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ESTUDOS SOCIO-HISTÓRICOS E CULTURAIS DA EDUCAÇÃO
A relação existente entre homem-natureza-sociedade é o trabalho, pois ele é o fundamento do ser social, já que é o vínculo material e objetivo entre o ser humano e a natureza. O pressuposto de Marx é que a natureza deve ser constantemente transformada para que haja a existência dos homens, visto que é por meio do trabalho que os homens não só constroem materialmente a sociedade, como também tomam bases para a sua construção como indivíduos.
Em primeiro momento trabalho e educação são inseparáveis, uma vez que o homem se educava no e pelo trabalho e com todas as atividades que giravam ao redor dele. Além disso, a relação entre os mesmos se dá através da objetivação considerando que o trabalho produz objetivações e a educação reproduz o que é objetivado através da apropriação daquilo que é realizado por outras atividades.
Em seu objetivo fundamental a função social da educação é a transformação da sociedade por meios de conhecimentos e habilidades em campos distintos, para que o indivíduo se construa como ser social, não devemos esquecer que a reprodução do ser social é um processo dinâmico, pois sempre vai existir novos problemas e situações imprevisíveis e diante delas o ser social precisa encontrar soluções para que exista uma continuidade da daquela forma de sociabilidade, através da conservação de tudo que se transformou em patrimônio do gênero humano seja transmitido para as novas gerações fazendo com que seja fundamental para a fundação do ser social enquanto ser histórico.
Na sociedade contemporânea, a educação assim como é exposto na obra de Ponce continua a ser usada pelas classes dominantes como meio de repressão e dominância sobre as classes subalternas, expressada por uma superioridade advinda do seu conhecimento, uma vez que essa classe tem um acesso mais amplo e privilegiada da esfera educativa. Portanto, a privatização do conhecimento está atrelada a luta de classes, uma vez que é através dessa privatização ocorre todo um processo de exclusão no meio social, contudo não se pode esquecer que a educação é fundamental para a reprodução social.
Como exposto na obra de Aníbal Ponce “Educação e Luta de Classes”, a comunidade primitiva, vivia em um comunismo primitivo, onde a propriedade comum da terra é unida por laços de sangue oriundo de uma pequena coletividade, uma comunidade sem hierarquias e com decisões tomadas democraticamente entre todos os indivíduos sempre em prol da tribo. Caracterizada por uma divisão ainda primitiva do trabalho, mas não excludente, no qual mulheres e crianças se equiparam aos homens, no qual elas tinham uma função pública e social tão necessária quando as deles e as crianças eram recompensadas por seu auxílio igual a qualquer outro membro da comunidade. A partir do seu auxílio no trabalho as crianças começavam o seu processo educativo, uma vez que ela se educava por meio da convivência diária que mantinha com os adultos, tendo em vista que na comunidade primitiva, o ensino era uma função espontânea da sociedade em conjunto. A princípio a comunidade era escrava da natureza, pois, a mesma não progredia por conta dos instrumentos de trabalho que ainda eram poucos desenvolvidos o que implicava na produção, fazendo com que só se produzisse o necessário. Entretanto, essa realidade muda de forma no momento que novas técnicas são implementadas, tais como: a domesticação de animais para o uso na agricultura para o auxílio do trabalho humano, assim a comunidade passa a produzir mais que o necessário para seu próprio sustento, e com esse excedente de produtos começou a ocorrer o intercâmbio de bens. Logo quando o bem-estar da tribo aumentou por conta das novas técnicas de produção, os prisioneiros de guerra que antes eram mortos, agora se transformavam em escravos. Depois desse momento, a terra que tinha um caráter comum passou a ser dominada pelas funções dos “organizadores” que passam a ser hereditárias fazendo com que a terra se torne propriedade privada. Aquela organização social vista a princípio já não está mais presente na comunidade primitiva, uma vez que essa começa a se dividir em classes com um novo vinculo provindo da escravidão o poder do homem sobre o homem. Outro aspecto que se perde da comunidade primitiva, nessa separação de classes é a situação social da mulher, pois se antes ela dispunha de um papel social tão importante quanto o do homem, agora, ela passa apenas a ocupar-se com funções domesticas, que passam a ser privadas, além da perda de igualdade que a mesma sofre após a servidão que lhe foi imposta. A educação que como toda a estrutura social da comunidade sofre mudanças com a separação das classes, a desigualdade educacional presente entre os “organizadores” e os “executores” exemplifica essa mudança, pois se antes todos os membros da comunidade se educavam partindo do mesmo princípio, agora a educação é usada como forma de dominação pelas famílias que organizavam a produção social, uma vez que essas educavam os seus parentes para desempenharem o seu cargo para assim manter a sua hierarquia nessa nova conjuntura social. Com a crescente comercialização, os produtores passam a não só produzir o necessário para as suas necessidades como também para fazer trocas com outras tribos, por meio desse modo eles passam a ter a possibilidade do ócio, que era usado para o aperfeiçoamento do trabalho. Na sociedade burguesa a exploração e o domínio das classes menos abastadas são presentes assim como na transformação da comunidade primitiva em uma sociedade de classes. Mudanças começam a ocorrer na esfera educacional, estava nascendo uma doutrina para o ensino útil e prático, um ensino que não fosse apenas o de aprender e sim o de assimilar tais coisas do dia a dia, mas a desigualdade fazia com que o homem das classes inferiores continuava sem instrução escolar. Com a transição para o capitalismo a burguesia se caracterizava por querer formar pessoas preparadas para a competição do mercado e produzir cada vez mais, assim a educação chega até a classe trabalhadora, mas não como um processo educativo que vise o aprendizado não apenas voltado para a questão do trabalho, mas sim para o crescimento intelectual e humano de cada indivíduo. E por fim, a questão religiosa nessa comunidade partia da concepção que o primitivo de que a natureza estava organizada do mesmo modo que a de sua comunidade sem graus e hierarquias fazendo com que a sua religião fosse uma religião sem deuses 
A luta de classes perdura até a sociedade contemporânea, pois as classes abastadas continuam tendo o controle do capital sobre as massas proletárias, mesmo que seja o proletariado que faça a manutenção da sociedade capitalista. No contexto da pandemia, justamente por existir essa manutenção a classe trabalhadora sofreu consequências tanto sócias quanto econômicas durante a pandemia, tendo em vista que em comparação com capitalista, o operário sofreu alta exposição ao vírus, a crise econômica fez com que milhares de postos de trabalho fossem fechados e que a desigualdade se acentua-se, mas o capitalista não sofreu em nada com isso uma vez que o seu poder econômico não foi afetado, além de conseguir fazer o isolamento adequado. 
Por fim, deve-se pensar que para existir uma educação emancipadora ela deve ser feita de forma coletiva pois, só assim ela pode ser bem-sucedida, já que a mudança individual não provoca um processo coletivo. Deve existir uma liberdade maior na educação, um processo educativo que vise o aprendizado não apenas voltado para a questão do trabalho, mas sim para o crescimento intelectual e humano de cada indivíduo. A esfera educacional precisa se reformular uma vez que diante do que já foi exposto a educação acabou por perder sua essência durante tantos avanços e recuos históricos, a educação que deveria fazer com que o indivíduo se construa como ser social, acaba por fazer que esse indivíduo fique atrelado dentro de um sistema engessado e dominado pelas classes dominantes. Portanto, a emancipação humana e libertadora queé almejada só será concretizada em meios há avanços históricos não somente do indivíduo, mas de toda a sociedade, quando enfim o processo educativo não ser apenas voltado para o trabalho.

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