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DIR08N1-EQ A- PETICAO INICIAL DEFINITIVA

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AO JUÍZO DO 7º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E DAS RELAÇÕES
DE CONSUMO DA COMARCA DE SÃO LUÍS DO ESTADO DO
MARANHÃO
WENDEL, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito sob o nº de CPF..., portador
do RG nº... SSP, detentor do endereço eletrônico..., residente e domiciliado na
Rua..., nº..., Bairro Renascença, na cidade de São Luís, Maranhão, CEP..., vem
por intermédio do seu advogado que ao final assina (procuração anexa),
inscrito na OAB sob o nº..., com endereço profissional sito a Rua... e com
endereço eletrônico..., no qual recebe as notificações e intimações (art. 77, V
do CPC), vem perante este juízo, com fulcro nos artigos 300, §2º e 319 e ss. do
Código de Processo Civil, propor
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM DANOS
MORAIS E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
Em face da empresa VIVA VIDA, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob nº..., com sede na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade – UF,
CEP..., endereço eletrônico; SALE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº..., com sede na
Rua..., nº..., Bairro..., Cidade – UF, CEP..., endereço eletrônico e SERASA
EXPERIAM, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº..., com
sede na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade – UF, CEP..., endereço eletrônico, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:
1. DOS FATOS
Trata-se de um contrato de plano de saúde celebrado entre o
Requerente e as duas primeiras Requeridas - empresa operadora de serviços,
VIVA VIDA e sua Administradora (SALE Administradora de Benefícios) -. A
vigência do contrato iniciou-se no ano de 2013, com vencimento mensal de
pagamento acordado para todo dia 10 de cada mês.
Ocorre que, após certo tempo, o Requerente manifestou desinteresse
pela continuidade dos serviços prestados pelo plano de saúde, motivação que
encabeçou a solicitação de cancelamento, antes da data de vencimento, via
telefone, mais precisamente no dia 04/09/2022, mediante protocolo de
atendimento nº 123456789, conforme prova em anexo.
Após o cancelamento, o autor foi surpreendido com o recebimento de
um boleto de cobrança com valor equivalente à importância de R$ 634,31
(seiscentos e trinta e quatro reais e trinta e um centavos), referente à
mensalidade de setembro de 2022. Referida cobrança, além de ilegal é
totalmente abusiva, haja vista que, a data da solicitação do cancelamento do
plano de saúde deu-se em 04/09/2022, não tendo havido qualquer tipo de
utilização dos serviços, em data posterior.
Em 17/09/2022, através de novo protocolo de atendimento de nº
87654321 (em anexo), o autor contactou novamente a requerida a fim de
contestar o supracitado valor e ratificou o protocolo referente à solicitação do
cancelamento definitivo do plano, dando ênfase que só poderiam cobrar o valor
proporcional até a data de solicitação de cancelamento (de 11/08/2022 a
04/09/2022), não obtendo êxito no seu intento.
Em razão da cobrança indevida, o autor não efetuou o pagamento. Após
mais de 20 tentativas de solucionar o problema, a primeira Requerida não
considerou a apresentação do protocolo registrado no dia 04/09/2022. Em
virtude do não pagamento indevido, o autor vem recebendo ligações de
cobrança, já tendo, inclusive, o registro do seu nome no cadastro de
inadimplentes do Serasa Experian, pela segunda Requerida - SALE
Administradora de Benefícios -, o que ensejou a redução do seu score.
Não bastassem todos os transtornos gerados, atendimentos frustrados,
cobranças indevidas, ainda deixaram de enviar notificação, por escrito, do
referido registro no Serasa.
Cansado de seguir na via crucis e cientificado que não retirariam o valor
cobrado, muito menos a retirada do seu nome do cadastro de inadimplentes,
não lhe restou outra alternativa senão a via judicial, como última sentinela na
realização do seu direito, que objetiva pleitear o cancelamento da cobrança
indevida, bem como a retirada do seu nome do cadastro de inadimplentes,
almejando indenização, em face dos danos sofridos.
2. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
 2.1 DA RELAÇÃO DE CONSUMO
O Código de Defesa do Consumidor (Lei n°8.078//1990), aduz que a
relação de consumo é composta por três elementos fundamentais, são eles:
consumidor, fornecedor e produto/serviço. Como prevê o art. 2º da referida lei,
dessa forma, portanto fica evidente a existência da relação de consumo no
caso, senão veja:
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-
se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda
que indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo.
 Cumpre mencionar que o Código de Defesa do Consumidor, traz a
definição de fornecedor, mais precisamente no art. 3°, caput:
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Já o serviço, é definido no art. 3º, § 2º da referida lei, assim faz-se
necessário demonstrar:
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no
mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
A inequívoca relação consumerista se confirma nos artigos supracitados,
assim como, a relação é norteada não só pela letra da lei, mas pelos princípios
gerais que buscam resguardar a proteção e os direitos de defesa do
consumidor, caracterizado como hipossuficiente diante dessa relação.
Reconhecer a vulnerabilidade do consumidor é a essência do sistema de
proteção que nele se apoia, reconhecendo que as partes são desiguais, evita-
se a perpetuação da desigualdade, assim como se assegura o tratamento
isonômico das partes.
