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APS PRÁTICA FORENSE

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APS2
Professor: Manoel Guedes do Amaral Neto
Aluno: Alex Sandro Cardoso de Oliveira 
Mat:22206535
A peça a ser elaborada consiste em um Recurso Extraordinário contra decisão proferida em sede de Ação 
Direta de Inconstitucionalidade, nos termos do Art. 102, III, c da CRFB/88. 
No caso, a ação direta de controle tendo como parâmetro a Constituição do Estado, tem previsão no Art.
125,2º da Constituição da República. É possível a interposição de Recurso Extraordinário contra decisão 
proferida pelo Tribunal de Justiça no julgamento da mesma, a fim de que seja apreciada, pelo Supremo 
Tribunal Federal.
EXMO SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Processo nº xxxx
Recorrente: Partido Frente Brasileira Unida
Recorrido: Governador do Estado X
Origem: Tribunal de Justiça do Estado X
O Partido Político Frente Brasileira Unida, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vsa. Exma., por meio de seu advogado devidamente constituídos (mandato anexo) apresentar RECURSO EXTRAORDINÁRIO em face do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça, com base no Art. 102, III, “c” da CF/88 e Art. 1.029 do CPC, nos termos dos argumentos de fato e de direito a seguir dispostos. 
O presente recurso é tempestivo, pois foi interposto no prazo de 15 dias contado a partir da intimação nos termos do Art. 1003, §5º do CPC.
Requer que seja recebido o presente recurso, intimando-se o Governador do Estado X, na pessoa de seu representante legal, para que ofereça, dentro do prazo legal, as contrarrazões (art. 1.030 do CPC) e, após realizar o juízo de admissibilidade considerando positivo, seja o recurso encaminhado com as razões anexas ao Colendo Supremo Tribunal Federal - STF, nos termos do art. 1.030, V do CPC. 
Por fim, requer juntada das custas e preparo, inclusive o porte de remessa e de retorno (art. 1.007 do CPC). 
Termos em que pede deferimento.
Local, data
Advogado, OAB
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF
Processo nº xxxx
Recorrente: Partido Frente Brasileira Unida
Recorrido: Governador do Estado X
Origem: Tribunal de Justiça do Estado X
EXMO SR. MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
DOS FATOS
Tratam os autos originários de Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo Agravante com o objetivo de declarar a inconstitucionalidade de decreto do Governador que pretendeu disciplinar a participação da população em protestos de caráter público, e de garantir a finalidade pacífica dos movimentos, dispondo ainda que, além da prévia comunicação às autoridades, o aviso deve conter a identificação completa de todos os participantes do evento, sob pena de desfazimento da manifestação. Além disso, o referido decreto prevê a revista pessoal de todos, como forma de preservar a segurança dos participantes e do restante da população.
Sendo assim, o Agravante ajuizou a referida demanda alegando a violação a normas da Constituição do Estado referentes a direitos e garantias individuais e coletivos (que reproduzem disposições constantes da Constituição da República).
O Plenário do Tribunal de Justiça local, entretanto, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado, de declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos do Decreto estadual, por entender compatíveis as previsões constantes daquele ato com a Constituição do Estado, na interpretação que restou prevalecente na corte. Alguns dos Desembargadores registraram em seus votos, ainda, a impossibilidade de propositura de ação direta tendo por objeto um decreto estadual.
Entendendo que a decisão da corte estadual, apesar de não conter obscuridade, omissão ou contradição, foi equivocada, e que não apenas as disposições do Decreto são inconstitucionais como também a própria interpretação dada pelo Tribunal de Justiça é incompatível com o ordenamento jurídico nacional, não restou outra alternativa ao Recorrente senão interpor o presente Recurso Extraordinário nos termos do Art.102, III, “c” da CF/88.
DO CABIMENTO
Nos termos do Art. 102, III, “c” da CF/88, será cabível recurso extraordinário quando a decisão recorrida julga válido ato normativo do governo local contestado em face da Constituição. 
Assim, tendo em vista que o objeto da demanda é a declaração de inconstitucionalidade de decreto expedido pelo Governador do Estado X, que viola frontalmente diversos dispositivos e princípios constitucionais, é cabível o presente recurso para reformar o acórdão que julgou constitucional tal decreto. 
DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO
O presente recurso é tempestivo pois foi interposto no prazo de 15 dias contado a partir da intimação nos termos do Art. 1003, §5º do CPC. Segue em anexo a guia de custas recursais, conforme Art. 1.007 bem como a guia de porte de remessa e retorno.
DO PREQUESTIONAMENTO
Antes de adentrar ao mérito da demanda insta-nos asseverar que matéria de direito ventilada nos autos foi devidamente abordada no acórdão recorrido, tendo sido interpostos Embargos de Declaração pelo ora Recorrente, os quais foram rejeitados pelo juízo a quo. No caso em análise encontra-se configurado o devido prequestionamento exigido para admissão do presente recurso, nos termos do Art. 1.025 do CPC.
DA REPRERCUSSÃO GERAL
No caso em análise encontra-se devidamente preenchido o requisito da repercussão geral para admissão do presente Recurso Extraordinário, previsto nos Art. 1.035, §1º do CPC e Art. 102, §3º da CF/88. Isso por que a matéria tratada na lide ultrapassa os limites subjetivos das partes, existindo relevantes questões do ponto de vista econômico, político social e jurídico tendo em vista que o decreto atacado na ação originária ofende a direitos fundamentais titularizados por toda a coletividade, uma vez que a norma cria restrição excessiva ao exercício de direito constitucionalmente assegurado, e o faz sem previsão em lei.
DO DIREITO
Inicialmente é importante notar que o decreto atacado por meio da ação originária fere frontalmente o princípio da legalidade assegurado constitucionalmente (Art. 5º, II), que prevê que ninguém será obrigado a fazer ou deixa de fazer algo se não em virtude de lei. Sendo assim, não pode um ato infralegal como um decreto criar restrições aos direitos dos cidadãos.
Ademais, o decreto viola o Art. 5º, XVI, da Constituição, que assegura o direito de reunião em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. Ainda ocorre a violação ao Art. 5º, IV da CRFB, que trata do princípio da liberdade de expressão.
Por fim, deve ser indicada a violação ao princípio da razoabilidade/proporcionalidade, pois, ainda que se entendesse possível a restrição ao direito de reunião, a restrição veiculada pelo decreto, no caso analisado, falha nos subprincípios da necessidade (que impõe a utilização, dentre as possíveis, da medida menos gravosa para atingir determinado objetivo) e da proporcionalidade em sentido estrito (que impõe a análise da relação custo/benefício da norma avaliada, de modo que o ônus imposto pela norma seja inferior ao benefício por ela engendrado, sob pena de inconstitucionalidade).
Sendo assim, o referido decreto afigura-se como ato inconstitucional, o que deve ser reconhecido e declarado nestes autos. 
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer-se que o presente recurso seja CONHECIDO e, no mérito, PROVIDO, a fim de reformar o acórdão recorrido, declarando-se a inconstitucionalidade do Decreto expedido pelo Governador do Estado X, nos termos dos fatos e argumentos dispostos acima.
QUE reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determine a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional (art. 1.035, §5º do CPC)
Requer-se ainda a intimação do Ministério Público.
Requer-se a juntada das custas recursais e porte de remessa eretorno art. 1.007 do CPC).
Termos em que pede deferimento. 
Local, data.
Advogado, OAB.

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