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fisioterapia aquatica Livro Texto - Unidade II

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67
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Unidade II
5 HIDROCINESIOTERAPIA EM CONDIÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS 
E NEUROMUSCULARES
A água é usada como um recurso terapêutico há muito tempo. Essa prática acompanha a história da 
humanidade desde a civilização grega antiga, período em que as escolas de medicina eram construídas 
próximas a fontes, nas chamadas estações de banho, para que esse recurso físico pudesse ser utilizado no 
tratamento de doenças. Há, inclusive, relatos de que Hipócrates, que viveu por volta de 460 a 375 a.C., 
realizava a imersão em pacientes com doenças reumáticas e neurológicas e também em pessoas ictéricas 
e que apresentavam espasmos musculares (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; BRANCO; TOMÁS; 
CLÁUDIO, 2006; CUNHA et al., 1998).
Figura 43 – Hipócrates usava o recurso da imersão para tratamento de doenças
Posteriormente surgiu em Roma o primeiro banho público. Os romanos começaram a usar os banhos 
de imersão para tratamento de atletas com diferentes temperaturas da água para então disseminá-los 
a toda a população, sendo essa prática especialmente utilizada no tratamento de doenças reumáticas, 
paralisias e lesões (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; CUNHA et al., 1998).
68
Unidade II
Piscina
Pátio
(exercícios físicos)
Frigidarium
Sauna
Fornos
Vestiários
Vestiários
Tepidarium
Tepidarium
Caudarium
Caudarium
Lavatórios
Figura 44 – As instalações de banho romanas eram complexas: elas possuíam saunas, piscinas, bibliotecas 
e vestuários e proporcionavam tratamentos com águas frias e quentes, atividades intelectuais e socialização
Na Idade Média os recursos naturais, incluindo os banhos de imersão na água para tratamento, eram 
considerados pela religião um ato pagão e deixaram de ser usados até o século XV.
Porém, em 1700 o médico alemão Sigmund Hahn defendeu a utilização da água para o tratamento 
de úlceras de membros inferiores e outros problemas médicos, e a partir desse período começaram a 
surgir publicações científicas sobre o tema em toda a Europa, disseminando-se a utilização desse recurso 
pela população, especialmente os banhos quentes ou de vapor associados aos banhos frios posteriores, 
responsáveis pelo tratamento de contraste de temperaturas.
Foi só no início do século XX que os exercícios subaquáticos foram incorporados nos tratamentos de 
doenças ou sintomas através da influência das publicações do professor austríaco Winterwitz, fundador 
de uma escola e centro de pesquisas em Viena, sendo disseminada a sua utilização na Europa e América.
Por volta de 1898 surgiu a hidroginástica e a partir de aproximadamente 1920 foram iniciados no 
mundo todo tratamentos que utilizavam exercícios de forma padronizada, através de técnicas como Bad 
Ragaz e Halliwick. Nessa época o Brasil também incorporou os exercícios na água como tratamento na 
Santa Casa do Rio de Janeiro, que era banhado na sua porta principal de entrada pela água do mar. Eram 
utilizadas como recurso as águas da cidade, tanto a salgada como a doce.
Atualmente esse recurso faz parte da grade curricular do curso de Fisioterapia e é utilizado como 
tratamento de diferentes sintomas e doenças tratadas ou prevenidas pelo fisioterapeuta (BIASOLI; 
CASSIANO MACHADO, 2006; CUNHA et al., 1998).
69
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
A água é um recurso disponível em abundância no planeta Terra; portanto, a sua aplicação terapêutica 
é possível em diferentes lugares do mundo. Alguns possuem características peculiares, como as águas 
termais. Temos no Brasil, por exemplo, Caldas Novas e Olímpia, cidades onde o aquecimento da água é 
natural e está disponível o ano todo.
A água pode ser usada como um recurso recreativo, por exemplo, na utilização de uma banheira 
domiciliar, ou como recurso terapêutico em casas de banho, spas e piscinas termais, locais onde os 
efeitos da temperatura e das características da água promovem o tratamento ativo, ou seja, sem a 
supervisão de um profissional de saúde.
A imersão na água promove superação de limites, aumento da auto-estima e confiança, possibilidade 
de aquisição de novas habilidades funcionais, segurança e fortalecimento emocional em diferentes fases da 
vida, desde o bebê até o idoso, sempre trazendo memórias de momentos divertidos, já que dentro 
d’água lembramos de experiências de cuidado, como o banho do bebê, ou lúdicas, como brincar no mar 
ou piscina (CAROMANO; CANDELORO, 2001). Os exercícios terapêuticos aquáticos apresentam muitas 
vantagens em relação ao solo, pois é um recurso prazeroso, eficaz e que promove uma adesão e sucesso 
ao tratamento (AMORIM et al., 2014).
É importante descrever o que é hidrocinesioterapia ou exercício aquático terapêutico e diferenciá-lo 
da hidroginástica. A hidrocinesioterapia é um conjunto de técnicas terapêuticas com base no movimento 
humano, é a união dos exercícios terapêuticos associados ao recurso físico da água. Ela pode ser 
considerada a fisioterapia na água ou a aplicação de exercícios terapêuticos na água. Esses exercícios 
podem ser associados a massoterapia, jatos de hidromassagem ou manipulações e ser utilizados como 
tratamento ou prevenção de doenças (BATES; HANSON, 1998; BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006).
A hidrocinesioterapia pode ser descrita como a realização de exercícios terapêuticos dentro d’água, 
onde o tratamento é individualizado ou aplicado a grupos pequenos com as mesmas alterações 
funcionais ou doenças de base. Cada paciente é avaliado de forma individualizada, e são traçados 
objetivos específicos a serem atingidos, sempre direcionados por um profissional fisioterapeuta (BATES; 
HANSON, 1998; BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006).
Mas se nas duas abordagens aplicam-se exercícios dentro d’água, qual é a diferença de 
hidrocinesioterapia e hidroginástica?
A hidroginástica é um programa de exercícios direcionados por um profissional de educação física, 
realizado em grupos maiores, onde os objetivos a serem atingidos são gerais e não individualizados 
(DE PAULA; DE PAULA, 1998).
Na hidrocinesioterapia, muitos exercícios ou objetivos podem ser semelhantes ao da hidroginástica, 
porém existe sempre um plano de tratamento individualizado a cada paciente, partindo de uma avaliação 
inicial, com objetivo de melhora da funcionalidade. Além disso, o paciente é sempre supervisionado por 
um fisioterapeuta que estará dentro d’água para dar todo o suporte necessário (FORNAZARI, 2013).
70
Unidade II
 Observação
Na hidroginástica, o professor de educação física direciona exercícios 
físicos em grupo na água. A hidrocinesioterapia é a utilização pelo 
fisioterapeuta dos exercícios aquáticos de forma terapêutica.
Antes de ser iniciada uma sessão de hidrocinesioterapia, faz-se necessária uma avaliação inicial dentro 
e fora da piscina, para que seja possível entender a queixa principal, as doenças de base, as alterações 
físico-funcionais e as possíveis habilidades que podem ser adquiridas no meio líquido, por exemplo, um 
paciente com quadro álgico no joelho pode apresentar dificuldade de deambular ou subir escadas no solo, 
mas não apresentar essas dificuldades na água. Na avaliação é importante inclusive questionar sobre o tipo 
de ajuda necessária no vestiário para transferências, higiene pessoal, troca de roupa e tipo de locomoção. 
Isso garantirá a programação para a necessidade ou não de um cuidador antes, durante e após a sessão.
Alguns itens devem ser verificados na água, como a experiência com a água, a forma como o paciente 
entra na piscina (se entra pela borda, escada, rampa ou precisa de um elevador), se ele consegue flutuar de 
forma independente, se realiza a imersão do rosto e corpo, se realiza as rotações vertical, sagital e longitudinal 
(que serão descritas neste livro-texto), se possui movimentação de membros superiores e inferiores, como 
realiza e como é a marcha, se apresenta alterações de equilíbrio, como está o seu condicionamento físico, 
se realiza expirações dentro d’água, se tem medo da água, se consegue realizar algum nado que possibilite 
o deslocamento e se consegue sair daágua sozinho (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; FORNAZARI, 
2013; GARCIA et al., 2012).
Após a avaliação, um programa de tratamento deve ser traçado com objetivos e condutas, pensando-se 
nos possíveis materiais a serem utilizados e no tempo de sessão, sempre dividindo com os pacientes 
tanto os planos quanto os progressos e trabalhando com a autonomia deles sobre a abordagem na água 
(FORNAZARI, 2013).
É importante que a atividade traçada seja prazerosa para o paciente ou o grupo e se baseie em 
experiências anteriores positivas na água. Dessa forma é possível proporcionar, além dos benefícios 
físicos e funcionais, bem-estar e uma melhora da qualidade de vida (ANDRADE, 2015).
Um programa de hidrocinesioterapia será traçado de forma individual, de acordo com as necessidades 
a serem abordadas, e pode incluir uma sequência de aquecimento, flexibilidade, treinamento de força, 
condicionamento físico, treino respiratório, treino de equilíbrio, treino de marcha, treinos funcionais, 
relaxamento e técnicas específicas como Halliwick, Bad Ragaz e Watsu, que serão descritas posteriormente 
(BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; CAMPION, 2000; FORNAZARI, 2013; SOUSA et al., 2018).
71
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
 Lembrete
Antes da realização de um programa de hidrocinesioterapia faz-se 
necessária uma avaliação fora e dentro d’água para entender as necessidades 
do paciente e posteriormente criar um programa terapêutico específico.
O aquecimento irá preparar o corpo para a realização da atividade física posterior, preparando 
os músculos a serem trabalhados num alongamento ou treino de força e ajustando as temperaturas 
corporais. Pode ser realizado com marcha ou corrida estacionária, caminhadas leves em toda a extensão 
da piscina, em diferentes direções (para frente, para trás e para o lado), e exercícios de mobilização ativa 
dos membros superiores (BATES; HANSON, 1998; CAMPION, 2000; SILVA et al., 2012; SOUSA et al., 2018).
