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PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA DA NOVA EJA - 2021

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DESPORTO 
SECRETARIA EXECUTIVA ADJUNTA PEDAGÓGICA 
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS 
GERÊNCIA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECÍFICO E DA 
DIVERSIDADE 
COORDENAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA DA 
MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS - AMAZONAS 
2020 
 
 
 
Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II 
Fone: (92) 3614-2323 
Manaus-AM - CEP 69075-830 
Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II 
Fone: (92) 3614-2323 
Manaus-AM - CEP 69075-830 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WILSON MIRANDA LIMA 
Governador do Estado do Amazonas 
 
LUIS FABIAN PEREIRA BARBOSA 
Secretário de Estado da Educação e Desporto (em exercício) 
 
RAIMUNDO DE JESUS TEIXEIRA BARRADAS 
Secretário Executivo Adjunto Pedagógico 
 
ROSALINA MORAES LOBO 
Secretária Executiva Adjunta de Gestão 
 
ARLETE FERREIRA MENDONÇA 
Secretária Executiva Adjunta da Capital 
 
ANA MARIA ARAÚJO DE FREITAS 
Secretária Executiva Adjunta do Interior 
 
HELLEN CRISTINA SILVA MATUTE 
Diretora do Departamento de Políticas e Programas Educacionais 
 
KÁTIA REGINA MENEZES MENDES 
Gerente de Atendimento Educacional Específico e da Diversidade 
 
FLORISBELA DA SILVA CARDOSO 
Coordenadora da Educação de Jovens e Adultos 
Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II 
Fone: (92) 3614-2323 
Manaus-AM - CEP 69075-830 
 
 
PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
 
 
Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II 
Fone: (92) 3614-2323 
Manaus-AM - CEP 69075-830 
 
 
 
Coordenação Geral 
Raimundo de Jesus Teixeira Barradas 
 
Departamento de Políticas e Programas Educacionais 
Hellen Cristina Silva Matute 
 
Coordenação Técnica 
Florisbela da Silva Cardoso 
Valcilene da Silva Vieira 
 
Equipe Técnica EJA 
Aldenéia Soares da Cunha 
Antônio Erivaldo Onorato Pinheiro 
Débora Santiago de Albuquerque 
Elianey Hernani de Oliveira 
Hellen Cristina dos Santos Viana 
Lorena Marinho 
Neila Lilian Farias Buzaglo 
Maria do Socorro Gomes Ferreira 
 
Equipe de Professores Especialistas 
Área de Linguagens 
Arte - Bjarne Lima Furtado 
- Simara Brasil Couto de Abrantes 
Educação Física - Hemelly da Silva Areias 
-Ralcilândia Carvalho de Oliveira 
Língua Inglesa - Fernanda Gurgel Silva 
Língua Portuguesa - Ozeli Martins Sarmento 
- Sirlei Adriani dos Santos Baima Elisiário 
- Tatiana Del Pilar Rivera Barros 
 
Área de Ciências da Natureza 
Ciências - Débora Santiago de Alburquerque 
- Gabriel Muca Vale Pereira 
 
Área de Ciências Humanas 
Geografia - Aldenéia Soares da Cunha 
 -Josildo Severino de Oliveira 
 - Maria Helena Carvalho Mourão 
História - Franco Lindemberg Paiva dos Santos 
 - Raimunda Nonata de Sousa 
 
Área de Matemática 
 Matemática - Antônio Erivaldo Onorato Pinheiro 
- Nilo da Sena Silva Filho 
- Rosilei Cardozo Moreira 
 
Ensino Religioso 
Ensino Religioso - Francisco Sales Bastos Palheta 
PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
 
 
Avenida Waldomiro Lustoza, 250. Japiim II 
Fone: (92) 3614-2323 
Manaus-AM - CEP 69075-830 
 
 
 
Colaboradores Especificidades EJA 
 
Pedagoga GAEED - Janilce Negreiros Ferreira 
Educação Ambiental - Telma Oliveira Prado 
Educação Especial -Sabrina Samantha Prado dos Santos 
Educação do Campo - Rainalda Mota Serra 
Educação Indígena - Alcilei Vale Neto 
Educação na Diversidade - Elizângela de Almeida Silva 
Educação Mediada por Tecnologia - Wilmara Cruz Messa Monteiro 
Exame Supletivo de EJA/Sistema Eletrônico de Avaliação (SEA) 
Certificação - Mariene Silva Freitas 
 
 
Revisão Ortográfica e Pedagógica 
 
Aldenéia Soares da Cunha 
Antônio Erivaldo Onorato Pinheiro 
Débora Santiago de Albuquerque 
Hellen Cristina dos Santos Viana 
Neila Lilian Farias Buzaglo 
Lorena Marinho 
Valcilene da Silva Vieira 
Elisangela de Almeida Silva 
PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Com a mesma crença de Nelson Mandela de que a ―educação é a arma 
mais poderosa para mudar o mundo‖ é que entregamos a todos os profissionais da 
EJA a Proposta Curricular e Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos que 
norteará a Rede Estadual de Educação do Amazonas. Proposta esta que foi 
construída por muitas mãos, discutidas por diversos profissionais das mais diferentes 
áreas de conhecimento e elaborada a partir dos fundamentos e pressupostos em que 
se sustenta a educação nacional, tendo como pilar as mudanças trazidas pela 
homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pela aprovação do 
Referencial Curricular Amazonense do Ensino Fundamental e Médio. 
Num momento de expectativas, transformações e definições para toda a 
Educação Básica, construiu-se um documento norteador, completo e contemporâneo, 
que tem como objetivo central a melhoria da qualidade da educação no nosso estado, 
contemplando o desenvolvimento do estudante em toda sua integralidade. 
Importante registrar e agradecer o esforço das equipes da Secretaria de 
Educação e Desporto que contribuíram significativamente na organização e aprovação 
da Proposta. Foram várias reuniões, idas e vindas que proporcionaram muitas 
reflexões e aprendizados. 
Os desafios continuam, mas temos certeza que a partir do trabalho apresentado 
aqui, a EJA se consolidará como forte ferramenta de construção da cidadania e 
repercutirá de forma positiva em toda a sociedade Amazonense. 
Convidamos todos os gestores, professores, estudantes e comunidade escolar 
a se debruçarem sobre a Proposta, lembrando que ela não é inflexível, não é perfeita, 
mas é a vontade de consolidar e garantir os direitos de aprendizagens de todos os 
estudantes desta rede na perspectiva de uma educação democrática, inclusiva, 
integral e equânime, por meio de um currículo integrador, fundamentado na 
abordagem interdisciplinar e transversal, que compreende a concepção de 
complementaridade entre todas as áreas de conhecimento e seus respectivos 
componentes curriculares. 
Dessa forma é importante que você se sinta parte deste documento, posto 
que este reflete toda a complexidade que envolve o cenário educacional do estado 
PROPOSTA CURRICULAR E PEDAGÓGICA EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
 
 
 
 
 
do Amazonas, e buscando atender às transformações e à diversidade da sociedade 
atual. Assim, espera-se que este documento seja apenas um caminho para estimular 
e fortalecer o trabalho que já é realizado nas nossas unidades escolares. 
Contamos com o apoio de todos vocês! 
 
 
 
LUIS FABIAN PEREIRA BARBOSA 
 
Secretário de Estado da Educação e Desporto (em exercício) 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 07 
CAPÍTULO I .............................................................................................................. 10 
CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA / ENSINO 
FUNDAMENTAL E MÉDIO ....................................................................................... 10 
1.1 Fundamentação Teórica e Marco Legal: Construção Histórica do 
Conceito de EJA no Brasil ...................................................................................... 10 
1.2 Fundamentos filosóficos ........................................................................... 16 
1.3 Concepções metodológicas na modalidade EJA .................................... 20 
1.3.1 Os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos ........................................... 20 
1.4.1 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Fundamental ..................... 23 
1.4.2 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Médio................................. 25 
1.4.3 Organizaçãodo trabalho pedagógico .......................................................... 27 
a) Planejamento .............................................................................................. 28 
b) Avaliação da aprendizagem na escola ...................................................... 30 
1.5 Procedimentos Operacionais/Funcionamento da EJA ........................... 33 
1.5.1 Formas de Ingresso/Matrícula na Modalidade ......................................... 34 
1.5.2 Sistema de matrícula ...................................................................................... 35 
1.5.3 Calendário escolar ......................................................................................... 35 
1.5.4 Horário Escolar ........................................................................................... 35 
1.5.5 Frequência do estudante ........................................................................... 35 
1.5.6 Transferências para o 2º segmento .......................................................... 35 
1.5.7 Transferências para o 3º segmento .......................................................... 36 
1.5.8 Horário de trabalho do professor .............................................................. 37 
1.6 Exames de Classificação ........................................................................... 37 
1.7 Certificação ................................................................................................. 38 
1.7.1 Certificação nas Escolas e CEJA .............................................................. 38 
1.7.2 Certificação e Regularização de estudo pelos exames nacionais 
ENCCEJA e ENEM ................................................................................................... 39 
1.7.3 Exame Supletivo da EJA/Sistema eletrônico de avaliação – SEA .......... 39 
1.7.3.1 Operacionalização do SEA .......................................................................... 41 
1.8 Especificidades de Atendimento da EJA ................................................. 43 
1.8.1 Educação especial ......................................................................................... 43 
1.8.2 Educação Escolar Indígena ....................................................................... 45 
 
