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SUSTENTABILIDADE E A AGRICULTURA Professoras: Drª. Paula Toshimi Matumoto Pintro Me. Yony Brugnolo Alves Espª. Simoni Alexandre DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Educacional Rossana Costa Giani Design Gráfico Isabela Mezzaroba Belido Ilustração Marcelo Goto e Isabela Mezzaroba Belido C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PINTRO, Paula Toshimi Matumoto; ALVES, Yony Brugnolo; ALEXANDRE, Simoni. Agricultura Familiar e Agronegócio. Paula Toshimi Matumoto Pintro; Yony Brugnolo Alves; Simoni Alexandre. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 38 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Agricultura. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 306 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário SUSTENTABILIDADE|9 |17 |25 AGRICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL AGRICULTURA FAMILIAR E ALTERNATIVAS PARA O SUCESSO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer as dimensões da sustentabilidade. • Apresentar conceitos sobre agricultura familiar sustentável. • Reconhecer as alternativas para melhorar o potencial da agricultura familiar. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Sustentabilidade • Agricultura Familiar sustentável • Agricultura Familiar e alternativas para o sucesso SUSTENTABILIDADE E A AGRICULTURA INTRODUÇÃO Prezado (a) aluno (a), Seja bem-vindo a esta etapa de estudos! Agora estudaremos, ainda no contex- to da Agricultura Familiar e o Agronegócio, as questões da sustentabilidade. Agora, a proposta de estudos sobre a sustentabilidade dentro do agronegócio e da agri- cultura familiar está dividida em três tópicos: Sustentabilidade, Agricultura Familiar sustentável e Agricultura Familiar e alternativas para o sucesso. Nossos estudos iniciam-se com o conceito de sustentabilidade e a apresentação de suas dimensões. São expostas nove dimensões da sustentabilidade, sendo elas: a ambiental, a econômica, a social, a ecológica, a cultural, a espacial, a demográfica, a política e a institucional. Pós-Universo 7 Logo depois, serão sintetizadas algumas vertentes de uma agricultura familiar sustentável. Nessa sequência, é possível compreender as diferentes formas de pro- duções agroecológicas, como por exemplo: a agricultura orgânica, a biológica, a biodinâmica, a natural e a permacultura. Também será explicitado o conceito de agricultura familiar convencional e sua comparação com as práticas agroecológicas. Nossa última aula, dentro desse contexto, trata da descrição de fatores que permi- tem a agricultura familiar estar em direção ao sucesso, como: a educação, a confiança, a tecnologia, a organização e a sucessão familiar. Bons estudos! Pós-Universo 8 Pós-Universo 9 SUSTENTABILIDADE No ano de 1972, em Estocolmo, capital da Suécia, realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano. Organizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), o evento propôs debater acerca do tema sustentabilidade (VILPOUX; OLIVEIRA, 2011). Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), da ONU, conceituou oficialmente o termo sustentabi- lidade. Definiu-se como “[...] a capacidade de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p.9). Desde então, surgiram várias definições para sustentabilidade aplicada ao agro- negócio. Segundo EHLERS, 1994 (apud SILVA, 2012, p. 27) e KAMIYAMA, 2011 (apud SILVA, 2012, p. 27). “ Agricultura sustentável não constitui algum conjunto de práticas especiais, mas sim um objetivo: alcançar um sistema produtivo de alimento e fibras que: (a) aumente a produtivida de dos recursos naturais e dos sistemas agrícolas, permitindo que os produtores respondam aos níveis de demanda engendra- dos pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico; (b) produza alimentos sadios, integrais e nutritivos que permitam o bem-estar humano; (c) garanta uma renda líquida suficiente para que os agricultores tenham um nível de vida aceitável e possam investir no aumento da produ- tividade do solo, da água e de outros recursos e (d) corresponda às normas e expectativas da comunidade . Com a ajuda de especialistas, Ehlers (1994 apud FAO, 2014) e Kamiyama (2011 apud FAO,2014) conceitua agricultura sustentável como: “ O manejo e a conservação da base de recursos naturais, e a orientação da mudança tecnológica e institucional, de maneira a assegurar a obtenção e a satisfação contínua das necessidades humanas para as gerações presen- tes e futuras. Tal desenvolvimento susten tável (na agricultura, na exploração florestal, na pesca) resulta na conservação do solo, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais, além de não degradar o ambiente, ser tecnica- mente apropriado, economicamente viável e socialmente aceitável. Pós-Universo 10 O SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2009, p.6), diz que “[...] é sustentável porque preserva a qualidade do solo e das fontes de água, in- centiva o associativismo dos pro dutores e aponta novos canais de comercialização dos produtos, permitindo boas colheitas agora e no futuro”. Todos estes conceitos remetem à ideia que sustentabilidade é mais que uma questão ambiental e aborda outras esferas, como questões econômicas e sociais. O cenário de revoluções industriais e tecnológicas dos últimos três séculos per- mitiu o acesso de novas técnicas de produção