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as fake news e as pos verdades

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 FAKE NEWS E A PÓS-VERDADE
Acadêmico: Antunes Marcelo Rodrigues da Silva
Tutor Externo: Paula Neri Oyama 
RESUMO
Este Trabalho Tem como objetivo trazer uma síntese sobre o Termo fake news, seu significado e sua atuação na História do tempo presente, bem como o termo pós-verdade e sua relação com as fake news. Mostrar as principais problemáticas que envolvem o tema, utilizando como metodologia uma pesquisa de cunho bibliográfico. Onde serão mostrados os tipos de fake news e os impactos que podem causar em uma sociedade liquida, segundo o conceito do filosofo Polonês Zygmunt Bauman (1925 – 2017), professor emérito das universidades de Leeds (Inglaterra) e Varsóvia (Polônia) e um dos mais importantes sociólogos da atualidade. Com uma linguagem simples e acessível, Bauman lança um olhar crítico para as transformações sociais e econômicas trazidas pelo capitalismo globalizado. 
Palavras-chave: fake news, pós-verdade, desinformação.
1. INTRODUÇÃO
A História do tempo presente vem sendo construída e confrontada diretamente com as falsas afirmações, isso é uma prática antiga mais que nos últimos tempos tem se intensificado.
Fake News, O termo significa “notícias falsas”, em tradução livre do inglês. Na prática, ele é utilizado para definir boatos, rumores ou notícias imprecisas publicadas geralmente na internet. Ou seja, são antigos conhecidos de quem trabalha com jornais e afins. A fabricação de notícias faz parte da história humana. Falsificar relatos e informações para difamar, caluniar ou confundir opinião pública foi uma ação usada, por exemplo, durante o Império Romano para
atacar o general Marco Antônio, na renascença italiana a fim de influenciar o conclave que elegeu, Adriano VI, entre outros momentos (BELDA; PIMENTA, 2018).
As Fake News têm um grande poder viral, isto é, espalham-se rapidamente. As informações falsas apelam para o emocional do leitor/espectador, fazendo com que as pessoas consumam o material “noticioso” sem confirmar se é verdade seu conteúdo, outro termo bastante usado nestes últimos tempos é “Pós-verdade” que foi eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford. De acordo com o Dicionário Oxford, pós-verdade é: um substantivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e crenças pessoais”. A explicação da palavra pós-verdade de acordo com a Oxford é de que o composto do prefixo “pós” não se refere apenas ao tempo seguinte a alguma situação ou evento – como pós-guerra, por exemplo –, mas sim a “pertencer a um momento em que o conceito específico se tornou irrelevante ou não é mais importante”. Neste caso, a verdade. Portanto, pós-verdade se refere ao momento em que a verdade já não é mais importante como já foi. Pode-se afirmar que a disseminação da informação é crescente em níveis máximos, e tomou proporções exacerbadas nos últimos tempos devido ao surgimento das redes sociais, onde o argumento é a falta de tempo, no que diz respeito à checagem dos fatos. E é justamente essa “falta de tempo” para verificação das informações que deu
margem para o crescente fenômeno da desinformação. A desinformação está ligada diretamente com a problemática das Fake News, conceito que está no centro das fogueiras de qualquer assunto nesta sociedade moderna e maleável definida, como modernidade liquida.
O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras.
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na atualidade, a quantidade de informações disponíveis nos meios de comunicação aumentou de forma alastrante nos últimos dez anos, devido à explosão informacional “em que a informação se
prolifera e circula em quantidade e velocidade vultosas.” (BRISOLA; ROMEIRO, 2018, p. 3).
Ferrari (2017) fez um estudo comparativo do que vem sendo feito ao redor do mundo
para a chamada fact-checking, ou verificação de fato. Esse conceito seria a solução para as
Fake News e também para a tão falada pós-verdade, outra desinformação crescente na atualidade.
O conceito de pós-verdade é baseado na banalização da verdade, ou seja, dados objetivos são
ignorados, e o apelo na formação da opinião junto ao público fala mais alto que a veracidade dos