 
1.8.3 Educação do Campo .................................................................................. 46 
1.8.5 Educação Socioeducativa ......................................................................... 47 
1.8.6 Ensino Presencial com Mediação Tecnológica ........................................... 48 
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 50 
CURRÍCULO – APRENDIZAGENS ESSENCIAIS ................................................... 50 
2.1.1. Socioemocionais ........................................................................................... 55 
2.2 Alfabetização e Letramento ....................................................................... 56 
2.3 Temas Contemporâneos Transversais ............................................................ 59 
2.3.1 Educação para as Relações Étnico-raciais .................................................. 60 
CAPITULO III ............................................................................................................ 65 
ORGANIZADOR CURRICULAR ENSINO FUNDAMENTAL .................................. 65 
3.1 Área de Linguagem ..................................................................................................... 65 
3.2 Área de Matemática ................................................................................................... 292 
3.3 Área de Ciências Naturais ........................................................................................ 341 
3.4 Área de Ciências Humanas ....................................................................................... 376 
3.5 Área de Ensino Religioso ......................................................................................... 445 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 467 
7 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As novas concepções educacionais foram influenciadas pelos avanços 
tecnológicos, pelo fenômeno da globalização, pelas ciências em geral e pelas 
mudanças políticas, sociais e econômicas dos últimos tempos, gerando a necessidade 
de uma reorganização curricular no país e consequentemente a construção de 
documentos como a Base Nacional Comum Curricular - BNCC o Referencial Curricular 
Amazonense – RCA. 
Diante disso, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto apresenta a 
Proposta Curricular e Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos – EJA do 
Ensino Fundamental e Ensino Médio, construída por profissionais da educação de 
forma participativa. O trabalho foi norteado pelo entendimento de que a EJA é parte 
importante do sistema educacional, cujo desafio permanente é atender as exigências 
da sociedade e saldar uma dívida histórica e social apoiando-se em suas três funções 
básicas: equalizadora, reparadora e qualificadora, como bem define o Parecer 
CNE/CEB nº11/2000. 
Os principais desafios da EJA são caracterizados pelo alto índice de 
analfabetismo e evasão escolar. Embora muitos esforços tenham sido empreendidos 
para combater o analfabetismo, o IBGE/INEP (2020) explicita em números absolutos 
que no Brasil a taxa de analfabetos representa 11,5 milhões de pessoas que não 
escrevem e nem leem. No Amazonas, esta taxa é de 5,4% de pessoas com 15 anos 
ou mais de idade. Agregado a este contexto, tem-se o elevado índice de evasão ou 
abandono motivado por fatores como: vulnerabilidade, trabalho, gravidez precoce e 
outros. 
Ademais, a construção de uma proposta curricular e pedagógica exige o 
atendimento das necessidades destes sujeitos respeitando o contexto cultural e 
socioeconômico, incluindo nela as diversidades e especificidades da EJA: educação 
para os privados de liberdade, educação especial, educação do campo, diversidade 
de gênero, educação indígena e quilombolas. A elaboração da proposta, embasada 
em documentos legais, deve respeitar as rápidas e contínuas transformações da 
sociedade integrando às expectativas dos estudantes com maior consciência de si 
próprios e que buscam uma aprendizagem mais significativa nas diferentes áreas do 
saber e do fazer. 
8 
 
 
 
 
 
Para a realização desta tarefa, o Departamento de Políticas e Programas 
Educacionais – DEPPE e a Gerência de Atendimento Educacional Específico e da 
Diversidade- GAEED designou como grupo de trabalho a equipe da Coordenação de 
Educação de Jovens e Adultos – CEJA, a qual teve por objetivo concatenar as ideias 
dos diversos setores da educação para sua estruturação. 
A metodologia utilizada para a constituição da propostas e deu através de 
reuniões com os diversos setores da SEDUC na elaboração de documentos que 
contemplam as diversas áreas de conhecimento. Com base nesses documentos, 
iniciou-se o trabalho da versão preliminar até a conclusão da proposta. 
O documento é um subsídio para produção pedagógica dentro do espaço 
escolar para elaboração de projetos e planejamentos curriculares, orientando os 
profissionais no fortalecimento de suas práticas. 
A Educação de Jovens e Adultos deve possibilitar aos estudantes a 
oportunidade de reentrada no sistema educacional para a conclusão com êxito da 
Educação Básica, além de habilidades que lhes permitam inserções no mundo do 
trabalho, na vida social e na construção de sua cidadania. Para tanto, é necessário 
garantir a oferta da EJA Fundamental e Médio para Jovens e Adultos que não tiveram 
acesso à Educação Básica na idade correlata, oportunizando uma educação de 
qualidade, apoiada em valores como justiça, responsabilidade, democracia, liberdade 
e igualdade, bem como, os ideais da solidariedadehumana. 
Como toda proposta curricular esta não surgiu aleatoriamente, sua principal 
fonte são práticas educativas que se pretende generalizar, aperfeiçoar ou transformar. 
A organização da proposta divide-se em dois capítulos. O primeiro capítulo expõe as 
concepções da EJA e a nova matriz curricular do ensino fundamental e médio. O 
segundo capítulo trata sobre as aprendizagens essenciais, metodologias e práticas 
pedagógicas. 
As mudanças na matriz visam ampliar as possibilidades de acesso do público- 
alvo à modalidade, uma vez que a EJA passa a ser organizada semestralmente e as 
matrículas ofertadas em dois períodos anuais. As alterações possibilitam uma prática 
pedagógica mais próxima e mais adequada as reais condições e características dos 
sujeitos que compõem a EJA, adequando o oferecimento da referida como uma 
modalidade diferenciada do ensino regular. 
Diante desta realidade, a proposta tem um papel vital e deve oportunizar um 
currículo que tenha como objetivo a formação de um indivíduo dentro da sua 
9 
 
 
 
 
 
integralidade, possibilitando conhecimentos diversos, habilidades, atitudes sociais 
críticas, criativas e coerentes, contribuindo para o exercício da cidadania plena. 
Portanto, a SEDUC coloca à disposição dos educadores da EJA um importante 
instrumento de apoio com a qualidade de referencial que lhe é conferido. 
10 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA / ENSINO 
FUNDAMENTAL E MÉDIO 
 
 
A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século 
XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como condição para uma 
plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento 
em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da 
justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e 
científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo 
onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. 
 
(Declaração de Hamburgo, 1997) 
 
Contextualizar historicamente a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil 
abrange questões de natureza social, econômica, política, cultural e, sem dúvida, uma 
tarefa de construção de significados bastante complexa. Neste documento não 
apresentaremos detalhes dessa construção histórica, uma vez que ela se encontra 
brilhantemente analisada no Parecer CNE/CEB nº 11/2000 e na Resolução CNE/CEB 
nº 6/2010. 
Contudo, alguns marcos importantes desse processo de amadurecimento de 
ideias da EJA são essenciais, no âmbito de reivindicações, lutas e debates 
desenvolvidos por educadores e diferentes segmentos da sociedade. 
 
 
1.1 Fundamentação Teórica e Marco Legal: Construção Histórica do 
Conceito de EJA no Brasil 
 
Os primeiros vestígios da Educação de Jovens e Adultos no Brasil deu-se 
com a chegada dos padres jesuítas em 1549. Estes religiosos se dedicaram à 
catequese, ao ensino dos costumes europeus, ao ensino de ofícios para ajudar na 
produção local e ao ensino das primeiras letras, tanto de nativos quanto de 
colonizadores, diferenciando apenas os objetivos para cada grupo social. (ARANHA, 
2006) 
Com a expulsão dos Jesuítas do Brasil, em 1759, a educação de adultos entra 
em colapso e fica sob a responsabilidade do Estado, de legislar sobre o ensino no 
Brasil. (MANAUS, 2017, p.12) 
Entretanto, foi somente a partir da década de 1930 que a educação básica de 
adultos começou a demarcar melhor seu lugar na história da educação no Brasil. 
11 
 
 
 
 
 
Isto se deu por força da Constituição Federal de 1934, que reconhece pela primeira 
vez, em caráter nacional, a educação como direito de todos, devendo ser ministrada 
pela família e pelos poderes públicos. Esse documento, ao se referir no artigo 150 
do Plano Nacional de Educação, Parágrafo único, inciso a, diz que ele ―deve 
obedecer, entre outros, ao princípio do ensino primário integral, gratuito e de 
frequência obrigatória, extensivo aos adultos‖. 
Ainda que esta proposta não tenha sido efetivada em função do golpe que 
instituiu o Estado Novo, ela voltou a ser considerada pelo Decreto-lei nº 8.529, Lei 
Orgânica do Ensino Primário, de 1946, que trata do curso primário supletivo, voltado 
para adolescentes e adultos, devendo seguir os mesmos princípios do ensino primário 
fundamental. (Cf. Par. CNE/CEB no 11/2000 apud COSTA e MACHADO, 2017, P. 60) 
Nessa intencionalidade, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(primeira LDBEN), Lei 4.024/1961, reconhece a educação como um direito de todos 
e ao tratar do Ensino Primário a partir dos 7(sete) anos, incluiu ―os que iniciarem 
depois desta idade‖, acenando-lhe com a possibilidade de estudarem ―em turmas 
especiais ou em cursos supletivos correspondentes a seu nível de desenvolvimento‖. 
A mesma Lei também determinou, no seu artigo 99 que aos maiores de 16 anos fosse 
permitida a obtenção de certificados de conclusão do curso ginasial, mediante a 
prestação de exames (chamados madureza) ou do curso colegial (para os maiores de 
19 anos) mediante a prestação de exames (chamados madureza), ―após estudos 
realizados sem observância de regime escolar.‖ (BRASIL, 2000, p 19) 
A década de 60 foi um período bastante crítico no Brasil. Muitos problemas, 
de ordem social, política e econômica da época perduram até hoje (há inclusive os que 
se agravaram). Em um cenário onde grande parte da população estava impedida de 
exercer a sua cidadania, cresceram as ideias de educação popular, juntamente com 
reivindicações pela democratização do ensino. Estudantes e intelectuais atuaram 
junto a grupos populares desenvolvendo novas perspectivas de cultura e educação, 
organizadas por diferentes instituições com graus variados de ligação com o Estado. 
Dentre estes podemos destacar: Movimento de Educação de Base (MEB) e 
Movimento de Cultura Popular do Recife, iniciados em 1961 e os Centros Populares 
de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). 
12 
 
