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Universidade Veiga de Almeida Superior em Medicina Veterinária Rayanne Medeiros de Sousa Oliveira AVA 1 – GRANDES TEMAS DA MEDICINA VETERINÁRIA Rio de Janeiro, 2022. Universidade Veiga de Almeida. Superior em Medicina Veterinária Rayanne Medeiros de Souza Oliveira AVA 1 – GRANDES TEMAS DA MEDICINA VETERINÁRIA O material a seguir foi elaborado com o objetivo de realização da atividade 01 da matéria GRANDES TEMA DA MEDICINA VETERINÁRIA, período 2022.4.3. Rio de Janeiro 2022 Sumário OBJETIVO 4 DIRETIVA DA EXECUÇÃO (RELATO DO CASO) 4 TÓPICO 1: A PACIENTE 4 TÓPICO 2: HIPÓTESE DIAGNÓSTICA 5 TÓPICO 3: TRATAMENTO 6 TÓPICO 4: PREVENÇÃO 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 7 4 OBJETIVO Analisar criteriosamente e sugerir hipótese diagnóstica para ocaso clínico imposto para a AVA 1, de acordo com a ficha do paciente, sintomas relatados pelo tutor do mesmo e com os resultados dos exames solicitados pelo médico veterinário que prestou os cuidados ao animal DIRETIVA DA EXECUÇÃO (RELATO DO CASO) Foi atendido em uma clínica veterinária, um animal da espécie canina, fêmea, com 4 ano de idade, pertencente a raça Border Collie. O animal apresentava apatia, cansaço e inapetência. A cadela tosse frequentemente principalmente após o aumento da atividade física. Com bastante Letargia para realização de atividades físicas. Nos últimos 6 meses teve perda de peso significativa e aumento da circunferência abdominal. Vacinação apenas com antirrábica. Diante desses achados foram solicitados: hemograma; Teste rápido SNAP® 4Dx® Plus; radiografa de tórax; ecocardiograma, raio x de tórax e ultrassom abdominal. TÓPICO 1: O PACIENTE Neste estudo chamaremos o paciente pelo nome hipotético de "Collie", em referência a sua raça "Border Collie". Em entrevista com a tutora de "Collie" afim de coletar mais dados para que possamos chegar a uma hipótese diagnóstico, foi percebido que "Collie" vive na região da baixada fluminense do Rio de Janeiro, mais especificamente no bairro de Guapimirim em Duque de Caxias. “Collie” tem uma alimentação saudável, segundo sua tutora, onde se alimenta apenas de ração e não ingere nenhum alimento além do referido. Em seu dia a dia, “Collie” tem livre acesso tanto ao quintal da casa quanto ao interior, que é onde dorme. Seu contato com outros animais se deve apenas durante passeios junto a seus tutores pelo bairro ou durante as consultas ao veterinário. Em sua carteira de vacinação anual consta apenas o registro de vacina antirrábica, sem nenhuma outra vacina registrada. No histórico de vida de "Collie", sua 5 tutora também não relatou administração de vermífugos. TÓPICO 2: Hipótese Diagnóstica No consultório realizo o teste rápido SNAP 4DX PLUS, o qual mostrou resultado positivo para dirofilariose. Informo a tutora de “Collie” sobre a causa da patologia, que popularmente é mais conhecida como “doença do verme do coração”, que se trata de uma doença parasitária cardiopulmonar por um agente etiológico Dirofilaria immitis, parasita nematoide que acomete cães domésticos e silvestres. Outros mamíferos, inclusive o homem, também podem ser infectados (ALMOSNY, 2002). A Diprofilaria immitir pode ser transmitida em ambiente urbano, porém os locais de maior prevalência incluem cidades pelo litoral e de clima predominantemente quente (MUPANOMUNDA et al, 1997). Esta doença é transmitida através da picada de diversas espécies de mosquitos que, desta forma penetram pelo tecido subcutâneo e muscular do animal, através da inoculação do agente por repasto sanguíneo. Assim, as microfilárias atingem o coração, via corrente circulatória em um período de 90 a 100 dias, tornando-se vermes adultos (MATTOS JUNIOR, 2008). O resultado do hemograma não apresentou alterações ou parâmetros que possam ser associados ao acometimento da doença, porém é importante ressaltar que estudos mostram que animais acometidos com dirofilariose podem apresentar anemia com hemácias macrocíticas e normocrômicas; anisocitose e intenso rouleaux eritrocitário, podendo progredir para anemia normocítica normocrômica, (PIMENTEL et al., 