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Patologia – M6 Ana Laura Coradi T.XXII 1 Neuropatologias O diagnóstico é sindrômico (hipertensão cranaiana, deficitário, irritativo, infeccioso ou inflamatório, meníngea e neuroendrócrino), funcional, localização, topográfico e etiológico. Edema cerebral Aumento da quantidade de água no cérebro causada por lesões focais, como hematomas, tumores e abscessos ou lesões difusas como anóxia, meningites, encefalites e intoxicações. Resultado / evolução: • Aumento de volume do encéfalo • Hipertenção intracraniana • Hérnias Classificação dos edemas cerebrais 1. Edema vasogênico 2. Citotóxico, ionico ou celular 3. Hidrocefálico ou intesticial 4. Osmótico 5. Hidrostático Vasogênico Lacalização: extracelular Área: substancia cinzenta Barreira Hematoencefálica: ruptura Mecanismo: aumento da permeabilidade vascular Patologias: tumores, abscessos, meningites e traumatismos CE Citotóxico Localização: intracelular Área: substancia cinzenta e branca B. HE: intacta Mecanismo: alterações de membrana celular Patologias: anoxia e intoxicação hídrica Hidrostático Localização: extracelular Área: substancia cinzenta e branca B. HE: ruptura Mecanismo: aumento da pressão arterial Patologias: encefalopatia hipertensiva Hidrocefálico Localização: extracelular Área: substancia branca periventricular B. HE: intacta Mecanismo: extravazamento de liquor raquidiano Patologias: hidrocefalia Osmótico Localização: intracelular e extracelular Área: substancia cinzenta e branca Barreira Hematoencefálica: intacta Mecanismo: diminuição da osmolaridade plasmática Patologias: sobrecarga hidrica e SHAD. Características macroscópicas Convexidades aplanadas – compressão contra a superfície lisa do crânio. Aumento de peso e volume Desvio da linha média Hérnias de um ou mais tipos (uma característica que é incompatível com a vida). Obs: em casos de edema de longa duração podemos ter a substância branca acinzentada ou esverdeada. Característica microscópica específica de edema cerebral: manguito perivascular – amplo espaço intra-capilar. Patologia – M6 Ana Laura Coradi T.XXII 2 Evolução • Ruptura do vascular (1-10seg) • Formação do hematoma (menos de 1h) • Expansão do hematoma (1-6 horas) • Formação do edema 24h-72h. Hipertensão intracraniana Perda da relação entre conteúdo da caixa craniana com o cerébro e do liquido cefalorraquidiano e sangue mudando o volume do crânio. O volume normal é de 5-15mmHg. Alterações desse volume levam a patologias. Causas 1- Neurológicas a. Por lesões expansivas localizadas: Aumento do volume de uma parte ou hemisfério cerebral. Temos: hematomas intreaparenquimatosos, abscessos e tumores. b. Fatores que atuam difusamente: Aumento global do volume do encéfalo. Temos: anóxia sistêmica mantido e processos inflamatórios como meningite e encefalites. 2- Não neurológicas Cetoacidose diabética, hipertensão arterial maligna, encefalopatia hipertensiva, hepática e urêmica, envenenamentos e intoxicações 3- Idiopático Manifestações clínicas TRÍADE CLÁSSICA: 1- cefaléia holocraniana (devido a compressão de ramos nervosos meníngeos), 2- vômitos em jato (devido a compressão dos centros bulbares) 3- edema de papila (papiledema- devido o papagamento das margens da papila óptica). Consequências do aumento do volume O aumento de volume do encefalo, difuso e localizadao leva a um deslocamento das partes afetadas, bem como compressão do tecido encefálico contra as dobras durais, levando a hérnias encefálicas ou intracranianas. Dependendo da localização da hérnia ela recebe um nome: Hernia subfalcina ou do cíngulo, hérnia central, hérnia tonsilar, hérnia uncal. Em casos de traumas podemos ter com complicação um edema cerebral que leva a uma hérnia transcalvariana. Hematoma epidural A sede da hemorragia está localizada entre os ossos docrânio e a face externa da dura-máter Hematoma subdural A sede da hemorragia está localizada entre a face interna da dura-máter e a face externa da aracnóide. Microaneurisma de Charcot Bouchard As hemorragias hipertensivas são atribuídas aos microaneurismas de Charcot e Bouchard, descritos em 1868. Estudos angiográficos em cadáveres revelaram que estes aneurismas são comuns em cérebros de hipertensos, embora também possam ocorrer em normotensos. Vigilia→ estado de consciência ativa que alterna com o sono. Sonolencia→ sono