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02/04/2022 Seguridade Social Brasileira #Direito Previdenciário GESTÃO DESCENTRALIZADA SE G U RI DA D E SO CI AL BR AS IL EI RA SE G U RI DA D E SO CI AL BR AS IL EI RA INSSINSS Conselho Nacional de Previdência (CNP) Conselho Nacional de Previdência (CNP) Conselhos de Previdência Social (CPS) Conselhos de Previdência Social (CPS) Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) Conselho de Recursos de Previdência Social (CRPS) Conselho de Recursos de Previdência Social (CRPS) Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) 1 2 02/04/2022 RELAÇÃO JURÍDICA DE CUSTEIO Pessoa física ou jurídica Pessoa física ou jurídica Ente estatal Ente estatal Relação de Custeio Relação de Prestação CREDOR DEVEDOR Modelo de Previdência de caráter contributivo! 1. Relação obrigacional Obrigação Tributária Obrigação Tributária Obrigação Previdenciária de custeio Obrigação Previdenciária de custeio Contribuições sociais 3 4 02/04/2022 Há pessoas que têm obrigação de contribuir porque desta decorre sua condição de beneficiário do sistema - são os segurados obrigatórios do regime. A obrigatoriedade de sua participação se impõe para que possam fruir dos benefícios e serviços previstos em lei. Outras pessoas têm a obrigação de contribuir porque a lei simplesmente lhes determina tal ônus, sem que tenham qualquer contraprestação pelo fato de verterem recursos para o sistema. O liame obrigacional tem fundamento, nestes casos, no ideal de solidariedade que fundamenta a Previdência Social, embasado a teoria do risco social, segundo a qual toda a sociedade deve suportar o encargo de prover a subsistência dos incapacitados para o trabalho. A relação obrigacional de custeio é autônoma onde, mesmo que as contribuições não sejam recolhidas, não impeçam a fruição dos benefícios e serviços por determinadas categorias de segurados obrigatórios (Art. 36, I, RPS): Art. 36. No cálculo do valor da renda mensal do benefício serão computados: I - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, os salários de contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico, observado o disposto no art. 19-E, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis 5 6 02/04/2022 2. Contribuintes da Seguridade Social CONTRIBUINTE • Sujeito passivo da obrigação tributária, podendo ser pessoa física ou jurídica sendo, por determinação legal, sujeita ao pagamento do tributo (arts. 121, caput e 122, CTN). SEGURADO • Pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou não, bem como aquele que a lei define como tal. Também é considerado segurado aquele que, sem exercer atividade remunerada, se filia facultativa e espontaneamente à Previdência Social (art. 12 e parágrafos, Lei 8.212/91 e art. 11 e parágrafos, Lei 8.213/91). Art. 195, I, II, III e IV, CF: - o empregador, a empresa e a entidade a ela equiparada; - os trabalhadores segurados da Previdência Social, conforme suas categorias (empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual segurado especial); - os apostadores de concursos de prognósticos; - o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 2.1 Segurados Obrigatórios Devem contribuir compulsoriamente para a Seguridade Social, com direito aos benefícios pecuniários previstos para sua categoria (aposentadorias, pensões, auxílios, salário-família e salário-maternidade) e aos serviços (habilitação profissional e serviço social) a encargo da Previdência Social. Segurado Obrigatório Segurado Obrigatório Pessoa Física Pessoa Física Vínculo empregatício urbano, rural ou doméstico Vínculo empregatício urbano, rural ou doméstico Trabalhador autônomo ou empresário (contribuinte individual), avulso, ou segurado especial Trabalhador autônomo ou empresário (contribuinte individual), avulso, ou segurado especial Atividade laborativa, remunerada e lícita Atividade laborativa, remunerada e lícita 7 8 02/04/2022 2.1.1 Empregado Urbano e Rural - Todos aqueles que possuem vínculo regido pela CLT, com os requisitos previstos nos arts. 2° e 3° da Consolidação, com ou sem prazo determinado (inclusive as modalidades de trabalho a tempo parcial, em teletrabalho, trabalho intermitente, aprendiz), bem como os empregados rurais (alínea "a"), os contratados a forma da Lei n. 6.019/1974 (trabalho temporário), os agentes públicos sem regime próprio (contratados temporariamente, comissionados e detentores de mandato eletivo), além de outras situações que, para efeitos previdenciários, geram equiparação de tratamento aos empregados propriamente ditos, identificadas as demais alíneas do inciso I do art. 9° do Decreto Regulamentador. - Exercentes de mandato eletivo Repercussão Geral no RE 626.837, Relator Ministro Dias Toffoli, Dje de 20.11.2013: "Tema 691 - Submissão dos entes federativos ao pagamento de contribuição previdenciária patronal incidente sobre a remuneração dos agentes políticos não vinculados a regime próprio de previdência social, após o advento da Lei 10.887/2004". Em julgamento pelo Plenário do STF, em 25.5.2017, foi firmada a seguinte tese: Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, a Estados e a Distrito Federal ou a municípios, após o advento da Lei n° 10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio de previdência. 9 10 02/04/2022 2.1.2 Empregado Doméstico - Requisitos do art. 1º da LC n. 150/2015; - Idade mínima de 18 anos, com reconhecimento, no entanto, de todo o tempo de contribuição, ainda que submetido a trabalho doméstico em idade inferior; 2.1.3 Contribuinte Individual - A categoria engloba segurados empresário, autônomo e equiparado a autônomo. Art. 9º, V, do Decreto n. 3048/1999: 11 12 02/04/2022 Os motoristas de aplicativos passaram a ser enquadrados como contribuintes individuais pelo Decreto n. 9.792, de 14,5.2019, que dispõe sobre a exigência de inscrição do motorista de transporte remunerado privado individual de passageiros como contribuinte individual do RGPS. E, para tanto, recolherá sua contribuição a RGPS por iniciativa própria, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 30 da Lei n. 8.212/1991 (até o dia quinze do mês seguinte ao da competência). 13 14 02/04/2022 * Empresário individual e titular de empresa individual de responsabilidade limitada também são considerados contribuintes individuais; É importante distinguir o diretor que seja empregado daquele que se constitui empresário. A figura do diretor somente se verifica nas sociedades anônimas, logo, nas demais espécies de sociedades comerciais o dirigente ou é sócio, ou se enquadra na condição de empregado. * Trabalhador Autônomo Trabalhador autônomo é aquele que exerce, por conta própria, atividade econômica remunerada de natureza urbana, com fins lucrativos ou não, ou, ainda, o que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego. 15 16 02/04/2022 • profissionais liberais: há casos em que são considerados como contribuintes individuais, outros, como empregados; com efeito, se submetidos a regras de conduta (subordinação) e a uma disciplina na relação de trabalho, podem caracterizar-se como segurados empregados; • representante comercial autônomo e o vendedor pracista: a Lei n. 4.886/65, art.2°, exigia registro do representante comercial autônomo no órgão de fiscalização da atividade, como requisito formal; onovo Código Civil disciplina a relação de trabalho do representante comercial sem vinculo de emprego nos arts. 710 a 721; • corretores de imóveis, de seguros, de planos de saúde: adota-se o mesmo entendimento esposado em relação as representantes comerciais autônomos. 2.1.4 Trabalhador Avulso Trabalhador avulso é aquele que presta serviço a várias empresas, sem vínculo de emprego, contratado por sindicatos ou órgãos gestores de mão de obra (art. 11, inciso VI, da Lei n. 8.213/1991). Nessa categoria estão os trabalhadores em portos: estivadores, carregadores, amarradores de embarcações, quem faz limpeza e conservação de embarcações e vigia. Na indústria de extração de sal e no ensacamento de cacau e café também há trabalhadores avulsos. Também é o caso dos movimentadores de cargas (comumente denominados "chapas"). 17 18 02/04/2022 2.1.5 Segurado Especial Considera-se segurado especial, (art. 12, VII, da Lei n. 8.212/1991 e ao art. 11, VII, da Lei n. 8.213/1991), a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2° da Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. 