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PAPILOMATOSE Marcília Cavalcante Araújo Stella Bezerra Soares Liandra Silva Sá Almeida Suellem dos Santos Dantas Enfermidade infectocontagiosa, de caráter tumoral, geralmente benigna e autolimitante, que acomete grande variedade de animais, incluindo humanos, em todo o mundo. Definição Etiologia Vírus da família Papillomaviridae, que apresenta vários gêneros, espécies e centenas de tipos virais, Vírus não envelopados, com fita dupla de DNA Simetria icosaédrica, Vírus oncogênicos que infectam pele e mucosas, Induzem tumores benignos proliferativos que eventualmente se tornam malignos. O papilomavírus pode coexistir no hospedeiro por um longo período, Aparecem de forma latente, Bovinos, Cães, Equinos, Raramente em felinos e ovinos, Cervos, Chimpanzés, Macacos, Elefantes, ESPÉCIES DOMÉSTICAS: SILVESTRES: Gambás, Hamsters, Coelhos, Aves. Hospedeiros Animais de até 2 anos são mais acometidos, Animais confinados são mais acometidos, Vírus altamente resistentes Resistentes a dessecação, resistindo por até 7 dias em temperatura ambiente nas crostas descamadas, Conservados a 90 dias por 4ºC, Glicerina 50%: 2 anos, Estáveis a 56ºC por 1 hora. Condições de imunossupressão ativam infecções latentes ou aumentam suscetibilidade à reinfecção, Imunodeficiência pode predispor o desenvolvimento de papilomas, Contato físico com animais infectados. Epidemiologia Estado imune, Má nutrição, Infestação por carrapatos, Desmame. Fatores predisponentes Portas de entradas Pele e mucosas com solução de continuidade, Infecção transplacentária. Cercas, Bebedouros, Comedouros, Cordas, Moscas, Carrapatos, Máquinas de marcar, Ordenha, Toque retal para prenhez, Monta. CONTATO DIRETO CONTATO INDIRETO: Vias de transmissão Período de incubação Desenvolvimento: pode durar cerca de 1 ano, Podem regredirem ou persistirem, cronificando-se e evoluírem para malignidade. Vírus penetra a pele com solução de continuidade, Infecta os queratinócitos basais replicando seu genoma nas camadas diferenciadas espinhosa e granular, O DNA do papilomavírus permanece nas células epiteliais basais, Há um crescimento excessivo, caracterizando a formação da verruga, O tumor contém tecidos epitelial e conjuntivo, podendo ser um papiloma (tecido epitelial) ou fibropapiloma (tecido fibrótico), O desenvolvimento da lesão depende do subgrupo viral infectante, Patogenia Patogenia Estágio 1 (fibroma): ativa proliferação dos fibroblastos epiteliais. Estágio 2: observa-se o fibroma com acantose (hiperplasia difusa e acometimento da camada celular). Existe também proliferação da camada basal do epitélio e invasão do tecido fibroso. Estágio 3: desenvolvimento do fibropapiloma. Observa-se a presença de queratinócitos formando massas que apresentam núcleo central de tecido conjuntivo. Estágio 4: regressão do tumor. Nessa fase, observa-se a presença de linfócitos e macrófagos atuando inicialmente no fibroma e, em seguida, na porção papilomatosa do tumor. SUBGRUPO A (Fibripapilomas) Patogenia Estágio 1 (placa): surge em torno de 4 semanas após a invasão viral, caracterizado pela presença de tubos de queratinócitos que formarão o futuro papiloma. Replicação viral já se inicia nesse estágio. Estágio 2 (papiloma epitelial típico): ocorre em torno de 8 semanas após a infecção e é composto por massas epiteliais contendo grande quantidade de DNA viral epissomal e em replicação nas áreas queratinizadas. Estágio 3: desenvolve-se entre 4 a 8 meses após o início da formação tumoral e é histologicamente similar ao estágio 2. A replicação viral diminui gradativamente e cessa nessa fase. Estágio 4: representa a fase de regressão dos papilomas, podendo também evoluir para câncer. Quando os papilomas evoluem para câncer, o DNA viral não é mais localizado. SUBGRUPO B (Papilomas epiteliais) PODEM SE TRANSFORMAR TUMORES BENIGNOS TUMORES MALIGNOS Classificação dos papilomas Ocorrem na pele ou em qualquer parte do corpo que apresente epitélio estratificado, Cabeça, ao