 À proposito, o art. 2°, parágrafo único do CDC, traz o conceito de
consumidor por equiparação, que se deriva da coletividade de pessoas ainda
que indetermináveis que haja intervindo das relações de consumo. Assinale-se,
ainda, que o art. 17, da supracitada lei, também faz referências ao consumidor
por equiparação, tendo em vista que todas as vítimas do dano causado pelo
fato do produto e do serviço.
À luz das informações contidas, é indubitável que a relação entre os
litigantes é de consumo, visto que houve uma prestação de serviço por parte
dos Requeridos, uma vez que não agiram de boa-fé diante das demandas do
consumidor, não cabendo controvérsias de dano ao Requerente a respeito dos
fatos aqui expostos (em anexo).
2.2 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A inversão do ônus da prova é um direito básico do consumidor, matéria
de ordem pública e interesse social, delineia-se a partir do poder econômico ou
do conhecimento técnico do fornecedor que detém a obrigação de provar as
alegações do autor, nesse sentido, o art. 6º, do Código de Defesa do
Consumidor define:
 Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz,
for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
Vejamos o que diz a doutrina acerca do tema:
"Um dos aspectos mais relevantes do Código de
Defesa do Consumidor é a possibilidade de
inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, VIII,
[do CDC]. [...] façamos algumas observações
importantes sobre esta inversão [...]: É ope
iudicis (a critério do juiz), ou seja, não se trata de
inversão automática por força de lei (ope legis).
Obs: no CDC, existem outros casos de inversão
do ônus da prova e que são ope legis (exs: art. 12,
§ 3º, II; art. 14, § 3º, I e art.
38)." http://www.dizerodireito.com.br/2012/03/stj-
define-que-inversao-do-onus-da.html
Os tribunais seposicionam na mesma linha de raciocínio do Código de
Defesa do Consumidor, como veremos abaixo:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER E DE PAGAR COM
PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA. PLANO
DE SAÚDE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO CDC. 1.
Consoante enunciado da Súmula n. 608, do STJ,
'Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor
aos contratos de plano de saúde, salvo os
administrados por entidades de autogestão'. 2.
Constatada a verossimilhança das alegações ou
hipossuficiência da consumidora, perfeitamente
possível a inversão do ônus da prova, nos termos
do inciso VIII, do artigo 6º do Código de Defesa
do Consumidor. AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJ-GO - AI:
05291794420198090000, Relator: Des(a).
NELMA BRANCO FERREIRA PERILO, Data de
Julgamento: 23/03/2020, 4ª Câmara Cível, Data
de Publicação: DJ de 23/03/2020).
É inconteste que o autor demonstra fatos verossímeis, como se nota a
partir das provas mínimas em anexo, portanto é cabível a inversão do ônus da
prova, pois o polo passivo da demanda se ocupa por três consolidadas
empresas, que se encontram em relação de superioridade ao polo ativo da
presente lide.
Neste sentido, quaisquer informações e alegações aqui expostas, devem
ser comprovadas pelas Requeridas do contrário, além de serem obrigadas a
prestar informações que negam ao Requerente.
2.3 DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Nas relações de consumo, há uma relação conhecida como cadeia de
fornecimento de serviços, onde todos aqueles que fizerem parte da relação
deverão responder solidariamente pelos danos causados aos consumidores,
senão, veja-se:
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA. ATRASO NA
ENTREGA DO IMÓVEL. INTEGRANTE DA CADEIA DE
FORNECIMENTO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. PRECEDENTES. LUCROS CESSANTES.
PREJUÍZO PRESUMIDO. INDENIZAÇÃO DEVIDA.
AGRAVO DESPROVIDO. 1. O entendimento do STJ é
no sentido de que, em uma relação de consumo, são
responsáveis solidários, perante o consumidor, todos
aqueles que tenham integrado a cadeia de prestação de
serviços. Precedentes. 2. A Segunda Seção desta Corte
Superior, no julgamento do REsp n. 1.729.593/SP, desta
relatoria, submetido ao rito dos recursos repetitivos,
pacificou o entendimento de que, no caso de atraso na
entrega do imóvel, no âmbito do Programa Minha Casa
Minha Vida, é presumido o prejuízo do comprador,
consistente na injusta privação do bem, a ensejar a
reparação material. 3. Agravo interno desprovido. (STJ -
AgInt no REsp: 1822431 SP 2019/0180498-0, Relator:
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de
Julgamento: 08/06/2020, T3 - TERCEIRA TURMA, Data
de Publicação: DJe 12/06/2020).
O Código de Defesa do Consumidor prevê a responsabilidade solidária
de todos os agentes envolvidos na atividade de colocação do produto ou do
serviço no mercado de consumo. Ou seja, a necessidade de responder por
quaisquer falhas ou danos abrange não apenas quem manteve contato direto
com o consumidor (comerciante), mas também os fornecedores que tenham
participado da cadeia de produção e circulação do bem (fabricante, produtor,
construtor, importador e incorporador). Vejamos mais um julgado que esboça a
responsabilidade solidária daqueles que participam da cadeia de fornecimento
de serviços:
“A teor do que dispõem os artigos 7º, parágrafo único, c/c
o 25 e parágrafos, todos do CDC, a obrigação de
indenizar os danos causados ao consumidor recai sobre
todos os fornecedores que se encontram na cadeia
econômico-produtiva, de modo que tanto a empresa
franqueada como a franqueadora, rés na hipótese em
apreço, por participarem da mesma cadeia de
fornecimento de serviços, respondem solidariamente por
eventuais danos experimentados pelo consumidor. 2. O
contrato de franquia não afasta a responsabilidade do
franqueador por danos ocorridos nas relações de
consumo, relativos à prestação dos serviços. Tese de
ilegitimidade passiva afastada."Acórdão 1341903,
00071086820158070007, Relator Des. GETÚLIO DE
MORAES OLIVEIRA, Sétima Turma Cível, data de
julgamento: 19/5/2021, publicado no DJe: 11/6/2021.