2.2 Segurados Facultativos Ao lado do segurado obrigatório, tem-se o segurado facultativo, que desfruta do privilégio constitucional e legal de se filiar ao RGPS. É a pessoa que, não estando em nenhuma situação que a lei considera como segurado obrigatório, desejar contribuir para a Previdência Social, desde que seja maior de 16 anos, e não esteja vinculado a nenhum outro regime previdenciário (art. 11 e p. 2° do Regulamento). 19 20 02/04/2022 2.3 Aposentado(a) que retorna à atividade O aposentado pelo RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida pelo Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei n. 8.212/1991. Por outro lado, prevê o art. 18, p.2°, da Lei n. 8.213/1991 que o aposentado que pretenda permanecer em atividade ou a ela retornar não terá direito a novas prestações previdenciárias, exceto o salário-família e a reabilitação profissional, quando for o caso. 21 22 02/04/2022 • Artigo 173 do RPS: o segurado em gozo de aposentadoria que voltar a exercer atividade abrangida pelo RGPS, observados o disposto no art. 168 e, nos casos de aposentadoria especial, o disposto no parágrafo único do art. 69, fará jus: - a salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado, inclusive o doméstico, ou trabalhador avulso; - E a salário-maternidade. E o parágrafo único do artigo 69 do RPS, por fim, prevê a cessação da aposentadoria especial caso o requerente retorne a trabalhar exposto a agentes nocivos. -> DESAPOSENTAÇÃO: Recursos Extraordinários nos autos n. 381.367, 661.256 e 827.833, que: "No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por hora, previsão legal do direito à “desaposentação”, sendo constitucional a regra do artigo 18, parágrafo 2°, da Lei 8.213/1991. 23 24 02/04/2022 Repercussão Geral - Tema 1.065: É constitucional a contribuição previdenciária devida por aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que permaneça em atividade ou a essa retorne. 3. Manutenção e perda da qualidade de Segurado Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente; Até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; Até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; Até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; Até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; Até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. PERÍODO DE GRAÇA Art. 15, 8.213/91 I II III IV V VI 25 26 02/04/2022 3.1 Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente; O fato de o segurado estar em fruição de beneficio previdenciário impede que o mesmo, por motivo alheio à sua vontade, permaneça contribuindo para o RGPS. Em virtude disso, a legislação estabelece que, durante o tempo de fruição, se mantenha a qualidade de segurado, para todos os fins. Cessado o beneficio, o segurado tem a qualidade de segurado mantida por mais 12 meses (art. 15, I, 8213/91 c/c art. 13, II, do RPS) 3.2 Até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; Esse prazo será prorrogado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. Os prazos são acrescidos em doze meses para o segurado desempregado, desde que comprove essa situação por registro no órgão próprio. O período de graça do segurado que deixa de exercer atividade laborativa pode ser de 12 meses (para o segurado com menos de 120 contribuições mensais), 24 meses (para o segurado com mais de 120 contribuições mensais; ou para o segurado com menos de 120 contribuições, comprovando que depois dos primeiros doze meses de período de graça permanece na situação de desemprego), ou 36 meses (quando o segurado com mais de 120 contribuições mensais comprove, após os primeiros vinte e quatro meses, que permanece desempregado). 27 28 02/04/2022 Súmula n. 27 da TNU: A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito. E também: A prorrogação da qualidade de segurado por desemprego involuntário, nos moldes do §2° do art. 15 da Lei 8.213/91, se estende ao segurado contribuinte individual se comprovada a cessação da atividade econômica por ele exercida por causa involuntária, além da ausência de atividade posterior. (TNU, PUIL 0504272-91.2018.4.05.8400/RN, j. 28.4.2021) STJ: A ausência de registro na CTPS não é suficiente para comprovar a situação de desempregado, pois não afasta a possibilidade do exercício de atividade remunerada na informalidade. Dessa forma, esse registro não deve ser tido como único meio de prova da condição de desempregado do segurado, especialmente considerando que, em âmbito