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Autor: Prof. Fábio Pozati
Colaboradora: Profa. Angélica Carlini
Segmentação de 
Roteiros Turísticos
Professor conteudista: Fábio Pozati
Doutor em Geografia pela Universidade de Campinas (Unicamp), mestre em Ciências da Comunicação pela 
Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em Turismo pela USP. 
Professor de ensino superior há mais de vinte anos em diversas instituições renomadas, como Universidade 
Paulista (UNIP), Universidade de Franca (Unifran), Centro Universitário Campo Limpo Paulista (Unifaccamp) e Serviço 
Nacional do Comércio (Senac), em diversas disciplinas ligadas ao curso de Turismo e Administração, com destaque para a 
área de marketing, tecnologia, planejamento, qualidade, serviços, agenciamento e transportes. Participou da elaboração 
de planos de desenvolvimento turístico e marketing de diversas localidades no interior do estado de São Paulo. 
É atualmente sócio-proprietário de uma empresa de consultoria turística e coordenador do curso de Turismo da UNIP 
de Campinas (presencial) e do curso superior técnico em Gestão de Turismo (EaD) da UNIP. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P893s Pozati, Fábio.
Segmentação de Roteiros Turísticos / Fábio Pozati. – São Paulo: 
Editora Sol, 2020.
152 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Segmentação. 2. Turismo. 3. Modelos de comportamento. I. Título.
CDU 380.8
U505.81 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Aline Ricciardi
Sumário
Segmentação de Roteiros Turísticos
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 RAZÕES PARA AS PESSOAS VIAJAREM .................................................................................................. 11
1.1 Mercado e mercado turístico .......................................................................................................... 16
2 A SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ............................................................................................................. 18
2.1 Os critérios de segmentação ............................................................................................................ 19
2.2 As estratégias de segmentação ...................................................................................................... 30
2.3 Os desafios da segmentação de mercado .................................................................................. 32
Unidade II
3 OS PRINCIPAIS SEGMENTOS TURÍSTICOS ............................................................................................ 36
3.1 Turismo social ........................................................................................................................................ 36
3.1.1 Diretrizes básicas técnico-operacionais de turismo social .................................................... 37
3.1.2 Política de RH para turismo social ................................................................................................... 37
3.2 Ecoturismo .............................................................................................................................................. 39
3.3 Turismo cultural ................................................................................................................................... 40
3.4 Turismo religioso ................................................................................................................................. 41
3.5 Turismo de estudos e intercâmbio ............................................................................................... 43
3.6 Turismo esportivo ................................................................................................................................ 44
3.7 Turismo de pesca .................................................................................................................................. 45
3.8 Turismo náutico ................................................................................................................................... 45
3.9 Turismo de aventura .......................................................................................................................... 46
3.10 Turismo de sol e praia ..................................................................................................................... 50
3.11 Turismo de negócios e eventos ................................................................................................... 51
3.11.1 Diferenciais das empresas para turismo de negócios ............................................................ 52
3.12 Turismo rural ...................................................................................................................................... 53
3.13 Turismo de saúde .............................................................................................................................. 54
3.14 Turismo de eventos ........................................................................................................................... 55
4 OS NOVOS SEGMENTOS TURÍSTICOS ...................................................................................................... 55
4.1 Turismo étnico ...................................................................................................................................... 55
4.2 Turismo paisagístico ............................................................................................................................ 56
4.3 Turismo cívico ....................................................................................................................................... 56
4.4 Turismo arqueológico ........................................................................................................................ 57
4.5 Turismo sertanejo ................................................................................................................................. 57
4.6 Turismo comunitário ......................................................................................................................... 58
4.7 Turismo LGBTQI+ .................................................................................................................................. 59
4.8 Turismo gastronômico ........................................................................................................................ 59
4.9 Enoturismo ............................................................................................................................................ 60
4.10 Hotel design ........................................................................................................................................61
4.11 Turismo em parques temáticos ................................................................................................... 61
4.12 Turismo linguístico ........................................................................................................................... 62
4.13 Turismo de excentricidades .......................................................................................................... 62
4.14 Turismo hedonista ............................................................................................................................ 63
4.15 Turismo futebolístico ........................................................................................................................ 63
4.16 Turismo acessível .............................................................................................................................. 64
4.17 Turismo ferroviário ............................................................................................................................ 64
4.18 Turismo literário ................................................................................................................................. 69
Unidade III
5 OS MODELOS DE COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES ........................................................ 77
5.1 Modelo AIO (Atividades, Interesses e Opiniões) ....................................................................... 78
5.2 Modelo Vals (Valores e Estilos de Vida) ....................................................................................... 79
5.3 Modelo Vals 2 ........................................................................................................................................ 79
5.4 Modelo RVS (Rokeach Value Survey) ........................................................................................... 80
5.5 Modelo LOV (Lista de Valores) ......................................................................................................... 80
6 PERFIL PSICOGRÁFICO DO TURISTA ......................................................................................................... 80
6.1 Modelo psicográfico de Stanley Plog ........................................................................................... 81
6.2 Modelo psicográfico de E. Cohen .................................................................................................. 84
6.3 Modelo psicográfico de Valene Smith ......................................................................................... 86
6.4 Modelo psicográfico de John Urry ................................................................................................ 88
6.5 Modelo psicográfico de Robert W. McIntosh ........................................................................... 90
6.6 Estratégias para vender o produto chamado turismo ......................................................... 91
6.7 O programa de segmentação de mercado e roteiros do Ministério do Turismo ........ 98
Unidade IV
7 A SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS.....................................................................................107
8 TENDÊNCIA DOS PRODUTOS TURÍSTICOS ..........................................................................................116
8.1 Espeleoturismo ...................................................................................................................................118
8.2 Tatanoturismo ....................................................................................................................................119
8.3 Caça de tornados e tufões ............................................................................................................120
8.4 Turismo enogastronômico .............................................................................................................120
8.5 Turismo espacial ..................................................................................................................................121
8.6 Turismo de luxo ...................................................................................................................................121
8.7 Turismo de experiências .................................................................................................................122
8.8 Turismo biográfico .............................................................................................................................125
8.9 Afroturismo ou turismo étnico afro ...........................................................................................125
8.10 Os observatórios do turismo .......................................................................................................126
8.10.1 Observatórios do turismo estaduais .......................................................................................... 127
8.10.2 Observatórios do turismo municipais ....................................................................................... 128
8.10.3 Observatórios do turismo acadêmicos ..................................................................................... 128
9
APRESENTAÇÃO
Este livro-texto busca oferecer o melhor entendimento sobre a segmentação do mercado turístico, 
por meio da abordagem de seus conceitos, tipos, suas aplicações e importância para a qualificação dos 
produtos turísticos e integração entre diferentes destinos, atrativos ou regiões. 