rural. Com a aceleração dos processos produtivos, começou-se a questionar sobre a impossibilidade de subsistência (JEVONS 1865; MALTHUS, 1998 apud MUELLER, 1998). No Brasil, com a redemocratização a partir da década de 1980, surgiram importan- tes políticas reforçando a ideia de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável. A Política Nacional do Meio Ambiente (1981) é um exemplo, que obrigou uma avalia- ção prévia sobre o impacto ambiental e licenciamento para atividades poluidoras. Na Constituição Federal, de 1988, foram incluídas no artigo 225, “questões relacionadas ao Meio Ambiente, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- -lo, possibilitando mais tarde a criação de leis específicas” (ARRUDA; QUELHAS, 2010, p. 5). Outro evento relevante foi o ECO RIO 92, que traçou metas a serem alcança- das no século XXI, descritas na chamada Agenda 21 (VILPOUX; OLIVEIRA, 2011). Veja alguns eventos acerca do tema, no quadro 1. Quadro 1 - Linha do tempo da sustentabilidade. 1911 – Criação da primeira Reserva Florestal do Brasil, no Acre. 1937 – Primeiro Parque Nacional do Brasil, Parque Itatiaia. 1960 – Fundação da Organização Internacional das Uniões de Consumidores, atual Consumidores Internacional. 1962 – Criação do Dia Mundial do Consumidor. 1967 – Edição dos Códigos Brasileiros de Caça, Pesca, Mineração e Lei de Proteção à Fauna. 1968 – Conferência da Biosfera, em Paris. 1972 – Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo. As primeiras definições do termo SUSTENTABILIDADE são criadas. 1981 – Lei brasileira que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente. 1985 – Descoberto buraco na camada de ozônio. 1985– Convenção de Viena, proteção da camada de ozônio. 1986 – Primeiro uso da palavra BIODIVERSIDADE, em fórum americano sobre diversidade biológica. Pós-Universo 11 1987 – No Relatório de Brundtlan, a ONU define o conceito de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capa- cidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. 1988 – Criação e 1º relatório do IPCC: Intergovernamental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. 1990 – Criação do IDH, Índice de Desenvolvimento Humano (ONU). 1992 – A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ECO-92), no Rio de Janeiro, lança as bases para a Agenda 21. 1981 – Lei brasileira que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente. 1995 – Berlim abriga a Primeira Conferência das Partes (COP) sobre Mudanças Climáticas. 1995 – Através de sua Comissão de Desenvolvimento Sustentável, a ONU registra o conceito de consumo sustentável como “o uso de serviços e produtos que respondam às necessidades básicas de toda a população e trazem a melhoria na qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduzem o uso dos recursos naturais e de materiais tóxicos, a produção de lixo e as emissões de poluição em todo o ciclo de vida, sem comprometer as necessidades das futuras gerações”. 1997 – O Protocolo de Kyoto é ratificado. 2000 – Com 50 milhões de assinaturas, o Manifesto 2000 é lançado, propondo ações para o consumo responsável. 2000 – O Brasil estabelece a Lei do Sistema de Unidade de Conservação, para proteger ecos- sistemas e recursos naturais. 2000 – Haia, Holanda (Estabelece o Crédito de Carbono). 2001 – Bonn, Alemanha (Criação de Fundo para Países em Desenvolvimento). 2005 – Inicia-se o Protocolo de Kyoto e Convenção do Clima. 2006 – Lançamento do Relatório Stern: Estudo sobre os efeitos na economia mundial das al- terações climáticas no próximos 50 anos. 2009 – Copenhagen, Dinamarca (recomendações para não ultrapassar a temperatura média global de 2ºC dos patamares de Revolução Industrial. 2010 – Cancun, México (Fundo Global para fomentar pesquisa de desenvolvimento susten- tável). Ano Internacional da Biodiversidade. No México, a COP 16 prorrogou o Protocolo de Kyoto e criou o Fundo Verde. 2010 – Programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono. 2011 – Ano Internacional das Florestas. 2012 – Rio de Janeiro: Rio +20 (Missão: Contribuir para definir a agenda do desenvolvimen- to sustentável para as próximas décadas). 2014 – AIAF: Ano Internacional da Agricultura Familiar. Fonte: adaptado da EMEF Pracinhas da FEB (2012). Pós-Universo 12 Quadro 2 - Legislação e políticas públicas relacionadas à sustentabilidade Estatuto do Índio Lei 6.001, de 19 de dezembro de 1973 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm> Política Nacional do Meio Ambiente Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm> Ação Civil Pública – Responsabilidade por danos cau- sados ao meio ambiente Lei 7.347, de 24 de julho de 1985 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm> Demarcação de Terras Indígenas Decreto 1.775, de 8 de janeiro de 1996 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1775.htm> Política Nacional de Recursos Hídricos Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm> Crimes Ambientais Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm> Sistema Nacional de Unidade de Conservação Lei 9.985, de 18 de julho de 2000 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm> Política Urbana Lei 10.257, de 10 de julho de 2001 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm> Convenção sobre Diversidade Biológica Medida provisória 2.186-16, de 23 de agosto de 2001 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2186-16.htm> Demarcação