Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CH000 - DOENÇA DE CHAGAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE - Turma DOENÇA DE CHAGAS Iniciado em Wednesday, 7 Dec 2022, 14:21 Estado Finalizada Concluída em Wednesday, 7 Dec 2022, 14:47 Tempo empregado 25 minutos 27 segundos Notas 4,00/10,00 Avaliar 16,00 de um máximo de 40,00(40%) Questão 1 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Em paciente portador de cardiopatia chagásica com insuficiência cardíaca apresentando edema, cansaço e congestão sistêmica, quais opções terapêuticas deveriam ser consideradas para seu tratamento? 1- Carvedilol 2- Furosemida 3- Espironolactona 4- Enalapril 5- Amiodarona 6- Benznidazol 7- Nifurtimox Escolha uma opção: a. São corretas as opções 1, 2, 3, 4 b. São corretas as opções 1, 2, 3, 7 c. São corretas as opções 2, 4, 5, 6 d. São corretas as opções 2, 3, 5, 7 e. São corretas as opções 1, 2, 4, 5 Feedback Resposta CORRETA: São corretas as opções 1, 2, 3, 4. Carvedilol (1), furosemida (2), espironolactona (3) e enalapril (4) são opções terapêuticas em presença de IC descompensada O uso do carvedilol (1), um betabloqueador, é essencial para os pacientes com doença cardíaca com disfunção ventricular. O carvedilol, adicionado ao enalapril e à espironolactona, em estudo randomizado, duplo- mascarado, com placebo, de 42 pacientes com cardiopatia chagásica crônica e fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 45%, promoveu melhora estatisticamente significativa do escore de Framingham e da qualidade de vida, bem como redução do índice cardiotorácico e dos níveis de BNP sanguíneo, além de aumentar em 2,8% a fração de ejeção. (Ref.Botoni FA, Poole-Wilson PA, Ribeiro AL, Okonko DO, Oliveira BM, Pinto AS, et al. A randomized trial of carvedilol after renin-angiotensin system inhibition in chronic Chagas cardiomyopathy. Am Heart J. 2007;153(4):544.e1-8.) A furosemida (2) é um diurético importante, nesses casos, para ajuste da volemia. Em paciente apresentando congestão istêmica e insuficiência cardíaca descompensada, o uso de furosemida melhora a sintomatologia, a dispneia e a congestão sistêmica. A espironolactona (3) atua no remodelamento cardíaco além de ser um diurético. O bloqueio de aldosterona atua com efeitos benéficos sobre morbidade e mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca geral. Na cardiopatia chagásica, espironolactona está indicada para pacientes com disfunção sistólica, fração de ejeção ≤ 35,0% e insuficiência cardíaca com classe funcional III ou IV. O enalapril (4) é um inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA) e já foi bem demonstrado o benefício da administração crônica dos IECA ou de bloqueador receptor de angiotensina no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca geral, tanto no remodelamento cardíaco, como na redução de morbidade e mortalidade. Na cardiopatia chagásica, foi demonstrado que o uso de doses máximas toleradas de enalapril melhoraram a qualidade de vida, além de reduzir níveis de BNP e o índice cardiotorácico radiológico. (Ref. I Diretriz Latino-Americana para o Diagnóstico e Tratamento da Cardiopatia Chagásica). Resposta INCORRETA: São corretas as opções 1, 2, 3, 7. O tratamento antiparasitário com o nifurtimox (7) não é recomendado para os pacientes em fase avançada de cardiopatia chagásica. Resposta INCORRETA: São corretas as opções 2, 4, 5, 6. A amiodarona (5) é um antiarrítmico indicado para pacientes comprovadamente portadores de arritmias ventriculares e supraventriculares, condições não citadas no exemplo apresentado. As indicações para uso de amiodarona para os pacientes com cardiopatia chagásica encontramse no texto da Unidade 3. O tratamento antiparasitário com o Benznidazol (6) não é recomendado para os pacientes em fase avançada de cardiopatia chagásica. Resposta INCORRETA: São corretas as opções 2, 3, 5, 7. A amiodarona (5) é um antiarrítmico indicado para pacientes comprovadamente portadores de arritmias ventriculares e supraventriculares, condições não citadas no exemplo apresentado. As indicações para uso de amiodarona para os pacientes com cardiopatia chagásica encontram-se no texto