A segmentação de mercado, nos dias atuais, exerce um papel fundamental nas pesquisas e no 
desenvolvimento de um produto e/ou serviço. Observamos que um produto, para chegar a um mercado 
consumidor, necessita possuir uma estrutura de logística e distribuição eficientes para seu escoamento, 
além de observar os seus concorrentes diretos e indiretos, estratégias de divulgação para a garantia 
da penetrabilidade de seu produto e, consequentemente, a confiança depositada pelo mercado nos 
atributos físicos e emocionais desse produto.
Ao compreender que o mercado é composto por consumidores, que eles se comportam de diferentes 
maneiras, com diversas atitudes e desejos diferentes entre si, percebemos que esses fatores podem 
influenciar nas variáveis geográficas, demográficas, psicológicas e comportamentais.
Contudo, Kotler e Armstrong (2003) afirmam que as variáveis sociodemográficas são úteis no 
desenvolvimento das estratégias de segmentação, mas não nos proporcionam uma visão de todo o 
cenário ou conjunto. Entretanto, Middleton (2002, p. 115) afirma que a segmentação do mercado 
turístico deve estar atrelada à natureza do negócio, isto é, “alguns segmentos são amplamente ditados 
pela localidade em que opera o negócio; outros segmentos podem ser atraídos por produtos criados e 
comercializados especificamente para eles”.
Dessa forma, a segmentação do mercado turístico está intimamente atrelada às técnicas de 
segmentação desenvolvidas pelo marketing e, portanto, vai se tornar imprescindível para os produtores 
turísticos conhecer em detalhes as características do mercado do consumidor/turista, bem como seu 
comportamento e seu perfil no ato de compra e consumo.
Assim, no decorrer do livro-texto, serão apresentadas ferramentas que auxiliarão o estudante a 
melhor conhecer a forma de operacionalização, organização e importância dos segmentos turísticos, 
bem como sua aplicação e importância para a elaboração e operacionalização de roteiros, a partir do 
estudo de seus diferentes tipos e estudos de caso de sucesso, o que lhe permitirá melhor dominar e 
utilizar as ferramentas para a composição de roteiros segmentados interessantes, bem estruturados 
e competitivos tanto no mercado doméstico como no internacional.
INTRODUÇÃO
A estratégia de segmentação foi idealizada inicialmente como estratégia de marketing de grandes 
empresas, a partir do aumento da competitividade de seus mercados. Por consequência, clientes mais 
exigentes e ecléticos passaram a exigir produtos e serviços que atendessem às suasnecessidades específicas. 
Ela pode ser entendida como a oferta de produtos e serviços específicos para públicos 
específicos com características em comum. Portanto, surgiu para atender a esses anseios e permitir 
10
que as empresas correspondam de forma mais precisa às expectativas de seus clientes, aumentando 
assim sua satisfação e fidelização.
Não demorou muito para que empresas e profissionais de diversas áreas de atuação adotassem essa 
mesma estratégia e passassem a segmentar seus respectivos mercados. 
No caso do turismo, a opção pela segmentação foi motivada pelo aumento do número de 
opções, maior número de concorrentes, aliados a um público cada vez maior, diferenciado e ávido 
por novas possibilidades. Esses fatores foram essenciais para que a segmentação se consolidasse 
como uma real possibilidade de as novas empresas e destinos se diferenciarem das empresas 
tradicionais e poderem conquistar seu devido público sem terem que enfrentar diretamente os 
grandes concorrentes, seja em destinos turísticos, hotéis, empresas aéreas, agências ou operadoras 
de viagens consolidadas há muito tempo no mercado, mas que oferecem produtos massificados 
com baixa capacidade de diferenciação e personalização.
Este livro-texto se apropria dessa perspectiva para abordar, inicialmente, as causas e consequências 
do crescimento e diversificação do mercado de turismo no Brasil e no mundo para então apresentar 
os diferentes conceitos e ideias sobre segmentação de uma forma geral e segmentação associada 
especificamente ao mercado de turismo.
A seguir, explicaremos os diferentes segmentos existentes no mercado de turismo, entre os quais 
se destacam tanto aqueles considerados tradicionais, como turismo social, ecoturismo, turismo 
cultural, religioso, intercâmbio, esportes, pesca, náutico, aventura, sol e praia, negócios, eventos e rural; 
quanto os segmentos recém-descobertos, como o turismo cívico, étnico, paisagístico, arqueológico, 
comunitário, LGBTQI+ (antigo GLS), enoturismo, futebolístico, ferroviário, hedonista, cinematográfico 
e literário. Tanto nos segmentos turísticos tradicionais como nos novos segmentos, serão abordadas 
suas características, potencialidade e seus desafios, para que tenhamos um completo entendimento 
de cada um dos segmentos.
Discorreremos também a respeito do perfil dos viajantes, entendendo como se comportam, 
quais são seus hábitos e preferências e como esses elementos evoluíram ao longo dos últimos anos. 
Esse entendimento permitirá observar como o aumento em quantidade e diversidade dos tipos de 
turistas interferiu e contribuiu para a formação e a ampliação do conceito de segmentação de mercado 
tal qual é encontrado atualmente.
Por fim, abordaremos os segmentos emergentes, ou seja, aqueles segmentos que ainda não 
possuem uma expressiva procura no Brasil e no mundo e tampouco possuem um considerável número 
de empresas dedicadas a atendê-los por meio de produtos e serviços direcionados a seus anseios e a 
suas necessidades, mas que apresentam um grande potencial de crescimento para os últimos anos e que 
por isso merecem uma atenção especial, principalmente quando consideramos o cenário atual e futuro 
atrelado e influenciado por nossa cultura, tecnologia, entretenimento, meio ambiente e sociedade. 
