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26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 1/11 Osteoartrite sábado, 9 de junho de 2018 17:19 Introdução Definição • “Grupo Heterogêneo de condições que induzem a sinais e sintomas articulares dolorosos associados a defeitos na integridade da cartilagem articular em associação a alterações relacionadas ao tecido ósseo situado na margem articular”. Doença degenerativa das articulações sinoviais (diartroses) • Clínica: dor + limitação funcional • Radiologia: osteófitos + redução do espaço articular + esclerose do osso subcondral • Histopatologia: perda da integridade da cartilagem articular • Pode estabilizar ○ O conceito de que a OA é invariavelmente progressiva é incorreto ○ Pode ocorrer estabilização da doença ou até regressão da dor articular e até mesmo das alterações radiográficas Osteoarthritis - causes, symptoms, diagnosis, treatment & pathology Epidemiologia • Doença articular e reumatopatia mais comum • Prevalência geral 3,5% ○ > 60 anos: 10% • Maior causa de dias de trabalho perdidos • Alto custo de tratamento Fatores de risco • Idade ○ ↓ Metabolismo da cartilagem articular ao longo do tempo • Sexo feminino ○ Deficiência de hormônios sexuais pós menopausa • Predisposição genética* ○ Principalmente em algumas articulações (quadril) • Inflamação • Lesão articular (↑ inflamação) 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 2/11 ○ Desalinhamento anatômico da articulação é fator de risco por levar a desequilíbrio de forças mecânicas • Esforço repetitivo • Obesidade ○ Algum fator metabólico da obesidade e por ação mecânica direta ○ Perda ponderal melhora quadro clínico ○ Meio quilo que a pessoa emagrece, são quatro quilos a menos de carga no joelho • Outros ○ Desordens neurológicas ○ Genética ○ Medicações ○ Doenças metabólicas • Alteram o turnover da cartilagem • Hemocromatose, ocronose, etc • Tabagismo é fator protetor Dor osteoarticular • Artropatias; • Doenças Sistêmicas do Tecido Conjuntivo; • Dorsopatias; • Transtornos Periarticulares ou de Tec. Moles; • Osteopatias; • Condropatias. Fisiopatologia • Articulação sinovial ⇒ componentes ○ Sinóvia • Tecido conectivo, vasos sanguíneos, células que produzem o fluido sinovial ○ Cartilagem articular • Tecido conectivo • Perda progressiva é o que caracteriza a osteoartrite ○ Espaço articular • Espaço entre duas cartilagens articulares ○ Matriz cartilaginosa • Colágeno tipo II • Ácido hialurônico • Proteoglicanos 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 3/11 • Metaloproteinases • Balanço entre degradação e síntese da matriz é negativo na osteoartrose, mas por que? ○ Estresse biomecânico ⇒ ↑ sensibilidade a IL-1 e TNF-alfa ⇒ ↓ proteoglicanas e ↑ metaloproteinases Degradação da Matriz Cartilaginosa: • Colagenases; • Gelatinases; • Estromelisina. X Síntese da Matriz Cartilaginosa: • Fibras colágenas tipo II; • Ácido Hialurônico; • Proteoglicanas Na tentativa de reparar o dano, os condrócitos aumentam a sua atividade: • Produção de colágeno tipo I na tentativa de reparar o dano, porém é inadequado = ↓ da elasticidade da matriz de colágeno • No decorrer dos anos, há apoptose dos condrócitos = liberação de joint mices no espaço sinovial (fragmentos ósseos e cartilaginosos) ○ Linfócitos e macrófagos fazem a fagocitose → inflamação → sinovite • Lesão articular ○ ↑ inflamação (sinonite) + ↑ colágeno I que leva a ↓ elasticidade • A degradação de todo a cartilagem articular leva a alterações no osso subcondral ○ Injúria microtraumática → osteoblastos → esclerose óssea ○ Osso desnudo → pressão → necrose → cistos subcondrais ○ Regeneração cartilaginosa predominante em regiões não expostas a altas pressões → osteófitos • Perda de cartilagem articular ⇒ fricção ⇒ inflamação ⇒ dor Fases • Fibrilação ○ Irregularidade da superfície cartilaginosa • Erosões e fendas na cartilagem • Eburnação ○ Desnudamento do osso subcondral • Condromalácia ○ Cartilagem mais