Figura 45 – Exemplo de exercício de aquecimento de marcha em fila, em que o paciente apoiará 
no quadril do indivíduo à frente e realizará deslocamentos guiados pelo fisioterapeuta
Figura 46 – Exemplo de exercício de aquecimento de marcha em fila, em que os pacientes realizarão 
uma roda girando à direita e à esquerda e posteriomente apoiarão os pés de forma alternada 
na plataforma, como se fizesse pequenos saltos, por um tempo preestabelecido
Os exercícios de flexibilidade são indicados para aumentar a amplitude de movimento, adequar 
músculos encurtados e diminuir dores e tensões musculares, facilitando a execução de movimentos. 
É importante que o paciente se mantenha relaxado, realizando padrões respiratórios corretos para a 
72
Unidade II
execução dos movimentos, e que os exercícios sejam executados lentamente. Deve-se manter a tensão 
por 30 segundos ou mais, estimulando o paciente a ir até o seu ponto limite e usando a flutuação a favor 
do movimento. Os exercícios podem ser realizados de forma passiva com o paciente em decúbito dorsal, 
usando os flutuadores ou mantendo-se nos braços do fisioterapeuta, ou de forma ativa ou ativoassistida, 
utilizando-se das barras de apoio da piscina (BATES; HANSON, 1998; RIZZI; LEAL; VENDRUSCULO, 2010).
Figura 47 – Exemplo de exercício de alongamento dos músculos isquiotibiais, que também pode ser 
realizado de forma passiva pelo fisioterapeuta, e alongamento dos músculos tríceps sural
A restauração da força muscular é muito importante após cirurgias, lesões ou restrições de 
movimento, e o meio líquido é considerado ideal para a progressão de cargas em treinamentos iniciais, 
pois oferece maior resistência que o ar, associada a menor sobrecarga nas estruturas articulares.
Dentro da piscina temos o princípio da viscosidade da água, que garante uma resistência ao 
movimento, especialmente em fases iniciais de reabilitação, e ela pode ser aumentada com a utilização da 
resistência manual do fisioterapeuta, halteres, bolas, bastões, faixas elásticas e tornozeleiras. Podem ser 
realizados exercícios em cadeia cinética aberta ou fechada, sendo o segundo tipo o mais recomendado, e 
também é uma opção associar o treinamento de força a exercícios funcionais, como sentar e levantar de 
forma seriada, agachamento e exercícios abdominais (BATES; HANSON, 1998; CANDELORO; CAROMANO, 
2006; KÜMPEL et al., 2016; SOUSA et al., 2018). No treinamento de força na água, a dor sempre será um 
parâmetro de cuidado durante a execução dos exercícios (BATES; HANSON, 1998).
Figura 48 – Exemplo de exercício de fortalecimento de abdutores de quadril que pode ser iniciado 
sem carga, com evolução para aumento progressivo da carga com a utilização de tornozeleira
73
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 49 – Exemplo de exercício de fortalecimento de abdutores de ombro que pode ser iniciado 
sem carga, com evolução para aumento progressivo da carga com a utilização de halteres
Muitos pacientes de diferentes faixas etárias e doenças possuem alterações do equilíbrio postural, 
tonturas e risco de quedas, e o treinamento na água traz um resultado bastante promissor, pois é 
possível usar a turbulência da água, aumentando a sua intensidade, associada a posturas que provocam 
instabilidade. Um exemplo de atividade seria colocar uma criança ou adulto com controle de tronco 
ineficaz, sentada em cima de um tapete flutuador e cantando as músicas 1, 2, 3 indiozinhos ou A canoa 
virou, mantendo os pés juntos e posição tandem, com um pé a frente do outro, com olhos abertos e 
fechados, apoio unipodal, realizando movimentos verticais (para cima e para baixo) e horizontais (para 
a direita e para a esquerda), com os olhos e com a cabeça, jogando e pegando uma bola em diferentes 
direções, para treinar a estratégia do passo, que pode inclusive ser realizada como movimentos de 
uma dança coreografada (CAMPION, 2000; KNOB et al., 2018; MEEREIS et al., 2013a; RESENDE; RASSI; 
VIANA, 2008; TOBLE et al., 2013).
Figura 50 – Treino de equilíbrio realizando a marcha com deslocamento posterior e diminuição 
da base de sustentação primeiro na posição tandem e posteriomente em apoio unipodal
Na água, atuamos com a possibilidade de provocar um conflito no sistema visual, pois os olhos ficam 
molhados. A água está em constante movimento, o que faz com que o paciente dependa menos desse 
sistema e estimule a compensação com os outros sistemas responsáveis pelo equilíbrio, como o sistema 
vestibular (CAMPION, 2000; KNOB et al., 2018; MEEREIS et al., 2013a, 2013b; RESENDE; RASSI; VIANA, 
2008; TOBLE et al., 2013).
74
Unidade II
Figura 51 – Treino de equilíbrio sentado sobre uma superfície instável na água, gerando na bebê ajustes posturais
A água é um meio que traz segurança, pois minimiza o risco de quedas, já que prolonga o tempo de 
recuperação da postura quando os pacientes se desequilibram, tornando a velocidade da queda muita 
mais lenta do que no solo. Isso proporciona maior tempo para restabelecer o equilíbrio e a possibilidade 
de ultrapassar os limites de estabilidade e o alcance funcional (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006).
 Saiba mais
Para se aprofundar no assunto do treinamento do equilíbrio e prevenção 
de quedas usando como recurso a fisioterapia aquática, leia o artigo 
científico a seguir:
RESENDE, S.; RASSI, C.; VIANA, F. Efeitos da hidroterapia na recuperação 
do equilíbrio e prevenção de quedas em idosas. Revista Brasileira de 
Fisioterapia, v. 12, n. 1, p. 57-63, 2008.
No treino respiratório na água pode-se utilizar como princípio físico a pressão hidrostática, que 
promoverá, com a altura da água acima do nível do ombro do paciente em pé, uma maior resistência para 
a inspiração, proporcionando uma melhor reexpansão pulmonar. Também são opções exercícios como 
soltar bolhas ou assoprar um objeto, aumentando o fluxo expiratório. Pode-se associar a movimentação 
de membros superiores, como abdução-adução e flexão de ombros, aos exercícios respiratórios, sempre 
solicitando inspirações profundas associadas ao movimento de aumento das amplitudes da caixatorácica 
e expirações lentas e prolongadas. Inicialmente, o paciente deve estar sobre a água; na sequência, com 
a boca imersa; posteriormente, com a boca e o nariz imersos, soltando as bolhinhas por ambos (BATES; 
HANSON, 1998; GUERINO, 2007; RESENDE; RASSI; VIANA, 2008).
75
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 52 – Treino inspiratório em que o paciente mantém os ombros abaixo do nível da água, 
realizando a inspiração associada à elevação dos membros superiores e treino expiratório. Solicita-se a 
expiração de forma lenta e prolongada pela boca sobre a água
O treinamento aeróbico deve ser realizado dentro d’água, especialmente em pacientes que 
apresentam dores, restrições de movimentos articulares, sobrepeso e obesidade, pois devido à ação 
do empuxo diminui-se a sobrecarga e o paciente consegue realizar atividades com menor impacto, o 
que facilita o seu deslocamento. Nesse treinamento pode ser executada uma caminhada leve, contra a 
turbulência gerada pelo fisioterapeuta ou pelos jatos abaixo do nível da água, assim como exercícios em 
bicicleta, em esteira subaquática ou com um espaguete entre os membros inferiores do paciente para 
simular qualquer atividade rítmica que eleve o metabolismo e sobrecarregue o sistema cardiovascular 
além do basal, como bicicleta, corrida, natação, saltos, chutes, treino de subir e descer ou apoio dos pés 
de forma alternada no step ou plataforma.
Em um estudo realizado com idosos que executaram a prática da corrida na piscina (CAROMANO; 
CANDELORO, 2001), observou-se um aumento da captação de oxigênio e melhora no desempenho nessa 
atividade. É interessante trabalhar com intensidade e tempo adequados ao estado de cada paciente, 
sempre proporcionando estímulos além das atividades que ele realiza no dia a dia para que mudanças 
sejam proporcionadas (AMORIM et al., 2014; CAMPION, 2000).
Figura 53 – Treino aeróbico simulando uma bicicleta. Um flutuador é colocado entre os membros inferiores 
e é solicitado que o paciente se desloque pela piscina por um tempo predeterminando 
através de movimentos de membros inferiores e superiores, sem encostar os pés no chão
76
Unidade II
Figura 54 – Treino aeróbico em que simula-se uma corrida estacionária ou percorre-se toda a piscina por um tempo 
 predeterminado. Essa atividade pode ser dificultada caso seja gerada uma turbulência à frente do paciente
O treino de marcha dentro d’água tem as suas vantagens, como a diminuição da sobrecarga articular 
e da dor. Ele possibilita que o paciente permaneça em pé mais facilmente que no solo e pode ou não 
ser associado à utilização dos dispositivos de auxílio a marcha ou barra paralela (BRANCO; TOMÁS; 
CLÁUDIO, 2006; CAMPION, 2000).
Figura 55 – Treino de marcha para frente, elevando o membro inferior e apoiando primeiro 
o calcanhar no chão da piscina, e marcha com ênfase na dissociação de cinturas, apoiando a mão no joelho oposto
Figura 56 – Treino marcha na piscina utilizando o apoio da barra paralela para 
promover maior segurança em fase inicial de reabilitação
77
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Mamilar
Axilar
Nível 
de imersão
Peso 
corporal
Marcha com 
auxiliares
33%
20%
2 canadianas 
apoio virtual
2 canadianas 
apoio parcial
2 canadianas 
2 bengalas
1 bengala
50%
66%
80%
90%
Umbilical
Trocantérica
Meio das coxas
Meio das pernas
Figura 57 – Demonstração do nível de profundidade da água, diminuição da sobrecarga 
e associação com uso de dispositivos de auxílio à marcha
Na piscina, pode-se colocar a plataforma ao contrário e pedir ao paciente que coloque um pé em cada 
quadrado, apoiando inicialmente com o calcanhar e posteriormente com todo o pé, e siga como num labirinto. 