judicial, prevalece o livre convencimento motivado do juiz e não o sistema de tarifação legal de provas. Assim, o registro perante o SINE poderá ser suprido quando for comprovada tal situação por outras provas constantes dos autos, inclusive a testemunhal. (Pet 7.115/PR, 3° Seção, Rel. Min. Napoleão Nunes MaiaFilho, Die 6,4.2010) 29 30 02/04/2022 3.3 Até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; O segurado que foi acometido ou mesmo que ainda esteja na condição de ser suspeito de estar contaminado por doença que exija, pelas normas de vigilância sanitária e epidemiológica, a internação em separado ou a impossibilidade de contato com outras pessoas,além de mantido na condição de segurado durante o período da doença por estar em beneficio (primeira hipótese elencada), terá direito a mais doze meses de período de graça, após a cessação da segregação, sem necessidade de recolhimento de contribuições. Todos os que estavam com o vírus, ainda que assintomáticos (ou seja, não necessariamente incapacitados para o trabalho), bem como aos que foram isolados preventivamente, o afastamento compulsório não foi somente das atividades remuneradas, mas de todo o convívio social. À luz da regra em comento, esses indivíduos fazem jus à manutenção da qualidade de segurado se a possuíam antes desta segregação, pelo lapso de doze meses após cessar a obrigatoriedade de afastamento. SEGREGAÇÃO COMPULSÓRIA! 31 32 02/04/2022 3.4 Até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; O segurado que for recolhido a cárcere, ainda que em prisão cautelar, impossibilitado, portanto, de exercer atividade remunerada, permanece na qualidade de segurado, durante a reclusão, prisão ou detenção. Concedida a liberdade - provisória ou não -, o segurado permanece nesta condição até doze meses após. "Tratando-se de preso foragido, não se aplica a regra de manutenção da qualidade de segurado por 12 meses a partir do livramento, nos termos do art. 15, IV, da Lei n° 8,213/91" (TNU. 0067318-03.2008.4.01.3800/MG, j.18.9.2019). Não guarda a qualidade de segurado o detento ou recluso que não era, ao tempo da prisão, segurado do RGPS, nem se encontrava em período de graça. Vale dizer, o indivíduo que não era segurado antes do cumprimento da pena não adquire tal condição ao livrar-se solto. 33 34 02/04/2022 3.5 Até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; A prestação de serviço militar citada a lei é a do serviço militar obrigatório, que suspende o contrato de trabalho dos segurados empregados (art. 472 da CLT e art. 60, caput, da Lei n. 4.375/1964). Apenas aquele que já era segurado antes de prestar o serviço militar permanece nessa condição, durante o período nas Forças Armadas, até três meses após o seu licenciamento, ou "baixa". 3.6 até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo O segurado, uma vez tendo iniciado a contribuir como tal, tem o permissivo legal de não contribuir por até seis meses contínuos, permanecendo durante esse prazo na condição de segurado, devendo, para assim se manter, contribuir no mês seguinte a tal prazo; evidentemente, o período em que não houve contribuição não servirá para fins de contagem de tempo para aposentadoria. 35 36 02/04/2022 DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE MANUTENÇÃO E PERDA A perda da qualidade de segurado, segundo a regra prevista no §4° do art. 15 da Lei n. 8.213/1991, ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior a final dos prazos. ABRIL Fim do período de graça ABRIL Fim do período de graça MAIO Mês referência para primeira contribuição MAIO Mês referência para primeira contribuição JUNHO Até o dia 15 para recolhimento sob pena de perca da qualidade de segurado JUNHO Até o dia 15 para recolhimento sob pena de perca da qualidade de segurado Ex.: José continua desempregado. Dessa forma, deve vincular-se como segurado facultativo, seguindo a regra: • Caso dentro do período de graça o segurado volte a exercer atividade que o qualifique como segurado obrigatório, ainda que por um mês ou menos, haverá período contributivo durante o lapso temporal da atividade remunerada e, neste caso, a contagem do período de graça se interrompe, iniciando-se novamente caso o segurado volte a ficar desempregado. • A mesma situação acontece quando o segurado (obrigatório ou facultativo) que esteja em período de graça faz apenas uma contribuição dentro desse período na condição de facultativo - a contagem do período de graça voltará a fluir "do zero" no mês seguinte a que se referir à última contribuição vertida. 