Inegável, ante os fatos e jurisprudência consolidada, que, tanto a
operadora de plano de saúde VIVA VIDA quanto a Administradora de serviços
SALE, respondem de forma solidária aos danos causados ao Requerente, na
medida em que causaram transtornos ao mesmo, participando da mesma
cadeia de fornecimento de serviços, devendo, portanto, serem
responsabilizados
 2.4 DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER POR PARTE DAS REQUERIDAS
Com base nos fatos supracitados o Requerente sempre realizou o
devido pagamento das faturas na data determinada e quando iniciou a
cobrança indevida, buscou a empresa para solucionar tal problema. Sendo
assim, na presente relação de consumo foi violado o dever obrigacional da
boa-fé objetiva pela prestadora de serviço, conforme o artigo 422 do CPC:
 Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim
na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé.
À vista do artigo citado, é notório a violação do dever obrigacional e boa-
fé das requeridas, em especial nos atos abusivos de ligações excessiva por
parte da SALE ADMINISTRADORA DE BENEFICIOS e a inclusão indevida do
nome do requente no cadastro de inadimplentes do site SERASA EXPERIAN.
2.4.1 OBRIGAÇÃO DE FAZER PARA CESSAR AS LIGAÇÕES
EXECESSIVAS
Conforme o artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o
consumidor não pode ser exposto ao ridículo ou ao constrangimento nas
ligações, mesmo em casos em que a pessoa esteja inadimplente. É expresso,
também, no artigo que chamadas excessivas e em horários impróprios
configuram ligações abusivas, pois invadem a tranquilidade e intimidade do
consumidor.
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer
tipo de constrangimento ou ameaça.
Segue o entendimento dos Tribunais Superiores:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER E
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS NEGATIVAÇÃO EM
CADASTRO DE INADIMPLÊNCIA - TU- TELA DE URGÊNCIA
DEFERIDA PARA RESTABELECIMENTO DE SCORE -
OBRIGAÇÃO QUE NÃO PODE SER IMPUTADA AO RESPON
SÁVEL PELO APONTAMENTO - DECISÃO REFORMADA EM
PARTE - RE- CURSO PROVIDO Na hipótese, além de não
constar dos autos provas acerca do score anterior ao
apontamento da dívida, não se vislumbra que a obrigação para
que seja procedido ao restabelecimento do estado antecedente
à negativação possa ser imposta ao agravante, eis que não
tem gerência direta sobre a referida pontuação. Não há óbice
para que seja determinada a expedição ofício ao órgão
responsável pelo dado para que informe o histórico do
interessado e a pontuação anterior à negativação,
restabelecendo-a ou informando a impossibilidade de assim
proceder. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul TJ-MS-
Agravo de Instrumento: AI XXXXX-90.2021.8.12.0000 MS
XXXXX- 90.2021.8.12.0000.
São denominadas abusivas as ligações de cobrança de dívidas e as de
vendas de telemarketing. A primeira diz respeito às empresas que cobram os
valores em atraso dos consumidores. É de direito que essa cobrança seja feita
pela credora, mas não deve exceder com ameaças e coações. No presente
caso a Administradora Sale de forma vexadora excedeu nas ligações de
cobrança. Dessa forma reque-se que cesse as devidas ligações.
2.4.2 OBRIGAÇÃO DE FAZER PARA RETIRADA DO NOME NO SERASA
EXPERIAN E RESTABELICMENTO DE SCORE
Sendo percebido que a cobrança realizada é indevida, não restando
duvidas e cristalina a obrigação por parte da requerida SRASA EXPRERIAN,
no implica o rebaixamento do score em virtude da cobrança, atrelado aos
dados pessoais da parte Autora, impactando diretamente na avaliação dos
riscos quando da concessão de crédito ao consumidor, já que ainda lhe recai a
pecha de mau pagador, se revela abusivo, por constranger o consumidor a
pagar por obrigação inexigível judicialmente, razão por que está caracterizada
a condutaabusiva perpetrada pela ré, ensejando responsabilidade na
reparação dos danos eventualmente causados.
Frise-se que a cobrança foi realizada de forma errônea. Ressalte-se que
a Resolução Normativa nº 412 de 10 de novembro de 2016, apesar de hoje
encontrar-se revogada pela Resolução nº 512 de 15/12/2022, pelo Princípio
Tempus Regit Actum, deve ser aplicada ao caso sob comento, na medida em
que era a Resolução vigente ao tempo da existência da relação contratual
entabulada, devendo ser observada para fins de responsabilização das
Requeridas.
Veja o que dispõem os arts. 4º e 15, da Resolução Normativa nº
412/2016:
Art. 4º - O cancelamento do contrato de plano de saúde
individual ou familiar poderá ser solicitado pelo titular, das
seguintes formas:
I - omissis;
II - por meio de atendimento telefônico
disponibilizado pela operadora (sem grifos no
original).