11
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Unidade I
1 RAZÕES PARA AS PESSOAS VIAJAREM
O turismo pode ser considerado atualmente um dos setores mais importantes da economia brasileira. 
Segundo dados do Plano Nacional do Turismo (BRASIL, 2018b), elaborado pelo Ministério do Turismo, 
estima-se que no Brasil a participação direta do turismo na economia foi de US$ 56,8 bilhões em 2016, 
o equivalente a 3,2% do PIB nacional. Já a contribuição total do setor foi de US$ 152,2 bilhões, 8,5% do 
PIB. A World Travel Tourism and Council (WTTC) prevê um crescimento de 3,3% até 2027, chegando à 
contribuição total do setor na economia em 9,1% do PIB, o equivalente a US$ 212,1 bilhões. 
Essa movimentação tem um impacto muito positivo na economia brasileira, gerando emprego e 
renda, o que mostra que o mercado necessita cada vez mais de mão de obra qualificada na cadeia 
produtiva, tal como atendentes de aeroporto especializados em públicos diferenciados ou ainda 
profissionais especialistas em eventos que abordam temas específicos, como diversidade de gênero ou 
tecnologia de ponta.
Figura 1 – Movimentação em aeroporto internacional
Figura 2 – Evento realizado em grande auditório
12
Unidade I
O turismo é um importante setor na economia nacional, e esse dinamismo do setor vem impactando 
a chegada de turistas estrangeiros de forma gradual nos últimos anos.
O Ministério do Turismo (BRASIL, 2019a), de forma pontual, vem apresentando estudos e pesquisas 
significativas sobre o perfil do turista que visita o Brasil, e isso contribui com o setor para novos investimentos.
No Brasil, saltamos de pouco mais de 5.800.000 em 2013 para mais de 6.500.000 turistas em 
2017 (BRASIL, 2019a). Isso gerou uma crescente necessidade de o mercado e os governos estaduais e 
municipais se adaptarem às demandas crescentes do turismo, que se mostra cada vez mais diferenciado 
e segmentado.
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre a demanda turística brasileira, 
consulte o Anuário Estatístico publicado pelo Ministério do Turismo:
BRASIL. Ministério do Turismo. Anuário Estatístico de Turismo 2019. 
Brasília, 2019a. Disponível em: http://www.dadosefatos.turismo.gov.
br/2016-02-04-11-53-05.html. Acesso em: 3 fev. 2020. 
Tabela 1 – Evolução do número de turistas estrangeiros no Brasil 
Países de residência 
permanente
Total Via de acesso
Chegadas (%) (%) acumulado Aéreo Terrestre Outros
Argentina 2.622.327 39,8 39,8 1.148.044 1.381.992 92.291
Estados Unidos 475.232 7,2 47 450.412 17.237 7.583
Chile 342.143 5,2 52,2 324.098 17.600 445
Paraguai 336.646 5,1 57,3 60.690 271.933 4.023
Uruguai 328.098 5 62,3 132.727 194.564 807
França 254.153 3,9 66,2 205.813 34.298 14.042
Alemanha 203.045 3,1 69,2 173.788 23.914 5.343
Reino Unido 185.858 2,8 72,1 154.848 23.429 7.581
Itália 171.654 2,6 74,7 156.074 13.366 2.214
Portugal 144.095 2,2 76,8 141.309 2.049 737
Colômbia 140.363 2,1 79 123.791 16.354 218
Espanha 137.202 2,1 81,1 115.658 20.405 1.139
Bolívia 126.781 1,9 83 59.307 67.407 67
13
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Países de residência 
permanente
Total Via de acesso
Chegadas (%) (%) acumulado Aéreo Terrestre Outros
Peru 115.320 1,8 84,7 85.427 29.577 316
México 81.778 1,2 86 72.355 8.825 598
Suíça 69.484 1,1 87 59.520 8.499 1.465
China 61.250 0,9 88 58.466 2.490 294
Japão 60.342 0,9 88,9 55.052 4.342 948
Holanda 59.272 0,9 89,8 52.726 5.747 799
Outros países 673.727 10,2 100 557.400 107.561 8.766
Total 6.588.770 100 1484,9 4.187.505 2.251.589 149.676
Fonte: Brasil (2018a, p. 7). 
Os dez países que mais enviam turistas para o Brasil, de acordo com o Ministério do Turismo 
(BRASIL, 2019a), são: 
1º – Argentina: 2.294.900
2º – Estados Unidos: 570.350 
3º – Paraguai: 316.714 
4º – Chile: 311.813 
5º – Uruguai: 284.113
6º – França: 263.774 
7º – Alemanha: 221.513
8º – Reino Unido: 202.671
9º – Itália: 181.493 
10º – Portugal: 149.968 
Os motivos que levam as pessoas a viajar são os mais variados e diversos possíveis, mas o Ministério 
do Turismo (BRASIL, 2018a) identificou que as pessoas viajam motivados por lazer; negócios, eventos e 
convenções; visitar amigos e parentes; religião ou peregrinação; estudos ou cursos e saúde; entre outros. 
14
Unidade I
1º – Viagens de lazer:
Figura 3 – Viagem de lazer 
2º – Negócios, eventos e convenções: 
Figura 4 – Turista de negócios
3º – Visitar parentes e amigos: 
Figura 5 – Visita a parentes e amigos
15
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Existem técnicas de pesquisa para identificar os motivos das viagens, que tipo de viagens as pessoas 
preferem, o comportamento do consumidor e quais as motivações que levam as pessoas a saírem de suas 
casas e se aventurarem num mundo de descobertas e experiências.Saiba mais
Para obter mais informações sobre as principais motivações de viagens 
dos turistas brasileiros, consulte o site do Ministério do Turismo:
http://www.turismo.gov.br 
4º – Religião e peregrinações:
Figura 6 – Turismo religioso
5º – Estudos e cursos:
Figura 7 – Viagens para estudos e cursos
16
Unidade I
6º – Saúde:
Figura 8 – Viagens por motivo de saúde 
Mas o que nos motiva a viajar? As razões são as mais variadas possíveis, como veremos no decorrer 
deste livro-texto. Temos a necessidade de “recarregar as baterias”, fugir do cotidiano estressante e 
conhecer novos paraísos e lugares inexplorados.
