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1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 1/16 A paradiplomacia possui como origem a globalização, uma vez que possibilitou uma ampliação das organizações e dos governos regionais que atuam nas relações internacionais, cujos estados não são mais os únicos atores. As regiões operam com sindicatos, empresas, movimentos sociais e organizações transnacionais, em um universo complexo, fragmentado e não estruturado, em que há a capacidade de uma política externa realizada por entidades subestatais, sem a dependência de um estado maior, de forma a buscar interesses próprios. Por sua vez, a globalização possibilitou a legitimação do poder das empresas, que passaram a promover os interesses corporativos por meio de alianças com os agentes externos, como governos, organizações governamentais, dentre outros. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai: reconhecer os principais aspectos da globalização; compreender a paradiplomacia na integração regional; entender sobre a rede mercocidades na integração regional; aprender sobre os aspectos que envolvem a integração fronteiriça; conhecer o papel contemporâneo da paradiplomacia nas relações internacionais. Introdução Neste material de estudos, você terá a oportunidade de compreender que a paradiplomacia pode contemplar um alto grau de envolvimento da sociedade civil e do setor privado, o que Paradiplomacia e Diplomacia Corporativa Roteiro de Roteiro de EstudosEstudos Autora: Dra. Marcela Gimenes Bera Oshita Revisora: Ma. Maria Juliana Konigame Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 2/16 varia conforme fatores políticos e institucionais. Nesse sentido, trataremos da origem da paradiplomacia e da diplomacia corporativa mediante a globalização, compreendendo os aspectos da integração regional e o papel da rede de mercocidades. Ademais, passaremos a compreender a integração fronteiriça e conheceremos o papel contemporâneo da paradiplomacia e da diplomacia corporativa nas relações. Assim, abordaremos, neste roteiro de estudos, as seguintes questões: 1. O que é paradiplomacia? 2. Quem articula a paradiplomacia? 3. Quando é necessário articular a paradiplomacia? 4. Onde ocorre as articulações da paradiplomacia? 5. Por que ocorre a paradiplomacia? Principais Aspectos da Globalização O fenômeno da globalização é um processo que integra as sociedades humanas de forma que as articulações locais e políticas publicas, muitas vezes, sofrem mais in�uencia a nível global do que nacional, o que leva a uma menção constante das relações do local com o global (DIAS; MATOS, 2012). Ela possibilitou acordos e �uxos �nanceiros, bem como outras formas de cooperação política entre países. Assim, a globalização [...] se refere à expansão das interações humanas em termos planetários provoca o surgimento de uma vida social e de uma consciência em escala mundial, que con�guram a existência de uma comunidade global com interesses comuns, tanto no que diz respeito ao modo de vida quanto à condição de desfrutar determinados direitos universais (DIAS; MATOS, 2012, p. 22). Nesse sentido, seria importante o desenvolvimento de “políticas públicas de cunho global, considerando o atual paradigma que estabelece, que emanam, primordialmente, do Estado” (DIAS; MATOS, 2012, p. 22). No entanto não há um Estado com um governo capaz de administrar o processo de globalização, mas há uma governabilidade global que vem possibilitando a convivência de diversas culturas numa condição nunca antes conhecida pela humanidade. Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 3/16 Ocorre que não há, e não aparenta despontar num futuro próximo ou mediano, um Estado mundial dotado de um aparato coercitivo que em última instância faria com que se concretizassem as medidas políticas necessárias para permitir o atendimento dos interesses comuns dessa comunidade global (DIAS; MATOS, 2012, p. 22-23). Perceba que há uma governança global instituída, em que há uma diversidade de organismos e organizações mundiais - em sua maioria, relacionados com a estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU) - que, mediante a recomendações, estabelecem normas e regulamentos em distintas áreas e que possibilitam uma convivência relativamente harmônica entre os diversos atores sociais (DIAS; MATOS, 2012). Esse quadro con�gura uma situação em que muitas políticas públicas realizadas pelos diversos níveis de articulação do Estado – federal, estadual e municipal, no caso do Brasil – têm um marco de referência cuja origem