Art. 15. Recebida pela operadora ou administradora de
benefícios a solicitação do cancelamento do contrato de
plano de saúde individual ou familiar ou de exclusão de
beneficiários em plano coletivo empresarial ou coletivo
por adesão, a operadora ou administradora de benefícios,
destinatária do pedido, deverá prestar deforma clara e
precisa, no mínimo, as seguintes informações:
I - omissis;
II - efeito imediato e caráter irrevogável da solicitação
de cancelamento do contrato ou exclusão de
beneficiário, a partir da ciência da operadora ou
administradora de benefícios (sem grifos no original).
III - as contraprestações pecuniárias vencidas e/ou
eventuais coparticipações devidas, nos planos em pré-
pagamento ou em pós pagamento pela utilização de
serviços realizados antes da solicitação de cancelamento
ou exclusão do plano de saúde são de responsabilidade
do beneficiário;
IV - as despesas decorrentes de eventuais utilizações
dos serviços pelos beneficiários após a data de
solicitação de cancelamento ou exclusão do plano de
saúde, inclusive nos casos de urgência ou emergência,
correrão por sua conta;
Segue o entendimento dos Tribunais Superiores:
Ementa APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
FAZER C/C INDENIZATÓ- RIA POR DANOS MORAIS -
COBRANÇA INDEVIDA - LIGAÇÕES DA RÉ COBRANDO
DIVIDA DE OUTRA PESSOA DANOS MORAIS - QUANTUM
INDENIZATÓRIO MANTIDO PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE - RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. Não se desconhece que, em
regra, a mera cobrança indevida é incapaz de ensejar a
responsabilização em danos morais. Contudo, o presente caso
possui peculiaridades que permitem concluir pela sua
ocorrência; quais sejam, a falha na prestação do serviço e a
desídia da apelada; uma vez que as cobranças e as ligações
somaram dezenas de chamadas em diversos horários, até
mesmo fora do horário comercial e mesmo após a autora ter
realizado reclamação junto ao PROCON, O objetivo da
indenização não é o de ressarcimento, mas sim de compensar
a vítima pelo prejuízo extrapatrimonial sofrido, além de se
constituir em punição ao praticante do ato lesivo, de forma que
lhe demova da prática de novos atos. Dessa forma, devem ser
consideradas as condições econômicas dos envolvidos, a
culpa do ofensor, a extensão do dano causado ao ofendido,
além de observância aos princípios da razoabilidade
proporcionalidade.
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul TJ-MS- Apelação
Cível: AC XXXXX-46.2020.8.12.0008 MS XXXXX-
46.2020.8.12.0008.
Não se pode, no presente caso, olvidar a falta do dever obrigacional do
SERASA EXPERIAN, bem como a exclusão do nome do Requerente do
cadastro de inadimplentes (SERASA) e restabelecer o score do mesmo.
2.5 DO DANO MORAL
Flávio Tartuce diz que a tese pela reparabilidade dos danos imateriais
tornou-se pacífica com a Carta Política de 1988. Antes disso não existia a
possibilidade a reparação por dano moral, eis que tanto a doutrina quanto a
jurisprudência tinham dificuldades na visualização da sua determinação e
quantificação. Acrescente-se que para sua reparação não se requer um preço
para dor ou sofrimento, mas sim um meio de atenuar, em parte, as
consequências do prejuízo imaterial, constituindo, desta feita, verdadeira
reparação por pelos prejuízos imateriais sofridos.
O dano moral é lesão aos direitos da personalidade, de pessoa natural
ou jurídica. A indenização por dano moral encontra respaldo na Constituição
Federal em seu art. 5º, incisos V e X, senão veja-se:
V - é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
2.5.1 DO DANO MORAL EM RAZÃO DAS LIGAÇÕES EXCESSIVAS
Em lógica decorrência dos fatos narrados e dos documentos que
acompanham a inicial (em anexo), não restam dúvidas acerca do dever de
indenizar. O Requerente foi gravemente surpreendido por uma cobrança
indevida e abusiva ficando constrangido, com o excesso de vezes em que foi
cobrado, via telefone.
Convém ressaltar, que as sanções aplicáveis aos devedores
inadimplentes, só serão cabíveis se o inadimplemento resultar de sua culpa,
portanto, não responderá o devedor nas hipóteses em que o não cumprimento
decorrer de caso fortuito ou circunstância de força maior. Não nos esqueçamos
que esta possibilidade se encontra aclarada no caso em comento, partindo do
ponto, que o Requerente se tornou inadimplente mediante a indevida cobrança.
O artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor, prevê as inadequadas
posturas que veemente são reprimidas ao se efetuar cobranças, bem como, o
artigo 71 do mesmo código, disserta acerca da perturbação do sossego,
vejamos:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor
inadimplente não será exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.
 Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de
ameaça, coação, constrangimento físico ou moral,
afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
qualquer outro procedimento que exponha o
consumidor, injustificadamente, a ridículo ou
interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Nessa mesma lógica os tribunais vêm decidindo, conforme se lê:
Recurso inominado – OBRIGAÇÃO DE NÃO
FAZER E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
– Ligações de cobrança - Sentença reconheceu
como abusivas as cobranças promovidas pela
Recorrente em face do consumidor inadimplente,
ante a apresentação de evidências de que
foram efetuadas ligações ao Recorrido, de
forma insistente e exagerada (dezenas em um
mesmo dia). Foram reconhecidos danos
morais causados pelo ato ilícito, fixada a
indenização de R$ 3.000,00. Analisando as
provas acostadas aos autos, resta evidenciado
que as tentativas de cobrança da dívida do
autor foram feitas de forma incisiva e
insistente, ultrapassando os limites do
exercício regular do direito e atingindo direito
da personalidade do Recorrido. Conduta que
extrapola os meios legais de receber a dívida,
traduzindo, na realidade, em cobrança vexatória,
prática vedada no ordenamento jurídico, a teor
do art. 42 do Código de Defesa do
Consumidor, que prevê: "Na cobrança de
débitos, o consumidor inadimplente não será
exposto a ridículo, nem será submetido a
qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça". Os danos morais foram bem
reconhecidos e o valor da indenização é
adequado e justo, inclusive para desencorajar a
requerida a reiterar na prática abusiva. MULTA
DIÁRIA – Condenação da recorrente à obrigação
de se abster de efetuar mais do que cinco
ligações de cobrança diárias ao autor – Fixação
de multa no valor de R$ 200,00 para cada ligação
que exceder o limite fixado – Valor da multa
fixado com razoabilidade – Obrigação de fácil
cumprimento - Mantida a Sentença por seus
próprios fundamentos na forma do art. 46 da Lei
n.º 9099/95, negando-se provimento ao recurso.
Condeno a Recorrente em honorários
advocatícios fixados em 20% sobre o valor da
condenação. É como voto.
(TJ-SP - RI: 10004073320218260590 SP
1000407-33.2021.8.26.0590, Relator: Luciana
Viveiros Corrêa dosSantos Seabra, Data de
Julgamento: 04/07/2022, 1º Turma Cível -
Santos, Data de Publicação: 04/07/2022).
Fica evidente que cobranças insistentes por meio de inúmeras ligações
em diversos horários diferentes, ocasionaram a perturbação do sossego do
Requerente. Portanto, se encontra disposto o dever de ressarcimento por
danos morais decorrentes da prática abusiva das Requeridas – VIVA VIDA e
SALE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS- devendo adimplir a importância
de R$ 8.000,00 (oito mil reais), a fim de compensar o transtorno.
2.5.2 DO DANO MORAL EM RAZÃO DA PERDA DO TEMPO ÚTIL
Em breve síntese, cabe consubstanciar que o Requerente recorreu as
vias administrativas na esperança de solucionar o intento, porém, não obteve
êxito. Conforme consta as provas (em anexo), o Requerente, efetuou mais de
20 (vinte) ligações as Requeridas, – VIVA VIDA e SALE ADMINISTRADORA
DE BENEFÍCIOS.
 A inércia em solucionar a lide, deram enredo a subtração do tempo útil
do Requerente, afigura-se legitima a pretensão indenizatória, por força do
desgaste e significativo tempo despendidos na tentativa de solução
extrajudicial do intento.
O tempo tornou-se um bem precioso na atualidade, portanto é
inadmissível que o judiciário venha a consubstanciar com tal prática, vejamos
como atualmente estão se posicionando:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - PERDA
DO TEMPO ÚTIL DO CONSUMIDOR -
OCORRÊNCIA - VALOR - PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E DA
PROPORCIONALIDADE. - É cabível a
condenação da requerida ao pagamento de
indenização por dano moral decorrente da má
prestação do serviço, ao efetuar evidente
cobrança indevida ao autor, ocasionando-lhe
considerável perda de tempo útil - O valor da
indenização por danos morais deve ser
ponderado e quantificado em conformidade com
os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade. (TJ-MG - AC:
10000212528665001 MG, Relator: Aparecida
Grossi, Data de Julgamento: 06/04/2022,
Câmaras Cíveis / 17ª CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 08/04/2022).
O esforço e a desnecessária perda do tempo útil empregado para a
solução dos problemas do Requerente, que não obteve solução dos seus
reclames na via administrativa, segundo a Teoria do Desvio Produtivo do
Consumidor, sendo o meio pelo qual foi solicitado por via call center, são
circunstâncias que extrapolam o limite do mero aborrecimento, devido a perda
de tempo. Portanto, a fim de minimamente sanar os inúmeros prejuízos
causados ao Requerente, requer que sejam os Requeridos- – Empresa VIVA
VIDA e SALE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS- condenados ao
pagamento de Indenização por Danos Morais em razão da Perda do Tempo
útil, no importe de R$ 8.000,00 (oito mil reais).
2.5.3 DANO MORAL EM RAZÃO DA NEGATIVAÇÃO INDEVIDA
Sabendo-se que é inexistente o débito atribuído ao Requerente, não se
pode olvidar que a Inscrição de seus dados junto ao Órgão de Proteção ao
Crédito também ocorreu de forma indevida.
Tal restrição ao crédito trouxe diversos problemas e prejuízos ao
Requerente, causando a oscilação do seu crédito no mercado,
impossibilitando-o de adquirir bens, devido ao seu nome negativado.
A própria Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso X, incluiu o dano
moral, senão veja-se:
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
A norma civilista, mais precisamente em seus artigos 186 e 187 também
é bastante clara quanto às práticas abusivas por parte do fornecedor:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
Na mesma linha segue o art. 927 do Código Civil, veja-se:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Posto isso, é indubitável que houve prejuízo ao Requerente com a
inscrição do seu nome junto ao SERASA EXPIRIAN, visto que além de todos
os transtornos sofridos, foi-lhe imputado o histórico de mal pagador, ficando
evidenciado o dever das Requeridas – Empresa VIVA VIDA e SALE
ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS- ao pagamento de Indenização por
Danos Morais pela Negativação indevida, no importe de R$ 8.000,00 (oito mil
reais).
