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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE FARMÁCIA Disciplina: Farmacognosia Docente: Marcieni Ataíde de Andrade Discente: Matheus Ramon Blanco Camarão BELÉM- PARÁ 2021 Eritravina Origem Eritravina é uma subclasse dos alcaloides eritrevinos, conhecida como dienoide. Esta apresenta ação ansiolíticas e anticonvulsionante, sendo presente em plantas do gênero Erythrina. Consiste num alcaloide em que deve se atentar ao seu potencial, visto em estudos o resultado favorável no tratamento da ansiedade. Histórico Conforme a literatura, em 1937, foi feita a primeira descrição na presença de alcaloides no gênero Eryththrina, identificando a eritroidina na espécie E. Americana e a qual apresentava as atividades farmacológicas. Posteriormente fomentado por esse estudo, o interesse pela mesma cresceu e foram isolados outros alcaloides, entre eles, a eritravina isolada do extrato das sementes de E. folkersii (MILLINGTON et al.,1974) e de E. cochleata (CHAWLA et al.,1985) e mais recente sendo isolada da E. mulungu, a espécie deste gênero mais utilizada para fins medicinais. Classe química A eritravina é um alcaloide pertencentes a classe dos benzilisoquinolínicos e consiste em um derivado eritrinico, classificada como dienoides, que apresenta uma dupla ligação entre os carbornos 1 e 2 e entre os carbonos 6 e 7. Os membros dessa classe são conhecidos como aromáticos em razão do anel D em sua estrutura. Possui a fórmula C18H21NO3. Propriedades biológicas Sabe-se que a E. mulungu, encontrada na parte central do Brasil e popularmente conhecida como mulungu, mostra-se como uma espécie para diferente ações farmacológicos, agindo, por exemplo, como sedativa. Assim, os estudos tornam-se essenciais, pois mesmo sendo naturais as plantas medicinais não são isentas de efeitos colaterais e ainda podendo comprovar a sua atividade biológica. Nas pesquisas realizadas por Flausino (2006), notou- se que os alcaloides isolados do E. mulungu (E. verna) no extrato bruto da inflorescência, como a eritravina apresentaram ação ansiolítica em modelos de ansiedade sensíveis ao efeito de ansiolíticos que atuam sobre os sistemas de receptores benzodiazepínicos e serotoninérgicos. Verificaram-se a ação ansiolítica dos alcaloides eritrinicos eritravina,-11-a- hidroxieritravina, erisodina, erisotrina isolados da flores E. verna (FLAUSINO et al., 2007b) sustentam a sua utilização na ansiedade. Ainda considerando os alcaloides isolados da E. verna, foi demonstrado que o composto eritravina isolado da flor manifestou atividade anticonvulsivante nos testes de indução por bicuculina, pentilenotetrazol (PTZ), ácido caínico e N-metil D-Aspartato (NMDA), em doses de 1, 2 e 3 µg/µL. Em trabalhos mais recentes, demostraram que a eritravina foi capaz de inibição dos receptores nicotínicos de acetilcolina do Sistema Nervoso Central (SNC) que podem está relacionados a efeitos ansiogênicos em ratos. Dado os resultados pré-clínicos e em modelos animais, compreende-se o potencial do composto eritravina e as suas atividades biológicas, faz-se necessário um estudo mais aprofundado, com a possibilidade da criação de novos fármacos como substitutos de ansiolíticos sintéticos como o benzodiazepínico, um fármaco empregado para tratar os transtornos de ansiedade de curta duração, mas em caso de tratamento prolongado pode ocasionar o risco de tolerância e dependência. Dessa maneira, são esseciais os estudos dos alcaloides isolados das plantas do gênero Erythrina e os desenvolvimento de futuros fitoterápicos atuantes no sistema nervoso central. Interações e toxicidade Estudos realizados em relação a toxicidade aguda, realizado com o hidroalcóolico de folhas e inflorescência de E. mulungu (onde foi identificados o alcaloide eritravina), usando o teste de micronúcleo em modelos animais, no caso os camundongos, com a finalidade de demonstrar a dose letal média (DL50), indicou o extrato das folhas atóxicas, em virtude de não ter ocorrido nenhum óbito, mesmo após 48 horas de exposição. Sendo assim, mesmo não tendo sido observado toxicidade no trabalho, faz-se essencial um estudo envolvendo outras espécies do gênero que apresentem a eritravina para mais informações sobre a temática em questão. Referências AMER, M. E: SHAMMA, M.; FREYER, A. J. The tetracyclic Erythrina alkaloids. Journal of Natural Products, v. 54(2), p. 329-363, 1991. Faggion, S. A.; Cunha, A. O. S.; Fachim, H. A.; Gavin, A. S.; Dos Santos, W. F.; Pereira, A.M. S.; Beleboni, R.O. Anticonvulsant profile of the alkaloids (+)-erythravine and (+)-11- αhydroxy-erythravine isolated from the flowers of Erythrina mulungu Mart ex Benth (Leguminosae–Papilionaceae). doi:10.1016/j.yebeh.2010.12.037, 2011. FLAUSINO JUNIOR, Otavio Aparecido. Análise fitoquímica e estudo biomonitorado de Erythrina mulungu (Leguminosae - Papilionaceae) em camundongos submetidos a diferentes modelos animais de ansiedade. 2006. Tese (Doutorado em Psicobiologia) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, University of São Paulo, Ribeirão Preto, 2006. doi:10.11606/T.59.2006.tde-22062007-134229. Acesso em: 2021-03- 31. FLAUSINO JR, O. A.; PEREIRA, A. M.; BOLZANI, V. S.; NUNES-DE-SOUZA, R. L. Effects of erythrinian alkaloids isolated from Erythrina mulungu (Papilionaceae) in mice submitted to animal models of anxiety. Biological & Pharmaceutica Bulletin, v. 30(2), p. 375-378; 2007b. LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. São Paulo: Instituto Plantarum, 2002. 544p. PALUMBO, Carla Fernanda Gomes; GARDIN, Nilo E.; NAKAMURA, Mary Uchiyama. Erythrina mulungu Mart. ex Benth e Erythrina velutina Willd.–Aspectos farmacológicos e perspectiva antroposófica de plantas brasileiras. Arte Médica Ampliada, v. 36, n. 4, p. 152- 161, 2016. NIELSEN M., HANSEN E.H., GØTZSCHE .PC.What is the difference between dependence and withdrawal reactions? A comparison of benzodiazepines and selective serotonin re- uptake inhibitors. Addiction [Internet]. 2012;107(5):900-8. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1111/j.1360-0443.2011.03686.x. Nkengfack AE, Vouffo TW, Fomum ZT, Meyer M, Bergendorff O, Sterner 1994. Prenylated isoflavanone from the roots of Erythrina sigmoidea. Phytochemistry 36: 1047-1051. SETTI-PERDIGÃO, P. et al. Erythrina mulungu alkaloids are potent inhibitors of neuronal nicotinic receptor currents in mammalian cells. PLOS One, v. 8(12), p. 1-5, 2013. VINKERS C.H., OLIVIER B. Mechanisms Underlying Tolerance after Long-Term Benzodiazepine Use: A Future for Subtype-Selective GABAA Receptor Modulators? Adv Pharmacol Sci [Internet]. 2012:416864. 2012 Disponível em: http://dx.doi.org/10.1155/2012/416864. http://dx.doi.org/10.1111/j.1360-0443.2011.03686.x http://dx.doi.org/10.1155/2012/416864
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