são os diversos organismos que integram a estrutura de governança global. Como exemplo, na área da Saúde, qualquer que seja o âmbito de atuação das políticas públicas – local, regional ou nacional –, elas terão como referência as orientações de políticas emanadas da estrutura da Organização Mundial de Saúde (OMS) formada por diversos outros organismos e organizações (DIAS; MATOS, 2012, p. 23). De forma semelhante, na área da cultura, por exemplo, “as políticas públicas terão como referência a estrutura de governança cuja ponta mais visível é a Unesco” (DIAS; MATOS, 2012, p. 23); o que ocorre também com o meio ambiente, e assim por diante. A globalização é um processo que ocorre sustentada pela expansão do comércio e dos investimentos em escala mundial, e que conta e depende do apoio das tecnologias de informação e comunicação. Esse processo produz efeitos no meio ambiente, na cultura, nos sistemas políticos, no desenvolvimento econômico e no bem-estar físico dos seres humanos (DIAS; MATOS, 2012, p. 22-23). Cabe lembrar que a globalização não é algo novo e que se desenvolveu a partir de diversos fatores, dentre os quais, conforme Dias e Matos (2012), podemos destacar: a revolução das tecnologias de informação; o desenvolvimento de um mercado global; a redução de custos advinda das inovações tecnológicas; as políticas governamentais de redução de barreiras comerciais. Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 4/16 Nesse aspecto, um dos maiores desa�os a serem encarados nesse processo é a identi�cação do papel a ser realizado pelo Estado-nação, uma vez que este tem perdido, de forma gradativa, as suas prerrogativas econômicas, políticas, culturais e sociais (DIAS; MATOS, 2012). As relações tradicionais entre o Estado, o mercado e a sociedade estão sendo modi�cadas substancialmente e passam por um processo de reestruturação. Novos atores se fazem presentes no tecido social, como as organizações não governamentais (ONGs) e as estruturas transnacionais (Mercosul, União Europeia, entre outras) não subordinadas a nenhum Estado em particular e gozando de autonomia relativa na proposição de políticas comuns a serem seguidas por vários Estados (DIAS; MATOS, 2012, p. 24). Assim, o Estado deverá continuar desempenhando seu papel e sua função social como agente econômico voltado para realocar os recursos escassos, buscando um equilíbrio entre e�ciência e equidade. “Entretanto, o fará em novas bases e com outro conteúdo” (DIAS; MATOS, 2012, p. 24). A globalização levou a uma grande mudança também no equilíbrio de poder entre empresas e governos, bem como nas tradicionais organizações, como igrejas e sindicatos. As empresas são percebidas como as instituições mais poderosas - com tamanho superior a status - e são, portanto, cada vez mais responsáveis pelo emprego, meio ambiente, bem-estar, inovação e crescimento, substituindo o governo como guardiões do bem-estar econômico (STEGER, 2003). Assim, a globalizaçãopossibilitou o aumento do poder de legitimidade das empresas, isto é, a diplomacia corporativa. Na literatura cientí�ca, o termo diplomacia corporativa é usado para descrever o mesmo conceito e, portanto, pode ser considerado sinônimo de diplomacia comercial. A diplomacia corporativa é descrita como um processo para desenvolver o poder e a legitimidade da corporação (ORDEIX-RIGO; DUARTE, 2009). Nessa perspectiva, uma corporação é vista como membro de uma rede de partes interessadas. O tema central da diplomacia corporativa concentra-se em como as empresas podem entender esse ambiente de negócios difuso, isto é, como as empresas podem atender às expectativas sociais e ecológicas da sociedade sem sacri�carem sua missão (STEGER, 2003). Sadek, Froio e Medeiros (2017) elaboraram uma pesquisa realizando um balanço sobre os 10 anos do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosur (FCCR). Os autores concluíram que a troca de experiências entre os envolvidos existe de maneira bem ativa, porém é necessário uma agenda mais equilibrada e e�ciente, com maior presença dos atores políticos (prefeitos e governadores) nas reuniões. Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 5/16 A Paradiplomacia na Integração Regional Com o avanço do processo de globalização, os Estados não são os únicos protagonistas nas relações internacionais. Há diversos outros atores no cenário internacional, como as empresas transnacionais, os governos subnacionais (provinciais, Estados, Municípios, cidades etc.) e as Organizações Não Governamentais (ONGs) (DIAS; MATOS, 2012). Os governos subnacionais estão se tornando protagonistas dos mais ativos no cenário global, embaralhando de tal forma a exclusividade detida pelo governo central nas relações internacionais que �zeram surgir um termo novo – paradiplomacia – nos últimos anos do século XX para denominar a ação exterior dessas instâncias de governo que não podem ser incluídas na diplomacia tradicional (DIAS; MATOS, 2012, p. 212). Assim, a paradiplomacia é uma nova forma de relação com o exterior, onde “o sujeito não é o Estado, e que são as ações empreendidas pelos governos subnacionais (Estados e Municípios/cidades) no plano internacional” (DIAS; MATOS, 2012, p. 213). Os Estados federados e os Municípios dentro do território do Estado devem ser compreendidos como espaços de cooperação, em que distintos atores se articulam com a �nalidade de atingirem padrões de desenvolvimento convenientes para seus territórios. “No caso especí�co dos Municípios, o objetivo é se alcançar o desenvolvimento local sustentável e, para tanto, a perspectiva de inserção internacional torna-se prioridade” (DIAS; MATOS, 2012, p. 213). Nesse aspecto, a diplomacia está relacionada à condução das relações entre os Estados soberanos, e faz parte da administração pública e do serviço diplomático de um Estado. O termo “paradiplomacia” surge para compensar a insu�ciência do vocábulo “diplomacia” para explicar inúmeras relações internacionais que ocorrem e que independem de ações originadas nas estruturais estatais dos governos centrais. Para a diplomacia tradicional, basicamente interestatal, as instituições de governo subnacionais (Estados e Municípios) constituem atores não convencionais difíceis de ser incorporados às negociações entre Estados nacionais (DIAS; MATOS, 2012, p. 213). Assim, entende-se como atividade diplomática dos governos locais aquela em que um conjunto de instituições e ações em conjunto com as prefeituras e estados estabelecem relações com Nando Nando Nando Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 6/16 atores no cenário internacional, com a �nalidade de representar seus interesses no plano global (DIAS; MATOS, 2012). O conceito de paradiplomacia engloba as diferentes manifestações da atividade diplomática dos governos subnacionais (no caso brasileiro, Estados e Municípios). Como pressuposto do conceito, entende-se que essa atividade deve estar em harmonia e em concordância com a orientação geral da diplomacia desenvolvida pela União (DIAS; MATOS, 2012, p. 213). Observe que na paradiplomacia ocorre uma descentralização na gestão das relações internacionais. Por sua vez, a diplomacia está relacionada com o emprego da política exterior dos Estados soberanos. A paradiplomacia, por sua vez, é muito mais abrangente e envolve todas as atividades externas das unidades não centrais (Estados e Municípios) sem distinguir entre os que a realizam e os processos de implementação. É uma abordagem de tipo geral e que não facilita a formulação de um critério concreto para se saber quando atividades internacionais dos governos subnacionais podem ser consideradas paradiplomáticas (DIAS; MATOS, 2012, p. 213-214). A paradiplomacia não pode existir sem a existência de uma estrutura de relações “envolvendo o governo central, o governo local ou regional e os atores estrangeiros. A natureza da paradiplomacia pode ser descrita através da análise da essência dessa inter-relação entre esses três atores” (DIAS; MATOS, 2012, p. 213-214). As atividades paradiplomáticas são executadas em forma de cooperação com o governo central ou parceiros internacionais. As atividades paradiplomáticas incluem, entre outras, manter escritórios permanentes em outros Estados, realizar viagens de promoção e divulgação no exterior, participar de feiras de comércio e investimentos, estabelecer zonas de comércio exterior e participação de representantes dos governos não centrais (subnacionais) no trabalho das organizações e conferências internacionais (DIAS; MATOS, 2012, p. 214). Já a diplomacia corporativa inclui estabelecer e manter relacionamentos positivos (por altos executivos ou seus representantes) com governos estrangeiros representantes e partes interessadas não governamentais (econômicas e não econômicas), com o objetivo de construir e sustentar legitimidade (salvaguardar imagem e reputação corporativa) em empresas estrangeiras (BETLEM, 2012). Nesse aspecto, a Diplomacia Corporativa pode fornecer o diálogo sobre os mais altos níveis de decisão no setor privado, no setor público e nas organizações da Nando Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 