hidratada e ↓ proteoglicanos • Erosão ○ Superfície fica fibrilar e irregular, podendo erodir • Progressão para tecidos adjacentes ○ Processo degenerativo progride, não para na cartilagem • Dor relacionada ao movimento ○ O processo inicial de degeneração é indolor ○ À medida que o processo avança, os tecidos próximos à cartilagem (como o osso subcondral e os tecidos moles pericondrais) passam a sofrer maior carga mecânica 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 4/11 ○ Com isso, surge uma dor relacionada com o movimento e de alívio ao repouso. • Ninhos de condrócitos ○ Começam a se multiplicar para tentar regenerar cartilagem ○ Multiplicam por citocinas pró-inflamatórias ○ Produzem metaloproteases • Digerem matriz • Fibras não se distribuem mais do mesmo jeito e nem possuem mais tanta água • Esclerose ○ Condrócitos começam a produzir mais colágeno ○ Cartilagem fica dura, perde deformidade, fica esclerosada • Esporões ósseos ○ Osso com mais carga fica mais espesso e duro e formar osteófitos (esporões ósseos) • Origem da dor ○ Cartilagem articular é sem vascularização e sem inervação ○ Os nociceptores articulares estão situados nas cápsulas articulares, nos ligamentos, no tecido adiposo intra-articular e nas adventícias dos vasos sanguíneos ○ Sinovite Etiologia • Osteoartrose primária / idiopática: mais frequente • Osteoartrose secundária ○ Trauma ○ Malformações anatômicas ○ Doenças congênitas • Legg-Perthes ○ Osteonecrose ○ Endocrinopatias (hipotireoidismo, acromegalia) ○ Distúrbios metabólicos • Hemocromatose, doença de Wilson, ocronose Quadro clínico Sintomas • Assintomáticos ○ Pacientes apenas com sinais radiológicos ○ Ocorre, pois, nas fases iniciais, a lesão é restrita à cartilagem, tecido insensível a dor ○ Obs.: Intensidade dos sintomas não possui relação direta com o grau de OA na radiografia • Articulações mais acometidas ○ Hálux (1ª metatarso falangeana) ○ Interapofisárias (vértebras) ○ Interfalangianas distais (IFD) e proximais (IFP) ○ Carpometacarpofalangeanas do 1º quirodáctilo (polegar) 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 5/11 ○ Joelhos ○ Quadril ○ Etc ○ Metacarpofalangianas (MCP) NÃO COSTUMAM SER ACOMETIDAS, ao contrário de AR ○ Também costuma poupar punhos • Dor articular ○ Aperto ou constrição ○ Precipitada ou piorada com uso da articulação • Segundos ou minutos depois do início, podendo permanecer até horas ○ Fatores • Instabilidade articular ⇒ estiramento de ligamentos e da cápsula articualar (sensíveis a dor) • ↑ Pressão intraóssea • Sinovite • Dor muscular • Síndromes periarticulares secundárias (bursite, tenossinovite) • Rigidez articular ○ Desencadeada pelo repouso ○ < 30 minutos • Na AR >1h e tem edema ○ Matinal ○ Final do dia ○ Pode ocorrer perda da amplitude do movimento • Pode ocorrer ainda ○ Fraqueza e atrofia dos músculos periarticulares • Por desuso • Contribui para a dor por aumentar a instabilidade articular, forçando ligamentose tendões ○ Sensação de insegurança/instabilidade articular ○ Limitação do arco de movimento ○ Incapacidade física ○ Crepitação audível ou palpável; ○ Sinais de Sinovite; ○ Nódulos de Heberden e Buchard ○ Joelho em varo (modificação mais comum de artrose no joelho) 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 6/11 • Normalmente não tem edema Padrões de acometimento (Eugênio não deu) • Poliarticular das mãos e joelhos ○ Mulheres de meia idade ○ Forma mais comum de OA primária ○ Predisposição familiar ○ Nódulos de Heberden são característicos (OA nodal) ○ OA nodal erosiva é uma modalidade mais grave e agressiva • Monoarticular do joelho ○ Mulheres ou homens de meia idade ○ Forma mais relacionada a obesidade ○ Relacionada a algumas atividades esportivas, lesões da articulação e componentes, etc ○ Pode acometer toda a articulação ou só um compartimento (mais comum) • Medial (75%) • Patelofemoral (50%) • Lateral (25%) ○ Dor a deambulação, subir escadas ○ Acometimento do compartimento medial pode