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ORTOPEDIA Carolina Ferreira -A osteoartrite (OA) é uma síndrome que possui a perda qualitativa e quantitativa da cartilagem articular determinando uma intensa remodelação óssea hipertrófica local aliada a discreta inflamação 2º. Resulta de um processo de modificação da estrutura da matriz cartilaginosa na qual ocorre ativação de condrócitos, resposta inflamatória e posterior perda progressiva da cartilagem. Ela acomete o esqueleto axial, está relacionada + ao processo mecânico. Está relacionada c/ o envelhecimento articular -Afeta principalmente a cartilagem articular e também o osso subcondral, ligamentos, cápsula, membrana sinovial e músculos periarticulares, constituindo-se em uma verdadeira insuficiência da articulação sinovial. A estrutura + acometida durante o processo de surgimento da OA é a cartilagem articular EPIDEMIOLOGIA -As alterações articulares da osteoartrite têm início na idade adulta e são + prevalentes c/ o avançar da idade. É + frequente em mulheres -No Brasil, a prevalência da osteoartrite em uma população geral c/ idade média de 36 anos foi de 4,1%, chegando a 15,8% após os 55 anos. -As juntas + frequentemente acometidas, além de quadril e joelhos, são as das mãos, c/ predileção pelas interfalangeanas distais e proximais e da base do polegar, coluna cervical e lombar e as primeiras metatarsofalangeanas (“joanetes”). -Fatores de risco: historia familiar, peso e trauma FISIOPATOLOGIA -Ocorre devido a um predomínio da degradação sobre a síntese, que evolui c/ inflamação local, proliferação sinovial e enfraquecimento global dos ligamentos e músculos -Mecanismo: fatores biológicos (genéticos, inflamatórios, metabólicos e hormonais, envelhecimento) + mecânicos (trauma, displasias, obesidade, desalinhamentos, perda de propriocepção). Isso desenvolve um desacoplamento entre síntese e degradação do tecido cartilaginoso, que compromete as propriedades físico-químicas do tecido 1. A atividade catabólica da cartilagem é dependente da ação de citocinas, interleucina-1 (IL-1) e do fator de necrose tumoral a (TNF-α), sintetizados pelos condrócitos e pela membrana sinovial. Outras interleucinas, como a IL6 e a IL8, também participam do processo 2. Elas induzem a produção e a ativação de metaloproteases o que proporciona uma da síntese de elementos da matriz ou modificam o padrão normal de sua produção 3. A IL-1, em sua ação nos condrócitos, inibe a produção dos colágenos dos tipos II e IX e a dos tipos I e III, reparando a matriz de maneira inapropriada (formando fibrocartilagem) e agravando a osteoartrite 4. O comprometimento da cartilagem manifesta-se pela formação de ondulações e soluções de continuidade na superfície (fibrilações e erosões) 5. Ocorre progressivamente a perda da espessura da cartilagem e a exposição do osso subcondral, que, em resposta a sobrecargas, hipertrofia-se e gera metaplasia óssea encondral, formando os osteófitos(é uma cartilagem calcificada) 6. Na sequência, ocorre o desprendimento de microfragmentos da cartilagem que são fagocitados e geram inflamação sinovial, liberando + citocinas e enzimas proteolíticas que agravarão o processo de degradação da cartilagem. ETIOPATOGENIA -Na OA, os condrócitos têm papel-chave no equilíbrio entre a produção e a degradação da matriz cartilaginosa e, por consequência, da manutenção da função da cartilagem - Funções dos condrócitos: • Síntese dos elementos da MEC • Produção das enzimas proteolíticas que quebram a MEC como: as metaloproteinases (MMPs), como a MMP-1, MMP-3, MMP-8 e MMP-13, além das agrecanases, a desintegrina e metaloproteinase c/ trombospondina-4 e -5 (ADAMTS) • Expressam citocinas pró-inflamatórias, como a IL-1β e o TNF-α, e fatores de crescimento, como o TGF-β -Surgimento da OA: quando ocorre fatores mecânicos eles induzem o da expressão de citocinas inflamatórias e os fatores biológicos rompem c/ o equilíbrio o que predomina a destruição da cartilagem articular -Nas fases iniciais da OA, um transitório na proliferação dos condrócitos pode ocorrer e se associa a um na produção