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FENDAS FACIAIS ANNA CLARA - @anna_clara.odonto As fendas faciais são classificadas de acordo com a localização e a extensão. Uma fenda pode afetar um ou ambos os lados do lábio (uni ou bilateral) e podem ser ambas incompletas ou completas. A Fenda Facial ou Fissura Facial é mais comumente conhecida como Lábio Leporino. Geralmente se caracteriza por uma “abertura” no lábio superior. DEFENIÇÃO: DESENVOLVIMENTO DA FACE O desenvolvimento é dividido em três períodos: • Ovular: Que compreende as duas primeiras semanas; • Embrionário: Da 3ª a 8ª semanas, período em que ocorre a formação da face; • Fetal: A partir da 8ª semana ou 3º mês, a face já está completamente formada, finaliza-se a formação do palato até a 12ª semana, e desenvolvem-se as proporções faciais. DESENVOLVIMENO DO PALATO ➢ Desenvolvimentodo Palato - A formação do palato inicia-se no final da 5ª semana de gestação e completa-se na 12ª semana. - Consiste na união de duas estruturas embrionárias distintas: o palato primário e secundário que irão dar origem, respetivamente, ao palatoduro e ao palatomole, no indivíduo adulto. - Este processo dá-se em três etapas: formação do palato primário, formação do palato secundário e conclusão do palato. - O palato primário origina-se da fusão dos processos nasais mediais e o palato secundário ou definitivoorigina-se das cristas palatinasque derivamdos processos maxilares. Formação do Palato Primário - A primeira etapa ocorre na quinta e sexta semana do desenvolvimento pré-natal. Começa com o segmento intermaxilar formado pela fusão de duas apófises nasais mediais. - Esta massa em forma de cunha estende-se, inferiormente, em direção à boca primitiva, desenvolvendo-se entre a cavidade oral e nasal e transformando-se no palato primário. - A estrutura ocupará o primeiro terço anterior do palato duro, onde se localizam os quatro dentes incisivos superiores. Formação do Palato Secundário- Durante as seis semanas seguintes, forma-se o palato secundário. As apófises maxilares laterais formam duas apófises palatinas laterais que crescem verticalmente em direção à cavidade oral. -O interessante é que Por forças desconhecidas, estas duas estruturas vão rodar e em vez de continuarem o seu movimento descendente e vão passar a se movimentar na horizontal. Ao se alongarem medialmente, as apófises palatinas laterais vão se fundir, como é sugerido pela sutura palatina média, concluindo assim a formação do palato secundário. -A estrutura irá corresponder aos dois terços posteriores do palato duro, ao palato mole e úvula, no ser adulto. É esta estrutura que irá conter os caninos superiores e os restantes dentes posteriores a esses. • Conclusão- A conclusão do palato dá-se na 12ª semana, quando o palato secundário se aproxima da porção posterior do palato primário e estes dois se unem. -a cavidade oral fica completamente separada da cavidade nasal. É pelo fato de as três estruturas embrionárias que formam o palato estarem separadas inicialmente que é possível verificar a existência de uma sutura palatina média e outras duas que se estendem desde o canal incisivo até ao espaço situado entre os caninos e os incisivos laterais. FORMAÇÃO DAS FISSURAS Estas fissuras são consideradas alterações anatômicas congênitas que resultam na não fusão dos processos embrionários e palatinos, que ocorrem entre a 4ª e 12ª semana de vida intrauterina, quando acontece a formação dos arcos faríngeos. Ou seja, tanto o lábio como palato são formados por estruturas que, nas primeiras semanas de vida, estão separadas. Estas estruturas devem se unir para que ocorra a formação normal da face. Se, no entanto, esta fusão não acontece, as estruturas permanecem separadas, dando origem às fissuras no lábio e/ou no palato. É por volta da quarta semana que ocorre a divisão do tubo digestivo em três porções, sendo elas cefálica, média e caudal, tendo a primeira a subdivisão da cavidade oral primitiva, dando origem a uma invaginação do ectoderma, que é separado do intestino anterior através de uma fina membrana, formada no 22º dia, e, no 27º dia acontece a perfuração da membrana estabelecendo ligação entre a cavidade oral primitiva e o intestino anterior, em que está, a partir de então, propenso a desenvolver alterações quando inicia a formação dos arcos faríngeos. São seis arcos faríngeos ao total e eles contribuem para a formação do crânio, face, pescoço, cavidades nasais, boca, faringe e laringe. Depois de estabelecidos os processos nasais laterais e mediais e uma depressão conhecida por processo fronto nasal, os processos nasais mediais dos dois lados e o fronto nasal constituem a região medial do nariz e a parte anterior da maxila e do palato primário (figura 2). Os processos maxilares e nasais mediais que crescem no sentido da linha média e se fundem, formam o lábio superior. O lábio inferior se forma a partir dos dois processos mandibulares na linha média. Quando se inicia a formação do palato, existe uma comunicação entre as cavidades nasal e oral e, o espaço é preenchido pela língua que está em desenvolvimento nesse período. A separação das duas cavidades só ocorre quando acontece o desenvolvimento do palato secundário, o qual verifica-se entre a sétima e a oitava semana de gestação. A formação acontece a partir de uma fusão medial das cristas palatinas, formadas a partir dos processos maxilares. No início da formação, as cristas palatinas estão para baixo, uma em cada lado da língua. Conforme vai acontecendo o desenvolvimento, já na sétima semana, a língua