incompleto. Torpor→ letargia. Patologia – M6 Ana Laura Coradi T.XXII 3 Obnubilação→ obscurecimento de consciência. Esturpor→ estado de falta de resposta a estímulos externos e de letargia, que se caracteriza pela desconexão do paciente de seu entorno. Coma → estado mórbido caracterizado por um torpor profundo com perda total ou parcial da consciência e da vigilância, da sensibilidade e da motilidade com, salvo nas formas mais graves, conservação das funções respiratória e circulatória; A National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) É uma escala padrão, validada, segura, quantitativa da severidade e magnitude do déficit neurológico após o Acidente Vascular Cerebral (AVC); Foi desenvolvida por pesquisadores americanos (University of Cincinnati Stroke Center); Esta escala baseia -se em 11 itens do exame neurológico que são comumente afetados pelo AVC, sendo eles: nível de consciência, desvio ocular, paresia facial, linguagem, fala, negligência/extinção, função motora e sensitiva dos membros e ataxia; Ela foi desenvolvida para ser aplicada rapidamente (5 – 8 minutos), no contexto do tratamento de pacientes com AVC agudo; A NIHSS pode ter sua pontuação variando de 0 (sem evidência de déficit neurológico pela esfera testada na escala) a 42 (paciente em coma e irresponsivo); A NIHSS é uma ferramenta útil para medida de severidade clínica na sala de emergência, Unidades de AVC, Unidades de terapia intensiva e é considerada escala padrão para os estudos clínicos em AVC; Ela é capaz de detectar piora ou melhora neurológica em resposta a certa terapia e está associada ao prognóstico pós- AVC; A desvantagem da escala é que não é muito sensível para os AVCs da circulação posterior; Existem algumas regras a serem seguidas para aumentar a reprodutibilidade entre observadores: - Aplicar a escala em ordem, não voltando para mudar a pontuação de algum item. - Pontue o que você vê, não o que você acha que poderia ser. - Não tente ensinar o paciente, pontue a primeira tentativa. Dos 42 possíveis pontos na NIHSS, 7 pontos são diretamente relacionados com a linguagem (orientação 2, comandos 2, afasia 3) e somente 2 pontos relativos à negligência. Sendo o hemisfério esquerdo dominante para a linguagem em 99% dos indivíduos destros (90- 95% da população) e 60% dos indivíduos canhotos, a NIHSS pode medir a severidade de extensão das lesões no hemisfério direito diferentemente do esquerdo; Assim, considera-se que a escala tende a subestimar a extensão da lesão no hemisfério cerebral direito (cerca de 6 pontos a menos) em relação ao hemisfério esquerdo; Diante disso, a pontuação mínima basal para lesão extensa do hemisfério esquerdo é 20 e do direito é 15; Associa-se com a pontuação na admissão: - Lesão à tomografia computadorizada de crânio 3 meses pós-AVC; - Severidade clínica pós-AVC; - Risco de sangramento relativoà terapia trombolítica; - Probabilidade de demonstrar oclusão arterial em arteriografia cerebral convencional; Escala de Glasgow Essa escala, estabelecida em 1974 por Teasdale e Jennett, foi inicialmente utilizada para avaliação de traumatizados, porém, hoje, é usada em outras situações, determinando alterações de nível de consciência. A EG é uma escala com importante valor preditivo de sobrevivência nos casos de traumatismos cranioencefálicos. Ressalte-se a importância da experiência do examinador na aplicação da EG, pela possibilidade de variações na pontuação entre Patologia – M6 Ana Laura Coradi T.XXII 4 vários observadores. Tal avaliação consiste na análise de três parâmetros (abertura ocular, reação motora e resposta verbal), obtidos por vários estímulos, desde a atividade espontânea e estímulos verbais até estímulos dolorosos (de preferência, estímulos dolorosos provocados por lápis ou caneta que comprimem o leito ungueal; o estímulo doloroso supraorbital pode provocar fechamento dos olhos). Os extremos da escala, ou seja, valores próximos de 15 ou 3 pontos, caracterizam a normalidade (15 pontos) ou o coma grave (3 pontos). Entre os 2 extremos, encontram-se vários graus, que representam a transição entre o estado de consciência normal e o grau máximo de seu comprometimento. Em termos práticos, abaixo de 8 ou 7 pontos, corresponde a estado de coma (IOT). Essa escala é interessante para seguimento do paciente.
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