das proteínas da MEC, o que na maioria das vezes é interpretada como uma resposta reparadora. A ORTOPEDIA Carolina Ferreira produção suprafisiológica de citocinas inflamatórias que ocorre na OA é considerada como desencadeante da destruição da matriz cartilaginosa e as + importantes são a IL-1β e o TNF-α, além das prostaglandinas e do óxido nítrico, que como consequência a destruição da matriz, através do aumento da produção das MMPs, do ativador de plasminogênio e de prostaglandinas (PGE2) -O óxido nítrico, aumentado na OA, estimula a apoptose celular. -Principais agentes envolvidos na etiopatogenia são: • Citocinas inflamatórias: IL-1β, o TNF-α, prostaglandinas e oxido nítrico • Expressão poligênica -Dentre os fatores que acarretam da sobrecarga estão: o uso excessivo da articulação, a obesidade, a história de trauma, as displasias ósseas, a presença de desalinhamentos, a fraqueza muscular e a perda da propriocepção -Os fatores que predispõem ao desenvolvimento de uma cartilagem anormal são: hormonais, metabólicos, genéticos, além do próprio envelhecimento -Fatores genéticos: a osteoartrite nodal de mãos e a forma generalizada estão ligadas à transmissão genética. -Idade: o processo de envelhecimento da cartilagem interfere na capacidade dos condrócitos em sintetizar proteoglicanos sua quantidade, além de propiciar alterações bioquímicas no colágeno e nos proteoglicanos, sua qualidade. Isto torna a cartilagem + propensa à fadiga. -Trauma: qualquer lesão que propicie uma perda do alinhamento osteoarticular ou instabilidade articular pode gerar ou agravar a osteoartrite. -Deformidades articulares: a presença de uma deformidade pode gerar de carga sobre um ponto específico da cartilagem contribuindo p/ o desenvolvimento da osteoartrite. -Obesidade: o efeito da obesidade pode ser biomecânico, pois a maioria dos obesos apresenta deformidades dos joelhos em varo, causando > sobrecarga medial e aceleração do processo. Por outro lado, existe o efeito biológico, uma vez que adipócitos secretam + IL-6 e proteína C-reativa, que tem atividade pró-catabólica e, portanto, potencial p/ causar dano a condrócitos. -Vitamina D: verificou-se uma ação protetora da vitamina D em fases iniciais, mas ñ na OA avançada -Deficiência de estrógeno: apresenta-se nas mulheres, em geral, após os 40 anos e apresenta elevação significativa da incidência após a menopausa -Atividade física: determinadas posturas, o uso excessivo de alguma articulação ou a sobrecarga articular decorrente de alguma atividade física, laborativa ou ñ, podem gerar ou agravar quadros de osteoartrite. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -Quadro clínico: • Dor articular, rigidez matinal (geralmente < 30 minutos), limitação de movimentos, crepitações, ocasionalmente derrame articular e graus variados de inflamação local • É uma doença de caráter crônico e evolução lenta, sem comprometimento sistêmico • Na grande maioria dos indivíduos, desenvolve-se de maneira silenciosa. • O que leva o paciente com OA ao médico é a dor ou algum tipo de deformidade • Podem apresentar transtornos depressivos e distúrbios do sono -Exame físico: pode revelar deformidades, de volume articular, calor local, crepitações e limitações ao movimento passivo da articulação, e deve-se avaliar possíveis instabilidades articulares decorrentes de fragilidade de ligamentos e/ou músculos. Sensação de click ou “claudicação”, possivelmente associada à lesão meniscal, pode ocorrer na OA de joelho. Varismo e valgismo dos joelhos, valgismo do hálux, desvio dos dedos das mãos c/ de volumenas interfalangeanas distais (nódulos de Heberden) e proximais (nódulos de Bouchard) apontam p/ OA nessas juntas. Essa é uma doença de longa evolução e insidiosa, de sorte que mudanças bruscas no quadro, como surgimento de dor noturna ou contínua, podem alertar p/ um quadro inflamatório intenso, como em neoplasias ou infecções, ainda que secundárias, e dor súbita em joelho ou quadril pode decorrer de osteonecrose local, mesmo em OA prévia. -A dor por OA no quadril acompanha de limitação da rotação interna, ao