levar a genu varum e a do lateral a valgum ○ Fraqueza associada do quadriceps • Exercícios melhoram quadro • Monoarticular do quadril ○ Predominantemente unilateral ○ Tipos • Superolateral (60%): +comum em homens • Inferomedial (25%): + comum em mulheres • Concêntrico (15%): + comum em mulheres ○ Dor à deambulação referida na nádega, virilha, coxa ou até joelho ○ Dor normalmente piora com rotação interna da coxa ○ Pode levar a colapso da cabeça femoral, com encurtamento do membro • Poliarticular destrutiva generalizada ○ Mulheres idosas ○ Acometimento ≥3 grupos articulares • Coluna vertebral ○ Mulheres e homens de meia idade 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 7/11 ○ Espondilose (doença degenerativa da coluna vertebral) ○ Componentes • Degeneração do disco intervertebral • Osteoartrose interapofisária ○ Preferência por cervical (↑ movimentação) e lombar (↑ peso) / lordoses • Dor cervical pode irradiar para ombro • Dor lombar pode irradiar para nádegas e coxa ○ OA apofisária: Piora com a extensão ○ Doença discal: piora com flexão ○ Complicações: • Compressão radicular • Por osteófitos, ↓ forame intervertebral • Cervicobraquialgia ou lombociatalgia • Mielopatia espondilótica cervical • Compressão de raízes cervicais e/ou medula cervical • Paraparesia espástica, marcha atáxica, etc • Ddx por RNM • Tx cirurgia de descompressão do canal medular • Compressão da artéria vertebral • Insuficiência vertebrobasilar ⇒ vertigem, diplopia, paraparesia • Estenose do canal vertebral lombar • ↓ canal vertebral • Dor claudicante (desencadeada pela deambulação) na região lombar que irradia para nádegas e MMII • Alivia com flexão da coluna • Espondilolistese • Deslizamento de corpo vertebral sobre outro • Geralmente L4-L5 ou L5-S1 • Lombalgia Exame físico • Ligeiro aumento de volume • Consistência firme • Pontos dolorosos periarticulares • Normalmente não há sinais de derrame articular • Movimentação passiva pode ser dolorosa e com crepitações • Pode ocorrer deformidade articular • Sinais de instabilidade • Sinais de sinovite de leve a moderada (OA inflamatória) • Nódulos de Heberden = interfalangianas distais ○ DENstante • Nódulos de Bouchard = interfalangianas proximais 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 8/11 Diagnóstico História clínica + exame clínico + exame radiológico Sinais radiológicos Sinais radiológicos + quadro clínico compatível = forte suspeita diagnóstica • Osteófitos ○ Proeminências ósseas nas bordas da articulação • Redução do espaço articular • Esclerose do osso subcondral ○ Acentuação da hipertransparência na região subcondral • Cistos subcondrais ○ Imagens radioluscentes arredondadas na região subcondral. • Colapso do osso subcondral • TC: melhor para ombro • RNM: diagnóstico de condições associadas ○ Rotura de menisco, rotura de ligamento, osteonecrose, lesão de manguito, etc Exames complementares • Exame do líquido sinovial ○ Não inflamatório < 2000 leucócitos ○ Predominando células mononucleares ○ Glicose normal • Exame de sangue ○ Provas de atividade inflamatória normal ○ FAN e FR normais Tratamento • Atualmente não é possível interromper processo fisiopatológico básico da OA • Tratamento basicamente sintomático - objetivos ○ Controlar a dor; 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 9/11 ○ Melhorar a função articular; ○ Bloquear os fatores de piora do prognóstico; ○ Reduzir a incapacidade funcional. ○ Programa educativo • Esclarecimento sobre a doença • Motivar e envolver o paciente • Estimular a prática esportiva • Orientação para cuidados com uso de rampas e escadas • Orientações a ergonomia do trabalho doméstico e ou profissional Não farmacológico Mais importante em articulações com grande carga, visam a redução da carga • Pode ser a única medida em OA com sintomatologia leve a moderada • Perda de peso • Órteses e equipamentos ○ Uso de bengalas, ou andadores • De auxílio da marcha: diminui o componente mecânico ○ Utilização