do Território Quilombola Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm> Informação Ambiental Lei 10.650, de 16 de abril de 2003 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.650.htm> Gestão de Florestas Públicas para a Produção Sustentável Lei 11.284, de 2 de março de 2006 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/ lei/l11284.htm> Proteção da Vegetação Nativa do Bioma Mata Atlântica Lei 11.428, de 22 de dezembro de 2006 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/ lei/l11428.htm> Pós-Universo 13 Política Nacional de Resíduos Sólidos Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/ lei/l12305.htm> Proteção da Vegetação Nativa “Novo Código Florestal” Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/ lei/l12651.htm> Fonte: adaptado de Junior (2012). “[...] desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem com- prometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades”. Fonte: Relatório Brundtland (1987). reflita Ressalta-se a diferença entre desenvolvimento sustentável e proteção ambiental. Ser sustentável é uma interconexão entre várias dimensões (ONU, 2012). Vilpoux e Oliveira (2011) apontam nove dimensões de sustentabilidade: a ambiental, a econômica, a social, a ecológica, a cultural, a espacial, a demográfica, a política e a institucional. A figura 1 esquematiza essas dimensões acerca da sustentabilidade. Ambiental Institucional Econômica Social Ecológica CulturaEspacial Demográ�ca Política Sustentabilidade Figura 1 - Dimensões da sustentabilidade. Fonte: adaptado de Vilpoux (2011). Pós-Universo 14 Sustentabilidade Ambiental Essa dimensão visa à manutenção dos ecossistemas, ainda que aja interferência humana. A sustentabilidade ambiental propõe o uso sustentável, conservação e a proteção dos recursos naturais. Sustentabilidade Econômica Equilibra domínios intersetoriais, como a segurança alimentar e a capacidade de modernização contínua dos instrumentos de produção. Refere-se à compatibilida- de entre padrões de produção e consumo, equilíbrio financeiro e acesso à ciência e tecnologia. Sustentabilidade Social A sustentabilidade social é a ideia proposta para redução da desigualdade social. Objetiva-se equidade na distribuição de renda e uma melhoria na qualidade de vida por meio dos serviços e recursos sociais. Já ouviu falar em empreendedorismo social? É um conceito relativamente novo mas que busca incentivar que as pessoas empreendam com respon- sabilidade social, ou seja, que tenham lucro resolvendo problemas sociais. Conheça mais em: <https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/>. Acesso em 22 abr. 2017. saiba mais Sustentabilidade Ecológica Busca meios de proteger o meio ambiente, com ações que reduzem o consumo. Incentiva atitudes como a reciclagem, a diminuição de poluentes e a geração de tec- nologias limpas. Um bom exemplo de sustentabilidade ecológica é a aplicação dos 5R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Reeducar e Repensar. https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/ Pós-Universo 15 Sustentabilidade Cultural Manutenção das diferenças culturais, valores, crenças e ecossistemas. É válido o incen- tivo de mudança/inovação quando acolhem as especificidades locais. Sustentabilidade Espacial Importa-se com o ordenamento territorial, equilibrando as relações inter-regionais entrerural e urbano e melhorando estes ambientes. Sustentabilidade Demográfica Estuda a dinâmica do crescimento econômico frente à taxa de crescimento demográ- fico. Diz-se das adequações necessárias, e a capacidade de um território explorar seus recursos. Sustentabilidade Política Aproximação do setor público e da população, na maioria das vezes, por iniciativas po- pulares. Essa esfera representa acesso à democracia e estimula a participação popular. Sustentabilidade Institucional Fortalece, cria e integra redes institucionais, públicas ou privadas, voltadas à sustentabilida- de. As instituições coordenam ações visando abrir caminhos fundamentais para o futuro. Calculadora da pegada ecológica Calcular a pegada ecológica e saber o quanto de terra é necessário para manter seus hábitos e estilo de vida. A Global Footprint Network disponibi- liza em seu site uma versão da calculadora em português. Para saber mais sobre esse cálculo, acesse o site: Global Footprint Network. Acesse o link dis- ponível em: <http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/ calculators/>. Acesso em 22 abr. 2017 saiba mais http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ Pós-Universo 16 Pós-Universo 17 AGRICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL Sustentabilidade e agroecologia A agricultura, ao longo dos anos, modificou os modos de produção. As revoluções agrícolas minimizaram as restrições do meio ambiente e a necessidade de mão de obra (ASSIS; ROMEIRO, 2002). Desde a década de 1950, a agricultura brasileira passou por um período de inova- ções tecnológicas, relacionadas à industrialização e à urbanização. Nos últimos anos, o Brasil aumentou significantemente a produtividade e tornou-se um dos maiores exportadores de produtos agropecuários (ALVES; CONTINI; HAINZELIN, 2005). Ressalta-se que as várias transformações e modernizações nos modos de pro- dução garantiram, ao longo da história, o fim do nomadismo e, por consequência, a origem das civilizações. Contudo, atualmente, desafia-se