho em ciências de um aluno de nível 
socioeconômico mais elevado é, em média, 38 pontos superior ao de um aluno 
com um nível socioeconômico menor. No Brasil, esta diferença corresponde a 27 
pontos, o que equivale a aproximadamente ao aprendizado de um ano letivo. 
• No Brasil, menos de 1% dos jovens do sexo masculino estão entre os alunos 
com rendimento mais elevado no PISA em ciências (aqueles com pontuação no 
nível de profi ciência 5 ou superior). Entre os países da OCDE, esta proporção 
corresponde a 8,9% dos jovens do sexo masculino. Apenas 0,5% do grupo 
feminino no Brasil alcançou este mesmo nível de desempenho. Entre os países 
da OCDE, 6,5% das meninas se destacaram neste nível elevado de profi ciência. 
No Brasil, entre alunos de baixo rendimento em ciências (aqueles com pontuação 
inferior ao nível básico de profi ciência, o nível 2), uma proporção maior entre o 
grupo feminino espera seguir uma carreira na área de ciências. 
• Menos de 10% dos alunos que participaram do PISA 2015 no Brasil são 
imigrantes (primeira ou segunda geração). Numa comparação entre alunos de 
mesmo nível socioeconômico, a média dos alunos imigrantes em ciências é 66 
pontos inferior à média de alunos não imigrantes.
 • O Brasil tem um alto percentual de alunos em camadas desfavorecidas: 
43% dos alunos se situam entre os 20% mais desfavorecidos na escala 
internacional de níveis socioeconômicos do PISA, uma parcela muito superior à 
media de 12% de alunos nesta faixa entre os países da OCDE. Esta proporção, 
no entanto, é semelhante àquela observada na Colômbia. Apenas dois outros 
países latino-americanos possuem uma proporção ainda maior de alunos neste 
nível socioeconômico, o México e o Peru. 
• Uma parcela muito reduzida de pais de alunos alcançou o nível superior de 
ensino no Brasil. Menos de 15% dos adultos na faixa etária de 35 a 44 anos de 
idade possuem um diploma universitário, uma taxa bem menor que a média de 
37% observada entre os países da OCDE. Entre os países que participaram do 
35
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
PISA 2015, o Brasil está entre os dois países com a menor proporção de adultos 
com nível superior, fi cando atrás apenas da Indonésia, onde menos de 9% dos 
adultos nesta faixa etária alcançaram esse nível de escolaridade. A faixa etária 
entre 35 e 44 anos corresponde aproximadamente à idade dos pais de alunos que 
participaram do PISA 2015. 
• No Brasil, 36% dos jovens de 15 anos afi rmam ter repetido uma série 
escolar ao menos uma vez, uma proporção semelhante à do Uruguai. Entre os 
países latino-americanos que participaram do PISA 2015, apenas a Colômbia 
possui uma taxa de repetência escolar (43%) superior à do Brasil. Esta prática é 
mais comum entre países com um baixo desempenho no PISA e está associada a 
níveis mais elevados de desigualdade social na escola. No Brasil, altos índices de 
repetência escolar estão ligados a níveis elevados de abandono da escola. Entre 
2009 e 2015, houve um declínio de 6% na taxa de repetência escolar no Brasil, 
observado principalmente entre os alunos do Ensino Médio. (<http://download.
inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/resultados/2015/pisa_2015_brazil_prt.pdf>. 
Acesso em: 19 nov. 2018).
Com o que se observa, o Brasil ainda busca caminhar junto às demandas 
observadas em seu sistema educacional, visto que muitas lacunas se encontram 
no processo de busca da qualidade de ensino, com efi cácia e equidade.
Os dados que são levantados e posteriormente apresentados ao governo 
brasileiro e de seus respectivos países participantes desse programa auxiliam 
no desenvolvimento de novas políticas públicas, as quais venham sanar suas 
particularidades.
Encontrar caminhos para esse movimento é necessário e a utilização 
do trabalho em rede, como está se buscando com a BNCC, é uma das formas 
encontradas pelos especialistas na área educacional. 