Para Ansarah (1999), estão surgindo novas modalidades de turismo. Elas devem originar novas 
estratégias de divulgação a serem desenvolvidas, a fim de incrementar o mercado turístico caracterizado 
por interesses amplamente diversificados, como turismo espacial (viagens orbitais) e turismo de golfe. 
São áreas que apresentam significativa expansão no Brasil, o que, de forma surpreendente, deve inserir 
o país no cenário internacional.
Mas antes de estudarmos o comportamento do consumidor e as técnicas que identificam o perfil de 
cada tipo, é necessário entender em que consiste o mercado. 
1.1 Mercado e mercado turístico
Para Kotler e Keller (2018), o mercado é o lugar onde pessoas trocam produtos e serviços com outras, 
considerando sempre a disponibilidade da oferta existente e a procura pelo bem ou serviço oferecido. 
O processo de troca e a existência do mercado estão associados às variáveis. 
Podemos compreender o comportamento do consumidor se antes analisarmos o mercado de turismo, 
o qual é composto por inúmeras variáveis, entre elas, o que entendemos por produto, oferta e demanda:
• Produto turístico: é o conjunto de bens e serviços que são utilizados para o consumido turístico 
por determinados grupos de usuários.
• Oferta turística: conjunto de produtos turísticos e serviços postos à disposição do turista num 
determinado destino para seu desfrute e consumo. 
17
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Figura 9 – Praia de Nga Bay, província de Pucket, Tailândia
• Demanda turística: formada pelo conjunto de consumidores ou potenciais consumidores de 
bens e serviços, entendidos como turistas. 
Figura 10 – Turistas em parque nacional
Dessa maneira, conseguimos identificar e mapear seu comportamento de compra e, para ampliar 
nossa base de oferta/demanda, dividimos o mercado em fatias ou nichos. 
O comportamento do consumidor de turismo vem mudando e, com isso, surgem novas motivações 
de viagens e expectativas que precisam ser atendidas. Em um mundo globalizado, onde se diferenciar 
adquire importância a cada dia, os turistas exigem, cada vez mais, roteiros turísticos que se adaptem às 
suas necessidades, à situação pessoal, aos desejos e às preferências.
A segmentação pode então ser entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de 
planejamento, gestão e mercado. Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos 
de identidade da oferta e também das características e variáveis da demanda. 
18
Unidade I
Para aprofundar no conceito e aplicação das técnicas de segmentação turística, é preciso antes 
entender o que significa segmento. O segmento, do ponto de vista da demanda, é um grupo de clientes 
atuais e potenciais que compartilham as mesmas características, necessidades, comportamentos de 
compra ou padrões de consumo. Pode ser entendido ainda como um agrupamento de pessoas com 
demandas similares, às quais se pode oferecer uma resposta especializada, igual para todos.
A segmentação é uma técnica utilizada para agrupar consumidores com comportamento de compra 
e características similares. Trata-se de uma tendência atual cada vez mais utilizada por todos os tipos de 
empresas, pois traz uma série de benefícios, entre os quais, podemos destacar:
• facilita a identificação dos públicos mais rentáveis;
• possibilita perceber mais facilmente quem são os concorrentes e quais são suas fragilidades;
• atende mais facilmente às necessidades do público-alvo;
• facilita a adaptação aos novos hábitos e preferências do segmento-alvo;
• reduz o desperdício de investimentos com ações promocionais e de divulgação;
• melhora a comunicação com produto e destino – linguagem de acordo com as características de 
valores do público selecionado.
É importante entendermos que quanto mais globais somos, mais individuais e específicos nos 
revelamos em nossos comportamentos de compra. É por isso que as empresas partem em busca de 
segmentação/customização. 
A seguir, veremos com mais amplitude o significado, as causas, as consequências e os benefícios 
relacionados à estratégia de segmentação de mercado. 
2 A SEGMENTAÇÃO DE MERCADO 
Vários autores estudam o comportamento do mercado consumidor, sejam eles pesquisadores da 
área da administração, da propaganda ou do marketing. Diante dessa imensa produção e pesquisa, 
teremos como “guias” os “gurus do marketing” Philip Kotler e Gary Armstrong, que são unanimidades 
entre os pesquisadores. De acordo com esses autores, “Mercados são compostos por compradores, e 
os compradores diferem de várias maneiras. Eles podem diferir em seus desejos, recursos, localizações, 
atitudes de compras e práticas de compra” (2003, p. 150). 
Compreendemos que segmentação do mercado é uma fatia, nicho ou segmento que estabelece 
como prioridade um determinado mercado. Para que ela seja efetiva, todos os esforços de propaganda 
e marketing serão direcionados ao público específico. 
A segmentação turística, por sua vez, é entendida como uma das estratégias de posicionamento do 
mercado e do produto que reconhece que a segmentação de mercado está no cerne da estratégia de 
19
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
marketing. A segmentação de mercado orienta a estratégia ao lado do posicionamento e da definição 
do público-alvo e começa não com a distinção de possibilidades de produto, mas com a distinção de 
interesses ou de necessidades de clientes.
 Observação
Posicionamento refere-se à posição relativa que marcas, produtos 
e serviços ocupam nas mentes dos seus respectivos consumidores. 
Basicamente, é o quanto lembramos e como lembramos dos produtos e 
serviços que consumimos.
Entre as principais causas para o avanço da estratégia de segmentação, podemos destacar:
• concorrência maior, mais complexa ou mais difícil;
• turista mais exigente;
• mais valor aos produtos customizados;
• necessidade de diferenciação de mercado;
• diversificação dos gostos e necessidades;
• opção pela fidelização de clientes.
Para Ansarah (1999), as causas que levam as empresas a buscarem novos nichos de mercado estão 
diretamente relacionadas à mudança de postura de vida dos consumidores, que desejam serviços mais 
específicos e menos generalizados, como o turismo de massa.
A estratégia de segmentar o mercado turístico também é uma forma de atender aos desejos desse 
turista de forma mais eficiente, e o emprego de várias estratégias de comunicação visa à potencialização 
da atividade turística em sua totalidade.
E como dividimos o mercado? Dividimos em bases, variáveis ou segmentos.
2.1 Os critérios de segmentação
A segmentação de mercado necessita de apoio de pesquisa de marketing para determinar quais os 
segmentos/mercado em potencial, o perfil do consumidor do segmento escolhido e a viabilidade do 
segmento escolhido. 