 
 
 
 
Nessa mesma época, a principal referência de um novo paradigma teórico e 
pedagógico surgiu na proposta de um grupo de educadores nordestinos liderados pelo 
pernambucano Paulo Freire. 
O Sistema Freiriano propunha um processo de alfabetização crítico e 
transformador que tinha como unidade básica, os círculos de cultura, onde os 
procedimentos didáticos giravam em torno de debates que traziam à tona as 
experiências e a leitura de mundo dos estudantes. Essa concepção dialética e 
dialógica do ato educativo valoriza o saber e a cultura dos educandos, considerados 
como produtores de conhecimento, distanciando-se em muito do caráter das 
propostas eminentemente instrumental, até então apresentadas pelo governo federal. 
Entretanto, depois de 1964, todos os movimentos que visavam à politização 
dos estudantes adultos e o desenvolvimento de uma cultura popular foram reprimidos. 
Paulo Freire e outros educadores e intelectuais foram perseguidos. 
Tendo que responder às reivindicações por acesso à educação popular, o 
governo militar criou, em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) 
que objetivou alfabetizar de maneira funcional os jovens e adultos e assim ―erradicar 
o analfabetismo e oferecer profissionalização a este público. O Mobral foi criticado em 
função de seus resultados pífios e acusado de limitar a educação de jovens e adultos 
a um início de alfabetização.‖ (PERNAMBUCO, 2017, p.15) 
Na década seguinte, no interior das reformas autoritárias, por meio da Lei 
5.692/71, o Ensino Supletivo ganhou capítulo próprio com cinco artigos, um deles dizia 
que esse ensino se destinava a ―suprir a escolarização regular para adolescentes e 
adultos que não a tinham seguido ou concluído na idade própria‖. No entanto, limitava 
o dever do Estado em oferecer escolarização à faixa etária dos 7 aos 14 anos, de 
matrícula obrigatória e deixa a educação de adultos regulada na lei de dependência 
da oferta governamental.Ainda de acordo com essa Lei o ensino supletivo poderia abranger, além da 
alfabetização, a aprendizagem, a qualificação e a atualização. Os cursos poderiam 
ocorrer por meio de ensino à distância e os exames seriam organizados pelo sistema 
estadual, de acordo com os respectivos Conselhos de Educação. 
Também nessa época, o Parecer 699/72 do CFE apontou quatro funções do 
Ensino Supletivo: a suplência (substituição compensatória do ensino regular pelo 
supletivo via cursos e exames com direito a certificação de ensino de 1º. Grau, para 
13 
 
 
 
 
 
maiores de 21 anos), o suprimento (conclusão do inacabado, por meio de cursos de 
aperfeiçoamento e atualização), a aprendizagem e a qualificação. Admitia-se o 
cumprimento dessas funções fora do ensino regular de 1º. e 2º. Graus, sendo que a 
aprendizagem e a qualificação foram atribuídas ao Ministério do Trabalho. Foi um 
período de intenso investimento público no ensino supletivo e um início de uma 
redefinição de aprendizagem e qualificação. 
Esse cenário legal perdurou até os anos 80, quando se intensificaram os 
debates e as críticas ao conceito de Educação de Jovens e Adultos ―como reles ensino 
supletivo e para escola, destituído do caráter de educação regular e frequentemente 
reduzido a uma alfabetização inicial e incompleta que, compreensivelmente, se 
marcava por altas taxas de abandono pelos estudantes.‖ (PERNAMBUCO, 2017, p.16) 
Em 1985, o MOBRAL foi extinto, surgindo outros programas de alfabetização, 
como a Fundação Educar que estava vinculada especificamente ao ministério e teve 
a função de supervisionar e acompanhar, junto às instituições e secretarias, o 
investimento de recursos transferidos para a execução de seus programas, sendo 
extinta em 1990. 
Com a Constituição de 1988 e a nova LDBEN (Lei 9394/96) a Educação 
de Jovens e Adultos ganhou status de modalidade – ou seja, de ensino regular –, e 
meios efetivos para o cumprimento das novas funções que hoje lhe são atribuídas, 
desaparece assim, a noção de Ensino Supletivo existente na Lei 5.692/1971. 
A LDBEN (Lei 9394/96) consolida em seu Art. 37 que: A educação de jovens 
e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos 
nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a 
educação e a aprendizagem ao longo da vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 
2018), e no Artigo 38, temos que: Os sistemas de ensino manterão cursos e exames 
supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao 
prosseguimento de estudos em caráter regular e seus respectivos parágrafos. 
Além dos avanços advindos da referida lei, houve marcos importantes em 
nível internacional, dos quais ressaltamos a V Conferência Internacional sobre 
Educação de jovens e adultos – CONFINTEA –, em 1997, realizada em Hamburgo, 
na Alemanha. Essa conferência teve como objetivo manifestar a importância da 
14 
 
 
 
 
 
aprendizagem de jovens e adultos e conceber os compromissos regionais, numa 
perspectiva de educação ao longo da vida que visasse a facilitar a participação de 
todos no desenvolvimento sustentável e equitativo, de promover uma cultura de paz 
baseada na liberdade, justiça e respeito mútuo e de construir uma relação sinérgica 
entre educação formal e não-formal. 
Com base nos preceitos da LDBEN, Lei 9394/96, o Conselho Nacional de 
Educação, através da Câmara de Educação Básica, instituiu o Parecer nº 11/2000 
(este documento estabelece as funções da EJA como Reparadora, Equalizadora e 
Qualificadora) e a Resolução CNE/CEB nº 01/2000 que estabelece as Diretrizes 
Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos. Estes documentos reafirmam a 
EJA como modalidade da Educação Básica. 
Nesta mesma direção, apresentar-se-á outras leis, resoluções e pareceres que 
dão o amparo legal à Educação de Jovens e Adultos. 
• RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 04/2010- Define Diretrizes Curriculares 
Nacionais Gerais para a Educação Básica. Art. 12: § 3º Os cursos em tempo 
parcial noturno devem estabelecer metodologia adequada às idades, à 
maturidade e à experiência de aprendizagens, para atenderem aos jovens 
e adultos em escolarização no tempo regular ou na modalidade de 
Educação de Jovens e Adultos. 
• PARECER Nº11/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação de Jovens e Adultos. 
• RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº01/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a Educação de Jovens e Adultos. 
• LEI Nº 4.183/2015 – Aprova o Plano Estadual de Educação do Amazonas. 
• LEI Nº11741/2008- Altera a Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que estabelece as Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional para redimensionar, institucionalizar e 
integrar as ações da Educação Profissional Técnica de Nível Médio da 
Educação de Jovens e Adultos e da Educação Profissional e Tecnológica. 
• PARECER CNE/CEB Nº 7/2010- Diretrizes Curriculares Gerais para 
Educação Básica. 
15 
 
 
 
 
 
• PARECER CNE/CEB Nº 8/2012 Define as Diretrizes Curriculares Nacionais 
para Educação Escolar Quilombola. 
• RESOLUÇÃO CNE/CP/MEC Nº 1/2012 - Diretrizes Nacionais para os 
Direitos Humanos ―Art. 1º A presente Resolução estabelece as Diretrizes 
Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (EDH) a serem 
observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições‖. 
• PARECER CNE/CEB Nº 4/98-Fundamenta as diretrizes Curriculares para 
o Ensino Fundamental, afirmando que os currículos e seus conteúdos 
mínimos propostos pelo MEC terão seu norte estabelecido através de 
diretrizes. 
• RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2/98-Institui as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental. 
• PARECER CNE/CEB Nº15/98-Parecer sobre a propostas de 
regulamentação da base curricular nacional e de organização do ensino 
médio." 
• RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 03/98-Institui as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Médio. 
• PARECER CNE/CEB Nº 29/2006 – Reexame do Parecer CNE/CEB nº36, 
que aprecia a Indicação CNE/CEB nº 3/2004, propondo a reformulação da 
Resolução CNE/CEB nº 1/2000, que definiu Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. 
• PARECER CNE/CEB Nº 6/2010 – Reexame do Parecer CNE/CEB nº 
23/2008 que institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens 
e Adultos – EJA; nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade 
mínima para ingresso nos cursos da EJA; idade mínima e certificação 
nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por 
meio da Educação a Distância. 
• RESOLUÇÃO Nº 03/2010 - Institui Diretrizes Operacionais para a 
Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos 
cursos e idade mínima para ingresso nos cursos da EJA; idade mínima e 
certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos 
desenvolvida por meio da Educação a Distância. 
16 
 
 
 
 
 
• RESOLUÇÃO Nº 137/2012 CEE/AM - Estabelece normas para a 
Execução de Jovens e Adultos 
• LEI Nº13.005/2014 -PNE- Plano Nacional de Educação que define através 
das metas 9 e 10 a universalização da alfabetização, redução do 
analfabetismo funcional e articulação da EJA com a Educação 
Profissional. 
• RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 3/2016 - Define as Diretrizes Nacionais para 
o atendimento escolar de adolescentes e jovens em cumprimento de 
medidas socioeducativas. 
• RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4/2016 - Dispõe sobre as Diretrizes 
Operacionais Nacionais para a remição de pena pelo estudo de pessoas 
em privação de liberdade nos estabelecimentos penais do sistema 
prisional brasileiro. 
• LEI Nº 13.415/2017 - Alterou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
e estabeleceu mudanças na estrutura do ensino Médio. 
• RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 02/2017 – BNCC- Instituiu e orienta a 
implantação da Base Nacional Comum Curricular. 
• RESOLUÇÃO CEE/AM Nº 098/2019 – regulamenta o Referencial 
Curricular Amazonense e orienta a sua implantação. 
• RESOLUÇÃO CEE/AM Nº100/2015– Aprova o Plano Estadual de 
Educação – PEE. 
São várias as normatizações da Educação de Jovens e Adultos, fruto de luta 
e de um longo caminho percorrido, contudo, ainda se faz necessário dizer que a EJA 
existe e requer processos de organização social para garantir, junto ao Estado, os 
princípios constitucionais de democratização das oportunidades educacionais. Neste 
sentido, esta Secretaria valida o direito à aprendizagem em qualquer tempo e em 
qualquer idade, do mesmo modo reconhece a necessidade e a urgência da 
modalidade em estabelecer estratégias para atender de forma diversa, a sujeitos em 
diferentes condições de aprendizagem. 
 