 Frente ao que temos apresentado, nos cabe observar que cada movimento 
realizado possui uma engrenagem que vem pontuando as possibilidades e 
caminhos a serem seguidos no desenvolvimento da melhoria da educação. E 
buscar as competências, as quais se apresentam na Base Nacional Comum 
Curricular, são respeitáveis e necessárias, pois: 
Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões 
pedagógicas devem estar orientadas para o desenvolvimento 
de competências. Por meio da indicação clara do que os 
alunos devem “saber” (considerando a constituição de 
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, 
do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização 
desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para 
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno 
36
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação 
das competências oferece referências para o fortalecimento de 
ações que assegurem as aprendizagens essenciais defi nidas 
na BNCC (BRASIL, BNCC, 2017, p. 13).
Caro Pós-Graduando, observe que a Base Nacional Comum Curricular 
possui em suas linhas a preocupação de ver o educando desenvolvendo-se em 
sua totalidade, pois o que está em jogo não é somente o “saber”, mas sim o 
“saber fazer”, completando assim um processo em que o que o educando 
aprende na escola, passe a servir para seu cotidiano, para sua futura formação 
profi ssional. Cabe salientar a presença da chamada educação integral.
3.1 Educação InteGral E Educação 
Em Tempo InteGral
A Educação Integral para muitos é considerada como um projeto interativo 
e integrado, no qual o educando, além de estar quatro horas na escola, pode 
utilizar-se do contraturno para a realização de outras atividades para seu 
aperfeiçoamento, mantendo-se ativo no ambiente educacional. De acordo coma 
página do Ministério da Educação, Educação Integral representa: 
[...] a opção por um projeto educativo integrado, em sintonia com a vida, as 
necessidades, possibilidades e interesses dos estudantes. Um projeto em que 
crianças, adolescentes e jovens são vistos como cidadãos de direitos em todas 
as suas dimensões. Não se trata apenas de seu desenvolvimento intelectual, 
mas também do físico, do cuidado com sua saúde, além do oferecimento de 
oportunidades para que desfrute e produza arte, conheça e valorize sua história 
e seu patrimônio cultural, tenha uma atitude responsável diante da natureza, 
aprenda a respeitar os direitos humanos e os das crianças e adolescentes, 
seja um cidadão criativo, empreendedor e participante, consciente de suas 
responsabilidades e direitos, capaz de ajudar o país e a humanidade a se 
tornarem cada vez mais justos e solidários, a respeitar as diferenças e a promover 
a convivência pacífi ca e fraterna entre todos (<http://educacaointegral.mec.gov.
br/>. Acesso em: 19 nov. 2018).
Este conceito de educação integral não está distante do que a nova Base 
Nacional Comum Curricular nos apresenta. Veja como este conceito é visto na 
BNCC (2017, p. 14):
Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito 
de educaçãointegral com o qual a BNCC está comprometida 
se refere à construção intencional de processos educativos que 
promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, 
37
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
as possibilidades e os interesses dos estudantes 
e, também, com os desafi os da sociedade 
contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes 
infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis 
e seu potencial de criar novas formas de existir. 
Então, podemos perceber que o interesse neste novo olhar para 
a educação está voltado para uma educação global, que supere as 
fragmentações que possuímos em nosso sistema educacional, levando 
o educando a ser o ator principal de sua aprendizagem, levando esta 
aprendizagem para seu cotidiano.
Trazemos um questionamento: 
Para que a BNCC busca esse compromisso com a Educação 
Integral?
Nos dias atuais estamos envoltos a muitas mudanças, tanto no 
contexto mundial como a nossa volta, em nosso cotidiano. E estas 
mudanças são representativas e aceleradas, levando a cada um buscar 
“reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser 
criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, 
resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo 
de informações” (BRASIL, BNCC, 2017, p.14).
Com isso, podemos perceber que as dimensões da educação 
integral se encontram nessa perspectiva:
Para que a BNCC 
busca esse 
compromisso com a 
Educação Integral?
Nos dias atuais 
estamos envoltos a 
muitas mudanças, 
tanto no contexto 
mundial como a 
nossa volta, em 
nosso cotidiano. E 
estas mudanças são 
representativas e 
aceleradas, levando 
a cada um buscar 
“reconhecer-se 
em seu contexto 
histórico e cultural, 
comunicar-se, ser 
criativo, analítico-
crítico, participativo, 
aberto ao novo, 
colaborativo, 
resiliente, produtivo 
e responsável 
requer muito mais 
do que o acúmulo 
de informações” 
(BRASIL, BNCC, 
2017, p.14).