a agricultura a promover produções mais sustentáveis (BARBOZA et al., 2012). Visando minimizar os impactos sobre as dimensões da sustentabilidade, surge a agroecologia, que confronta as ideias do sistema convencional de produção e apre- senta alternativas agroecológicas (LIMA; CARMO, 2006). Um exemplo dessa nova proposta é o cultivo orgânico, que visa produções isentas de produtos fitossanitá- rios, fertilizantes químicos, organismos geneticamente modificados (OGM), entre outros (FAO, 2012). A agricultura orgânica, entretanto, não é sinônimo de agricultura agroecológi- ca, o alimento orgânico pode ser ecológico ou não. A pesquisa de Souza, Santos e Bezerra (2012) diferenciam e conceituam essas duas formas de produção. Pós-Universo 18 Alimentos orgânicos não usam produtos químicos sintéticos, ou gene- ticamente modificados. Produtos orgânicos industrializados devem ser produzidos sem ingredientes químicos artificiais, como os corantes. Produtos orgânicos não deixam de ser produzidos nos moldes da agricultura con- vencional ou da monocultura. Os produtos orgânicos apenas não usam a química industrial como principal meio de combate às pragas e de fonte de fertilizantes para adubação. A Agroecologia é a ciência dedicada ao estudo das relações produtivas entre homem e natureza, visando sempre a sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética. A proposta da Agroecologia é fazer uma contraposição ao agronegócio. As práticas agroecológicas se baseiam na pequena propriedade, na mão de obra familiar, em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais, redes regionais de produção e distribuição de alimentos Fonte: Souza, Santos e Bezerra (2012, p. 9). atenção A agroecologia como ciência investiga o funcionamento e interações de agrossistemas complexos. Foca-se na conservação e ampliação da biodiversidade, e, consequente- mente, em produções sustentáveis (ASSIS; ROMEIRO, 2002). A integração de saberes históricos dos agricultores, juntamente com os conhe- cimentos gerados pelas pesquisas, permite compreensão, análise e críticas. Assim, novas estratégias são geradas, novos modelos são desenhados, abrangendo formas de agriculturas mais sustentáveis (CAPORAL, 2009). Transitar a partir de métodos de cultivos convencionais para outros de menores impactos, como os métodos agroecológicos, exigem, igualmente, a incorporação e avanços do conhecimento científico (COSTABEBER, 1998). Na visão de Rosset et al. (2014, p. 10), “as mudanças devem iniciar em novas po- líticas agrárias com incentivos governamentais, incentivos a pesquisas, além do desenvolvimento e transferência de tecnologias eficientes, acessíveis e, acima de tudo, economicamente viáveis”. Propor inovações e métodos distintos para a produção, não condena ou exclui o uso de todas as formas de cultivos pelos agricultores familiares e não familiares. De acordo com a FAO (2012, p. 2), “é cada vez mais reconhecido que, com uma gestão adequada dos setores agrícolas, gera-se externalidades positivas cruciais”. Pós-Universo 19 Agricultura familiar e a produção convencional A produção convencional é um modo de produção muito abrangente. Nesse sistema pode-se utilizar tecnologias como: OGM (Organismo Geneticamente Modificado), híbrido, hidropônico, fertilizantes químicos, mecanização, produtos fitossanitários (herbicidas, inseticidas), melhoramento genético de plantas e animais, medicamen- tos alopáticos, e outras tantas propostas tecnológicas. Rosset et al. (2014), consideram em sua pesquisa que a agricultura convencio- nal é dependente de insumos externos, como fertilizantes e produtos fitossanitários. Coloca-se então, que quando utilizados de modo inadequado, pode contaminar os solos, a água e o ar. Segundo Gliessman (2001), a produção convencional visa maximizar produção e lucro. Os métodos adotados para geração dos resultados esperados são: o cultivo intensivo do solo, a monocultura, a irrigação, o uso de fertilizantes inorgânicos, o con- trole químico de pragas e a manipulação genética. De modo geral, os trabalhos acerca do tema “Agriculturas Convencionais” são con- troversos. Nesta pesquisa, buscou-se averiguar e expor a legalidade do uso destes recursos. Segue alguns exemplos, da regulamentação perante a utilização destas es- tratégias, de acordo com a legislação brasileira: • Fertilizantes – Lei 6.894, de 16 de dezembro de 1980 e Decreto 4.954, de 14 de janeiro de 2004. • Produtos fitossanitários – Lei 7.802, de 11 de julho de 1989 e Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002. • OGM – Lei 11.105, de 24 de março de 2005 e Decreto 5.591, de 22 de no- vembro de2005. Pós-Universo 20 Com isso, este livro expõe que é aceitável o emprego destes procedimentos/tecno- logias (uso de fertilizantes; produtos fitossanitário; OGM) na produção agropecuária brasileira. Notaram-se inúmeros trabalhos, mostrando em números, os resultados po- sitivos e negativos dos empregos destas diversas técnicas. Investigou-se que não há registros científicos contabilizando os percentuais de agricultura familiar convencio- nal no Brasil e no mundo. Contudo, considera-se que cabe aos agricultores familiares e/ou não familiares, técnicos e pesquisadores o uso ou desuso dessas tecnologias. Você sabe o que significa um alimento ser geneticamen- te modificado ou transgênico? conheça a definição e suas consequências em: <http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/ saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos>. saiba mais Agricultura familiar e a produção agroecológica A agroecologia é uma ciência que transcende o uso de ferramentas tecnológicas apli- cada pelos produtores. De acordo com Barboza et al. (2012, p.10). “ela surge como um conjunto de conhecimentos, técnicas e saberes que incorporam princípios eco- lógicos e valores culturais às práticas agrícolas”. Como ciência, apoia a transição do desenvolvimento rural, recomendando mudanças nas produções convencionais para formas de agriculturas mais sustentáveis (CAPORAL, 2009). Pesquisas sobre agroecologia desafiam-se além do desenvolvimento de novas práticas de produção, pois estimulam a inovação de novos mercados e segmen- tos, como: “produtos de regiões específicas com tradição e cultura (denominação de origem), agricultura orgânica e agroecologia” (ALVES; CONTINI; HAINZELIN, 2005). As inovações possibilitam que pequenas propriedades diferenciem-se e diver- sifiquem-se, permitindo uma visão sistêmica e, assim, o aprimoramento da gestão, cooperação, competição e novas formas de trabalho. http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos 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Segundo Barboza et al. (2012, p.9) são exemplos destas produções: a. Agricultura orgânica tem como base o sistema de compostagem com o uso de materiais vegetais e animais da propriedade, assegurando a vida biológica do solo, a ciclagem de nutrientes e, assim, a nutrição e sanidade das culturas. b. Agricultura biológica segue dois princípios fundamentais – a saúde das cul- turas e dos alimentos depende da saúde do solo e ênfase no manejo do solo e na rotação de culturas. Recomenda, também, o uso de rochas moídas como fertilizantes e considera que a resistência das plantas ao ataque de pragas é determinada pelo seu equilíbrio nutricional, e os desequilíbrios são provocados pelo uso de agroquímicos. c. Agricultura biodinâmica entende a propriedade como um organismo agrí- cola, no qual o todo reflete o equilíbrio das partes, trabalhando as relações existentes entre o solo, a planta, o animal, o homem, o universo e as ener- gias que envolvem e influenciam cada um e o todo. d. Agricultura natural preconiza a menor alteração possível nos ecossiste- mas, evitando-se movimentar o solo, estimulando a reciclagem dos restos culturais e palhadas, por meio da compostagem feita somente à base de vegetais, sem o uso de estercos animais e com a utilizaçãofrequente de “microorganismos eficientes”. e. Agricultura ecológica preconiza o conceito de agroecossistema, o uso de tecnologias suaves e a utilização de fontes alternativas de energia. f. Permacultura defende a produção de agroecossistemas sustentáveis, por meio da simulação dos ecossistemas naturais, procurando a menor modi- ficação possível da paisagem. A agricultura orgânica é a mais divulgada e conhecida junto à pesquisa e ao mercado, e erroneamente confundida com as demais. Segundo a FAO (2012), estima-se que o manejo orgânico esteja crescendo constantemente nos últimos anos. Calcula-se cerca de 1,8 milhões de agricultores orgânicos em 162 países. Esse modo diferencia- do de produção gera oportunidade para pequenos produtores no mercado, sendo Pós-Universo 22 essas produções, muitas vezes, destinadas à exportação. Agrega-se valor ao produto e, consequentemente, aumenta-se a renda. Atualmente, cerca de 90% das vendas de orgânicos são oriundas da América do Norte e Europa. As normas e princípios para a exportação de alimentos orgânicos são definidos pela Codex Alimentarius (FAO, 2012). 45 40 35 30 25 20 15 10 5 África Américas Ásia Europa Oceania Mundo M ilh õe s ha Figura 1 - Gráfico da área ocupada com agricultura orgânica em 2009. Fonte: FAO (2012). O interesse crescente por produtos orgânicos é motivado principalmente pela busca de uma melhor qualidade de vida e por métodos de produção mais sustentáveis. No Brasil, vários produtos orgânicos são exportados, in natura e processados, como por exemplo: banana e suco de laranja, respectivamente. Observam-se algumas ini- ciativas que estimulam produção e exportação. O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), assim como MMA (Ministério do Meio Ambiente), apoiam ações, visando um desenvolvimento mais sustentável. O MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) contempla, nos orgânicos, a alternativa estratégica para diferenciação de produtos oriundos da agricultura familiar. Enquanto o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), esforça-se para ala- vancar exportações das produções orgânicas brasileira (BUAINAIN; BATALHA, 2007) Pós-Universo 23 Agricultura convencional versus agri- cultura agroecológica As pesquisas científicas, que estudaram os métodos de produção convencional e agroecológico, são quase sempre unilaterais. Por um lado, defende-se e dissemina- -se o uso das inovações tecnológicas. Em contrapartida, tem-se uma visão holística sob as produções agropecuárias. Ambos são repletos de métodos e resultados apli- cáveis. Desse modo, expõem-se as singularidades de cada forma de produção, sem relacioná-las e/ou confrontá-las. A figura 2 esquematiza as práticas utilizadas em uma produção convencional. Figura 2 - Esquema das tecnologias utilizadas na agricultura convencional. Fonte: as autoras (2015). Pós-Universo 24 A figura 3 sugere algumas metas das produções agroecológicas. Figura 3 - Metas da agroecologia. Fonte: Souza, Santos e Bezerra (2012, p. 4). Somente em 2012 foi instituído o Decreto nº 7.794, de 2012, que institui a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) o mesmo decreto estabeleceu dois órgãos para a gestão da Política e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo) e a Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica (Ciapo). Fonte: Brasil Agronegócio. Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica - Planapo. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília, 2013. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_ img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf >. Acesso em 22 abr. 2017. atenção http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf http://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/user_img_19/BrasilAgroecologico_Baixar.pdf Pós-Universo 25 AGRICULTURA FAMILIAR E ALTERNATIVAS PARA O SUCESSO A agricultura familiar, especialmente, nos últimos anos, beneficia-se, direta ou in- diretamente, de pesquisas e políticas públicas. Ao analisar alguns trabalhos, vê-se a importância de alguns fatores primordiais para alavancar a agricultura familiar. A seguir, elencam-se alguns destes fatores e suas particularidades. Educação De acordo com Buainain (2006), o agricultor familiar depara-se com várias situações adversas como: “terra insuficiente (minifúndios), acesso precário a mercados dinâmicos, nível de renda insuficiente, descapitalização, pobreza elevada e baixo nível de educação formal e experiência em gestão de negócios”. Segundo os dados do censo agropecuário do IBGE (2006), mais de 80% dos produtores rurais têm nível de escolaridade igual ou inferior ao ensino fun- damental, como mostra a figura 4. Figura 1 - Percentual dos produtores dos estabelecimentos, por nível de instrução – Brasil – 2006. Fonte: Censo Agropecuário (IBGE, 2006, p. 120). fatos e dados Pós-Universo 26 Ter acesso à educação é um direito garantido a todos. Conforme a Lei 9.394/96 LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação - (BRASIL, 1996), no artigo 28, prevê particu- laridades e adaptações para a educação da população rural: “ Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculia- ridades da vida rural e de cada região, especialmente: I – Conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II – Organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do cicloagrícola e às condições climáticas; III – Adequação à natureza do trabalho na zona rural. Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo, indígenas e quilom- bolas será precedido de manifestação do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a manifestação da comunidade escolar Ainda que amparados por lei, muitos agricultores familiares creem que a educação compete com o trabalho rural (BUAINAIN, 2006). Muitos jovens, que abandonam os estudos, são os mais prováveis sucessores. Um baixo índice de escolaridade com- promete o desempenho de algumas práticas agrícolas adequadas, como a gestão da propriedade, e o acesso às informações e inovações (ABRAMOVAY et al., 1998). O acesso à educação oportuniza maiores habilidades para adquirir e processar informações e de gerir a propriedade. É um recurso essencial para adotar e aplicar novas tecnologias. Confiança Para uma produção de matéria prima e alimentos de qualidade, toda cadeia produti- va deve estar comprometida com todos os elos. Desde a aquisição dos insumos, até o consumidor final, deve-se fazer um esforço para manter a credibilidade do produto, como alimentos rastreados. A confiança é uma forma de promover e fortalecer estas Pós-Universo 27 relações. Aos envolvidos, aumenta-se a competitividade no mercado; a sustentabili- dade e a continuidade na produção; e também atende às exigências do consumidor. Empresas com altos índices de qualidade aperfeiçoam e inovam seus produtos e serviços. A qualidade visa atender às expectativas do consumidor e não necessa- riamente ter o menor custo (PICCHI; ZANIBONI, 2010). A confiança assegura credibilidade, valorização, competitividade e sustentabilidade nos sistemas de produção. A confiabilidade deve transcender a garantia da quali- dade intrínseca do produto, respeitando prazos e cumprindo cláusulas contratuais. Você já conhece a Associação Brasileira de Agroecologia? Saiba mais! Disponível em: <http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/>. Acesso em 22 de abr. 2017. saiba mais Tecnologia A tecnologia é um recurso essencial em pesquisa e desenvolvimento, pois promove inovações, que muitas vezes remetem ao aumento da produtividade. Assim, é pos- sível produzir com custos reduzidos e tornar-se mais competitivo. De acordo com Buainain (2006, p. 41), o emprego de tecnologias buscava “elevar o rendimento por hectare, reduzir custos de produção, deslocar os concorrentes e economizar mão de obra sem maior controle de eventuais externalidades negati- vas”. Na atualidade, visa atender as restrições impostas pelas normas e as exigências dos consumidores. Outro ponto a ser considerado é a redução, em alguns casos, dos impactos ambientais. Usar tecnologias é uma forma de potencializar produtividade, reduzir custos, minimizar impactos e aumentar lucratividade. Quando bem utilizadas, produzem externalidade positivas em toda a sociedade (PICCHI; ZANIBONI, 2010). As formas de agriculturas alternativas também são exigentes em tecnologias. É necessário ir além das recomendações pré-estabelecidas e, principalmente, gerir conforme as neces- sidades do mercado. O agricultor familiar que investe em tecnologia beneficia-se com melhor produ- tividade, rentabilidade, competitividade, eficiência e inovações. Promove e qualifica http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ http://aba-agroecologia.org.br/wordpress/ Pós-Universo 28 a gestão da propriedade. Desta forma, entende-se como fundamental a valoriza- ção das pesquisas, principalmente de órgãos governamentais que incentivam essa ideia, como EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Universidades (PICCHI; ZANIBONI, 2010). Organização A agricultura familiar que, nem sempre foi o alvo das políticas públicas, manifestou suas reivindicações organizando-se em sindicatos, cooperativas e associações de agricultores (FINATTO; CORRÊA, 2011). Constituir e participar de organizações sociais, como cooperativas e associações, viabilizam recursos e serviços que não estariam disponíveis para o agricultor indivi- dualmente. Dessa forma é possível adotar novas tecnologias, ter acesso a serviços especializados, promover investimentos, adquirir mais informações, planejar coleti- vamente e gerir de modo eficiente (BUAINAIN, 2006). O agricultor familiar, em muitos casos, tem produção diversificada e descontínua. Essas características dificultam um constante abastecimento dos mercados consumi- dores. Individualmente, possuem dificuldades de acesso aos serviços de assistências técnicas, créditos, bem como financiar auditorias para acompanhar os processos de certificação e rastreabilidade (FORNAZIER; WAQUIL, 2011). Assim, elevando-se o grau de organização dos agricultores familiares, é possível intervir, positivamente, em políticas públicas, assistência técnica, levantar recursos e, consequentemente, modificar sensivelmente as opções produtivas dos produtores. Organizações como cooperativas e associações, auxiliam produtores na aquisi- ção de novas tecnologias, informações e maior êxito na comercialização. Coordenam ações para padronização dos produtos e processos; e reduzem significativamente os custos de produção e operacionalizações (FORNAZIER; WAQUIL, 2011). Segundo Buainain (2006, p. 94), a “organização é insumo essencial para a incor- poração sustentável das novas tecnologias”. Pós-Universo 29 Você sabia que o Governo Federal mantém um Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos? Saiba mais! Disponível em: <http://www.agricultura. gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores- -organicos>. Acesso em 22 de abr. 2017. saiba mais Sucessão O termo sucessão remete-se a dar sequência em algo iniciado. No caso de sucessão de empresas familiares, não existe um conceito clássico definido. De acordo com Freire et al. (2010), a empresa familiar é caracterizada por um fundador, repassando a gestão para seus sucessores, seja por motivo de morte ou aposentadoria. Bernhoeft (1989) define as empresas familiares como aquelas que mantêm, ao longo de duas ou mais gerações, a gestão das empresas por membros de uma família. Em entrevista para a revista Atualidades (2012) e em palestra cedida ao SEBRAE (mar./2015), Mizumoto (2012) afirma que existem duas formas para as famílias darem sequência às empresas: por continuidade ou por sucessão. O termo continuidade re- porta-se à continuação do trabalho iniciado pelo fundador por seus descendentes, descritivamente entendida como a manutenção daquilo que estava sendo feito. Para o pesquisador, muitos casos de sucesso iniciam-se por continuidade nas gestões. Já o termo sucessão relaciona-se com a transformação na administração das empre- sas. Neste âmbito, não se considera apenas as mudanças radicais, e, sim, a liberdade para implementar uma nova forma de trabalho. Refletir sobre o processo de sucessão familiar não é sinônimo de dividir herança. A herança é considerada uma transferência do valor patrimonial. Legalmente, todos aqueles que possuem laços familiares são herdeiros. O código civil brasileiro legitima a ordem de transferência da herança, Lei nº 10.406 de 2002, artigo 1.829 (BRASIL, 2002). http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicoshttp://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastro-nacional-produtores-organicos Pós-Universo 30 “ Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I – Aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da se- paração obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II – Aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III – Ao cônjuge sobrevivente; IV – Aos colaterais. Dessa forma, pondera-se como uma estratégia de sucesso a continuidade ou suces- são nas empresas familiares. Em muitas situações, conduzir um processo sucessório pode gerar conflitos entre as gerações e entre os possíveis sucessores. De modo geral, as discussões são acerca da forma de gestão e remuneração dos envolvidos. Silveiro et al. (2001) destaca que apesar de um razoável nível de diálogo nas famílias, o tema sucessão é raramente abordado, sendo este um possível ponto de discórdia entre os familiares. Segundo Freire et al. (2010, p. 9), “não existe um modelo único para garantir a efi- cácia da mudança, assim como a teoria da contingência diz que não existe um modo mais