Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO SECRETARIA EXECUTIVA ADJUNTA PEDAGÓGICA DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS GERÊNCIA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECÍFICO E DA DIVERSIDADE COORDENAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA DA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MANAUS - AMAZONAS 2020 Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II Fone: (92) 3614-2323 Manaus-AM - CEP 69075-830 Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II Fone: (92) 3614-2323 Manaus-AM - CEP 69075-830 WILSON MIRANDA LIMA Governador do Estado do Amazonas LUIS FABIAN PEREIRA BARBOSA Secretário de Estado da Educação e Desporto (em exercício) RAIMUNDO DE JESUS TEIXEIRA BARRADAS Secretário Executivo Adjunto Pedagógico ROSALINA MORAES LOBO Secretária Executiva Adjunta de Gestão ARLETE FERREIRA MENDONÇA Secretária Executiva Adjunta da Capital ANA MARIA ARAÚJO DE FREITAS Secretária Executiva Adjunta do Interior HELLEN CRISTINA SILVA MATUTE Diretora do Departamento de Políticas e Programas Educacionais KÁTIA REGINA MENEZES MENDES Gerente de Atendimento Educacional Específico e da Diversidade FLORISBELA DA SILVA CARDOSO Coordenadora da Educação de Jovens e Adultos Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II Fone: (92) 3614-2323 Manaus-AM - CEP 69075-830 PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II Fone: (92) 3614-2323 Manaus-AM - CEP 69075-830 Coordenação Geral Raimundo de Jesus Teixeira Barradas Departamento de Políticas e Programas Educacionais Hellen Cristina Silva Matute Coordenação Técnica Florisbela da Silva Cardoso Valcilene da Silva Vieira Equipe Técnica EJA Aldenéia Soares da Cunha Antônio Erivaldo Onorato Pinheiro Débora Santiago de Albuquerque Elianey Hernani de Oliveira Hellen Cristina dos Santos Viana Lorena Marinho Neila Lilian Farias Buzaglo Maria do Socorro Gomes Ferreira Equipe de Professores Especialistas Área de Linguagens Arte - Bjarne Lima Furtado - Simara Brasil Couto de Abrantes Educação Física - Hemelly da Silva Areias -Ralcilândia Carvalho de Oliveira Língua Inglesa - Fernanda Gurgel Silva Língua Portuguesa - Ozeli Martins Sarmento - Sirlei Adriani dos Santos Baima Elisiário - Tatiana Del Pilar Rivera Barros Área de Ciências da Natureza Ciências - Débora Santiago de Alburquerque - Gabriel Muca Vale Pereira Área de Ciências Humanas Geografia - Aldenéia Soares da Cunha -Josildo Severino de Oliveira - Maria Helena Carvalho Mourão História - Franco Lindemberg Paiva dos Santos - Raimunda Nonata de Sousa Área de Matemática Matemática - Antônio Erivaldo Onorato Pinheiro - Nilo da Sena Silva Filho - Rosilei Cardozo Moreira Ensino Religioso Ensino Religioso - Francisco Sales Bastos Palheta PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II Fone: (92) 3614-2323 Manaus-AM - CEP 69075-830 Colaboradores Especificidades EJA Pedagoga GAEED - Janilce Negreiros Ferreira Educação Ambiental - Telma Oliveira Prado Educação Especial -Sabrina Samantha Prado dos Santos Educação do Campo - Rainalda Mota Serra Educação Indígena - Alcilei Vale Neto Educação na Diversidade - Elizângela de Almeida Silva Educação Mediada por Tecnologia - Wilmara Cruz Messa Monteiro Exame Supletivo de EJA/Sistema Eletrônico de Avaliação (SEA) Certificação - Mariene Silva Freitas Revisão Ortográfica e Pedagógica Aldenéia Soares da Cunha Antônio Erivaldo Onorato Pinheiro Débora Santiago de Albuquerque Hellen Cristina dos Santos Viana Neila Lilian Farias Buzaglo Lorena Marinho Valcilene da Silva Vieira Elisangela de Almeida Silva PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO APRESENTAÇÃO Com a mesma crença de Nelson Mandela de que a ―educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo‖ é que entregamos a todos os profissionais da EJA a Proposta Curricular e Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos que norteará a Rede Estadual de Educação do Amazonas. Proposta esta que foi construída por muitas mãos, discutidas por diversos profissionais das mais diferentes áreas de conhecimento e elaborada a partir dos fundamentos e pressupostos em que se sustenta a educação nacional, tendo como pilar as mudanças trazidas pela homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pela aprovação do Referencial Curricular Amazonense do Ensino Fundamental e Médio. Num momento de expectativas, transformações e definições para toda a Educação Básica, construiu-se um documento norteador, completo e contemporâneo, que tem como objetivo central a melhoria da qualidade da educação no nosso estado, contemplando o desenvolvimento do estudante em toda sua integralidade. Importante registrar e agradecer o esforço das equipes da Secretaria de Educação e Desporto que contribuíram significativamente na organização e aprovação da Proposta. Foram várias reuniões, idas e vindas que proporcionaram muitas reflexões e aprendizados. Os desafios continuam, mas temos certeza que a partir do trabalho apresentado aqui, a EJA se consolidará como forte ferramenta de construção da cidadania e repercutirá de forma positiva em toda a sociedade Amazonense. Convidamos todos os gestores, professores, estudantes e comunidade escolar a se debruçarem sobre a Proposta, lembrando que ela não é inflexível, não é perfeita, mas é a vontade de consolidar e garantir os direitos de aprendizagens de todos os estudantes desta rede na perspectiva de uma educação democrática, inclusiva, integral e equânime, por meio de um currículo integrador, fundamentado na abordagem interdisciplinar e transversal, que compreende a concepção de complementaridade entre todas as áreas de conhecimento e seus respectivos componentes curriculares. Dessa forma é importante que você se sinta parte deste documento, posto que este reflete toda a complexidade que envolve o cenário educacional do estado PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO do Amazonas, e buscando atender às transformações e à diversidade da sociedade atual. Assim, espera-se que este documento seja apenas um caminho para estimular e fortalecer o trabalho que já é realizado nas nossas unidades escolares. Contamos com o apoio de todos vocês! LUIS FABIAN PEREIRA BARBOSA Secretário de Estado da Educação e Desporto (em exercício) INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 07 CAPÍTULO I .............................................................................................................. 10 CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA / ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ....................................................................................... 10 1.1 Fundamentação Teórica e Marco Legal: Construção Histórica do Conceito de EJA no Brasil ...................................................................................... 10 1.2 Fundamentos filosóficos ........................................................................... 16 1.3 Concepções metodológicas na modalidade EJA .................................... 20 1.3.1 Os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos ........................................... 20 1.4.1 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Fundamental ..................... 23 1.4.2 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Médio................................. 25 1.4.3 Organizaçãodo trabalho pedagógico .......................................................... 27 a) Planejamento .............................................................................................. 28 b) Avaliação da aprendizagem na escola ...................................................... 30 1.5 Procedimentos Operacionais/Funcionamento da EJA ........................... 33 1.5.1 Formas de Ingresso/Matrícula na Modalidade ......................................... 34 1.5.2 Sistema de matrícula ...................................................................................... 35 1.5.3 Calendário escolar ......................................................................................... 35 1.5.4 Horário Escolar ........................................................................................... 35 1.5.5 Frequência do estudante ........................................................................... 35 1.5.6 Transferências para o 2º segmento .......................................................... 35 1.5.7 Transferências para o 3º segmento .......................................................... 36 1.5.8 Horário de trabalho do professor .............................................................. 37 1.6 Exames de Classificação ........................................................................... 37 1.7 Certificação ................................................................................................. 38 1.7.1 Certificação nas Escolas e CEJA .............................................................. 38 1.7.2 Certificação e Regularização de estudo pelos exames nacionais ENCCEJA e ENEM ................................................................................................... 39 1.7.3 Exame Supletivo da EJA/Sistema eletrônico de avaliação – SEA .......... 39 1.7.3.1 Operacionalização do SEA .......................................................................... 