37 38 02/04/2022 Na prática, o segurado contribuinte individual possui 13 meses e 15 dias no mínimo, como período de graça, podendo chegar a 37 meses e 15 dias, por interpretação sistemática do §4° do art. 15 da LBPS. Parecer CONJUR/MPS n. 616/2010: De acordo com a interpretação sistemática dos dispositivos ora examinados, o período de graça para o segurado contribuinte individual não é de exatos doze meses, mas de treze meses e quinze dias, por força do §4° do art. 15 da LBPS, salientando que se deve iniciar a contagem do período de graça sempre a partir do primeiro dia do mês de pagamento da última contribuição. A perda da qualidade de segurado importa a caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade (art. 102 da Lei n. 8.213/1991) De acordo com o RPS, a perda da qualidade de segurado não implica supressão do direito adquirido à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação vigente na época em que tais requisitos foram atendidos. É o cumprimento da regra constitucional que determina o respeito ao direito adquirido (§1° do art. 180 do Decreto n. 3.048/1999). 39 40 02/04/2022 A EC n. 103/2019 inseriu regra inédita, impondo a todos os segurados - obrigatórios e facultativos - que, para que haja cômputo de tempo de contribuição, o valor pago a título de contribuição, pelo segurado, deve ser igual ou maior ao que corresponda à incidência da alíquota prevista em lei sobre o menor salário de contribuição do mês respectivo (no caso, o salário mínimo mensal). Art. 195, §14, CF: O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição a Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições". 41 42 02/04/2022 Art. 29, EC 103/2019: Até que entre em vigor lei que disponha sobre o §14 do art. 195 da Constituição Federal, o segurado que, no somatório de remunerações auferidas no período de 1 (um) mês, receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição poderá: I - complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo exigido; II - utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição de uma competência em outra; ou III - agrupar contribuições inferiores a limite mínimo de diferentes competências, para aproveitamento em contribuições mínimas mensais. Parágrafo único. Os ajustes de complementação agrupamento de contribuições previstos nos incisos I, II e III do caput somente poderão ser feitos ao longo do mesmo ano civil. REGRAS DE CARÊNCIA PARA REINGRESSO AO RGPS E CÔMPUTO DE CARÊNCIA Fato Gerador Norma Aplicável Mínimo Contribuições reingresso Até 7.7.2016 Lei n. 8.213/1991 (art. 34, p.u.) 4 contribuições (1/3 carência) De 8.7.2016 a 4.11.2016 MP n. 739/2016 12 contribuições De 5.11.2016 a 5.1.2017 Lei n. 8.213/1991 (art. 34, p.u.) 4 contribuições (1/3 carência) De 6.1.2017 a 26.6.2017 MP 767/2017 12 contribuições De 27.6.2017 a 17.1.2019 Lei n. 13.457/2017 6 contribuições (1/2 carência) De 18.1.2019 a 17.6.2019 MP n. 817/2019 12 contribuições De 18.6.2019 em diante Lei n. 13.846/2019 6 contribuições (1/2 carência) 43 44 02/04/2022 TNU: Deve ser observada a regra de carência vigente no momento do surgimento da incapacidade. A tese foi fixada no julgamento do Representativo de Controvérsia - Tema 176: Constatado que a incapacidade do(a) segurado(a) do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) ocorreu ao tempo da vigência das Medias Provisórias n° 739/2016 e 767/2017, aplicam-se as novas regras de carência nelas previstas (Processo n. 5001792-09.2017.4.04.7129/RS, i.em 17.8.2018). JURISPRUDÊNCIA: A posição do TNU atenta contra os princípios da razoabilidade e da isonomia exigir que somente os segurados que tiveram o início da incapacidade no período da validade das referidas MPs (que perderama validade pela caducidade ou por mudança de redação na transformação em lei) cumpram o período integral da carência quando da nova filiação. (TRF/4, ED em AC n. 5008747-45.2018.4.04.9999/SC, TRS-SC, Rel. Juiz Federal João Batista Lazzari em 20.3.2019.) 45
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