22.5.4 DANO MORAL EM RAZÃO DA REDUÇÃO DO SCORE
O Código de Defesa do Consumidor, em seus arts. 54-C, inciso II e 54-
D, inciso II, prevê que para que haja concessão de crédito no mercado
financeiro, deve ser realizada consulta a órgão de proteção ao crédito, senão
veja-se:
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta
de crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)
II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída
sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem
avaliação da situação financeira do consumidor; (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação, o
fornecedor ou o intermediário deverá, entre outras
condutas: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do
consumidor, mediante análise das informações disponíveis
em bancos de dados de proteção ao crédito, observado o
disposto neste Código e na legislação sobre proteção de
dados; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021).
Em consequência da Negativação Indevida, o Requerente teve o seu
Score reduzido, encontrando inúmeras dificuldades para conseguir crédito no
mercado. Quando isso ocorre, a pessoa passa a ser vista como má pagadora
pelo mercado financeiro.
Nesse teor, requer a condenação da Requerida – Empresa SERASA
EXPERIAN- ao pagamento de Indenização por Danos Morais pela redução do
Score, no importe de R$ 8.000,00 (oito mil reais).
2.5.5 DANO MORAL EM RAZÃO DA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO
Contrariando o que determina o Código de Defesa do Consumidor, art.
43, § 2º e o Superior Tribunal de Justiça, por meio da Súmula nº 359, nota-se
que em momento algum o Requerente foi NOTIFICADO da inclusão do seu
nome no Cadastro de Proteção ao Crédito. A negativação se deu por uma
dívida inexistente, uma vez que o Requerente realizou por diversas vezes o
pedido de cancelamento, não havendo utilização dos serviços em momento
posterior à solicitação.
Conforme o artigo. 43 º § 2º do Código de Defesa do Consumidor, faz-se
necessário demonstrar:
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados
pessoais e de consumo deverá ser comunicada
por escrito ao consumidor, quando não solicitada
por ele.
A súmula nº 359 expõe o seguinte:
STJ – Súmula nº 359 – 13.08.2008 – Dje
08.09.2008 Cadastro de Proteção ao Crédito –
Notificação do Devedor – Cabe ao órgão
mantenedor do Cadastro de Proteção ao
Crédito a notificação do devedor antes de
proceder à inscrição.
A jurisprudência também se posiciona nesse sentindo:
TJRS – Apelação Cível AC 70042904623 (TJRS)
APELAÇÃO CÍVEL. CADASTROS DE
INADIMPLENTES. PRELIMINAR DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADA. Tem
legitimidade passiva a mantenedora dos
cadastros, juntamente com o credor, sendo
responsável pelo seu registro. Inteligência da
Súmula 359 do STJ. CADASTROS DE
INADIMPLENTES. PRÉVIA NOTIFICAÇÃO.
Inscrição em cadastro de proteção ao crédito sem
prévia notificação. Não restou demonstrado o
envio da comunicação prévia, o que ofende ao
disposto no art. 43, § 2º, do Código de Defesa do
Consumidor. Súmula 359 do STJ. Em decisão
monocrática, rejeito a preliminar de ilegitimidade…
É inconteste que a falta de comunicação pelo órgão mantenedordos
dados configura ato ilícito passivo de indenização, que acabou gerando
constrangimento moral, uma vez que o Requerente sempre honrou com seus
compromissos e obrigações.
O comportamento ignóbil praticado pela requerida SERASA EXPERIAM
configura dano moral, sujeitando-se, portanto, a referida empresa, ao
pagamento de indenização por Dano Moral ao Requerente.
 Sendo assim, diante das provas previstas na exordial, nada mais justo
que o Requerente venha judicialmente requerer uma deliberação acerca do
restabelecimento do “status quo ante” em consequência da reparação pelo
Dano Moral sofrido, haja vista a presença dos três pressupostos da
responsabilidade civil: a ação da empresa requerida, o dano à honra da
parte Requerente e o vínculo casual entre a conduta e o resultado danoso
e o caráter dúplice na ação, ou seja, o que penaliza a empresa ofensora, para
que ela não possa praticar o ilícito novamente, e compensatória, em prol do
ofendido, assim recebendo determinado valor em pecúnia para que possa
amenizar os efeitos decorrentes do ato ilícito.
 Para que essa ação venha alcançar os verdadeiros fins legais, o
Requerente pleiteia a condenação da Requerida, ora, SERASA EXPERIAM, no
valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), correspondente ao dano moral como
forma de restabelecer o dano causado, que foi a negativação sem notificação
prévia.
2.5.6 DO DANO MORAL EM RAZÃO DA COBRANÇA INDEVIDA
Entre o Requerente Wendel, e as Requeridas – VIVA VIDA E SALE
ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS – emerge uma incontestável
hipossuficiência na relação de consumo por parte do Requerente, o que deve
ser levado em conta no bojo desse processo. Desse modo, devemos trazer à
baila o que preleciona o artigo. 6º, inciso VIII do Código de Defesa do
Consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz,
for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
Nesse diapasão, o que o Requerente pleiteia que as Requeridas – VIVA
VIDA e SALE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS – parem de constrangê-
lo, de importuná-lo, que respondam subjetivamente pelo dano causado, haja
vista que a dívida aqui mencionada se deu por uma cobrança indevida, CLARA
E EVIDENTE, confrontando abusivamente os direitos que resguardam o
Requerente.
