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Os recortes da realidade 
através de diferentes 
caminhos e olhares
A questão metodológica
Entendendo a escola como instância de transmissão de conhe-cimento sistematizado a ser compreendido, contextualizado, analisado, criticado e reelaborado e, também, como espa-
ço de produção e criação de conhecimento, é necessário trazer 
para o universo escolar a discussão acerca da ciência, o que ela é, 
como se estrutura e se organiza, para que e a quem ela serve. 
Para iniciar o estudo da questão metodológica em Ciên-
cias Humanas é imprescindível que se tenha presente o enten-
dimento do significado, da abrangência e da finalidade dessa 
área. A palavra método tem origem grega e significa um ca-
minho para se atingir um objetivo, uma meta. A escolha desse 
caminho está estreitamente relacionada com a concepção de 
ciência do protagonista, na construção do conhecimento. Essa 
concepção de ciência pode ser consciente ou não, mas deter-
minará os resultados que se procuram alcançar.
Na conceituação da ciência deve se levar em conta três fatores:
a) toda ciência se compõe de um conjunto de hipóteses e teorias resolvidas e a resolver;
b) possui um objeto próprio de investigação que é um determinado setor da realidade recor-
tado para fins de descrição e explicação;
c) possui um método, sem o qual as tarefas acima seriam impraticáveis.
Os métodos têm alcance mais amplo que as técnicas. Técnicas são processos definidos e deli-
mitados que servem para atingir conhecimentos úteis; servem de guias para a prática de modo 
geral, podendo servir ainda a propósitos específicos de cada ciência, tais como: mensuração, 
usos de instrumentos, modos de agir na coleta de dados, emprego de questionários, levanta-
mentos estatísticos, projeções gráficas etc.
Já os métodos dependem de regras gerais, cujo emprego capacita a avaliar, aceitar ou rejeitar 
o conjunto bastante amplo das técnicas. O método, como indica a palavra, é um caminho, um 
conjunto de regras e procedimentos comuns a várias ciências, que permite obter explicações, 
descrições e compreensão, sendo a compreensão mais adequada para as Ciências Humanas. 
Tendo em vista este objetivo, o método poderá ser o da observação e descrição, o da experimen-
tação, o da construção de sistemas formais e modelos explicativos, o de levantamento e teste de 
hipóteses, com explicações através de leis e/ou teorias. Todos eles têm caráter dedutivo, indutivo 
ou ambos. Do emprego de um ou mais desses métodos resultam conhecimentos acerca de um 
determinado recorte da realidade, suscetíveis de algum tipo de validação, seja o simples teste 
empírico seja o confronto crítico de hipóteses e teorias. (ARAÚJO, 1993, p. 15)
 
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Outro Mundo II – Maurilis Cornelis Escher
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Os recortes da realidade através de diferentes caminhos e olhares
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As diferenças metodológicas que emergem da organização e constituição das 
diversas ciências também se apresentam no âmbito da escola, promovendo, em vir-
tude da quase inexistência de reflexão, a cristalização de abordagens, muitas vezes 
preconceituosas, das disciplinas que compõem as áreas do currículo. Por exemplo, 
o viés neopositivista e o pragmatismo social conferiram às disciplinas da área de 
Ciências Naturais um status de notoriedade científica a priori, bem como promove-
ram sua independência das demais ciências, tornando secundário o diálogo entre as 
diversas disciplinas. E, se por um lado essa condição simplifica o trabalho dentro de 
uma metodologia, por outro, traz como problemas o excesso de rigidez, a fragmen-
tação e a descontextualização. Já na área das chamadas Ciências Humanas, a rigidez 
metodológica não se apresenta com a mesma intensidade, e ainda, pode-se afirmar 
que existe uma maior facilidade para o trabalho contextualizado, porém, observa-se 
também um distanciamento do seu caráter científico culminando em desvios como 
o factualismo – se perder na superficialidade dos fatos, deixando de investigar suas 
origens, sua essência, suas consequências, enfim, banalizando seu objeto de estudo 
e pesquisa.
A discussão metodológica na escola pode representar a possibilidade de su-
peração de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Cabe à escola criar 
estratégias fundamentadas na sua experiência, nos seus objetivos, no conhecimento 
da sua realidade – comunidade, alunos e professores e no conhecimento acadêmico 
produzido –, que venham a oferecer as alternativas necessárias à ação educacional. 
