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UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE AGRICULTURA SINTRÓPICA PARA A RESTAURAÇÃO DA AGROECOLOGIA NA REGIÃO DO ALTO URUGUAI

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UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE AGRICULTURA SINTRÓPICA PARA A RESTAURAÇÃO DA AGROECOLOGIA NA REGIÃO DO ALTO URUGUAI.
1. INTRODUÇÃO
A preocupação com o desenvolvimento sustentável das cidades e regiões vem sendo discutido há algum tempo, buscando equilíbrio entre crescimento econômico e sustentabilidade. Esse é um tema de estudo em âmbito nacional e internacional e requer criar novos hábitos sustentáveis na sociedade. O estudo do meio ambiente é muito amplo, não se referindo apenas aos recursos naturais, mas também, ao meio físico, transformado o meio ambiente em ambiente antrópico (ação humana), contudo, à construção de um modelo de produção alternativo é de extrema importância (BUSS et al., 2014).
Alguns autores (Ernst Götsch, 1996; Bandeira, 2011) salientam a impôrtancia da conservação dos recursos naturais, com o objetivo de regenerar as áreas que foram danificadas ao longo de sua exploração, neste processo o termo sintropia, é utilizado para destacar todos os procedimentos de envolver a reabilitação do solo, trabalhando sempre a favor da natureza associando produção agrícola com florestas, recuperando o solo ao invés de explorá-lo. 
Nesse tema, a agricultura sustentável é uma atividade que proporciona ao homem produzir alimentos (ODS 2, fome zero e agricultura sustentável), contribui também paro desenvolvimento do meio rural. A produção agrária ao longo do tempo tem desenhado paisagens contribuindo para a preservação da biodiversidade através da utilização das terras de uma forma adequada as condições naturais para o desenvolvimento sustentável como “um processo que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (WCED 1987, p. 16).
A presente pesquisa tem por objetivo elaborar um plano para restaurar a floresta aplicando o método de agricultura sustentável, respeitando os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), caracterizado na agenda 2030 na ONU. Ademais correlacionar os objetivos 2, bem como as metas estabelecidos durante a Conferência Rio+20 em 2012, como forma de contribuição para a região do alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, visando a promoção da qualidade de vida e minimizando os impactos ambientais, afim de colabor com desenvolvimento sustentável regional e contrubuír orientando a população para o uso eficiente dos recursos naturais.
2.	PROBLEMA DA INVESTIGAÇÃO 
Com a extensa produção agropecuária nas últimas décadas, onde a agricultura é baseada no modelo agroindustrial de produção, com o uso intensivo de produtos químicos, sementes híbridas e a mecanização agrícola (BRUNO, 2008), o que leva a diminuição dos recursos naturais, tornando-os escassos. A produção das principais culturas do país como soja, milho, trigo entre outras, segundo Plein e Holderfer (2000, p.3), é um modelo consumista de insumos externos e “altamente poluente da água, solos e alimentos, causando contínuo empobrecimento das propriedades agrícolas, êxodo rural, exclusão social e perda de cidadania”. 
Contudo, novos modelos vem sendo implantados para a diminuição destes impactos, os estudos pelas quais os modelos de processos hidrológicos, são de extrema importância, e o fluxo de águas subterrâneas. O balizamento das técnicas de medições hídricas, a capacidade de mensuração do tudo o que se deveria saber sobre sistemas de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF). As técnicas aplicadas a esses modelos, o principal objetivo é criar um método de avaliar as estimativas de impactos causados pela ação das atividades antrópicas. Entretanto, o objetivo é estudar modelos para prevenir e melhorar os problemas ambientais. Dessa maneira os modelos de sucessão florestal na integração das várias espécies que compõem o sistema como um todo, poder aliar produção sustentável com desenvolvimento sustentável, é uma importante ferramenta para a execução do presente estudo.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Propor aos estudantes a elaboração de um plano para restaurar a agroecologia aplicando o método de agricultura sintrópica tendo como base as ações sustentáveis inerentes aos ODS.
4. BASE TEÓRICA
4.1 Educação no campo
Molina; Antunes-Rocha, (2014), colocam que a discussão acerca da formação de educadores na perspectiva da Educação do Campo exige que seja explicitado o projeto de sociedade, de campo e escola que se quer construir. Com esse conjunto é possível definir qual o perfil e que formação é necessária para fundamentar práticas coerentes com os princípios e valores que estruturam essa concepção. Assim é necessário o uso de ferramentas que priorizem a educação no campo com apoio à produção, na perspectiva da mudança na produção de alimentos, objetivando uma produção sustentável com o uso de tecnologias que auxiliem na preservação dos recursos naturais.