fatos, criando uma confusão sobre a realidade. Não chega a ser uma mentira, nem tampouco uma
verdade. Daí se torna uma arma tão igual ou mais poderosa que as Fake News, pois apela para um discurso emotivo populista.
A pós-verdade coloca em xeque a objetividade e a imparcialidade, ou seja, o pensamento,
objetivo e racional perde espaço para o pensamento emocional e as crenças pessoais (BELDA;
 CARVALHO, 2017). “Uma notícia (falsificada, fraudulenta ou mesmo verdadeira, pouco importa) só se difunde à medida que corresponda a emoções, quaisquer emoções, “positivas” ou “negativas” (BUCCI, 2018, p. 24).
O mundo vive hoje na era da pós-verdade, na qual as pessoas dão cada vez menos importância a fatos objetivos e cada vez mais a emoções e crenças pessoais. A sociedade atual tende a evitar verdades desconfortáveis (Kreitner, 2018), dando espaço para que fofocas, rumores e até mentiras se espalhem rapidamente, o que explica o crescente fenômeno das fake news.
O espalhamento de desinformação ou de informação falsa também pode ser
influenciado pelos diferentes tipos de atores na rede. Sha & Kumar (2018) apontam para
a influência de robôs (bots) e atores muito engajados que podem criar falsas percepções
de consenso, para que determinada informação circule. Esse processo é desenhado
por meio da atuação do que Kumar et al. (2017) denominam “lobos solitários”, ou
seja, usuários humanos que criam certa quantidade de contas falsas para operar sob
os mesmos pretextos e premissas, coordenadas de modo a criar falsos consensos e suportes.
As redes de bots, assim, operam de modo a aumentar rapidamente a visibilidade de uma informação falsa e (2) a inflar o “status” de alguns usuários, fazendo perceber determinada
informação falsa como crível. Essas ações potencializam a difusão das notícias falsas notícias falsas , na tentativa de influenciar a esfera pública, com a manipulação artificial de consenso e, do mesmo modo, da opinião pública (FORELLI et al. 2015; SHAO et al., 2018).
Sobre a definição de boato, Kapferer (1987, p. 18) não leva em consideração duas
características: o caráter da não verificação e o da veracidade. Ele explica. Primeiro, sobre a
questão da verificação, ele afirma que, mesmo que a informação seja divulgada pela
imprensa, não há provas de que houve checagem, mas apenas pressuposição: o critério da <<não verificação>> é subjetivo e não diferencia o boato da retomada pelo <<ouvi dizer>> de uma informação lida. Nós delegamos a verificação, mas a verdade é que nem sempre temos provas formais de que ela se concretizou realmente.
O boato exprime, portanto, um fenômeno definido pela sua origem (não oficial), pelo
seu processo (difusão em cadeia) e pelo seu conteúdo (é uma notícia, incide sobre um
facto da atualidade). A veracidade, pelo contrário, não integra a sua definição
científica (KAPFERER, 1987, p. 27).
As informações se transformaram em mercadorias de troca, logo, a pretensão de validade é menos
importante do que a expectativa de realização de desejo que a informação possa satisfazer (Giacoia, 2017).
A história das comunicações evolui no mesmo trilho da história da
humanidade. Pelo simples fato de que a última só existe porque de
alguma forma foi relatada de pai para filho, de tribo para tribo, de
cidade para cidade, de país para país por meio de indivíduos e de
tecnologias que expandiram os recursos do corpo humano. Os meios de
comunicaçãosão extensões de nosso corpo, e suas mensagens, de
nossos sentir e pensar. (GONTIJO, 2004, p. 11).
Como bem descreve Zattar (2017): Ter acesso às fontes de informações é uma tarefa diária e essencial na atualidade. Contudo, não basta que se tenha acesso a qualquer tipo de informação, pois é necessário qualidade, relevância e veracidade nos mais diferentes contextos, de forma que sejam evitadas desinformações e notícias falsas nas bolhas informacionais em que somos inseridos.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Com o objetivo de trazer uma síntese, foi realizada uma pesquisa bibliográfica para compreensão, teórica e conceitual sobre o tema Fake News e a Pós-Verdade, de acordo com as
referências, com o objetivo de estabelece relações entre os dois conceitos distintos, como consequências do aumento da quantidade de informação nos meios digitais.
	