baixa deixando com que as cristas palatinas se elevem para depois se fusionarem entre si e mais o palato primário. Fendas Orofacias O que são as fendas orofaciais? As Fendas Orofaciais são más-formações congênitas relativamente comuns, ocorrendo em cerca de 1 caso para cada 500 nascimentos. Todas elas trazem a necessidade de cirurgias para corrigir o problema, mas as crianças e suas famílias enfrentam vários outros desafios. Quais são as fendas faciais mais comuns? As Fendas Orofaciais formam um grupo bastante heterogêneo, compreendendo vários tipos possíveis de defeitos no palato (céu da boca), no lábio e em outras estruturas. Por sua incidência mais alta, destacam-se a fenda labial e a fenda palatina. O que caracteriza a Fenda Labial? A Fenda Labial pode ser uni ou bilateral, iniciando-se na parte lateral do lábio superior, estendendo-se para dentro da boca. Quando essa fenda se estende muito, comprometendo a junção dos dois lados do palato, ela passa a se chamar Fenda Lábio-Palatina. E a Fenda Palatina, como ela se caracteriza? A Fenda Palatina é diferente da Fenda Labial e da Fenda Lábio-Palatina. As formas menos severas acometem apenas a úvula (campainha), ao passo que as formas mais intensas se apresentam como fendas em toda a parte de trás do palato. Em muitos pacientes, a fenda na parte anterior do palato fica escondida pela mucosa da boca, formando uma Fenda Palatina Submucosa. O que causa as Fendas Orofaciais? A maioria das Fendas Orofaciais é causada pela interação entre fatores genéticos e ambientais. A proporção destes fatores varia de acordo com o sexo do paciente afetado e o tipo de fenda. Por exemplo: o fator genético é decisivo nas pacientes do sexo feminino portadoras de Fenda Labial bilateral, mas ele possui uma influência bem menor nos pacientes do sexo masculino portadores da forma unilateral. O que fazer com uma criança que nasce com uma fenda orofacial? Ao se deparar com um recém-nascido portador de fenda orofacial, é importante providenciar uma avaliação com um Geneticista o quanto antes. Isso por que a fenda orofacial, associada a outros fatores, pode representar 1 de mais de 300 síndromes relacionadas. Cada caso possui suas particularidades e não existe uma abordagem terapêutica universal. É preciso traçar um plano terapêutico individual, revisandocontinuamente os procedimentos adotados a cada avaliação. Como é feita a alimentação de crianças com esse problema? A imensa maioria das crianças com fenda orofacial nasce com peso dentro da faixa de normalidade. Contudo, devido às dificuldades para alimentação, a manutenção do peso ideal do bebê é um dos maiores problemas enfrentados no pós- parto. Muitos pacientes não conseguem fazer sucção suficiente para mamar. Antes de posicionar o bebê para mamar ao seio, algumas dicas podem ser úteis para facilitar a saída do leite: a mãe deve massagear as mamas e aplicar compressas mornas por 20 minutos antes dos horários habituais das mamadas. Uma leve pressão na aréola ajuda a protrusão do mamilo e a apreensão pelo bebê. Quanto melhor o estado de hidratação da mãe, mais leite ela irá produzir – e mais facilmente este leite será eliminado. E quando o bebê não consegue mamar no seio materno? Se o bebê não for capaz de mamar ao seio, a mãe pode coletar o leite utilizando equipamentos apropriados, oferecendo-o então em mamadeiras. Se não houver leite suficiente, a fórmula de suplementação poderá ser prescrita pelo Pediatra responsável. Existem várias mamadeiras especiais feitas especificamente para crianças com fendas. Como é feito o tratamento das fendas orofaciais? A maioria das crianças com fendas orofaciais necessitará um time multidisciplinar, constituído por fonoaudiólogos, geneticistas, odontólogos, pediatras, nutricionistas, otorrinolaringologistas e cirurgiões plásticos e/ou maxilofaciais, entre outros. A abordagem terapêutica pode levar anos de cuidados especializados. O papel do Otorrinolaringologista é muito importante, uma vez que otites médias recorrentes são comuns em crianças com fendas orofaciais. CLASSIFICAÇÕES DAS FENDAS FACIAIS A partir da migração das células da crista neural se forma o tecido conectivo e o esqueleto da face (semana 3). A falha da fusão do processo fronto-nasal com o processo maxilar na semana 4-8 do desenvolvimento embrionário ocasiona a fenda labial. A falha de penetração do tecido mesodérmico no sulco ectodérmico na linha média do palato posterior a lateral da pré-maxila ocasiona a fissura palatina. É nítido que por serem processos embriológicos diferentes, os casos de fenda labial têm uma epidemiologia diferente e podem ter uma etiologia distinta dos casos de fenda palatina isolada. PROEMINÊNCIA FRONTONASAL (ou nasal medial): 1. Testa (A) 2. Meio do nariz (B) 3. Filtro do lábio superior (C) 4. Palato primário (D) CLASSIFICAÇÃO Há várias classificações que podem ser baseadas nos aspectos clínicos, anatômicos ou etiológicos. A classificação de Spina (1979) é a mais utilizada pelos fonoaudiólogos e tem como ponto de referência principal o forame incisivo (junção do palato primário com o secundário) separando as fissuras em 3 tipos: fissura pré-forame incisivo (lábio e arcada alveolar, até o forame incisivo), podendo ser bilateral ou unilateral, completa ou incompleta; fissura pós- forame incisivo (palato duro e mole), podendo ser completa ou incompleta; fissura transforame incisivo (lábio, arcada alveolar, palato duro e mole), podendo ser uni ou bilateral(5) . OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
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