Essa atividade trabalha a diminuição da base de sustentação, o aumento da altura do passo e a melhora do 
contato inicial, do equilíbrio e, consequentemente, das fases de balanço. Outras atividades para melhora 
da marcha na piscina são caminhadas em diferentes velocidades, para trabalhar o componente aeróbico, tão 
importante na eficiência da marcha, colocar obstáculos de diferentes alturas para serem ultrapassados e a 
realização de marcha para trás e de marcha associada à rotação de tronco (CAMPION, 2000).
Os exercícios funcionais trazem grandes progressos e alegria ao paciente quando trabalhados dentro 
d’água. Muitos pacientes assumem posturas muito difíceis de serem executadas fora d’água sem auxílio, 
já que quanto maior a profundidade, menor sobrecarga e maior facilidade de assumir determinadas 
posturas. Um exemplo disso é a possibilidade de um cadeirante realizar mudanças de decúbito com 
facilidade. Na água pode-se treinar o movimento de sentar e levantar de uma plataforma, subir e descer 
uma escada, passar de decúbito dorsal para a posição em pé, buscar um objeto no fundo da piscina, jogar 
bolas coloridas e estimular atividades em crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, 
como manter a posição de decúbito ventral, rolar, sentar ou engatinhar numa plataforma, tapete ou 
prancha de flutuação (CAMPION, 2000; KÜMPEL et al., 2016; TOBLE et al., 2013).
78
Unidade II
Figura 58 – Treino de atividade funcional de engatinhar sobre o tapete de flutuação na água em que 
é colocada uma bola colorida à frente para estimular o deslocamento da bebê
Figura 59 – Treino funcional que simula o sentar e o levantar
O relaxamento na água pode ser atingido pelos efeitos da água aquecida, que promove a melhora da 
circulação e a redução dos espasmos e dos níveis de dor, associado a técnicas de massagem, manipulações 
como pompage ou tração, flutuação supervisionada e exercícios respiratórios. Pode-se, por exemplo, 
colocar o paciente em decúbito dorsal na piscina aquecida, sustentado por flutuadores, realizando-se 
massagem na planta dos pés, mobilizando, tracionando e massageando a cervical, a lombar e a torácica e 
até ensinando-o a flutuar de forma ativa, para que aprenda a relaxar de forma meditativa em diferentes 
posições. Esse relaxamento mostra-se bastante eficaz na melhoria do padrão de sono e da qualidade de 
vida de pacientes (BATES; HANSON, 1998; CAMPION, 2000; SILVA et al., 2012).
Exemplo de aplicação
Sugerimos que você descreva duas condutas de hidrocinesioterapia.
6 MÉTODO HALLIWICK
A partir de agora, veremos métodos utilizados em tratamentos de diversas patologias, com seu 
histórico, introdução e aplicabilidade das técnicas, iniciando pelo método Halliwick.
79
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
O método foi desenvolvido por James McMillan, engenheiro de formação e nadador competitivo. 
Ele utilizou como base seus conhecimentos de hidrostática, hidrodinâmica e mecânica dos corpos 
associados à prática de ensino de natação (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; FORNAZARI, 2013; 
JAKAITIS, 2007).
Ele foi iniciado na Escola Halliwick para meninas em Southgate, Londres, em 1949. Inicialmente, 
foi desenvolvido para ensinar meninas com deficiência a nadar, mas é atualmente considerada 
uma abordagem terapêutica para ensinar a qualquer indivíduo, incluindo aqueles com deficiência, 
atividades aquáticas, movimentação independente na água e nados básicos (CUNHA et al., 1998; 
GARCIA et al., 2012).
Essa metodologia pode ser utilizada em pacientes pediátricos, adultos e idosos com diferentes 
alterações funcionais. Os resultados são excelentes, pois as sessões são realizadas com atividades 
lúdicas e prazerosas e sempre valorizam a evolução de cada paciente e do grupo, além de promoverem 
a melhora da autoestima, pois permitem a evolução em atividades bastante complexas, como 
mergulhar ou buscar um objeto no fundo da piscina. Pacientes que apresentavam dificuldades 
de transferência no seu domicílio e posteriormente conseguem realizar essas atividades na água 
demonstram realização e transmitem confiança e bem-estar (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; 
GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Inicialmente, cada paciente será atendido e terá como referência um fisioterapeuta, mas com o 
desenvolvimento das etapas da técnica busca-se a independência; assim, o pacienteterá a possibilidade 
de conhecer novos fisioterapeutas e realizará muitas práticas em grupo com outros pacientes, 
até que consiga permanecer na piscina sem suporte. O trabalho acontece através de interações 
paciente-terapeutas, paciente-paciente e paciente-grupo, nas quais ocorrem atividades em formato de 
jogos, músicas e rodas, sempre de forma lúdica e divertida (MENEGHETTI et al., 2009; JAKAITIS, 2007).
O controle da respiração é um ganho importante dessa técnica, que se baseia nos conceitos de 
adaptação da natação. À medida que o paciente entende que quando a água chega próximo a sua 
boca ele precisa expirar e fazer bolhinhas, ele ganhará a confiança para permanecer dentro d’água em 
imersão. O controle da expiração oral e facial é uma questão importante de segurança para o paciente, 
pois expirar impossibilita o indivíduo de engolir água (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Esse método tem uma filosofia a ser seguida com conceitos de humanização, muito utilizados nas 
práticas atuais de saúde:
• Ensina-se a felicidade de estar na água, que intensifica o aprendizado. O fisioterapeuta entrará 
na piscina e demonstrará o quanto é prazeroso estar ali. Todos nós temos experiências positivas 
dentro d’água e a primeira atividade física divertida realizada em nossas vidas é o banho, portanto, 
deve-se despertar essas memórias positivas no paciente.
• Não são utilizados flutuadores nessa técnica, já que o objetivo é proporcionar independência 
e garantir que o paciente consiga se deslocar na piscina sem auxílio. Incialmente, o suporte 
80
Unidade II
será dado ao paciente pelo fisioterapeuta, mas esse apoio manual e verbal vai sendo retirado 
progressivamente. O uso dos flutuadores impede as rotações do paciente, desestimula a imersão 
do rosto, dificulta o controle respiratório e a percepção corporal, oferece falso senso de segurança, 
promove dependência e inibe o aprendizado, pois os pacientes deixam de experimentar experiências 
desafiadoras e conquistar a confiança pela nova habilidade adquirida.
• O fisioterapeuta estará sempre dentro d’água durante a prática para dar suporte e estímulos 
sempre que necessário.
• Enfatizam-se as habilidades do paciente, nunca a deficiência. A progressão da técnica é estimulada 
sempre no tempo necessário ao paciente para a evolução; assim, nunca se avança para a etapa 
seguinte da técnica antes que a anterior seja completamente dominada.
• O paciente é sempre tratado pelo primeiro nome, valorizando as suas singularidades.
• As evoluções do paciente sempre são associadas ao prazer. As atividades acontecerão de forma 
lúdica, através de músicas e jogos, com estímulos positivos de valorização dos ganhos.
• As atividades são preferencialmente realizadas em grupos, para que um paciente possa encorajar 
o outro, e os ganhos são compartilhados entre eles. Isso motiva e melhora a comunicação e 
a socialização, tão importante em pessoas que nasceram ou adquiriram deficiências e muitas 
vezes sentem-se excluídas. Existem alguns momentos de abordagem individual, mas sempre com 
objetivo de melhorar a integração posterior no grupo (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
6.1 Entrada e saída da água na técnica Halliwick
O fisioterapeuta estará na piscina esperando o paciente. Ele deverá manter os ombros abaixo d’água, 
soltar bolhinhas e se mover pela água, demonstrando o quanto é prazeroso estar ali.
A entrada sempre deve acontecer pela borda. A partir da posição sentada, estimula-se o movimento 
de flexão do ombro: as mãos do paciente apoiarão no ombro do fisioterapeuta, que posicionará as mãos 
nas costas no paciente, na borda inferior da escápula, com o objetivo de realizar uma transferência com 
auxílio total ou parcial. Deve-se pedir que o paciente anteriorize a sua cabeça para soltar as bolhinhas, 
provocando a inclinação anterior para facilitar a aproximação com a água. Na evolução da independência 
na entrada, pede-se que o paciente realize somente o apoio das suas mãos na mão do fisioterapeuta 
para entrar; posteriormente, ele deverá entrar sem apoio das mãos, mas ainda tendo a supervisão 
do profissional próximo, para dar suporte; por último, ocorrerá a entrada com total independência 
(CAMPION, 2000).
81
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 60 – Entrada na piscina pela borda com apoio do fisioterapeuta
A saída da piscina também será estimulada de forma independente. O paciente é estimulado a 
apoiar as mãos na borda da piscina, com ou sem auxílio. Ele elevará o quadril rente à parede da piscina 
e realizará o movimento de serpentear, deslocando o seu corpo para fora da piscina, executará um 
movimento de rolar e, posteriormente, irá se sentar (CAMPION, 2000).
Figura 61 – Saída da piscina de forma independente pela borda
O método Halliwick segue um programa de dez pontos, com uma sequência lógica de padrões 
de um processo de aprendizagem estruturado, que inicia com a adaptação à água e finaliza 
com o paciente tendo a habilidade de realizar deslocamentos independentes na piscina e nados 
básicos, quando está formado como um indivíduo confiante e feliz na água (JAKAITIS, 2007; 
GARCIA et al., 2012).
82
Unidade II
 Lembrete
No método Halliwick, a entrada e saída da piscina devem ocorrer pela 
borda e os equipamentos de flutuação são extremamente indesejados, pois 
o objetivo da técnica é desenvolver a independência do paciente.
6.2 Ponto 1: adaptação mental
Esse ponto é muito importante, talvez um dos principais, já que como seres terrestres precisamos 
nos adaptar a essa nova experiência no meio líquido. Quase sempre as pessoas têm recordações da 
infância dentro d’água que são positivas, porém também há pacientes que vivenciaram traumas. 
Estar na piscina pode ser uma experiência extremamente prazerosa, porém nos coloca em evidência 
em relação aos medos baseados em vivências anteriores e em relação à segurança do corpo, o que em muitos 
casos diminui a sua funcionalidade (MENEGHETTI et al., 2009; JAKAITIS, 2007).