Trata-se aqui de lançar mão dos diversos recursos, muitos dos quais disponíveis à 
maioria das escolas; porém, a escolha dos recursos não pode se dar de forma ale-
atória e irrefletida, como se a simples utilização de práticas alternativas pudessem 
representar a garantia de qualidade de ensino.
Diante da velocidade de informação e comunicação presentes no mundo moderno, cabe à 
escola repensar o seu papel de formação do cidadão. As constantes mudanças que se apre-
sentam como decorrências de avanços científicos e tecnológicos colocam para a escola o 
desafio de assegurar ao aluno/cidadão a possibilidade de acesso e produção no mundo do 
conhecimento.
Nessa perspectiva, temos constatado que as “velhas” metodologias de trabalho utilizadas no 
espaço educacional, calcadas nos princípios da assimilação e reprodução do conhecimento, 
bem como a apresentação de saberes e verdades incontestes, têm se mostrado superadas e 
ineficientes.
Acreditamos que possibilitar ao aluno a produção do conhecimento, ensiná-lo a buscar e 
investigar o objeto do conhecimento, prepará-lo para a análise, reflexão e a crítica aos sabe-
res estabelecidos e às informações circundantes, constituem-se como princípios essenciais à 
prática educacional.
Como ensinar o aluno a pensar, olhar o mundo, buscar informações, analisar ideias, refletir 
os fatos e acontecimentos, expressar opiniões, argumentar e convencer, buscar alternativas, 
propor soluções, inovar, criar...?
Embora a escola não tenha respostas prontas e acabadas para essas questões, acreditamos que 
é seu papel propor alternativas, apresentar métodos e instrumentos e oferecer condições para 
um melhor aprendizado. (MELO, 1998, p. 2).
Delimitar o objeto de estudo, definir o tempo necessário e possível para desen-
volvê-lo em sala de aula e escolher metodologias e recursos, são ações pertinentes ao 
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Os recortes da realidade através de diferentes caminhos e olhares
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planejamento e essenciais no processo de ensino-e-aprendizagem. Na área de Ciên-
cias Humanas são inúmeras as opções metodológicas, das quais foram selecionadas 
algumas que podem dar uma amostra das possibilidades para a consecução da pro-
posta. Tais recursos não precisam ser utilizados separadamente e a sua combinação 
poderá originar trabalhos inovadores e criativos. Algumas sugestões aqui apresen-
tadas são fruto de reflexões e experiências desenvolvidas no Colégio Estadual Paulo 
Leminski, em Curitiba (PR).
Escolha do texto
O texto ocupa lugar central no desenvolvimento do trabalho nessa área, sejam 
os textos acadêmicos que compõem uma base de sustentação teórica ou aqueles que 
viabilizam a articulação com a realidade – o texto jornalístico, o texto de dados es-
tatísticos, o texto literário, poético ou ficcional, entre outros. Escolher o texto mais 
apropriado para se alcançar os melhores resultados de aprendizagem não é uma tare-
fa fácil, embora seja tratada como tal em muitas situações.
Um texto é um meio codificado, formado por signos linguísticos, pelo qual duas consciências 
se comunicam, uma passando sua mensagem para a outra. O texto é o código que cifra uma 
mensagem.
Quando alguém escreve um texto, está se colocando como emissor que pretende transmitiruma mensagem para o receptor. A mensagem é pensada pelo autor, codificada através de 
signos e transmitida ao leitor. Portanto, ao redigir, o autor (emissor) procede à codificação de 
sua mensagem; o leitor (receptor), ao ler o texto, procede à decodificação da mensagem do 
autor, para então pensá-la, assimilá-la e personalizá-la, compreendendo-a. Assim se completa 
a comunicação.
Na prática da comunicação, porém, o homem sofre, em todas as fases do processo, uma série 
de interferências subjetivas e culturais que põem em risco a objetividade de comunicação: daí 
se fazerem necessárias certas precauções, certos cuidados para se descontar essas alterações. 
(SEVERINO, 1991, p. 33)
Faz-se necessário definir alguns critérios para a escolha de um texto como 
recurso de aprendizagem, sejam eles:
 a problematização do conteúdo;
 a linguagem acessível à faixa etária do aluno e ao nível de escolarização, 
sem negligenciar a profundidade do conteúdo;
 a fundamentação teórica de qualidade, pertinente e objetiva;
 a capacidade de despertar o interesse do aluno para o conteúdo;
 a extensão do texto compatível com o tempo planejado para a realização do 
trabalho;
 a atualidade e confiabilidade dos dados e informações.