Para que essa pesquisa seja dinâmica e traga resultados efetivos, é necessário, antes de mais nada, 
determinar qual critério de segmentação será adotado pela empresa ou pelo profissional. O quadro a 
seguir descreve os principais critérios de segmentação utilizados atualmente pelo mercado de turismo:
20
Unidade I
Quadro 1
Geográfica Demográfica e socioeconômica
Psicográfica
(de ordem 
psicológica)
Padrões de 
comportamento Padrões de consumo
Fronteiras políticas
Fronteiras 
populacionais
Gênero
Idade
Estado civil
Composição
Familiar 
Ciclo de vida
Ocupação
Educação
Renda
Estilo devida
Características de 
personalidade
Preferências
Momento das compras
Preferências por marcas
Número de unidades 
compradas
Frequência de compras
Hábitos em relação à mídia
Frequência de uso
Ocasião
Fidelidade à marca
Propriedade de outros 
produtos
Conhecimento do produto
Benefícios buscados
Adaptado de: Goeldner, Ritchie e McIntosh (2002).
Essas bases ou critérios de segmentação serão melhor explicados a seguir.
Segmentação geográfica 
Define que a base seja por regiões geográficas, países, estados, municípios, bairros etc.
Figura 11 – A geografia utilizada como base de segmentação
Ao se utilizar a localização como base para segmentação, entende-se que o padrão de consumo, 
hábitos e preferências podem variar de uma cidade a outra, entre estados, continentes ou países.
O que se observa muitas vezes é que produtos que são largamente consumidos em determinadas 
regiões não apresentam demanda em outras. A razão muitas vezes é explicada pela cultura, pelo clima, 
pela tradição, por crenças e insumos disponíveis para a população instalada, que pode variar de uma região 
para outra. 
A gastronomia é um dos maiores exemplos nesse sentido, pois enquanto a região Sul apresenta um 
alto consumo de chimarrão (especialmente o estado do Rio Grande do Sul), a região Nordeste se destaca 
pelo alto consumo de peixes, tapioca e por uma alimentação mais condimentada. 
21
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Segmentação demográfica 
As bases são idade, gênero, renda, ocupação, nível de escolaridade, etnia, classe social ou religião. 
Figura 12 – Faixa etária: segmentação a partir da base demográfica
A segmentação demográfica, por reunir uma imensa base, possui algumas características que 
devemos levar em consideração. Uma delas é o ciclo de vida, isto é, ao longo de nossa existência, vamos 
mudando nossos interesses e objetivos de consumo. O mercado observa que a cada ciclo de vida os 
consumidores necessitam de produtos e serviços adequados ao seu ciclo. 
O ciclo de vida é um fator que tem se mostrado importante no processo de segmentação da demanda. 
Percebe-se que as pessoas estão casando e tendo filhos mais tarde. Com isso, alguns produtos que eram 
direcionados para determinadas faixas etárias podem ter sua segmentação alongada em função das 
modificações sociais que estão acontecendo.
Um exemplo disso pode ser a diferença na oferta de pacotes turísticos para casais com filhos (que 
deve agregar soluções para crianças, como parques, piscinas e recreações diversas) e para casais sem 
filhos (com oferta de produtos que contemplem a vida noturna, bares e boates). 
 Observação
Pacote de viagem é um tipo de produto criado e comercializado 
pelas operadoras de viagem. Um pacote de viagem é normalmente 
composto por transporte, hospedagem (geralmente com café da 
manhã), city tour e traslado.
○
22
Unidade I
Figura 13 – Ciclo de vida familiar 
Os fatores importantes para os dois grupos de pessoas terão diferenças não apenas pela idade 
(pois os dois casais podem ter a mesma faixa etária), mas de acordo com os ciclos de vida.
Observa-se ainda, segundo dados do IBGE (s.d.), o aumento da expectativa de vida para homens 
(72 anos) e mulheres (79 anos). 
80 anos ou mais
75 a 79 anos
70 a 74 anos
65 a 69 anos
60 a 64 anos
55 a 59 anos
50 a 54 anos
45 a 49 anos
40 a 44 anos
35 a 39 anos
30 a 34 anos
25 a 29 anos
20 a 24 anos
15 a 19 anos
10 a 14 anos
5 a 9 anos
0 a 4 anos
5% 5%4% 4%3% 3%2% 2%1% 1%
Homens Mulheres
Figura 14 – Distribuição etária da população brasileira
Além de uma participação proporcional maior dentro da população brasileira, as pessoas estão 
chegando à terceira idade muito mais dispostas a viajar, pois se há quatro décadas o sonho de consumo 
das pessoas era se aposentar e passar o dia dormindo e descansando, agora essa mesma faixa etária 
quer aproveitar a vida e viajar o máximo de vezes possível. 
Isso evidencia, mais uma vez, a necessidade de valorizar e ampliar os roteiros voltados à terceira 
idade, que se destaca pela tendência de grande consumo em período de baixa temporada dos destinos 
23
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
vocacionados aos turistas de lazer, o que permite reduzir a sazonalidade de muitos desses lugares e 
trazer receitas a agências e operadoras em períodos de menores vendas.
O aumento da expectativa de vida, decorrente de progressos significativos 
na medicina, faz crescer também o contingente de pessoas que atingem 
os 60 anos com saúde e disposição, e se reúnem em grupo intitulados da 
terceira idade ou da melhor idade. Especialmente em países desenvolvidos, 
esses cidadãos recebem uma aposentadoria que lhes proporciona uma vida 
bastante confortável, permitindo-lhes gastar também com atividades de 
lazer e com viagens (ASTORINO apud BRAGA, 2008, p. 203).
A qualidade de vida de quem está chegando aos 60 anos aumentou tanto que já é possível afirmar 
que uma pessoa dessa idade atualmente apresenta a mesma disposição de quem chegava aos 50 ou 
até mesmo aos 40 anos há três décadas. Essa questão é tão evidente que já existem estudos apontando 
a necessidade de se estabelecer uma nova categoria etária: a quarta idade, que seria composta por 
aqueles com mais de 80 anos. 