41 1.8 Especificidades de Atendimento da EJA ................................................. 43 1.8.1 Educação especial ......................................................................................... 43 1.8.2 Educação Escolar Indígena ....................................................................... 45 1.8.3 Educação do Campo .................................................................................. 46 1.8.5 Educação Socioeducativa ......................................................................... 47 1.8.6 Ensino Presencial com Mediação Tecnológica ........................................... 48 CAPÍTULO II ............................................................................................................. 50 CURRÍCULO – APRENDIZAGENS ESSENCIAIS ................................................... 50 2.1.1. Socioemocionais ........................................................................................... 55 2.2 Alfabetização e Letramento ....................................................................... 56 2.3 Temas Contemporâneos Transversais ............................................................ 59 2.3.1 Educação para as Relações Étnico-raciais .................................................. 60 CAPITULO III ............................................................................................................ 65 ORGANIZADOR CURRICULAR ENSINO FUNDAMENTAL .................................. 65 3.1 Área de Linguagem ..................................................................................................... 65 3.2 Área de Matemática ................................................................................................... 292 3.3 Área de Ciências Naturais ........................................................................................ 341 3.4 Área de Ciências Humanas ....................................................................................... 376 3.5 Área de Ensino Religioso ......................................................................................... 445 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 467 7 INTRODUÇÃO As novas concepções educacionais foram influenciadas pelos avanços tecnológicos, pelo fenômeno da globalização, pelas ciências em geral e pelas mudanças políticas, sociais e econômicas dos últimos tempos, gerando a necessidade de uma reorganização curricular no país e consequentemente a construção de documentos como a Base Nacional Comum Curricular - BNCC o Referencial Curricular Amazonense – RCA. Diante disso, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto apresenta a Proposta Curricular e Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos – EJA do Ensino Fundamental e Ensino Médio, construída por profissionais da educação de forma participativa. O trabalho foi norteado pelo entendimento de que a EJA é parte importante do sistema educacional, cujo desafio permanente é atender as exigências da sociedade e saldar uma dívida histórica e social apoiando-se em suas três funções básicas: equalizadora, reparadora e qualificadora, como bem define o Parecer CNE/CEB nº11/2000. Os principais desafios da EJA são caracterizados pelo alto índice de analfabetismo e evasão escolar. Embora muitos esforços tenham sido empreendidos para combater o analfabetismo, o IBGE/INEP (2020) explicita em números absolutos que no Brasil a taxa de analfabetos representa 11,5 milhões de pessoas que não escrevem e nem leem. No Amazonas, esta taxa é de 5,4% de pessoas com 15 anos ou mais de idade. Agregado a este contexto, tem-se o elevado índice de evasão ou abandono motivado por fatores como: vulnerabilidade, trabalho, gravidez precoce e outros. Ademais, a construção de uma proposta curricular e pedagógica exige o atendimento das necessidades destes sujeitos respeitando o contexto cultural e socioeconômico, incluindo nela as diversidades e especificidades da EJA: educação para os privados de liberdade, educação especial, educação do campo, diversidade de gênero, educação indígena e quilombolas. A elaboração da proposta, embasada em documentos legais, deve respeitar as rápidas e contínuas transformações da sociedade integrando às expectativas dos estudantes com maior consciência de si próprios e que buscam uma aprendizagem mais significativa nas diferentes áreas do saber e do fazer. 8 Para a realização desta tarefa, o Departamento de Políticas e Programas Educacionais – DEPPE e a Gerência de Atendimento Educacional Específico e da Diversidade- GAEED designou como grupo de trabalho a equipe da Coordenação de Educação de Jovens e Adultos – CEJA, a qual teve por objetivo concatenar as ideias dos diversos setores da educação para sua estruturação. A metodologia utilizada para a constituição da propostas e deu através de reuniões com os diversos setores da SEDUC na elaboração de documentos que contemplam as diversas áreas de conhecimento. Com base nesses documentos, iniciou-se o trabalho da versão preliminar até a conclusão da proposta. O documento é um subsídio para produção pedagógica dentro do espaço escolar para elaboração de projetos e planejamentos curriculares, orientando os profissionais no fortalecimento de suas práticas. A Educação de Jovens e Adultos deve possibilitar aos estudantes a oportunidade de reentrada no sistema educacional para a conclusão com êxito da Educação Básica, além de habilidades que lhes permitam inserções no mundo do trabalho, na vida social e na construção de sua cidadania. Para tanto, é necessário garantir a oferta da EJA Fundamental e Médio para Jovens e Adultos que não tiveram acesso à Educação Básica na idade correlata, oportunizando uma educação de qualidade, apoiada em valores como justiça, responsabilidade, democracia, liberdade e igualdade, bem como, os ideais da solidariedadehumana. Como toda proposta curricular esta não surgiu aleatoriamente, sua principal fonte são práticas educativas que se pretende generalizar, aperfeiçoar ou transformar. A organização da proposta divide-se em dois capítulos. O primeiro capítulo expõe as concepções da EJA e a nova matriz curricular do ensino fundamental e médio. O segundo capítulo trata sobre as aprendizagens essenciais, metodologias e práticas pedagógicas. As mudanças na matriz visam ampliar as possibilidades de acesso do público- alvo à modalidade, uma vez que a EJA passa a ser organizada semestralmente e as matrículas ofertadas em dois períodos anuais. As alterações possibilitam uma prática pedagógica mais próxima e mais adequada as reais condições e características dos sujeitos que compõem a EJA, adequando o oferecimento da referida como uma modalidade diferenciada do ensino regular. Diante desta realidade, a proposta tem um papel vital e deve oportunizar um currículo que tenha como objetivo a formação de um indivíduo dentro da sua 9 integralidade, possibilitando conhecimentos diversos, habilidades, atitudes sociais críticas, criativas e coerentes, contribuindo para o exercício da cidadania plena. Portanto, a SEDUC coloca à disposição dos educadores da EJA um importante instrumento de apoio com a qualidade de referencial que lhe é conferido. 10 CAPÍTULO I CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA / ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (Declaração de Hamburgo, 1997) Contextualizar historicamente a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil abrange questões de natureza social, econômica, política, cultural e, sem dúvida, uma tarefa de construção de significados bastante complexa. Neste documento não apresentaremos detalhes dessa construção histórica, uma vez que ela se encontra brilhantemente analisada no Parecer CNE/CEB nº 11/2000 e na Resolução CNE/CEB nº 6/2010. Contudo, alguns marcos importantes desse processo de amadurecimento de ideias da EJA são essenciais, no âmbito de reivindicações, lutas e debates desenvolvidos por educadores e diferentes segmentos da sociedade. 1.1 Fundamentação Teórica e Marco Legal: Construção Histórica do Conceito de EJA no Brasil Os primeiros vestígios da Educação de Jovens e Adultos no Brasil deu-se com a chegada dos padres jesuítas em 1549. Estes religiosos se dedicaram à catequese, ao ensino dos costumes europeus, ao ensino de ofícios para ajudar na produção local e ao ensino das primeiras letras, tanto de nativos quanto de colonizadores, diferenciando apenas os objetivos para cada grupo social. (ARANHA, 2006) Com a expulsão dos Jesuítas do Brasil, em 1759, a educação de adultos entra em colapso e fica sob a responsabilidade do Estado, de legislar sobre o ensino no Brasil. (MANAUS, 2017, p.12) Entretanto, foi somente a partir da década de 1930 que a educação básica de adultos começou a demarcar melhor seu lugar na história da educação no Brasil. 