Poder Constituinte

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Aula 02
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Assunto Poder Constituinte
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Posição da Apostila OK
Status ✨ Perfeito
O Poder Constituinte é responsável por elaborar e fazer valer uma nova 
constituição.
Conceito
O poder constituinte se trata de um poder político, pré-jurídico e extrajurídico.
Podemos definir o poder constituinte como uma potência que recria, cria ou 
modifica a estrutura jurídica e política do Estado, em virtude da sociedade 
política.
O poder constituinte é um poder HISTÓRICO, UM PODER DE FATO, não 
podendo ser definido como sendo um poder jurídico.
@August 15, 2022
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Poder Constituinte Originário
Definição
É aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a 
ordem jurídica precedente, e possui como objetivo fundamental criar um novo 
Estado.
Classificação
Quanto à sua dimensão, o poder constituinte originário classifica-se em:
1. Poder Constituinte Material: corresponde a um poder de autoconformação do 
Estado segundo determinada ideia de direito, ou seja, aquele que qualifica o 
que é constitucional, permitindo que o primeiro (Poder Constituinte Formal) 
atribua a consolidação da constitucionalidade.
2. Poder Constituinte Formal: corresponde a um poder de edição de normas 
com forma e força jurídica próprias das normas constitucionais, ou seja, é a 
criação, a atribuição de constitucionalidade a um conjunto de normas
Quanto à manifestação histórica, o poder constituinte originário classifica-se 
em:
1. Histórico (ou fundacional): é o verdadeiro poder constituinte originário, vez 
que estrutura, pela primeira vez, o Estado, dando origem a uma ordem política e 
jurídica inexistente anteriormente
2. Revolucionário (ou pós-fundacional): constituiu o poder constituinte posterior 
ao histórico, rompendo por completo com a antiga ordem e instaurando uma 
nova, um novo Estado.
Características do Poder Constituinte Originário.
O poder constituinte originário é dotado das seguintes características:
1. Fundacional: nesta perspectiva, o poder constituinte é concebido como marco 
criador, inicial, da nova ordem jurídica estatal, implicando um rompimento com a 
ordem anterior e a inauguração de uma nova ordem jurídica.
2. Autonomia: o poder constituinte é um poder autônomo e exclusivo, visto que 
não se concebe a coexistência de dois poderes constituintes no âmbito de uma 
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mesma comunidade estatal, assim como não se concebe a coexistência de 
duas soberanias.
3. Supremacia: o poder constituinte é um poder superior, e juridicamente ilimitado 
e incondicionado.
4. Incondicional: o poder constituinte é também um poder incondicionado, visto 
que sua organização e sua atuação não podem ser submetidas a termos ou 
condições previamente estabelecidos.
5. Permanente (ou vitalício): o poder constituinte não desaparece com a entrada 
em vigor da constituição.
6. Inalienável: o poder constituinte pode vir a se manifestar a qualquer momento, 
visto que ao povo (como titular do poder constituinte) cabe sempre decidir sobre 
a manutenção, alteração e mesmo substituição de determinada ordem 
constitucional vigente.
Poder Constituinte Originário e direitos adquiridos
Direitos adquiridos ocorrem quando determinada pessoa já tenha obtido o 
preenchimento de todos os requisitos normativos para obtenção de certa 
vantagem ou prerrogativa, mas não tenha ainda iniciado seu desfrute.
Apenas o constituinte pode criar exceções ou regras de transições, se entender 
como melhor tal situação.
Dinâmica Constitucional
Diz respeito aos efeitos das normas constitucionais no tempo (passado-
presente-futuro)
A Recepção de normas infraconstitucionais tem como finalidade conciliar o 
Poder Constituinte Originário com o vácuo legislativo (este originado de 
instauração de uma nova ordem constitucional)
É importante salientar que a Recepção pode acontecer com o mesmo status ou 
com status diferenciado, como assim? Por exemplo: O Código Tributário 
estabelecido antigamente como LEI ORDINÁRIA passar a ser uma LEI 
COMPLEMENTAR após o novo ordenamento jurídico de 1988, ou seja, o Poder 
Constituinte Originário determinando um status diferenciado, ou até mesmo 
adequando, por exemplo, o código penal estabelecido como decreto de lei em 
1940 passar a ser por lógica de equivalência como lei ordinária.
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Desconstitucionalização: fenômeno da dinâmica constitucional em que 
normas de uma Constituição anterior (Constituição revogada) são 
recepcionadas pelo novo ordenamento constitucional (pela nova Constituição), 
porém com o status de normas infraconstitucionais.
Repristinação: repristinação, no qual, normas infraconstitucionais elaboradas 
(e em vigor) sob a base de um ordenamento constitucional não são 
recepcionadas por um novo ordenamento constitucional (ocorrendo a revogação 
normativa), e, posteriormente, em virtude de uma nova Constituição, essas 
normas voltariam a vigorar (volta da vigência de normas que já haviam sido 
revogadas).