da Unidade 3. O tratamento antiparasitário com o Nifurtimox (7) não é recomendado para os pacientes em fase avançada de cardiopatia chagásica. Resposta INCORRETA: São corretas as opções 1, 2, 4, 5. A amiodarona (5) é um antiarrítmico indicado para pacientes comprovadamente portadores de arritmias ventriculares e supraventriculares, condições não citadas no exemplo apresentado. As indicações para uso de amiodarona para os pacientes com cardiopatia chagásica encontram-se no texto da Unidade 3. Questão 2 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão No megaesôfago chagásico, o tratamento visa à melhora dos sintomas apresentados pelo paciente, como a disfagia, e sua qualidade de vida, uma vez que não é possível reverter a desnervação provocada pelo T. cruzi no sistema nervoso autonômico do trato gastrointestinal. Um dos tratamentos propostos para pacientes com poucos sintomas, como disfagia (dificuldade para condução de alimentos do esôfago para o estômago) leve para alimentos sólidos e secos é o uso de medicamentos que relaxam a musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago, facilitando a passagem do alimento do esôfago para o estômago e melhorando a disfagia. Esses medicamentos são: Escolha uma opção: a. dinitrato de isossorbida e amiodarona. b. amiodarona e captopril. c. nifedipina e dinitrato de isossorbida. d. captopril e nifedipina. e. amiodarona e benznidazol. Feedback Resposta CORRETA: nifedipina e dinitrato de isossorbida. Tanto a nifedipina, um bloqueador do canal de cálcio, usado também no controle pressórico, quanto o dinitrato de isossorbida, um vasodilatador de artérias coronarianas, atuam no relaxamento da musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago e podem levar à melhora da disfagia em pacientes com megaesôfago chagásico. Resposta INCORRETA: captopril e nifedipina. Captopril é um agente hipertensivo que atua no sistema renina-angiotensina-aldosterona para ajuste no controle pressórico e não tem função na musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago. A nifedipina é um bloqueador do canal de cálcio usado no controle pressórico, mas também tem função de relaxar a musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago e leva à melhora da disfagia em pacientes com megaesôfago chagásico. Resposta INCORRETA: amiodarona e captopril. A amiodarona é um medicamento antiarrítmico e utilizado em algumas formas cardíacas da cardiopatia chagásica crônica, como a forma arritmogênica, e não tem função na musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago. O captopril, como referido, é um agente hipertensivo que atua no sistema renina-angiotensina-aldosterona, para ajuste no controle pressórico, e não tem função na musculatura lisa do esfíncterr inferior do esôfago. Resposta INCORRETA: dinitrato de isossorbida e amiodarona. A amiodarona é um antiarrítmico utilizado em algumas formas cardíacas da cardiopatia chagásica crônica, como a forma arritimogênica, e não tem função na musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago. Já o dinitrato de isossorbida é um vasodilatador de artérias coronarianas, mas que também atua no relaxamento da musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago, podendo levar à melhora da disfagia em pacientes com megaesôfago chagásico. Resposta INCORRETA: amiodarona e benznidazol. A amiodarona é um antiarrítmico usado em formas arritmogênicas da cardiopatia chagásica crônica e não atua no relaxamento da musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago, não tendo, portanto, ação paliativa na disfagia. O benznidazol, por sua vez, é um derivado imidazólico utilizado no tratamento etiológico da doença de Chagas para eliminaçãodo protozoário T. cruzi, e também não tem ação na musculatura lisa do esfíncter inferior do esôfago. Dessa forma, esses fármacos não aliviam a disfagia nos pacientes com megaesôfago chagásico já estabelecido. Questão 3 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Qual o primeiro exame a ser realizado no paciente assintomático, com doença de Chagas confirmada? Escolha uma opção: a. Teste de ergométrico b. Holter-24h c. Nenhum exame adicional