11 Isto se deu por força da Constituição Federal de 1934, que reconhece pela primeira vez, em caráter nacional, a educação como direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos. Esse documento, ao se referir no artigo 150 do Plano Nacional de Educação, Parágrafo único, inciso a, diz que ele ―deve obedecer, entre outros, ao princípio do ensino primário integral, gratuito e de frequência obrigatória, extensivo aos adultos‖. Ainda que esta proposta não tenha sido efetivada em função do golpe que instituiu o Estado Novo, ela voltou a ser considerada pelo Decreto-lei nº 8.529, Lei Orgânica do Ensino Primário, de 1946, que trata do curso primário supletivo, voltado para adolescentes e adultos, devendo seguir os mesmos princípios do ensino primário fundamental. (Cf. Par. CNE/CEB no 11/2000 apud COSTA e MACHADO, 2017, P. 60) Nessa intencionalidade, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (primeira LDBEN), Lei 4.024/1961, reconhece a educação como um direito de todos e ao tratar do Ensino Primário a partir dos 7(sete) anos, incluiu ―os que iniciarem depois desta idade‖, acenando-lhe com a possibilidade de estudarem ―em turmas especiais ou em cursos supletivos correspondentes a seu nível de desenvolvimento‖. A mesma Lei também determinou, no seu artigo 99 que aos maiores de 16 anos fosse permitida a obtenção de certificados de conclusão do curso ginasial, mediante a prestação de exames (chamados madureza) ou do curso colegial (para os maiores de 19 anos) mediante a prestação de exames (chamados madureza), ―após estudos realizados sem observância de regime escolar.‖ (BRASIL, 2000, p 19) A década de 60 foi um período bastante crítico no Brasil. Muitos problemas, de ordem social, política e econômica da época perduram até hoje (há inclusive os que se agravaram). Em um cenário onde grande parte da população estava impedida de exercer a sua cidadania, cresceram as ideias de educação popular, juntamente com reivindicações pela democratização do ensino. Estudantes e intelectuais atuaram junto a grupos populares desenvolvendo novas perspectivas de cultura e educação, organizadas por diferentes instituições com graus variados de ligação com o Estado. Dentre estes podemos destacar: Movimento de Educação de Base (MEB) e Movimento de Cultura Popular do Recife, iniciados em 1961 e os Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). 12 Nessa mesma época, a principal referência de um novo paradigma teórico e pedagógico surgiu na proposta de um grupo de educadores nordestinos liderados pelo pernambucano Paulo Freire. O Sistema Freiriano propunha um processo de alfabetização crítico e transformador que tinha como unidade básica, os círculos de cultura, onde os procedimentos didáticos giravam em torno de debates que traziam à tona as experiências e a leitura de mundo dos estudantes. Essa concepção dialética e dialógica do ato educativo valoriza o saber e a cultura dos educandos, considerados como produtores de conhecimento, distanciando-se em muito do caráter das propostas eminentemente instrumental, até então apresentadas pelo governo federal. Entretanto, depois de 1964, todos os movimentos que visavam à politização dos estudantes adultos e o desenvolvimento de uma cultura popular foram reprimidos. Paulo Freire e outros educadores e intelectuais foram perseguidos. Tendo que responder às reivindicações por acesso à educação popular, o governo militar criou, em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) que objetivou alfabetizar de maneira funcional os jovens e adultos e assim ―erradicar o analfabetismo e oferecer profissionalização a este público. O Mobral foi criticado em função de seus resultados pífios e acusado de limitar a educação de jovens e adultos a um início de alfabetização.‖ (PERNAMBUCO, 2017, p.15) Na década seguinte, no interior das reformas autoritárias, por meio da Lei 5.692/71, o Ensino Supletivo ganhou capítulo próprio com cinco artigos, um deles dizia que esse ensino se destinava a ―suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que não a tinham seguido ou concluído na idade própria‖. No entanto, limitava o dever do Estado em oferecer escolarização à faixa etária dos 7 aos 14 anos, de matrícula obrigatória e deixa a educação de adultos regulada na lei de dependência da oferta governamental.Ainda de acordo com essa Lei o ensino supletivo poderia abranger, além da alfabetização, a aprendizagem, a qualificação e a atualização. Os cursos poderiam ocorrer por meio de ensino à distância e os exames seriam organizados pelo sistema estadual, de acordo com os respectivos Conselhos de Educação. Também nessa época, o Parecer 699/72 do CFE apontou quatro funções do Ensino Supletivo: a suplência (substituição compensatória do ensino regular pelo supletivo via cursos e exames com direito a certificação de ensino de 1º. Grau, para 13 maiores de 21 anos), o suprimento (conclusão do inacabado, por meio de cursos de aperfeiçoamento e atualização), a aprendizagem e a qualificação. Admitia-se o cumprimento dessas funções fora do ensino regular de 1º. e 2º. Graus, sendo que a aprendizagem e a qualificação foram atribuídas ao Ministério do Trabalho. Foi um período de intenso investimento público no ensino supletivo e um início de uma redefinição de aprendizagem e qualificação. Esse cenário legal perdurou até os anos 80, quando se intensificaram os debates e as críticas ao conceito de Educação de Jovens e Adultos ―como reles ensino supletivo e para escola, destituído do caráter de educação regular e frequentemente reduzido a uma alfabetização inicial e incompleta que, compreensivelmente, se marcava por altas taxas de abandono pelos estudantes.‖ (PERNAMBUCO, 2017, p.16) Em 1985, o MOBRAL foi extinto, surgindo outros programas de alfabetização, como a Fundação Educar que estava vinculada especificamente ao ministério e teve a função de supervisionar e acompanhar, junto às instituições e secretarias, o investimento de recursos transferidos para a execução de seus programas, sendo extinta em 1990. Com a Constituição de 1988 e a nova LDBEN (Lei 9394/96) a Educação de Jovens e Adultos ganhou status de modalidade – ou seja, de ensino regular –, e meios efetivos para o cumprimento das novas funções que hoje lhe são atribuídas, desaparece assim, a noção de Ensino Supletivo existente na Lei 5.692/1971. A LDBEN (Lei 9394/96) consolida em seu Art. 37 que: A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018), e no Artigo 38, temos que: Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular e seus respectivos parágrafos. Além dos avanços advindos da referida lei, houve marcos importantes em nível internacional, dos quais ressaltamos a V Conferência Internacional sobre Educação de jovens e adultos – CONFINTEA –, em 1997, realizada em Hamburgo, na Alemanha. Essa conferência teve como objetivo manifestar a importância da 14 aprendizagem de jovens e adultos e conceber os compromissos regionais, numa perspectiva de educação ao longo da vida que visasse a facilitar a participação de todos no desenvolvimento sustentável e equitativo, de promover uma cultura de paz baseada na liberdade, justiça e respeito mútuo e de construir uma relação sinérgica entre educação formal e não-formal. Com base nos preceitos da LDBEN, Lei 9394/96, o Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica, instituiu o Parecer nº 11/2000 (este documento estabelece as funções da EJA como Reparadora, Equalizadora e Qualificadora) e a Resolução CNE/CEB nº 01/2000 que estabelece as Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos. Estes documentos reafirmam a EJA como modalidade da Educação Básica. Nesta mesma direção, apresentar-se-á outras leis, resoluções e pareceres que dão o amparo legal à Educação de Jovens e Adultos. • RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 04/2010- Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Art. 12: § 3º Os cursos em tempo parcial noturno devem estabelecer metodologia adequada às idades, à maturidade e à experiência de aprendizagens, para atenderem aos jovens e adultos em escolarização no tempo regular ou na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. • PARECER Nº11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. • RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº01/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. • LEI Nº 4.183/2015 – Aprova o Plano Estadual de Educação do Amazonas. • LEI Nº11741/2008- Altera a Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da Educação Profissional Técnica de Nível Médio da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Profissional e Tecnológica. • PARECER CNE/CEB Nº 7/2010- Diretrizes Curriculares Gerais para Educação Básica. 15 • PARECER CNE/CEB Nº 8/2012 Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola. • RESOLUÇÃO CNE/CP/MEC Nº 1/2012 - Diretrizes Nacionais para os Direitos Humanos ―Art. 1º A presente Resolução estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (EDH) a serem observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições‖. • PARECER CNE/CEB Nº 4/98-Fundamenta as diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental, afirmando que os currículos e seus conteúdos mínimos propostos pelo MEC terão seu norte estabelecido através de diretrizes. • RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2/98-Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. • PARECER CNE/CEB Nº15/98-Parecer sobre a propostas de regulamentação da base curricular nacional e de organização do ensino médio." • RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 03/98-Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. • PARECER CNE/CEB Nº 29/2006 – Reexame do Parecer CNE/CEB nº36, que aprecia a Indicação CNE/CEB nº 3/2004, propondo a reformulação da Resolução CNE/CEB nº 1/2000, que definiu Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. • PARECER CNE/CEB Nº 6/2010 – Reexame do Parecer CNE/CEB nº 23/2008 que institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos – EJA; nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos da EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. • RESOLUÇÃO Nº 03/2010 - Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos da EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. 