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ALTERAÇÕES FÍGADO E PÂNCREAS PATOLOGIA I I MEDICINA VETERINÁRIA – UFJF FÉLIX HENRIQUE AMARAL ALTERAÇÕES DEGENERATIVA - NECRÓTICAS → ESTEATOSE HEPÁTICA (alteração degenerativa, mas não é necrótica) • CAUSAS VARIADAS: • Alimentação com excesso de ac. Graxo (lipólise – quebra da gordura corpórea) • Função hepática anormal com redução da utilização • Menor formação de apoproteinas causando diminuição na formação de lipoproteínas (aflatoxicose → doença causada por fungo Aspergillus que induz a diminuição da formação de proteínas. • Desnutrição, ICC, anemia. • CAUSAS ESPECIFICAS: • Lipidose hepática felina • Pico de lactação ou final de gestação • Toxemia da gestação em ovinos (prenhez gemelar), femea tende a morrer devido a demanda energética no final da gestação. • Fígado maior, aumentado de tamanho (bordos arredondados), friável, amarelado e a faca fica untuosa ao corte. • Animal clinicamente fica ictérico pois os hepatócitos comprimem os ductos biliares. → DEGENERAÇÃO E NECROSE CENTROLOBULAR: (+ comum) • Causado geralmente por ICC direita, anemia e intoxicações • A maioria das intoxicações são por compostos exógenos que precisam de uma metabolização prévia na região centro lobular (região de alta atividade enzimática) para se tornarem tóxicas e no mesmo local que esses compostos são ativados eles causam necrose. • CAUSAS: • PLANTAS TÓXICAS: • Senecio spp. e Crotalaria spp.: produzem alcaloide pirrolizidinico → lesão hepática crônica com fibrose e megalocitose (o alcaloide impede que os hepatócitos façam mitose, a célula se prepara para dividir e não consegue finalizar, ficando com o núcleo grande. • INTOXICAÇÃO POR COBRE, comum em ovinos, pp aqueles criados juntos com os bovinos e alimentam do mesmo sal. • Acumulo de Cu no hepatócito → estresse → libera Cu no fígado → crise hemolítica. → DEGENERAÇÃO E NECROSE MEDIOZONAL • Causado por tratamento a base de corticoide em cães ou pelo aumento da produção do organismo pela adrenal. • Aflatoxicose em suínos e equinos • Hexaclorofeno em gatos (intoxicação por desinfetantes e antibactericidas tópicsos) → DEGENERAÇÃO E NECROSE PERIPORTAL • Area pobre em enzimas, então as drogas que não necessitam de metabolização já são ativadas e causam lesões nessa área. Diferente na necrose centro lobular. → DEGENERAÇÃO E NECROSE ALEATÓRIA • Pontos esbranquiçados bem demarcados sem distribuição anatômica definida • Ex: Salmonelose → DEGENERAÇÃO E NECROSE MACIÇA • Não significa todo órgão como regra • CAUSA: Def. de vitamina E e Selênio pp em suínos, e também em animais de alta performance pois crescem mais rápido e sofrem com a deficiência da vitamina E e Selênio. → ALTERAÇÕES DO FÍGADO: • HIPERBLIRRUBINEMIA: • Maior nível de bilirrubina no sangue podendo ou não apresentar icterícia (mucosa do animal amarelada: sinal clinico) • HEMÓLISE INTRAVASCULAR (pré hepática): acumula bilirrubina no sangue • LESÃO HEPATICA (hepática): em equinos, há a icterícia fisiológica devido ao jejum. • COLETASE: (pós hepática), pode ocorrer por uma lesão intra e extra-hepática: • COLESTASE INTRA HEPÁTICA: lesão hepatocelular, hemólise, hereditário. • COLESTASE EXTRA HEPÁTICA: obstrução intraluminal (cálculos e parasitas ex: faciola hepática) e obstrução extra luminal (neoplasias e inflamações adjacentes) ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS → CONGESTÃO (alt. circulatória) • CAUSAS: • Pericardite traumática: perfuração por objetos perfurantes que perfuram o reticulo → diafragma → pericárdio • Trombose e neoplasias • Pode ser aguda ou crônica • Na aguda há degeneração e necrose centro lobular com padrão lobular acentuado • Na crônica fica conhecido como fígado em noz moscada, há necrose e fibrose centro lobular, a presença de ascite devido a pressão exercida pelo fígado sobre a veia porta, aumentando a pressão hidrostática e favorecendo a saída de exsudato para a cavidade abdominal. CORAÇÃO: DM: hipertrofia excêntrica FÍGADO: Congestão hepática aguda DM: Fígado, congestão passiva crônica Fígado em noz moscada → TELANGIECTASIA: • Áreas avermelhadas e deprimidas, achado incidental de necropsia • Não influencia na função normal do fígado DM: Fígado, telangiectasia multifocal DE: idiopática MACRO: Múltiplos focos de regiões deprimidas de coloração vermelho escura espalhadas ao longo do fígado. → DESVIOS PORTOSSISTÊMICOS: • Anastomoses ou desvios vasculares • CONGÊNITO: persistência do ducto venoso, que causa uma atrofia lobular, deixando o fígado pequeno • ADQUIRIDO: ocorre em animais com lesão hepática acentuada (ex: cirrose hepática, no qual há fibrose centro lobular que se acentua até que o sangue não consiga mais passar pelo fígado e forma desvios vasculares onde o sangue passa da veia porta para a veia cava caudal) RESPOSTA DO FÍGADO A INJURIAS → FIBROSE HEPÁTICA: • ICC→ ativação das células de Kupffer→mediadores inflamatórios → proliferação celular → apoptose nos hepatócitos → células estreladas → produção de tec conjuntivo fibroso → FIBROSE HEPÁTICA • Colágeno tipo I, III e XVIII DM: Fígado, fibrose hepática DE: Insuficiência cardíaca congestiva MACRO: fígado aumentado, firme, com uma capsula branca e pálida. → CIRROSE HEPÁTICA • Fibrose difusa + nódulos de regeneração • CAUSAS: • Intoxicação por alcaloides pirrolizidinicos • Drogas anticonvulsivantes • Intoxicação por cobre em ovinos e congênito em cães Fígado menor, com nódulos de regeneração afuncional e cerca de 80% do órgão perdido. INSUFICIENCIA HEPÁTICA e suas conseq. → CONSEQUÊNCIAS DA INSUFICIENCIA HEPÁTICA → DIATESES HEMORRÁGICAS: (distúrbio metabólico) • Hemorragia generalizada em vários tecidos. → HIPOALBUMINEA: baixa concentração de albumina → diminui a pressão oncótica → ascite e edema. → ENCEFALOPATIA HEPÁTICA: conseq. da insuficiência hepática • Animal fica pressionando a cabeça contra obstáculos devido a dor causada pelo edema cerebral. • Acumulo de substancias toxicas não metabolizadas pelo fígado (amônia) → SINDROME HEPATO CUTÂNEA: • DM: Dermatite superficial necrolitica comum na região do coxim plantar • DE: desconhecido. • DD: Cinomose, pênfigo vulgar → FOTOSSENSIBILIZAÇÃO: • PRIMÁRIA: ingestão de agente fotodinâmico pré formado, ou contido em drogas como tetraciclina e fenotiazina • SECUNDÁRIA: • Lesão hepática → não consegue eliminar a filoeritrina → acumulo no sangue e pele → contato com raios UV → forma radicais livres → agem sobre a membrana dos queratinócitos → fotossensibilização (lesões cutâneas) • Filoeritrina (pigmento fotoativo advindo da declaração da clorofila, em fígado saudável é eliminada) Lesões em áreas com menos pelo e expostas ao sol. → INTOXICAÇÃO POR BRAQUIÁRIA: • PP: Brachiaria decumbes e brizantha • Produzem substancia tóxica chamada saponina → não consegue ser metabolizada pelos hepatócitos → formação de cristais que obstruem a circulação biliar → icterícia → não conseguem eliminar a filoeritrina → FOTOSSENSIBILIZAÇÃO. Fígado amarelo e aumentado de tamanho (impressão das costelas) ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS HEPATITES BACTERIANAS → HEPATITE INFECCIOSA CANINA: • Adenovírus canino 1 • Necrose hepática (centro lobular) e edema da vesícula biliar e diáteses hemorrágicas, CID. Olho azul: animais recuperados. DM: edema corneano DE: uveite induzida por imunocomplexos. DM: Hepatite necrotizante infecciosa DE: Hepatite viral infecciosa por Adenovírus canino 1. E: Adenovírus canino 1 MACRO: edema difuso severo e espessamento na parede da vesícula biliar. ND: Doença de Rubarth → HEPATITE POR HERPESVÍRUS • O vírus se prolifera em ambiente frio, favorável em quadros de hipotermia. • Herpes vírus equino 1, bovino 1, canino 1, caprino, rinotraqueite viral felina e pseudoraiva. • Atinge pp fetos e neonatos (contato via transplacentária ou contato direto com animais de mesma ninhada. DM: Fígado, hepatite infecciosa necrótica DE: Hepatite viral por Herpes vírusE: Herpes vírus... MACRO: pequenas áreas de necrose aleatórias bem demarcadas. DD: Salmonelose. → HEPATITE BACTERIANA: • Abcessos hepáticos, comum em bovinos confinados (acidose lática) onde uma lesão no rumem possibilita a entrada de bactérias na circulação portal que chegam até o fígado. Ou pela onfaloflebite em bezerros. • Causado pelo Fusobacterium necrophorum. DM: Fígado, abcessos hepáticos multifocais e cicatrizes de constrição. DE: Hepatite bacteriana por Fusobacterium Necrophorum. DD: Hepatite granulomatosa → HEPATITE GRANULOMATOSA • Mycobacterium bovis • Fazem granuloma no fígado. DM: Fígado, hepatite granulomatosa AE: Mycobacterium bovis ND: Tuberculose → ABCESSO HEPÁTICO acometendo a veia cava. • Síndrome da veia cava posterior. → HEMOPTISE: • Sangramento de origem no pulmão podendo ser devido ao rompimento do abcesso hepático. → LEPTOSPIROSE: • Anemia hemolítica intravascular → necrose centro lobular • Causa icterícia, hemorragia e ascite. DM: Fígado, necrose hepática DE: Hepatite bacteriana causada por Leptospira ND: Leptospirose. → TULAREMIA: zoonose imp. em animais silvestres (mamíferos e gatos) • Francisella tularensi • DD: • Equinos: Salmonela e Herpes vírus • Cão: toxoplasmose → DOENÇA DE TIZZER (animais silvestres e potros) • Clostridium piliforme Salmonelose, brucelose, listeriose, tizzer, tularemia. ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS HEPATITES POR PROTOZOÁRIOS → HEPATITE NECROTIZANTE ALEÁTÓRIA • Toxoplasma gondii e Neospora canis (as lesões são idênticas) • Toxoplasma pode estar associada a baixa imunidade, com doença previa como cinomose. • PCR: diagnostico definitivo. Imuno-histoquímica pode não ser eficiente, pelo fato de haver reação cruzada. → COCCIDIOSE: • Eimeria stieade • Causa uma colangiohepatite proliferativa (manchas elevadas esbranquiçadas) ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS HEPATITES POR PARASITAS → STRONGYLUS SPP: equinos → CAPILLARIA HEPÁTICA: cães e gatos → FASCIOLA HEPÁTICA: ovinos e bovinos → ASCARIS SUUM: suínos → HEPATITE PARASITÁRIA → ASCARIDIASE • Ascaris summ →migração errática → nódulos no pulmão → proliferação de tec conj. fibroso no fígado →manchas de leite. DM: Fígado, fibrose hepática DE: Hepatite parasitária por Ascaris suum (suínos) → HEPATITE PARASITÁRIA • FASCIOLOSE • Fascíola hepática (caprinos, ovinos e bovinos) • Migra pelos ductos hepáticos, as áreas escurecidas são dejetos do parasito. • DM: Hepatite proliferativa. → Fascíola hepática em bovino • Ectasia e fibrose dos ductos biliares • DM: Colangiopatia proliferativa com ectasia e fibrose. → DOENÇAS NUTRICIONAIS: • HEPATOSE DIETÉTICA: Def. de Vit. E e Sel, a deficiência deles oxidam as membranas celulares que no fígado promove uma necrose hepática maciça (atinge todo o lóbulo), comum em suínos • DOENÇA DO FÍGADO BRANCO: comum em ovinos, animal fica pálido, devido a deficiência de cobalto que é um cofator para B12 e a falta dela causa anemia e necrose centro lobular. → PLANTAS TÓXICAS • Lantana camara: degeneração e necrose hepática • Crotalária spp.: produz um alcaloide que gera uma fibrose e necrose hepática • Cassia ocidentalis: é micótica, causa necrose muscular e também necrose no fígado. • Algas: podem produzir toxinas que são hepatotóxicas (comum em bebedouros) ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS → CARCINOMA HEPATOCELULAR • Comum em cães, de origem epitelial • Massas maiores e numerosas. → COLANGIOSSARCOMA: • Múltiplos nódulos esbranquiçados, distribuídos irregularmente por todo fígado de tamanhos de 1 a 5 cm. • DD: metástase de carcinoma mamário. VESICULA BILIAR → COLELITÍASE: (restos celulares, bacterianos, cel inflamatórias com um núcleo orgânico) • Cálculos formados por um núcleo orgânico onde há a precipitação de sais biliares e colesterol. • MACRO: inflamação e fibrose da vesícula, e pode levar a obstrução e icterícia pós hepática. Vesículas na parede → COLESCISTITES: • Inflamação da vesícula biliar que pode ser causada por colelitíase ou por agente infecciosos como Salmonella entérica sorotipo Dublin em bovinos e em cães por hepatite infecciosa canina. DM: Colescitite fibrinosa e enterite fibrinosa PÂNCREAS EXÓCRINO → HIPERPLASIA NODULAR: • Achados incidentais, não tem consequência clinica → ATROFIA PANCREÁTICA JUVENIL (alteração do desenvolvimento) • Causa apetite voraz e má digestão (diarreia, os animais deixam de digerir proteínas devido a insuficiência pancreática exócrina) • Doença auto imune, comum em pastor alemão. → PANCREATITE AGUDA (alteração inflamatória) • Necrose pancreática aguda, que se inicia devido a uma liberação de enzimas proteolíticas no pâncreas, podendo ser de forma espontânea ou idiopática • Comum em cães e gatos, pp em cadelas obesas e sedentárias • As enzimas proteolíticas vão causas hemorragias e necrose da gordura pancreática. Vai haver liquido sanguinolento com gotículas de gordura, muito edema e hemorragia. MEC: tripsina → ativação da pre calicreina → cascata de coagulação e complemento → trombose hemorragia e inflamação → CID → choque →morte. DM: Pâncreas, necrose pancreática aguda. → PANCREATITE E ESTEATONECROSE: • Saponificação da gordura, consequência da pancreatite. → ESTEATONECROSE. → PANCREATITE CRÔNICA • Fibrose e atrofia pancreática • Achado incidental de necropsia • Pouca capacidade de regeneração • Pâncreas menor, firme e mais claro. • Caes, gatos, cavalos e bovinos • Intoxicação por Zn em ovinos?? (suspeita)