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Autonomização da Arte

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.AUTONOMIZAÇÃO DA ARTE.
Disciplina; Estética e História da Arte.
Curso; Letras
Aluno; Eugênia Estela de Lima Oliveira.
Matrícula; 01469465
A arte tem como uma de suas principais características a autonomia. Esse é um princípio que não deve ser violado, pois "arte é arte" e uma vez que tal princípio deixa de ser respeitado, o que visualizamos é um cenário confuso no qual valores de outra ordem invadem a arte, propondo outro "objetivo" que não o dela.
 A questão da autonomia da arte, teoricamente fundada pela Crítica da faculdade de julgar (1790), de Kant, significava, de um ponto de vista sócio histórico, que o objeto artístico se tornava independente de qualquer instituição. Quando a instituição era de caráter religioso, a arte se tornava parte do serviço a lo divino; se era uma instituição política, a arte devia, em última análise, glorificar o príncipe. O processo de autonomização, que se esboçara no Renascimento italiano, não teria sido possível sem a prévia existência de uma clientela que, progressivamente, substituíra os ricos patronos. Assim a autonomia da arte implicou sua separação gradual da aristocracia, o surgimento de uma burguesia enriquecida e o desenvolvimento do mercado.
 A autonomização da esfera da arte surge como uma condição fundamental para a constituição de uma apreciação puramente estética e, consequentemente, para a reflexão estética enquanto saber. O desenvolvimento deste processo atinge seu auge no seio da sociedade burguesa, em uma progressiva autonomização da forma e de uma consequente sobreposição desta última em relação ao conteúdo da obra de arte. Jürgen Habermas visualizou um processo inerente ao desenvolvimento do capitalismo:
 A arte autônoma apenas se estabelece na medida em que, com o surgimento da sociedade burguesa, os sistemas econômicos e político são desatrelados do cultural e, minadas pela ideologia de base da justa troca, as imagens tradicionalistas do mundo libertam as artes do contexto de uso ritual (HABERMAS, in BÜRGER, 2008, p. 61).
REFERÊNCIA; 
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001, p. 165
 ARS (São Paulo) 2 (3) • 2004 • https://doi.org/10.1590/S1678-53202004000300009   
KANT, Immanuel. Analítica do belo. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Coleção Os Pensadores. Textos selecionados) MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. In: BÜRGER, Peter. Teoria da vanguarda. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
HABERMAS, Jürgen. Bewußtmachende oder rettende Kritik – die Aktualität 
Walter Benjamins. Zur Aktualität Walter Benjamins. In: BÜRGER, Peter. 
Teoria da vanguarda
. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 61.

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