7/16 sociedade civil, uma vez que permite que a colaboração das partes interessadas funcione, enfrente desa�os globais e garanta competitividade enquanto opera de forma sustentável. Observe que a diplomacia corporativa interage com o setor público, e que a paradiplomacia, que envolve a interação internacional dos governos subnacionais, também pode interagir com a diplomacia corporativa. Nesse aspecto, há diversas formas possíveis para que os governos municipais exerçam “a sua participação nas relações internacionais. De um modo geral, os governos locais recorrem a diversas ações para estabelecer vínculos com outras comunidades e organizações internacionais” (DIAS; MATOS, 2012, p. 214). De acordo com Dias e Matos (2012) as seguintes atividades podem ser relacionadas: 1. desenvolvimento de vínculos com cidades, de forma a promover interesses comuns; 2. constituir escritórios permanentes em cidades no exterior, com a �nalidade de promover o comércio, captar investimentos e divulgar o potencial turístico da região; 3. desenvolvimento de acordos e convênios no exterior com outros atores internacionais; 4. possibilitar a cooperação inter-regional multilateral e o desenvolvimento de associações inter-regionais transnacionais; 5. eventos e feiras internacionais de negócios, visando à promoção de produtos, tecnologia,serviços e turismo do Município; 6. cooperação transfronteiriça entre os territórios adjacentes de distintos Estados nacionais; 7. sediar eventos internacionais ou participação em conferências e outros eventos voltados para temas globais, com a �nalidade de apresentar e defender os interesses relacionados ao território municipal; 8. participação em organizações de integração supraestatais, como o Mercosul; 9. participação em associações e redes mundiais de governos locais; 10. participar em organizações de governos que desenvolvam ações buscando facilitar a gestão e a cooperação internacional nos Municípios; 11. atuação nas organizações internacionais intergovernamentais; Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 8/16 12. atuação e gestão de centros de informações e negócios; 13. colaboração para o desenvolvimento e auxilio humanitário; 14. assistência às comunidades relacionadas ao seu território no exterior; 15. apoio a programas de capacitação e eventos de sensibilização voltados para lideranças comunitárias, realizados por organismos multilaterais. Nesse contexto, vale ressaltar que, no Brasil, há uma falta de respaldo jurídico que limita a difusão da paradiplomacia; por isso, há uma certa insegurança, devido à ausência de previsão jurídica, uma vez que, conforme a Constituição Federal de 1988, Art. 21: “Compete à União: manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais” (BRASIL, 1988, on-line ). Por sua vez, no Art. 84 está destacado que “compete privativamente ao Presidente da República: manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; e celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional” (BRASIL, 1988, on-line ). Assim, a Constituição Federal 1988 não explicita uma autorização formal para atuação internacional dos entes subnacionais, pois há uma tradição em atribuir ao governo central a atuação internacional. Por sua vez, de acordo com o Art. 25: “São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição” (BRASIL, 1988, on-line ). Assim, considerando as áreas de responsabilidade exclusiva da União, seria possível os estados atuarem no cenário externo. Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYayJ… 9/16 A Rede Mercocidades na Integração Regional Na relação local-global deve ser considerado um importante aspecto de que alguns fenômenos globais não in�uenciam igualmente, sejam estes Estados ou suas unidades político- administrativas, como estados e cidades. “Nesse caso, as unidades menores, como os municípios, devem-se fazer presentes no cenário internacional para defender seus interesses que, de modo geral, estarão diretamente relacionados com os seus recursos endógenos locais” (DIAS; MATOS, 2012, p. 24). Vejamos alguns casos: O Rio de Janeiro, por exemplo, enviou delegações a vários países para defender a cidade como sede da Olímpiada. Ubatuba, uma cidade paulista, marca LEITURA Globalização e processos de integração Autor : Eduardo Biacchi Gomes Editora : Intersaberes Ano : 2020 Comentário : A globalização e o comércio internacional são processos amplos e complexos, que impactam os aspectos ordinários da vida, como alimentação e vestimenta. Quando se fala em globalização, não se trata de um conceito único, mas de uma realidade presente que pode ser analisada em suas mais variadas vertentes. Na obra, aborda-se, sob a ótica econômica e social para conferirmos a atuação e as problemáticas dela quanto às diversas relações da sociedade e aos efeitos dela sobre o comércio internacional. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual Ânima. Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYa… 10/16 presença nas feiras internacionais de birdwatching (observadores de pássaros) para atrair visitantes para seu território. A cidade do Recife envia representantes para Nova York procurando atrair judeus dessa região para visitar a primeira sinagoga das Américas (DIAS; MATOS, 2012, p. 24). Cabe destacar que representantes de cidades vão até os países com a �nalidade de atrair investimentos para seu território em áreas especí�cas. Realizam acordos com organizações não governamentais internacionais buscando a preservação de determinados recursos ambientais (DIAS; MATOS, 2012). Por outro lado, nestes primeiros anos do século XXI intensi�cou-se o processo de descentralização do governo federal (municipalização), transferindo maiores responsabilidades aos municípios, iniciativa esta que nem sempre foi acompanhada dos necessários recursos para sua implementação, o que em muitos casos torna o acesso a recursos internacionais uma necessidade (DIAS; MATOS, 2012, p. 24). Nesse contexto, o acesso a recursos internacionais pode ser concedido quando a execução de políticas públicas está alinhada com as recomendações dos organismos de governança global, uma vez que concedem o auxílio visando a consolidação de suas próprias políticas (DIAS; MATOS, 2012). Os novos espaços de articulação global, tanto políticos como econômicos – de que são exemplo os blocos comerciais –, tendem a modi�car a execução das políticas públicas no âmbito do território do Estado. A interdependência crescente dos Estados abrange não só os aspectos de execução de suas políticas, mas até mesmo as práticas sociais e culturais de suas respectivas sociedades (DIAS; MATOS, 2012, p. 25). No caso do Brasil, as políticas públicas, de forma geral, possuem um alinhamento com as políticas públicas dos países integrantes do Mercosul, que podem acontecer formalmente por meio das instituições criadas pelo Bloco, ou informalmente, mediante as estruturas estabelecidas pelas unidades subnacionais, por meio da articulação por meio de redes como a rede Mercocidades (DIAS; MATOS, 2012). O Mercocidades é um exemplo de rede internacional de cidades que: [...] opera a partir da paradiplomacia e da cooperação internacional descentralizada para defender os interesses locais dentro do processo de integração regional do MERCOSUL. A rede também se foca em promover uma efetiva articulação entre as localidades da região em temáticas de seus Nando Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYay… 11/16 interesses. Essa rede desenvolve suas atividades a partir de unidades temáticas, nas quais diferentes temas de políticas públicas são escolhidos, discutidos e desenvolvidos (SILVA, 2018, p. 206). Nesse contexto, o Mercocidades nasceu em 1995, e no ano de 2019 é uma das redes mais importantes da América do Sul, e vem se destacado nos processos de integração regional, contando com 349 cidades e membro de 10 países, são eles: Brasil, Argentina, Paraguai, Venezuela, Uruguai, Bolívia, Chile, Equador, Colômbia e Peru. Percebe-se que a construção relacional e processual, do espaço transregional do Mercosul, ao longo do tempo tem sido permeada, de um lado, pela contínua atuação centralizada dos Estados Nacionais, e de outro lado, pela ação descentralizadora das diplomacias corporativas e de esferas governamentais subnacionais que contribuem segundo formatos reticulares de articulação para a fortalecimento da integração regional (SENHORAS, 2008). O espaço criado pela rede de Mercocidades é um fórum relevante para o processo de integração regional do Mercosul, isto pois há um jogo de duplo nível constituído pela inter- relação entre a política nacional e a política exterior (SENHORAS,2008). Cabral e Chaves (2017) organizaram a obra denominada “O lugar da Amazônia nas Relações Internacionais: novas abordagens”, e, dentre os eixos temáticos dela, estão: I - A Amazônia na política internacional: abordagens conceituais; II - Local e global: expressões próprias, novas escalas e pós-subalternidades; e III - Amazônia em si: povos e tradições originárias. Como o nome do livro sugere, busca-se debater o espaço que a Amazônia ocupa nas disputas internacionais. Integração Fronteiriça As fronteiras possuem uma característica de “separação entre unidades políticas, e sua legitimidade, embora esteja embasada em leis internacionais, é assegurada muito mais pelas lealdades construídas por seus cidadãos, e pelas formas de vigilância e controle empreendidas pelo Estado” (SANT’ANNA, 2013, p. 1171). A fronteira é, em geral, concebida a partir das estratégias e interesses do Estado central, porém, devido a algumas transformações nas últimas décadas, ela passa a ser, em certa medida, idealizada e transformada, também, pelas comunidades de fronteira, e pelos governos subnacionais (SANT’ANNA, 2013, p. 1172). Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYa… 12/16 As zonas de fronteira são as faixas territoriais, de cada lado do limite que desmembra os países vizinhos, que podem mostrar interações transfronteiriças ou com a presença de cidades gêmeas. São concentrações populacionais divididas pelo limite internacional, mas que conformam um aglomerado urbano. Normalmente, nas cidades gêmeas, ocorre uma intensa interação transfronteiriça (SANT’ANNA, 2013). Nesse contexto, a integração regional é um processo que traz um novo signi�cado às fronteiras, uma vez que estas passam a ser vistas não apenas como linhas de separação entre as unidades políticas, “mas também como limites permeáveis que permitem um aumento da circulação (econômica, principalmente), para um maior desenvolvimento econômico de seus membros” (SANT’ANNA, 2013, p. 1182). Os estudos da integração regional [...] fazem referência, geralmente, aos processos de cooperação e integração bilateral ou multilateral, especialmente em matéria econômica e comercial. Assim por exemplo, referem-se a organismos criados pelos Estados, sendo o caso paradigmático a União Europeia. Na América do Sul, destacam-se atualmente a Comunidade Andina, o Mercado Comum do Sul e, mais recentemente, a Aliança para o Pací�co (NIÑO, 2017, p. 16). Assim, na América Latina, os processos de integração regional passaram a ocorrer na década de 1960, em que alguns pereceram, outros continuaram e novos foram desenvolvidos. Em geral a integração regional é fruto dos interesses construídos no âmbito doméstico, somados aos interesses de política externa, de qualquer forma, é o governo central o responsável pelo seu desenvolvimento. Assim, as regiões fronteiriças passam também a ter um novo papel, pois com a descentralização cada vez maior dos governos latino-americanos e a atuação de seus governos subnacionais e sociedade, além das inúmeras causas do aumento das interações transfronteiriças, têm estimulado uma cada vez maior integração fronteiriça (SANT’ANNA, 2013, p. 1182-1183). Cabe destacar que há iniciativas de integração fronteiriça que nascem de forma espontânea, isto é, sem o apoio dos Estados ou da integração regional. Já em outros casos, ocorrem mediante a integração regional com a construção de infraestruturas nas zonas de fronteira e podem estimular as interações transfronteiriças (SANT’ANNA, 2013). Assim, tanto a integração fronteiriça pode contribuir para a integração regional como a integração regional pode fomentar a integração fronteiriça. E ambas promovem a valorização dela. Colares, Aguiar e Oliveira (2011, p. 207) realizaram um estudo sobre as políticas públicas na Amazônia e a interface dela com as cidades fronteiriças de Tabatinga/Brasil e Letícia/Colômbia Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYa… 13/16 e concluíram que há “necessidade de uma diligência por parte dos dois países para a propagação da cooperação internacional em face da carência de ações governamentais por parte das lideranças e das organizações internacionais dos dois países”. O Papel Contemporâneo da Paradiplomacia nas Relações Internacionais Olhando para a nova paradiplomacia da perspectiva das regiões, podemos identi�car três conjuntos de motivações para que entrem na arena internacional: econômica, cultural e política. Na parte econômica, as regiões buscam investimentos, mercados para seus produtos e tecnologia para modernização. Em um mundo em crescente mobilidade, as regiões desenvolvem estratégias para a promoção cultural e o fomento do turismo (ALDECOA; KEATING, 2013). O investimento interno é uma forma de obter emprego e crescimento, bem como mudar para novos setores, mas traz consigo o risco de dependência e insegurança; exemplo: o capital pode sair tão facilmente quanto se move. Por isso, muitas vezes, o investimento interno é equilibrado por políticas, para construir o setor empresarial local, especialmente em pequenas e médias