d. Eletrocardiograma e. Ecocardiograma Feedback Resposta CORRETA: Eletrocardiograma. Um paciente assintomático pode estar na forma crônica indeterminada da doença de Chagas ou na fase precoce da cardiopatia, na qual podem estar presentes apenas alterações eletrocardiográficas, sem manifestações clínicas. Assim, o primeiro exame a ser realizado para diagnóstico da cardiopatia, que contribui para o estadiamento e a determinação do prognóstico, é o eletrocardiograma. A partir desse exame e de acordo com o quadro clínico do paciente, podem ser necessários outros exames cardiológicos. Resposta INCORRETA: Ecocardiograma. O ecocardiograma está indicado depois de confirmada a presença de cardiopatia pelo eletrocardiograma. Resposta INCORRETA: Teste de ergométrico. O teste ergométrico (TE) é um exame complementar que pode ser solicitado, quando pertinente, após firmado o diagnóstico de doença de Chagas, mas não na fase inicial da investigação como é o caso da paciente. O TE pode ser necessário para avaliar arritmias e capacidade funcional em casos de cardiopatia chagásica crônica. Resposta INCORRETA: Holter24h. O Holter de 24 horas é um exame solicitado após realização de ECG e do ecocardiograma, quando houver evidências clínicas e/ou eletrocardiográficas de presença de arritmias. Resposta INCORRETA: Nenhum exame adicional. Diante da suspeita de cardiopatia chagásica, deve-se, primeiramente, fazer o eletrocardiograma, exame que permitirá o diagnóstico da cardiopatia e contribuirá para estadiamento e determinação de prognóstico da doença. Questão 4 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Quais os primeiros exames complementares necessários para investigação da disfagia (dificuldade de deglutição) na esofagopatia chagásica? Escolha uma opção: a. Manometria esofágica e radiografia contrastada do cólon (enema opaco). b. Endoscopia digestiva alta e manometria esofágica. c. Radiografia contrastada de esôfago e manometria esofágica. d. Radiografia contrastada do esôfago e endoscopia digestiva alta. e. Radiografia contrastada do esôfago e tomografia computadorizada de tórax. Feedback Resposta CORRETA: Radiografia contrastada do esôfago e endoscopia digestiva alta. Tanto a radiografia contrastada do esôfago quanto a endoscopia digestiva alta são essenciais para a investigação inicial da disfagia do paciente. A primeira avalia o grau de comprometimento esofagiano, sugerindo o diagnóstico de megaesôfago com classificação de Rezende (Ver Figura 1 na Seção 1 da Unidade 3), e a segunda auxilia no diagnóstico diferencial com outras patologias. Resposta INCORRETA: Radiografia contrastada de esôfago e manometria esofágica. A radiografia contrastada do esôfago é um dos exames que deve ser solicitado para investigar megaesôfago, porém a manometria esofagiana não é o exame inicial para essa investigação. A manometria é utilizada nos casos de pacientes com disfagia que apresentam a radiografia contrastada de esôfago normal. Resposta INCORRETA: Endoscopia digestiva alta e manometria esofágica. A endoscopia digestiva alta é um dos exames a ser realizado para diagnóstico diferencial de megaesôfago, mas a manometria esofágica deve ser solicitada apenas nos casos em que há suspeita de megaesôfago com radiografia contrastada de esôfago normal. Resposta INCORRETA: Radiografia contrastada do esôfago e tomografia computadorizada de tórax. A radiografia contrastada do esôfago é um exame essencial para avaliar a disfagia e estadiar o comprometimento esofagiano pela doença de Chagas, mas a tomografia de tórax não é essencial nesse primeiro momento, pois, apesar de poder sugerir dilatação esofágica em casos avançados, não avalia as características morfológicas e peristálticas do esôfago, não permitindo a classificação de Rezende para megaesôfago, além de ter um custo elevado na investigação inicial do quadro. Resposta INCORRETA: Manometria esofágica e radiografia contrastada do cólon (enema opaco). A manometria esofagiana não é o exame inicial para investigação de megaesôfago; ela é utilizada nos casos de pacientes com disfagia que apresentam a radiografia contrastada de esôfago normal. A radiografia contrastada do cólon é