1.2 Fundamentos filosóficos 
 
A educação escolar destinada aos jovens e adultos fundamenta-se no princípio 
filosófico da Pedagogia Libertadora do educador brasileiro Paulo Freire. 
17 
 
 
 
 
 
Tem como pressuposto básico a ontologia como processo de libertação do ser, ou 
seja, a concepção de homem como um ser que está sempre se construindo, ―uma 
busca por ser mais‖, a gnosiologia1 e a Andragogia2 através dos conteúdos históricos 
e políticos, que não são neutros, transmitidos aos seres. Para Paulo Freire o sentido 
gnosiológico ultrapassa a ideia de um conhecimento estático. 
Nesta direção, na proposta Pedagógica freiriana, a educação tem caráter 
emancipatório, libertador e na medida em que é problematizadora e dialógica, deve 
privilegiar o exercício da compreensão crítica da realidade e possibilitar não somente 
a leitura da palavra, a leitura do texto, mais também a leitura do contexto onde está 
inserida e a partir daí, o estudante deve ir construindo sua própria autonomia. 
Dentro de uma visão dialética, Freire enfatiza que ―ser sujeito do conhecimento 
é ser sujeito da história; [...]. É uma palavra assumida com um caráter novo, de 
autonomia‖ (SILVA, 2008, apud AMAZONAS, 2015, p.21), ou seja, ao educar para 
autonomia, o ato de conhecer constitui-se em ato de saber, transformando a realidade. 
As ideias freirianas contribuíram sobremaneira para a reinvenção da escola, e 
introduziram a Educação de Jovens e Adultos no processo educacional do conhecer, 
analisar e transformar a realidade. O fundamento desta proposta de educação está 
na ideia de que o trabalho de transformar e significar o mundo em que vivemos é o 
mesmo que significa e transforma o próprio homem. Como uma prática sempre 
coletiva e socialmente significativa, os sujeitos se realizam através de reações tidas 
como necessárias e motivadoras. 
É nesse aspecto que a valorização da cultura dos estudantes se torna a chave 
para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire. Segundo, Brandão 
(2017) a concepção freiriana coloca a cultura e a política no centro do próprio 
acontecer da Educação: 
A educação é pensada como campo da cultura, e a cultura como algo cuja 
dimensão de realização tem a ver com a gestão de formas de um ativo 
poder simbólico, que tanto pode reiterar e reordenar uma conjuntura social de 
desigualdade e de opressão, quanto podem representar a dimensão 
simbólica de teor político de emancipação e de construção de uma nova 
ordem social. (BRANDÃO, 2017, p.84) 
 
1 Sobre os termos ontologia e gnosiologia, consultar: Pedagogia da autonomia: saberes necessários à 
prática educativa. 24 ed. São Paulo. Paz e Terra, 1996 
2 Sobre o termo Andragogia consultar: Brasil Escola. Canal do Educador. Andragogia e a arte de 
ensinar aos adultos. Disponível emhttps://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho- 
docente/andragogia.htm acesso em: 11/10/2020. 
https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/andragogia.htm
https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/andragogia.htm
18 
 
 
 
 
 
A finalidade educativa deve então, estar comprometida com a transformação 
da sociedade. É nesse sentido que Paulo Freire afirma que: ―A educação, portanto, 
implica uma busca realizada por um sujeito que é homem. O homem deve ser sujeito 
de sua própria educação. Não pode ser objeto dela‖. (FREIRE, 1979, p. 28) 
As contribuições de Paulo Freire comungam com as teorias sociointeracionista3 
na EJA, pois estas se manifestam na valorização da bagagem cultural que o aluno trás 
para a escola. 
 
Os alunos jovens e adultos, devido ao seu percurso de vida, experiências 
pessoais, interpessoais e, muitas vezes, profissionais, apresentam uma 
diversidade de conhecimentos prévios e cada qual possui um repertório 
distinto. E a partir desses conhecimentos que se dá o contato com o novo 
conteúdo, atribuindo-lhe significado e sentido, que são os fundamentos para 
a construção de novos significados (BRASIL, PROPOSTA CURRICULAR 2◦ 
SEGMENTO, 2002, pág. 99). 
 
 
Destarte, a proposta curricular do MEC do 2º Segmento enfatiza que na 
concepção sociointeracionista, o educando é visto como sujeito que interage com o 
meio em que vive e com a capacidade de transformação; portanto, o processo de 
desenvolvimento e de aprendizagem e a relação com o ambiente sociocultural, não se 
desenvolve plenamente sem a ação e interferência do outro. 
Logo, a escola deve ser mobilizadora e organizadora de um processo em que 
a comunidade se envolva, onde diversos espaços educacionais da sociedade possam 
ser integrados, possibilitando a criação de um ambiente cultural que leve à 
participação e ao reforço das atitudes criativas dos alunos-cidadãos. 
Ao elegermos as características da interação como processos que integram a 
educação de jovens e adultos, suscitamos a necessidade de determinar claramente 
a identidade de um curso de EJA, uma vez que pressupõe um olhar diferenciado para 
seu público, acolhendo de fato seus conhecimentos, interesses e necessidades de 
aprendizagem. 
A escola que atende à educação de jovens e adultos precisa conhecer e levar 
em consideração as singularidades desses educandos, a fim de não configurar como 
mera adaptação de uma escola de crianças, nem um suprimento de algo que não 
tiveram anteriormente. 
 
3 A concepção sociointeracionista, de Vygostsky, expõe que o desenvolvimento humano se dá em 
relações sociais, por meio do processo de interação e mediação. REGO. Tereza Cristina, 2001, 
Vozes,11 ed. 
19 
 
 
 
 
 
Pressupõe também a formulação de propostas flexíveis e adaptáveis às 
diferentes realidades, contemplando temas sociais da atualidade, contextualizados 
com a realidade local, sem perder de vista que identidade da EJA vem sendo 
construída e modificada ao longo dos últimos anos. 
Esse pressuposto nos remete aos períodos de ensino anteriores, quando a 
denominação supletivo ―embutia‖ conotação de compensar o ―tempo perdido‖ ou 
―complementar o inacabado‖, com a ideia de substituir de forma compensatória o 
ensino regular. Com o rompimento dessas e outras concepções, hoje a educação para 
jovens e adultos corresponde à aprendizagem e qualificação permanentes e se 
constituem não como suplementares, mas fundamentais e que favoreçam a 
emancipação. 
No exposto, Jamil Cury, (2000) assevera a necessidade em que a escola 
assuma 
a função reparadora de uma realidade injusta, que não deu oportunidade 
nem direito de escolarização a tantas pessoas. Que contemple o aspecto 
equalizador, possibilitando novas inserções no mundo do trabalho, na vida 
social, nos aspectos de estética e na abertura de canais de participação e 
mais: que efetive. Mas há ainda outra função a ser desempenhada: a 
qualificadora, com apelo à formação permanente, voltada para a 
solidariedade, a igualdade e a diversidade. (BRASIL, 2000, pág. 9). 
 
 
As concepções desta proposta corroboram com as funções apontadas por Cury 
(2000), nas Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos (DCNEJA), 
ao mesmo tempo, que relacionam a EJA como modalidade da Educação Básica, a 
qual deve garantir: 
Equidade: Distribuição específica dos componentes curriculares para 
proporcionar um patamar igualitário de formação; restabelecer igualdade de direitos 
e oportunidades em face dodireito à educação; 
Diferença: Identificação e reconhecimento da alteridade própria e inseparável 
dos Jovens e Adultos em seu processo formativo, da valorização de cada um e do 
desenvolvimento dos seus conhecimentos e valores. 
Ao enfatizar esses princípios, a proposta procura demonstrar à compreensão, 
a construção, a aplicação de conhecimentos, e não apenas a reprodução e a repetição 
de fatos e conteúdos, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a 
dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. 
Hoje, podemos contar com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com 
o Referencial Curricular Amazonense (RCA), documentos que definem o conjunto 
20 
 
 
 
 
 
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem 
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, assegurando 
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que 
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). 
Estes documentos aplicam-se exclusivamente à educação escolar, tal como 
define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 
Lei nº 9.394/1996), e estão orientados pelos princípios éticos, políticos e estéticos que 
visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, 
democrática e inclusiva como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da 
Educação Básica. 
 