redor dos olhos, pescoço, ombros, podendo se espalhar para outras regiões do corpo. Têm tamanho variável e aparência seca, córnea e semelhante a uma couve-flor. Na maioria das vezes, regridem espontaneamente, embora possam persistir por 5 a 6 meses e, em casos crônicos, por 18 meses. ESCAMOSOS Comum em tetos e úbere, São de difícil tratamento e causam dor durante a ordenha, As verrugas presentam diferentes formas conforme o seu tipo viral (couve-flor filiformes e alongadas, arredondadas e achatadas, e alongada parecida com grão de arroz). Localizam-se em tecidos mucosos, Nódulos encapsulados e circunscritos, Esôfago, retículo, boca, palato mole, rúmen, bexiga e região genital, PEDUNCULARES MUCOSAS Classificação dos papilomas Promovem engrossamento da epiderme com grande quantidade queratinização nas camadas superficiais, Leves nodulações arredondas na superfície epitelial, Cabeça, pescoço, boca, língua, esôfago, bexiga, região interdigital, parte dorsal ou plantar das patas e região genital. Papilomas de cor branco-acinzentado a negro ou cinza, PLANOS Classificação dos papilomas Locais mais afetados: região bucal, ocular, cutânea e genital. Papilomas: lesões inicias em formato de pápulas, placas múltiplas, róseas ou brancas, pálidas, brilhantes e lisas que progridem entre 4 a 8 semanas para lesões verrucosas em formato de “couve-flor". Halitose, Ptialismo, Hemorragia, Desconforto EM CÃES: Lesões proliferativas na pele, cabeça, barbelo, abdômen, lateral. Claudicação, Perda de peso, Diminuição na produção de leite. EM BOVINOS: Sinais clínicos Diagnóstico Histórico clínico: Idade (animais jovens são mais acometidos), Ocorrências, Sazonalidade. Exame físico, Aspecto macroscópico das massas locais, Biopsia, Técnicas imuno-histoquímicas, Microscopia eletrônica com capacidade de localizar partícula viral, ELISA, PCR. Não indicado?? Doença autolimitante Regressão espontânea com o tempo Tratamento O tratamento geralmente não é recomendado, por conta da evolução autolimitante, Em casos crônicos: tratamento cirúrgico (excisão, criocirurgia e eletrocirurgia). Quimioterapia sistêmica: somente em casos que não regrediram após 2 meses ou mais, apresenta resultados variados, Vincristina, Ciclofosfamida, Doxorrubicina. Imunomoduladores: Levamizol oral 75mg/dia. Medicamentos contendo a bactéria Propionibacterium acnes - 2mg/kg, IM profunda. Vacina autógena. EM CÃES: Tratamento Removidos por cirurgia ou criocirurgia, Ganaseg 7% - 1ml/20kg em 2 doses intercaladas de 15d. 'Papilomax', Auto-hemoterapia: 10ml de sangue venoso com anticoagulante e aplicação imediata IM profunda em 3 a 4 doses, com intervalos de 7 a 10 dias, Vacina autógena. EM BOVINOS: Tratamento Removidos por cirurgia ou criocirurgia, Medicamentos contendo a bactéria Propionibacterium acnes - 2mg/kg, IM profunda, Cisplatina: antitumoral, Vacina autógena. EM EQUINO: PROFILAXIA Separação dos animais contaminados Controle de carrapatos e moscas hematófagas Utilização de materiais descartáveis e esterilização dos materiais utilizados Vacinação Evitar o uso de equipamentos comuns SC ou Intradérmica, Protocolo vacinal terapêutico Intervaladas de 1 a 2 semanas. Relata-se recuperação de 80 a 85% dos casos, 3 a 6 semanas após, nas verrugas cutãneas ou penianas em bovinos. Eficácia de apenas 33% das verrugas em tetos. 2 a 4 aplicações, Não se verifica regressão no caso de papilomas planos. Vacinas autógenas são mais eficientes, Apresenta resultados variados, Utilizada isoladamente ou associada a imunomoduladores. Recomendado para animais com muitos papilomas orais O papilomavírus canino é contagioso, mas apenas para cães. Protocolo vacinal para cães Obrigada Referências MURO, L.F.F., BOTTURA, C.R.P., PICCININ, A. Papilomatose bovina. Rev. Bras. Elet. de Med. Vet. Ano VI. Nº 10. Janeiro, 2008. MAGID,J., RIBEIRO, M.G., PAES, A.C. Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. 1º edição - Rio de Janeiro: Roca, 2016.
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