16 • RESOLUÇÃO Nº 137/2012 CEE/AM - Estabelece normas para a Execução de Jovens e Adultos • LEI Nº13.005/2014 -PNE- Plano Nacional de Educação que define através das metas 9 e 10 a universalização da alfabetização, redução do analfabetismo funcional e articulação da EJA com a Educação Profissional. • RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 3/2016 - Define as Diretrizes Nacionais para o atendimento escolar de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. • RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4/2016 - Dispõe sobre as Diretrizes Operacionais Nacionais para a remição de pena pelo estudo de pessoas em privação de liberdade nos estabelecimentos penais do sistema prisional brasileiro. • LEI Nº 13.415/2017 - Alterou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu mudanças na estrutura do ensino Médio. • RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 02/2017 – BNCC- Instituiu e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular. • RESOLUÇÃO CEE/AM Nº 098/2019 – regulamenta o Referencial Curricular Amazonense e orienta a sua implantação. • RESOLUÇÃO CEE/AM Nº100/2015– Aprova o Plano Estadual de Educação – PEE. São várias as normatizações da Educação de Jovens e Adultos, fruto de luta e de um longo caminho percorrido, contudo, ainda se faz necessário dizer que a EJA existe e requer processos de organização social para garantir, junto ao Estado, os princípios constitucionais de democratização das oportunidades educacionais. Neste sentido, esta Secretaria valida o direito à aprendizagem em qualquer tempo e em qualquer idade, do mesmo modo reconhece a necessidade e a urgência da modalidade em estabelecer estratégias para atender de forma diversa, a sujeitos em diferentes condições de aprendizagem. 1.2 Fundamentos filosóficos A educação escolar destinada aos jovens e adultos fundamenta-se no princípio filosófico da Pedagogia Libertadora do educador brasileiro Paulo Freire. 17 Tem como pressuposto básico a ontologia como processo de libertação do ser, ou seja, a concepção de homem como um ser que está sempre se construindo, ―uma busca por ser mais‖, a gnosiologia1 e a Andragogia2 através dos conteúdos históricos e políticos, que não são neutros, transmitidos aos seres. Para Paulo Freire o sentido gnosiológico ultrapassa a ideia de um conhecimento estático. Nesta direção, na proposta Pedagógica freiriana, a educação tem caráter emancipatório, libertador e na medida em que é problematizadora e dialógica, deve privilegiar o exercício da compreensão crítica da realidade e possibilitar não somente a leitura da palavra, a leitura do texto, mais também a leitura do contexto onde está inserida e a partir daí, o estudante deve ir construindo sua própria autonomia. Dentro de uma visão dialética, Freire enfatiza que ―ser sujeito do conhecimento é ser sujeito da história; [...]. É uma palavra assumida com um caráter novo, de autonomia‖ (SILVA, 2008, apud AMAZONAS, 2015, p.21), ou seja, ao educar para autonomia, o ato de conhecer constitui-se em ato de saber, transformando a realidade. As ideias freirianas contribuíram sobremaneira para a reinvenção da escola, e introduziram a Educação de Jovens e Adultos no processo educacional do conhecer, analisar e transformar a realidade. O fundamento desta proposta de educação está na ideia de que o trabalho de transformar e significar o mundo em que vivemos é o mesmo que significa e transforma o próprio homem. Como uma prática sempre coletiva e socialmente significativa, os sujeitos se realizam através de reações tidas como necessárias e motivadoras. É nesse aspecto que a valorização da cultura dos estudantes se torna a chave para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire. Segundo, Brandão (2017) a concepção freiriana coloca a cultura e a política no centro do próprio acontecer da Educação: A educação é pensada como campo da cultura, e a cultura como algo cuja dimensão de realização tem a ver com a gestão de formas de um ativo poder simbólico, que tanto pode reiterar e reordenar uma conjuntura social de desigualdade e de opressão, quanto podem representar a dimensão simbólica de teor político de emancipação e de construção de uma nova ordem social. (BRANDÃO, 2017, p.84) 1 Sobre os termos ontologia e gnosiologia, consultar: Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 24 ed. São Paulo. Paz e Terra, 1996 2 Sobre o termo Andragogia consultar: Brasil Escola. Canal do Educador. Andragogia e a arte de ensinar aos adultos. Disponível emhttps://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho- docente/andragogia.htm acesso em: 11/10/2020. https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/andragogia.htm https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/andragogia.htm 18 A finalidade educativa deve então, estar comprometida com a transformação da sociedade. É nesse sentido que Paulo Freire afirma que: ―A educação, portanto, implica uma busca realizada por um sujeito que é homem. O homem deve ser sujeito de sua própria educação. Não pode ser objeto dela‖. (FREIRE, 1979, p. 28) As contribuições de Paulo Freire comungam com as teorias sociointeracionista3 na EJA, pois estas se manifestam na valorização da bagagem cultural que o aluno trás para a escola. Os alunos jovens e adultos, devido ao seu percurso de vida, experiências pessoais, interpessoais e, muitas vezes, profissionais, apresentam uma diversidade de conhecimentos prévios e cada qual possui um repertório distinto. E a partir desses conhecimentos que se dá o contato com o novo conteúdo, atribuindo-lhe significado e sentido, que são os fundamentos para a construção de novos significados (BRASIL, PROPOSTA CURRICULAR 2◦ SEGMENTO, 2002, pág. 99). Destarte, a proposta curricular do MEC do 2º Segmento enfatiza que na concepção sociointeracionista, o educando é visto como sujeito que interage com o meio em que vive e com a capacidade de transformação; portanto, o processo de desenvolvimento e de aprendizagem e a relação com o ambiente sociocultural, não se desenvolve plenamente sem a ação e interferência do outro. Logo, a escola deve ser mobilizadora e organizadora de um processo em que a comunidade se envolva, onde diversos espaços educacionais da sociedade possam ser integrados, possibilitando a criação de um ambiente cultural que leve à participação e ao reforço das atitudes criativas dos alunos-cidadãos. Ao elegermos as características da interação como processos que integram a educação de jovens e adultos, suscitamos a necessidade de determinar claramente a identidade de um curso de EJA, uma vez que pressupõe um olhar diferenciado para seu público, acolhendo de fato seus conhecimentos, interesses e necessidades de aprendizagem. A escola que atende à educação de jovens e adultos precisa conhecer e levar em consideração as singularidades desses educandos, a fim de não configurar como mera adaptação de uma escola de crianças, nem um suprimento de algo que não tiveram anteriormente. 3 A concepção sociointeracionista, de Vygostsky, expõe que o desenvolvimento humano se dá em relações sociais, por meio do processo de interação e mediação. REGO. Tereza Cristina, 2001, Vozes,11 ed. 19 Pressupõe também a formulação de propostas flexíveis e adaptáveis às diferentes realidades, contemplando temas sociais da atualidade, contextualizados com a realidade local, sem perder de vista que identidade da EJA vem sendo construída e modificada ao longo dos últimos anos. Esse pressuposto nos remete aos períodos de ensino anteriores, quando a denominação supletivo ―embutia‖ conotação de compensar o ―tempo perdido‖ ou ―complementar o inacabado‖, com a ideia de substituir de forma compensatória o ensino regular. Com o rompimento dessas e outras concepções, hoje a educação para jovens e adultos corresponde à aprendizagem e qualificação permanentes e se constituem não como suplementares, mas fundamentais e que favoreçam a emancipação. No exposto, Jamil Cury, (2000) assevera a necessidade em que a escola assuma a função reparadora de uma realidade injusta, que não deu oportunidade nem direito de escolarização a tantas pessoas. Que contemple o aspecto equalizador, possibilitando novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos aspectos de estética e na abertura de canais de participação e mais: que efetive. Mas há ainda outra função a ser desempenhada: a qualificadora, com apelo à formação permanente, voltada para a solidariedade, a igualdade e a diversidade. (BRASIL, 2000, pág. 9). As concepções desta proposta corroboram com as funções apontadas por Cury (2000), nas Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos (DCNEJA), ao mesmo tempo, que relacionam a EJA como modalidade da Educação Básica, a qual deve garantir: Equidade: Distribuição específica dos componentes curriculares para proporcionar um patamar igualitário de formação; restabelecer igualdade de direitos e oportunidades em face dodireito à educação; Diferença: Identificação e reconhecimento da alteridade própria e inseparável dos Jovens e Adultos em seu processo formativo, da valorização de cada um e do desenvolvimento dos seus conhecimentos e valores. Ao enfatizar esses princípios, a proposta procura demonstrar à compreensão, a construção, a aplicação de conhecimentos, e não apenas a reprodução e a repetição de fatos e conteúdos, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Hoje, podemos contar com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com o Referencial Curricular Amazonense (RCA), documentos que definem o conjunto 20 orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, assegurando seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Estes documentos aplicam-se exclusivamente à educação escolar, tal como define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e estão orientados pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. 