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os pesquisadores Claire Wardle, Ethan Zucherman, Danah Boyd e Caroline Jack, e um grupo de
jornalistas, argumentam que o termo fake news não é adequado para descrever a complexidade do fenômeno da desinformação e da informação incorreta nos dias atuais. Para os pesquisadores o termo é vago e ambíguo e pode abranger informações falsas considerando notícias, propaganda e desinformação (WARDLE; DERAKSHAN, 2017).
O desenvolvimento de novas tecnologias proporcionou a democratização da internet, que cresceu ainda mais com o surgimento e popularização das redes sociais, como Facebook, Twitter, Instagram e até mesmo Whatsapp. Hoje, qualquer indivíduo facilmente se conecta à internet por meio de um computador ou de um smartphone.
As fake news são disseminadas no âmbito digital por 4 grupos principais, sendo eles:
usuários de redes sociais, tais como Facebook, Twitter, Whatsapp; jornalistas; grupos
conectados tentando influenciar a opinião pública e em larga escala temos a disseminação
por meio de redes de bots, cyborgs e bots políticos. Segundo a Universidade de Oxford, mais
da metade do tráfego da internet é feito por bots (NEUDERT BENCE KOLLANYI, 2017).
Portanto, Wardle e Derakshan (2017, p. 17) fizeram uma taxologia para propor tipos de fake news para o melhor entendimento do que chamam de desordem da informação:
a) Sátira ou paródia – quando o emissor não tem intenção de causar danos, porém o conteúdo tem potencial para enganar.
b) Conteúdo enganoso – quando a informação é usada com intuito de enquadrar ou moldar um
problema do indivíduo.
c) Conteúdo impostor – fontes verdadeiras são forjadas com conteúdo.
d) Conteúdo fabricado – conteúdo novo, 100% falso, feito para enganar e prejudicar alguém.
e) Falsa conexão – quando há manchetes, imagens ou legendas que não dão suporte ao conteúdo
disponibilizado.
f) Contexto falso – conteúdo verdadeiro compartilhado com falsas informações de contexto.
g) Conteúdo manipulado – quando informações verdadeiras ou imagens são manipuladas com
o objetivo de enganar.
Wardle e Derakshan (2017) também estabeleceram três elementos para se referir à desordem da
informação: o agente, a mensagem e o intérprete. 
Para Wardle e Derakshan (2017, p. 25), o agente está envolvido em três fases das fake news
que são a criação, produção e distribuição. “Os agentes podem ser serviços de inteligência, 
políticos ou organizações de imprensa. As motivações dos agentes podem ser financeira,
política, social ou psicológica”.
O papel primordial exercido pela mídia é o de transmissão da informação. Tal função se tornou fundamental, sobretudo nos últimos séculos, já que pela dinâmica do mundo atual o indivíduo
depende da mídia para se informar e inteirar de assuntos diversos que influem ou não o seu cotidiano (Gans, 2003).
5. CONCLUSÃO
Como proposto inicialmente, o trabalho apresentado contextualizou de forma clara e objetiva o conceito de Fake News e a desinformação, traçando a relação existente entre ambas, bem como demonstrou o quanto acarretam problemas graves na era digital, resultante de uma gama enorme de informações produzidas, que nem sempre são checadas para atestar sua veracidade em meio ao caos informacional.
A diversificação das mídias de comunicação e o surgimento de uma nova maneira de reprodução da informação foi um fenômeno impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico. Conquanto tal quadro contribua para dissipar a influência da mídia tradicional exercida historicamente, a forma
com a qual as notícias são veiculadas ainda traz incertezas à construção da confiança e credibilidade desses veículos.
REFERÊNCIAS
BELDA, Francisco Rolsfen; PIMENTA, Angela. O jornalismo diante das Fake News.
Unespciência; n. 100, setembro, 2018. Disponível em http://unespciencia.com.br/2018/09/24/fake100/ Acesso em: Novembro 2020.
BRISOLA, A. C.; ROMEIRO, N. L. A competência crítica em informação como resistência:
BUCCI, Eugênio. Pós política e corrosão da verdade. Revista USP; São Paulo, n. 116, p. 19-30,
maio, 2018. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/146574/140220>
Acesso em: 30 out. 2020.
uma análise sobre o uso da informação na atualidade. Revista Brasileira de Biblioteconomia
e Documentação, São Paulo, 20 p., jan. 2018. 
Gans, H. (2003). Democracy and the news. Londres: Oxford University Press.
FERRARI, Pollyana. Fake news, pós-verdade e o consumo de informações. In: XXVI
ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 26., 2017, São Paulo. Anais... São Paulo: Faculdade
Cásper Líbero; 2017. Disponível em: <www.compos.org.br/anais_encontros.php.> Acesso
em: 17 nov. 2020.
FORELLI, M.; HOWARD, P.; MONRÓY-HERNAÁNDEZ, A.; SAVAGE, S. Political Bots and the Manipulation of Public Opinion in Venezuela. 2005. Disponível em: <eprint arXiv:1507.07109>. Acesso 07 de nov 2020.
GIACONIA, O. (2017). E se o erro, a fabulação, o engano revelarem-se tão essenciais quanto a verdade? Recuperado de https://www1.folha.uol. com.br/ilustrissima/2017/02/1859994-e-se-o-erro-a-fabulacao-o-enganorevelarem-se-tao-essenciais-quanto-a-verdade.shtml
NEUDERT BENCE KOLLANYI, P. N. H. L.-M. Junk news and bots during the german
parliamentary election: What are german voters sharing over twitter? Comprop, sep 2017.
SHAH, N.; KUMAR, L. False Information on Web and Social Media: A Survey. Arxiv. Disponível em: <https://arxiv.org/pdf/1804.08559.pdf>. Acesso em 07 de nov 2020.
ZATTAR, Marianna. Competência em informação e desinformação: critérios de avaliação do
conteúdo das fontes de informação. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v.13, n.2, p. 285-293,
nov. 2017. Disponível em: <http://revista.ibict.br/liinc/article/view/4075>. Acesso em: 17 nov.
2020.
Kreitner, R. (2018). Post-truth and its consequences: what a 25-yearold essay tells us about the current moment. Recuperado de https://www. thenation.com/article/post-truth-and-its-consequences-what-a-25-year-oldessay-tells-us-about-the-current-moment
KAPFERER, Jean-Noël. Boatos: o meio de comunicação mais velho do mundo. Lisboa:
Publicações Europa-America, 19. Boatos: o mais antigo mídia do mundo. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1993.
1 Acadêmico: Antunes Marcelo Rodrigues da Silva
2 Tutor externo: Paula Neri Oyama
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso História HID 30 (FLX 2502) – Prática do Módulo VI 17/11/2020
	
	
	
1 Acadêmico: Antunes Marcelo Rodrigues da Silva
2 Tutor externo: Paula Neri Oyama
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso História HID 30 (FLX 2502) – Prática do Módulo VI 17/11/2020

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