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Brucella - Microbiologia Veterinária

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Brucella 
→ Doenças trazidas pela domesticação dos animais (impacto na Saúde Público). 
→ O queijo concentra as bactérias, sendo revendido nas áreas periféricas do país. 
→ Determina distúrbios reprodutivos no terço final da gestação aproximadamente (7° mês → passagem de nutrientes) 
→ abortos, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, repetição de cio e descargas uterinas com grande 
eliminação da bactéria (infecção dos animais do entorno e dos seres humanos). Por isso a vacinação é necessária no 
período entre 3° e 8° mês. 
→ Essa bactéria tem predileção pelos órgãos sexuais de machos e fêmeas sexualmente maduros → normalmente não 
causa infecções reprodutivas em humanos devido às diferenças entre placentas, porém causa osteomielite, meningite, 
etc. Já em animais, há ocorrência de abortos, orquite, epididimite (infecção de vacas pela Brucella na inseminação 
artificial com sêmen de macho contaminado). 
→ Cadeia O e polissacarídeo → área bacteriana externa na qual os anticorpos das células irão se ligar. 
→ Colônias rugosas (B. ovis e B. canis) ou lisas (B. abortus, B. melitensis e B. suis): as colônias rugosas são caracterizadas 
pela ausência da cadeia O (pode ser deletada por rifampicina – tipo de antibiótico) e são menos virulentas 
(normalmente são eliminadas das células hospedeiras, diferente das bactérias lisas). 
B. abortus e melitensis (lisas): possuem LPS completo (B19 e Rev 1) → cultivo por rifampicina → perda de LPS 
(RBS5) → se torna rugosa 
→ Mecanismo de sobrevivência intracelular pelas bactérias e determinante da virulência: inibição do fago-lisossomo. 
Infecção do hospedeiro → endocitose – engolfamento por fagócitos (macrófagos) → inibição do fago-
lisossomo → multiplicação bacteriana dentro do macrófago → corrente sanguínea e linfática (bacteremia em 
2 semanas – morte do macrófago pelo Interferon-Gama e liberação das Brucellas proliferadas para infectar 
outros macrófagos) → IL-4 (indicadas no diagnóstico) e IL-12 (proteção do organismo) → migração das 
Brucellas para os linfonodos regionais → cotilédones do útero atuam como passagem bacteriana da mãe ao 
feto e desencadeia placentite, podendo gerar aborto (progesterona é fonte nutricional), úbere (as bactérias 
se abrigam para “fugir” das IgM e IgG), linfonodos da região, fígado e baço. 
Sepse bacteriana → resíduo (LPS da parede) bacteriano circulante no corpo → falência de órgãos (apoptose). 
Septicemia → bactéria circulante. 
→ Antigamente, o eritritol era considerado um importante fator de crescimento bacteriano, encontrado em 
abundância na placenta de ruminantes e suínos, além das glândulas mamárias e epidídimo. Atualmente, já sabe-se 
que o fator nutricional é a progesterona durante o período gestacional. 
→ Bursite inter-escapular/lesão de cernelha → principal problema causado pela B. abortus (Igs não chegam nas 
capsulas articulares para combater a infecção). 
→ Para comércio internacional (identificação de rebanhos contaminados) e esquemas nacionais de erradicação, faz-
se teste sorológico de B. melitensis e B. suis. 
Preocupação → reação cruzada em testes de aglutinação por antígenos de Yersinia enterocolitica. 
→ B. abortus: biovares (“cepas”) 1, 2 e 3 → brucelose bovina. 
→ B. suis: biovar 1 
→ B. ovis e B. canis: sem biovar 
→ Encontrada em distúrbios placentários ou inspeção de peças de frigoríficos. 
→ Métodos de crescimento: 
• Ágar sangue, Ágar Columbia (utilizado para isolamento) ou Tripticase. 
• Cocobacilos vermelhos na coloração de Ziehl-Neelsen modificado → são bactéria que não descoram com 
aplicação de ácido acético 5% (normalmente empregado para coloração de Gram), por isso são classificadas 
com Ziehl-Neesen-positivas. 
• Aeróbicos e anaeróbios facultativos. 
• Capnofílicas: crescimento ótimo sob altas concentrações de carbono no meio. 
• Cocobacilos Gram-negativos. 
• Catalase e oxidase-positivas. 
• Não-hemolíticas em ágar sangue. 
→ Transporte dentro do macrófago pelo corpo do animal (ausência de flagelo). 
→ Não produz esporos. 
→ Fontes primárias de infecção: 
• Animal hospedeiro (latência e incubação em glândula mamária/endométrio). 
• Fetos mortos. 
• Ingestão de placenta contaminada pelos animais do local (gambás, javalis, gatos, etc) como forma de infecção. 
• Sêmen, descargas uterinas e vaginais, leite (migração para células de defesa e infecta o úbere, se tornando 
sorologicamente negativa devido a imunidade diferenciada da glândula mamária – só recebe imunidade do 
colostro – em relação a sistêmica). 
*Mesmo que cada espécie de Brucella tenha sua predileção, as espécies abortus, melitensis e suis podem infectar 
outros animais. 
→ Transmissão: indivíduos envolvidos (bovinos, cães, etc → contato direto pra humanos e via oral/genital entre 
animais) e seus subprodutos (via oral → leite e derivados). 
Na produção de progesterona → contaminação. 
→ Brucellas se evadem do sistema imune e se localizam em linfonodos e articulações, sendo que a glândula mamária 
é independente ao organismo e só se torna pertencente ao organismo em si no momento gestacional (fora esse 
período, mesmo que a glândula esteja infectada, o resultado é falso negativo). 
→ A diferenciação de espécies de Brucella é feita por testes bioquímicos devido aos requerimentos culturais 
específicos e inibição do crescimento por corante. 
 
