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Papilomatose em animais

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Papilomatose: 
Definição: é uma doença infecciosa viral, neoplásica benigno (não faz metástase- não tem crescimento agressivo) de 
células basais- é a camada da célula que faz mitose para manter a pele integra. Acomete várias espécies, mas 
principalmente bovinos, mas podem atingir equinos e cães. 
Tem uma distribuição mundial e no Brasil ela é endêmica. Causa perdas econômicas devido ao tratamento, vacinas- 
é feita artesanalmente e dificulta ou impossibilita o manejo. 
• Vacina autógena: pega o patógeno autógeno daquela população que quer vacinal (o sorotipo que está na 
propriedade), coleta o papiloma e produz um extrato de tecido daquele papiloma, produz um resíduo que 
promove a inativação do vírus, purificação da vacina e um produto que conserve a vacina. 
• Associação entre corticoide e papilomatose: se o animal está em estresse térmico, estresse nutricional, 
estresse de manejo, aumenta o nível de cortisol e a imunidade abaixa. 
• Tem diferentes tipo de vírus, o vírus que causa papilomatose em cães é diferente do vírus que causa 
papilomatose em bovinos. 
Etiologia: fazem parte da família Papillomaviridae e tem diferentes espécies, sendo eles alfa, beta, gama, delta, 
épsilon, zeta, eta, theta, lota, kappa, lambda, mupa, nupa, xipa, omikron, pipapillomavirus. Devido a quantidade de 
espécies é difícil produzir uma vacina, por isso utiliza a vacina autógena. 
➔ Bovinos: identificadas 13 espécies 
• Tipo I: pênis 
• Tipo II: fibropapilomas em cabeça e pescoço (cor cinza) 
• Tipo III: cutâneo epitelial 
• Tipo IV: TGI (esôfago e rúmen) - animal começa a ter dificuldade de deglutição 
• Tipo V: fibropapilomas em teto e úbero (pequenos)- parece grão de arroz 
• Tipo VI: papilomas epiteliais nos tetos 
➔ Caprinos: 1 
➔ Equinos: 7 
• Ecpv Tipo I: cutânea 
• Ecpv Tipo II: genital 
• Ecpv tipo II a VI: placa aural 
➔ Cães: 15 
É um vírus icosaédrico, com DNA circular- incorpora o material genético no núcleo da célula, não é segmentado- não 
possui genes diferentes, possui 10 proteínas sendo 2 estruturais e 8 não estruturais- interferem com o ciclo celular, 
principalmente em relação a velocidade; é um vírus não envelopado, logo é resistente. 
Fatores de virulência: a proteína E5 e proteína E6- interfere com o funcionamento de proteínas de controle do ciclo 
células (p53, Rv), redução da expressão de MHC de classe I- apresentação de antígeno de linfócitos T citotóxicos; se 
o vírus reduz a expressão de MHC de classe I, vai diminuir a ativação dos linfócitos T que são responsáveis por induzir 
a apoptose das células infectadas. 
Resistência: dessecação, termoestável, 7 dias em temperatura ambiente nas crostas, 56° C por seis horas. 
Sensibilidade: 74°C, autoclave (121°C por 30 minutos), etanol 70%, formalina, variações de pH. 
Epidemiologia: as espécies são susceptíveis para determinados tipos, animais jovens- 
erro de manejo com animais jovens são mais evidentes e animais imunossuprimidos. A 
transmissão ocorre com o contado do vírus com pele lesionada. Indica que a 
estrutura/manejo não está adequada. O animal susceptível entra na propriedade ou 
pela compra ou pelo nascimento. É mais fácil ocorrer em gado de leite, visto que o 
gado de corte é mais espalhado. 
Dentre os fatores de risco estão: densidade populacional, manejo intensivo, estresse (maus tratos, térmico- não tem 
área de sombra, nutricional, cetose em vacas parindo), intoxicação por Pteridium aquilinum. 
Patogenia: em bovinos o período de incubação é de 35 dias e em equinos de 67 dias. No mecanismo celular, o vírus 
entra e faz replicação no núcleo→ libera o material genético→ no núcleo o DNA é replicado, fazendo a liberação do 
vírus e ele, dentro da célula, provoca um fenômeno chamado coilocitose (edema celular- começa a interferir no 
metabolismo celular e a bomba de Na/K não funciona bem, fazendo com que haja acumulo de líquidos nas células, 
levando a morte celular, fazendo com que libere mais vírus para as células vizinhas). Esse quadro tem continuidade e 
no intervalo de 4-6 semanas começam a se evidenciar as lesões (hiperplasia de células epiteliais). Há degeneração do 
tecido e morte por conta do acúmulo de queratina nesse tecido morto (hiperqueratinização). 
Desenvolvimento: 
➔ Estágio 1 (de 4-6 semanas) com formação de placas levemente elevadas 
➔ Estágio 2 com formação de fibropapilomas- massa cinzenta 
➔ Estágio 3 (após 12 semanas) com formação de papiloma pedunculado (base estreita) 
Sinais clínicos: 
Bovinos: apresentação da tumoração 
➔ Escamosos: epitélio estratifica, na cabeça (olhos), pescoço e escápula de aspecto seco, córneo ou couve-flor 
➔ Pedunculares: sobressaem da pele nas extremidades livre, no corpo ou em inserções, de aspecto semelhante 
a um digito 
➔ Mucosos: epitélio simples na cavidade oral, genitais e no retículo, de aspecto encapsulado ou circunscrito 
➔ Planos: epiderme, na pele, de aspecto espesso, queratizado ou nodular 
Equinos: pequenas massas circunscritas, localizadas no pavilhão auricular, acometendo todas as idades 
Cães: apresentação da tumoração- pode fazer intervenção cirúrgica e utilização de antivirais 
➔ Oral: nos lábios, mucosas e faringe 
➔ Ocular: na conjuntiva, córnea e pálpebras 
➔ Cutânea: raro 
Diagnóstico: o diagnóstico clínico é muito característico (fecha o diagnóstico), anatomopatológico, laboratorial 
(histopatológico, isolamento viral, PCR). 
➔ Clínico: papiloma cutâneo, pólipo, fibroma subcutâneo, fibropapiloma 
Tratamento: para bovinos, equinos e cães. 
➔ Cirúrgico: cauterização, criocirúrgico, eletrocirurgia 
➔ Quimioterápico: aciclovir, vincristina, ciclofosfamida 
➔ Imunoterápico: vacinas, citocina, auto-hemoterapia, BCG 
➔ Outros tratamentos: clorobutanol, imiquimode, invermectina- experimentalmente teve efeito antiviral, 
porém o problema é que a dose terapêutica é muito próxima da dose tóxica, levamisol 
Prevenção e controle: 
➔ Rediz estresse 
➔ Diminuir densidade de animais 
➔ Isolamento de animais doentes 
➔ Tratamento de animais doentes 
➔ Intensificar medidas de prevenção.

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