A escolha do texto deve estar articulada à definição de sua utilização em sala 
de aula, podendo se caracterizar como complemento de uma aula expositiva; como 
elemento de provocação para um debate; como sedimentação de um conteúdo; como 
fonte para elaborações pessoais dos alunos, entre outras.
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Resenhas
A elaboração de resenhas aparece junto com a leitura e compreensão de textos 
como um dos principais recursos metodológicos para o desenvolvimento de uma 
postura crítica do aluno em relação aos temas abordados nas várias disciplinas.
O principal objetivo da resenha crítica é elaborar comentários sobre um texto. 
Pressupõe uma leitura rigorosa do texto e deve conter:
 informações gerais sobre o texto;
 comentários sobre a ideia central do texto;
 comentários pessoais e críticas.
Inicialmente, deve se identificar autor, título, data da publicação. Num segundo 
momento, faz-se um breve comentário para que se possa compreender os objetivos do 
texto e sua ideia central. A seguir, deve-se sintetizar cada parte do plano de assunto 
(no caso de livros, cada capítulo) na mesma sequência lógica em que se apresenta, num 
esforço pessoal de reflexão sobre os elementos fornecidos pela análise do texto.
Quanto aos comentários pessoais, analisar a importância do texto, comentar 
sua influência dentro da área a que pertence e as consequências mais significativas 
de sua publicação – análise crítica.
É fundamental que o aluno estabeleça um “diálogo” com o autor, identificando 
os pressupostos teóricos que orientam o texto, assim como os argumentos que o autor 
teceu em torno da sua ideia central.
Uma resenha deve ser clara e sintética.
Apresentação gráfica da resenha (MELO, 1998, p. 7):
 Folha de rosto.
 Desenvolvimento.
 Referência bibliográfica.
Aula expositiva/dialogada
Ensinar é um exercício de imortalidade. De 
alguma forma continuamos a viver naqueles 
cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela ma-
gia na nossa palavra. O professor, assim, não 
morre jamais.
Rubens Alves
Quando se fala em alternativas 
metodológicas existe uma forte ten-
dência por parte de muitos educadores 
de enquadrarem a aula expositiva den-
tro de uma perspectiva conservadora e 
“tradicionalista”. Entretanto, a natureza 
da exposição não traz em si as caracte-Aula expositiva.
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rísticas a ela atribuídas, tais como monotonia, chatice, autoritarismo, distanciamento 
etc. Essas dificuldades se originam, na maioria das vezes, na falta de domínio de 
conteúdo, na falta de planejamento, na má utilização do tempo, na ausência de espaço 
para a interação com o aluno, no dogmatismo presente no discurso do professor, bem 
como na falta de um cuidado estético, criativo e imaginativo. A superação desses 
problemas está estreitamente vinculada ao compromisso ético e político do professor 
com a educação e no investimento institucional a ele destinado.
O termo “dialogada” traduz a defesa do espaço de manifestação e efetiva par-
ticipação do aluno no transcorrer das aulas, contribuindo com suas experiências, 
indagações, inquietações, percepções, tornando o processo de aprendizagem mais 
original, criativo e contextualizado.
Seminários
Trata-se de uma metodologia muito utilizada em cursos universitários e que vem sendo cres-
centemente aplicada no Ensino Médio. Seu objetivo é o estudo profundo de um tema ou texto, 
sob orientação do professor, pondo em comum dificuldades teóricas, esclarecimentos e con-
clusões obtidas, submetendo, portanto, o trabalho individual à critica do grupo.
Procedimento:
Fixa-se um texto ou estabelece-se um tema para ser trabalhado em seminário, e este é atri-
buído a um indivíduo, ou a um grupo que, orientado pelo professor, vai aprofundar-se em 
pesquisas (bibliográfica, de campo etc.) e na problematização do texto/tema. Pode-se fixar 
vários textos/temas para vários grupos ou indivíduos.
Para facilitar aos participantes o acompanhamento da apresentação dos resultados, o apre-
sentador deve elaborar um texto-roteiro que pode conter, além de informações sobre o texto/
tema, algumas informações complementares e bibliográficas, bem como um roteiro de dis-
cussões.
A função do apresentador é, primeiramente, expor as principais ideias do texto/tema. Em 
seguida, trata-se de criticar e problematizar as teses contidas no texto/tema, abrindo a palavra 
para as considerações dos colegas e do professor.
