Aula_Digestão, absorção, transporte e excreção de nutrientes_NHI_2022-2023_Parte 2

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Ana Margarida Saraiva Valente
2022/2023
Aula – Parte 2
Digestão, absorção, transporte e excreção de 
nutrientes
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Tracto Gastrointestinal
Mecanismos de absorção
Existem três vias de transporte através da
membrana celular:
1. Difusão passiva
2. Difusão facilitada
3. Transporte activo: (ex. endocitose)
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Tracto Gastrointestinal
Mecanismos de absorção
Existem três vias de transporte através da
membrana celular:
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Tracto Gastrointestinal
Mecanismos de absorção
Difusão passiva
Os nutrientes passam através da mucosa intestinal
(enterócitos ou colonócitos) para a corrente sanguínea.
Este tipo de difusão envolve um movimento ao acaso
através de aberturas nas membranas das células da
mucosa.
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Tracto Gastrointestinal
Mecanismos de absorção
Difusão facilitada
Não ocorre gasto de energia, o transporte ocorre a favor
do gradiente de concentração, em que as substâncias
atravessam a membrana utilizando canais de uma proteína
transportadora específica localizada na superfície da
membrana.
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Tracto Gastrointestinal
Mecanismos de absorção
Transporte activo
Envolve gasto de energia para movimentar os iões e outras
substâncias contra o gradiente de concentração. Alguns
nutrientes podem competir pelo mesmo transportador. Os
sistemas de carregadores podem estar saturados, tornando
mais lenta a absorção do nutriente.
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Tracto Gastrointestinal
Intestino grosso
✓ Local de absorção de vitaminas sintetizadas no
cólon, sais minerais e água;
✓ Possui cerca de 1,5 m;
✓ A maior parte da água contida no quimo (0,5 e
1,0L) que entra no cólon é absorvida, sendo
apenas excretados 50-200 mL;
✓ O conteúdo do cólon movimenta-se de forma lenta
(5 cm/h), o que facilita a absorção.
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Tracto Gastrointestinal
Intestino grosso
✓ A grande quantidade de muco secretado pela
mucosa do intestino grosso protege a parede
intestinal e a actividade bacteriana, bem como,
proporciona a união das fezes;
A acção bacteriana
❖ A acção bacteriana é mais intensa no intestino
grosso;
❖ As bactérias existentes contribuem para a
formação de gases e ácidos orgânicos.
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Tracto Gastrointestinal
A acção bacteriana
❖ Gases produzidos: hidrogénio, dióxido de carbono,
azoto e por vezes metano;
❖ Ácidos orgânicos produzidos: ácido acético,
propiônico, butírico e láctico;
❖ A acção bacteriano pode também resultar na
formação de substâncias potencialmente tóxicas:
amônia, indóis, aminas e compostos fenólicos (ex.
indolacetato, tiramina, histamina e cresol).
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Tracto Gastrointestinal
A acção bacteriana
❖ Alguns dos gases e ácidos orgânicos produzidos
contribuem para o odor das fezes;
❖ O aumento do consumo de prebióticos pode levar ao
aumento da massa bacteriana benéfica
(bifidobactéria e lactobacilos);
❖ Uma dieta com baixo teor de fibra, baseada
principalmente em carne, gordura e HC altamente
digeríveis pode resultar numa proporção maior
de bactéria “putrefactivas” (ex. Clostridium, E. coli
e Proteus).
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Tracto Gastrointestinal
A acção bacteriana
❖ Os alimentos probióticos contêm concentrações
significativas de bactérias consideradas saudáveis
ou protectoras de organismos patogénicos;
❖ As bactérias do cólon continuam a digestão de certos
compostos que resistiram à actividade digestiva prévia;
❖ A flora intestinal ajuda a fermentar qualquer HC que
não tenha sido absorvido, isto é, que seja resistente à
digestão e ajuda a converter a fibras da dieta em
ácidos gordos de cadeia curta e gases.