1.3 Concepções metodológicas na modalidade EJA 
 
A metodologia a ser desenvolvida com os Jovens e adultos, deve basear-se no 
processo Intradisciplinar, Interdisciplinar e Transdisciplinar4, onde as áreas do 
conhecimento integram-se para que o conhecimento do estudante seja global e não 
fragmentado. 
Vale ressaltar que a Educação de Jovens e Adultos deve estar pautada na 
especificidade de práticas docentes e pedagógicas, na flexibilidade do currículo, no 
tempo e espaço de aprendizagem próprios da vida adulta, de forma a atender às 
funções reparadora, qualificadora e equalizadora, previstas para os alunos jovens e 
adultos dessa modalidade de ensino. Nesse sentido, o currículo para atender as 
escolas de EJA exige olhares e tratos diferenciados, sobretudo, retomando as 
autoimagens, identidades, valores e saberes desses sujeitos de direitos. 
 
1.3.1 Os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos. 
 
A Educação de Jovens e Adultos tem a função de assegurar a escolarização 
dos sujeitos que, historicamente, foram excluídos do direito à educação. Com isso, 
não se quer reduzir a EJA à, escolarização, ao contrário, é fundamental que 
se reconheça que a luta pelo direito à educação implica, além do acesso à 
escola, a produção de conhecimento que se dá no mundo da cultura, do 
 
 
4 Sobre os termos Intradisciplinar, Interdisciplinar e Transdisciplinar consultar os Temas 
contemporâneos transversais disponível 
emhttp://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contempor 
aneos.pdf acesso em 11/10/2020 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf%20acesso%20em%2011/10/2020
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf%20acesso%20em%2011/10/2020
21 
 
 
 
 
 
trabalho e dos diversos espaços de convívio social, em que jovens e adultos 
seguem constituindo-se como sujeitos (COSTA e MACHADO, 2017, p. 57) 
 
 
A fala das autoras nos lembra que os sujeitos desta modalidade são 
reconhecidos por trazerem histórias de vida, ora semelhantes, ora diferentes, porém 
marcadas por trajetórias de exclusão social dos sistemas de ensino, dos meios 
culturais, dos meios econômicos e políticos e que ao retornarem ao processo de 
escolarização, manifestam seu desejo e disposição para o enfrentamento de 
problemas impostos à sua qualidade de vida. 
Nessa acepção, compreende-se que a escola, em sua singularidade, contém 
em si a presença da sociedade como um todo e, que a EJA é a representação viva 
na escola, da complexidade, diversidade e pluralidade da sociedade brasileira. 
Observada a diversidade dos estudantes, a modalidade deve ocupar-se em fortalecer 
políticas públicas de Estado que atendam às: 
 
[...] concepções e propostas da EJA voltadas à formação e à emancipação 
humana, que passam a entender quem são esses sujeitos e que processos 
políticos-pedagógicos devem ser desenvolvidos para dar conta de suas 
necessidades, desejos, resistências e utopias (BRASIL, 2000a, p.28 apud 
DISTRITO FEDERAL,2020, p.14) 
 
 
Segundo Soares et al (2005), os sujeitos da EJA são jovens e adultos de 
camadas populares que, ao interromperem sua trajetória, repetem histórias, muitas 
vezes coletivas e familiares, de negação de direitos. Não reconhecer o enraizamento 
dessa negação, dessa identidade coletiva, social e popular, compromete a percepção 
da própria história da EJA, correndo-se o risco dessa modalidade ser encarada como 
mera oferta individual de oportunidades individuais perdidas. (SOARES et al, 2005 
apud DF, 2020.p.13) 
Dentro desta identidade coletiva, é preciso reconhecer e valorizar a diversidade 
e a individualidade desses sujeitos, buscando sempre o desenvolvimento de práticas 
pedagógicas em consonância com as necessidades e demandas desse público. Que 
são pessoas jovens, adultas, idosas, trabalhadores formais e informais, ribeirinhos, 
indígenas, caboclos, quilombolas, imigrantes, pessoas privadas de liberdade, em 
situação de rua, imigrantes, refugiados que, ao longo de sua história, não iniciaram ou 
interromperam a sua trajetória escolar em algum ou em diferentes momentos da vida. 
22 
 
 
 
 
 
No sentido do reconhecimento do público-alvo dessa modalidade, dados 
coletados no CENSO ESCOLAR(INEP, 2019) mostram que os muitos estudantes 
matriculados atualmente nesta modalidade, apresentam características distintas dos 
anos anteriores: percebe-se a redução do número daqueles que não tiveram nenhuma 
passagem anterior pela escola, dando lugar a adolescentes e jovens recém-saídos do 
ensino regular. O que pressupõe a persistência do problema da distorção série-idade, 
gerando, uma EJA ―rejuvenescida‖. 
A presença de adolescentes e jovens na EJA acarreta desafios tanto aos 
adolescentes e jovens, quanto ao sistema educacional que precisa organizar-se para 
melhor atender às características e necessidades deste novo público. O Censo 
Escolar de 2019 vem ratificar essa informação quando explicita que a faixa etária 
atendida é de 1.414 estudantes matriculados até 14 anos; 42.586 de 15 a 24 anos, 
19.523 de 25 a 39 anos e 10.609 na faixa etária de 40 anos ou mais. 
 
1.4 Organização da Educação de Jovens e Adultos 
 
 
A EJA na rede estadual de ensino do Amazonas tem como foco o atendimento 
às necessidades, anseios e especificidades dos estudantes jovens e adultos. A 
modalidade é ofertada em unidades escolares no turno noturno e nos Centros de 
Educação de Jovens e Adultos – CEJA nos três turnos, contemplando os segmentos 
do Ensino Fundamental e Médio. 
A estrutura curricular desta modalidade da Educação Básica está organizada 
em segmentos e etapas. O 1º segmento corresponde aos anos iniciais do Ensino 
Fundamental dividido em 4 (quatro) etapas semestrais, com conclusão em 24 (vinte 
e quatro) meses. O 2º segmento, equivale aos anos finais do Ensino Fundamental 
dividido em 4 (quatro) etapas com a conclusão em 24 (vinte e quatro) meses. O 3º 
segmento refere-se ao Ensino Médio dividido em 3 (três) etapas com a conclusão em 
18 (dezoito) meses. 
A organização desses segmentos está fundamentada nos Pareceres 
CNE/CEB nº 29/2006 e nº 6/2010, nas Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN, Res. 
nº 3/2010, na Base Nacional Curricular Comum - BNCC, nos Referenciais 
Curriculares Amazonenses – RCA e nas Resoluções do Conselho Estadual de 
Educação – CEE/AM. 
23 
 
 
 
 
 
1.4.1 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Fundamental 
 
O Ensino Fundamental no 1º segmento terá a duraçãode 24 (vinte e quatro) 
meses com carga horária de 1.600 horas, sendo distribuída em etapas semestrais 
de 400 horas, conforme estrutura a seguir: 
 
ESTRUTURA CURRICULAR DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E 
ADULTOS - ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS - SEMESTRAL – 24 MESES 
 
 
Dias letivos semestrais: 100 dias 
Dias letivos semanais: 05 dias 
Semestre: 20 semanas 
Carga total por semestre: 400 horas 
Ano de implantação: 2021 
Turno: Diurno e Noturno 
Carga Horária Total: 1.600 horas 
 
 
 
BASE LEGAL 
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1º SEGMENTO 
1ª ETAPA 2ª ETAPA 3ª ETAPA 4ª ETAPA 
 
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Linguagens 
Língua 
Portuguesa 
 
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160 
 
08 
 
160 
 
08 
 
160 
 
08 
 
160 
 
640 
Arte 01 20 01 20 01 20 01 20 80 
Educação 
Física 
02 40 02 40 02 40 02 40 160 
Matemática Matemática 07 140 07 140 07 140 07 140 560 
Ciências da 
Natureza 
Ciências 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
160 
 
Ciências 
Humanas 
História 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
160 
Geografia 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
 
02 
 
40 
160 
Ensino 
Religioso 
Ensino 
Religioso 
01 20 01 20 01 20 01 20 80 
C
A
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G
A
 H
O
R
Á
R
IA
 
TOTAL DE AULAS 
 
25 
 
500 
 
25 
 
500 
 
25 
 
500 
 
25 
 
500 
 
2.000 
TOTAL DE HORAS DA 
ETAPA 
 
400 
 
400 
 
400 
 
400 
 
 
1.600 
TOTAL DE HORAS DO 
SEGMENTO 
 
1.600 
 
 
Legenda: 
NAS= Número de Aulas Semanais 
NASEM=Número de Aulas Semestrais 
- Modalidade presencial semestral 
- Matrícula semestral 
- Conclusão do segmento em 24 meses 
- 1ª Etapa (1º ano) 2ª Etapa (2º ano) 
- 3ª Etapa (3º ano e 4º anos) 4ª Etapa (5º ano) 
 
 
A 1ª Etapa do 1º Segmento atende estudantes não alfabetizados, portanto é 
importante considerar o desenvolvimento de habilidades e as práticas de 
aprendizagem desenvolvidas através dos: a) Eixo da Oralidade; b) Eixo de 
24 
 
 
 
 
 
Leitura/Escrita; c) Eixo de Produção/Escrita; d) Eixo de Análise Linguística/Semiótica, 
requisitos indispensáveis para a continuidade dos estudos; 
O Ensino Fundamental no 2º segmento terá a duração de 24 (vinte e quatro) 
meses com carga horária de 1.600 horas, sendo distribuída em etapas semestrais 
de 400 horas, conforme estrutura a seguir: 
 
ESTRUTURA CURRICULAR DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS SEMESTRAL (24 meses) 
 