→ Teste de aglutinação anti-soro monoespecífico: detecção de antígenos de superfície, como A (abortus), M 
(melitensis) ou R (Brucellas rugosas – ovis e canis). 
→ Teste de diluição de rotina (uso de bacteriófagos): lise de isolado de B. abortus. 
→ Meios de controle: desinfetantes (álcool 96%, hipoclorito de sódio/cálcio, formol ou fenol), fervura, autoclave e 
pasteurização (lenta ou rápida). 
→ Brucelose bovina (B. abortus): 
▪ Contaminação com maior frequência é por ingestão, porém pode ser adquirida por contato venéreo, 
penetração por lesões de pele, inalação ou transmissão placentária (cotilédones ou ingestão pós-parto). 
▪ Grande número de brucellas é excretado nos fluidos fetais por cerca de duas a quatro semanas após o aborto e em 
partos subsequentes, embora bezerros infectados pareçam normais. 
▪ Em vacas, a infecção das glândulas mamárias e linfonodos pode persistir por anos, com excreção intermitente do 
patógeno através do leite. 
▪ Em rebanhos afetados, a brucelose pode resultar em diminuição da fertilidade, redução na produção de leite, 
aborto (consequência da placentite) em animais de reposição suscetíveis e degeneração testicular em touros. 
▪ Diagnóstico: abortos em novilhas de primeira cria e em animais de reposição (indicativo de infecção), 
aglomerados de cocobacilos ZNM-positivos evidentes em esfregaços de cotilédones, conteúdo do abomasal 
fetal e em secreções uterinas. 
▪ Diagnóstico confirmatório: isolamento e identificação de B. abortus é confirmatório (aparência das colônias, 
ZNM-positivos, aglutinação com o anti-soro, rápida urease). 
▪ Testes intradérmicos (brucelina) e teste em tecidos (PCR). 
 