Figura 15 – Atividade de lazer praticada por turistas de terceira idade
Mas mesmo com essa qualidade de vida e disposição, os roteiros elaborados para a terceira idade 
requerem, a exemplo do que ocorre com as crianças, de cuidados especiais. Entre esses cuidados, é 
válido ressaltar o cuidado requerido aos próprios destinos que costumam ou pretendem receber esse 
tipo de público. Esses lugares devem possuir placas de sinalização com letras maiores e estimular os 
restaurantes a fazerem o mesmo em seus respectivos cardápios. Há ainda a necessidade crescente de um 
número maior de vagas no estacionamento e rampas de acesso, especialmente em destinos turísticos 
muito visitados. Esses mesmos destinos, juntamente com os estabelecimentos comerciais, devem pensar 
na oferta de um número maior de assentos e poltronas que abriguem confortavelmente o público de 
terceira idade, o que deve ser aliado a um atendimento muito mais cuidadoso e paciente a esse público.
Os roteiros voltados à terceira idade devem, por sua vez, ser mais curtos (no sentido de poucos 
lugares a serem visitados numa mesma programação) e pouco cansativos e ocorrerem por meio de 
24
Unidade I
estradas ou acessos com asfalto de qualidade (para evitar o desconforto de sobressaltos no veículo por 
conta de eventuais buracos existentes nas vias).
Os ônibus utilizados no decorrer dos roteiros voltados ao público de terceira idade devem ter 
obrigatoriamente sanitários e ar-condicionado a bordo. Os guias acompanhantes contratados 
devem checar permanentemente a necessidade de hidratação e eventual utilização de algum tipo de 
medicamento, informação essa que precisa ser checada desde a inscrição do cliente ao roteiro.
Figura 16 – Turistas de terceira idade
 Observação
A contratação de funcionários mais velhos para atender os clientes de 
idade similar é uma tendência no Brasil que já é realidade em muitos destinos 
turísticos afamados, como Nova York e Orlando, nos Estados Unidos.
Em pesquisa realizada pelo Sebrae (2012), identificou-se que 25,4% dos brasileiros na faixa etária 
acima de 60 anos pretendem viajar. Desse total, a maioria (59,9%) informou que deverá optar por 
destinos domésticos. Na hora de fazer turismo, os viajantes com mais de 60 anos têm optado por fazer 
o passeio acompanhados (84%) e apenas 15% disseram que deverão fazer a próxima viagem sozinhos. 
Ainda de acordo com o levantamento da Pasta, o avião continua sendo o principal meio de locomoção 
(76,3%), seguido de automóvel (16,8%) e ônibus (6,2%). Hotéis e pousadas (64,8%) são os meios de 
hospedagem favoritos, seguidos da casa de parentes e amigos (27%). 
Em relação ao gênero, observa-se um número crescente de mulheres que viajam a negócio, com 
sobrinhos e/ou desacompanhadas, o que tem exigido da cadeia produtiva a adequaçãoa esse público.
25
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Figura 17 – Mulheres viajantes
Outro público que tem crescido consideravelmente nos últimos anos são os casais sem filhos, algo 
que já ocorre há mais tempo em países economicamente mais desenvolvidos, como Estados Unidos, 
Canadá, Alemanha, França e Itália, onde os mais jovens não querem mais ter tantos ou até mesmo não 
querem filhos, em razão do aumento do custo de vida, o que reflete diretamente no custo para manter 
uma criança e nas mudanças culturais e sociais significativas resultantes do maior ingresso das mulheres 
no mercado de trabalho. As mulheres, que antes sonhavam em encontrar um marido ideal para lhe dar 
segurança financeira, “arregaçaram as mangas” e passaram a buscar essa segurança por conta própria, 
o que lhes permite conferir um maior orgulho próprio. 
Para a mulher de hoje, o que impera é a necessidade de estudar e obter uma profissão que lhe dê 
uma boa remuneração, para a partir de então pensar em casamento e filhos, mas quando isso ocorre, 
essa mulher já têm mais de 35 anos e não está tão motivada a ter filhos, até porque muitas delas não 
terão o tempo adequado para cuidar deles. O resultado de todo esse processo são famílias cada vez mais 
constituídas por um ou nenhum filho.
Figura 18 – Casal sem filhos aprecia o pôr-do-sol
26
Unidade I
Tendo em vista a diversidade e complexidade da segmentação a partir de base demográfica, 
apresentamos a seguir um quadro-resumo com exemplos relacionados ao mercado de turismo e os 
principais tipos de segmentos encontrados a partir dessa base de segmentação:
Quadro 2 – Tipos de segmentos de base demográfica 
Tipos Exemplos/aplicações
Idade (cronológica e 
psicológica)
Disney (Estados Unidos/Japão)
Europa cultural
Gênero São Paulo (compras) – MulheresSão Paulo (eventos) – Homens
Renda
(real e desejada) Porto Seguro/BA Ilhas Maldivas/Taiti
Escolaridade/geração Porto Seguro/BA Estados Unidos/Austrália/Inglaterra/Europa
Ocupação Médicos (eventos)
 Lembrete
 
A segmentação demográfica utiliza como base as características 
da população, como renda, idade, gênero, nível educacional e tipo de 
ocupação profissional.
Segmentação psicográfica 
São os consumidores divididos de acordo com a forma de pensar ou agir.
 Observação
O termo psico pode ser relacionado à ideia de mente ou espírito. 
Etimologicamente, a origem da palavra psico vem do grego psykhé, que 
numa livre tradução pode ser entendido como alma.
Dentro dessa base de segmentação, podemos encontrar alguns perfis diferentes de turistas. Um deles 
é o turista alocêntrico, que se destaca por apresentar as seguintes características psicográficas:
• são aventureiros;
• são curiosos e buscam sempre novos lugares para conhecer;
• tomam as decisões com maior impulso;
27
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
• estão dispostos a gastar um pouco mais;
• gostam de atividades variadas;
• não se incomodam em estar/viajar sozinhos.
Já os turistas mesocêntricos apresentam um perfil psicográfico diferenciado em que se destacam 
as seguintes características:
• perfil dependente de uma estrutura de visitação pronta;
• são mais conservadores em relação à escolha do destino;
• procuram localidades mais populares como destinos;
• controlam mais os gastos;
• preferem estar na companhia da família e de amigos.