A principal função do professor é anterior à apresentação: delimitar os textos/temas, orientar 
o apresentador na problematização e na elaboração do texto-roteiro. Na apresentação propria-
mente dita, o professor intervirá como um dos participantes.
A importância do uso dessa técnica está na sua capacidade de envolver todos os participantes 
da discussão. Isso implica, de um lado, que todos devem estudar os textos antecipadamente, 
por outro lado, que o número total de participantes não deve ser elevado, para que seja possí-
vel a participação de todos.
Queremos destacar como essencial na organização de seminários a definição prévia de um 
cronograma de apresentação. Outro fator importante a ser considerado é a duração das apre-
sentações, pois quando estas se alongam, tornam-se cansativas e contraproducentes. (MELO, 
1998, p. 8)
Palestras/minicursos
A utilização de palestras ou minicursos como recurso metodológico possibilita 
abordagens diferenciadas do conteúdo, sua complementação e seu aprofundamento. 
Na sua organização deve estar prevista a orientação prévia do tema pelo professor e/
ou posteriormente o seu resgate por meio da discussão. Como critério preferencial 
para a escolha do palestrante deve-se considerar o fato de que o mesmo seja um es-
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tudioso do tema proposto. Uma alternativa interessante e possível nessa organização 
é oferecer as palestras/minicursos por meio do estágio de acadêmicos, que podem, 
assim, apresentar publicamente suas monografias de encerramento de curso.
Para garantir melhor aproveitamento durante essa atividade sugere-se prever mo-
mentos para questionamentos e discussões como forma de interação entre alunos e 
palestrante e de exercício da expressão em público. Para finalizar, sugere-se também a 
produção de relatório, que além de estabelecer um compromisso do aluno com o even-
to, também poderá ser incorporado aoprocesso de avaliação.
Palestra sendo ministrada para professores.
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Trabalho de pesquisa
O trabalho de pesquisa escolar constitui-se em importante forma de aprendizagem, pois pres-
supõe busca, descoberta, planejamento, desenvolvendo no aluno o espírito investigativo, o 
que possibilita o estudo independente (autodidatismo).
No entanto, essa importância tem sido subestimada no momento em que aceitamos como 
trabalhos escolares meras reproduções. Não poucas vezes, trabalhos escolares são solicitados 
para “completar”, “ajudar” na nota do aluno que não alcançou a média.
Consideramos premente a tarefa de propor alternativas para encaminhamento dessa ativida-
de, resgatando seu caráter de iniciação científica. Cabe à escola oferecer ao aluno a possibili-
dade da “descoberta” do conhecimento, da análise de dados e ideias, da elaboração de teses, 
da apresentação de conclusões, e não somente copiar e repetir. Não podemos adiar essa tarefa 
para um remoto e quase inacessível Ensino Superior. O desenvolvimento do pensamento 
autônomo e da criatividade tornam-se necessidades urgentes considerando-se as poucas pers-
pectivas de trabalho hoje oferecidas.
Este documento pretende dar inicio à discussão sobre esse assunto apontando alguns cami-
nhos referentes às normas técnicas de elaboração de trabalhos escolares.
Ao contrário do que parece, a normatização, ao invés de complicar ou burocratizar a ativi-
dade de pesquisa escolar, consegue justamente auxiliar o aluno na organização das ideias. 
A sistematização evita o trabalho aleatório, sem reflexão. A proposição de forma planejada 
de métodos e objetivos que se deseja alcançar leva a resultados mais satisfatórios. Depois de 
assimiladas, as regras tornam-se mais um instrumento a serviço do aluno.
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Por sua vez, os professores dispondo de critérios comuns para solicitação e apresentação de tra-
balhos escolares terão maior segurança ao realizarem sua avaliação. Acrescente-se a isso o fato 
de que um trabalho esteticamente bem feito facilita a leitura e a correção. (MELO, 1998, p. 3)
Para um melhor desenvolvimento do trabalho de pesquisa, a biblioteca deve 
configurar-se como um espaço essencial, principalmente se dispuser de um acervo 
diversificado, atualizado e organizado de forma a possibilitar o acesso aos alunos. A 
ideia de biblioteca deve ir além de um lugar em que se disponibilizam livros, sendo 
importante sua concepção nos moldes de um centro de documentação, que torne 
acessível, além de livros, também jornais, revistas, textos, vídeos, discos, jogos inte-
lectivos e outros. Outro recurso que pode ser incorporado ao centro de documenta-
ção é a pesquisa através da internet. Embora para a maioria das escolas públicas esse 
recurso ainda esteja muito distante, ele pode oferecer ao aluno uma grande variedade 
de informações, porém, deve-se estar atento à qualidade do material pesquisado, 
bem como ao rigor metodológico da pesquisa.