1.3 Concepções metodológicas na modalidade EJA A metodologia a ser desenvolvida com os Jovens e adultos, deve basear-se no processo Intradisciplinar, Interdisciplinar e Transdisciplinar4, onde as áreas do conhecimento integram-se para que o conhecimento do estudante seja global e não fragmentado. Vale ressaltar que a Educação de Jovens e Adultos deve estar pautada na especificidade de práticas docentes e pedagógicas, na flexibilidade do currículo, no tempo e espaço de aprendizagem próprios da vida adulta, de forma a atender às funções reparadora, qualificadora e equalizadora, previstas para os alunos jovens e adultos dessa modalidade de ensino. Nesse sentido, o currículo para atender as escolas de EJA exige olhares e tratos diferenciados, sobretudo, retomando as autoimagens, identidades, valores e saberes desses sujeitos de direitos. 1.3.1 Os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos. A Educação de Jovens e Adultos tem a função de assegurar a escolarização dos sujeitos que, historicamente, foram excluídos do direito à educação. Com isso, não se quer reduzir a EJA à, escolarização, ao contrário, é fundamental que se reconheça que a luta pelo direito à educação implica, além do acesso à escola, a produção de conhecimento que se dá no mundo da cultura, do 4 Sobre os termos Intradisciplinar, Interdisciplinar e Transdisciplinar consultar os Temas contemporâneos transversais disponível emhttp://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contempor aneos.pdf acesso em 11/10/2020 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf%20acesso%20em%2011/10/2020 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf%20acesso%20em%2011/10/2020 21 trabalho e dos diversos espaços de convívio social, em que jovens e adultos seguem constituindo-se como sujeitos (COSTA e MACHADO, 2017, p. 57) A fala das autoras nos lembra que os sujeitos desta modalidade são reconhecidos por trazerem histórias de vida, ora semelhantes, ora diferentes, porém marcadas por trajetórias de exclusão social dos sistemas de ensino, dos meios culturais, dos meios econômicos e políticos e que ao retornarem ao processo de escolarização, manifestam seu desejo e disposição para o enfrentamento de problemas impostos à sua qualidade de vida. Nessa acepção, compreende-se que a escola, em sua singularidade, contém em si a presença da sociedade como um todo e, que a EJA é a representação viva na escola, da complexidade, diversidade e pluralidade da sociedade brasileira. Observada a diversidade dos estudantes, a modalidade deve ocupar-se em fortalecer políticas públicas de Estado que atendam às: [...] concepções e propostas da EJA voltadas à formação e à emancipação humana, que passam a entender quem são esses sujeitos e que processos políticos-pedagógicos devem ser desenvolvidos para dar conta de suas necessidades, desejos, resistências e utopias (BRASIL, 2000a, p.28 apud DISTRITO FEDERAL,2020, p.14) Segundo Soares et al (2005), os sujeitos da EJA são jovens e adultos de camadas populares que, ao interromperem sua trajetória, repetem histórias, muitas vezes coletivas e familiares, de negação de direitos. Não reconhecer o enraizamento dessa negação, dessa identidade coletiva, social e popular, compromete a percepção da própria história da EJA, correndo-se o risco dessa modalidade ser encarada como mera oferta individual de oportunidades individuais perdidas. (SOARES et al, 2005 apud DF, 2020.p.13) Dentro desta identidade coletiva, é preciso reconhecer e valorizar a diversidade e a individualidade desses sujeitos, buscando sempre o desenvolvimento de práticas pedagógicas em consonância com as necessidades e demandas desse público. Que são pessoas jovens, adultas, idosas, trabalhadores formais e informais, ribeirinhos, indígenas, caboclos, quilombolas, imigrantes, pessoas privadas de liberdade, em situação de rua, imigrantes, refugiados que, ao longo de sua história, não iniciaram ou interromperam a sua trajetória escolar em algum ou em diferentes momentos da vida. 22 No sentido do reconhecimento do público-alvo dessa modalidade, dados coletados no CENSO ESCOLAR(INEP, 2019) mostram que os muitos estudantes matriculados atualmente nesta modalidade, apresentam características distintas dos anos anteriores: percebe-se a redução do número daqueles que não tiveram nenhuma passagem anterior pela escola, dando lugar a adolescentes e jovens recém-saídos do ensino regular. O que pressupõe a persistência do problema da distorção série-idade, gerando, uma EJA ―rejuvenescida‖. A presença de adolescentes e jovens na EJA acarreta desafios tanto aos adolescentes e jovens, quanto ao sistema educacional que precisa organizar-se para melhor atender às características e necessidades deste novo público. O Censo Escolar de 2019 vem ratificar essa informação quando explicita que a faixa etária atendida é de 1.414 estudantes matriculados até 14 anos; 42.586 de 15 a 24 anos, 19.523 de 25 a 39 anos e 10.609 na faixa etária de 40 anos ou mais. 1.4 Organização da Educação de Jovens e Adultos A EJA na rede estadual de ensino do Amazonas tem como foco o atendimento às necessidades, anseios e especificidades dos estudantes jovens e adultos. A modalidade é ofertada em unidades escolares no turno noturno e nos Centros de Educação de Jovens e Adultos – CEJA nos três turnos, contemplando os segmentos do Ensino Fundamental e Médio. A estrutura curricular desta modalidade da Educação Básica está organizada em segmentos e etapas. O 1º segmento corresponde aos anos iniciais do Ensino Fundamental dividido em 4 (quatro) etapas semestrais, com conclusão em 24 (vinte e quatro) meses. O 2º segmento, equivale aos anos finais do Ensino Fundamental dividido em 4 (quatro) etapas com a conclusão em 24 (vinte e quatro) meses. O 3º segmento refere-se ao Ensino Médio dividido em 3 (três) etapas com a conclusão em 18 (dezoito) meses. A organização desses segmentos está fundamentada nos Pareceres CNE/CEB nº 29/2006 e nº 6/2010, nas Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN, Res. nº 3/2010, na Base Nacional Curricular Comum - BNCC, nos Referenciais Curriculares Amazonenses – RCA e nas Resoluções do Conselho Estadual de Educação – CEE/AM. 23 1.4.1 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Fundamental O Ensino Fundamental no 1º segmento terá a duraçãode 24 (vinte e quatro) meses com carga horária de 1.600 horas, sendo distribuída em etapas semestrais de 400 horas, conforme estrutura a seguir: ESTRUTURA CURRICULAR DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS - SEMESTRAL – 24 MESES Dias letivos semestrais: 100 dias Dias letivos semanais: 05 dias Semestre: 20 semanas Carga total por semestre: 400 horas Ano de implantação: 2021 Turno: Diurno e Noturno Carga Horária Total: 1.600 horas BASE LEGAL B A S E N A C IO N A L C O M U M C U R R IC U L A R Á R E A D E C O N H E C IM E N T O C O M P O N E N T E S C U R R IC U L A R E S 1º SEGMENTO 1ª ETAPA 2ª ETAPA 3ª ETAPA 4ª ETAPA T o ta l N A S N A S E M N A S N A S E M N A S N A S E M N A S N A S E M L e i n º 9 .3 9 4 / 1 9 9 6 - L D B E N ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 1 /2 0 0 0 ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 3 /2 0 1 0 ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 2 /2 0 1 7 ; R e s o lu ç ã o C E E /A M n º 1 3 7 /2 0 1 2 ; R e s o lu ç ã o C E E / A M n º 2 4 1 /2 0 1 5 ; R e s o lu ç ã o C E E / A M n º 0 9 8 /2 0 1 9 . Linguagens Língua Portuguesa 08 160 08 160 08 160 08 160 640 Arte 01 20 01 20 01 20 01 20 80 Educação Física 02 40 02 40 02 40 02 40 160 Matemática Matemática 07 140 07 140 07 140 07 140 560 Ciências da Natureza Ciências 02 40 02 40 02 40 02 40 160 Ciências Humanas História 02 40 02 40 02 40 02 40 160 Geografia 02 40 02 40 02 40 02 40 160 Ensino Religioso Ensino Religioso 01 20 01 20 01 20 01 20 80 C A R G A H O R Á R IA TOTAL DE AULAS 25 500 25 500 25 500 25 500 2.000 TOTAL DE HORAS DA ETAPA 400 400 400 400 1.600 TOTAL DE HORAS DO SEGMENTO 1.600 Legenda: NAS= Número de Aulas Semanais NASEM=Número de Aulas Semestrais - Modalidade presencial semestral - Matrícula semestral - Conclusão do segmento em 24 meses - 1ª Etapa (1º ano) 2ª Etapa (2º ano) - 3ª Etapa (3º ano e 