Uma vez demonstrado a cobrança indevida por parte do Requerente e
com amparo legal no art. 42º, parágrafo único do Código de Defesa do
Consumidor, cabe ressarcimento do valor cobrado pelo requerido em dobro
conforme dispõe a seguir:
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor
inadimplente não será exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em
quantia indevida tem direito à repetição do
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou
em excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
Estando mais que comprovado o dano causado ao Requerente, incide
nos artigos 186 e 927 parágrafo único ambos do Código Civil, o dever das
Requeridas em repará-lo, senão veja:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o
dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.
Além dos artigos acima descritos, muitos outros encontramos dispostos
na Legislação Substantiva Civil, todas destacando que o abuso do direito é
capaz de originar um dano e, não restando dúvidas da irrefutável falha na
prestação do serviço das Requeridas já mencionadas, dando consequência a
despropositada cobrança INDEVIDA.
Nesses termos, caracterizou-se a existência dos pressupostos
essenciais à responsabilidade civil: conduta lesiva, nexo causal e dano, a
justificar o pedido de indenização moral, o Requerente pleiteia em face das
Requeridas – VIVA VIDA e SALE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS – a
realizar a devolução em dobro de todo montante cobrado indevidamente pelas
Requeridas, acrescidos de juros e correções, e condenação das Requeridas ao
pagamento de dano moral no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), como forma
de restabelecer o dano causado.
3. DA TUTELA ANTECIPADA
Mediante os fatos, encontram-se presentes os requisitos para a
conjectura de tutela de urgência antecipada satisfativa, tendo em vista a
evidente presença dos elementos contemplados no caput do art. 300
CPC/2015. A probabilidade do direito pode ser confirmada através do protocolo
de atendimento nº 123456789, que ensejou o pedido de cancelamento do
plano de saúde, não contemplando qualquer possibilidade de irreversibilidade
dos efeitos da sentença.
Cumpre-nos assinalar que a insistência do Requerente em resolver a
lide, de forma administrativa, perdurou em mais de 20 (vinte) tentativas pelo
telefone, ficando mais que evidenciado o total desinteresse da parte Requerida
em resolver o problema. Ressalte-se que a cobrança indevida gerou ao
consumidor a inscrição de seu nome no cadastro de inadimplentes, ato este
que o impossibilita de realizar atividades corriqueiras das relações de consumo,
visto que deixa de ter crédito no mercado, não podendo, por exemplo, contrair
empréstimos bancários ou realizar quaisquer compras a crédito,
consubstanciando o perigo de dano.
Dessa forma, o Código de Processo Civil configura a concessão de
tutela em caráter antecedente no Art. 300, § 2º:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida
liminarmente ou após justificação prévia.
Encontram-se presentes no caso, os requisitos extraídos do artigo
supracitado, “perigo do dano” e “probabilidade do direito”, em consonância com
entendimento atual doutrinário, conforme podemos observar:
A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo (art. 300, caput, CPC).
O preceito legal transcrito condiciona o
deferimento de qualquer tutela de urgência, seja
antecipatória ou cautelar, ao preenchimento de
dois requisitos (genéricos):
a)fumus boni juris, consistente na probabilidade
do direito invocado pela parte, a qual resulta da
confrontação das alegações e dos elementos de
prova constantes dos autos que evidenciam, em
juízo perfunctório, reais chances de vitória da
parte Requerente;
b) periculum in mora, materializada no perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo que
exijam imediata intervenção jurisdicional para
evitar sua concretização. Ao se referir a “perigo de
dano”, refere-se a lei à tutela antecipada,
enquanto a remissão ao “risco ao resultado útil do
processo” remete à tutela cautelar. CUNHA,
Maurício F. Direito Processual Civil. (Coleção
Método Essencial). [Digite o Local da Editora]:
Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9786559644742.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9
786559644742/. Acesso em: 25 mar. 2023.
Diante disso, é evidente a presença de fundamentos para a análise do
magistrado acerca da probabilidade do direito, conforme exorta o art. 305 do
CPC/2015, caso em que denota uma situação de urgência, marcada pela
existência do perigo de dano. Cabendo a concessão de forma provisória, da
tutela de urgência, bem como requer a tutela final para que a parte Requerida
retire, imediatamente, o nome do Autor do quadro de devedores.
Vejamos como vem se comportando os tribunais nessescasos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
DÉBITO EM FACE DE SEGURADORA DE
PLANO DE SAÚDE. AGRAVADA QUE TEVE O
NOME LANÇADO EM CADASTRO RESTRITIVO
DE CRÉDITO, REFERENTE A DÉBITO DE
PLANO DE SAÚDE CUJO CONTRATO JÁ SE
ENCONTRAVA RESCINDIDO. LIMINAR
DEFERIDA PARA RETIRADA DO NOME DA
AGRAVADA DO CADASTRO RESTRITIVO.
Presença dos requisitos do artigo 300, do Código
de Processo Civil de 2015. Pelos documentos
acostados e o fundado receio de dano
irreparável, visto que a permanência do nome da
Agravada nos cadastros restritivos de crédito,
caso indevida, poderá levar a abalo de crédito e
importar restrições financeiras indevidas, logo,
encontrados os elementos para a concessão da
tutela pretendida. Incidência do verbete sumular
nº 59, do TJRJ. Manutenção da decisão.