Relatórios
Relatório é a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados median-
te pesquisas ou se historia a execução de serviços ou de experiências. É geralmente 
acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas, gráficos, estatísti-
cas e outros. (UFPR, 1992, p. 1)
No Ensino Médio, a solicitação de relatórios é uma prática utilizada pelos pro-
fessores para o caso da realização de visitas, exposições, palestras, aulas de campo, 
filmes e outros.
Na elaboração de um relatório devem constar itens específicos considerando 
cada modalidade (MELO, 1998, p. 6):
 Visita/exposição – identificação do local e data, tema da atividade, descri-
ção geral do local da visita ou exposição, relato das atividades realizadas e 
conclusão do aproveitamento da visita ou exposição.
 Palestra – nome do palestrante, tema da palestra, registro do desenvolvi-
mento do tema pelo palestrante, relato das intervenções e debates e conclu-
são do aproveitamento da palestra.
 Aula de campo – identificação do local e data, tema da aula, relato do desen-
volvimento da aula e conclusão do aproveitamento da atividade.
 Filme – ficha técnica (nome do filme, país onde foi produzido, ano da pro-
dução, nome do diretor, principais atores); sinopse (breve relato do filme); 
articulação do filme com o tema proposto; apreciação crítica.
 Outros – deve ser organizado de forma a atender os objetivos da atividade.
 Apresentação gráfica do relatório.
 Folha de rosto.
 Desenvolvimento/conclusão.
 Anexos.
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O recurso da fotografia, música, 
cinema, pintura, entre outros
A área de Ciências Humanas se carac-
teriza basicamente pela produção intelectual, 
mas também pode possibilitar a inserção no 
universo da sensibilidade, representado pela 
produção artística. Nesse sentido, a vincula-
ção entre razão e sensibilidade representará 
um salto qualitativo no processo de aprendi-
zagem. Embora a produção dessa área seja 
basicamente intelectual, os seus objetos de 
estudo não o são exclusivamente, portanto, 
se a escola tem como finalidade a contextu-
alização dessa produção, poderá encontrar na 
pintura, na música, no cinema, na fotografia, 
caminhos a serem explorados. O prazer estéti-
co proporcionado pela arte por meio das ima-
gens e sons, além de contribuir com a diver-
sificação das estratégias de ensino, estimula a 
percepção, facilita a contextualização, libera 
a criatividade e a imaginação, apresenta situ-
ações concretas para o exercício da análise e 
reflexão e favorece a elaboração mais subjeti-
va e singular.
A sociedade moderna está cada vez 
mais permeada pelos estímulos e apelos vi-
suais. O mundo das imagens prescinde da 
mediatização do pensamento e acaba por potencializar 
o processo de comunicação com enorme velocidade 
veiculando, muitas vezes, informações subliminares, 
distorções e mensagens reificadas. A decodificação 
dos signos e símbolos presentes nos espaços concretos 
e virtuais da existência humana só se torna possível 
a partir de um conhecimento pleno que incorpore as 
dimensões intelectuais e sensíveis. A partir dessas con-
siderações é importante estabelecer uma diferenciação 
entre o ver e o olhar.
O ver, em geral, conota no vidente uma certa discrição e passivi-
dade ou, ao menos, alguma reserva. Nele um olho dócil, quase 
desatento, parece deslizar sobre as coisas; e as espelha e registra, 
reflete e grava. Diríamos que aí o olho se turva e se embaça, con-
centrando sua vida na película lustrosa da superfície para fazer- 
-lhe espelho [...] Como se renunciasse à sua própria espessura e 
profundidade para reduzir-se a esta membrana sensível em que o 
mundo imprimiu seus relevos. Com o olhar é diferente. Ele reme-
te, de imediato, à atividade e às virtudes do sujeito, e atesta a cada 
passo nesta ação a espessura de sua interioridade. Ele perscruta e 
A poesia.
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Artista plástico: Júlio Cézar Ferreira Dias – O desenho.