2013). Sendo assim, para auxiliar com precisão no diagnóstico, solicito exames complementares para trabalhar mais a hipótese diagnóstica, conforme relato do caso. Em análise ao ecocardiograma, realizado pelo médico especialista cardiologista, pude observar a presença de vermes adultos no interior do átrio direito, conforme consta na imagem referenciada "A". Já na imagem referenciada "B" onde se apresenta a imagem do exame de raio-x de tórax, este realizado pelo radiologista, noto o aumento atrial direito (seta amarela), aumento do calibre da artéria pulmonar caudal (seta preta) e aumento de tronco pulmonar (seta branca), além de aumento de padrão bronquial e intersticial difuso em cão portador de dirofilariose. Fonte: Dra. Denise Soares (completo em "referências bibliográficas). O diagnóstico, quanto mais precoce é de suma importância para auxiliar e facilitar o tratamento, aumentando assim as chances de sucesso. 6 TÓPICO 3: Tratamento O tratamento neste caso em específico deve ser feito com dihidrocloridato de melarsomina 2,5 mg/kg em duas doses IM a cada 24h, uma vez que os foram identificados no exame de imagem vermes já adultos. Em paralelo, também será necessário administrar antibióticoterapia com Doxiclina, pois, segundo Ettinger e Feldman, 2004, é eficiente ao combate de Wolbachia, uma bactéria que vive em simbiose com o parasita em todos os estágios do seu desenvolvimento. O medicamento traz uma série de benefícios ao combater essa bactéria, como inibição do desenvolvimento larval, esterilidade das fêmeas e efeito adulticida. Para este propósito é utilizado um antibiótico da família das tetraciclinas, a doxiciclina, que administrada antes do tratamento adulticida com melarsomina, reduz as reações pró-inflamatórias causadas pela morte dos parasitas adultos. TÓPICO 4: Prevenção A prevenção pode ser feita através da aplicação de vacinas, do uso de coleiras repelentes e fazer o controle dos mosquitos vetores no ambiente onde vive o animal. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMOSNY, Nádia R. P. Hemoparasitoses em pequenos animais domésticos e como zoonoses. 1. ed. Rio de Janeiro: L.F. Livros de Veterinária Ltda., 2002. p.112-126. ARCA – REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA FIOCRUZ. GUIA METODOLÓGICO: CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DE MÉDICOS VETERINÁRIOS PARA O ENFRENTAMENTO DA DIROFILARIOSE CANINA NO MUNICÍPIO DA BAIXADA FLUMINENSE, RIO DE JANEIRO. Disponível em: https://www.arcafiocruz.br/handle/icict/40526. Acesso em: 6 nov. 2022. CICARINO, C. Dirofilariose Canina. 2009. 53 f. TCC (Graduação Curso de Medicina Veterinária) – Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo. ETTINGER, J. S.; FELDMAN, C. E. Tratado de medicina interna veterinária. 4. ed. São Paulo, 1997. p.1450. CVBD Canine Vector – Borne Diseases. Disponível em: http://www.cvbd.org/en/overview/. Acesso em: 6 nov. 2022. LUCIANO, Fernando Costa. DIROFILARIOSE CANINA: relato de caso no município de Mineiros-Go. 2017. 39 f. TCC (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Centro Universitário de Mineiros, Mineiros, 2017. NELSON, R.W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p.169-178, 2010. MATTOS JÚNIOR, D. G. Manual de helmintoses comuns em cães. 2. ed., Rio de Janeiro: L.F. Livros, 2008. p. 66-81. 8 MUPANOMUNDA, M.; WILLIAMS, J. F.; MACKENZIE, C. D.; KAISER, R. L. Dirofilaria immitis: heartworm infection alters pulmonary artery endothelial cell behavior. Journal of Applied Physiology, Bethesda, v. 82, n. 2, Feb. 1997. p.389-398. PIMENTEL, J. L.; BARBOSA, M. A.G.; FÉRRER, M. T. Dirofilariose canina: Relato de caso. Recife: Ufrpe, 2013. VETSMART. Melarsomina. Disponível em: https.://www.vetsmart.com.br/cg/produto/3949/melarsomina. Acesso em: 6 nov. 2022. IV COLÓQUIO ESTADUAL DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR - II CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR - 2019. DIROFILARIOSE CANINA: RELATO DE CASO. Disponível em: https://publicacoes.unifimes.edu.br/index.php/coloquio/article/view/651/758. Acesso em: 6 nov. 2022
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