eficaz, eficiente e efetivo para administrar com sucesso a organização”. O que existe é um entendimento do processo de mudança organizacional, minimizando- -se, então, desentendimentos entre os líderes, os funcionários e os colaboradores. Outro fator a ser considerado é admitir, que em muitos casos, os gestores familiares brasileiros não são treinados para gerenciar tais processos de mudanças. Essa pesquisa indicou, inicialmente, outra forma de conduzir a sucessão e a pro- teção dos bens, transformando a empresa familiar rural em holding. Teixeira (2007, p. 10) diz que “a holding visa solucionar problemas de sucessão administrativa, trei- nando sucessores, como também profissionais de empresa, para alcançar cargos de direção”. Entre outros apontamentos, o autor também cita: “a holding objetiva solucionar problemas referentes à herança, substituindo em parte declarações testa- mentárias, podendo indicar especificamente os sucessores da sociedade, sem atrito ou litígios judiciais”. Pós-Universo 31 Mizumoto (2012) afirma que tanto continuidade como sucessão compõem o mesmo processo, e que o melhor momento para se discutir sobre o assunto é agora. Sucessão é para alguns, mas herdeiros serão todos. Assim, a melhor estratégia que uma empresa familiar pode traçar é definir um planejamento familiar; manter espaço para a comunicação entre os envolvidos; e ser transparentes nas relações interpes- soais, especialmente, na escolha de um ou mais sucessores. atividades de estudo 1. Aprendemos que há diversas esferas da sustentabilidade. Analise as alternativas e assinale a que melhor se adequa a definição: Aproximação do setor público e da po- pulação, na maioria das vezes, por iniciativas populares. Essa esfera representa acesso à democracia e estimula a participação popular. a) sustentabilidade ambiental. b) sustentabilidade econômica. c) sustentabilidade política. d) sustentabilidade demográfica. e) sustentabilidade social. 2. A agricultura orgânica não é sinônimo de agricultura agroecológica. A respeito da agricultura agroecológica é correto afirmar que: I) A proposta da Agroecologia é fazer uma contraposição ao agronegócio. II) O alimento orgânico pode ser ecológico ou não. III) As práticas agroecológicas se baseiam na grande propriedade. a) Somente as afirmativas I e III estão corretas. b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.. c) Somente a afirmativa II está correta. d) Somente a afirmativa III está correta. e) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 3. Infelizmente muitos agricultores jovens interrompem os estudos o que acaba compro- metendo a algumas áreas da propriedade. A baixa escolaridade leva a problemas como: a) Gestão das propriedades. b) Venda da propriedade. c) Venda dos produtos. d) Contratação de funcionários. e) Nenhuma das afirmativas anteriores. resumo Neste estudo, composto pelas três aulas, buscamos apresentar as dimensões da sustentabilida- de, além de apresentar conceitos de agricultura familiar sustentável e reconhecer as alternativas para potencializar a agricultura familiar, de modo que a agricultura familiar consiga ter sucesso econômico sem esquecer as outras esferas da sustentabilidade. A sustentabilidade é apontada, como ambientalmente correta, socialmente justa e economica- mente viável. Além disso, outras dimensões da sustentabilidade foram abordadas, a fim de agregar conhecimento e aprender outros modos de explorar os recursos sem comprometer as gerações futuras. Por isso, neste momento da aprendizagem, é importante pensar nas esferas ambiental, econômica, social, ecológica, cultural, espacial, demográfica, política e institucional, pois precisa- mos nos tornar sustentáveis em todos os aspectos. Os eventos ocorridos desde o surgimento do termo sustentabilidade, assim como as políticas públicas voltadas para a mesma, foram elencadas neste material como forma de creditar a sua importância. Dessa maneira, foi possível sincronizar definições, fatos e dados com a finalidade de concretizar a aprendizagem e aprimorar os conhecimentos a respeito dos temas sustentabilidade, agricultura familiar sustentável e alternativas para o sucesso. Há muitas maneiras de se produ- zir sustentavelmente, assim como muitas outras formas para se atingir o sucesso. Considera-se primordial, nesse ponto da aprendizagem, o investimento em pesquisas e inovações, com a fi- nalidade de suprir os diferentes modos de produção. Desta forma, ao final das três aulas que compõem esse estudo foi possível conhecer as dimen- sões da sustentabilidade, saber os conceitos de agricultura familiar sustentável, e reconhecer as alternativas para melhorar o potencial da agriculturafamiliar. material complementar NA WEB Terra e Sustentabilidade (Documentário completo) O documentário usa, como cenário principal, o sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), para demonstrar a eficiência e produtividade do campo. Web: <https://www.youtube.com/watch?v=kpMyc22IKWg>. referências ABRAMOVAY, R. et al. Juventude e agricultura familiar: desafios dos novos padrões sucessórios. Brasília, DF: UNESCO, 1998. ALVES, E.; CONTINI, E.; HAINZELIN, E. Transformações da agricultura brasileira e pesquisa agrope- cuária. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 22, n. 1, p. 37 – 51, jan./abr. 2005. ARRUDA, L; QUELHAS, O. L. G. 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