o primeiro exame a ser solicitado para investigação da constipação no paciente em questão, mas não para investigar a disfagia. Questão 5 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Paciente MDS, 30 anos, feminino, comerciária, nascida em Araçuaí, residente em Belo Horizonte. Sua mãe morreu de doença de Chagas quando a paciente ainda era criança. A paciente procura seu médico de família relatando quadro inespecífico de cefaleia e mal-estar geral. Os testes sorológicos para detectar infecção pelo T. cruzi foram positivos. A entrevista clínica dirigida para sintomas digestivos e cardíacos não revelou anormalidades. Foram realizados exames complementares (ECG e RX), que também foram normais. Considerando todos os aspectos clínicos e epidemiológicos apresentados e as atitudes mais apropriadas a serem adotadas pelo médico do PSF em relação ao tratamento etiológico, analise as afirmativas de I a V, categorize cada uma com ‘V” se VERDADEIRA e com “F” se FALSA. Em seguida selecione a alternativa cuja sequência de ‘V’ e ‘F’ CORRESPONDE à categorização feita. Em seguida selecione a sequência ‘verdadeira-falsa’ (VF) que corresponde à categorização feita: I. Oferecer tratamento etiológico, pois a paciente apresenta doença de Chagas em fase crônica, na forma indeterminada. II. Oferecer tratamento etiológico, pois trata-se de uma mulher em idade fértil. III. Como ela não tem cardiopatia chagásica, não há indicação de tratamento etiológico da doença. IV. Não oferecer tratamento etiológico, pois a paciente apresenta doença de Chagas em fase crônica na forma indeterminada, o que contraindica o tratamento. V. Não oferecer tratamento etiológico, pois o risco de efeitos adversos e de sequelas permanentes é inaceitável. Escolha uma opção: a. (V), (V), (F), (V), (V) b. (V), (V), (F), (F), (F) c. (V), (F), (V), (V), (V) d. (F), (V), (F), (V), (V) e. (F), (F), (V), (F), (V) Feedback A sequência correta é (V), (V), (F), (F), (F). ALTERNATIVA I : VERDADEIRA. Entre os pacientes na fase crônica da doença de Chagas, os que mais podem ser beneficiados pelo tratamento etiológico são aqueles que não têm comprometimento visceral (caso desta paciente) e, sobretudo, as mulheres em idade fértil, pois, embora não consigam a cura, o tratamento teria a capacidade de interromper a transmissão vertical, uma importantíssima intervenção de saúde pública. ALTERNATIVA II: VERDADEIRA. Entre os pacientes na fase crônica da doença de Chagas, os que mais podem ser beneficiados pelo tratamento etiológico são aqueles que não têm comprometimento visceral (caso desta paciente) e, sobretudo, as mulheres em idade fértil, pois, embora não consigam a cura da doença, o tratamento teria a capacidade de interromper a transmissão vertical, tornando-se assim uma importantíssima intervenção de saúde pública. ALTERNATIVA III : FALSA. Uma das contraindicações para tratamento etiológico de pacientes na fase crônica da doença de Chagas é exatamente a presença de cardiopatia avançada, condição na qual já foi demonstrado que o tratamento etiológiconão representa benefício clínico. ALTERNATIVA IV: FALSA. Entre as indicações para tratamento etiológico da doença de Chagas está a forma crônica indeterminada, condição na qual não há evidências clínicas e laboratoriais de danos viscerais. ALTERNATIVA V: FALSA. Cerca de metade dos pacientes podem experimentar algum efeito adverso durante o tratamento etiológico. No entanto, em sua maioria, serão efeitos adversos leves, reversíveis, bem tolerados, tratáveis com medicação sintomática e sem deixar sequelas. Não haveria motivo, portanto, para não propor o tratamento etiológico. Questão 6 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão O megaesôfago chagásico é uma das formas clínicas que o paciente com doença de Chagas, na fase crônica, pode desenvolver. O sintoma inicial mais prevalente em pacientes com megaesôfago é: Escolha uma opção: a. Constipação (dificuldade para evacuação) b. Disfagia de condução (dificuldade para condução do alimento do esôfago até o estômago) c. Pirose (“sensação de queimação” em região retroesternal) d. Regurgitação alimentar (retorno do alimento do esôfago até a