Dias letivos semestrais: 100 dias 
Dias letivos semanais: 05 dias 
Semestre: 20 semanas 
Carga total por semestre: 400 horas 
 
Ano de implantação: 2021 
Turno: Diurno e Noturno 
Carga Horária Total: 1.600 horas 
 
 
 
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2º SEGMENTO 
5ª ETAPA 6ª ETAPA 7ª ETAPA 8ª ETAPA 
 
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Linguagens 
Língua 
Portuguesa 
05 100 05 100 05 100 05 100 400 
Língua 
Inglesa 
02 40 02 40 02 40 02 40 160 
Arte 01 20 01 20 01 20 01 20 80 
Educação 
Física 
02 40 02 40 02 40 02 40 160 
Matemática Matemática 05 100 05 100 05 100 05 100 400 
Ciências da 
Natureza 
Ciências 03 60 03 60 03 60 03 60 240 
Ciências 
Humanas 
História 03 60 03 60 03 60 03 60 240 
Geografia 03 60 03 60 03 60 03 60 240 
Ensino 
Religioso 
Ensino 
Religioso 
01 20 01 20 01 20 01 20 80 
C
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TOTAL DE AULAS 25 500 25 500 25 500 25 500 2.000 
TOTAL DE HORAS DA 
ETAPA 
400 400 400 400 
 
1.600 
TOTAL DE HORAS DO 
SEGMENTO 
1.600 
 
Legenda: 
 
NAS= Número de Aulas Semanais 
NASEM=Número de Aulas Semestrais 
OBSERVAÇÃO: 
- Modalidade semestral 
- Matrícula semestral 
- 60% da carga horária estabelecida ocorrerá em 
sistema presencial e 40% em estudo orientado. 
- Conclusão do segmento em 24 meses. 
- 5ª Etapa (6º ano) 6ª Etapa (7º ano) 
- 7ª Etapa (8º ano) 8ª Etapa (9º ano) 
25 
 
 
 
 
 
 
 
1.4.2 Organização e Estrutura Curricular do Ensino Médio 
 
O Ensino Médio do 3º segmento terá a duração de 18 (dezoito) meses com 
carga horária de 1.200 horas, sendo distribuída em etapas semestrais de 400 horas, 
conforme estrutura a seguir: 
ESTRUTURA CURRICULAR DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
ENSINO MÉDIO – SEMESTRAL (18 MESES) 
 
Dias letivos semestrais: 100 dias 
Dias letivos semanais: 05 dias 
Semestre: 20 semanas 
Carga total por semestre: 400 horas 
Ano de implantação: 2021 
Turno: Diurno e Noturno 
Carga Horária Total: 1.200 horas 
 
 
 
BASE LEGAL 
 
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3º SEGMENTO 
9ª ETAPA 10ª ETAPA 11ª ETAPA 
 
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Linguagens e 
Suas 
Tecnologias 
Língua 
Portuguesa 
05 100 05 100 05 100 300 
Língua 
Inglesa 
01 20 01 20 - - 40 
Arte 02 40 - - - - 40 
Educação 
Física 01 20 01 20 01 20 60 
Matemática e 
Suas 
Tecnologias 
 
Matemática 
 
04 
 
80 
 
04 
 
80 
 
05 
 
100 
 
260 
Ciências da 
Natureza e 
Suas 
Tecnologias 
Química 02 40 03 60 03 60 160 
Física 02 40 03 60 03 60 160 
Biologia 02 40 02 40 02 40 120 
 
Ciências 
Humanas e 
Sociais 
Aplicadas 
Filosofia 01 20 01 20 01 20 60 
Sociologia 01 20 01 20 01 20 60 
História 02 40 02 40 02 40 120 
Geografia 02 40 02 40 02 40 120 
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TOTAL DE AULAS 
 
25 
 
500 
 
25 
 
500 
 
25 
 
500 
 
1.500 
TOTAL DE HORAS DA ETAPA 400 400 400 
 
 
1.200 
TOTAL DE HORAS DO 
SEGMENTO 
 
1.200 
 
Legenda: 
NAS= Número de Aulas Semanais 
NASEM=Número de Aulas Semestrais 
OBSERVAÇÃO: 
- Modalidade semestral 
- Matrícula semestral 
- 60% da carga horária estabelecida ocorrerá em 
sistema presencial e 40% em estudo orientado. 
- Conclusão do segmento em 18 meses 
- 9ª Etapa (1ª série) 10ª Etapa (2ª série) 
- 11ª Etapa (3ª série) 
26 
 
 
 
 
 
O componente curricular de Educação Física é de caráter obrigatório em todas 
as etapas e modalidades da educação básica nas escolas públicas e particulares, no 
âmbito do Estado do Amazonas de acordo com a Lei nº 4.817, de 17 de abril de 2019 
e a Resolução nº 09/05 - CEE/AM, sendo desenvolvida através de práticas desportivase culturais voltadas ao movimento corporal e a ludicidade; 
No Artigo 5º da resolução supracitada os estudantes podem ser dispensados 
das atividades práticas desde que: 
a) comprove ser portador de afecções congênitas ou adquiridas, infecções, 
traumatismo ou outras condições mórbidas atestadas por médico; 
b) exerça atividade profissional em jornada igual ou superior a 6 (seis) horas; 
c) seja maior de trinta anos de idade; 
d) esteja prestando serviço militar ou em situação similar; 
e) tenha prole; 
f) comprove estar realizando prática desportiva na Fundação Vila Olímpica, 
vinculados às Federações Desportivas. 
O componente curricular Ensino Religioso conforme a LDBEN/1996 estabelece 
em seu artigo 33, é de matrícula facultativa, parte integrante da formação básica do 
cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino 
fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural, religiosa do Brasil, 
vedadas qualquer forma de proselitismo. 
Os objetos do conhecimento referentes às relações étnico-raciais, a história e 
cultura afro-brasileira e africana, assim como as dos povos indígenas brasileiros, serão 
ministrados no âmbito de todo currículo escolar, em especial nos componentes de 
Língua Portuguesa, Artes e História, conforme a Lei 10.639/2003 e a Lei 11.645/2008, 
estando em acordo com as Diretrizes Curriculares para educação das relações étnico-
raciais e o ensino da história e cultura africana e afro brasileira na Educação Básica; 
Os temas Sociais da atualidade: Religiosidade, Direitos Humanos (princípios, 
fundamentos e objetivos), Ética, Pluralidade Cultural (contribuições das culturas 
branca, negra, indígena, mestiça, quilombola, dentre outras), Saúde, Gênero e 
Orientação Sexual, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Cidadania, Autonomia, 
Orientação para o Trabalho e Consumo, Valorização do Patrimônio Histórico- 
27 
 
 
 
 
 
Cultural, Valorização da Mulher (Direitos da Mulher e Lei Maria da Penha), 
Valorização da Criança – ECA, Valorização do Idoso – Estatuto do Idoso e a 
Valorização da Comunidade Escolar serão tratados de forma transversal em todos os 
componentes curriculares. 
A partir disto, já podemos ter uma visão das mudanças na BNCC e considerá- 
la como uma estrutura diferenciada. Sendo assim, a proposta da EJA, pautada nesse 
contexto, traz mudanças significativas no Ensino Fundamental e Médio, em que o 
objeto do conhecimento está dividido por Áreas do Conhecimento e não mais por 
Disciplinas, que facilita a transversalidade e a interdisciplinaridade. 
Dessa forma a proposta em pauta está organizada em períodos semestrais 
de acordo com a orientação do art. 23 da LDBEN 9394/96 e em atendimento as novas 
diretrizes do Ensino Médio Resolução nº03 de 2018 CNE/CEB a qual determina que 
essa modalidade deva ter uma organização curricular e metodológica diferenciada 
para jovens e adultos, garantindo a carga horária mínima de 1200 (um mil e duzentas) 
horas. 
Neste sentido a organização do trabalho pedagógico na EJA se difere do ensino 
regular, pois valoriza os interesses individuais dos estudantes e respeita o seu ritmo 
de aprendizagem considerando os saberes adquiridos na informalidade, nas 
experiências cotidianas e na prática do trabalho. Assim, neste subitem serão 
abordados a organização do trabalho pedagógico, a estrutura curricular, critérios 
para matrículas e exame supletivo eletrônico. 
 
1.4.3 Organização do trabalho pedagógico 
 
O trabalho pedagógico da EJA estabelece as funções de reparar, equalizar e 
qualificar, sendo assim faz-se necessário assegurar a escolaridade básica para jovens 
e adultos, reconhecendo a igualdade ontológica do ser humano. Nesse sentido os 
cursos da EJA devem ser pensados e planejados com o objetivo de atender as 
necessidades do estudante e a construção da proposta curricular adaptada e flexível 
à demanda de interesses desses sujeitos. Destarte a organização do trabalho 
pedagógico se dá através: 
28 
 
 
 
 
 
a) Planejamento 
 
O planejamento é uma atividade assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação (LDBEN)de 1996, a qual garante a todos os profissionais que trabalham 
em uma escola, tenham um tempo reservado para planejar a rotina, imprescindível 
para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para o bom 
funcionamento da escola. Para Paulo Freire (1986,p.23) 
 
Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem de responder 
às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim, é que pode funcionar o 
processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de 
mudança. Às vezes, preservando determinadas formas de cultura. Outras, 
interferindo no processo histórico instrumental. 
 