passo que dor na face lateral proximal da coxa e dor sacral, decorrentes respectivamente de bursite anserina e tendinite glútea, por exemplo, por vezes confundem o diagnóstico de OA do quadril ou da coluna lombar -A OA dos joelhos pode produzir dor na fossa poplítea após algum tempo sentado, fruto de acúmulo de líquido sinovial inflamatório ocasionando da pressão local, como no caso dos cistos de Baker. ORTOPEDIA Carolina Ferreira -A OA dos ombros talvez seja mais subdiagnosticada que a de joelhos e quadril, buscando-se crepitações e limitação aos movimentos de rotação interna e externa, avaliando os músculos do manguito rotador, habitualmente comprometidos quando essa junta é sede de OA. -O acometimento da coluna por OA é clássico e frequente, envolve articulações interapofisárias, entra no diagnóstico diferencial das síndromes dolorosas da coluna e pode até se associar c/ radiculopatia, o que motiva a realização de exame neurológico detalhado. EXAMES COMPLEMENTARES -A radiografia simples é o exame complementar + utilizado. -Alterações características de osteoartrite são: a redução do espaço articular, que reflete a perda da cartilagem articular, a esclerose óssea subcondral e o desenvolvimento de osteófitos, que indicam remodelação óssea. Cistos subcondrais e erosões ósseas aparecem nos casos + graves e são envolvidos por ossos de densidade normal ou . - A US pode mostrar derrame articular e edema sinovial, podendo eventualmente ser útil no diagnóstico diferencial -A RM é + sensível em mostrar alterações precoces, como edema do osso subcondral e alterações meniscais, além de derrame articular mesmo leve e alterações da cartilagem. Entretanto, geralmente ñ altera a orientação da conduta, ñ sendo recomendada solicitação na rotina -Exames laboratoriais: provas de atividade inflamatória são, em geral, normais. O exame do líquido sinovial revela um aspecto amarelo citrino, pouco inflamatório, c/ celularidade baixa (menos de 3.000 leucócitos/mm3 ), habitualmente c/ menos de 25% de polimorfonucleares e viscosidade preservada ou levemente diminuída. Sua análise se presta principalmente p/ avaliar quadros de agudização onde se faz necessária a pesquisa de artrites microcristalinas -Entretanto, na avaliação do paciente como um todo, são fundamentais pelo menos: hemograma e bioquímica completos, c/ dosagem de uricemia, medida da velocidade de hemossedimentação, proteína C reativa, exame de urina tipo I e radiografia do tórax ACOMETIMENTO ARTICULAR Mãos -As articulações + afetadas nas mãos são as interfalangianas distais, a 1º carpometacarpiana (rizartrose) e as interfalangianas proximais -A presença de de volume articular nas interfalangianas, de consistência rígida, denomina-se nódulo de Heberden na interfalangiana distal e nódulo de Bouchard na interfalangiana proximal -Os nódulos ocorrem devido à proliferação osteocartilaginosa e tecido fibrótico. São geralmente de distribuição poliarticular e simétrica. Há um subtipo em que aparecem diversos cistos e erosões, apresenta uma evolução agressiva c/ intensa destruição da cartilagem e do osso subcondral, denominada osteoartrite nodal erosiva -A rizartrose refere-se ao acometimento da articulação trapézio-primeiro metacarpo, porém pode acompanhar-se também do envolvimento da articulação trapézio-escafoide. Clinicamente, verifica-se dor à palpação local e a existência de uma proeminência óssea que, quando acentuada, confere à mão um formato quadrado. Pode haver subluxação ventral do polegar. O envolvimento da articulação trapézio-metacarpiana é o que + prejuízo funcional pode causar p/ a função das mãos, em virtude da perda da capacidade de preensão e pinça do polegar. Coluna vertebral -A dor da osteoartrite de coluna relaciona-se c/ movimentos e postura, c/ caráter mecânico. O espasmo muscular paravertebral também é um desencadeante de dor -A formação de osteófitos reflete áreas sujeitas a forças de pressão excessiva -A osteoartrite de coluna é uma das causas de estenose de canal vertebral, em geral pela presença de complexos disco-osteofitários exuberantes. Há piora