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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTA AMÉLIA – UNISECAL MAYCON ANDRADE DA SILVA PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PONTA GROSSA 2020 MAYCON ANDRADE DA SILVA PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Trabalho apresentado como requisito à obtenção de nota como avaliação do segundo bimestre. Curso de Direito, matéria de Direito Processual Civil I, Centro Universitário Santa Amélia. Professor: Reshad Tawfeiq. PONTA GROSSA 2020 PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Partindo do principio onde a palavra dignidade é originária do latim “dignitas”, onde é traduzida como “o que tem valor”. A palavra “dignitas” ainda é originária de outra, sendo ela a “dignus”, traduzida literalmente como ser digno, valioso, compatível com um proposito. A dignidade é um principio utilizado há muitos séculos, em especifico, na era do Império Romano, onde, as autoridades de um império enviavam uma pessoa para outro território, essa pessoa, então, era chamada de dignitário. Este embaixador, dignitário, então, tinha a função de informar aos governantes de seu império o que estava acontecendo no território do império visitado, e por sua vez promoveria relações diplomáticas, com o intuito de melhoria econômica e cultural entre ambos os impérios. Assim, esse funcionário era considerado digno, pois atuava em acordo com um ideal e possuía o dever de comportar-se em igual com suas obrigações. Na sociedade moderna a dignidade da pessoa vem tomando grandes proporções desde o acontecimento da Segunda Guerra Mundial, fato em que ocorreram grandes atrocidades contra a humanidade. Ao fim das guerras, o mundo se viu diante de diversas necessidades, onde, dentre elas a principal seria a proteção para a vida humana. Com isso, deu-se inicio a criação de Pactos Internacionais, estabelecendo a criação da Organização das Nações Unidas responsável pela atual Declaração Universal dos Direitos Humanos onde ela determina um “ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações”. Em seu primeiro artigo ela estabelece que: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. (p.5) O principio da dignidade humana nasce para proteger o ser humano, garantindo o viver com dignidade e o respeito reciproco, assim, quando se refere ao principio da dignidade, pode ser colocado como um sinônimo de respeito. Dito isso, Carla Pelegrini diz (2004, p. 05) que “o princípio da dignidade da pessoa humana surge como uma conquista em determinado momento histórico. Trata-se de tutelar a pessoa humana possibilitando-lhe uma existência digna, aniquilando os ataques tão frequentes à sua dignidade”. Com a implantação da Constituição da Republica Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana é introduzida como um direito fundamental, pressupondo a igualdade entre todos. Logo em seu artigo 1° ela define que: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III – a dignidade da pessoa humana. (CF/88, ART. 1°, Inc. III) A finalidade deste princípio fundamental é assegurar ao homem um mínimo de direitos que devem ser respeitados pela sociedade e pelo poder público, de forma a preservar a valorização do ser humano. Esse direito preserva a liberdade individual e a personalidade, assim, se trata de um princípio fundamental, alicerce de todo o ordenamento jurídico pátrio. O Novo Código de Processo Civil especifica que: Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. (Art. 8°) Nelson Nery Jr. (2015, p.104) afirma que “o direito processual está subordinado aos princípios constitucionais gerais, onde ressalta que o principio da dignidade humana constitui a norma fundamental do Estado e fundamenta a sociedade”. O artigo 8° do Novo Código de Processo Civil fundamenta que o judiciário tem a função de resguardar o direito, assim seu objetivo é de garantir a proteção e a não violação da dignidade humana. Conclui também que a dignidade caminha juntamente com “a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência”. Tais quais, os princípios evidenciam a garantia da publicidade dos atos processuais como regra, a duração por período razoável e proporcional ao processo julgado e a legalidade das normas. E o juiz / árbitro deve sancionar de acordo com a razoabilidade das normas buscando um melhor resultado para as partes presentes no processo. O juiz, cumprindo a função de resguardar e promover a dignidade humana deve atender a todos, inclusive aos que necessitam de julgado em especial, como os portadores de deficiência auditiva, possibilitando a audiência por linguagem de sinais, estabelecida no artigo 162 do NCPC. Assegura também o direito à acessibilidade ao processo eletrônico para pessoas com deficiência (art. 199, CPC), assegura o direito as partes de permanecerem em silêncio ao depor (art. 388, CPC). Garante à proibição de perguntas vexatórias as testemunhas (art. 459, § 2°, CPC), a impenhorabilidade de alguns bens (art. 833), e favorece a tramitação preferencial dos processos de pessoas idosas ou portadoras de doenças graves (art. 1048, CPC), como, por exemplo, em casos onde pessoas necessitam de algum medicamento, pois suas vidas dependem deste, porem o individuo não possui condições de compra-lo, pedindo então para o Estado fornecer. Ressalta-se que o principio da dignidade humana ainda enfrenta dificuldades em âmbito cultural, isso ocorre devido ao dado cultural ser indissociável da noção de dignidade. Comportamentos considerados degradantes ou inaceitáveis em uma determinada cultura podem ser considerados normais em ambiente cultural diverso. Essas diferenças tendem a ser salientes quando se tratam de culturas diversas, como, por exemplo, as de países ocidentais em contraste com as de alguns países orientais, porem até em sociedades com determinada proximidade cultural as divergências aparecem. Escolha do tema: A dignidade da pessoa humana, princípio assunto da aula de processo civil no dia 22 de maio de 2020, foi o principio onde considerei de maior interesse, pois a partir dele estudamos ao decorrer do bimestre outros princípios que dependem de sua efetividade. Ele determina que todas as pessoas possuam os mesmos direitos e a mesma dignidade. O princípio da dignidade humana também me chamou atenção devido não somente ser utilizado em âmbito jurídico, mas em nosso cotidiano. Ao realizar a pesquisa de modo mais aprofundado é possível compreender que a dignidade da pessoa vem sendo usada á muito tempo, com isso antigamente era utilizado para marcar uma hierarquia entre os indivíduos. Nos dias de hoje isso tomou proporções contrárias e é usado em discurso universal para negar que exista uma hierarquia entre os indivíduos. Portanto, concluo que, nenhuma pessoa deve ser tratada como portadora de maior valor que a outra, isso é explicito tanto no Código de Processo Civil (CPC) quanto na Constituição Federal. No CPC em seu artigo 8° é garantido o direito de igual tratamento dos indivíduos por parte do judiciário. REFERENCIAS: NERY JR, Nelson. Princípios do Processo na Constituição Federal :(processo civil, penal e administrativo)I Nelson Nery Junior.-- 12. ed. rev., ampl. e atual. Com as novas súmulas do STF (simples e vinculantes) e com o novo CPC (lei 13.1 05/2015). -- São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2016. PELEGRINI, Carla Liliane Waldow. Considerações a respeito do princípio da dignidade da pessoa humana. Revista Boni Juris, Curitiba, v. 16, n. 485, p. 5-16, abril 2004. Etimologia, origem do conceito. Acesso eletrônico em 24 de junho de 2020 as 21:44. Disponível em: https://etimologia.com.br/dignidade/ Declaração Universal dos Direitos Humanos. Acesso eletrônico em 26 de junho de 2020, 14:50. Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp- content/uploads/2018/10/DUDH.pdf Constituição da Republica Federativa do Brasil. Edição administrativa do texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, consolidado até a Emenda Constitucional n°99/2017. Código de Processo Civil. Lei n° 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. https://etimologia.com.br/dignidade/ https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf
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