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Modelo prático profissional de Resposta à Acusação.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ITABUNA ESTADO DA BAHIA
Número do processo: XXX
Fábio, já qualificado nos autos em epígrafe, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com fulcro no artigo 406, §3º, do Código de Processo Penal oferecer
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
pelos motivos de fatos e direito a seguir expostos.
I- DOS FATOS 
No 18 de agosto de 2012, quando o denunciado voltava pra casa depois de um treino, foi abordado pela suposta vítima, que anunciou um assalto. O denunciado, então, percebendo a agitação da suposta vítima, entregou-lhe todos os seus objetos de valores. Porém, em um momento de distração da suposta vítima enquanto pegava os objetos, o denunciado conseguiu dar um chute nele, suficiente para cessar a agressão, pois este caiu desmaiado na calçada. Com tudo isso, o denunciado saiu correndo com medo da vítima acordar, pois este possuía uma arma de fogo.
Sendo assim, Fábio foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no artigo 121, caput do Código Penal, por ter atingido a vítima com um chute, ato que usou para se defender da vítima que estava lhe assaltando e estava armado.
II- DAS PRELIMINARES 
Primeiramente cumpre destacar a ocorrência de legítima defesa do denunciado, causa de exclusão da ilicitude, conforme aduz o artigo 23, II c/c o artigo 25, ambos do Código Penal.
Posto isto, ainda em sede de preliminar, vale destacar a falta de condição ou de pressupostos para o exercício da ação, tendo em vista o instituto da legítima defesa, que não há interesse/necessidade de agir, conforme aduz o art. 395, II do Código de Processo Penal.
III- DO MÉRITO
Torna-se cristalino, que no presente caso, configura-se o instituto da legítima defesa, que produz a excludente de ilicitude, razão pela qual a denúncia não deveria ter sido recebida. 
Está presente nos autos que o denunciado tinha a intenção somente de cessar a agressão iminente que estava sofrendo, uma vez que estava voltando para casa depois do treino e a vítima o abordou e anunciou o assalto portando uma arma de fogo, vindo a subtrair os pertences do acusado, momento em que se distraiu e o acusado deferiu-lhe um chute, que foi certeiro e fez a suposta vítima cair desmaiada no chão, chute que foi suficientemente para cessar o assalto que estava sofrendo por parte da suposta vítima, que estava cometendo fato típico e ilícito e ainda portava arma de fogo, com o objeto de subtrair os pertences do denunciado. 
O denunciado repeliu agressão injusta iminente que estava acontecendo, tendo em vista a suposta vítima estava subtraindo os seus bens, mediante ameaça com arma de fogo. Percebe-se que o denunciado usou moderadamente dos meios que possuía, sendo que desferiu um chute na suposta vítima, que foi suficientemente para fazer cessar a agressão que estava sofrendo, não tendo excesso na sua ação. O denunciado usou do meio necessário para resguardar a sua própria integridade física. 
Verifica-se então que estão preenchidos todos os requisitos para caracterizar o instituto da legítima defesa, conforme os artigos 23, II e 25 do Código Penal, motivo pelo qual a absolvição sumária se impõe. 
Por fim, é valido ressaltar que falta o interesse de agir, que é uma condição para o exercício da ação penal.
IV- DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer a absolvição sumária do denunciado, com base legal no artigo 415, IV, do Código de Processo Penal, tendo em vista a causa de exclusão de pena.
Caso Vossa Excelência não acolha o pedido de absolvição sumária, requer que seja decretada a anulação do recebimento da denúncia, por falta de condição ou pressuposto processual para o exercício da ação penal, nos termos do art. 395, II, do Código de Processo Penal por não existir interesse e/ou necessidade de agir.
Requer ainda que sejam intimadas e inquiridas as testemunhas arroladas. 
Rol de testemunhas:
1- Nome ____ Endereço ____;
2- Nome ____ Endereço ____;
3- Nome ____ Endereço ____.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data,
Advogado 
OAB n.

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