4º anos) 4ª Etapa (5º ano) A 1ª Etapa do 1º Segmento atende estudantes não alfabetizados, portanto é importante considerar o desenvolvimento de habilidades e as práticas de aprendizagem desenvolvidas através dos: a) Eixo da Oralidade; b) Eixo de 24 Leitura/Escrita; c) Eixo de Produção/Escrita; d) Eixo de Análise Linguística/Semiótica, requisitos indispensáveis para a continuidade dos estudos; O Ensino Fundamental no 2º segmento terá a duração de 24 (vinte e quatro) meses com carga horária de 1.600 horas, sendo distribuída em etapas semestrais de 400 horas, conforme estrutura a seguir: ESTRUTURA CURRICULAR DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS SEMESTRAL (24 meses) Dias letivos semestrais: 100 dias Dias letivos semanais: 05 dias Semestre: 20 semanas Carga total por semestre: 400 horas Ano de implantação: 2021 Turno: Diurno e Noturno Carga Horária Total: 1.600 horas BASE LEGAL Á R EA S D O C O N H EC IM EN TO C O M P O N EN TE S C U R R IC U LA R ES 2º SEGMENTO 5ª ETAPA 6ª ETAPA 7ª ETAPA 8ª ETAPA To ta l N A S N A SE M N A S N A SE M N A S N A SE M N A S N A SE M L e i n º 9 .3 9 4 / 1 9 9 6 - L D B E N ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 1 /2 0 0 0 ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 3 /2 0 1 0 ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 2 /2 0 1 7 ; R e s o lu ç ã o C E E /A M n º 1 3 7 /2 0 1 2 ; R e s o lu ç ã o C E E / A M n º 2 4 1 /2 0 1 5 ; R e s o lu ç ã o C E E / A M n º 0 9 8 /2 0 1 9 . B A SE N A C IO N A L C O M U M Linguagens Língua Portuguesa 05 100 05 100 05 100 05 100 400 Língua Inglesa 02 40 02 40 02 40 02 40 160 Arte 01 20 01 20 01 20 01 20 80 Educação Física 02 40 02 40 02 40 02 40 160 Matemática Matemática 05 100 05 100 05 100 05 100 400 Ciências da Natureza Ciências 03 60 03 60 03 60 03 60 240 Ciências Humanas História 03 60 03 60 03 60 03 60 240 Geografia 03 60 03 60 03 60 03 60 240 Ensino Religioso Ensino Religioso 01 20 01 20 01 20 01 20 80 C A R G A H O R Á R IA TOTAL DE AULAS 25 500 25 500 25 500 25 500 2.000 TOTAL DE HORAS DA ETAPA 400 400 400 400 1.600 TOTAL DE HORAS DO SEGMENTO 1.600 Legenda: NAS= Número de Aulas Semanais NASEM=Número de Aulas Semestrais OBSERVAÇÃO: - Modalidade semestral - Matrícula semestral - 60% da carga horária estabelecida ocorrerá em sistema presencial e 40% em estudo orientado. - Conclusão do segmento em 24 meses. - 5ª Etapa (6º ano) 6ª Etapa (7º ano) - 7ª Etapa (8º ano) 8ª Etapa (9º ano) 25 1.4.2 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Médio O Ensino Médio do 3º segmento terá a duração de 18 (dezoito) meses com carga horária de 1.200 horas, sendo distribuída em etapas semestrais de 400 horas, conforme estrutura a seguir: ESTRUTURA CURRICULAR DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO MÉDIO – SEMESTRAL (18 MESES) Dias letivos semestrais: 100 dias Dias letivos semanais: 05 dias Semestre: 20 semanas Carga total por semestre: 400 horas Ano de implantação: 2021 Turno: Diurno e Noturno Carga Horária Total: 1.200 horas BASE LEGAL Á R E A S D O C O N H E C IM E N T O C O M P O N E N T E S C U R R IC U L A R E S 3º SEGMENTO 9ª ETAPA 10ª ETAPA 11ª ETAPA T o ta l N A S N A SE M N A S N A SE M N A S N A SE M L e i n º 9 .3 9 4 / 1 9 9 6 - L D B E N ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 1 /2 0 0 0 ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 3 /2 0 1 0 ; R e s o lu ç ã o C N E /C E B n º 2 /2 0 1 7 ; R e s o lu ç ã o C E E /A M n º 1 3 7 /2 0 1 2 ; R e s o lu ç ã o C E E / A M n º 2 4 1 /2 0 1 5 ; R e s o lu ç ã o C E E / A M n º 0 9 8 /2 0 1 9 . F O R M A Ç Ã O G E R A L B Á S IC A Linguagens e Suas Tecnologias Língua Portuguesa 05 100 05 100 05 100 300 Língua Inglesa 01 20 01 20 - - 40 Arte 02 40 - - - - 40 Educação Física 01 20 01 20 01 20 60 Matemática e Suas Tecnologias Matemática 04 80 04 80 05 100 260 Ciências da Natureza e Suas Tecnologias Química 02 40 03 60 03 60 160 Física 02 40 03 60 03 60 160 Biologia 02 40 02 40 02 40 120 Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Filosofia 01 20 01 20 01 20 60 Sociologia 01 20 01 20 01 20 60 História 02 40 02 40 02 40 120 Geografia 02 40 02 40 02 40 120 C A R G A H O R Á R IA TOTAL DE AULAS 25 500 25 500 25 500 1.500 TOTAL DE HORAS DA ETAPA 400 400 400 1.200 TOTAL DE HORAS DO SEGMENTO 1.200 Legenda: NAS= Número de Aulas Semanais NASEM=Número de Aulas Semestrais OBSERVAÇÃO: - Modalidade semestral - Matrícula semestral - 60% da carga horária estabelecida ocorrerá em sistema presencial e 40% em estudo orientado. - Conclusão do segmento em 18 meses - 9ª Etapa (1ª série) 10ª Etapa (2ª série) - 11ª Etapa (3ª série) 26 O componente curricular de Educação Física é de caráter obrigatório em todas as etapas e modalidades da educação básica nas escolas públicas e particulares, no âmbito do Estado do Amazonas de acordo com a Lei nº 4.817, de 17 de abril de 2019 e a Resolução nº 09/05 - CEE/AM, sendo desenvolvida através de práticas desportivase culturais voltadas ao movimento corporal e a ludicidade; No Artigo 5º da resolução supracitada os estudantes podem ser dispensados das atividades práticas desde que: a) comprove ser portador de afecções congênitas ou adquiridas, infecções, traumatismo ou outras condições mórbidas atestadas por médico; b) exerça atividade profissional em jornada igual ou superior a 6 (seis) horas; c) seja maior de trinta anos de idade; d) esteja prestando serviço militar ou em situação similar; e) tenha prole; f) comprove estar realizando prática desportiva na Fundação Vila Olímpica, vinculados às Federações Desportivas. O componente curricular Ensino Religioso conforme a LDBEN/1996 estabelece em seu artigo 33, é de matrícula facultativa, parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural, religiosa do Brasil, vedadas qualquer forma de proselitismo. Os objetos do conhecimento referentes às relações étnico-raciais, a história e cultura afro-brasileira e africana, assim como as dos povos indígenas brasileiros, serão ministrados no âmbito de todo currículo escolar, em especial nos componentes de Língua Portuguesa, Artes e História, conforme a Lei 10.639/2003 e a Lei 11.645/2008, estando em acordo com as Diretrizes Curriculares para educação das relações étnico- raciais e o ensino da história e cultura africana e afro brasileira na Educação Básica; Os temas Sociais da atualidade: Religiosidade, Direitos Humanos (princípios, fundamentos e objetivos), Ética, Pluralidade Cultural (contribuições das culturas branca, negra, indígena, mestiça, quilombola, dentre outras), Saúde, Gênero e Orientação Sexual, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Cidadania, Autonomia, Orientação para o Trabalho e Consumo, Valorização do Patrimônio Histórico- 27 Cultural, Valorização da Mulher (Direitos da Mulher e Lei Maria da Penha), Valorização da Criança – ECA, Valorização do Idoso – Estatuto do Idoso e a Valorização da Comunidade Escolar serão tratados de forma transversal em todos os componentes curriculares. A partir disto, já podemos ter uma visão das mudanças na BNCC e considerá- la como uma estrutura diferenciada. Sendo assim, a proposta da EJA, pautada nesse contexto, traz mudanças significativas no Ensino Fundamental e Médio, em que o objeto do conhecimento está dividido por Áreas do Conhecimento e não mais por Disciplinas, que facilita a transversalidade e a interdisciplinaridade. Dessa forma a proposta em pauta está organizada em períodos semestrais de acordo com a orientação do art. 23 da LDBEN 9394/96 e em atendimento as novas diretrizes do Ensino Médio Resolução nº03 de 2018 CNE/CEB a qual determina que essa modalidade deva ter uma organização curricular e metodológica diferenciada para jovens e adultos, garantindo a carga horária mínima de 1200 (um mil e duzentas) horas. Neste sentido a organização do trabalho pedagógico na EJA se difere do ensino regular, pois valoriza os interesses individuais dos estudantes e respeita o seu ritmo de aprendizagem considerando os saberes adquiridos na informalidade, nas experiências cotidianas e na prática do trabalho. Assim, neste subitem serão abordados a organização do trabalho pedagógico, a estrutura curricular, critérios para matrículas e exame supletivo eletrônico. 