Recepção Material ou reconstitucionalização: consiste na possibilidade de 
normas de uma constituição anterior serem recepcionadas pelo novo 
ordenamento constitucional (pela nova constituição) “ainda” como normas 
constitucionais (com o status de normas constitucionais).
Poder Constituinte Derivado
Pode ser definido como sendo aquele criado e instituído pelo poder constituinte 
originário, mediante a imposição de limites e condições, sendo, nesse sentido, 
limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos.
⚠ O poder constituinte originário estabeleceu 04 (quatro) modalidades de 
limites e condicionantes ao poder constituinte derivado:
1. Temporais: representa uma determinação feita pelo próprio Poder Constituinte 
Originário no sentido de proibir ou impedir as manifestações do Poder 
Constituinte de Reforma em um determinado lapso temporal.
2. Circunstanciais: por determinação do Poder Constituinte Originário, o texto 
constitucional pode trazer uma vedação para alterações em períodos de 
agitação política extrema, seja em razão de fatores naturais (catástrofes), seja 
sociais (golpes, guerra civil ou externa), ou seja, situações de desequilíbrio ou 
eclosão social.
3. Formais ou Procedimentais: por determinação do Poder Constituinte 
Originário, o texto constitucional consagra um procedimento próprio para que se 
opere as alterações em seu texto, ou seja, iniciativa para deflagração do 
processo (limites formais subjetivos) e da tramitação do processo, ou seja, 
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turnos de votação, quórum para aprovação, forma de promulgação e de 
possibilidade de reapresentação de propostas de emenda rejeitadas (limites 
formais objetivos).
4. Limitações Substantivas ou Materiais: são identificadas ou como normas que 
impossibilitam a inserção de matérias na Constituição (limites materiais de 
cunho inferior) ou como normas que impedem a supressão (abolição) de 
determinados temas ou matérias estabelecidas em um texto constitucional 
(limites materiais de cunho superior).
Poder Constituinte Derivado Decorrente
Representa a possibilidade que os Estados-membro têm de se auto-
organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais.
Visa complementar a Constituição com a obra pproduzida pelos Estados-
membro.
Princípios constitucionais sensíveis
Estão previstos no art. 34, VII, da Constituição de 1988, seu 
descumprimento pelos Estados-membros autoriza a sanção política de 
intervenção federal. Portanto, são normas que uma vez inobservadas, 
ensejam a intervenção federal
Princípios federais extensíveis
São as normas centrais comuns à União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, de observância obrigatória e que percorrem toda a 
Constituição.
Princípios constitucionais estabelecidossão normas espalhadas pelo texto constitucional responsáveis por organizar 
a Federação, subdividindo-se em normas competência e normas de 
preordenação.
⚠ O poder constituinte derivado decorrente pode se subdividir em:
1. Poder constituinte derivado decorrente inicial: poder de estabelecer a 
Constituição do Estado-Membro.
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2. Poder constituinte derivado decorrente de reforma estadual (ou poder 
constituinte derivado decorrente de segundo grau ou anômalo): destinado 
a rever e modificar o texto da Constituição Estadual.
Poder constituinte derivado reformador
Tem a capacidade de modificar a Constituição Federal, por meio de um 
procedimento específico, estabelecido pelo originário, sem que haja uma 
verdadeira revolução.
Limites Formais
Art. 60, I, II e III, da CR/88 (limites formais subjetivos)*
Art. 60, §§2º, 3º e 5º da CR/88 (limites formais objetivos)*
Limites Circunstanciais
Em determinadas circunstâncias de desequilíbrio (eclosão social) não 
haverá alteração da Constituição. Nesses termos, a Constituição não 
poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de 
defesa ou de estado de sítio.
Limites Materiais
1. Explícitos: os limites materiais presentes no art. 60, §4º da CR/88 são 
intitulados de limites materiais explícitos, na medida em que o Poder 
Constituinte Originário deixou assente, de forma expressa, as matérias que 
não poderiam ser abolidas da normatividade constitucional. Essas matérias 
podem ser objeto de emenda constitucional, desde que venha sofisticar ou 
mesmo ampliar a normatividade que lhe é ínsita. Não pode ser objeto de 
deliberação proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de 
Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos 
Poderes; e os direitos e garantias individuais.
2. Implícitos: dizem respeito a determinadas matérias, que embora não 
estejam literalmente impedidas de serem abolidas, nos termos expressos do 
art. 60, §4º da CR/88, podem ser consideradas como matérias que também 
não podem ser suprimidas (abolidas), sob pena de ferir de morte o sistema 
constitucional e o seu núcleo essencial engendrado pelo Poder Constituinte 
originário.