FIGURA 9 – DIMENSÕES DA EDUCAÇÃO INTEGRAL
FONTE: A autora
38
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
Então, podemos compreender que necessitamos de novas possibilidades, 
aprender a aprender, buscar compreender como trabalhar com as informações 
que nos chegam a todo instante, diuturnamente, alcançando assim, de forma 
ética e com discernimento, atuar junto às novas tecnologias, conseguindo aplicar 
seus conhecimentos e utilizar as novas TICs de maneira proativa, e ainda mais, 
ter condições de solucionar problemas de maneira que sejam respeitadas as 
diferenças e as diversidades de maneira a saber conviver e respeitar cada um.
Cabe aqui realizarmos uma análise que algumas pessoas acabam criando 
uma pequena confusão quando falamos em Educação Integral e Educação em 
Tempo Integral. Este ponto é importante termos bem claro.
Vamos a ele...
Vimos até o momento que a Educação Integral corresponde à formação 
de indivíduos numa educação global, com todas as possibilidades de tornar os 
educandos críticos de sua realidade, observadores da vivência humana, cidadãos 
plenos em seus mais diversos aspectos e dimensões.
Assim, quando falamos em Educação Integral, acabam surgindo discussões 
sobre o que é a Educação em Tempo Integral, achando que as nomenclaturas 
sejam iguais, mas não são. Uma, na realidade, complementa a outra.
Deixamos o site <https://www.youtube.com/watch?v=s-
iT3PaxraM> como dica, que trata do Programa Entrevista, realizada 
pelo Canal Futura sobrea Educação em tempo Integral.
Já sabemos o que é Educação Integral perante a nova Base Nacional 
Comum Curricular. Então, para entendermos de onde surgiu esta Educação em 
Tempo Integral, vamos buscar a Meta 6 do Plano Nacional de Educação que 
assim se expressa: “Oferecer Educação em tempo integral em, no mínimo, 50% 
das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da 
Educação Básica” (BRASIL, PNE 2011-2024).
A Meta seis do PNE possui suas nove estratégias, as quais estão assim 
elencadas no quadro a seguir.
39
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
QUADRO 1 - ESTRATÉGIAS DA META 6 - PNE
6.1 AMPLIAÇÃO
DO TEMPO
Promover, com o apoio da União, a oferta de Educação Bá-
sica pública em tempo integral, por meio de atividades de 
acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive 
culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência 
dos alunos na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a 
ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o 
ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de profes-
sores em uma única escola.
6.2 CONSTRUÇÃO DE 
ESCOLAS
Instituir, em regime de colaboração, programa de construção 
de escolas com padrão arquitetônico e de mobiliário adequa-
do para atendimento em tempo integral, prioritariamente em 
comunidades pobres ou com crianças em situação de vulne-
rabilidade social.
6.3 RECURSOS –
INFRAESTRUTURA E 
EQUIPAMENTOS E
MATERIAL DIDÁTICO E 
FORMAÇÃO
Institucionalizar e manter, em regime de colaboração, pro-
grama nacional de ampliação e reestruturação das escolas 
públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas, 
laboratórios, inclusive de informática, espaços para ativida-
des culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios, 
banheiros e outros equipamentos, bem como de produção de 
material didático e de formação de recursos humanos para a 
Educação em tempo integral.
6.4 ARTICULAÇÃO NO 
TERRITÓRIO
Fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços 
educativos, culturais e esportivos, e equipamentos públicos 
como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, mu-
seus, teatros, cinemas e planetários.
6.5 PARCERIAS COM
ENTIDADES PRIVADAS
Estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação da 
jornada escolar de alunos matriculados nas escolas da rede 
pública de Educação Básica por parte das entidades priva-
das de serviço social vinculadas ao sistema sindical, de forma 
concomitante e em articulação com a rede pública de ensino.
6.6 PARCERIA ONG -
ESCOLA
Orientar a aplicação da gratuidade de que trata o art. 13 da 
Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, em atividades de 
ampliação da jornada escolar de alunos das escolas da rede 
pública de Educação Básica, de forma concomitante e em ar-
ticulação com a rede pública de ensino.
6.7 DIVERSIDADE LOCAL 
Atender às escolas do campo, de comunidades indígenas e 
quilombolas, na oferta de Educação em tempo integral, com 
base em consulta prévia e informada, considerando-se as pe-
culiaridades locais.