boca) e. Epigastralgia (dor localizada no estômago) Feedback Resposta CORRETA: Disfagia de condução (dificuldade para condução do alimento do esôfago até o estômago). A disfagia de condução é o sintoma mais prevalente e inicial dos pacientes com acometimento esofagiano na doença de Chagas levando ao megaesôfago chagásico, uma vez que, ao causar desnervação no sistema autonômico, ocasiona dificuldade de relaxamento do esfíncter inferior do esôfago, o que faz surgir a disfagia de condução – dificuldade de o alimento ser conduzido do esôfago para o estômago. O paciente inicia, normalmente, com disfagia para alimentos sólidos e secos e, progressivamente, pode desenvolver disfagia para alimentos líquidos e pastosos. Em referência ao termo médico disfagia de condução, os pacientes relatam dificuldade para deglutir o alimento, entalo, ”embuxamento”; parece que o alimento fica preso na região do esterno, e há necessidade de ingesta hídrica para o alimento descer do esôfago para o estômago. Resposta INCORRETA: Epigastralgia (dor localizada no estômago). A Epigastralgia pode ocorrer em pacientes com megaesôfago chagásico, seja por acometimento gástrico pelo T. cruzi, seja por outras etiologias de epigastralgia, como o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINHs) e infecção pelo Helicobacterpylori. É importante ressaltar que a disfagia é o sintoma mais prevalente nos pacientes com megaesôfago chagásico. Resposta INCORRETA: Constipação (dificuldade para evacuação). A constipação pode ocorrer em pacientes com megaesôfago chagásico, seja por dificuldade para se alimentar devido à disfagia de condução, ocasionando pequena demanda de fibras para estímulo de evacuação e formação do bolo fecal, seja por acometimento simultâneo do intestino grosso pelo T. cruzi, levando ao megacólon chagásico. Entretanto, em pacientes com megaesôfago chagásico, a disfagia é o sintoma mais prevalente. Resposta INCORRETA: Regurgitação alimentar (retorno do alimento do esôfago até a boca). A regurgitação alimentar, que consiste no retorno do alimento do esôfago para a boca, pode ocorrer em pacientes com megaesôfago chagásico. Ela pode ser passiva (que ocorre quando o paciente se deita), ou ativa (quando ocorre durante o dia devido à movimentação de musculatura abdominal). Costuma ser mais prevalente nas formas avançadas de megaesôfago chagásico – grupos III e IV de Rezende, mas ainda assim é menos prevalente e ocorre após o início da disfagia de condução. Resposta INCORRETA: Pirose (“sensação de queimação” em região retroesternal). A pirose, que consiste na “sensação de queimação em região retrosternal”, pode ocorrer em pacientes com megaesôfago chagásico. Isto se deve tanto à esofagite de estase, provocada pela retenção alimentar na luz e parede esôfago (levando, consequentemente, à agressão química da mucosa) quanto pela presença de doença de refluxo gastroesofágico (DRGE), que também pode ocorrer em pacientes com megaesôfago chagásico. No entanto, a DRGE é menos prevalente no megaesôfago chagásico e ocorre, temporalmente, depois de instalada a disfagia, que é o sintoma mais prevalente no megaesôfago chagásico. Questão 7 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Como é realizado o diagnóstico da doença de Chagas? Escolha uma opção: a. Após uma suspeita clínica, é coletado o sangue para realização de uma sorologia, que, se positiva, confirma o caso. b. Após anamnese e história epidemiológica, são coletadas duas sorologias. Caso as duas sejam positivas, confirma-se o caso. Caso haja discordância, uma terceira é coletada e, caso positiva, confirma-se o caso. c. Após anamnese e história epidemiológica, são coletadas amostras para realizar PCR. Somente esse método consegue confirmar um caso de doença de Chagas. d. Após suspeita clínica, são coletadas duas sorologias; se pelo menos uma é positiva, confirma-se o caso. e. Após anamnese e história epidemiológica, são coletadas duas sorologias. Caso as duas sejam positivas, confirma-se o caso. Caso haja discordância, outras duas são coletadas e, se as duas forem positivas, confirma-se o caso. Feedback Resposta CORRETA: Após anamnese e história epidemiológica, são coletadas