No ato do planejamento, a escola define qual o tipo de formação vai oferecer 
na organização do trabalho a ser realizado, que servirá de eixo condutor dos mais 
diferentes componentes curriculares existentes. Esse momento é um momento de 
reflexão sobre a ação pedagógica e de tomada de decisões sobre as estratégias que 
serão utilizadas e quais formas de avaliações serão aplicadas no decorrer do processo 
de ensino. 
A interdisciplinaridade é um elemento essencial nas práticas estabelecidas pelo 
professor, pois além de integrar as áreas de conhecimento ela rompe barreiras, 
remetendo os sujeitos da educação a conhecer sua história e seu desenvolvimento no 
processo de ensinar e aprender. 
 
O objetivo da interdisciplinaridade é, portanto de promover a superação da 
visão restrita de mundo e a compreensão da complexidade da realidade, ao 
mesmo tempo resgatando a centralidade do homem na realidade da 
produção do conhecimento, de modo a permitir ao mesmo tempo uma melhor 
compreensão da realidade e do homem como ser determinante e 
determinado (LUCK, 1994, p.60) 
 
 
Quando se realiza um plano interdisciplinar em sala de aula é possível alcançar 
resultados satisfatórios, com a participação dos estudantes nas atividades 
desenvolvidas e o interesse nas aulas realizadas. Planejar o processo educativo 
significa, portanto, organizar, racionalizar e coordenar a ação docente visando à 
articulação entre a prática da sala de aula e as problemáticas inerentes ao contexto 
social e cultural. Nesse sentido, quanto maior a clareza do docente no que diz respeito 
ao conceito de planejamento e ao ato de planejar propriamente dito, maior liberdade 
e autonomia será aplicada no processo de ensino e aprendizagem. 
29 
 
 
 
 
 
A tarefa de ensinar não pode ser concebida como uma atividade cujos 
resultados estão definidos e podem ser pré-determinados, como produto de uma 
ação mecanizada, pois a sala de aula constitui-se como espaço privilegiado de 
negociação, formação do pensamento crítico e de produção de novos sentidos ao 
conhecimento formal a partir de situações de aprendizagem previamente planejadas. 
Todos os sujeitos envolvidos no processo devem participar da elaboração do 
planejamento porque ele influencia a escola inteira. Portanto, devem comparecer 
aos encontros, os gestores, professores e os colaboradores administrativos. Os 
membros da equipe discutirão o funcionamento da instituição como um todo e 
também as funções pelas quais são responsáveis. Isso significa que todos devem 
pensar juntos sobre qual é a missão e os objetivos da escola. 
Planejamento do Ensino Fundamental e Médio da EJA será pautado nesta 
proposta que tem por fundamento a BNCC e o RCA. A partir desta, o professor 
elaborará seu plano de ensino e o plano de aula. 
➢ Plano de Ensino - consiste na organização dos eixos temáticos, das 
competências, das habilidades, do objeto de conhecimento e seu 
detalhamento. 
➢ Plano de Aula e/ou Unidade - é um instrumento sistematizado das ações 
pedagógicas que serão desenvolvidas pelo professor, devendo constar área 
de conhecimento, campo de atuação ou unidades temáticas, objetos de 
conhecimento, habilidades, métodos e avaliação. 
O planejamentoé fundamental para a execução da ação do professor para 
tornar o ensino mais produtivo, pois alimenta a prática interdisciplinar por ser um 
processo de ação e reflexão, que possibilita a elaboração e pesquisa de métodos 
instigantes para ensinar. Portanto, não se configura em mero preenchimento de papéis 
ou fichas para satisfazer a administração escolar. 
Para Gandin (2013), ao planejar de forma interdisciplinar, o professor colabora 
com o aluno ao ver o processo de ensino como um ato de transformar a si mesmo e 
sua realidade, propondo que o mesmo seja participativo no aprendizado. A ação de 
planejar interdisciplinarmente requer a consciência de transformação do professor e a 
busca de autonomia na sala de aula. 
30 
 
 
 
 
 
b) Avaliação da aprendizagem na escola 
 
O ato de avaliar está presente em todas as áreas e momentos de nossas vidas. 
Porém, quando utilizamos o termo avaliação, este automaticamente nos remete ao 
processo de ensino - aprendizagem porque se constitui como algo indissociável da 
prática pedagógica. Tradicionalmente, praticamos exames escolares para mensurar a 
aprendizagem no cotidiano escolar, entretanto as práticas avaliativas dão ênfase nas 
notas obtidas pelos estudantes e não em sua aprendizagem. O uso dos resultados 
das avaliações se encerra com a obtenção e registro de símbolos que mensuram a 
aprendizagem do aluno. 
Mas, qual seria a função da avaliação? Sinalizar onde se está errando ou 
acertando, ou seja, um diagnóstico que aponta resultados, independente da área de 
atuação. Avaliação investiga a qualidade do resultado. Hoje a maneira que a escola 
trabalha é seletiva, quem tem boa nota avança, quem não consegue é retido. O 
fracasso sempre está sob a responsabilidade do estudante, ele sempre é o culpado 
por seu resultado, positivo ou negativo e a instituição não assume suas falhas, sendo 
que é de extrema importância que a avaliação não seja aplicada somente sobre o 
estudante. Em qualquer processo de avaliar deve haver o foco no individual e no 
coletivo. 
A avaliação é um ato de investigar, de produzir conhecimento, a partir do 
momento que se obtém o resultado, o material obtido seja positivo ou negativo deveria 
servir de conhecimento para planejamento ou replanejamento de ações. A avaliação 
produz um indicativo e, cabe a quem está à frente do processo (professor, gestor, 
pedagogo), traçar os caminhos necessários para chegar aos objetivos determinados, 
ou seja, avaliação nos leva a ação. Para Luckesi (1999, p.173) 
 
Podemos entender a avaliação da aprendizagem escolar como um ato 
amoroso, na medida em que a avaliação tem por objetivo diagnosticar e incluir 
o educando pelos mais variados meios, no curso da aprendizagem 
satisfatória, que integre todas as suas experiências de vida. 
 
 
O grande desafio neste momento é elaborar novas possibilidades para avaliar 
os estudantes da EJA, em função das especificidades desses indivíduos. Por meio 
dessa proposta, pretende-se refletir os objetos de conhecimento, as práticas 
avaliativas e a perspectiva do uso de novos instrumentos, levando em consideração 
o desenvolvimento cognitivo e não somente a busca de classificação. É importante 
31 
 
 
 
 
 
que a avaliação de conhecimentos concebidos para EJA contemple o conjunto de 
saberes e não apenas conteúdos curriculares. 
Como citado anteriormente, avaliação é um processo integrante da relação 
ensino e aprendizagem, visto que permite ao professor diagnosticar como o estudante 
está se desenvolvendo no processo de escolarização. Assim sendo, é um processo 
rico e diversificado, que não se resume em fazer somente provas e tirar notas, trata-
se de um instrumento que tem por finalidade captar todos os aspectos de 
desenvolvimento e de aproveitamento de estudo do educando. 
De acordo com as DCN/2013 a avaliação deve ser contínua, diagnóstica e 
cumulativa, permitindo ao professor subsídios para a construção de uma 
aprendizagem significativa. Um detalhe relevante no processo avaliativo, a partir 
desse contexto, são os instrumentos utilizados para realizar a avaliação dos alunos. 
O modelo que predomina nas escolas para mensurar a aprendizagem ainda é a prova 
escrita. Entretanto, de acordo com o RCA 2019 são diversos os instrumentos a serem 
usados para avaliar o processo ensino-aprendizagem, a saber: seminários, painéis 
integrados, produções individuais e coletivas, roteiro de observações, portfólios, 
pesquisas, construção de maquetes entre outros. 
A avaliação educacional que se preocupa com a transformação deve se ater ao 
resgate da essência construtivista, segundo Luckesi (2002, p. 43) "torna-se necessário 
que a avaliação educacional, no contexto de uma pedagogia preocupada com a 
transformação, seja efetivamente um julgamento de valor sobre manifestações 
relevantes da realidade para uma tomada de decisão". 
O professor como mediador desse processo deve levar em consideração as 
individualidades e diversidades dos estudantes. Sendo assim, o professor da EJA 
dependendo da realidade de atuação, deve pensar a avaliação para: educação do 
campo, quilombola, para os privados de liberdade, indígena, especial, ribeirinhos entre 
outros, colocando em prática os princípios inclusivos, pois todos sem exceção deverão 
estar em clima de igualdade de oportunidades. 
Por fim, a avaliação deve superar o caráter punitivo e classificatório, levando 
em consideração a realidade e dificuldades dos estudantes e orientar a escola a 
repensar o seu papel na aquisição do conhecimento. 
32 
 
 
 
 
 
A avaliação deverá ser efetuada por todos os professores respeitando as 
competências e habilidades propostas em seus planejamentos, utilizando os diversos 
instrumentos citados nessa proposta e o que mais se adequa a realidade do 
estudante. Conforme a essa proposta a estrutura curricular está dividida em semestre 
de acordo com quadro 1: 
 
Quadro1- Organização da EJA 
 
SEGMENTO 
ETAPA 
1ª 2ª 3ª 4ª 
1º 
Ensino 
Fundamental 
anos iniciais 
1º ano 
(alfabetização) 
2º ano 3º e 4º ano 5º ano 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
2º 
Ensino 
Fundamental 
anos finais 
5ª 6ª 7ª 8ª 
6º ano 7ºano 8ºano 9ºano 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
 
3º 
Ensino Médio 
9ª 10ª 11ª 
1ª série 2ª série 3ª série 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
100 dias letivos 
(400h) 
 