40
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
6.8 TEMPO INTEGRAL 
PARA PESSOAS COM 
NECESSIDADES
EDUCACIONAI
ESPECIAIS
Garantir a Educação em tempo integral para pessoas com 
defi ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação, na faixa etária de 4 (quatro) a 
17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional 
especializado complementar e suplementar ofertado em salas 
de recursos multifuncionais da própria escola ou em institui-
ções especializadas.
6.9 TEMPO DE PERMA-
NÊNCIA
Adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos 
alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para 
o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreati-
vas, esportivas e culturais
FONTE: <http://www.observatoriodopne.org.br/metas-pne/6-
educacao-integral/estrategias/6-1-ampliacao-do-tempo/
indicadores#ampliacao-do-tempo>. Acesso em: 19 nov. 2018.
Estas estratégias envolvem a ampliação de horas da criança em atividades 
pedagógicas e multidisciplinares, recursos fi nanceiros para a construção de novas 
escolas, para compra de materiais didáticos, a formação dos profi ssionais,além 
da articulação da escola com outros espaços que existem na comunidade, como 
museus, bibliotecas, parques, dentre outros.
Na Meta seis, podemos perceber que temos dois grandes objetivos a serem 
alcançados, os quais necessitam das estratégias mencionadas anteriormente. 
Vamos destrinchar cada um desses objetivos.
Primeiro objetivo: “Oferecer Educação em tempo integral em, no mínimo, 
50% das escolas públicas [...]”. Frente a ele, o OPNE - Observatório do Plano 
Nacional de Educação – (<http://www.observatoriodopne.org.br/indicadores/
metas/6-educacao-integral/indicadores>. Acesso em: 24 nov. 2018) diz que: “Em 
2014, 42% das escolas ofertavam a Educação em Tempo Integral”. 
Até o ano de 2017 possuíamos 40,1% de alunos matriculados na Educação 
em Tempo Integral, sendo que até 2024, tem-se como objetivo o alcance de 
9,9% de escolas com Educação em Tempo Integral, perfazendo assim os 50% 
apresentado na meta 6 do Plano Nacional de Educação.
Verifi que os dados aqui apresentados:
41
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
FIGURA 10 – PERCENTUAIS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL – META 6 - PNE
FONTE: Dados OPNE (2018)
No segundo objetivo, inserido na Meta seis do PNE temos: “[...] a 
atender, pelo menos, 25% dos(as) alunos(as) da Educação Básica”.
Ainda de acordo com a OPNE, até 2017, 15,5% das matrículas 
eram em Educação em Tempo Integral, permanecendo até sete horas 
no espaço escolar. A meta para 2024 é de 25%, sendo que para alcançá-
la faltam 9,5%.
Ainda de acordo 
com a OPNE, até 
2017, 15,5% das 
matrículas eram 
em Educação em 
Tempo Integral, 
permanecendo 
até sete horas no 
espaço escolar. A 
meta para 2024 é 
de 25%, sendo que 
para alcançá-la 
faltam 9,5%.
42
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
IGURA 11 – PERCENTUAIS DE MATRÍCULAS EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL
FONTE: Dados OPNE (2018)
Cabe salientar aqui que, quando falamos em Educação em Tempo Integral, 
existe um grande desafi o que é de não compreender este “tempo Integral” não 
como somente mais tempo na escola, mas sim, observar que o foco deve estar 
na qualidade de ensino, pois o tempo que a criança permanece na escola deve 
ser otimizado, oportunizando múltiplas aprendizagens, tendo o aluno acesso ao 
esporte, à ciência, à arte, à cultura, à tecnologia, entre outros. 
De que maneira poderão ter esse acesso? Através de atividades bem 
planejadas, que possuam uma intenção pedagógica, alinhada ao PPP - Projeto 
Político-Pedagógico da Escola e que cada membro deve participar da sua 
elaboração. Este tema traremos nos próximos capítulos.
Caro Pós-Graduando, trazemos para você um recorte do artigo de Elba 
Siqueira de Sá Barreto, professora da USP e pesquisadora da Fundação Carlos 
Chagas. O artigo trata dos desafi os da escola e do Programa Mais Educação 
relativo à Educação em Tempo Integral.
