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Sera que a Psicometria pode ter ajudado a direcionar as eleicoes brasileiras

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Passo 3 - Será que a Psicometria pode ter ajudado a direcionar as eleições brasileiras?
 Nos últimos anos é possível notar que a internet está cada vez mais influente na subjetividade, ultrapassando até o poder da mídia televisiva, que já detinha grande poder de influência (Moreira, 2010). A cada ano que passas as pessoas estão fazendo mais atividades pela internet, como comprar, estudar, se comunicar, assistir filmes, ouvir música. Esse maior tempo de tela acaba moldando nossa visão do mundo. Somado a isso, temos os algoritmos da internet, que criaram as chamadas bolhas sociais, através da análise de dados pessoais, curtidas, pesquisas em indexadores e lojas virtuais (Junior, 2019). Esse “confinamento virtual”, acaba trazendo a falsa impressão de que nossa verdade é absoluta, gerando uma polarização da sociedade.
 Isso nos trás o conceito de Pós-verdade, onde as crenças, emoções e ideologias prevalecem sobre fatos objetivos. A verdade teria ficado para trás, não sendo mais interessante a sua busca (Sobrinho, 2019) . O termo Pós-verdade foi eleito pelo Dicionário Oxford como a palavra do ano, em 2016 (Siebert, 2020). Outro termo que caminha praticamente ao lado é “Fake News”, que basicamente se usa para denominar informações ou notícias falsas publicadas, principalmente nas redes sociais (Batista, 2021).
 O fato é que uma mentira pode passar por verdade quando ela sequer é colocada em dúvida. É o que acontece com o aplicativo Whatsapp, que tem se mostrado o maior meio de difusão de notícias falsas (Araujo, 2021), pois tudo é compartilhado de um para um, ou seja, uma pessoa dispara uma notícia, que vai passando de pessoa a pessoa, passando a impressão de confiabilidade, já que normalmente se recebe esse tipo de mensagem de pessoas próximas. Além disso é praticamente impossível rastrear de onde partiu originalmente a notícia, já que toda a informação dos usuários do aplicativo é criptografada (Araujo, 2021), ou seja, um prato cheio para disseminadores de “Fake News”.
 De forma semelhante às eleições presidenciais dos EUA em 2016, através de dados psicométricos e comportamentais, captados por inteligência artificial dos algoritmos das redes sociais, empresas como a Cambridge Analytica, que tinha o trabalho de extrair das redes sociais dados para promover candidatos e a contratava (Rossi, 2018), ajudaram a encontrar os alvos certos, que serviram como “disseminadores voluntários”. Esses “disseminadores” são pessoas comuns, que recebendo em seus whatsapps notícias falsas as repassavam para suas redes de contato antes mesmo de checar a veracidade do que estava sendo compartilhado.
 Os dados psicométricos e comportamentais dessas pessoas foram fundamentais para o sucesso da campanha de Jair Messias Bolsonaro, que se valeu o tempo todo na desinformação, no sensacionalismo e terror de uma iminente ditadura comunista, que não aconteceria.
Referências
MOREIRA, Jacqueline de Oliveira. Mídia e Psicologia: considerações sobre a influência da internet na subjetividade. Psicologia para América Latina, 2010, no 20, p. 0-0.
	
	TORRE, Luísa Guimarães. Fake news, pós-verdade e jornalismo-Disputa discursiva nas eleições presidencias brasileiras 2018. 2020.
	
	
DOURADO, Tatiana Maria Silva Galvão. Fake News na eleição presidencial de 2018 no Brasil. 2020.
MELIM, Maurício José; SCHATTSCHNEIDER, Daniel; DA FONSECA MIRANDA, Ieza Cristina. Bolhas virtuais, velocidade e excesso na rede: um estudo das fake news sob o ponto de vista dos estudos da comunicação. In: VIII Congresso de Professores do Ensino Superior da Rede Sinodal. 2019.
JUNIOR, Irineu Francisco Barreto; PELLIZZARI, Bruno Henrique Miniuchi. Bolhas Sociais e seus efeitos na Sociedade da Informação: ditadura do algoritmo e entropia na Internet. Revista de Direito, Governança e Novas Tecnologias, v. 5, n. 2, p. 57-73, 2019.
BARBOSA SOBRINHO, Osório Silva; ANDRÉA, Gianfranco Faggin Mastro; PAULA, Giovanna Pinhanelli Faria de. Pós-verdade: “A verdade ficou para trás, não interessa mais a sua busca”. 2019. Disponível em: https://www.justificando.com/2019/08/07/pos-verdade-a-verdade-ficou-para-tras-nao-interessa-mais-a-sua-busca/. Acesso em: 05 abr. 2021.
SIEBERT, Silvânia; PEREIRA, Israel Vieira. A PÓS-VERDADE COMO ACONTECIMENTO DISCURSIVO. Ling. (dis)curso,  Tubarão ,  v. 20, n. 2, p. 239-249,  Aug.  2020 . 
BATISTA, Rafael. Fake News. 2021. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm. Acesso em: 23 abr. 2021.

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