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Tracto Gastrointestinal
A acção bacteriana
❖ Quantidades excessivas de HC e fibra fermentável no
cólon podem causar distensão abdominal, inchaço,
dor, flatulência aumentada e às vezes fezes
amolecidas especialmente se o indivíduo consumir
uma grande quantidade de HC de uma vez só;
❖ Geralmente as fezes são constituídas por 75% de água
e 25% de sólidos. Cerca de 1/3 da matéria sólida
consiste em bactérias mortas. Os materiais inorgânicos
e gorduras constituem 20-40% e a proteína cerca de
2-3%.
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Tracto Gastrointestinal
A acção bacteriana
❖ O peso normal das fezes é de 100-200g e o
tempo do trânsito da boca ao ânus pode variar
de 18-72h;
❖ Uma dieta com abundância de frutas, vegetais
e grãos integrais origina um tempo de
trânsito gástrico mais curto, evacuações mais
frequentes e fezes em maior quantidade e
mais moles.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de HC e fibras
❖ A maioria dos HC da dieta são consumidos na
forma de amidos, dissacáridos e monossacáridos;
❖ Os amidos (polissacáridos) constituem a maior porção
dos HC consumidos na dieta.
Quebra gradual das moléculas 
de amido em glicose pela 
acção de enzimas.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de hidratos de carbono
Digestão e absorção de hidratos de carbono. 
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de HC e fibras
❖ Os monossacáridos (glucose, galactose e frutose)
resultantes atravessam a célula da mucosa e
através dos capilares das vilosidades entram na
corrente sanguínea, onde são levados pela veia
porta até ao fígado;
❖ A glicose a a galactose são absorvidas por
transporte activo por um carregador dependente
de sódio, já a frutose é absorvida mais lentamente
por difusão facilitada.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de HC e fibras
❖ A glicose é transportada do fígado para os tecidos,
embora parte dela seja armazenada na forma de
glicogénio no fígado e nos músculos;
❖ Uma pequena quantidade de frutose pode ser
convertida em glicose antes desta passar da célula
intestinal para o sangue, mas a maior parte é
transportada como frutose para o fígado onde tal
como a galactose é convertida em glicose.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de HC e fibras
❖ Algumas formas de HC (celulose, hemicelulose,
pectina, goma e outras formas de fibra) não podem
ser digeridos pelo organismo humano, já que, a
amilase salivar e pancreática não possuem
capacidade para quebrar as ligações β 1-2 e 1-4 que
unem os açucares constituintes.
❖ Este HC passam pelo cólon quase inalterados, onde
são parcialmente fermentados pelas bactérias do
cólon.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de HC e fibras
❖ Os amidos resistentes são fermentados em ácidos
gordos de cadeia curta e gases. Existem
habitualmente em alimentos como as leguminosas e
grãos integrais;
❖ A lignina é uma forma de fibra dietética composta
por unidades de ciclopentano que não são
solúveis ou fermentáveis.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de proteínas
❖ A fase final da digestão das proteínas ocorre na
bordadura em escova, onde os dipeptídos e
tripeptídos são hidrolisados nos seus aminoácidos
constituintes pelas hidrolases peptídicas;
❖ Os aminoácidos são absorvidos por 4 sistemas de
transporte activo:
1. Aminoácidos neutros;
2. Aminoácidos básicos;
3. Aminoácidos ácidos
4. Prolina e hidroxiprolina
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de proteínas
❖ O transporte dos a.a. é controlado por um mecanismo
activo com co-transporte de sódio;
❖ Os peptídos e os a.a. são transportados através da
veia porta para o fígado;
❖ Quase toda a proteína é absorvida quando atinge o
final do jejuno e apenas 2-3% da proteína ingerida é
encontrada nas fezes;
❖ Alguns a.a. podem permanecer nas células epiteliais
e serem utilizados na síntese de enzimas intestinais e
de novas células.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de Lípidos
❖ Mais de 95% dos lípidos da alimentação estão na
forma de triglicéridos e os restantes na forma de
fosfolípidos e de colesterol;
❖ Pequenas quantidades de gordura são dirigidas na
boca com a lipase lingual e no estômago pela acção
da lipase gástrica. Esta última hidrolisa parte dos
triglicéridos, especialmente os de cadeia curta (ex.