4.2 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Os ODS foram críados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um apelo universal para proteger o planeta e garantir dignidade para a população mundial. Os ODS foram criados no Brasil, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável no Rio de Janeiro, em 2012. O intuíto da sua elaboração foi a produção de um conjunto de objetivos que conduzissem os governos, empresas e sociedades para um mundo mais sustentável e inclusivo. São 17 objetivos, o presente trabalho teve como base para o desenvolvimente deste trabalho o objetivo 2 e 15. O objetivo dois que tem como tema “Fome zero e agricultura sustentável”, é embasado no alcance da segurança alimentar para todas as pessoas, além de uma melhor nutrição por meio da promoção de uma agricultura sustentável, já o objetivo 17 abrange a seguinte tematica “Vida terrestre” onde  o objetivo indica a proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres. E também o manejo sustentável das florestas, o combate contra a desertificação e a adoção de medidas para reverter a degradação do planeta e a perda da biodiversidade (CARDINALLI, 2019).
5.3 Agroecologia
Os princípios básicos de sustentabilidade como sendo o “desenvolvimento que satisfaça as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”, tendo como, princípio fundamental “Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos”. E, para critério de sustentabilidade: melhorar a qualidade de vida humana; conservar a vitalidade e a diversidade do planeta terra; minimizar o esgotamento de recursos não-renováveis; permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra (LOZANO, 2012, p. 17). 
Tal cenário a prática agroecológica é conhecida como possibilidade de sustentabilidade para o meio rural, por dispor de base tecnocientíficas e estratégias para o desenvolvimento rural compatíveis com aquelas utilizadas pela agricultura familiar. Assim é importante políticas públicas de apoio ao processo de transição do atual modelo de agricultura convencional, para estilos de agricultura sustentável. Segundo Meirelles (2004), ela surge como uma resposta socioambiental aos problemas ocasionados pela Revolução Verde. Através das práticas agroecológicas se visa a permanência das famílias no campo com o do manejo sustentável dos solos, a conservação dos recursos naturais, a valorização dos saberes locais e a independência dos pequenos agricultores que comercializam seus produtos sem a presença do atravessador (SANTOS et al., 2014).
5.4 Agricultura sintrópica
A agricultura sintrópica é extremamente funcional, na qual intercala as produções utilizando técnicas de fortificação do solo da própria natureza, como matéria orgânica natural, aplicável na pequena propriedade e pode ser realizada em qualquer terreno e suas plantas apresentam pouca incidência de pragas ou doenças, há um equilíbrio da natureza e faz com que o solo esteja sempre bem nutrido e que garanta a qualidade do produto final, pois através desse método a mata mantém as estruturas permitindo um convívio da fauna e da flora (ODS 15), sem que seja necessário o desmatamento ou a expulsão de espéciesnativas (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1990; UNEP, 2015).
O processo pode ser usado na produção de olericulturas (é a área da horticultura que abrange hortaliças, vegetais e tubérculos), sendo a técnica de poda a fonte primaria para a reintegração do solo, neste modelo pode ser visto a diversificação da produção e melhor aproveitamento das áreas. No Brasil esse assunto vem ganhando força pela técnica usada sem agredir o meio ambiente, e pela praticidade para o produtor adotar, pois é um sistema no qual não usa agrotóxico e após a colheita o solo fica mais rico em matéria orgânica, melhorando assim a qualidade dos produtos gerados na fazenda. Assim, se faz necessário o uso destas ferramentas para a diminuição de impactos ambientais. Acredita-se na educação no campo como princípio para alcalçar estes objetivos, motivando o produtor a produzir alimentos agroecologicos 
REFERÊNCIAS
BANDEIRA. P. S. Uma experiência de institucionalização de regiões no Brasil: os Coredes do Rio Grande do Sul. In: DALLABRIDA, V. R. (Org.). Governança territorial e desenvolvimento: descentralização político-administrativa, estruturas subnacionais de gestão do desenvolvimento e capacidades estatais. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.
BERTONI, J; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Ícone, 1990.
BUSS, P. M; et al. Desenvolvimento, saúde e política internacional: a dimensão da pesquisa & inovação. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 32 Sup 2. Disponível em: < http://www.scielo.br/ >. Acesso em: 23 out. 2019.
BRUNO, R. Agronegócio e Novos modos de Conflituosidade. In: FERNANDES, B. M. (Org.). Campesinato e Agronegócio na América Latina: a questão agrária atual. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 83-105.
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<www.etec.ufsc.br>. Acesso em: 23 out. 2019.
FREITAS, H; et al. O método de pesquisa survey. São Paulo: RAUSP, 2000. GÖEST, E. O renascer da agricultura. Rio de Janeiro: Cadernos T. A., 1996.
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