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Estudos Disciplinares XII

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Estudos Disciplinares XII
“Em 2003, a UNESCO adota uma declaração sobre a destruição internacional do patrimônio cultural; o preâmbulo lembra que essa destruição afetou “toda a comunidade internacional”. O texto estipula que os Estados membros se comprometem a combater as destruições intencionais do patrimônio comum, não importam quais sejam elas, de sorte que esse patrimônio possa ser transmitido de geração para geração.” (BENHAMOU, Françoise. Economia do patrimônio cultural. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2016. p. 127)
( ) A responsabilidade da humanidade como um todo defende as manifestações culturais do patrimônio mundial independentemente das fronteiras nacionais.
“As lutas de representações têm tanta importância como as lutas econômicas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo se impõe, ou tenta impor, sua concepção do mundo social, os valores que são seus, e o seu domínio! (CHARTIER, Roger – A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL, 1990, p. 17).
 Os grupos sociais no poder procuram garantir a preservação da sua memória na seleção daquilo que vai ser considerado patrimônio histórico.
Nos primeiros trinta anos, a chamada “fase heroica” do Sphan, na qual o órgão esteve sob o comando de Rodrigo Melo e Franco, o conceito de bem cultural, repercutindo no patrimônio eleito para ser preservado, pautava-se em critérios:
Estéticos, estilísticos e comprometidos com uma visão histórica elitista.
A cultura constitui uma dimensão fundamental do processo de desenvolvimento e contribui para fortalecer a independência, a soberania e a identidade das nações. O crescimento tem sido concebido frequentemente em termos quantitativos, sem levar em conta a sua necessária dimensão qualitativa, ou seja, a satisfação das aspirações espirituais e culturais do homem. O desenvolvimento autêntico persegue o bem-estar e a satisfação constantes de cada um e de todos.” (CURY, Isabelle. Cartas patrimoniais. Rio de Janeiro, IPHAN, 2000, 2. ed., p. 273).
A relação que estabelece entre desenvolvimento sustentável e manutenção da herança cultural como questão de sobrevivência dos grupos sociais na medida em que isso contribui para a manutenção da sua identidade e coesão.
No final do século XX, com o impacto da globalização e da indústria cultural, a valorização das identidades culturais múltiplas repercute nas formulações teóricas sobre o patrimônio. Sobre as concepções então forjadas podemos afirmar que:
As identidades locais e as singularidades dialogam com o nacional.
O patrimônio, assim, depende do passado, conta sua história e nos traz até o presente, cuja criatividade nutre”. (Benhamou, Françoise - Economia do patrimônio cultural. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2016. p. 11).
 O conhecimento sobre o passado oferecido pelo patrimônio nos vincula ao presente e estimula a nossa criatividade.
Algumas críticas em relação à divisão do patrimônio em conjunto de bens tangíveis ou de bens intangíveis consideram que, em certo sentido:
Todo patrimônio tem algum componente imaterial, pois algo só passa a ser considerado patrimônio quando lhe são atribuídos sentidos e significados simbólicos.
Ao termo patrimônio histórico podemos relacionar os seguintes conceitos:
Identidade, tradição, memória.
A identidade nacional é uma das formas de pertencimento que teve seu apogeu nos séculos XIX e XX, que envolve a soberania de um governo sobre um território e que pressupõe a existência de mecanismo de incorporação e a construção de um sentimento de identidade para a população – o povo”. (OLIVEIRA, Lúcia Lippi – Cultura é patrimônio. Um guia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008, p. 9-10).
Museus, arquivos e patrimônio histórico.
A criação do Sphan na década de 1930, portanto, não foi um ato isolado nem deslocado, mas uma peça importante no conjunto de atos políticos implementados pelo projeto ideológico de construção simbólica da nação.” (PEREIRA, Júlia Wagner. O tombamento: de instrumento a processo na construção de uma ideia de nação”. IN CHUVA, M.; NOGUEIRA, A. G. (orgs). Patrimônio Cultural. Políticas e perspectivas de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2012, p. 162).
Cultura histórica, concepção de que o Estado constrói a Nação e valorização do patrimônio nacional como fonte do imaginário da nação.

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