empresas (ALDECOA; KEATING, 2013). Os mercados e a promoção de exportações são de maior importância para as pequenas empresas locais, empresas sem conexões internacionais ou com conhecimento e recursos para estabelecê-los. A transferência de tecnologia é igualmente importante para pequenas empresas, que não possuem capacidade de pesquisa e desenvolvimento própria ou conexões para explorar circuitos de pesquisa e desenvolvimento (ALDECOA; KEATING, 2013). Há regiões que buscam, por meio da colaboração entre pequenas e médias empresas em diferentes locais, explorar as mesmas complementaridades e sinergias que caracterizam distritos industriais bem-sucedidos, melhorando novamente o mercado com competitividade. Além de promoverem o investimento interno, algumas regiões tentam aumentar a internacionalização de suas economias e o desenvolvimento de empresas locais, bem como desenvolver mercados por meio de investimentos externos (ALDECOA; KEATING, 2013). Algumas regiões procuraram construir um modelo distinto de desenvolvimento com base em vínculos estreitos entre governo e empresas privadas, na a�rmação de um interesse territorial Nando Nando Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYa… 14/16 comum e a subsequente inserção da região na economia global (ALDECOA; KEATING, 2013). Essa estratégia neocorporativista é sustentada por uma cultura e identidade compartilhadas e um projeto político destinado a assegurar uma autonomia funcional e�caz para a região, garantindo a segurança local e o controle das alavancas políticas e econômicas (ALDECOA; KEATING, 2013). Enquanto manter controle econômico nas mãos locais estava, geralmente, associado, no passado, ao protecionismo, alia-se agora a uma estratégia de inserção da política regional de economia nos mercados globais sem ser completamente dominada por eles (ALDECOA; KEATING, 2013). Observe que, com a globalização, surgiram novos desa�os e papéis para os negócios, o que exige uma nova visão sobre o papel político dos negócios na sociedade e sua contribuição para os valores privados e públicos. Os negócios devem se tornar conscientes de seu capital social e de sua responsabilidade social e ambiental. Empresas de negócios globais são confrontadas com demandas sociais e ambientais, e são solicitadas a assumirem a responsabilidade por questões de interesse público na criação de sociedades mais justas e pací�cas. A realidade no século XXI é que as empresas transnacionais não podem escapar da política, nempodem consistentemente �ngir serem politicamente neutras. A solução é abraçar a necessidade de se envolver política e diplomaticamente (BOLEWSKI, 2017). Ives (2018, p.6) realizou uma revisão bibliográ�ca de processos de integração regional pela perspectiva da transferência de políticas públicas, após analisar textos sobre a União Europeia, o Mercosul, a Unasul e a Alba, e descobriu que “há um programa de pesquisa em pleno desenvolvimento, fora e dentro do Brasil, acerca da teorização desses processos, abarcando esquemas de integração tanto supranacionais quanto intergovernamentais”, que há um movimento de compartilhamento de práticas entre os envolvidos, e por �m, que o sucesso da ação dependerá da capacidade de disseminação de conhecimento que o bloco tem. Conclusão Caro(a) estudante, a partir do roteiro de estudos, você pôde compreender que a paradiplomacia nasceu inerente ao processo de globalização. Nesse aspecto, há outros agentes que possibilitam a articulação internacional, que antes era voltada apenas para a função do Estado. Assim, vimos que sem dependência de um Estado maior, uma política externa pode ser realizada por entidades subestatais, de forma a buscar interesses comumente econômicos, políticos ou culturais. Pudemos entender, portanto, que, no geral, a paradiplomacia, em conjunto com a diplomacia corporativa, exige um alto nível de envolvimento da sociedade civil e do setor privado. Nando Nando Nando Nando Nando Nando Nando Nando 1/12/22, 15:42 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=sdbvw6bfjpQ983s5HzpXXQ%3d%3d&l=QaFtUuXDXvfP%2fY6NLv13wQ%3d%3d&cd=%2fDLimYa… 15/16 Referências ALDECOA, F.; KEATING, M. Paradiplomacy in action : the foreign relations of subnational governments. London: Routledge, 2013. BETLEM, F. Business diplomacy in international �rms : An extensive literature review and results from a survey. Dissertação (Mestrado) - University of Twente, 2012. BOLEWSKI, Wilfried. Corporate Diplomacy as symbiotic transnational governance. Working Paper. 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