duas sorologias. Caso as duas sejam positivas, confirma-se o caso. Caso haja discordância, outras duas são coletadas e, se as duas forem positivas, confirma-se o caso. São realizados dois testes sorológicos utilizando-se diferentes metodologias; caso ambas sejam positivas, confirma-se infecção pelo T. cruzi e, caso ambas sejam negativas, fica descartada a doença de Chagas. Se os resultados sorológicos forem discordantes, outras duas amostras são coletadas e, se novamente discordantes, uma terceira amostra é coletada e testada por método sorológico diferente dos anteriores para confirmar ou descartar o caso. A PCR não é utilizada na prática clínica para diagnóstico de doença de Chagas. Além de método de alto custo, sem padronização, não está disponível na rede de saúde em geral. Resposta INCORRETA: Após uma suspeita clínica, é coletado o sangue para realização de uma sorologia, que, se positiva, confirma o caso. Um teste sorológico apenas não confirma o diagnóstico de doença de Chagas. Resposta INCORRETA: Após suspeita clínica, são coletadas duas sorologias; se pelo menos uma é positiva, confirma-se o caso. A positividade de apenas um teste sorológico não confirma o diagnóstico de doença de Chagas. Resposta INCORRETA: Após anamnese e história epidemiológica, são coletadas duas sorologias. Caso as duas sejam positivas, confirma-se o caso. Caso haja discordância, uma terceira é coletada e, caso positiva, confirma-se o caso. São realizados dois testes sorológicos utilizando-se diferentes metodologias; caso ambas sejam positivas, confirma-se infecção pelo T. cruzi e, caso ambas sejam negativas, fica descartada a doença de Chagas. Se os resultados sorológicos forem discordantes, outras duas amostras são coletadas e, se novamente discordantes, uma terceira amostra é coletada e testada por método sorológico diferente dos anteriores. Resposta INCORRETA: Após anamnese e história epidemiológica, são coletadas amostras para realizar PCR. Somente esse método consegue confirmar um caso de doença de Chagas. A PCR não é utilizada na prática clínica para diagnóstico de doença de Chagas. Além de método de alto custo, sem padronização, não está disponível na rede de saúde em geral. Questão 8 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Pacientes com doença de Chagas, em sua fase crônica, podem evoluir com constipação (dificuldade para evacuação, ficando dias ou até semanas sem evacuar) associadaa acúmulo de gases, distensão abdominal e formação de fecaloma (massa endurecida de fezes que pode impactar em segmentos de intestino grosso). Diante do exposto, a principal etiologia e o exame complementar que deve ser realizado para o quadro clínico citado acima desses pacientes são, respectivamente: Escolha uma opção: a. Megaesôfago chagásico e radiografia contrastada de esôfago. b. Megaesôfago chagásico e enema opaco. c. Megacólon chagásico e radiografia contrastada de esôfago. d. Megacólon chagásico e endoscopia digestiva alta. e. Megacólon chagásico e enema opaco. Feedback Resposta CORRETA: Megacólon chagásico e enema opaco. O megacolon chagásico é o acometimento do intestino grosso na doença de Chagas. Seus principais sintomas são a constipação, o acúmulo de gases, a distensão abdominal e a formação de fecaloma. O enema opaco é o exame inicial para diagnóstico de megacólon chagásico. Resposta INCORRETA: Megaesôfago chagásico e enema opaco. O megaesôfago chagásico é o acometimento esofágico pelo T. cruzi, e seu principal sintoma é a disfagia de condução. Constipação pode estar presente no megaesôfago chagásico, seja por associação com megacólon chagásico, seja por baixa ingesta alimentar em casos avançados de megaesôfago que não levam à formação de bolo fecal; por isso, a principal etiologia do quadro clínico em questão é megacólon chagásico. O enema opaco é a radiografia contrastada do intestino grosso utilizada para auxílio inicial no diagnóstico de megacólon chagásico. Resposta INCORRETA: Megacólon chagásico e radiografia contrastada de esôfago. O megacólon chagásico é a principal etiologia para o quadro clínico descrito no enunciado acima, mas o exame complementar inicial para auxílio no diagnóstico