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Transformar raízes e restos de queimadas em esculturas – 
a arte de Frans Krajcberg.
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investiga, indaga a partir e para além do visto, e parece originar-se sempre da necessidade de 
“ver de novo” (ou ver o novo), como intento de “olhar bem”. Por isso é sempre direcionado e 
atento, tenso e alerta no seu impulso inquiridor.
[...] Por isso o olhar não acumula e não abarca, mas 
procura; não deriva sobre uma superfície plana, masescava, fixa e fura, mirando as frestas desse mundo 
instável e deslizante que instiga e provoca a cada ins-
tante sua empresa de inspeção e interrogação.[...] O 
olhar pensa; é visão feita interrogação. (UFPR, 1993)
Cabe ainda, como contribuição à discus-
são acerca desses recursos, resgatar o concei-
to de representação. As imagens, sejam elas 
as fotografias, as pinturas, os filmes, podem 
permitir diversas interpretações, por exemplo, 
os conhecidos quadros do Grito do Ipiranga e 
da Primeira Missa são apresentados em mui-
tas aulas de História como reproduções fide-
dignas da realidade; entretanto, os mesmos G. A. Escher (1935) – Martinus Cournelius Escher. 
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8.
)foram produzidos sob encomenda com o objetivo 
da construção ideologizada do imaginário social 
brasileiro. As imagens em si, por mais fortes ou 
significativas que sejam, não têm, a priori, vincu-
lações com qualquer reflexão ética, política ou es-
tética, necessitam ser investidas de sentido, resul-
tado de um complexo processo de conhecimento.
A utilização desses recursos na escola exi-
ge uma atenção especial quanto a sua operacio-
nalização. A falta de planejamento, muitas vezes, 
afasta as atividades que envolvem esses recursos 
da sua verdadeira finalidade, diluindo sua impor-
tância, provocando distorções de interpretações, 
frustrando as expectativas, na medida em que o 
meio se transforma no próprio fim. Esses recursos 
devem vir investidos de um direcionamento pe-
dagógico, por meio de roteiros de observação que 
leve em conta o aprofundamento teórico, a articu-
lação com a realidade, a análise crítica, o debate, 
sem cercear a liberdade de pensamento do aluno.
Clube de ciências
O clube de ciências é apresentado neste trabalho com uma perspectiva de superação de uma 
tradição de exclusividade da área de Ciências da Natureza. Trata-se de um espaço que favorece a in-
vestigação científica numa abordagem ampla e interdisciplinar, possibilitando a interação entre áreas 
que utilizam estratégias diferenciadas de leitura da realidade. As atividades desenvolvidas num Clube 
de Ciências oportunizam ao aluno uma visão de mundo não fragmentada.
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O Clube de Ciências possibilitará a iniciação do aluno à investigação científica, entendendo 
que o conhecimento científico pode promover a descrição e a interpretação de uma dada rea-
lidade, considerando seus múltiplos aspectos, desenvolvendo assim, no “aluno investigador”, 
uma ação mais crítica e consciente.
Salientamos a importância de considerar o caráter descritivo, presente no conhecimento cien-
tífico, uma vez que ele delimita o objeto a ser pesquisado, utiliza método específico, elabora 
hipóteses e demonstra resultados. Contudo, devemos assegurar que nas ações desenvolvidas 
no clube esteja presente também o reconhecimento do caráter fragmentário existente nas 
Ciências Naturais, bem como seus limites e possibilidades. Acreditamos que a busca da su-
peração dessa fragmentação se dará através da articulação dos diversos campos das Ciências 
Naturais e destes com as Ciências Humanas.
Em sua fase de implantação essa proposta terá como temática as questões ambientais, dada 
sua característica de atualidade e interferência na sociedade e na vida do indivíduo, entre as 
quais podemos citar: o lixo e sua reciclagem; as várias formas de poluição; a importância das 
águas; o aquecimento da Terra; o impacto do crescimento urbano desordenado; as epidemias 
de demais problemas sanitários e outros. (CARVALHO, 1997, p. 25)
1. Considerando a estigmatização do planejamento como cerceador da criatividade presente no 
imaginário de muitos educadores, levando muitas vezes a uma prática espontaneísta, escreva 
sobre o papel do planejamento na utilização dos recursos metodológicos.
2. A partir da definição de um conteúdo (da sua disciplina), escolha um dos recursos apresentados 
e elabore um plano de aula.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.iesde.com.br

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