Dentro d’água, as pessoas apresentam algumas necessidades de adaptações, como superar os 
preconceitos relacionados às suas habilidades, especialmente quando se está em grupo, pois alguns 
apresentam mais facilidade que outros; ficar com pouca roupa na piscina e expor suas alterações 
físicas aos demais integrantes; se acostumar com o toque e o olhar de pessoas desconhecidas; e se 
habituar aos sons que ecoam da piscina, ao reflexo da luz na água e à comunicação dificultada com os 
olhos e ouvidos na água (JAKAITIS, 2007).
O paciente só poderá passar para o ponto 2 quando estiver completamente adaptado à água, e o 
fisioterapeuta precisa estar habilitado para perceber possíveis sinais de que não existe adaptação: 
o paciente agarra o fisioterapeuta a todo momento, mantém os seus olhos fechados e os ombros fora 
da água, retém a respiração, realiza a extensão da cervical para que o rosto não seja molhado e reluta 
em fazer a imersão do rosto (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Exemplos de atividades trabalhadas neste ponto são brincadeiras em roda, associadas a cantar 
uma ou mais canções de acordo com a idade e preferência musical do grupo. Se for um grupo de 
crianças, podemos pedir que todos deem as mãos, ficando sempre um fisioterapeuta intercalado com 
os pacientes, e cantem Ciranda cirandinha ou Roda, roda, roda, pé, pé, pé, girando ora para a direita, ora 
para a esquerda.
83
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 62 – Exercícios em roda, com pacientes e fisioterapeutas de mãos dadas, realizando deslocamentos 
laterais associados a canto de músicas de acordo com a preferência do grupo
Neste ponto também trabalhamos o controle respiratório. Inicialmente, pedimos para os pacientes 
assoprarem sobre a superfície da água; depois, para manterem a boca em contato com a água, soltando 
bolinhas; por último, para colocarem boca e nariz dentro d’água, soltando bolinhas. Essa atividade 
também pode ser realizada de forma lúdica, colocando objetos pequenos e flutuantes na superfície da 
piscina e pedindo para eles assoprarem,promovendo o deslocamento de um lado a outro na piscina, 
sem auxiliar com as mãos. Nessa atividade o paciente terá a possibilidade de deslocamento em um 
ambiente muitas vezes novo, sem perceber inicialmente, porém isso traz a confiança desejada nesse 
ponto, lembrando que o fisioterapeuta de referência estará sempre ao lado do seu paciente (MENEGHETTI 
et al., 2009; GARCIA et al., 2012).
Figura 63 – Exercício em que o fisioterapeuta estará de frente para o paciente, com apoio das 
mãos em seus ombros. Pede-se primeiramente ao paciente que assopre a superfície da água, que 
posteriormente realize a expiração com a boca em contato com a água e que por ultimo coloque 
boca e nariz dentro d’água, realizando a expiração
84
Unidade II
Figura 64 – Exercícios em roda, com pacientes e fisioterapeutas de mãos dadas. 
Os pacientes soltarão bolhinas pela boca e pelo nariz dentro d’água
Figura 65 – Exercícios nos quais pede-se que o paciente assopre algum objeto flutuante 
sobre a superfície da água, deslocando-o por toda a piscina
6.3 Ponto 2: desligamento
Neste ponto trabalha-se a independência física e mental do paciente, já que para evoluir física e 
emocionalmente precisa-se de um certo desapego de pessoas, coisas e lugares. Sempre é difícil para a 
mãe e a criança o início de atividades na escola, pois é doloroso elas não ficarem o tempo todo juntas, 
porém esse processo fará com que a criança conheça novas pessoas, inclusive da sua idade, brinque com 
atividades e jogos nunca experimentados em casa e aprenda novas habilidades, e com isso ela vai se 
tornando mais independente. O mesmo acontece nesse processo na piscina, pois aos poucos o paciente 
vai se tornando mais independente da sua rede de suporte familiar, do seu fisioterapeuta, do seu grupo. É 
85
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
um processo desafiador, mas que abrirá a possibilidade de viver de forma independente na comunidade, 
garantindo o aproveitamento de novas oportunidades e o verdadeiro processo de reabilitação (GARCIA 
et al., 2012).
Inicialmente, trabalha-se o desligamento do contato físico, de forma gradual do paciente em relação 
ao terapeuta, o que proporciona uma facilidade no meio externo em relação à independência durante 
as atividades da vida diária, como as transferências. Esse desligamento pode ser realizado através 
de uma atividade em que o terapeuta permanece em pé e o paciente realiza um giro ao redor dele, 
retirando aos poucos o apoio de suas mãos.
O próximo desligamento a ser trabalhado é do contato visual, realizado junto ao anterior, pois 
em algum momento o paciente ficará atrás do terapeuta, perdendo o contato visual com ele. Essa 
atividade é muito importante, pois dependemos muito do sistema visual para manter o equilíbrio 
e a nossa segurança. No entanto, da mesma forma que ocorre em momentos como quando se 
acorda à noite, em que não temos a melhor informação visual, compensamos com outros sistemas 
responsáveis pelo equilíbrio.
Figura 66 – Atividade na qual o paciente irá andar em volta do fisioterapeuta, primeiro com 
apoio das mãos, depois sem apoio, realizando o desligamento físico e visual
O próximo desligamento é do fisioterapeuta de referência, trazendo independência e a possibilidade 
de conhecer profissionais e abordagens diferenciadas. Isso pode ser levado para a vida, trazendo a 
possibilidade de aumentar o suporte social ao se conhecer novas pessoas. Essa atividade pode ser 
realizada em grupo: formam-se duas rodas, uma dentro da outra; os fisioterapeutas ficam na roda 
de fora e os pacientes, na roda de dentro. Nessa atividade os fisioterapeutas realizam apoio leve no 
quadril dos pacientes e cantam uma música associada ao deslocamento dele. Uma música que pode ser 
escolhida é Escravos de Jó, e ao cantar realiza-se o deslocamento dos pacientes para as laterais e para 
o apoio de outros fisioterapeutas, para que exista a oportunidade de o paciente conhecer o toque de 
fisioterapeutas diferentes. Essa atividade cria a possibilidade do paciente conhecer novas possibilidades 
de intervenção e interação, o que facilita a sua independência e autonomia (GARCIA et al., 2012; 
JAKAITIS, 2007).
86
Unidade II
Figura 67 – Atividade em grupo na qual são realizadas duas rodas, uma formada pelos fisioterapeutas 
e outra com os pacientes, que ficarão à frente do seu profissional de referência. A partir do comando, 
todos cantarão e o fisioterapeuta passará o seu paciente para o profissional ao lado de acordo com a música
6.4 Ponto 3: rotação transversal
Esta é a primeira rotação a ser trabalhada com o paciente, na qual ele aprenderá a habilidade de 
controlar qualquer rotação sobre o eixo frontotransversal, promovendo o deslocamento anteroposterior. 
Um exemplo de atividade a ser trabalhada nesse ponto é o deslocamento da posição de decúbito dorsal 
para a posição em pé e vice-versa. Esse deslocamento deve ser realizado com o paciente em decúbito 
dorsal na água com apoio da cabeça no ombro do fisioterapeuta, que realizará um leve toque no quadril 
do paciente, solicitando o deslocamento para a posição em pé e posteriormente para decúbito dorsal. É 
importante explicar ao paciente que o deslocamento ocorre através do movimento do quadril (GARCIA 
et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Figura 68 – Treino da rotação transversal, na qual o fisioterapeuta estimulará o deslocamento 
de decúbito dorsal para posição vertical e vice-versa através do estímulo tátil no quadril
87
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Neste ponto também é interessante trabalhar em grupo: coloca-se um bambolê no meio da piscina e 
todos os pacientes estarão ao redor dele, formando uma roda, em decúbito dorsal, com apoio da cabeça 
no ombro do fisioterapeuta, e a instrução é para cada paciente, um de cada vez, realizar o deslocamento 
para posição em pé e colocar a bola que está na sua mão dentro do bambolê.
Figura 69 – Atividade em grupo para aprimorar a rotação transversal, em que o objetivo é colocar a bola 
que está na mão do paciente dentro de um bambolê no centro da roda através da 
transferência de decúbito dorsal para posição em pé
 Observação
Percebam que nessa atividade também é realizado o treinamento de 
equilíbrio através do alcance funcional anterior.
6.5 Ponto 4: rotação sagital
Nesta segunda rotação é trabalhada a habilidade de realizar a rotação sobre o eixo sagital transversal. 
São exemplos os deslocamentos laterais e a lateralidade, realizando estímulos à direita e à esquerda, e 
encostar a orelha na água a partir da posição vertical (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Um exemplo de atividade a ser trabalhada é o deslocamento em pé de um lado a outro da piscina 
através dos passos laterais para direita e esquerda, onde o fisioterapeuta estará atrás do paciente com 
leve apoio no seu quadril para dar um estímulo ao deslocamento.
88
Unidade II
Figura 70 – Atividade na qual o grupo realizará o deslocamento com passos laterais de um lado 
a outro da piscina. Pode ser iniciada com apoio ou supervisão do fisioterapeuta, que se manterá 
atrás do paciente, e evoluirá para a atividade com independência
Outra atividade pode ser o fisioterapeuta jogar uma bola e o paciente tocá-la com o membro superior 
direito, deslocando o seu tronco junto, e posteriormente realizar a mesma atividade para a esquerda.
Posteriormente pode ser realizada uma atividade na qual faz-se um trenzinho, um colocando-se 
atrás do outro com apoio no quadril de quem está à frente. Quem comanda o trem, que será um 
fisioterapeuta, realizará o deslocamento do corpo para a direita e depois para a esquerda.
Figura 71 – Atividade simulando um trem: o grupo será guiado por um fisioterapeuta que 
direcionará deslocamentos laterais de cabeça e tronco para direita e esquerda
89
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
6.6 Ponto 5: rotação longitudinal
Nesta terceira rotação o paciente aprenderá a habilidade de realizar o giro sobre o próprio eixo da 
coluna, ou seja, controlar qualquer rotação feita sobre o eixo longitudinal.