1.4.3 Organização do trabalho pedagógico O trabalho pedagógico da EJA estabelece as funções de reparar, equalizar e qualificar, sendo assim faz-se necessário assegurar a escolaridade básica para jovens e adultos, reconhecendo a igualdade ontológica do ser humano. Nesse sentido os cursos da EJA devem ser pensados e planejados com o objetivo de atender as necessidades do estudante e a construção da proposta curricular adaptada e flexível à demanda de interesses desses sujeitos. Destarte a organização do trabalho pedagógico se dá através: 28 a) Planejamento O planejamento é uma atividade assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN)de 1996, a qual garante a todos os profissionais que trabalham em uma escola, tenham um tempo reservado para planejar a rotina, imprescindível para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para o bom funcionamento da escola. Para Paulo Freire (1986,p.23) Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem de responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim, é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança. Às vezes, preservando determinadas formas de cultura. Outras, interferindo no processo histórico instrumental. No ato do planejamento, a escola define qual o tipo de formação vai oferecer na organização do trabalho a ser realizado, que servirá de eixo condutor dos mais diferentes componentes curriculares existentes. Esse momento é um momento de reflexão sobre a ação pedagógica e de tomada de decisões sobre as estratégias que serão utilizadas e quais formas de avaliações serão aplicadas no decorrer do processo de ensino. A interdisciplinaridade é um elemento essencial nas práticas estabelecidas pelo professor, pois além de integrar as áreas de conhecimento ela rompe barreiras, remetendo os sujeitos da educação a conhecer sua história e seu desenvolvimento no processo de ensinar e aprender. O objetivo da interdisciplinaridade é, portanto de promover a superação da visão restrita de mundo e a compreensão da complexidade da realidade, ao mesmo tempo resgatando a centralidade do homem na realidade da produção do conhecimento, de modo a permitir ao mesmo tempo uma melhor compreensão da realidade e do homem como ser determinante e determinado (LUCK, 1994, p.60) Quando se realiza um plano interdisciplinar em sala de aula é possível alcançar resultados satisfatórios, com a participação dos estudantes nas atividades desenvolvidas e o interesse nas aulas realizadas. Planejar o processo educativo significa, portanto, organizar, racionalizar e coordenar a ação docente visando à articulação entre a prática da sala de aula e as problemáticas inerentes ao contexto social e cultural. Nesse sentido, quanto maior a clareza do docente no que diz respeito ao conceito de planejamento e ao ato de planejar propriamente dito, maior liberdade e autonomia será aplicada no processo de ensino e aprendizagem. 29 A tarefa de ensinar não pode ser concebida como uma atividade cujos resultados estão definidos e podem ser pré-determinados, como produto de uma ação mecanizada, pois a sala de aula constitui-se como espaço privilegiado de negociação, formação do pensamento crítico e de produção de novos sentidos ao conhecimento formal a partir de situações de aprendizagem previamente planejadas. Todos os sujeitos envolvidos no processo devem participar da elaboração do planejamento porque ele influencia a escola inteira. Portanto, devem comparecer aos encontros, os gestores, professores e os colaboradores administrativos. Os membros da equipe discutirão o funcionamento da instituição como um todo e também as funções pelas quais são responsáveis. Isso significa que todos devem pensar juntos sobre qual é a missão e os objetivos da escola. Planejamento do Ensino Fundamental e Médio da EJA será pautado nesta proposta que tem por fundamento a BNCC e o RCA. A partir desta, o professor elaborará seu plano de ensino e o plano de aula. ➢ Plano de Ensino - consiste na organização dos eixos temáticos, das competências, das habilidades, do objeto de conhecimento e seu detalhamento. ➢ Plano de Aula e/ou Unidade - é um instrumento sistematizado das ações pedagógicas que serão desenvolvidas pelo professor, devendo constar área de conhecimento, campo de atuação ou unidades temáticas, objetos de conhecimento, habilidades, métodos e avaliação. O planejamentoé fundamental para a execução da ação do professor para tornar o ensino mais produtivo, pois alimenta a prática interdisciplinar por ser um processo de ação e reflexão, que possibilita a elaboração e pesquisa de métodos instigantes para ensinar. Portanto, não se configura em mero preenchimento de papéis ou fichas para satisfazer a administração escolar. Para Gandin (2013), ao planejar de forma interdisciplinar, o professor colabora com o aluno ao ver o processo de ensino como um ato de transformar a si mesmo e sua realidade, propondo que o mesmo seja participativo no aprendizado. A ação de planejar interdisciplinarmente requer a consciência de transformação do professor e a busca de autonomia na sala de aula. 30 b) Avaliação da aprendizagem na escola O ato de avaliar está presente em todas as áreas e momentos de nossas vidas. Porém, quando utilizamos o termo avaliação, este automaticamente nos remete ao processo de ensino - aprendizagem porque se constitui como algo indissociável da prática pedagógica. Tradicionalmente, praticamos exames escolares para mensurar a aprendizagem no cotidiano escolar, entretanto as práticas avaliativas dão ênfase nas notas obtidas pelos estudantes e não em sua aprendizagem. O uso dos resultados das avaliações se encerra com a obtenção e registro de símbolos que mensuram a aprendizagem do aluno. Mas, qual seria a função da avaliação? Sinalizar onde se está errando ou acertando, ou seja, um diagnóstico que aponta resultados, independente da área de atuação. Avaliação investiga a qualidade do resultado. Hoje a maneira que a escola trabalha é seletiva, quem tem boa nota avança, quem não consegue é retido. O fracasso sempre está sob a responsabilidade do estudante, ele sempre é o culpado por seu resultado, positivo ou negativo e a instituição não assume suas falhas, sendo que é de extrema importância que a avaliação não seja aplicada somente sobre o estudante. Em qualquer processo de avaliar deve haver o foco no individual e no coletivo. A avaliação é um ato de investigar, de produzir conhecimento, a partir do momento que se obtém o resultado, o material obtido seja positivo ou negativo deveria servir de conhecimento para planejamento ou replanejamento de ações. A avaliação produz um indicativo e, cabe a quem está à frente do processo (professor, gestor, pedagogo), traçar os caminhos necessários para chegar aos objetivos determinados, ou seja, avaliação nos leva a ação. Para Luckesi (1999, p.173) Podemos entender a avaliação da aprendizagem escolar como um ato amoroso, na medida em que a avaliação tem por objetivo diagnosticar e incluir o educando pelos mais variados meios, no curso da aprendizagem satisfatória, que integre todas as suas experiências de vida. O grande desafio neste momento é elaborar novas possibilidades para avaliar os estudantes da EJA, em função das especificidades desses indivíduos. Por meio dessa proposta, pretende-se refletir os objetos de conhecimento, as práticas avaliativas e a perspectiva do uso de novos instrumentos, levando em consideração o desenvolvimento cognitivo e não somente a busca de classificação. É importante 31 que a avaliação de conhecimentos concebidos para EJA contemple o conjunto de saberes e não apenas conteúdos curriculares. Como citado anteriormente, avaliação é um processo integrante da relação ensino e aprendizagem, visto que permite ao professor diagnosticar como o estudante está se desenvolvendo no processo de escolarização. Assim sendo, é um processo rico e diversificado, que não se resume em fazer somente provas e tirar notas, trata- se de um instrumento que tem por finalidade captar todos os aspectos de desenvolvimento e de aproveitamento de estudo do educando. De acordo com as DCN/2013 a avaliação deve ser contínua, diagnóstica e cumulativa, permitindo ao professor subsídios para a construção de uma aprendizagem significativa. Um detalhe relevante no processo avaliativo, a partir desse contexto, são os instrumentos utilizados para realizar a avaliação dos alunos. O modelo que predomina nas escolas para mensurar a aprendizagem ainda é a prova escrita. Entretanto, de acordo com o RCA 2019 são diversos os instrumentos a serem usados para avaliar o processo ensino-aprendizagem, a saber: seminários, painéis integrados, produções individuais e coletivas, roteiro de observações, portfólios, pesquisas, construção de maquetes entre outros. A avaliação educacional que se preocupa com a transformação deve se ater ao resgate da essência construtivista, segundo Luckesi (2002, p. 43) "torna-se necessário que a avaliação educacional, no contexto de uma pedagogia preocupada com a transformação, seja efetivamente um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade para uma tomada de decisão". O professor como mediador desse processo deve levar em consideração as individualidades e diversidades dos estudantes. Sendo assim, o professor da EJA dependendo da realidade de atuação, deve pensar a avaliação para: educação do campo, quilombola, para os privados de liberdade, indígena, especial, ribeirinhos entre outros, colocando em prática os princípios inclusivos, pois todos sem exceção deverão estar em clima de igualdade de oportunidades. Por fim, a avaliação deve superar o caráter punitivo e classificatório, levando em consideração a realidade e dificuldades dos estudantes e orientar a escola a repensar o seu papel na aquisição do conhecimento. 