é o enema opaco, que consiste na radiografia contrastada do intestino grosso, e não a radiografia contrastada de esôfago, utilizada para diagnóstico de megaesôfago chagásico. Resposta INCORRETA: Megacólon chagásico e endoscopia digestiva alta. O megacólon chagásico é a principal etiologia para o quadro clínico descrito no enunciado acima, mas a endoscopia digestiva alta é utilizada no megaesôfago chagásico para diagnóstico diferencial com outras patologias. No megacólon chagásico, o exame inicial indicado é o enema opaco. Resposta INCORRETA: Megaesôfago chagásico e radiografia contrastada de esôfago. O quadro clínico descrito no enunciado acima, que pode ocorrer em pacientes com doença de Chagas, corresponde ao acometimento do intestino grosso pelo T. cruzi, levando ao desnvolvimento do megacólon chagásico e não ao megaesôfago chagásico, que evolui com disfagia de condução, regurgitação alimentar, odinofagia, pirose. O exame complementar para diagnóstico de megacólon chagásico é o enema opaco, e não a radiografia contrastada de esôfago. Questão 9 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Quais são as manifestações clínicas mais comuns da cardiopatia chagásica crônica (CCC)? Escolha uma opção: a. Acidente vascular encefálico e hipertensão arterial b. Fenômenos tromboembólicos e infarto agudo do miocárdio c. Fenômenos tromboembólicos, insuficiência cardíaca e arritmias d. Morte súbita, ataque isquêmico transitório e baixa voltagem no eletrocardiograma e. Insuficiência cardíaca e doença valvar Feedback Resposta CORRETA: Fenômenos tromboembólicos, insuficiência cardíaca e arritmias. As manifestações mais comuns da doença de Chagas com acometimento cardíaco são a insuficiência cardíaca por remodelamento resultante de evolução lenta e progressiva; arritmias que podem cursar de morte súbita a fibrilação atrial e fenômenos tromboembólicos que podem desencadear acidente vascular encefálico. Resposta INCORRETA: Insuficiência cardíaca e doença valvar. Doença valvar primária não faz parte das manifestações clínicas da CCC. Resposta INCORRETA: Acidente vascular encefálico e hipertensão arterial. Hipertensão arterial sistêmica não faz parte das manifestações clínicas da CCC. Resposta INCORRETA: Morte súbita, ataque isquêmico transitório e baixa voltagem no eletrocardiograma. A baixa voltagem no eletrocardiograma é uma manifestação eletrocardiográfica, e não clínica. Resposta INCORRETA: Fenômenos tromboembólicos e infarto agudo do miocárdio. Infarto agudo do miocárdio não faz parte das manifestações clínicas da CCC. Questão 10 Incorreto Atingiu 0,00 de 1,00 Marcar questão Texto da questão Paciente de 65 anos, portador de doença de Chagas de longa data, em consulta inicial na Atenção Básica de Saúde (ABS), trazendo consigo um eletrocardiograma, cujo laudo descreve bloqueio de ramo direito (BRD), refere que vem apresentando, há 20 anos, dificuldade para deglutir alimentos mais secos e sólidos e, há 2 anos, para alimentos mais pastosos, necessitando de ingesta hídrica para auxiliar nessa deglutição, associada à regurgitação de resíduos alimentares, em pequena quantidade ao deitar-se. O diagnóstico clínico mais provável e o exame complementar inicial que auxiliará nesse diagnóstico são, respectivamente: Escolha uma opção: a. Megaesôfago chagásico e endoscopia digestiva alta. b. Megaesôfago chagásico e radiografia contrastada de esôfago. c. Doença do refluxo gastroesofágico e radiografia contrastada de esôfago. d. Doença do refluxo gastroesofágico e manometria esofagiana. e. Doença do refluxo gastroesofágico e endoscopia digestiva alta. Feedback Resposta CORRETA: Megaesôfago chagásico e radiografia contrastada de esôfago. O diagnóstico provável para o quadro de disfagia apresentado pelo paciente é megaesôfago chagásico, devido ao quadro lento e progressivo da disfagia de condução, há cerca de 20 anos – primeiro, com alimentos mais secos e sólidos e, posteriormente, com pastosos. Além disso, tem critério epidemiológico: sorologia para Chagas positivo, com provável cardiopatia chagásica associada. A radiografia contrastada de esôfago é o exame complementar inicial para diagnóstico de megaesôfago