Conforme a estrutura supracitada, o rendimento escolar do aluno será aferido 
no final de cada etapa, sendo que o número mínimo de avaliações serão 3(três) por 
componente curricular, conforme Resolução CEE/AM 048/2015, obedecendo a escala 
de valores de 0 a 10 pontos. A média mínima para aprovação será de 6,0 pontos por 
componente curricular. A avaliação é contínua e cumulativa, devendo ocorrer em 
caráter formativo e somativo. 
A obtenção da média final de cada componente curricular da Etapa se dará 
pela soma das notas das três avaliações que será dividida por três, obtendo-se assim 
a média final da Etapa. 
Caso o estudante não alcance a nota igual ou superior a 6,0 (seis) em um dos 
instrumentos avaliativos, o professor deverá realizar a Recuperação Paralela.O 
professor deverá realizar uma nova avaliação utilizando métodos e instrumentos 
diversificados a fim de recuperar a aprendizagem dos estudantes. A fórmula para 
aferição da média da etapa será: 
 
MF = 1ª Av + 2ª Av + 3ª Av ≥ 6.0 (igual ou superior a seis) 
3 
33 
 
 
 
 
 
O estudante que não alcançar a média final, igual ou superior a 6.0 em qualquer 
componente curricular da etapa será submetido à Recuperação Final ao término do 
semestre. A fórmula de aferição para a média da etapa é a seguinte: 
MFR= MF + RF ≥ 6.0 (igual ou superior a seis) 
2 
 
Legenda: 
AV – Avaliação 
MF – Média Final 
RF – Recuperação Final 
MFR - Média Final com RecuperaçãoNo que se refere ao detalhamento dos Objetos do Conhecimento, para atuação 
na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, deveremos prover um currículo 
essencial e básico por componente levando em conta as especificidades do público 
atendido pela modalidade. 
 
1.5 Procedimentos Operacionais/Funcionamento da EJA 
 
 
A EJA se faz com jovens e adultos e não para eles, reforçando a ideia de que 
sua organização e funcionamento sejam incentivadores do atendimento aos 
estudantes e motivação para permanência e avanço nos estudos. Sendo assim, a 
reformulação da estrutura e da proposta pedagógica EJA não se refere apenas a 
característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade 
sociocultural e econômico de seu público. 
A fim de atender essa característica a estrutura curricular foi organizada em 
semestres com carga horária de 400h e oferta de 2 (dois) períodos de ingresso durante 
o ano, objetivando: 
✓ Aumentar a oferta por meio de matrículas semestrais; 
✓ Otimizar o tempo de escolarização da EJA; 
✓ Minimizar a evasão escolar, assegurando a conclusão de cada etapa e 
propiciando a continuidade dos estudos; 
✓ Elevar o número de concludentes da Educação Básica pela EJA; 
✓ Garantir a celeridade de inserção no mercado de trabalho. 
A partir desta organização, a EJA está dividida em 3 (três) segmentos e cada 
segmento em etapas (vide Quadro 1). A carga horária do 1º segmento corresponde 
a 1600h, do 2º segmento 1600h e do 3º segmento 1200h, sendo que a estrutura do 
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Ensino Fundamental está contemplada com os componentes curriculares da BNCC 
e a do Ensino Médio com os componentes curriculares da Formação Geral Básica 
de acordo com a Lei 13.415/17 (Novo Ensino Médio). 
A EJA no Ensino Fundamental 1º segmento será ofertada de forma presencial. 
O 2º e o 3º segmento serão também presenciais com as seguintes características: 
aulas em 3 (três) dias semanais, com horários fixos, respeitando o turno oferecido; 
estudos orientados em 2 (dois) dias semanais, sendo que as atividades realizadas fora 
do ambiente escolar serão supervisionadas pelos professores de cada componente 
curricular e a frequência dos alunos contabilizada através das entregas de atividades 
e trabalhos. Enfatiza-se que toda e qualquer avaliação acontecerá de forma 
presencial. 
 
 
1.5.1 Formas de Ingresso/Matrícula na Modalidade 
 
 
A matrícula é a forma convencional de entrada do estudante a unidade de 
ensino da rede pública estadual, sendo ofertada semestralmente para a Educação 
de Jovens e Adultos. A idade mínima para o ingresso na EJA é 15 (quinze) anos 
completos para o 1º e 2º Segmento e 18 (dezoito) anos completos para o 3º segmento. 
Para realização da matrícula o interessado deve apresentar os seguintes 
documentos: 
➢ Documento de identificação com foto – RG, CNH, Carteira de trabalho ou 
Passaporte; 
➢ CPF; 
➢ Certidão de Nascimento; 
➢ Certidão de Casamento; 
➢ Histórico Escolar; 
➢ Comprovante de endereço; 
➢ Os menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais ou 
responsáveis; 
➢ Comprovação de conclusão de escolaridade anterior para etapa 
pretendida; 
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1.5.2 Sistema de matrícula 
 
A matrícula é o ato formal de ingresso dos estudantes na instituição de ensino, 
sendo o calendário de matrícula elaborado em consonância com a Coordenação de 
Matrícula / DEPPE/GAEED/SIGEAM e amplamente divulgado em todo estado. 
 
1.5.2 Calendário escolar 
 
O calendário escolar deve adequar-se às peculiaridades locais, inclusive 
climáticas e econômicas, sem com isso reduzir o número mínimo de 800 horas e de 
200 dias letivos, conforme estabelece a Lei 9.394/96 e o art. 19 da Resolução nº 
201CEE/AM de 05/12/2017. Assim, 1(um) ano letivo será cumprido em 2 (dois) 
semestres, com 400 horas e 100 dias letivos para cada etapa dos segmentos da 
EJA. 
 
1.5.4 Horário Escolar 
 
A oferta dos cursos da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos: ensino 
presencial 1º, 2º e 3º Segmentos deverão obedecer ao mesmo horário do ensino 
regular das escolas estaduais, de acordo com as cargas horárias contidas nas matrizes 
curriculares propostas. 
 
1.5.5 Frequência do estudante 
 
A frequência seguirá orientações do artigo 67 da Resolução nº 99/97, que 
estabelece a frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas 
letivas semestrais, para aprovação do estudante, independentemente dos resultados 
obtidos nos demais instrumentos de avaliações aplicados durante o período letivo, 
visando garantir o aprendizado significativo dos estudantes. 
 
1.5.6 Transferências para o 2º segmento 
 
A transferência de alunos dar-se-á entre escolas que ofertem este Segmento e 
correlatas às 5ª, 6ª, 7ª e 8ª etapas correspondentes ao 2º Segmento, considerando a 
idade estabelecida na legislação vigente; 
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A Transferência de estudante da EJA presencial será permitida para EJA 
presencial com Mediação Tecnológica, nos seguintes casos: 
a. Estudante cursando 5ª ou 6ª Etapa do 2º Segmento poderá ingressar na 
4ª Fase (6º e 7º ano) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica ; 
b. Estudante cursando a 7ª ou 8ª Etapa do 2º Segmento, poderá ingressar 
na 5ª Fase (8º e 9º Ano) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica; 
c. Estudante cursando a 4ª Fase (6º e 7º Ano) da EJA presencial com 
Mediação Tecnológica fará exame de classificação para ingresso na 5ª ou 6ª etapa 
correspondente do 2º Segmento, de acordo com o domínio das competências e 
habilidades comprovadas no referido exame; 
d. Estudante cursando a 5ª Fase (8º e 9º Ano) da EJA presencial com 
Mediação Tecnológica fará exame de classificação para ingresso na 8ª ou 9ª etapa do 
2º Segmento, de acordo com o domínio das competências e habilidades comprovadas 
no referido exame. 
 
1.5.7 Transferências para o 3º segmento 
 
 
A transferência de alunos dar-se-á entre escolas que ofertem este Segmento 
e correlatas às 9ª, 10ª e 11ª etapas correspondentes ao 3º Segmento, considerando 
a idade estabelecida na legislação vigente; 
A Transferência de estudante da EJA presencial será permitida para EJA 
presencial com Mediação Tecnológica, nos seguintes casos: 
a. Estudante cursando 9ª ou 10ª Etapa do 3º Segmento poderá ingressar na 
1ª Fase (1ª e 2ª série) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica ; 
b. Estudante cursando a 11ª Etapa do 3º Segmento, poderá ingressar na 2ª 
Fase (3ª série) da EJA Presencial com Mediação Tecnológica; 
c. Estudante cursando a 1ª Fase (1ª e 2ª série) da EJA presencial com 
Mediação Tecnológica fará exame de classificação para ingresso na 9ª ou 10ª etapa 
correspondente do 3º Segmento, de acordo com o domínio das competências e 
habilidades comprovadas no referido exame; 
d. Estudante cursando a 2ª Fase (3ª série) da EJA presencial com Mediação 
Tecnológica ingressará na 11ª Etapa do 3º Segmento da EJA presencial. 
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1.5.8 Horário de trabalho do professor 
 
Na composição da jornada de trabalho do professor, observar-se-á o limite 
máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de 
interação com os estudantes, de acordo com a Lei 11.738/2008, Art. 2º, § 4º. 
Consequentemente o Estado do Amazonas instituiu o Plano de Cargos, Carreiras e 
remuneração dos servidores da SEDUC/AM através da Lei 3.951/2013, determinando 
em seu Art. 5º que jornada de trabalho do professor em função docente inclui 1/3 (um 
terço), da carga horária, destinada, de acordo com a proposta pedagógica da escola, 
a preparação e avaliação do trabalho didático, ao nivelamento, a formação 
continuada, a colaboração com a administração da escola, as reuniões pedagógicas, 
a articulação com a comunidade e ao aperfeiçoamento profissional. 
A Hora de Trabalho Pedagógico (HTP) deverá ser cumprida na escola, salvo 
excepcionalmente, em atividades autorizadas pela SEDUC, desenvolvidas no 
interesse da educação pública. 
 
1.6 Exames de Classificação

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