Um exemplo de atividadea ser realizada é pedir para o paciente em pé realizar o giro 360 graus sobre o 
próprio eixo, sem encostar os pés no chão da piscina. Nessa atividade, o paciente pode utilizar movimentos 
de membros superiores e inferiores para realizar o giro (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Outra atividade a ser realizada é o deslocamento 360 graus sobre o próprio eixo em decúbito 
dorsal. Nela, o paciente permanece em decúbito dorsal, o fisioterapeuta realiza um suporte leve 
de uma das mãos na espinha ilíaca ântero-superior do lado próximo ao seu corpo e a outra mão 
realizará o mesmo suporte na espinha ilíaca ântero-superior do lado oposto, mantendo o antebraço 
abaixo do corpo do paciente. Nessa posição é dado o comando para o paciente realizar o giro sobre 
o próprio eixo e voltar à posição inicial, e o fisioterapeuta realizará o estímulo inicial nas espinhas 
ilíacas para o movimento.
Nesse ponto o paciente já apresenta um excelente controle respiratório, pois permanecerá por um 
tempo com o rosto imerso e precisará ter a habilidade de respirar dentro d’água.
Figura 72 – Treinamento da rotação longitudinal de forma sequêncial iniciando em decúbito dorsal, 
passando a decúbito ventral, em que a cabeça ficará para baixo dentro d’água, e retornando para o decúbito dorsal
6.7 Ponto 6: rotação combinada
Nesse ponto o paciente aprenderá a habilidade de controlar combinações de rotações, executando-
as em um único movimento (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
O paciente aprenderá a dominar as rotações, inibir movimentos indesejados e manter uma posição 
segura para respirar. Ele pode iniciar as rotações por movimentos da cabeça, pelos membros superiores 
e inferiores ou pelo tronco.
90
Unidade II
Uma atividade lúdica que pode ser realizada neste ponto é a realização de uma roda, com 
pacientes e fisioterapeutas de mãos dadas, mantendo uma distância entre eles. Pede-se então 
que um paciente saia da roda e entre realizando a imersão através do mergulho, passando entre 
as mãos dadas de duas pessoas, através da rotação transversal, e antes de colocar a cabeça fora 
d’água realize uma rotação longitudinal.
Perceba que ao concluir a habilidade nessas quatro rotações o paciente apresenta uma importante 
evolução na sua independência e autonomia, pois já consegue realizar duplas tarefas motoras e 
cognitivas com sucesso, o que facilitará o domínio das atividades fora d’água.
Figura 73 – Treinamento da rotação combinada, em que o paciente deverá sair da roda 
com a combinação de duas rotações. Exemplo: realiza uma rotação transversal, deslocando 
o corpo anteriormente, como num mergulho, e sai da roda em uma rotação 
longitudinal, virando o corpo de frente para a roda formada
91
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
6.8 Ponto 7: empuxo
Nesse momento o paciente cria a total consciência da possibilidade de flutuação e vivencia de 
forma intensa a força do empuxo, que é a força vertical pra cima que o levará para a superfície sempre 
que fizer o deslocamento para o fundo da piscina. Ele perderá o medo de realizar o deslocamento mais 
profundo na piscina, pois compreende que é levado de volta à superfície, porém para chegar a esse 
ponto ele deverá ter a habilidade de soltar o ar dentro d’água por um tempo mais prolongado (GARCIA 
et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
Uma atividade que pode ser realizada é o movimento em pé, abraçando as coxas com as mãos e se 
deslocando até o fundo da piscina com o objetivo de encostar os glúteos no chão, soltando as bolhinhas 
para facilitar a descida e, após relaxar o corpo e senti-lo naturalmente, voltar à superfície.
Também pode ser realizada uma atividade em grupo em que são jogados vários objetos coloridos que 
afundam na piscina e cada paciente irá buscar um, pegando com uma das mãos e mostrando a todos 
que conseguiu. Todos podem bater palmas a cada objeto capturado pelos pacientes, valorizando suas 
conquistas. Nessa atividade o paciente deverá ter a habilidade de abrir os olhos dentro d’água para encontrar o 
objeto. O resultado desta atividade é muito positivo para a autoconfiança dos pacientes, pois é uma atividade 
complexa que quando aprendida traz uma sensação de potencialidade pessoal (GARCIA et al., 2012).
Figura 74 – Nesta atividade pede-se que cada paciente segure a parte posterior de suas coxas 
com as mãos e encoste os glúteos no fundo da piscina. É necessário instruí-los que 
a descida será facilitada com a expiração prolongada pelo nariz e pela boca e que 
posteriormente a força do empuxo irá provocar o seu retorno à superfície em flutuação
6.9 Ponto 8: equilíbrio e quietude
Esse é um ponto extremamente importante, pois trabalha-se a habilidade do paciente em manter 
a calma enquanto permanece em flutuação em diferentes posições, o que garantirá a sua segurança 
dentro d’água. Para que se mantenha quase imóvel na água, é preciso equilíbrio físico e mental, ajustes 
importantes para o paciente realizar as suas atividades de forma segura e confiante (GARCIA et al., 
2012; JAKAITIS, 2007).
92
Unidade II
O equilíbrio é vivenciado através da possibilidade de manter a posição desejada, sem a ocorrência 
de grandes rotações, mesmo quando ocorrem as grandes turbulências na água, como a posição de 
flutuar ou nadar no mar. Esse equilíbrio pode ser vivenciado através da formação de uma grande 
roda com os pacientes e fisioterapeutas de mãos dadas, em que dois dos pacientes de cada vez 
permanecem em posição de flutuação em decúbito dorsal e os participantes da roda promovem 
o descolamento rápido para um dos lados, gerando uma turbulência, e os dois pacientes deverão 
manter o máximo equilíbrio da posição.
Figura 75 – A atividade ocorre através da realização de uma roda, na qual todos os participantes 
darão as mãos e realizarão deslocamentos laterais, gerando uma turbulência; no centro da roda 
estarão dois pacientes que se manterão em flutuação, com o objetivo de 
manterem-se em equilíbrio, sem realizar grandes rotações
A quietude é a vivência da plenitude em posição de flutuar, na qual os pacientes podem escolher 
diferentes posições de flutuação e manter essa posição por um tempo. Pode-se escolher a flutuação em 
decúbito dorsal, decúbito ventral e posição de cogumelo, gerando uma espécie de meditação na água.
Nesse ponto garante-se ao paciente o equilíbrio físico, importante em diferentes momentos da 
reabilitação, e o equilíbrio mental, que possibilita realizar atividades sem medo.
6.10 Ponto 9: turbulência e deslize
Nesse ponto o paciente vivencia a experiência de ser deslocado pela água sem movimentos 
corporais, pela turbulência gerada pelo fisioterapeuta, que se desloca para trás (não há contato 
físico entre eles). Esta situação pode ser comparada ao deslocamento dos filhotes de pato atrás de 
sua mãe pata, que lidera os filhotes, posicionando-se a frente deles e realizando uma turbulência 
através do movimento de suas patas, o que promove o deslocamento em fila dos seus filhotes 
(GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
93
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 76 – Nessa atividade o paciente será deslocado pela piscina através da turbulência 
gerada pelo fisioterapeuta, que se deslocará para trás, realizando turbulências 
dentro d’água com movimentos dos membros superiores
Esse deslocamento através da turbulência também pode ser vivenciado em grupo. Os pacientes 
e fisioterapeutas posicionam-se um atrás do outro com apoio das mãos no quadril, realizando um 
movimento rápido de deslocamento anterior; em determinado momento dá-se o comando de retirarem 
o contato físico e relaxar em flutuação sem movimentos corporais, ocorrendo o deslocamento de todos 
pela turbulência.
Figura 77 – Atividade em grupo para vivenciar turbulência e deslize. Forma-se uma roda 
em fileira de pacientes, um atrás do outro, com as mãos tocando o quadril ou ombro 
do indivíduo à frente, em velocidade rápida. Ao comando eles irão se soltar em flutuação, 
aproveitando a turbulência gerada para conseguirem se deslocar na piscina sem movimentos corporais94
Unidade II
6.11 Ponto 10: progressão simples e nados básicos
Nesse ponto é ensinado ao paciente o deslocamento dentro da piscina de forma independente através 
dos movimentos dos membros ou de nados básicos, que exigem maior coordenação e complexidade, 
pois o paciente utilizará da tensão superficial quando retira os membros da água e os coloca novamente.
O primeiro movimento a ser aprendido que proporciona deslocamento é a propulsão, que pode ser 
executada pelo movimento de punho e mãos próximos ao corpo e ampliando para a remada anterior ou 
posterior, associada ou não ao movimento de membros inferiores (GARCIA et al., 2012; JAKAITIS, 2007).
O importante é mostrar ao paciente que através de movimentos básicos baseados na natação é 
possível deslocar-se dentro d’água com agilidade, de forma segura e independente.
Quando o paciente atinge o ponto 10, torna-se um indivíduo feliz e independente na água, capaz de 
realizar diversas e complexas atividades (GARCIA et al., 2012).
Figura 78 – Atividade de deslocamento de uma parede a outra da piscina, de forma independente, 
através do movimento de remada posterior, que também pode ser associada a movimentos de tornozelo e pé
 Saiba mais
Para se aprofundar no assunto, leia o artigo científico a seguir:
GARCIA, M. K. et al. The Halliwick Concept, inclusion and participation 
through aquatic functional activities. Acta Fisiátrica, v. 19, n. 3, p. 142-150, 2012.
95
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
7 MÉTODO DOS ANÉIS DE BAD RAGAZ
É um conjunto de técnicas terapêuticas realizadas na água, desenvolvido nas águas termais da 
cidade de Bad Ragaz, localizada na Suíça.
Por volta de 1930, as águas termais de Bad Ragaz eram utilizadas para terapia ativa. As pessoas 
visitavam a cidade e se beneficiavam dos efeitos de suas águas quentes. Posteriormente, a equipe 
de saúde do local verificou a necessidade de introduzir uma técnica padronizada, então escolheu os 
exercícios do Dr. Knupfer, desenvolvidos na Alemanha e levados a Bad Ragaz por Nele Ipsen em 1957. Essa 
técnica apresenta como objetivos principais reeducação, fortalecimento, alongamento e relaxamento 
muscular associados aos efeitos terapêuticos da água termal (CASTOLDI; PÉRICO; GRAVE, 2012; BIASOLI; 
CASSIANO MACHADO, 2006; CUNHA et al., 1998; JAKAITIS, 2007).