A distribuição da demanda classificada de acordo com o perfil psicográfico pode ser mais bem 
observada no gráfico da figura a seguir, elaborado por Plog (1987), cujo estudo foi mencionado na obra 
de Teobald (2006). Nesse gráfico observamos que a maior parte dos turistas é classificada como do tipo 
mesocêntrico, enquanto os alocêntricos e psicocêntricos são a minoria. 
Perfis psicológicos de turistas 
Modelo do PLOG
N
úm
er
o 
de
 tu
ris
ta
s
Alocêntrico Mesocêntrico Semipsicocêntrico PsicocêntricoSemi-alocêntrico
Figura 19 – Tipos de turistas: base psicográfica
De qualquer forma, a importância dos alocêntricos não deve ser descartada, pois tratam-se dos 
turistas que normalmente descobrem novos lugares e cujos relatos contagiantes motivam outras 
pessoas a conhecerem a destinação ou o novo produto relatado. Esses turistas devem ser vistos com 
muito carinho, pois são excepcionais garotos-propaganda de produtos, destinos ou novos serviços que 
querem aumentar seu nível de conhecimento e consumo. 
28
Unidade I
Figura 20 – A segmentação a partir da forma de pensar (psico)
Segmentação comportamental
São os consumidores divididos com base em seu conhecimento, atitudes ou resposta ao produto. 
Dentro desse critério, podemos levar em consideração a frequência de compras (light users ou high users), 
a época de compra (alta e baixa temporada, finais de semana ou feriados), as razões ou objetivos 
(racionais ou emocionais) ou ainda a forma de compra (à vista ou parcelada).
Os administradores de marketing acreditam que as variáveis comportamentais são um dos melhores 
aspectos para se definir os segmentos de mercado, junto com a segmentação demográfica, dada a 
facilidade de se estudar, separar e interagir com o segmento proposto a partir da escolha desse critério.
Figura 21 – Diferentes padrões de consumo para diferentes estilos de vida
29
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Uma variável muito importante a ser observada em todas as bases para a segmentação do mercado 
é o critério de classe social e renda. O critério de classe social é definido pelo IBGE (2018) como: 
• Classe A: renda acima de 15 salários mínimos.
• Classe B: renda de 5 a 15 salários mínimos.
• Classe C: renda de 3 a 5 salários mínimos.
• Classe D: renda de 1 a 3 salários mínimos.
• Classe E: renda inferior a 1 salário mínimo.
Ao identificar o nicho/segmento, podemos utilizar várias variáveis para estabelecer um determinado 
grupo de consumidores. Por exemplo: ciclo de vida x renda familiar ou bruta/classe social e nível escolar
Então, vários segmentos são consolidados a partir do mapeamento das necessidades e interesses dos 
mais variados perfis de consumidores do turismo.
Um exemplo dessa mistura de critérios no mercado de turismo pode ser encontrado no quadro a 
seguir, no qual são descritos alguns segmentos do trade turístico e empresas que atuam neles. 
As características, peculiaridades e desafios inerentes aos segmentos descritos serão 
detalhadas posteriormente.
Quadro 3 – Segmentos do mercado turístico e empresas de atuação
Segmento Empresas
Ecoturismo Venturas Viagens
Turismo de aventuras Pisa Trekking
Turismo de alto poder aquisitivo Queensberry Viagens
Turismo de massa CVC
Turismo de esqui Interpoint
Turismo rodoviário Pomptur
Destino para formaturas Porto Seguro/BA
Turismo de intercâmbio STB
Turismo para singles Single Trips
Roteiros gastronômicos Terramundi
Turismo rural Circuito das Frutas/SP
30
Unidade I
 Lembrete
A segmentação constitui na divisão de um mercado, ou seja, na formação 
de grupos de acordo com os seus interesses comuns. Segmentação significa 
dividir algo – objeto, coisa ou assunto – em segmento.
2.2 As estratégias de segmentação
Para que a estratégia de segmentação tenha sucesso, torna-se imprescindível, ainda, identificar o 
público-alvo, determinar os objetivos da comunicação e elaborar mensagens cujos conteúdos influenciem 
o comportamento do receptor – no caso especifico, o consumidor/turista, pois devem, segundo Kotler 
e Armstrong (2003, p. 290-291), “atrair a atenção, manter o interesse, suscitar o desejo, induzir a ação”.
Quando identificamos um nicho ou vários nichos, devemos considerar o comportamento de 
compra desse mercado-alvo. O mercado-produto deve, então, elencar uma série de questões que serão 
norteadoras para definir o público-alvo:
1. De onde vêm os turistas que visitam minha região (público atual)?
2. De quais regiões eu desejo atrair turistas (público potencial)?
3. Quais as demais regiões em que teríamos capacidade de atrair turistas?
4. Como atingir esses turistas?
5. Qual o clima da região de origem dos turistas (atual e potencial)?6. O meu público é composto majoritariamente por homens ou mulheres?
7. O meu público é solteiro, casais sem filhos, famílias etc.?
8. Qual a idade média de idade que desejo atrair?
9. Qual o nível de renda média que desejo atrair?
10. Quais as motivações de viagem dos turistas atuais e potenciais (descanso, conhecimento, praia, 
cultura, preço, interação entre a família)?
11. Esses turistas estão dispostos a conhecer novos produtos?
12. Eles viajam com frequência ou apenas em datas específicas?
31
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
13. Qual a região emissora?
14. Em que tipo de experiência (tipos de turismo) esse turista está interessado?
Para a segmentação ser realizada de forma correta e com sucesso mercadológico, é necessário que 
o segmento escolhido possua atributos e características corretas e eficientes. Entre essas características, 
destacam-se a mensurabilidade, a acessibilidade, a estabilidade e a significância, descritos a seguir:
• mensurabilidade: segmento deve ser identificado – medido – definido;
• acessibilidade: segmento precisa ser atingido por ações promocionais;
• estabilidade: deve haver uma demanda constante para sustentar o negócio;
• significância: deve possuir um número mínimo de interessados.
Entre as possibilidades de segmentação, há de forma geral, três diferentes caminhos a seguir, que 
são a concentração em um único segmento, a especialização seletiva ou ainda a especialização 
por produtos, como será mais bem visto a seguir: 
• Concentração em único segmento:
— menores custos e menor amplitude;
— maior vulnerabilidade às variações do mercado.