ao esforço e alívio ao repouso, identifica-se alargamento da base de apoio e pode ocorrer perda de propriocepção. O acometimento cervical pode originar dor em região nucal, do músculo ORTOPEDIA Carolina Ferreira trapézio ou mesmo cefaleia occipital. O envolvimento da coluna torácica geralmente se traduz em sintomas importantes devido à estabilização proporcionada pelo gradeado costal. -A hiperostose esquelética difusa idiopática é uma doença que se caracteriza pela presença de calcificações e ossificações dos ligamentos anterolaterais da coluna, especialmente do segmento torácico evidente à direita, podendo também afetar a coluna lombar, porém tendendo a poupar os discos intervertebrais. Apresenta o osteofito, mas o espaço articular fica preservado Quadril -Até os 45 anos, ocorre c/ > frequência em homens. Pode ser uni ou bilateral, porém esta última é + frequente -A dor geralmente localiza-se na virilha, mas também pode ser referida lateralmente, principalmente quando associada à bursite trocantérica. Pode também ser referida posteriormente ou extender-se em direção ao joelho. Existe limitação p/ a flexão e rotação do quadril, que pode ser referida como dificuldade p/ colocar sapatos e meias -Exame físico: verifica-se dor e/ou redução de amplitude p/ a rotação interna da articulação. O paciente pode manter permanentemente uma postura em flexão e rotação externa. Na evolução, a cabeça femoral pode migrar em direção ao acetábulo, criando uma protuberância do mesmo na pelve -Uma das causas da OA do quadril é o impacto fêmoro-acetabular, decorrente da incongruência articular quando a articulação está no limite máximo da amplitude do movimento. Essa incongruência resulta de alterações morfológicas tanto da cabeça femoral quanto do acetábulo. Existem dois mecanismos que podem levar ao impacto: • Came: ocorre quando há uma retificação ou elevação na transição cabeça-colo que muda o contorno da cabeça tornando-a + elíptica nessa região. Assim, em graus extremos de flexão, a cabeça impacta contra o acetábulo lesando a cartilagem e o labrum. É + comum em homens na 4º década de vida, e relaciona-se c/ atividades esportivas • Pinçamento: ocorre devido ao da cobertura do acetábulo, sendo + frequente em mulheres na 5º década. Na prática, o que se observa são as formas mistas na maioria dos casos. Joelhos -O acometimento do compartimento patelo-femoral gera dor + intensa à flexão e à compressão patelar. A crepitação articular está quase sempre presente. Avalia-se o trofismo do quadríceps e compara-se ao contralateral -A dor da osteoartrite de joelhos tende a piorar ao subir ou descer escadas, ao sentar-se ou levantar-se e ao realizar movimentos como colocar ou tirar meias, entrar ou sair do carro, entre outros. O envolvimento femoropatelar causa especial dificuldade p/ a flexão dos joelhos -Frequentemente, verifica-se de volume articular c/ edema e presença de derrame articular -Em alguns casos pode evoluir c/ deformidade em varo, e c/ < frequência,em valgo. Em casos extremos, pode levar à completa limitação da amplitude de movimento articular CLASSIFICAÇÃO -Osteoartrite se desenvolve + comumente na ausência de uma causa conhecida p/ o processo que ocorre na articulação, condição conhecida como OA primária ou idiopática. Ela raramente ocorre em indivíduos c/ menos de 40 anos. É poliarticular e quase invariavelmente acomete as mãos -As alterações podem surgir como consequência de um processo anterior, seja local ou sistêmico, e nestes casos é conhecida como OA secundária. Nela poucas são as articulações acometidas, em especial as de suporte de carga como joelhos, coxofemorais e coluna vertebral Dentre as causas estão incluídas as lesões articulares traumáticas, alterações hereditárias, biomecânicas dos membros, ou, ainda, distúrbios metabólicos e neurológicos. ORTOPEDIA Carolina Ferreira -Existe diversas classificações p/ osteoartrite, uma das + utilizadas é a proposta por Altman, a partir dela define-se osteoartrite idiopática e osteoartrite secundária Em ambas podem existir as formas localizadas e generalizadas -A classificação