A técnica do Dr. Knupfer baseava-se em realizar os exercícios de reeducação muscular na horizontal, 
ou seja, em decúbito dorsal, com o paciente sendo sustentado por equipamentos de flutuação nas 
regiões do pescoço, quadris, joelhos e tornozelos. Esse método também é conhecido como método de 
anéis ou argolas, pois na época os flutuadores tinham formatos circulares.
A técnica inicial foi aperfeiçoada pelo Dr. Zinn, que era diretor médico em Bad Ragaz, e sua 
equipe, sendo incorporado aos exercícios o método facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). Os 
exercícios apresentam como base a horizontalidade do Dr. Knupfer, porém associam-se aos movimentos 
tridimensionais na diagonal, que são mais funcionais.
Em 1967, as fisioterapeutas Bridget Davis e Verena Laggatt desenvolveram a técnica de anéis 
associada à facilitação neuromuscular proprioceptiva e conhecida atualmente como método Bad Ragaz 
(BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; FORNAZARI, 2013; JAKAITIS, 2007).
7.1 Filosofia da técnica Bad Ragaz
No Bad Ragaz utiliza-se a técnica FNP adaptando-a ao meio líquido. O movimento é solicitado 
através da estabilidade, a qual dentro d’água não é fornecida pela força da gravidade, mas pelas mãos 
do terapeuta, que geram pontos de fixação. Outra modificação do FNP é a resistência ao movimento, 
que pode ser gerada pela mão do terapeuta ou pela água (FORNAZARI, 2013; JAKAITIS, 2007).
Seguem pontos importantes da filosofia Bad Ragaz, conforme Jakaitis (2007), Castoldi, Périco e 
Grave (2012) e Fornazari (2013):
• O paciente é atendido de forma individual nesta técnica, diferente da técnica abordada 
anteriormente.
• Aplica-se a máxima resistência de forma singular a cada paciente em exercícios isométricos e isotônicos.
• A facilitação do movimento acontece através de estímulos sensoriais na pele do paciente, por 
meio de contatos manuais prestabelecidos do fisioterapeuta.
96
Unidade II
• Realizam-se movimentos de puxar o membro, facilitando a co-contração, e empurrar o membro, 
facilitando a contração isotônica.
• O fisioterapeuta realiza comandos curtos e precisos ao paciente antes da realização dos 
movimentos, portanto é necessária uma boa cognição para a realização dessa técnica.
• Trabalha-se com a técnica de irradiação, iniciando-se pelos músculos e membros sadios ou mais 
fortes, e posteriormente realizam-se os exercícios com o outro membro ou músculo.
• Os estímulos de resistência podem ser proximais ou distais, promovendo menor ou maior 
dificuldade ao movimento.
• Como o paciente é sustentado por equipamentos de flutuação, o fisioterapeuta tem a possibilidade 
de monitorar o movimento, aumentando ou diminuindo a resistência de acordo com a sua avaliação.
• Os movimentos realizados se aproximam ao máximo da funcionalidade adequada ao paciente.
• Por ser uma técnica que exige grande esforço físico do paciente e do terapeuta, inicialmente as 
sessões devem durar de 5 a 15 minutos e não exceder 30 minutos para que não se atinja o ponto 
de fadiga.
Figura 79 – Exemplo do início de uma sessão de terapia de Bad Ragaz
7.2 Objetivos da técnica Bad Ragaz
Os objetivos da técnica Bad Ragaz, de acordo com Meneghetti et al. (2009), Jakaitis (2007) e Biasoli 
e Cassiano Machado (2006), são os seguintes:
• Redução do tônus, garantido pela água aquecida e movimentos passivos iniciais.
• Relaxamento muscular, que pode ser realizado no início da técnica, para reduzir o tônus, ou ao 
final, após uma sessão de fortalecimento.
97
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
• Aumento da amplitude de movimento, garantida através dos estímulos dados durante os 
exercícios e a liberdade de movimento livre de dor.
• Reeducação e fortalecimento muscular, realizada através da resistência da água associada à 
resistência manual do fisioterapeuta.
• Melhora do alinhamento e da estabilidade do tronco, pois o paciente é alinhado pelos 
equipamentos de flutuação, além de ser monitorado de forma segura pelo fisioterapeuta.
• Preparação dos membros inferiores para suportar o peso corporal, especialmente quando o 
paciente realizou alguma cirurgia ou intervenção cirúrgica e não está liberada a carga, porém é 
necessário um equilíbrio muscular para a posterior descarga de peso.
7.3 Posicionamento do paciente
O paciente permanecerá em decúbito dorsal, em posição anatômica ou diagonal, com um flutuador 
na região da cervical, para que mantenha as orelhas acima do nível da água e possa escutar os comandos 
do terapeuta. Outro flutuador maior é colocado na altura de L5-S2 e também pequenos flutuadores 
abaixo dos joelhos e tornozelos para que os membros inferiores mantenham a estabilidade da coluna 
(BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; BRANCO; TOMÁS; CLÁUDIO, 2006; CUNHA et al., 1998).
Percebam que com os flutuadores o paciente permanece em segurança na água e o fisioterapeuta 
pode monitorar o movimento.
Figura 80 – Posicionamento do paciente na técnica Bad Ragaz com o uso de um flutuador na 
região da cervical e outro grande flutuador de quadril. Se o paciente ainda assim não conseguir 
se manter seguro, utilizaremos outros flutuadores abaixo do joelho e do tornozelo
98
Unidade II
Posicionamento do fisioterapeuta
Essa técnica exige um grande trabalho de força e fixação do fisioterapeuta, portanto, algumas 
adaptações são necessárias para que o trabalho não seja extenuante (JAKAITIS, 2007).
A primeira adaptação é atender numa piscina aquecida em que a profundidade da água esteja na 
altura da cintura do fisioterapeuta, pois em profundidades maiores ocorrem maior desequilíbrio, maior 
atuação do empuxo e dificuldade para manter-se em fixação.
Outra adaptação será a utilização de meias ou calçados antiderrapantes adequados para piscina, 
além da utilizaçãode cargas nos tornozelos para aumentar a estabilidade e diminuir a força do empuxo.
Além dessas adaptações, a base de sustentação, formada pelos pés do fisioterapeuta, deve se manter 
alargada. Seus pés devem ficar paralelos ou um à frente do outro.
Figura 81 – Posicionamento do fisioterapeuta durante a técnica, mantendo sempre a base alargada, 
com semiflexão dos joelhos e realização de toques em pontos corporais estratégicos
7.4 Exercícios a serem realizados
Os exercícios, segundo Jakaitis (2007) e Meneghetti et al. (2009), são classificados da seguinte maneira:
• Isométricos: nesses exercícios, o paciente mantém uma posição fixa durante todo o trajeto 
do movimento e o fisioterapeuta realizará o movimento através do deslocamento do corpo do 
paciente na água. É importante explicar para o paciente que ele não pode deixar acontecer o 
movimento e que para isso ele deverá manter a musculatura em contração.
99
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 82 – Exercício em que o paciente mantém o seu tronco o mais estático possível e tenta 
evitar a força para deslocamentos corporais realizada pelo fisioterapeuta
• Isocinéticos: exercícios desse tipo são o contrário dos anteriores, pois aqui o fisioterapeuta 
promoverá uma fixação no corpo do paciente e este se moverá de forma ativa, ajustando a 
velocidade do movimento. Nesse exercício é necessária muita força e fixação do fisioterapeuta.
Figura 83 – Exercício em que o fisioterapeuta fixará o corpo do paciente – na foto, através do cotovelo – 
e este realizará deslocamentos do tronco que serão limitados pelo profissional
• Isotônicos: nesse tipo de exercício o fisioterapeuta pode auxiliar a realização de um movimento, 
proporcionando um movimento ativo-assistido, ou atuar com resistência manual durante a 
realização de um movimento, promovendo o ganho de força muscular.
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Unidade II
Figura 84 – Exercício isotônico de abdução de ombro, no qual o fisioterapeuta realizará uma 
resistência manual na mão do paciente a ser vencida por ele
• Passivos: o fisioterapeuta moverá o paciente como um todo ou um segmento corporal dele de 
forma passiva, através do movimento da água, o que proporciona relaxamento e inibição do tônus 
e mostra a ele como deve ser executado um movimento.
Figura 85 – Exercício passivo de deslocamento de tronco de um lado para outro, 
em que o movimento é realizado exclusivamente pelo fisioterapeuta
7.5 Indicações da técnica Bad Ragaz
A técnica Bad ragaz, de acordo com Jakaitis (2007), é indicada nos seguintes casos:
• Ortopedia, traumatologia e reumatologia: pré e pós-operatório de cirurgias de coluna, fraturas, 
lesões de partes moles, osteoartrose, osteoporose, artrite reumatoide, fibromialgia e dores crônicas.
• Neurologia: acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico, doença de Parkinson, 
lesões medulares e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
101
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
• Pós-operatório de mastectomia e cirurgias cardíacas que precisam ganhar amplitude de 
movimento articular e força muscular.
7.6 Contraindicações e precauções da técnica Bad Ragaz
A técnica Bad Ragaz, conforme Jakaitis (2007), apresenta as seguintes contraindicações:
• Deve-se atentar para o risco de fadiga, pois nessa técnica exige-se que o paciente realize exercícios 
resistidos que podem ultrapassar o limite individual, sendo necessária uma avaliação inicial e 
diária para minimizar os riscos.
• Pacientes com sintomas vestibulares devem ser avaliados inicialmente, pois caso apresentem 
vertigem associada a vômitos, a técnica é contraindicada pelo risco de broncoaspiração. No 
entanto, se apresentarem somente tontura, deve-se monitorar a presença de desconforto durante 
a técnica.
• Pacientes com dores ou processos infamatórios agudos da coluna não devem receber a técnica.
8 WATSU
Essa técnica promove um relaxamento profundo, proporcionando um excelente ganho terapêutico 
físico e emocional ao paciente.