▪ Tratamento e controle: tratamento em bovinos não é praticável, por isso esquemas nacionais de erradicação 
são utilizados para detectar e abater animais infectados. Ademais, deve-se praticar provas sorológicas, higiene 
das instalações, quarentena, educação sanitária e vacinação (não pode ser feita em fêmeas gestantes, pois a 
vacina vai gerar aborto devido a presença de progesterona). 
▪ Machos não podem ser vacinados (testosterona e progesterona) e, se forem vacinados erroneamente, deve-
se fazer orquiectomia imediatamente. 
▪ Tratamento de pessoas contaminadas por infecção acidental: 6 meses de rifampicina. 
▪ Controle (assegurado por legislação): vacinação em bezerras (3-8 meses, preferencialmente até os 6 meses) 
por B19 (vacina viva atenuada que induz Ac) e fêmeas adultas acima de 24 meses negativadas com RB 51. 
B19 → presença da cadeia O da LPS 
RB 51 → cadeia O da LPS deletada 
→ Brucelose caprina e ovina (B. melitensis): 
▪ Caprinos são mais suscetíveis.▪ A doença clínica é semelhante à brucelose bovina (aborto, orquite, artrite e higroma). 
▪ O programa de ação com testes e abate também pode reduzir a prevalência da doença em áreas endêmicas. 
▪ Testes: aglutinação com o antígeno rosa de bengala e de fixação do complemento. 
▪ Vacina → administrada por via subcutânea ou conjuntival, é usada em cabritos e cordeiros com até seis meses 
de idade. 
 
→ Brucella ovis: 
▪ Epididimite ou placentite. 
▪ Fertilidade reduzida em carneiros, abortos esporádicos em ovelhas e mortalidade perinatal aumentada. 
▪ Transmissão venérea carneiro-carneiro e carneiro-ovelha. 
▪ Ovelhas cobertas por carneiros desenvolvem a doença, porém fica em latência inicialmente. 
▪ Testes sorológicos e palpação escrotal. 
→ Brucelose suína (B. suis): 
▪ Lesões inflamatórias crônicas nos órgãos reprodutivos, às vezes, ossos e articulações. 
▪ Programa de testes e abate para controle. 
▪ Com opsoninas no saco vaginal que impedem a migração bacteriana e consequentemente impedem também 
a infecção. Na inseminação artificial isso não ocorre, pois o sêmen é depositado já no útero → infecção. 
▪ Reprodutores devem passar por testes diagnósticos com base na coleta de material das articulações, além do 
sangue. 
→ Brucelose canina (B. canis): 
▪ Dificuldade diagnóstica, infecções relativamente moderadas e assintomáticas. 
▪ Forma clínica → abortos, diminuição da fertilidade, redução no tamanho das ninhadas e mortalidade neonatal. 
▪ A maioria das cadelas que abortaram tem gestações subsequentes normais. Já cães machos apresentam 
infertilidade (associada a orquite e epididimite. 
▪ A discoespondilite pode resultar em claudicação e em paresia ou paralisia. 
▪ Testes: aglutinação em lâmina contendo 2-mercaptoetanol (triagem) e aglutinação em tubo, ELISA e 
imunodifusão em ágar-gel (confirmatórios). 
▪ Tratamento: limitado a animais não-utilizados para cruzamentos (bem-sucedido no início do curso da doença). 
▪ Animais infectados castrados reduzem o risco da transmissão. 
▪ Não há vacinas comercialmente disponíveis. 
→ Brucelose em humanos: 
▪ Mais suscetíveis à infecção por B. abortus, B. suis, B. melitensis e B. canis (raramente). 
▪ Transmissão por contato com secreções ou excreções de animais infectados (lesões de pele, inalação e 
ingestão atuam como rotas para infecção). 
▪ Fontes de infecção: leite in natura e produtos feitos com leite não-pasteurizado (queijos). 
▪ Febre ondulante (pirexia flutuante, mal-estar, fadiga e dores musculares e articulares). 
▪ Abortos não são característicos, porém a osteomielite é a complicação mais comum. 
▪ Tratamento: terapia antimicrobiana administrada no início da infecção.

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