chagásico, pois além de sugerir o diagnóstico, permite ainda classificar o paciente em grupos, segundo a classificação de Rezende, o que possibilita melhor acompanhamento do paciente tanto em nível primário quanto em nível terciário. Resposta INCORRETA: Megaesôfago chagásico e endoscopia digestiva alta. O diagnóstico provável para o quadro de disfagia apresentado pelo paciente é megaesôfago chagásico devido a quadro lento e progressivo da disfagia de condução, há cerca de 20 anos, associado à sorologia de Chagas positiva, além de possível cardiopatia chagásica associada. Mas o exame complementar inicial para auxiliar no diagnóstico de megaesôfago não é a endoscopia digestiva alta, e sim a radiografia contrastada de esôfago que, além de sugerir o diagnóstico de tal entidade clínica, permite ainda classificar o paciente em grupos segundo a classificação de Rezende, possibilitando melhor acompanhamento do paciente tanto em nível primário quanto em nível terciário. A endoscopia digestiva alta é utilizada como exame complementar para diagnóstico diferencial de outras etiologias para disfagia além de ser utilizada para modalidades terapêuticas no megaesôfago chagásico, como a injeção de toxina botulínica no esfíncter inferior do esôfago e a dilatação endoscópica com balão pneumático. Resposta INCORRETA: Doença do refluxo gastroesofágico e endoscopia digestiva alta. O provável diagnóstico para a disfagia apresentada pelo paciente é megaesôfago chagásico, pois trata-se de uma disfagia de longa data, de evolução lenta e progressiva, além do critério epidemiológico – sorologia positiva para Chagas. A doença do refluxo gastroesofágico cursa principalmente com pirose (queimação retroesternal) e regurgitação ácida; a disfagia pode ocorrer no curso clínico da doença, principalmente quando evolui com complicações,como a formação de anel fibrótico de Schatski, mas não é um sintoma tão comum como a disfagia é para o megaesôfago. A endoscopia digestiva alta, no megaesôfago chagásico, auxilia tanto no diagnóstico diferencial de outras entidades clínicas, que cursam com disfagia de condução, quanto na terapêutica desses pacientes, porém o exame inicial para auxiliar no diagnóstico de megaesôfago é a radiografia contrastada de esôfago. Resposta INCORRETA: Doença do refluxo gastroesofágico e radiografia contrastada de esôfago. A doença do refluxo gastroesofágico não é o provável diagnóstico para a disfagia apresentada pelo paciente, e sim o megaesôfago chagásico. A doença do refluxo gastroesofágico cursa principalmente com pirose (queimação retroesternal) e regurgitação ácida, e a disfagia pode ocorrer no curso clínico da doença, principalmente quando evolui com complicações, como a formação de anel fibrótico de Schatski, mas não é um sintoma tão comum como a disfagia é para o megaesôfago. A radiografia contrastada de esôfago é o exame complementar inicial para diagnóstico de megaesôfago chagásico, pois, além de sugerir o diagnóstico, permite ainda classificar o paciente em grupos, segundo a classificação de Rezende, o que possibilita melhor acompanhamento do paciente tanto em nível primário quanto em nível terciário. Resposta INCORRETA: Doença do refluxo gastroesofágico e manometria esofagiana. A doença do refluxo gastroesofágico não é o provável diagnóstico para a disfagia apresentada pelo paciente, e sim megaesôfago chagásico. A doença do refluxo gastroesofágico cursa principalmente com pirose (queimação retroesternal) e regurgitação ácida, e a disfagia pode ocorrer no curso clínico da doença, principalmente quando evolui com complicações, como a formação de anel fibrótico de Schatski, mas não é um sintoma tão comum como a disfagia é para o megaesôfago. A manometria esofagiana é um exame complementar que auxilia tanto na doença do refluxo gastroesofágico, demonstrando hipotonia do esfíncter inferior do esôfago, quanto no megaesôfago chagásico, pois demonstra alterações iniciais na motilidade esofagiana que sugerem o diagnóstico de megaesôfago, as quais podem não ser vistas na radiografia contrastada de esôfago. Entretanto, não é o exame de eleição inicial em nenhuma dessas entidades clínicas.
Compartilhar