Manteiga por ter a.g. saturados);
❖ A > parte da digestão dos triglicéridos ocorre no
intestino delgado através da lipase pancreática.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de Lípidos
❖ A entrada de gordura estimula a libertação de
colecistocinina e enterogastrona, que inibe as
secreções e a motilidade gástricas;
❖ Uma refeição com elevado teor de gordura
pode permanecer no estômago 4 ou mais
horas;
❖ A colescistocinina estimula as secreções
biliares e pancreáticas;
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de Lípidos
❖ Os movimentos peristálticos do intestino delgado
quebram a gordura em partículas menores e a acção
emulsificante da bílis leva à formação de pequenas
micelas que ficam sujeitas à acção da lipase
pancreática;
❖ Secretamos cerca de 1L de bílis/dia em resposta ao
estímulo do alimento no duodeno e estômago;
❖ Os ácido biliares podem ser reciclados 3-15 vezes/dia
em função da quantidade de alimento ingerido;
❖ Nas células da mucosa os a.g. e os monoglicéridos
são reagrupados em triglicéridos.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de Lípidos
❖ Esses triglicéridos juntam-se ao colesterol,
fosfolípidos e uma unidade de β-lipoproteína para
formar os quilomícons;
❖ Os quilomícrons são transportados pelos vasos
linfáticos até ao ducto torácico e depois vão para a
circulação sanguínea na junção da veia jugular
interna esquerda e subclávia esquerda;
❖ São depois levados pela corrente sanguínea para os
vários tecidos (adiposo, fígado e músculo).
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de Lípidos
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de Lípidos
❖ No fígado os triglicéridos a partir dos quilomicrons são
reagrupados em lipoproteínas de densidade muito
baixa (VLDL) e são transportadas essencialmente
para o tecido adiposo onde são armazenados e
metabolizados;
❖ O colesterol é absorvido de forma similar depois de ter
sido hidrolisado na forma de éster pela colesterol
esterase pancreática;
❖ As vitaminas lipossolúveis também são absorvidas
na forma de micelas.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de Lípidos
❖ A > parte da gordura ingerida é absorvida pela linfa,
os a.g. de cadeia média são mais solúveis do que
os de cadeia longa, logo podem ser absorvidos
directamente nas células da mucosa sem a
presença de bílis e a formação de micelas;
❖ Após entrarem na célula da mucosa, os a.g. de
cadeia média são capazes de passar
directamente, sem esterificação para a veia porta
que os leva para o fígado.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de vitaminas e minerais
❖ As vitaminas, minerais e fluídos são
absorvidos simultaneamente através da
mucosa intestinal;
❖ A maioria das vitaminas passam inalteradas do
intestino delgado para o sangue por difusão
passiva.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de vitaminas e minerais
A absorção dos sais minerais é complexa e em 3 etapas:
Fase intraluminal
❖ Reacções químicas e interacções que ocorrem no
estômago e intestino. Estas reacções são
determinadas pelo pH do conteúdo luminal e pela
composição do alimento que entra no estômago e
afecta essencialmente os catiões;
❖ Os aniões não são influenciados pelo pH e composição
da dieta, pelo que, são absorvidos livremente.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de vitaminas e minerais
❖ Os catiões que são solúveis no pH ácido do estômago
formam hidróxidos insolúveis quando o quimo passa
para o pH do intestino delgado. Esses catiões estão
apenas disponíveis para absorção através de ligandos
(moléculas que se ligam a outras moléculas);
❖ São exemplos de ligandos: a.a., outros ácidos e
açúcares orgânicos;
❖ Esses ligandos formam com os catiões quelatos.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de vitaminas e minerais
Fase translocação
Passagem pela membrana para as células da mucosa
por difusão simples (pequenos aniões) e por difusão
facilitada ou transporte activo (catiões).
Fase de mobilização
Os minerais são transportados das superfícies serosas
das células intestinais para a corrente sanguínea.
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Tracto Gastrointestinal
Digestão e absorção de vitaminas e minerais
Os metais são transportados no sangue ligados a
proteínas de transporte que podem ser específicas
(ex. transferrina que transporta o ferro) ou gerais
(ex. albumina - zinco).
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Digestão e absorção de vitaminas e minerais
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Tracto Gastrointestinal
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Visão geral da digestão Humana
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