• Especialização seletiva:
— empresa atua em diversos segmentos;
— política de mercado diferenciada para cada segmento;
— permite maior amplitude de mercado e proteção a mudanças de mercado.
• Especialização por produtos:
— empresas se especializam em produtos que podem ser vendidos em vários segmentos;
— apresenta o risco do produto ser copiado ou ficar obsoleto.
Entre esses caminhos citados, o mais recomendável é a especialização seletiva, que permite 
maior amplitude de mercado e menor vulnerabilidade sem deixar de atender de forma adequada ao 
segmento escolhido. 
32
Unidade I
Trata-se de uma estratégia utilizada por grandes empresas, como Unilever, Procter & Gamble e 
Grupo CVC Viagens, que determinam marcas diferentes para públicos diferentes com propostas de 
venda, preço, propaganda, oferta e atendimento específicos para cada marca. Em alguns casos, isso é 
tão bem feito que muitos consumidores não fazem ideia de que as diferentes marcas que conhecem 
ou têm contato sobre determinado mercado pertencem à mesma empresa. Essa estratégia protege as 
empresas das eventuais oscilações do mercado, pois se um segmento eventualmente diminuir, haverá 
outros segmentos para serem atendidos, ou seja, a empresa não morre quando um segmento morre.
2.3 Os desafios da segmentação de mercado
Apesar de recomendável e desejável, é sempre válido lembrar que a estratégia de segmentação 
requer – muitas vezes – riscos e desafios, como os altos investimentos em pesquisas complexas, além de 
uma produção diferenciada e personalizada de material promocional, o que tende a aumentar o custo 
de produção por unidade produzida.
Outra questão que pode incidir nos custos previstos é a necessidade de criar uma estratégia de 
marketing totalmente nova para atender ao segmento pretendido, que por muitas vezes apresenta 
características tão específicas e diferenciadas que nenhuma estratégia de marketing anteriormente 
elaborada, como pontos de venda ou utilização de canais de comunicação previamente contratado, 
pode ser aproveitada.
 Observação
O marketing pode ser entendido como um conjunto de ações que visam 
obter lucro através da satisfação dos clientes e envolvem para isso produtos, 
preço, propaganda e forma de vendas adequados.
Mas o maior dos riscos está na vulnerabilidade do mercado, o que pode ser ampliado pela 
excessiva segmentação/especialização e pode assim comprometer a empresa caso a demanda esperada 
não ocorra. Além disso, as mudanças econômicas e políticas podem destruir o negócio sem possibilidade 
de novos negócios e alternativas.
 Resumo
Analisamos os dados apresentados pelo Ministério do Turismo com 
relação à importância econômica do turismo para o Brasil. 
Conhecemos quais são os dez países que mais enviam turistas para o 
Brasil e os principais motivos de viagens, isto é, o interesse desses viajantes 
em conhecer o Brasil e suas particularidades. 
33
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Com a descrição dos principais critérios utilizados para a segmentação 
de mercado, identificamos as principais áreas de atuação dos profissionais de 
turismo e a importância da cadeia produtiva. 
Embora a segmentação seja uma estratégia de mercado altamente 
recomendável para qualquer tipo de empresa, tendo em vista o aumento 
da competitividade e o aumento e diversificação das exigências e gostos 
dos clientes, é importante se atentar a cuidados para evitar riscos que 
comprometam o sucesso de suas ações. Por isso, uma das preocupações foi 
demonstrar quais são os principais caminhos a serem seguidos dentro da 
segmentação e quais os principais desafios envolvidos nessa decisão. 
A partir do mapeamento da oferta, demanda e mercado turístico, 
temos subsídios para entender melhor os segmentos existentes no mercado 
de turismo, assim como as técnicas utilizadas para melhor identificar 
o comportamento do consumidor e observar quais são os segmentos 
considerados emergentes.
 Exercícios
Questão 1. Segmentação em turismo pode ser definida como:
I – Oferta de produtos e serviços específicos.
II – Oferta de produtos para públicos específicos.
III – Oferta de produtos para pessoas diferentes, de forma a oferecer um pouco de várias opções e 
agradar segmentos diversos.
Assinale a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):
A) I, somente.
B) II, somente.
C) III, somente.
D) I e II, somente.
E) II e III, somente.
Resposta correta: alternativa D.
34
Unidade I
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a estratégia de segmentação consiste em oferta de produtos e serviços específicos para 
públicos específicos que possuem características em comum. 
II – Afirmativa correta.
Justificativa: produtos e serviços específicos para públicos específicos são os elementos que definem 
a segmentação do turismo.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: oferecer produtos para pessoas diferentes de forma que elas tenham diversas 
opções em um mesmo roteiro turístico é uma prática comum, porém não pode ser definida como 
segmentação de turismo.
Questão 2. Ao ministrar aulas para alunos do curso de Turismo, o professor Viaj Andão afirmou que 
a segmentação no turismo se destina principalmente à redução de custos, porque é possível colocar 
muitas pessoas em uma única atividade. Ele foi contestado pelo aluno Travel Ever, o qual afirmou que:
I – Maior e mais complexa concorrência, consumidores mais exigentes e necessidade de diferenciação 
no mercado eram os principais fatores da segmentação.
II – Turistas mais exigentes e possibilidade de significativa redução de custos tornaram a segmentação 
uma opção mais viável para ser praticada nos países de origem do turista.
Assinale a alternativa correta:
A) A afirmativa I está correta, somente.
B) A afirmativa II está correta, somente.
C) As afirmativas I e II estão corretas.
D) As afirmativas I e II são complementares.
E) A afirmativa II está correta e é decorrência de I.
Resposta correta: alternativa A.
35
SEGMENTAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: alguns fatores são fundamentais para que a segmentação no turismo seja uma 
prática comum em nossos dias, entre elas: concorrência maior, mais complexa e mais difícil; turistas 
mais exigentes; mais valor aos produtos customizados; necessidade de diferenciação de mercado; 
diversificação de gostos e necessidades;e opção pela fidelização de clientes. O custo final ser mais 
barato não é um fator elencado como decisivo para o turismo de segmentação.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: as razões que explicam o mercado de segmentação em turismo são várias, mas não se 
concentram na redução de precificação para o consumidor final.

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