Ela foi desenvolvida na Califórnia em 1980 por Harold Dull, terapeuta corporal e mestre de Zen 
Shiatsu, que inicialmente aplicava em seus pacientes a técnica de massoterapia associada a alongamentos 
no solo, porém percebeu que os efeitos poderiam ser ainda melhores se aplicados na água morna. 
Assim surgiu o Watsu, uma técnica corporal que associa movimentação passiva, manipulação da coluna 
cervical e lombar, técnicas de massoterapia e pressão nos pontos dos meridianos estudados na medicina 
oriental, sempre no ritmo da respiração.
Inicialmente, essa técnica era indicada somente com objetivo de bem-estar, mas hoje é utilizada 
em diversos lugares no mundo em pacientes com alterações físicas e emocionais com objetivo de 
reabilitação (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006; BRANCO; TOMÁS; CLÁUDIO, 2006; CUNHA et al., 
1998; GIMENEZ; DE CASTRO, 2018).
O Watsu é muito suave. Ele se caracteriza por alongamentos passivos e movimentos rítmicos nos 
quais o fisioterapeuta oferece apoio total ao paciente, dando a impressão de ser uma dança conduzida 
na água. Tem um resultado bastante positivo com pacientes diversos, desde um bebê com paralisia 
cerebral até um idoso com doença de Alzheimer que tenha tido experiências positivas na água durante 
a sua vida. Nessa técnica, possibilita-se a mobilização dos segmentos corporais num ambiente aquecido 
sem o limitante da dor, muitas vezes comum em atividades no solo. Pacientes que recebem a técnica têm 
uma tendência a apresentar menor intensidade da dor, melhor postura, maior mobilidade, diminuição 
da espasticidade, redução dos níveis de estresse e ansiedade e melhora do padrão de sono (BASTOS; 
CAETANO, 2010; PASTRELLO; GARCÃO; PEREIRA, 2009).
102
Unidade II
Nessa técnica a água é aquecida em temperatura de 33 a 35 graus, com o objetivo de manter o 
relaxamento ideal e diminuir as dores mais profundas (FORNAZARI, 2013).
Existe grande sintonia entre paciente e fisioterapeuta, já que existirá uma relação de plena 
confiança. Imagine manter-se dentro d’água, nos braços de alguém, flutuando, com os olhos 
fechados e ser movimentado por esse profissional. Na primeira sessão o relaxamento é difícil de 
ser atingido, pois o paciente irá vivenciar os movimentos e a técnica, além de ficar atento se pode 
manter-se seguro, por isso é muito importante explicar os procedimentos da sessão da técnica e 
o cuidado que será tomado para que não ocorra o afundamento do rosto. O ideal é que a técnica 
seja sempre realizada pelo mesmo fisioterapeuta, pois os ganhos físicos e emocionais serão maiores 
(BASTOS; CAETANO, 2010).
Uma particularidade do ambiente em que será aplicada a técnica é que ele deve ser silencioso. 
Podem ser utilizadas luz neutra que induza ao relaxamento e músicas tranquilas de acordo com a 
preferência do paciente, assim como água morna, como citado anteriormente. A piscina não precisa ser 
muito grande, já que o fisioterapeuta permanecerá em quadrantes pequenos e o paciente será atendido 
individualmente (JAKAITIS, 2007).
Durante a técnica o fisioterapeuta proporcionará a flutuação horizontal do paciente de forma passiva, 
mantendo a cabeça em posição neutra, apoiada no antebraço, região anterior do cotovelo ou palma da mão, 
e a lombar ou fossa poplítea apoiada no antebraço ou palma da outra mão. Essas posições serão utilizadas em 
muitos momentos durante a técnica, mas haverá algumas variações durante a aplicação dos movimentos ou 
manipulações, realizando-se posições simples, como a flutuação livre e movimentos básicos, e posições mais 
complexas, como as selas abertas ou laterais (BIASOLI; CASSIANO MACHADO, 2006).
Durante a aplicação da técnica não ocorre imersão do rosto, mas os ouvidos entram o tempo todo em 
contato com a água. Assim, se existir alguma restrição do paciente, pode ser utilizado o protetor auricular.
Durante toda a técnica não existe comunicação verbal. A comunicação é não verbal, através do 
toque e da observação das expressões corporais do paciente.
8.1 Sequência básica de movimentos da técnica Watsu
No início, explica-se ao paciente comoa sessão será e que sua duração é de aproximadamente uma 
hora. O paciente ficará em pé, encostando as costas na parede, e deve manter os olhos fechados, para 
que seja mais fácil o relaxamento. Também é preciso explicar que os movimentos serão realizados pelo 
fisioterapeuta, portanto, ele não precisa se preocupar em auxiliar na prática, e é necessário descrever 
algumas posições que podem trazer uma conotação sexual se o paciente não estiver preparado, como a 
sela aberta, na qual o fisioterapeuta permanecerá com a base alargada e os joelhos fletidos e colocará o 
paciente na sua frente com as coxas apoiadas em suas coxas. Essa posição não tem nada de sexual, ela 
se assemelha à posição de uma criança no colo de seus pais.
103
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Nesse início é importante explicar ao paciente que ele perceberá que a sessão acabou quando sentir 
as suas costas novamente encostadas na parede. Isso o norteará para que possa manter o relaxamento, 
o qual muitas vezes chega a ser profundo, pois alguns pacientes chegam a sonhar ou roncar, e esse 
estímulo sensitivo é uma referência tátil que o fará despertar (JAKAITIS, 2007).
Figura 86 – Início de uma sessão de Watsu, em que o fisioterapeuta explicará a técnica e as posturas. 
O paciente está em posição vertical, com as costas encostadas na parede. Nesse momento explica-se ao 
paciente que ele irá perceber que a sessão acabou quando sentir as suas costas novamente apoiadas na parede
Durante a explicação, o fisioterapeuta e o paciente estarão com os ombros abaixo do nível da água, 
um de frente para o outro, estabelecendo uma sintonia.
Após esse início, o fisioterapeuta colocará o paciente em flutuação em decúbito dorsal, deixando um 
dos membros superiores do paciente abaixo da sua axila e apoiando a cabeça dele no seu antebraço e o 
antebraço e o dorso da mão oposta na região lombosacra. Nessa posição, pede-se que o paciente respire 
profundamente (JAKAITIS, 2007).
Figura 87 – Posicionamento inicial do paciente na sessão de Watsu, com a cervical apoiada 
na região anterior da articulação do cotovelo do fisioterapeuta
104
Unidade II
Figura 88 – Além do posicionamento adequado da cervical do paciente apoiada na região anterior 
da articulação do cotovelo do fisioterapeuta, o antebraço e as mãos do membro oposto apoiarão 
na região posterior dos joelhos e em alguns momentos a região lombossacra. 
Dessa forma, o paciente se sentirá seguro como se estivesse no colo
Para Harold Dull (apud PASTRELLO; GARCÃO; PEREIRA, 2009), não existe uma sequência 
prestabelecida de movimentos do Watsu, como em um protocolo. Os movimentos fluirão de acordo 
com as características e necessidades de cada paciente.
8.2 Exemplos de movimentos básicos
Veremos a seguir alguns movimentos que são utilizados na técnica com muitos dos pacientes da 
fisioterapia, conforme Pastrello, Garcão e Pereira (2009) e Jakaitis (2007).
• Dança da respiração na água: partindo da posição inicial, o cotovelo semifletido deve permanecer 
em contato com a região occipital do paciente e o antebraço do membro oposto apoiará na região 
sacral, assim o fisioterapeuta elevará o corpo do paciente de forma sutil quando ele inspirar e 
descerá quando ele expirar.
• Sanfona: a partir da posição anterior, flexione os dois joelhos do paciente com o apoio de uma 
das mãos e realize o movimento de levar os joelhos próximos ao tronco, afundando os quadris 
repetidas vezes, como se estivesse tocando uma sanfona.
105
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Figura 89 – Movimento de sanforna ou acordeom, em que o tronco e os joelhos do paciente se 
aproximarão algumas vezes, como se o fisioterapeuta estivesse tocando o instrumento musical
• Rotação da perna de dentro e de fora: partindo da posição da sanfona, capture somente um 
dos joelhos, apoiando a região posterior com uma das mãos, e deixe que o outro membro inferior 
afunde. Com o membro capturado o fisioterapeuta realiza movimentos de abdução, adução e 
flexão do quadril. Ao finalizar um lado, realizará os mesmos movimentos com o lado oposto.
Figura 90 – Movimento de rotação da perna de dentro e de fora, em que o fisioterapeuta, com apoio 
de uma das mãos da região posterior do joelho do paciente, realizará movimentos com o 
quadril de flexão, abdução e adução, mobilizando de forma passiva essa articulação
• Balançando joelho-cabeça: essa posição assemelha-se ao ato da mãe ninar o bebê, promovendo 
o balanço como se o fisioterapeuta estivesse segurando o paciente no colo. Ele aproxima o rosto do 
paciente ao seu tronco anterior e o desloca sutilmente, como se o estivesse embalando para dormir.
106
Unidade II
Figura 91 – Movimento balanço joelho-cabeça, que simula o ato de 
ninar um bebê, trazendo aconchego ao paciente
• Balanço do quadril ou alga marinha: o paciente ficará em decúbito dorsal, com sua cabeça 
apoiada entre a cabeça e um dos ombros do fisioterapeuta, que apoiará as mãos nos quadris 
do paciente, uma de cada lado, e deslocará o tronco sutilmente para a direita e a esquerda. Os 
membros superiores relaxados e completamente livres se deslocarão, parecendo uma alga.
• Puxão na coluna: com o paciente em decúbito dorsal, apoia-se uma das palmas da mão na 
região occipital e a outra na lombossacra, realizando tração na cervical e lombossacral separadas. 
Após um movimento, como se quisesse levar as mãos para lados opostos, afastando-as, uma mão 
tracionará em direção à cabeça e a outra, em direção aos pés.
• Ondulando a coluna: o fisioterapeuta pode assumir a posição de arqueiro, apoiando um dos joelhos 
no fundo da piscina ou plataforma, mantendo o paciente sem movimentos. Eles realizarão, com 
o pé apoiado no chão, pequenos toques no fundo da piscina, gerando uma pequena turbulência 
e promovendo um leve balanço na região do sacro externo.