DESPROVIMENTO DO RECURSO. (TJ-RJ - AI:
00781361120208190000, Relator: Des(a).
DANIELA BRANDÃO FERREIRA, Data de
Julgamento: 18/01/2021, NONA CÂMARA
CÍVEL).
O direito de retificação de informações dos bancos de dados e a
proteção especial do cidadão enquanto consumidor, encontra amparo no texto
constitucional em seu Art. 5º, XIV e XXXIII, da CF/1988, bem como, encontra-
se em plena harmonia com a legislação do Código de Defesa do Consumidor,
(Lei 8.078/90), expõe em seu Art. 48, § 3º:
 § 3° O consumidor, sempre que encontrar
inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá
exigir sua imediata correção, devendo o
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar
a alteração aos eventuais destinatários das
informações incorretas.
Mediante o exposto, requer, o Autor, a retirada de seu nome do cadastro
de inadimplentes, pelas Requeridas - Empresa VIVA VIDA e/ou SALE
ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS- mediante os parâmetros de cooperação
previstos no CDC; O reestabelecimento do score pela empresa SERASA
EXPERIAN e que cessem as ligações de cobranças por parte das empresas-
VIVA VIDA e/ou SALE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS, a fim de diminuir os
danos causados, pois a cobrança motivadora é inadequada, conforme provas,
em anexo. Em síntese, demonstram a cobrança de prestação mensal de
contrato rescindido, denotando prática maliciosa.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos no
presente feito, especialmente por meio de provas documentais, depoimento
pessoal das Requeridas, bem como aquelas que puderem ser produzidas
na marcha processual.
4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
a) A determinação, por este juízo, em sede de medida
liminar, initio litis at inaudita pars, aos requeridos, - Empresa VIVA
VIDA e/ou SALE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS - para que
procedam ao levantamento das restrições cadastrais, em virtude do
reconhecimento da inexistência de contrato válido; O
reestabelecimento do score pela requerida - SERASA SPERIAN;
bem como a determinação para que cessem as ligações de
cobranças por parte das empresas- VIVA VIDA e/ou SALE
ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS, no prazo de 72h (setenta e
duas horas), a contar da intimação deste decisum, sob pena de
aplicação de astreintes no importe de R$ 1.000,00 (mil reais), em
caso de descumprimento;
b) A citação das partes Requeridas para, conforme
dispõe o enunciado 10 do FONAJE, apresentarem resposta, sob
pena revelia e confissão ficta, conforme disposto no art. 336 do
CPC;
c) A inversão do ônus da prova, conforme disposto no
Inciso VIII, art. 6º do CDC, por ser a parte autora hipossuficiente,
ante a pública e notória desproporcionalidade existente entre o
mesmo e os grupos econômicos requeridos;
d) A declaração de inexistência de débito do
Requerente em razão da extinção do contrato de plano de saúde e
fixação de multa diária no importe de R$ 500,00 (quinhentos reais)
por ato de cobrança indevida caso venha a ocorrer, a contar de 10
(dez) dias da intimação da sentença;
e) A condenação das partes Requeridas (VIVA VIDA e
SALE – Administradora de Benefícios), respondendo de forma
solidária, ao pagamento da quantia de R$ 8.000,00 (cinco mil reais)
a título de Danos Morais, decorrente das excessivas ligações
realizadas de cobrança ilegal e abusiva, a ser atualizada
monetariamente, a contar da data da sentença, acrescidas de juros
legais, a contar da data da citação, conforme dispõe a súmula 362
do STJ;
f) A condenação das partes Requeridas (VIVA VIDA e
SALE – Administradora de Benefícios), respondendo de forma
solidária, ao pagamento da quantia de R$ 8.000,00 (cinco mil reais)
a título de Danos Morais, decorrente da perda do tempo útil, a ser
atualizada monetariamente, a contar da data da sentença,
acrescidas de juros legais, a contar da data da citação, conforme
dispõe a súmula 362 do STJ;
g) A condenação das partes Requeridas (VIVA VIDA e
SALE – Administradora de Benefícios), respondendo de forma
solidária, ao pagamento da quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) a
título de Danos Morais, pela inserção do nome do Requerente no
Cadastro de Inadimplentes, importância esta a ser atualizada
monetariamente, a contar da data da sentença, acrescidas de juros
legais, a contar da data da citação, conforme dispõe a súmula 362
do STJ;
h) A condenação das partes Requeridas (VIVA VIDA e
SALE – Administradora de Benefícios), respondendo de forma
solidária, ao pagamento da quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) a
título de Danos Morais, pela cobrança indevida, importância esta a
ser atualizada monetariamente, a contar da data da sentença,
acrescidas de juros legais, a contar da data da citação, conforme
dispõe a súmula 362 do STJ;
i) A condenação das Requerida SERASA EXPERIAN,
ao pagamento da quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) a título de
Danos Morais, pela falta de notificação, bem como pela redução do
score do Requerente, como medida pedagógica a ser aplicada;
j) A condenação das Requerida SERASA EXPERIAN,
ao pagamento da quantia de R$ 8.000,00 (oito mil reais) a título de
Danos Morais, pela falta de notificação, bem como pela redução do
score do Requerente, como medida pedagógica a ser aplicada;
Dá-se, à causa, o valor de R$ 47.492,55 (quarenta e sete mil,
quatrocentos e noventa e dois reais e cinquenta e cinco centavos).
Nestes termos, pede deferimento.
Cidade, data.
Advogado
OAB/UF

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