Desafi os da escola em tempo integral no Brasil: 
concepções contemporâneas e currículo
Somos um país de escolarização tardia. Apenas na virada 
deste século é que toda a população em idade escolar passou a 
frequentar o ensino obrigatório. À medida que os países avançados 
43
CAMINHADA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DA BNCC Capítulo 1 
e, posteriormente, os da América Latina, lograram incluir toda a 
população escolar no ensino compulsório, outro grande desafi o 
foi posto para as políticas públicas: o de melhorar a qualidade da 
educação. Desafi o tanto maior quando se considera que a expansão 
universal da escolaridade veio acompanhada da depreciação da 
certifi cação que ela oferece e do esmaecimento do seu papel 
diferenciador no que se refere à inserção dos indivíduos na sociedade 
contemporânea.
[...] O suporte legal, que permite a sustentação do Projeto Mais 
Educação no Ensino Fundamental e sua extensão para o Ensino 
Médio é oferecido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica e Valorização dos Profi ssionais da Educação 
(FUNDEB) com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação (FNDE). O FUNDEB, também instituído em 2007, estipula 
que os recursos repassados pelo governo federal aos sistemas 
estaduais e municipais de acordo com o respectivo número de 
alunos matriculados passam a ser diferenciados para a educação 
de tempo integral. Isso signifi ca que os sistemas que ampliarem a 
jornada escolar receberão recursos extras.
[...] O próprio nome – Educação em Tempo Integral – requer 
um esclarecimento: o que se entende por educação integral nas 
políticas brasileiras? A Constituição Federal de 1988 (art.205) e a 
LDB 9394/96 (art.2) apoiam-nos ao determinar que o propósito da 
educação é “o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para 
o exercício da cidadania e a sua qualifi cação para o trabalho”, de 
sorte que se pode pensar a educação integral como aquela que 
contempla os diversos aspectos do desenvolvimento humano na 
esfera individual e na vida em sociedade, abrangendo as dimensões 
cognitiva, afetiva, social, política, cultural, física, ética e estética.
O PME tem por objetivo proporcionar a formação plena dos 
sujeitos abrangendo as suas múltiplas dimensões, com vistas 
a constituir uma educação cidadã e a construção de sujeitos 
autônomos e comprometidos com as transformações da sociedade. 
Mas ele confere características específi cas às ações propostas. Em 
primeiro lugar, trata-se de um programa de caráter intersetorial, que 
deve promover a articulação e a convivência entre diferentes ações 
e serviços públicos voltados às áreas sociais, e do qual devem 
participar além do Ministério da Educação (MEC), os Ministérios da 
Cultura, do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 
da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e outros, cujas ações 
tenham afi nidade com os propósitos explicitados. Nessa perspectiva, 
o programa pareia a contribuição da educação escolar e não escolar 
na consecução dos objetivos propostos. Ademais, a ampliação dos 
44
 Competências Gerais e a BNCC Capítulo 1 
tempos e espaços da educação integral assume um modelo focal, 
de tipo compensatório, dirigindo suas ações para populações em 
situação de risco e a escolas e territórios com vulnerabilidade social 
(BRASIL, 2007).
O PME foi concebido pela Secretaria da Educação Continuada, 
Alfabetização e Diversidade e Inclusão (SECAD), novo órgão do 
MEC com status político idêntico ao da Secretaria de Educação 
Básica (SEB). A SECAD é incumbida de formular e contribuir para 
disseminar, em regime de colaboração, as políticas referentes à oferta 
de ensino que contempla especifi cidades em razão da diversidade 
das populações atendidas. Entre elas, encontram-se a educação 
no campo, de adultos, indígena, das pessoas com defi ciência, dos 
quilombolas, bem como a abordagem das questões de gênero 
e orientação sexual. O modo preferencial de atuação do órgão no 
âmbito do MEC é o de estabelecer articulação intensa com entidades 
e movimentos sociais com experiência no trabalho de resgate de 
culturas e nas lutas contra os processos de exclusão social em vários 
desses campos, e que têm como desafi o constituir-se em espaços 
de diálogo e de negociação de sentidos para as novas propostas.
Operando com várias lógicas, que atendem a interesses diversos 
– e, por vezes, confl ituosos, mesmo no interior das instâncias de 
formulação, o MEC busca conciliar as políticas universais, dirigidas 
a todos indistintamente (como as do aumento da duração do Ensino 
Fundamental e de extensão da faixa de escolaridade obrigatória, 
identifi cadas como políticas da igualdade), com as políticas 
compensatórias, de inclusão ou de ação afi rmativa, focalizadas em 
grupos sociais com desvantagem. Essas são identifi cadas como 
políticas de atenção às diferenças, ou da equidade.
 O Programa

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