de Kellgren e Lawrence refere-se à evolução radiográfica: ⎯ No estágio 0 ñ há anormalidades à radiografia ⎯ O estágio 1 caracteriza-se por osteoartrite incipiente, com formação inicial de osteófitos ⎯ O estágio 2 mostra redução do espaço articular e esclerose subcondral moderada ⎯ O estágio 3 apresenta + de 50% de perda do espaço articular, c/ côndilos femorais arredondados, marcada esclerose óssea subcondral e formação extensa de osteófitos O estágio 4 revela destruição articular, obliteração do espaço articular, presença de cistos subcondrais e posição de subluxação DIAGNÓSTICO -Um sinal importante p/ o diagnóstico é a crepitação, que pode ser fina ou grosseira. É a sensação palpável de atrito entre as estruturas articulares, graças à presença de irregularidades na superfície da cartilagem e fragmentos osteocartilaginosos soltos. A crepitação é um achado de palpação, mas pode chegar a ser audível. -Diagnóstico: é clínico-radiológico, sendo a presença de dor articular obrigatória. O quadro clínico pode variar de acordo c/ a articulação acometida, o tempo de evolução e a intensidade e a gravidade da doença. O Colégio Americano de Reumatologia (ACR) definiu critérios p/ o diagnóstico de osteoartrite de joelhos, quadris e mãos TRATAMENTO Ñ FARMACOLOGICO -Os objetivos do tratamento da osteoartrite são: buscar alívio dos sintomas, reduzir a incapacidade funcional e tentar retardar a progressão da doença -Deve-se evitar situações de agravamento, como subir escadas e exercícios que sobrecarreguem as articulações e provoquem dor. -A avaliação inicial compreende a identificação de prováveis fatores de risco em cada paciente -Anamnese: identifica riscos ocupacionais e recreativos que possam gerar sobrecarga articular, sequelas de traumatismos anteriores ou de deformidades congênitas e/ou adquiridas, a presença de instabilidade articular e fatores adicionais como sarcopenia ou obesidade -Medidas não farmacológicas incluem: • A educação do paciente a respeito da doença e a possibilidade de evolução • O encaminhamento a grupos de ajuda • A realização de alongamentos, exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular p/ promover estabilização articular ORTOPEDIA Carolina Ferreira • Fisioterapia e terapia ocupacional: ajudam no condicionamento muscular, na propriocepção, no aprendizado de medidas de proteção articular, além de tentar corrigir ou minimizar deformidades e evitar a progressão e piora da incapacidade funcional • O controle do peso é fundamental p/ o tratamento de osteoartrite de joelhos • O uso de órteses de apoio à deambulação, calçados apropriados, palmilhas em cunha p/ correção de desvios, joelheiras, adesivo patelar entre outros são aconselhados como adjuvantes ao tratamento • No ambiente domiciliar a instalação de artefatos de assistência previnem quedas e dão > estabilidade e segurança ao paciente • Aplicação do calor de formas superficial ou profunda: exerce sua ação em terminações nervosas e melhora a distensibilidade das fibras colágenas e musculares • Neuroestimulação elétrica transcutânea: consiste no envio à articulação afetada de campos eletromagnéticos pulsáteis de baixa intensidade e de frequência variável • Acupuntura: pode ser indicada c/ intuito analgésico e como tratamento de contraturas musculares TRATAMENTO FARMACOLOGICO -O tratamento farmacológico divide-se em medicações de ação rápida e de ação lenta -São fármacos de ação rápida os: analgésicos e AINE -Os fármacos de ação lenta ainda são divididos: em sintomáticos e modificadores de doença -Medicamentos usados: → Analgésicos/antiinflamatórios tópicos: uso isolado ou combinado c/ meios físicos locais (ex.: diclofenaco sódico, cetoprofeno) → Paracetamol (2 g/d), isolado ou associado a AINE c/ inibidor de bomba de prótons; naproxeno (1 g/d); celecoxibe (200 mg/d); ou ibuprofeno (2,4 g/d) são os AINE c/< risco cardiovascular → Codeína ou tramadol associados a paracetamol: pelo < tempo possível, na falha ou contraindicação absoluta a AINE → Corticosteroides: injeção intraarticular nos casos refratários a AINE → Ácido hialurônico: injeção intraarticular → Duloxetina (30 a 60 mg/d): como adjuvante na dor refratária → Sulfato de glucosamina (1,5 g/d) e/ou condroitina (1,2 g/d): analgesia como poupador de AINE ou uso prolongado p/ possível efeito condroprotetor → Extrato de insaponificável de soja e abacate (1,5 g/d): analgesia como poupador de AINE Tratamento sintomático de ação rápida e curta duração -Paracetamol ou acetaminofeno: é a escolha inicial p/ o alívio da dor leve a moderada da osteoartrite. -Dipirona: é recomendada como analgésico em nosso meio, porém ñ é autorizada em alguns países. No 1º consenso brasileiro de osteoartrite incluiu-se seu uso p/ o tratamento da AO -Opioides: usados pacientes c/ dor intensa, há formulações de codeína e tramadol isoladas ou em associação c/ paracetamol ou diclofenaco que são + comumente utilizadas. -Anti-inflamatórios não esteroidais: tem eficácia analgésica superior aos analgésicos comuns p/ casos moderados a graves de osteoartrite. -Corticosteroides: seu uso ñ é respaldado pela literatura. Entretanto as infiltrações intra-articulares de hexacetonido de triancinolona promovem respostas rápidas e eficazes em casos selecionados, na qual há inflamação exuberante Tratamento sintomático e/ou modificador de doença de ação lenta - As medicações sintomáticas de ação lenta têm como característica melhorar os sintomas de dor. -Cloroquina: tem sua eficácia analgésica indicada p/ a forma erosiva da osteoartrite de mãos -Diacereína: inibe diretamente a interleucina 1β e suas funções e c/ isso a degradação da matriz por condrócitos -Glicosamina(condroprotetor) e condroitina: o sulfato de glicosamina apresenta eficácia no controle dos sintomas álgicos da osteoartrite. O sulfato de condroitina age inibindo a síntese de IL-1β e o fator NF-κB. -Extratos insaponificáveis de soja e abacate: inibem a destruição de proteoglicanos aguda e cronicamente estimulam síntese e secreção por condrócitos, além de inibirem a colagenase, uma das enzimas degradadoras de matriz. -Harpagophytum procumbens: o harpagosídeo, é o responsável pelos efeitos analgésicos desse fármaco e acredita- se que possam reduzir a produção de MMP-1, 3 e 5 por condrócitos via inibição do estímulo IL-1β. -Hialuronato intra-articular: udoença acometendo o joelho foi demonstrado efeito positivo na dor, funcionalidade e avaliação global pelo paciente, além de reduzir o consumo de AINE TRATAMENTO CIRURGICO -Indica-seo tratamento cirúrgico habitualmente após a falha do tratamento clínico -Os principais tratamentos cirúrgicos são: → Artroscopia: o tratamento artroscópico apresenta maiores benefícios em casos de possibilidade de remoção de corpos livres intra-articulares, que podem causar dor ou na presença de outras restrições mecânicas como lesões meniscais ou ORTOPEDIA Carolina Ferreira ligamentares passíveis de correção, especialmente em pacientes sem desalinhamentos e c/ radiografias, registrando fases iniciais da osteoartrite. → Enxertos e transplantes de células: o transplante autólogo osteocondral (cartilagem íntegra e osso subcondral adjacente) já foi realizado de maneira bem-sucedida em pacientes c/ osteoartrite. A técnica utilizada é a mosaicoplastia → Plasma rico em plaquetas: a aplicação intra-articular de plasma rico em plaquetas, ou PRP, tem sido utilizada p/ o tratamento da osteoartrite, principalmente dos joelhos. As plaquetas são ricas em fatores de crescimento, que sendo liberados nos tecidos articulares lesados poderia estimular sua melhora → Osteotomia: indicam-se osteotomias p/ correções de desalinhamentos que predisponham ao desenvolvimento de osteoartrite ou que sejam secundários à progressão da doença já instalada. → Artroplastia: a artroplastia total ou parcial tem por objetivo restaurar a integridade e a funcionalidade articular e obtém seus melhores resultados em curto prazo → Artrodese: é escolhida no tratamento da osteoartrite de mãos, coluna, tornozelo e pés. Seu uso em quadris e joelhos é bastante restrito. Ganha-se em controle da dor, porém perde-se em mobilidade articular
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