• Sela aberta: o fisioterapeuta manterá os membros afastados e flexionados e colocará o paciente 
com a face dele frente a sua, mantendo as coxas apoiadas nas suas. Nessa posição é possível 
tracionar a cervical, mobilizá-la e massagear a região posterior da cervical e tronco.
• Finalização da sessão: o paciente é colocado na posição vertical, de forma suave e lenta. O 
fisioterapeuta promove o estímulo da parede nas costas do paciente e vai monitorando o retorno, 
estimulando o apoio dos pés do paciente no chão.
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FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Exemplo de aplicação
Caso clínico: VLVP, 55 anos, professora universitária, apresenta dores musculares em diversas regiões 
do corpo, fadiga muscular, insônia e sono fragmentado, dificuldade de concentração e depressão. Tem 
como diagnóstico médico fibromialgia.
Baseado no aprendizado de hidrocinesioterapia e das técnicas específicas, cite dois objetivos e 
descreva duas condutas a serem realizadas com essa paciente na piscina terapêutica.
 Resumo
A utilização da água como recurso terapêutico é uma prática muito 
antiga e acompanha a história da humanidade. Ela se iniciou com banhos 
terapêuticos e evoluiu para a aplicação da terapia ativa supervisionada e 
o desenvolvimento de técnicas específicas, sendo amplamente utilizada 
atualmente na reabilitação ou prevenção de alterações funcionais dos pacientes.
A hidrocinesioterapia é um recurso essencial na fisioterapia. Ela se 
utiliza de exercícios terapêuticos dentro d’água, trazendo a ludicidade e o 
prazer à terapia.
Esse recurso promove a facilidade de alcançar objetivos terapêuticos 
de forma mais rápida, já que dentro d’água é possível realizar exercícios 
com menor sobrecarga e menos dor, o que garante maior mobilidade, 
funcionalidade e independência. Muitos pacientes que apresentam 
dificuldades de transferência no solo conseguem realizá-las com 
independência na água.
Desde o nascimento temos experiências prazerosas dentro d’água e elas 
serão reativadas durante a fisioterapia aquática, por isso vemos o paciente 
sorrir e querer mergulhar, se deslocar e movimentar o seu corpo na água de 
forma instintiva. Isso traz o sucesso nessa abordagem.
A hidrocinesioterapia sempre é direcionadapor um fisioterapeuta, 
porém ele pode trabalhar de forma individual ou em grupo, dependendo 
da técnica escolhida ou das pessoas atendidas.
A hidrocinesioterapia deve ser iniciada após uma avaliação minuciosa 
do paciente no solo e na água, para entender a queixa principal, as doenças 
de base, as alterações físicas, a intensidade e as características dolorosas 
e as alterações físicas e funcionais. É necessário compreender como o 
paciente se relaciona com esse meio diferente, como entra e sai da piscina, 
108
Unidade II
se tem medo de água, se apresenta bom controle respiratório, equilíbrio e 
marcha e como se desloca na água.
Após a avaliação, desenvolve-se um plano terapêutico a ser trabalhado 
na água, de acordo com as necessidades específicas do paciente. Uma grande 
variedade de exercícios e abordagens realizados pelo fisioterapeuta no solo 
podem ser realizados dentro d’água, muitas vezes com mais sucesso. Por 
exemplo, ao realizar um treino de equilíbrio com um idoso na água, ele terá 
diversos estímulos de instabilidade, porém dentro d’água há menor risco de 
quedas, o que garantirá a possibilidade de se arriscar mais e evoluir na terapia.
Na hidrocinesioterapia existem abordagens específicas, como: 
aquecimento, em que o paciente irá se preparar para a sessão, por exemplo, 
realizando voltas na piscina; flexibilidade, em que ele conseguirá realizar 
os movimentos com menor dor e limitação funcional; treino de força, no 
qual podemos usar o recurso da viscosidade da água ou agregar carga 
através de equipamento aquáticos; treino de equilíbrio, já que a piscina 
é um ambiente instável, que aciona os sistemas responsáveis, garantindo 
a compensação; treino de marcha, no qual é possível realizar de forma 
precoce, por exemplo, a reabilitação de pacientes com limitação de carga 
no membro após cirurgias ortopédicas; treino respiratório, importantíssimo 
de ser realizado com todos os pacientes, já que para se adaptar à água 
é necessário saber respirar nela de forma adequada para não engoli-la e 
ganhar confiança; treino aeróbico, em que é possível colocar o paciente 
com limitações de sobrecarga articular, como obesidade, para realizar 
caminhada ou corrida numa esteira aquática; e relaxamento, que pode ser 
realizado com flutuação ativa ou passiva e manipulações.
Dentro da hidrocinesioterapia incluímos as técnicas específicas 
Halliwick, Bad Ragaz e Watsu. Cada uma delas tem suas particularidades e 
abordagens diferentes, podendo ser amplamente utilizadas para atingir os 
objetivos terapêuticos.
A técnica Halliwick é uma abordagem baseada nos conceitos da 
natação associados à reabilitação. Seu principal objetivo é garantir a 
independência do paciente. As atividades são realizadas em grupo, com 
algumas abordagens individuais para melhorar a integração. Equipamentos 
de flutuação são extremamente indesejáveis, e utilizam-se estímulos 
lúdicos, como jogos, rodas e música, o que torna a terapia muito prazerosa, 
mostrando e ensinando ao paciente a felicidade de estar na água.
Por sua vez, a técnica Bad Ragaz tem como principal objetivo promover a 
estabilidade de tronco associada à realização de exercícios resistidos, sempre 
garantindo a segurança do paciente. Diferentemente da técnica Halliwick, 
109
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
nessa abordagem os equipamentos de flutuação são extremamente 
necessários, já que o paciente é sustentado por eles, colocando-se um 
flutuador na cervical e outro no quadril, partindo da posição de decúbito 
dorsal na água. Na Bad Ragaz, o atendimento é individualizado.
Já a técnica Watsu visa ao relaxamento na água através de movimentos 
passivos, trações, mobilizações e massoterapia. O paciente é sustentado nos 
braços do fisioterapeuta, que realiza deslocamentos suaves, rítmicos e lentos, 
no ritmo da respiração. Essa técnica assemelha-se a uma dança na água.
Concluindo, vimos que a fisioterapia aquática tem se mostrado muito 
efetiva para pacientes de diferentes idades, pois tornou-se uma estratégia 
divertida, o que aumentou a adesão ao tratamento.
 Exercícios
Questão 1. (CSM/Marinha 2011) O método Halliwick é familiar para a maioria dos profissionais de 
reabilitação aquática. Em relação a esse método, é correto afirmar que:
A) os pacientes recebem uma grande carga de estimulação vestibular quando são puxados, 
empurrados ou virados na água.
B) facilita a capacidade de criar um movimento mentalmente desejado e fisicamente controlado por 
quaisquer meios sem recursos de flutuação.
C) usa movimentos maiores, trabalhando a partir de uma posição completamente flexionada para 
uma completamente estendida, ou vice-versa.
D) usa diferentes tipos de flutuadores ou equipamentos como pás de mão.
E) busca sempre o aumento da velocidade de movimento.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o exercício é realizado em grupos, sendo aplicado sob uma forma individualizada, com 
um terapeuta para cada paciente, até o momento em que a independência completa seja atingida. 
Portanto, os pacientes não recebem grandes cargas de estimulação.
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Unidade II
B) Alternativa correta.
Justificativa: inicia-se com a adaptação na água e finaliza com o paciente tendo a habilidade de 
realizar deslocamentos independentes na piscina e nados básicos, momento em que o paciente está 
formado como um indivíduo confiante e feliz na água.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o paciente aprenderá a habilidade de controlar qualquer rotação sobre o eixo 
frontotransversal, promovendo o deslocamento anteroposterior. Um exemplo de atividade a ser 
trabalhado nesse ponto é o deslocamento da posição de decúbito dorsal para a posição em pé e vice-
versa. Esse deslocamento deve ser realizado com o paciente em decúbito dorsal na água com apoio da 
cabeça no ombro do fisioterapeuta, que realizará um leve toque no quadril do paciente, solicitando o 
deslocamento para a posição em pé e posteriormente para decúbito dorsal.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não se utilizam flutuadores nesta técnica, já que o objetivo é proporcionar independência 
e garantir que o paciente consiga se deslocar na piscina sem auxílio.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: o paciente evolui de forma independente e confiante, podendo vivenciar a experiência 
de ser deslocado pela água.
Questão 2. (Instituto AOCP 2015) A água é um recurso usado pelo fisioterapeuta para tratar vários 
tipos de patologias. Um dos métodos utilizados como terapia é o Bad Ragaz, que foi desenvolvido pelo 
Dr. Knupfer. Esta atividade terapêutica consiste na realização de exercícios dentro de uma piscina com 
água em torno dos 34 °C. Quanto ao método terapêutico de Bad Ragaz, assinale a alternativa incorreta:
A) Utilizam-se as propriedades físicas da água, como a flutuação.
B) O paciente fica posicionado em decúbito ventral.
C) Utilizam-se flutuadores no paciente.
D) Foi agregada ao método a facilitação neuromuscular proprioceptiva por Bridget Davis.
E) A água da piscina deve ser aquecida.
Resposta correta: alternativa B.
111
FISIOTERAPIA AQUÁTICA
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: são características do método o uso das propriedades da água, como turbulência 
e hidrodinâmica (posição de menor resistência); a flutuação com suporte; o restabelecimento dos 
movimentos anatômicos, biomecânicos e fisiológicos das articulações e músculos em padrões funcionais 
e a aplicação individualizada, utilizando boia ou flutuador cervical, flutuador circular grande para o 
quadril e vários flutuadores circulares pequenos.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o paciente fica posicionado em decúbito dorsal, em posição anatômica ou diagonal.
C) Alternativa correta.
Justificativa: os flutuadores ficam na região da cervical, para que se mantenha as orelhas acima do 
nível da água e possa escutar os comandos do terapeuta. Outro flutuador maior é colocado na altura de 
L5-S2 e pequenos flutuadores, abaixo dos joelhos e

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