de calçados acolchoados ou palmilhas especiais • Palmilhas anti varo: AO compartimento medial do joelho ○ Joelho: fitas adesivas ou joelheiras • Estabilizador medial da patela: Goteiras elásticas ao do joelho • Exercício físico ○ ↑ Condicionamento físico ○ Reforço da musculatura periarticular ○ ↑ mobilidade articular ○ Quadríceps (extensão de perna com peso): para joelho ○ Atividades aeróbicas também ○ Fortalecimento – ganho de massa muscular. O fortalecimento do músculo quadríceps deve ser feito nas artrites do joelho ○ Aeróbios – condicionamento físico ○ alongamento – flexibilidade ○ Etc • Fisioterapia motora • Aplicação de frio ou calor local ○ ↑ limiar da dor ○ ↓ espasticidade muscular • Períodos de repouso programado ao longo do dia • Outros ○ Estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS) ○ Agente físicos: Termoterapia , eletroterapia, acupuntura Tratamento farmacológico Redução da dor e inflamação • Indicados em casos graves ou refratários ao tratamento anterior • Paracetamol ou acetaminofeno (tylenol) - 1g VO 6/6h ○ Melhora e tem poucos efeitos colaterais ○ Paracetamol em doses efetivas (até 4 g/dia): dor leve ou moderada • AINEs ○ Em casos refratários a paracetamol ou quando há OA inflamatória aguda 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 10/11 ○ Ibuprofeno(600mg-8/8h); Diclofenaco(150mg); Naproxeno(500mg 12/12H); Celecoxib; Etericoxib; ○ Associação de protetores gástricos? • Corticoides intra-articulares ○ Casos refratários de dor monoarticular ○ Alívio por 4-6 semanas ○ Efeito indesejável: ↓ capacidade de regeneração da cartilagem ○ Máximo 4x por ano (mínimo esperar 3 meses) ○ Não pode ser feita nas interfalangianas (formaria cristais) • Opioides: tramadol e codeína - dor intensa refratária ○ Ao dor moderada a intensa e sem resposta terapêutica ○ Contraindicação de AINES e inibidores da cox-w○ Tramal • Creme de capsaicina tópica a 0,025% ○ Depleta terminações nervosas de substância P • Injeção intra-articulares de derivados do ácido hialurônico ○ Em OA grave do joelho pode ser indicada ○ Dura até 6 meses ○ Ainda não tem estudos que provam • Outros ○ Reposição de proteoglicanas ○ Colchicina ○ Diacereína ○ Nutrifármacos: Sulfato de glucosamina; Sulfato de condroitina ○ Acupuntura Tratamento cirúrgico • Artroplastia total com prótese articular ○ Reservada para OA grave com dor refratária e incapacidade funcional ○ Devem ser evitadas ao máximo em pacientes <65 anos pois pode ocorrer falência da prótese (luxação) ao longo do tempo ○ Melhora dor e funcional • Lavagem articular com soro + remoção de debris ○ Alívio sintomático por alguns meses ○ Em casos refratários de OA de joelho ou ombro • Artroscopia com remoção de fragmentos de cartilagem ○ Pode prevenir rigidez articular e eliminar dor ○ Principalmente em predominância de sintomas mecânicos Artropatia neuropática: "Articulação de Charcot" • Definição ○ Forma severa de OA ○ Destruição progressiva articular associada a perda sensorial (dor, propriocepção, reflexos) • ↑ volume, instabilidade, deformidade (joelho) 26/08/2018 OneNote Online https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=B539D60E0EF7229D!1752&app=OneNote&authkey=!AiphhQZYWbwC6cI 11/11 • Articulação destruída, mas com pouca clínica ○ Clínica pode ser incialmente sem dor e incapacidade funcional • Pode complicar uma variedade de doenças neurológicas que cursam com neuropatia periférica Diagnóstico • Fases iniciais não têm achados radiológicos • Fases finais: destruição articular, subluxações, neoformação óssea e derrame articular • Líquido sinovial pode ser seroso, serossanguíneo ou hemorrágico • Importante diagnóstico precoce, pois, é muito comum em pé diabético e se tiver deformidade quase cm certeza vai evoluir para úlcera. Tratamento • Não há tratamento curativo • Acompanhamento ortopédico • Imobilizações temporárias e uso de dispositivos ortopédicos • Cirurgia recomendada se ulcerações e deformidades inaceitáveis