32 A avaliação deverá ser efetuada por todos os professores respeitando as competências e habilidades propostas em seus planejamentos, utilizando os diversos instrumentos citados nessa proposta e o que mais se adequa a realidade do estudante. Conforme a essa proposta a estrutura curricular está dividida em semestre de acordo com quadro 1: Quadro1- Organização da EJA SEGMENTO ETAPA 1ª 2ª 3ª 4ª 1º Ensino Fundamental anos iniciais 1º ano (alfabetização) 2º ano 3º e 4º ano 5º ano 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) 2º Ensino Fundamental anos finais 5ª 6ª 7ª 8ª 6º ano 7ºano 8ºano 9ºano 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) 3º Ensino Médio 9ª 10ª 11ª 1ª série 2ª série 3ª série 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) 100 dias letivos (400h) Conforme a estrutura supracitada, o rendimento escolar do aluno será aferido no final de cada etapa, sendo que o número mínimo de avaliações serão 3(três) por componente curricular, conforme Resolução CEE/AM 048/2015, obedecendo a escala de valores de 0 a 10 pontos. A média mínima para aprovação será de 6,0 pontos por componente curricular. A avaliação é contínua e cumulativa, devendo ocorrer em caráter formativo e somativo. A obtenção da média final de cada componente curricular da Etapa se dará pela soma das notas das três avaliações que será dividida por três, obtendo-se assim a média final da Etapa. Caso o estudante não alcance a nota igual ou superior a 6,0 (seis) em um dos instrumentos avaliativos, o professor deverá realizar a Recuperação Paralela.O professor deverá realizar uma nova avaliação utilizando métodos e instrumentos diversificados a fim de recuperar a aprendizagem dos estudantes. A fórmula para aferição da média da etapa será: MF = 1ª Av + 2ª Av + 3ª Av ≥ 6.0 (igual ou superior a seis) 3 33 O estudante que não alcançar a média final, igual ou superior a 6.0 em qualquer componente curricular da etapa será submetido à Recuperação Final ao término do semestre. A fórmula de aferição para a média da etapa é a seguinte: MFR= MF + RF ≥ 6.0 (igual ou superior a seis) 2 Legenda: AV – Avaliação MF – Média Final RF – Recuperação Final MFR - Média Final com RecuperaçãoNo que se refere ao detalhamento dos Objetos do Conhecimento, para atuação na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, deveremos prover um currículo essencial e básico por componente levando em conta as especificidades do público atendido pela modalidade. 1.5 Procedimentos Operacionais/Funcionamento da EJA A EJA se faz com jovens e adultos e não para eles, reforçando a ideia de que sua organização e funcionamento sejam incentivadores do atendimento aos estudantes e motivação para permanência e avanço nos estudos. Sendo assim, a reformulação da estrutura e da proposta pedagógica EJA não se refere apenas a característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade sociocultural e econômico de seu público. A fim de atender essa característica a estrutura curricular foi organizada em semestres com carga horária de 400h e oferta de 2 (dois) períodos de ingresso durante o ano, objetivando: ✓ Aumentar a oferta por meio de matrículas semestrais; ✓ Otimizar o tempo de escolarização da EJA; ✓ Minimizar a evasão escolar, assegurando a conclusão de cada etapa e propiciando a continuidade dos estudos; ✓ Elevar o número de concludentes da Educação Básica pela EJA; ✓ Garantir a celeridade de inserção no mercado de trabalho. A partir desta organização, a EJA está dividida em 3 (três) segmentos e cada segmento em etapas (vide Quadro 1). A carga horária do 1º segmento corresponde a 1600h, do 2º segmento 1600h e do 3º segmento 1200h, sendo que a estrutura do 34 Ensino Fundamental está contemplada com os componentes curriculares da BNCC e a do Ensino Médio com os componentes curriculares da Formação Geral Básica de acordo com a Lei 13.415/17 (Novo Ensino Médio). A EJA no Ensino Fundamental 1º segmento será ofertada de forma presencial. O 2º e o 3º segmento serão também presenciais com as seguintes características: aulas em 3 (três) dias semanais, com horários fixos, respeitando o turno oferecido; estudos orientados em 2 (dois) dias semanais, sendo que as atividades realizadas fora do ambiente escolar serão supervisionadas pelos professores de cada componente curricular e a frequência dos alunos contabilizada através das entregas de atividades e trabalhos. Enfatiza-se que toda e qualquer avaliação acontecerá de forma presencial. 1.5.1 Formas de Ingresso/Matrícula na Modalidade A matrícula é a forma convencional de entrada do estudante a unidade de ensino da rede pública estadual, sendo ofertada semestralmente para a Educação de Jovens e Adultos. A idade mínima para o ingresso na EJA é 15 (quinze) anos completos para o 1º e 2º Segmento e 18 (dezoito) anos completos para o 3º segmento. Para realização da matrícula o interessado deve apresentar os seguintes documentos: ➢ Documento de identificação com foto – RG, CNH, Carteira de trabalho ou Passaporte; ➢ CPF; ➢ Certidão de Nascimento; ➢ Certidão de Casamento; ➢ Histórico Escolar; ➢ Comprovante de endereço; ➢ Os menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis; ➢ Comprovação de conclusão de escolaridade anterior para etapa pretendida; 35 1.5.2 Sistema de matrícula A matrícula é o ato formal de ingresso dos estudantes na instituição de ensino, sendo o calendário de matrícula elaborado em consonância com a Coordenação de Matrícula / DEPPE/GAEED/SIGEAM e amplamente divulgado em todo estado. 1.5.2 Calendário escolar O calendário escolar deve adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, sem com isso reduzir o número mínimo de 800 horas e de 200 dias letivos, conforme estabelece a Lei 9.394/96 e o art. 19 da Resolução nº 201CEE/AM de 05/12/2017. Assim, 1(um) ano letivo será cumprido em 2 (dois) semestres, com 400 horas e 100 dias letivos para cada etapa dos segmentos da EJA. 1.5.4 Horário Escolar A oferta dos cursos da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos: ensino presencial 1º, 2º e 3º Segmentos deverão obedecer ao mesmo horário do ensino regular das escolas estaduais, de acordo com as cargas horárias contidas nas matrizes curriculares propostas. 1.5.5 Frequência do estudante A frequência seguirá orientações do artigo 67 da Resolução nº 99/97, que estabelece a frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas letivas semestrais, para aprovação do estudante, independentemente dos resultados obtidos nos demais instrumentos de avaliações aplicados durante o período letivo, visando garantir o aprendizado significativo dos estudantes. 1.5.6 Transferências para o 2º segmento A transferência de alunos dar-se-á entre escolas que ofertem este Segmento e correlatas às 5ª, 6ª, 7ª e 8ª etapas correspondentes ao 2º Segmento, considerando a idade estabelecida na legislação vigente; 36 A Transferência de estudante da EJA presencial será permitida para EJA presencial com Mediação Tecnológica, nos seguintes casos: a. Estudante cursando 5ª ou 6ª Etapa do 2º Segmento poderá ingressar na 4ª Fase (6º e 7º ano) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica ; b. Estudante cursando a 7ª ou 8ª Etapa do 2º Segmento, poderá ingressar na 5ª Fase (8º e 9º Ano) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica; c. Estudante cursando a 4ª Fase (6º e 7º Ano) da EJA presencial com Mediação Tecnológica fará exame de classificação para ingresso na 5ª ou 6ª etapa correspondente do 2º Segmento, de acordo com o domínio das competências e habilidades comprovadas no referido exame; d. Estudante cursando a 5ª Fase (8º e 9º Ano) da EJA presencial com Mediação Tecnológica fará exame de classificação para ingresso na 8ª ou 9ª etapa do 2º Segmento, de acordo com o domínio das competências e habilidades comprovadas no referido exame. 1.5.7 Transferências para o 3º segmento A transferência de alunos dar-se-á entre escolas que ofertem este Segmento e correlatas às 9ª, 10ª e 11ª etapas correspondentes ao 3º Segmento, considerando a idade estabelecida na legislação vigente; A Transferência de estudante da EJA presencial será permitida para EJA presencial com Mediação Tecnológica, nos seguintes casos: a. Estudante cursando 9ª ou 10ª Etapa do 3º Segmento poderá ingressar na 1ª Fase (1ª e 2ª série) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica ; b. Estudante cursando a 11ª Etapa do 3º Segmento, poderá ingressar na 2ª Fase (3ª série) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica; c. Estudante cursando a 1ª Fase (1ª e 2ª série) da EJA presencial com Mediação Tecnológica fará exame de classificação para ingresso na 9ª ou 10ª etapa correspondente do 3º Segmento, de acordo com o domínio das competências e habilidades comprovadas no referido exame; d. Estudante cursando a 2ª Fase (3ª série) da EJA presencial com Mediação Tecnológica ingressará na 11ª Etapa do 3º Segmento da EJA presencial. 37 1.5.8 Horário de trabalho do professor Na composição da jornada de trabalho do professor, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os estudantes, de acordo com a Lei 11.738/2008, Art. 2º, § 4º. Consequentemente o Estado do Amazonas instituiu o Plano de Cargos, Carreiras e remuneração dos servidores da SEDUC/AM através da Lei 3.951/2013, determinando em seu Art. 5º que jornada de trabalho do professor em função docente inclui 1/3 (um terço), da carga horária, destinada, de acordo com a proposta pedagógica da escola, a preparação e avaliação do trabalho didático, ao nivelamento, a formação continuada, a colaboração com a administração da escola, as reuniões pedagógicas, a articulação com a comunidade e ao aperfeiçoamento profissional. A Hora de Trabalho Pedagógico (HTP) deverá ser cumprida na escola, salvo excepcionalmente, em atividades autorizadas pela SEDUC, desenvolvidas no interesse da educação pública. 1.6 Exames de Classificação
Compartilhar